Clipping Diário

15 | Outubro | 2024

SIDERURGIA

Brasil Mineral - SP   15/10/2024

A demanda global por aço deve finalmente se recuperar em 1,2% em 2025, para atingir 1.772 milhões de toneladas.

A worldsteel divulgou atualização do Short Range Outlook (SRO) para 2024 e 2025, quando prevê que, em 2024, a demanda global por aço cairá 0,9% para 1.751 milhões de toneladas. Após três anos de declínio, é esperada uma recuperação ampla no mundo, excluindo a China, em 2025. A demanda global por aço deve finalmente se recuperar em 1,2% em 2025, para atingir 1.772 milhões de toneladas. "2024 foi um ano difícil para a demanda global por aço, pois o setor de manufatura global continuou a lidar com ventos contrários persistentes, como declínio do poder de compra das famílias, aperto monetário agressivo e crescentes incertezas geopolíticas. A fraqueza contínua na construção de moradias, que é impulsionada por condições de financiamento restritas e altos custos, contribuiu ainda mais para a demanda lenta por aço”, disse Martin Theuringer, Diretor Executivo da German Steel Association e Presidente do Comitê de Economia da worldsteel.

Segundo Theuringer, as revisões significativas realizadas pela worldsteel sobre as perspectivas da demanda por aço para 2024 para a maioria das principais economias, incluindo a China, refletem a fraqueza persistente na manufatura, juntamente com ventos contrários econômicos globais persistentes. Agora, a worldsteel antecipou uma queda notável na demanda por aço na China e na maioria das principais economias desenvolvidas em 2024. “Em forte contraste, espera-se que a Índia mantenha seu forte impulso, com crescimento robusto na demanda por aço projetado para 2024 e 2025. Espera-se que a maioria das outras principais economias em desenvolvimento testemunhe uma recuperação na demanda por aço em 2024, recuperando-se da desaceleração experimentada em 2022-2023”.

Apesar dos desafios contínuos impostos por fatores como efeitos persistentes do aperto monetário, custos elevados, acessibilidade limitada e incertezas geopolíticas, a worldsteel está mais otimista de que a demanda global por aço entrará em uma fase de crescimento moderado e amplo em 2025. Os principais determinantes da perspectiva da demanda global por aço para 2025-2026 serão o progresso feito na estabilização do setor imobiliário da China, a eficácia dos ajustes de taxas de juros no estímulo ao consumo privado e ao investimento empresarial, e a trajetória dos gastos em infraestrutura dedicados à descarbonização e à transformação digital nas principais economias globais. “Espera-se que a desaceleração contínua no setor imobiliário chinês domine a demanda por aço na China, resultando em um declínio de 3,0% em 2024 e mais 1,0% em 2025. Reconhecemos um risco de alta para nossa previsão para 2025. Há uma possibilidade crescente de intervenção governamental mais substancial e suporte para a economia real, o que pode impulsionar a demanda por aço chinesa em 2025”.

Crescimento fora da China

A demanda por aço no mundo em desenvolvimento, excluindo a China, deve crescer 3,5% em 2024 e 4,2% em 2025, impulsionada pelo crescimento robusto da Índia e pela recuperação de outras grandes economias emergentes. A Índia surgiu como o maior impulsionador do crescimento da demanda por aço desde 2021, e essa tendência deve continuar. Estamos mantendo nossas projeções de crescimento robustas para a Índia, antecipando um aumento de 8,0% na demanda por aço em 2024 e 2025. Essa expansão é alimentada pelo crescimento em todos os setores consumidores de aço, especialmente pelo forte crescimento contínuo em investimentos em infraestrutura.

A demanda por aço em outras economias emergentes do mundo, como as regiões MENA e ASEAN , deve se recuperar em 2024, após uma desaceleração significativa em 2022-2023. O mundo desenvolvido deve experimentar uma queda de 2% na demanda por aço em 2024, já que as principais economias que usam aço, como EUA, Japão, Coréia e Alemanha, enfrentam declínios significativos. No entanto, há otimismo para 2025, com um crescimento projetado de 1,9% na demanda por aço no mundo desenvolvido. Essa recuperação antecipada é impulsionada pela tão esperada retomada da demanda por aço na UE e por recuperações modestas nos EUA e no Japão. “Nossa projeção anterior de uma recuperação contínua na atividade industrial global em 2024 não se materializou. Em vez disso, o setor sofreu uma desaceleração no terceiro trimestre, divergindo do crescimento inicial observado nos primeiros meses do ano e dos sinais positivos dos principais indicadores. Observamos que um contribuinte significativo para a desaceleração da indústria é a relutância contínua de famílias e empresas em investir em bens duráveis. Altos custos, incerteza econômica e condições de financiamento mais restritas criaram uma atitude de "esperar para ver", atrasando decisões de gastos. Os efeitos persistentes dos últimos três anos de inflação minaram o poder de compra de muitas famílias de renda média e baixa, reduzindo ainda mais a demanda por bens manufaturados.

A atividade de construção de moradias permaneceu moderada na maioria dos principais mercados ao longo de 2024, continuando a pesar na demanda por aço, especialmente em regiões-chave como China, EUA, UE, Japão e Coreia. Após um período de crescimento robusto alimentado por taxas de juros historicamente baixas, a atividade de moradias experimentou um declínio acentuado em 2023 em muitas das principais economias, à medida que os bancos centrais aumentaram agressivamente os custos de empréstimos para combater a inflação crescente. Essa desaceleração persistiu em 2024, impactando o setor de construção e, consequentemente, a demanda por aço. Espera-se que uma recuperação significativa na construção residencial (na UE, EUA e Coréia) comece a partir de 2025, com a esperada flexibilização das condições de financiamento.

Desaceleração do setor automotivo

Após um ano excepcional de crescimento de dois dígitos nas principais nações produtoras de automóveis em 2023, o setor automotivo está se preparando para uma desaceleração significativa em 2024. As previsões de produção de veículos leves estão sendo revisadas para baixo em todos os setores devido às crescentes preocupações com o aumento dos estoques e uma desaceleração nas vendas de veículos elétricos a bateria (BEV) em mercados-chave. Essa mudança marca um forte contraste com o desempenho robusto do ano anterior, destacando a vulnerabilidade da indústria à dinâmica de mercado em evolução e aos potenciais desafios futuros. Esperamos que a produção global de veículos leves mostre um crescimento modesto em 2025.

As principais economias ao redor do mundo têm sustentado o crescimento nessas áreas de investimento, aproveitando o impulso de 2023. Esses investimentos estratégicos visam aumentar a produtividade, estimular a criação de empregos, acelerar os esforços de mitigação das mudanças climáticas e garantir uma posição de liderança nas indústrias do futuro. Os crescentes custos de construção, a escassez de mão de obra e a crescente dívida fiscal podem representar desafios significativos para muitas das principais economias, potencialmente limitando o crescimento adicional nessas áreas de investimento no curto prazo. A transição verde da economia mundial é um dos principais fatores por trás da força nos investimentos em infraestrutura pública, pois necessita de uma transformação econômica de imensa escala e complexidade. A demanda por aço para expansão das redes elétricas globais deve dobrar até o final da década, atingindo aproximadamente 20 milhões de toneladas por ano, um aumento substancial do ritmo atual de 10 milhões de toneladas por ano. Estimamos que expandir a capacidade global de geração de energia renovável e conectá-la aos centros de demanda exigirá um aumento na demanda por aço de aproximadamente 40 milhões de toneladas até o final da década. Isso provavelmente dará um suporte bastante perceptível à demanda geral por aço nas principais economias em desenvolvimento, como China e Índia, e nas economias desenvolvidas, especialmente Europa e América do Norte.

Valor - SP   15/10/2024

Siderúrgica recebeu ofício da B3 perguntando sobre o movimento das ações entre os dias 30 de setembro e 11 de outubro

A Gerdau disse nesta segunda-feira (14) que não tem conhecimento de quaisquer fatos que possam justificar as recentes movimentações atípicas de suas ações.

A siderúrgica recebeu ofício da B3 perguntando sobre o movimento das ações entre os dias 30 de setembro e 11 de outubro.

Na sexta-feira (11), as ações caíram 3,75%. O volume de R$ 774,6 milhões foi cinco vezes maior do que no dia anterior.

A companhia lembra que possui um programa de recompra de ações em aberto e que vem operando dentro dos parâmetros estabelecidos.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   15/10/2024

A mediana do relatório Focus, do Banco Central, para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 oscilou de 4,38% para 4,39%, em alta pela segunda semana seguida e aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, ela estava em 4,35%. Considerando apenas as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 4,40% para 4,45%.

Na última quarta-feira, 9, o IBGE informou que o IPCA, que mede a inflação oficial do País, avançou 0,44% em setembro — pouco abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,45% — e atingiu 4,42% em 12 meses. Economistas mencionaram uma preocupação com a dinâmica dos preços de alimentos, devido ao impacto de eventos climáticos.

A mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,97% para 3,96%, mais próxima do limite superior do alvo, de 4,50%, do que do centro, de 3%. A partir do próximo ano, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido a meta.

Considerando as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,92% para 3,94%.

As medianas para os horizontes mais longos permaneceram descoladas da meta, em 3,60% para 2026 e 3,50% para 2027. O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária, no cenário com a taxa Selic do relatório Focus e dólar começando em R$ 5,60 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.

Crescimento do PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 cresceu de 3,0% para 3,01%, contra 2,96% um mês atrás. Considerando penas as 36 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,03% para 3,07%.

A estimativa intermediária para 2025 se manteve em 1,93%. Um mês antes, era de 1,90%. Considerando apenas as 36 projeções atualizadas entre as últimas segunda e sexta-feira, passou de 1,91% para 1,97%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 62 e 64 semanas, respectivamente.

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro ampliou a projeção do Banco Central para o crescimento do PIB deste ano, de 2,3% para 3,2%.
Taxa Selic

A mediana para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela segunda semana consecutiva, indicando uma consolidação na expectativa do mercado de que o Copom aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas suas duas próximas reuniões, em novembro e dezembro.

Um mês atrás, a estimativa intermediária estava em 11,25%. Considerando apenas as 50 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa também se manteve em 11,75% na última semana.

A mediana para os juros no fim de 2025 subiu de 10,75% para 11%, contra 10,50% um mês atrás, sinalizando que o mercado vê menos espaço para cortes na Selic ao longo do próximo ano. Considerando apenas as 49 projeções atualizadas entre as últimas segunda e sexta-feira, a estimativa ficou em 10,75%.

A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, como está há sete semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9%, estável há 21 semanas.

Dólar a R$ 5,40

A mediana do relatório Focus para o dólar no fim de 2024 permaneceu em R$ 5,40 pela quarta semana consecutiva. Para 2025, a estimativa intermediária subiu pela segunda semana seguida, atingindo também R$ 5,40. Um mês antes, ela era de R$ 5,35.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Globo Online - RJ   15/10/2024

A balança comercial brasileira encerrou a segunda semana de outubro de 2024 com um superávit de US$ 1,4 bilhão, resultado de US$ 7 bilhões em exportações e US$ 5,6 bilhões em importações. No total, a corrente de comércio do período – soma das exportações e importações – alcançou US$ 12,6 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No acumulado do mês, as exportações somaram US$ 12,5 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 10,1 bilhões, gerando um saldo positivo de US$ 2,4 bilhões e uma corrente de comércio de US$ 22,7 bilhões.

Desde o início do ano, o Brasil já exportou US$ 268 bilhões e importou US$ 206,5 bilhões, com um saldo acumulado de US$ 61,5 bilhões e uma corrente de comércio totalizando US$ 474,5 bilhões.

A média diária das exportações nas duas primeiras semanas de outubro foi de US$ 1,393 bilhão, abaixo da média de US$ 1,413 bilhão registrada em outubro de 2023. Por outro lado, a média diária de importações subiu para US$ 1,128 bilhão, contra US$ 0,976 bilhão no mesmo período do ano passado. O desempenho geral indica um crescimento de 5,5% na corrente de comércio.

O setor agropecuário registrou queda nas exportações de US$ 66,41 milhões (-21,7%), enquanto a indústria extrativa apresentou leve alta de US$ 0,49 milhão (0,1%). A maior alta veio da indústria de transformação, que ampliou suas exportações em US$ 44,08 milhões (5,9%).

Nas importações, o setor agropecuário teve crescimento de US$ 2,42 milhões (14,4%). Já a indústria extrativa registrou queda de US$ 9,05 milhões (-11,2%). A indústria de transformação também se destacou, com aumento de US$ 160,18 milhões (18,4%) nas importações.

Exame - SP   15/10/2024

Poucos temas têm atraído tanta atenção do mercado financeiro nas últimas semanas quanto os potenciais planos do governo chinês para impulsionar o crescimento local. Apesar das primeiras medidas anunciadas, que incluem queda de juros e liquidez para empresas comprarem ações, Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital, mantém uma visão pessimista sobre os rumos da maior economia da Ásia.

"Estou impressionado com o pessimismo dos próprios chineses em relação ao país. A China enfrenta um esgotamento do seu modelo, que se baseia no aumento da oferta", afirmou Xavier, um dos gestores mais influentes do mercado brasileiro, durante evento organizado pelo Itaú.

Nesta segunda-feira, uma notícia publicada pelo jornal chinês Caixin Global movimentou os mercados ao afirmar que o governo chinês planeja um estímulo de 6 trilhões de yuanes (cerca de US$ 850 bilhões) por meio da emissão de títulos. Xavier, porém, classificou a reportagem, que cita fontes anônimas, como "uma tremenda fake news".

Segundo o Caixin, o plano seria distribuir o estímulo ao longo de três anos, com o objetivo de socorrer governos regionais que, segundo Xavier, "estão quebrados".

As especulações sobre o volume dos estímulos aumentaram desde sábado, quando o Ministério das Finanças prometeu, em entrevista coletiva, apoiar governos locais na redução da pressão da dívida, sem especificar valores.

Entretanto, a maior expectativa dos investidores recai sobre estímulos ao consumo interno, que tem mostrado fraqueza diante da desvalorização dos imóveis e do aumento do endividamento na economia chinesa. Parte do mercado acredita que, dependendo dos canais utilizados, os estímulos poderiam gerar efeitos multiplicadores significativos. Xavier, no entanto, mantém-se cético.

Ele compartilhou que, segundo conselheiros do governo chinês, o consumo só será impulsionado após as empresas locais (focadas em exportações) gerarem impacto no PIB e, consequentemente, na renda das famílias.

"Me disseram que a China não fará programas de transferência de recursos, como o Brasil faz. Portanto, não esperem nada do lado do consumo."

Efeito sobre o Brasil

O pessimismo de Xavier em relação à China se reflete também na sua visão para o Brasil.

"A China é muito importante para o Brasil. Como estou pessimista com a China, espero uma desvalorização adicional do real frente ao dólar. Além disso, há o risco Brasil."

Sua maior preocupação no contexto brasileiro é a falta de medidas concretas para a redução de gastos públicos e o controle fiscal. "Apesar de a Moody's ter dado um upgrade para o Brasil, eu dou downgrade para Brasília a cada nova notícia", afirmou Xavier.

Globo Online - RJ   15/10/2024

O mercado financeiro prevê uma taxa básica de juros mais alta que a atual para o fim de 2025, ainda que a expectativa seja de inflação mais baixa. A média da previsão dos analistas é de uma Taxa Selic de 11% ao ano no fim do ano que vem, com IPCA em 3,96%. O número foi revelado pelo Boletim Focus, que faz um levantamento semanal da expectativa de agentes financeiros para vários indicadores da economia e foi divulgado ontem.

Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, e o IPCA em 12 meses se aproxima do teto da meta do Banco Central (BC), 4,5%. Além disso, o documento prevê uma inflação mais alta para este ano.

O documento do Banco Central, divulgado na manhã de segunda, mostrou que, para 2024, a previsão é de um IPCA de 4,39%, ante 4,38% na semana passada. Esta é mais uma aproximação ao teto da meta estipulado pela autoridade monetária, que é de 4,5%, e que vem “desancorando” semana após semana do centro da meta, que é de 3%.

Medidas continuam desancoradas

Para Milena Landgraf, que chefia a área de análise macroeconômica da Jubarte Capital, a economia aquecida e os impulsos fiscais, que aceleraram a atividade, contribuíram para a piora das previsões para a taxa básica necessária para controlar a inflação:

— As expectativas continuam desancoradas, o mercado segue revisando a expectativa de Selic para cima, e o mercado precifica a taxa acima de 13%. E não vemos perspectiva para baixo da inflação futura — ela diz.

Hoje, um novo dado alimentou a perspectiva de uma economia resiliente: o IBC-Br, indicador da autoridade monetária conhecido como “prévia do PIB”, aumentou 0,2% em agosto.

Milena faz um paralelo com a precificação do mercado nas taxas de juros. A taxa de depósito interfinanceiro (DI), utilizada em contratos, prevê a Selic alcançando, ao fim do ciclo de alta, pouco mais de 13% ao ano.

O número é superior em mais de um ponto percentual do que bancos e casas preveem para a taxa no fim de janeiro do ano que vem, quando alcançaria os 12% e encerraria a trajetória de aperto.

Nesta segunda-feira, a taxa do depósito interfinanceiro (DI) para outubro do ano que vem chegou a prever uma Selic a 13,17%, enquanto, para novembro, os investidores embutiam na negociação uma expectativa da taxa básica a 13,15%.

Segundo a especialista da Jubarte, parte dessa possibilidade inclui dúvidas acerca da condução de política fiscal:

— O mercado sempre vai cobrar um prêmio de risco até ter uma agenda crível de corte de gastos. O mercado vai esperar o impulso fiscal e a atividade desacelerarem para conseguir precificar uma Selic terminal menor, ou conseguir enxergar o fim do ciclo de alta de juros — diz Milena.

Em relatório, a Warren Rena apontou que, para o ano que vem, é previsto um déficit de 0,83% do PIB nas contas públicas, enquanto a projeção do governo é de déficit zero.

O documento, assinado por Felipe Salto, Josué Pellegrini e Gabriel Garrote, aponta que a diferença de R$ 104,3 bilhões — que supera os R$ 40,4 bi, apresentados no projeto de Lei Orçamentária — advém das projeções de receitas, como as extraordinárias.

Para este ano, os analistas apontam um déficit de R$ 62,4 bilhões, ou 0,53% do PIB. A banda inferior da meta — estipulada em déficit de 0,25% do PIB —, diz o relatório, é possível de ser alcançada se houver cortes de R$ 4,5 bilhões em despesas discricionárias.

O número leva em conta a exclusão de R$ 33,6 bilhões referentes a despesas relativas aos gastos na recuperação das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.

Comitê de Política Monetária (Copom) é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores

Aperto maior

A expectativa para 2024 é que a Selic termine o ano em 11,75% ao ano, ou seja, que nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária, opte-se por um aumento de meio ponto em cada encontro.

Se isso se confirmar, o ritmo do aperto será maior, já que o ciclo, iniciado na última reunião, em 18 de setembro, foi de um aumento de 0,25 ponto percentual.

Para este ano, os investidores também revisaram para cima o PIB, de 3% para 3,01%. Câmbio e Selic se mantiveram estáveis na comparação com o documento da semana passada, a R$ 5,40 e 11,75% ao ano, respectivamente.

Já para 2025, além da previsão para uma Selic maior no fim do próximo ano, a previsão do câmbio também subiu, para R$ 5,40. Já a perspectiva para inflação registrou queda, para 3,96% (ante 3,97%). A previsão para o crescimento se manteve estável em 1,93%.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   15/10/2024

Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, com as perspectivas renovadas de mais estímulos fiscais da China após uma reunião importante do governo, que melhorou o sentimento no maior mercado consumidor de aço.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,97%, a 800,5 iuanes (113,08 dólares) a tonelada, depois de ter saltado mais de 3% no início da sessão.

O minério de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura avançava 1,4%, a 107,7 dólares a tonelada.

Os preços de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai ganharam terreno. O vergalhão e a bobina laminada a quente subiram perto de 1,36%, o fio-máquina avançou 0,96% e o aço inoxidável ganhou 0,32%.

A China prometeu no sábado um novo pacote de políticas fiscais, o que elevou o sentimento em vários mercados de commodities, incluindo o aço, disse a consultoria chinesa Mysteel.

Com os preços dos produtos siderúrgicos ganhando sustentação, o número de usinas siderúrgicas na China que finalmente tiveram lucros com as vendas de aço aumentou rapidamente, levando a taxa operacional média entre 87 siderúrgicas a subir 1,85 ponto percentual entre 4 e 11 de outubro, acrescentou a Mysteel.

No entanto, os sinais de deflação no país e a falta de clareza sobre as medidas de estímulo locais obscureceram as perspectivas de demanda.

A inflação ao consumidor da China diminuiu inesperadamente em setembro, enquanto a deflação dos preços ao produtor se aprofundou, aumentando a pressão sobre Pequim para que implemente mais medidas de estímulo rapidamente a fim de reanimar a demanda em baixa e a atividade econômica instável.

Pequim disse no sábado que haverá mais “medidas anticíclicas” este ano, mas deixou os investidores em dúvida sobre o tamanho e o momento em que o estímulo está sendo preparado.

Brasil Mineral - SP   15/10/2024

Investimentos visam aumentar a capacidade de produção das atuais 6,5 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas.

Apostando no crescimento do mercado para minério de ferro de alto teor para alimentação de fornos elétricos, a Itaminas planeja investir R$ 1,5 bilhão nos próximos dez anos, visando aumentar sua capacidade das atuais 6,5 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas.

A informação foi dada por Thiago Toscano, presidente da Itaminas, durante o Invest Mining Summit 2024, realizado em São Paulo, no dia 8 de outubro. Em meados deste ano, a empresa foi adquirida pelos empresários mineiros Rodrigo Gontijo (AVG Mineração), Argeu Geo (Argeu Agropecuária) e Daniel Vorcaro (banco Master).

Justificando os planos da companhia, Thiago Toscano disse que o mundo caminha para a descarbonização e vai necessitar de minério de ferro de alto teor, sendo que somente 8% do minério de ferro produzido mundialmente tem teor acima de 67%, beneficiando os produtores com um prêmio de até 20 dólares por tonelada. Ele acredita que, como vai crescer a demanda por minério de ferro de alto teor para alimentação dos fornos elétricos, o prêmio deve aumentar.

Atualmente, segundo ele, mencionando o ranking Brasil Mineral, a Itaminas é a décima maior empresa produtora de minério de ferro do Brasil, ficando atrás apenas da gigantes, mas que pode melhorar ainda mais sua posição no ranking, já que tem licença tanto para lavrar quanto processar a seco 15 milhões de toneladas e mais 14 milhões t a úmido. Além do aumento da produção, a empresa pretende instalar um terminal para embarque de minério de ferro com capacidade para 20 milhões de toneladas – o terminal atual tem capacidade para 10 milhões t – o que permitirá à Itaminas servir como hub de logística para outros produtores da região.

Na parte de lavra e processamento, os investimentos permitirão que a empresa mude a rota de processo, que hoje termina na britagem terciária, para incluir moagem, espiral gravítica e flotação, possibilitando a obtenção de minério com 65-67% Fe. Hoje 30% da produção é pellet feed com 62,5% Fe com 7% de sílica e a partir de 2026 passará a produzir pellet feed com 65,5% Fe e 3% de sílica.

Ele acrescenta que a Itaminas já está fazendo parte dos investimentos com recursos próprios, que nos próximos dois anos tem uma despesa prevista de quase R$ 400 milhões e precisa levantar R$ 100 milhões. Além disso, a depender do prazo da dívida, a empresa pode partir também para um empréstimo-ponte, a fim de poder continuar investindo e "não tirar o pé do acelerador".

Money Times - SP   15/10/2024

A Vale (VALE3) divulgará mais uma prévia de produção em meio a uma melhora do cenário, com a China prometendo estimular a economia. Desde as mínimas do ano, a mineradora já saltou 10%.

Seria a produção mais um gatilho para a ação subir?

De acordo com a Genial, em linhas gerais, a companhia deverá ter melhora no trimestre na produção de finos de minério de ferro, mas um número menor de embarques, considerando que o trimestre passado a companhia optou por intensificar as vendas e tornou a base mais difícil de ser superada.

Os analistas veem aumento de 5% na produção de minério de ferro, para 84 mil toneladas, no trimestre, mas queda de 2% ante o ano passado.

As pelotas de ferro devem crescer 11,5% no trimestre e 8,8% no ano, a 9,9 mil.

A maior alta, porém, deve vir do níquel, com esticada de 90,7% no trimestre e 12,8% no ano. Já o cobre subirá 5,2% no trimestre e 1,4% no ano, segundo as projeções.

Apesar disso, a corretora faz um alerta. O Ebitda será golpeado com uma forte queda, a US$ 3,6 bilhões, redução de 19,4% no trimestre e 13% no ano, sobretudo, devido à queda no preço realizado.

Nos cálculos dos analistas, o preço do minério de ferro será de US$ 92,5, recuo de 5,8% no trimestre e 12% no ano, puxado pela desaceleração da média da curva 62% durante o trimestre.

Ainda segundo a Genial, embora o normal seja uma melhora trimestral de resultado, em virtude do aumento de embarques pela elevação na produção, que por sua vez seria decorrente da ausência de chuvas típicas do terceiro trimestre, ainda assim, o ganho de produção não será transmitido para o Ebitda.

Vendas

No caso das vendas, a casa estima recuo de 2,1% no trimestre e 3,8% no ano, com uma desaceleração tanto de forma sequencial quanto na base anual, ainda que de baixa intensidade.

“Esse viés redutor é resultado de uma demanda doméstica mais fraca na China, e um nível de empilhamento de estoque nos portos, que desestabilizou os preços da referência 62% Fe durante o curso do trimestre.”.

A percepção é que a companhia aliviou suavemente os embarques no terceiro trimestre, diante de uma dinâmica mais fraca de preço, que foi canalizada pelo excesso de oferta portuário.

De certa forma, espera uma estratégia reversa do que viu no trimestre passado, diante de uma:
melhora de mix no 3T24, aumento de prêmio (mas ainda no território negativo).

Brasil Mineral - SP   15/10/2024

A tecnologia testada oferece uma solução para a criação de redes que podem detectar, pensar e agir antecipadamente, permitindo a comunicação de missão crítica em ambientes de alto risco

Braço de pesquisa da Nokia, a Nokia Bell Labs firmou acordo de pesquisa com a Vale para implementar um serviço de monitoramento cognitivo de rede, que permitirá melhorar o desempenho, a confiabilidade e a segurança das operações de mineração. O acordo amplia a parceria já existente na mina autônoma de minério de ferro da Vale em Carajás, a maior mina a céu aberto de minério de ferro do mundo. A tecnologia testada oferece uma solução para a criação de redes que podem detectar, pensar e agir antecipadamente, permitindo a comunicação de missão crítica em ambientes de alto risco.

A expectativa é que as futuras redes de missão crítica aumentem ainda mais a produtividade e a segurança ao incorporar serviços cognitivos em quase todas as camadas da operação. Os Nokia Bell Labs e a Vale vão colaborar para desenvolver esses sistemas dentro da conectividade, possibilitando futuras operações de mineração e automatizando a inteligência de planejamento. As empresas vão criar um gêmeo digital holístico para operações conectadas de missão crítica na mina. O serviço de monitoramento cognitivo de rede permitirá aprimorar o desempenho, a confiabilidade e a segurança das operações de mineração, utilizando dados dos sistemas de produção, como caminhões de transporte e perfuratrizes autônomas, correlacionando-os com KPIs da rede.

O projeto utiliza a plataforma de pesquisa NiX (Nokia Industrial eXperience), o que levou à criação de uma nova iniciativa focada na implementação de uma solução de Mina Digital Cognitiva em Rede, dentro da organização de Estratégia e Tecnologia da Nokia. “Essa colaboração entre Nokia Bell Labs e a Vale é o próximo passo para tornar a indústria de mineração mais segura e produtiva. As minas são operações complexas, multi-domínios e com múltiplos stakeholders, onde baixa agilidade e alta incerteza podem impactar significativamente a lucratividade. Os resultados dessa colaboração permitirão a criação de serviços cognitivos que podem melhorar os processos de mineração, a sustentabilidade e a segurança dos trabalhadores. Juntos, impulsionaremos uma revolução que mudará a forma como projetamos e controlamos redes – e minas”, disse Lelio Di Martino, gerente geral da iniciativa de Mina Digital Cognitiva na Nokia. Para Mario Azevedo, gerente global de Projetos de Engenharia e Tecnologia da Vale, a conectividade é um fator chave para aprimorar as operações na empresa, impulsionando melhorias em eficiência, segurança e desempenho. “Ao integrar tecnologias avançadas de conectividade com os Nokia Bell Labs, um de nossos parceiros, garantimos processos mais robustos e consistentes entre os grupos de TI e Operações, implementamos monitoramento em tempo real para um ambiente de trabalho mais seguro e otimizamos processos para reduzir o tempo de inatividade e aumentar a eficiência. Essa abordagem estratégica nos capacita a alcançar a excelência operacional e a manter o foco no que mais importa: segurança e geração de valor”.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   15/10/2024

De olho em incentivos do Mover, fabricante chinesa muda estratégia e montará os carros peça por peça

Bastos: “As políticas públicas do país nos levaram a começar a produção com um carro que já vendemos em altos volumes” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

A montadora chinesa Great Wall Motor (GWM) já marcou a data da inauguração de sua fábrica no Brasil. Será em maio de 2025. Outra decisão tomada há poucos dias: ao contrário do inicialmente planejado, os veículos não serão produzidos a partir da montagem de conjuntos de componentes trazidos, já prontos, da China. De olho nos benefícios fiscais do programa Mover, do governo federal, a direção da GWM decidiu fazer a montagem dos carros peça por peça, sistema que agilizará o processo de nacionalização e, consequentemente, a permissão para exportar.

A contratação dos primeiros funcionários também já começou. Com data de inauguração, processo de manufatura e seleção de pessoal definidos, a fábrica, comprada da Mercedes-Benz em meados de 2021 e que parecia sem vida desde então, ganha a movimentação que faltava para marcar a entrada da chinesa no parque industrial automotivo brasileiro.

A primeira etapa do processo de seleção de pessoal prevê a contratação de 100 pessoas - 30 reforçam a equipe do escritório administrativo, em São Paulo, e 70 vão trabalhar na fábrica. A população da pacata Iracemápolis, a cerca de 150 quilômetros de São Paulo, está, portanto, novamente em festa depois da frustração de ver a Mercedes fechar a mesma fábrica, no início de 2021.

A Bosch já trabalha no desenvolvimento de um sistema híbrido a etanol para os futuros carros da GWM”

— Ricardo Bastos

Alguns dos recém-contratados trabalharam na Mercedes, embora esse não seja um critério de seleção, segundo o diretor de assuntos institucionais da GWM Brasil, Ricardo Bastos. Os primeiros funcionários assumirão a função de liderança em processos produtivos, linha de montagem e treinamento.

No início do próximo ano, a escola do Senai em Iracemápolis, inaugurada na época em que a Mercedes se instalou no município, participará do processo de treinamento dos operários. O plano, segundo Bastos, é chegar a 700 empregos assim que a fábrica começar a funcionar.

Uma das razões que levaram a direção da GWM a desistir de iniciar a produção pelo processo chamado CKD, com kits de peças importados, foi ter já pronta uma bela cabine de pintura - uma herança deixada pela Mercedes. Quando adquiridos prontos, os kits, como partes da estamparia, por exemplo, costumam chegar já pintados.

Mas o principal motivo da mudança foi o Mover (Mobilidade Verde e Inovação), programa de incentivos fiscais que prevê redução de tributos para empresas do setor automotivo proporcional ao índice de nacionalização, emissão de poluentes dos carros e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, entre outros.

A GWM tem planos de exportar. Para isso, precisa atingir nível de nacionalização dos veículos de 40% no mínimo. Segundo Bastos, o ideal seria chegar a 60% para começar a exportar por volta de 2028. Até lá, a empresa precisa contar com uma cadeia de fornecimento local forte.

Bastos conta com a vantagem da localização da fábrica. Iracemápolis fica numa região onde já existem fabricantes de peças que atendem a outras montadoras. Está a 65 quilômetros da fábrica da Honda, em Itirapina, e a 30 da Hyundai, em Piracicaba.

Além de desistir de começar a produção em sistema CKD, a direção da GWM também mudou de ideia em relação ao primeiro modelo a ser produzido no Brasil. O plano inicial, de começar com uma picape híbrida, chamada Proer, foi revisto quando, no fim do ano passado, o governo brasileiro anunciou a retomada e aumento gradual do Imposto de Importação para carros elétricos e híbridos.

A empresa decidiu, então, estrear a linha de montagem brasileira com seu carro mais vendido no país, o Haval H6. Esse utilitário esportivo foi o primeiro projeto de híbrido “plug-in” com registro no Mover para produção no Brasil.

“Olhando para as políticas públicas do país decidimos começar com a produção de um carro que já vendemos em altos volumes”, afirma Bastos. Com Imposto de Importação em ascensão, o Haval perderia espaço no mercado se continuasse a ser importado.

De janeiro a setembro, foram vendidas 15,8 mil unidades do Haval, o 30º carro mais vendido no país, segundo dados de emplacamentos divulgados pela Fenabrave, a associação dos concessionários de veículos. A GWM ocupa a 13ª posição, no acumulado do ano, no mercado de automóveis.

O plano da GWM é alcançar a produção de 25 mil unidades do Haval por ano. “A fábrica foi licenciada para uma capacidade total de 50 mil”, diz Bastos, numa indicação de que a marca chinesa já incluiu outro modelo no programa de produção. Quando pertencia à Mercedes a fábrica operava com capacidade de 20 mil veículos por ano.

Na primeira fase, o híbrido da GWM só poderá ser abastecido com gasolina. “Mas já temos um contrato com a Bosch para o desenvolvimento de um sistema híbrido que aceite etanol”, destaca.

A fábrica brasileira será a primeira da GWM no Ocidente e a terceira fora da China. Fundada há 40 anos, o grupo tem outras duas fábricas fora da China - Rússia e Tailândia. Com 100% do capital privado, a GWM é a maior montadora privada na China.

Uma das características que mais chamam a atenção na GWM é a estratégia de logo ter uma equipe de lideranças formada por brasileiros. E todos com experiência no setor automotivo.

Antes de ir para a GWM, Bastos foi diretor na Toyota. Teve sempre uma forte atuação em assuntos governamentais e participou ativamente das discussões que levaram à redução do Imposto de Importação para carros híbridos e isenção para elétricos, entre 2015 e 2016.

Outro brasileiro recém-contratado é Diego Fernandes, que trabalhou durante 27 anos na Honda e chega para cuidar das áreas comercial e operacional. Além dele, Marcio Alfonso, com mais de 40 anos de experiência no setor, foi um alto executivo da CAOA, antes de assumir, na GWM o cargo de diretor de engenharia, pesquisa, desenvolvimento e inovação.

É essa turma que ensinou aos chineses que brasileiro gosta de carro com força e potência, de suspensão mais firme e que é avesso aos acabamentos cromados e corres fortes que caracterizam os automóveis da China. Na fase que antecedeu o lançamento da marca no país, carros chegaram a ser transportados em aviões, da China para o Brasil e vice-versa, para ajustar os modelos ao gosto brasileiro.

Há alguns meses, James Yang, deixou o Brasil e o cargo de CEO da GWM na região Américas para assumir a liderança das operações da marca no Sudeste Asiático e Austrália. Assim, por enquanto, a GWM Brasil não tem um presidente. Os diretores se reportam a Parker Shio, presidente da divisão internacional. A GWM não revela se a vaga será ocupada por um novo chinês - ou mesmo um brasileiro.

Valor - SP   15/10/2024

Ameaça de tarifas sobre importação reduz participação de marcas chinesas no Salão de Automóvel de Paris, o maior da Europa, neste ano

O presidente francês Emmanuel Macron durante visita ao Salão, seu governo vai cortar subsídio para compra de carro elétrico — Foto: Ludovic Marin/AP

Montadoras chinesas e europeias se enfrentam no Salão do Automóvel de Paris, em um cenário de tensões crescentes, já que a União Europeia (UE) se prepara para impor altas tarifas de importação sobre veículos elétricos fabricados na China, enquanto as montadoras lutam contra uma demanda enfraquecida.

Em Berlim, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou ontem que a UE quer igualdade de condições com a China e está negociando com Pequim mecanismos como compromissos de preço ou investimentos na Europa como uma solução.

Apesar da disputa, em um ponto executivos de montadoras europeias e chinesas concordam: os riscos das tarifas. “Quem paga a conta? Os consumidores. Isso preocupa muita gente. Isso vai limitar pessoas com menos recursos para comprar”, disse Stella Li, vice-presidente executiva da gigante chinesa de veículos elétricos BYD.

O executivo-chefe da Stellantis, Carlos Tavares, alertou que as tarifas poderão levar as montadoras chinesas a abrir fábricas na Europa, aumentando a capacidade produtiva na região e fechando alguns fabricantes locais.

Nove marcas chinesas, incluindo BYD e Leapmotor, estão apresentando seus últimos modelos neste ano. É o mesmo número de 2022, quando elas representaram quase metade das marcas presentes, de acordo com o executivo-chefe do Salão do Automóvel de Paris, Serge Gachot.

Mas, neste ano, as marcas chinesas correspondem a apenas um quinto dos expositores, graças à participação mais forte das montadoras europeias.

No início deste mês, os Estados-membros da UE aprovaram por uma margem estreita a imposição de tarifas de até 45% sobre veículos elétricos fabricados na China, em resposta ao que consideram subsídios injustos de Pequim. A China nega acusação e ameaça retaliar.

Embora as montadoras chinesas critiquem a medida, seguem em frente com seus planos de expansão na Europa, e nenhuma delas declarou que aumentará os preços para compensar as tarifas.

No domingo, a GAC anunciou que o evento marca o início de suas ambições europeias, enquanto a Leapmotor informou que pretende ter 500 pontos de venda na Europa até o fim de 2025.

Fabricantes chineses como a BYD têm precificado seus veículos um pouco abaixo dos europeus, o que lhes dá uma vantagem competitiva e ajuda a compensar as margens mais apertadas no mercado interno. Assim como aconteceu com montadoras japonesas e sul-coreanas no passado, as marcas chinesas também apostam em equipamentos superiores e mais recursos como padrão.

Mesmo assim, marcas como a BYD, que já vende veículos elétricos na maior parte da Europa e patrocinou o campeonato europeu de futebol neste ano, ainda é pouco conhecida. A empresa espera chamar atenção com o lançamento do SUV elétrico Sea Lion 07.

Novos concorrentes chineses como Dongfeng, Seres e FAW também estão em Paris, buscando expandir as vendas de seus veículos elétricos no exterior para compensar o fraco mercado chinês e uma acirrada guerra de preços.

Há pressão para manter os preços competitivos na Europa, uma vez que as montadoras tentam reduzir a diferença em relação aos carros movidos a gasolina.

“Minha opinião é que alcançaremos a paridade de preços na Europa em 2 a 3 anos. Quem quiser competir terá que trabalhar duro para atingir essa meta”, disse Tianshu Xin, executivo-chefe da Leapmotor International.

As vendas de carros na China subiram 4,3% em setembro em relação ao ano anterior, quebrando uma sequência de cinco meses de queda, graças a um subsídio governamental para incentivar a troca de veículos. Na Europa, as vendas atingiram o nível mais baixo dos últimos três anos em agosto.

Em mais um golpe para o mercado de elétricos, o governo francês anunciou que reduzirá o subsídio para compradores de veículos elétricos, seguindo a Alemanha, que encerrou seu programa de incentivos no fim do ano passado.

As montadoras chinesas precisam ter sucesso na Europa, pois foram praticamente excluídas do mercado nos Estados Unidos.

Enquanto isso, as montadoras europeias enfrentam dificuldades: Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW emitiram alertas de queda nos lucro. A Stellantis reduziu sua previsão de ganhos por problemas de estoque nos EUA.

Carlos Tavares não descartou cortes de empregos ou a venda de marcas. “Precisaremos fazer grandes esforços”, disse.

A Volkswagen, por sua vez, enfrenta disputas com sindicatos sobre cortes de custos que podem levar ao fechamento de fábricas na Alemanha e à demissão de milhares de trabalhadores.

As montadoras europeias estão lutando para competir com os custos mais baixos dos concorrentes chineses e sua capacidade de desenvolver novos veículos elétricos em apenas dois anos, metade do tempo que os fabricantes ocidentais normalmente levam.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   15/10/2024

“Somos a primeira indústria de máquinas de construção do Brasil e atravessamos todos os ciclos de desenvolvimento”, celebra Carlos Alexandre Medeiros de Oliveira, presidente da Caterpillar Brasil. “Nesse período, temos contribuído para o desenvolvimento sustentável do país.”

Prestes a completar 50 anos, a unidade de Piracicaba (SP) conta atualmente com quase 5.000 funcionários.

No total, a operação no país supera 6.500 trabalhadores em 14 unidades de negócios, incluindo atividades desde produção, vendas e serviços, até remanufaturados Cat Reman e soluções financeiras do Banco Caterpillar. Há ainda escritórios para assuntos comerciais (SP), energia (RJ) e mineração (MG).

Além da planta paulista – conhecida como CBL, a maior do grupo no mundo com 3,7 milhões m2 de área total e 252 mil m2 de área construída –, a operação brasileira inclui as fábricas de Campo Largo (PR) para equipamentos compactos, Curitiba (PR) para motores Perkins e Sete Lagoas (MG) para locomotivas Progress Rail, divisão que também conta com um Centro de Tecnologia em Curitiba (PR).

Em 2023, a unidade de Piracicaba chegou à marca de 300 mil máquinas produzidas, com destaque para modelos como a nova escavadeira 340, a carregadeira 992, a motoniveladora 140 e os tratores D7 e D8, em um portfólio com mais de 30 modelos, que inclui ainda geradores, remanufaturados e transmissões.

Em 2023, a empresa investiu mais de 5 milhões de dólares/dia em P&D globalmente. “O setor vive um momento de retomada, com crescimento acumulado que puxa a capacidade instalada das fabricantes”, completa a diretora de assuntos governamentais, Andrea Zámolyi Park.

Além de suprir o mercado interno por meio das distribuidoras Sotreq e Pesa, a estrutura é responsável pela exportação de produtos para mais de 120 países.

“Dentro do ciclo de investimentos de R$ 600 milhões para este ano, já inauguramos uma nova linha de transmissões, lançamos a nova série de carregadeiras médias e abrimos um novo prédio logístico”, acentua o executivo.

“A expectativa com a infraestrutura logística é enorme, com oportunidades imensas para a indústria no Brasil.”

Fundada em 6 de outubro de 1954, a operação brasileira tem papel de destaque dentre as unidades globais do grupo

ESTRATÉGIAS

Além da marca própria, a empresa também distribui produtos da SEM (Shandong Engineering Machinery), adquirida em 2013.

“Essa marca é complementar ao portfólio, voltada para um segmento sem tanta necessidade de eletrônica embarcada”, posiciona Oliveira, destacando que a SEM compartilha a rede de revenda no país.

“A SEM tem o mesmo desenho, qualidade e processos da Caterpillar. Tudo depende de entender a operação e o quê o cliente precisa.”

Para isso, a empresa se apoia em um corpo técnico que faz a ponte diretamente com a frente de trabalho.

“A tarefa da aplicação de produto é criar um elo entre fábrica, revendedor e cliente”, aponta o especialista de produto Mauricio Briones.

“Essa área recebe a informação da fábrica sobre novos produtos, desdobra para a revenda e auxilia o cliente a tirar o máximo proveito do equipamento, retroalimentando a fábrica com novas ideias provenientes do cliente.”

Reforçando a reposição, a divisão Reman já representa 56% das vendas, mas pode ir além.

“Há um grande potencial, pois nos EUA essa participação chega a 95%”, compara Fabio Zaguetti, gerente da fábrica de remanufatura da Caterpillar, destacando que a remanufatura da marca abrange cerca de 8 mil peças, sendo 5.400 oferecidas no Brasil a preços de 40% a 85% abaixo das originais.

Em termos de novidades tecnológicas para o mercado, Oliveira ressalta o lançamento mundial da solução DET (Dynamic Energy Transfer), uma tecnologia voltada para a transferência de energia durante a operação de caminhões de mineração, tanto diesel-elétricos como elétricos a bateria, assim como máquinas pesadas.

Exibida pela primeira vez na MINExpo, a tecnologia pode ser integrada ao sistema Cat MineStar e deve chegar ao país em breve.

Oliveira: 70 anos de contribuição da Caterpillar para o desenvolvimento do país

“Essa tecnologia é inovadora por possibilitar a transição de energia da mina para o equipamento, o que é feito de diversas formas, com módulos facilmente adaptáveis dentro do site, sem precisar parar o equipamento”, explica Oliveira, destacando ainda a iminente chegada de soluções autônomas.

“Dependendo do site existe essa necessidade, abrindo uma oportunidade com grandes clientes de mineração.”

Ainda como projeções, o executivo afirma que as soluções a diesel continuam em desenvolvimento, resultando em uma estrutura multiplataforma ao lado de elétricos e novas tecnologias de acionamento.

Segundo Oliveira, a estratégia em P&D é atender à necessidade do cliente, oferecendo desde um equipamento 100% elétrico até diesel-elétricos e novas soluções de energia.

“O diesel vai continuar recebendo investimentos, mas queremos ter opções mais sustentáveis e com menor emissão”, afirma o executivo, lembrando que, embora não haja obrigação legal, a marca já oferece opções Tier IV no país.

“Na transição energética, cada geração de produtos tem de ser 100% melhor que a anterior, de ponta a ponta”, arremata.

No dia 7 de outubro, a empresa concluiu as celebrações dos 70 anos de
presença no país com um evento no Museu do Ipiranga, em São Paulo

Evento – No dia 7 de outubro, a Caterpillar realizou um evento especial para celebrar os 70 anos de presença no Brasil, reunindo executivos, distribuidores, clientes e autoridades no Museu do Ipiranga (SP).

"Como líder de exportações, a Caterpillar ajudou a transformar o setor de construção pesada do país, construindo uma forte presença local que inclui instalações de produção, serviços financeiros, marketing e centros de distribuição”, comentou na ocasião o vice-presidente sênior da Caterpillar Inc., Robert Strong, que veio ao país especialmente para participar das celebrações.

"Mais de 260 modelos de equipamentos e motores são produzidos em nossas fábricas no Brasil, possibilitando a construção e manutenção de estradas, pontes e outras infraestruturas, e não apenas aqui, mas também no resto do mundo”, destacou o executivo.

Terra - SP   15/10/2024

Segundo os dados apresentados no relatório da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) a indústria de máquinas e equipamentos no Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com resultados mistos, mantendo a tendência de recuperação no mercado interno, mas enfrentando dificuldades nas exportações. Conforme informado na publicação, a receita líquida de vendas no mercado doméstico cresceu, impulsionando o setor, apesar de uma retração nas vendas para o exterior. No entanto, o estudo informa que a receita total, de R$ 27 bilhões, ainda foi 7,5% inferior ao mesmo período de 2023.

O relatório também aponta que, no acumulado do ano, a receita líquida atingiu R$ 174 bilhões, representando uma queda de 13,4% em relação ao mesmo período de 2023. O documento publicado ainda mostra que embora em retração, o resultado apresentou uma leve recuperação em comparação à queda de 14,4% acumulada até julho. O relatório mostra que esse desempenho reforça a importância do mercado interno para sustentar o crescimento do setor, já que as exportações de máquinas e equipamentos recuaram no mês.

O estudo aponta dados sobre as exportações de máquinas e equipamentos mostrando que o resultado foi marcado por uma queda de 29% em agosto em comparação com julho de 2024, e de 35,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Conforme detalhado no relatório, as exportações totalizaram US$ 946 milhões no mês, ficando abaixo da média histórica do setor. Com esse resultado, o setor acumulou uma retração de 10,4% nas exportações no ano, ampliando a queda de 5,7% observada até julho.

Por outro lado, a publicação mostra que as importações de máquinas e equipamentos registraram uma queda de 3,6% em comparação a julho, mas mantiveram estabilidade em relação a agosto de 2023. No acumulado do ano, o relatório aponta que as importações cresceram 6,9%, alcançando US$ 2,6 bilhões em agosto. O estudo revela que, apesar da queda pontual, as importações continuam em níveis historicamente elevados, impactando o espaço dos produtores locais no mercado nacional.

José Antônio Valente, diretor da empresa de franquias Trans Obra, afirmou que apesar da melhora no mercado doméstico, o setor enfrenta dificuldades significativas no comércio exterior, especialmente com a queda de 29% nas exportações em comparação com julho. Segundo ele, isso pode indicar uma dependência maior do mercado interno para sustentar o crescimento da indústria. José Antônio continuou dizendo que o cenário futuro da indústria da construção no Brasil pode ser impactado pela performance das importações e exportações de máquinas e equipamentos. "O relatório mostra que, enquanto as exportações recuaram, as importações continuam elevadas, com um crescimento acumulado de 6,9% no ano. Essa dinâmica pode reduzir a competitividade dos fabricantes nacionais no médio prazo, especialmente se o consumo interno não for capaz de sustentar o setor sozinho".

Ainda sobre o relatório, dados mostram que em termos de consumo aparente, o estudo destacou um crescimento de 1,2% em agosto em relação a julho, e de 4,4% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, no acumulado do ano, nota-se na publicação divulgada que o consumo nacional de máquinas ainda apresenta uma queda de 6%. O único setor que registrou desempenho negativo foi o agrícola, com uma retração de 24,3% nos investimentos em máquinas e equipamentos, segundo dados apresentados.

Perguntado sobre o assunto, José Antônio afirmou que em uma análise mais ampla, conforme os dados apresentados, a dependência do mercado interno para sustentar o crescimento da indústria se torna cada vez mais evidente. O especialista destaca que, sem uma recuperação mais robusta nas exportações, o setor pode enfrentar limitações na expansão de sua capacidade produtiva e no aumento da competitividade internacional. "São esses alguns dos motivos que vejo o setor de franquia de locação de equipamentos para construção civil, ter um papel importante no mercado nacional, quanto a economia nos custos de produção e manutenção no setor da indústria da construção"

José Antônio continuou dizendo que o setor de locação de máquinas e equipamentos é fundamental para a construção civil, pois desempenha um papel estratégico no aumento da eficiência e na redução de custos dos projetos. "A locação permite que empresas tenham acesso a uma ampla variedade de equipamentos modernos e especializados sem a necessidade de realizar grandes investimentos iniciais na compra de máquinas, o que é especialmente importante para pequenas e médias empresas".

O relatório conclui que a indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de agosto utilizando 76% da sua capacidade instalada, um recuo de 0,2 pontos percentuais em relação a julho, mas 0,6 pontos percentuais acima do mesmo mês de 2023. Além disso, o estudo informa que o número de empregados no setor apresentou alta de 1,2% em agosto, totalizando 394.025 colaboradores.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Money Times - SP   15/10/2024

Líder no crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal quer se preparar para um cenário de restrição das principais fontes de recursos para os financiamentos — a caderneta de poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Para isso, o banco pretende preencher uma lacuna desse setor com a ajuda do mercado de capitais. A ideia, informou o banco ao Money Times, é aproveitar e complementar os produtos tradicionais de financiamento à habitação já existentes e, desse modo, cobrir todas as fases de um empreendimento imobiliário.

“Com isso, a Caixa pode proporcionar, com o apoio de investidores, o financiamento desde a formação do land bank até eventos pós-obra (como antecipação de dividendos e refinanciamento de estoques)”, informou o banco, responsável por 68% do mercado de crédito imobiliário.

No entanto, a ideia não é “inventar a roda” e, sim, utilizar produtos já existentes para que cada vez mais o crédito dependa menos das fontes tradicionais que passam por uma fase de esgotamento. Portanto, a Caixa pretende realizar:

A Caixa e o momento do financiamento imobiliário

Especialistas dizem que o setor imobiliário passa por um momento de transição e busca alternativas no mercado de capitais para que possa, finalmente, voltar a crescer. De 2000 a 2009, o mercado saiu de cerca de 2% do PIB para um nível próximo aos 10% em 2015 e desde então se manteve no mesmo patamar.

Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que o mercado de capitais tem sido uma alternativa aos tradicionais instrumentos de funding e estão avançando.

De 2022 para cá a participação deste mercado passou de 30% para 40%. São utilizados hoje Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) e Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs), sejam separados ou até com um “mix” com a poupança.

“Este é o protagonismo desejável para o mercado de capitais, de gerar um mercado dinâmico de compra e venda de ativos imobiliários, recompondo a liquidez dos bancos para a geração exponencial de novos ativos”, diz a instituição.

A Caixa ainda lembra que a dinâmica de contratação do crédito imobiliário está diretamente relacionada com a taxa básica de juros da economia brasileira. “Apesar do viés de alta da Selic, a Caixa contratou, em setembro de 2024, aproximadamente 23% a mais do que contratou em setembro de 2023, média puxada pela participação do FGTS, que no seu mercado, cresceu quase 34% a mais do que no ano anterior (comparação entre setembro de 2024 e setembro de 2023)”.

Na esteira destas inovações, a Caixa Econômica Federal também irá reduzir o valor de financiamento para imóveis a partir do dia 21 de outubro.

Recentemente, o banco enviou um comunicado aos agentes imobiliários informando as novas regras que valem tanto para imóveis usados, novos, comerciais, lotes urbanizados e até construção individual. As novas instruções valem para Sistema de Amortização Constante (SAC) e para a tabela Price.

Na prática, aqueles que quiserem adquirir um imóvel precisará ter 30% do valor do imóvel e não mais os 20% anteriormente em vigor. Além disso, não será possível ter mais de um financiamento ativo pela Caixa.

“Considerando a demanda observada e o orçamento para crédito habitacional aprovado para o ano de 2024, com crescimento da carteira estimado entre 8% e 12%, prevemos que nossa carteira irá superar o limite máximo projetado para o período”, avalia a Caixa.

NAVAL

InfraRoi - SP   15/10/2024

O governo de São Paulo abriu uma consulta pública para a implantação de um novo terminal no Porto de São Sebastião, com investimentos estimados em R$ 660 milhões. A iniciativa permitirá a modernização e otimização da infraestrutura administrada pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), empresa pública vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil).

O arrendamento do terminal SSB01 prevê a realização de obras em uma área operacional de 262 mil m², em terra e a construção de um novo píer com dois berços de atracação de navios. As obras vão quadruplicar a capacidade de carga movimentada pelo Porto. O investimento será feito pelo parceiro privado que vencer a licitação. O contrato terá prazo de 35 anos.

Neste modelo, o poder público cede as áreas para que o investidor privado instale a infraestrutura necessária para a operação dos novos espaços portuários. No caso de São Sebastião, haverá uma nova infraestrutura de atracação de navios, com, pelo menos, dois berços, um sistema de recepção e expedição rodoviária para os caminhões de carga e estrutura de armazenagem para pelo menos 190 mil toneladas de produtos.
Expectativas com novo terminal no Porto de São Sebastião

A expectativa da Companhia Docas de São Sebastião é de que o porto passe a ter uma capacidade de movimentação de pelo menos 4,3 milhões de toneladas anuais, quadruplicando o volume. Um dos pontos positivos que vão atrair este movimento é a profundidade natural do canal de acesso, o que permite que navios de grande porte o utilizem para o transporte de cargas. A nova área também estará apta a receber diversos tipos de carga, como granéis sólidos, carga geral e contêineres.

A região também conta com acesso facilitado pela rodovia dos Tamoios, que está interligada aos principais acessos do estado de São Paulo, a proximidade com a malha ferroviária e com o Aeroporto Internacional de São José dos Campos. Ainda neste ano será inaugurado o Contorno Sul, conjunto viário que vai facilitar ainda mais a entrada e saída de veículos no Porto.

As contribuições para o processo de arrendamento podem ser realizadas até o dia 28 de novembro, no site da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Números do porto

Administrado pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), empresa vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o Porto de São Sebastião é uma delegação federal ao Governo do estado de São Paulo, sendo, portanto, um porto público.

No primeiro semestre de 2024, a movimentação de cargas no Porto bateu recorde histórico. Ao todo, foram movimentadas 760 mil toneladas, 57% mais que no mesmo período de 2023.

Os principais produtos de importação são: barrilha, sulfato de sódio, malte, cevada, trigo, produtos siderúrgicos, máquinas e equipamentos, bobinas de fio de aço e cargas gerais. Enquanto que para exportação são: açúcar, peças, máquinas e equipamentos, coque de petróleo, produtos siderúrgicos e cargas gerais.

PETROLÍFERO

Valor - SP   15/10/2024

Preços de novas plataformas estão insustentáveis, diz presidente da Petrobras

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse ontem que os preços para construção de novas plataformas estão ficando “elevados demais, insustentáveis”, e podem inviabilizar a produção de petróleo em áreas que não possuem o mesmo potencial de regiões como o pré-sal.

Chambriard disse estar enviando um recado ao mercado contra os altos preços para encomendar novas plataformas, e voltou a defender a formação de uma cadeia local para atender às demandas da Petrobras. Ela disse que a empresa está sendo criativa para buscar alternativas contra a inflação de custos que tem acometido o setor de óleo e gás nos últimos anos, o que inclui o novo plano da empresa de revitalizar plataformas que estão perto do fim da vida útil.

“São valores intoleráveis em termos de plataformas com capacidade de produzir 100 mil, 120 mil barris de petróleo por dia”, disse Chambriard a jornalistas, em café da manhã como parte das comemorações dos 71 anos da criação da estatal.

A diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse que plataformas caras inviabilizam acumulações menores, diferente do pré-sal, onde campos gigantes ainda tornam viáveis contratações de navios-plataformas (FPSO, na sigla em inglês) da ordem de US$ 4 bilhões.

Anjos ressaltou que há alguns anos plataformas com capacidade de processar 100 mil barris por dia custavam em torno de US$ 2 bilhões a US$ 2,5 bilhões. Anjos e Chambriard ressaltaram que a Petrobras passou a estudar “retrofit” de plataformas em operação que ao fim da vida útil seriam desmanteladas.

Os estudos buscam trazer conclusões sobre a viabilidade técnica, econômica e operacional da adequação das plataformas para aplicação em novos projetos de produção de óleo e gás da companhia. Essa adequação seria feita, a princípio, em estaleiros nacionais.

Chambriard defendeu a formação de uma cadeia local de fornecedores que possa atender à demanda da estatal, nos moldes do que a empresa tenta fazer com a indústria naval para o fornecimento de barcos de apoio. A presidente da Petrobras ressaltou ainda que a companhia autorizou a licitação para 22 barcos de apoio que contem com pelo menos 40% de conteúdo local.

A descoberta do pré-sal, em 2006, ressuscitou o setor naval e offshore, com a construção e a modernização de grandes estaleiros. Foram construídas novas unidades na Bahia, Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul para atender a demanda da Petrobras para construção de sondas de perfuração e plataformas de petróleo. Porém, o setor foi alvo de denúncias de corrupção, e a exigência de elevados percentuais compulsórios de conteúdo local atrasou projetos, elevou preços e dificultou a contratação de fornecedores que atendessem aos requisitos exigidos. Vários estaleiros entraram em recuperação judicial.

Chambriard e Anjos destacaram que pelo menos quatro plataformas estariam no alvo da empresa para retrofit: P-19, P-35, P-37, P-47. “Estamos buscando parcerias para viabilizar [a revitalização de] plataformas, o que vai reduzir licitações. Isso traz economicidade enorme e vantajosidade nos resultados”, disse a diretora de exploração e produção. “Estamos com preços muito elevados, precisamos de preços mais em conta, sob pena de deixarmos reservas para trás. Nosso dinheiro não nasce em árvore”, acrescentou Chambriard.

Valor - SP   15/10/2024

Entidade espera agora que a demanda cresça 1,93 milhões de barris por dia este ano e 1,64 milhões de barris por dia em 2025, face aos 2,03 milhões e 1,74 milhões de barris por dia esperados anteriormente

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu ainda mais a sua previsão para o crescimento da demanda de petróleo, à medida que se prepara para trazer de volta mais produção ao mercado, apesar dos preços globais mais fracos.

A entidade, com sede em Viena, espera agora que a demanda cresça 1,93 milhões de barris por dia este ano e 1,64 milhões de barris por dia em 2025, face aos 2,03 milhões e 1,74 milhões de barris por dia esperados anteriormente. Isto marca a terceira revisão descendente consecutiva do grupo.

A demanda ainda se mantém, em geral, em níveis saudáveis – bem acima da média histórica de 1,4 milhões de barris por dia registrada antes da pandemia – impulsionada por viagens aéreas e mobilidade rodoviária, bem como por atividades industriais, de construção e agrícolas, todos em níveis aquecidos, afirmou a Opep.

O cartel reduziu a sua previsão de crescimento chinês para 580 mil barris por dia este ano, face às expectativas anteriores de um crescimento de 650 mil barris por dia. Estima-se que a demanda mundial total atinja 104,1 milhões de barris por dia em 2024 e 105,8 milhões no ano seguinte.

O relatório desta segunda-feira (14) foi divulgado no momento em que os preços do petróleo anularam quase todos os ganhos obtidos na semana passada com as preocupações persistentes com a demanda de combustível na China, principal importador de petróleo, depois de o país não ter fornecido detalhes sobre a dimensão de um pacote de estímulo para reanimar a sua economia. O petróleo Brent, referência internacional do petróleo, é atualmente negociado em torno de US$ 77 o barril, enquanto o Brent está em torno de US$ 74 o barril.

Ainda assim, os mercados permanecem nervosos à espera da resposta de Israel à barragem de mísseis do Irã, temendo que esta possa atingir a infraestrutura petrolífera e potencialmente causar grandes perturbações em toda a região. O prêmio de risco geopolítico do petróleo é, no entanto, mitigado pela falta de perturbações materiais até agora e pela ampla capacidade disponível da Opep.

Globo Online - RJ   15/10/2024

Ao destacar a necessidade de a Petrobras ser mais ágil e eficiente, Magda Chambriard, presidente da estatal, deu detalhes do novo plano de negócios da companhia, que será anunciado em novembro e contempla o período de 2025 a 2029. A executiva citou a ampliação da capacidade de refino para reduzir a importação, a busca por mais plataformas e o avanço em projetos renováveis, como o hidrogênio verde. Citou ainda parceria com a Vale para estimular o consumo de combustíveis renováveis.

Ela participou, junto com outros diretores da estatal, na manhã desta segunda-feira, de um café da manhã com jornalistas, em comemoração ao mês de aniversário da empresa, que neste ano celebra 71 anos de fundação.

— Ainda não fechamos o novo plano de negócios. Comparado ao ano anterior, não será o dobro nem a metade. O número não está fechado. Vamos buscar energias renováveis. Uma coisa que não podemos deixar de observar é que, quando falamos de transição energética, estamos falando de moléculas e elétrons. Vamos tentar desenvolver as coisas mais rapidamente. Queremos uma Petrobras mais ágil e mais eficiente. Todo petróleo conta.

Magda também ressaltou que o novo plano vai incluir o reaproveitamento das plataformas, pondo fim ao plano de descomissionamento das unidades.

— Não gostamos de descartar o que pode ter um reaproveitamento mais nobre em prol da indústria naval brasileira. O plano ainda não está fechado, mas teremos embarcações com conteúdo local e renovação no desenvolvimento de fornecedores, tanto no Brasil quanto no exterior. Tudo isso está sendo tratado no âmbito do plano.

Parceria com a Vale

Magda lembrou que a Petrobras vai anunciar uma parceria com a Vale para estimular o uso de diesel e bunker (combustível marítimo) com conteúdo renovável nas frotas das duas empresas.

— Estamos firmando uma parceria com a Vale em prol da descarbonização. Temos o nosso ‘chuchuzinho’ (diesel R5, com 5% de conteúdo renovável). Imagine a frota da Petrobras e da Vale com combustível 100% renovável e como isso repercute no Brasil. Imagine um bunker (combustível marítimo) com 24% de conteúdo renovável.

Ampliação de refinarias

Magda destacou que a companhia vai aumentar a capacidade de refino no Brasil. Segundo ela, o objetivo é “reduzir as importações”.

— Temos a finalização, entre outubro e novembro, da construção do primeiro trem da Rnest. Será uma capacidade adicional de diesel, com aumento de 25 mil barris por dia. Temos ainda o segundo trem (unidade) da Rnest, em Pernambuco.

Magda também mencionou a retomada do antigo Comperj, no Rio de Janeiro, que hoje se chama Complexo de Energias Boaventura, inaugurado recentemente pelo presidente Lula.

— Estamos projetando um polo que vai aumentar a produção de derivados em 50% no Rio de Janeiro.

Magda disse ainda que a Petrobras vai elevar de cinco para dez o número de refinarias que produzirão diesel renovável.

— Seremos parceiros e vamos comprar óleo vegetal do agronegócio. Hoje, cinco refinarias já produzem diesel renovável. E vamos chegar a dez unidades.

Conversas com Mubadala

Segundo William França da Silva, diretor de Processos Industriais e Produtos da estatal, o novo plano não prevê novas refinarias. O plano inclui ainda modernizações nas unidades atuais. A meta é aumentar a produção de refino em 260 mil barris por dia.

— Queremos reduzir a necessidade de importação. Não temos interesse na Reman (no Amazonas, vendida para a Atem em 2022), que está sendo usada como terminal. Mataripe (vendida para os árabes da Mubadala Capital em 2021) é outro negócio que está sendo avaliado. Se tudo correr bem, e for interessante para a companhia, podemos negociar com eles.

Margem Equatorial

De olho na ampliação das reservas de petróleo, Sylvia dos Anjos, diretora de Exploração e Produção, disse que a meta é buscar novas reservas.

— Estamos em busca de reservas. No poço da Margem Equatorial (na Bacia do Foz do Amazonas, que depende do aval do Ibama), já poderíamos ter uma avaliação da região. Descobrimos gás na Colômbia e também tivemos descobertas no Rio Grande do Norte. Estamos analisando todos os blocos para fomentar novas descobertas.

Sobre o aval do Ibama para perfuração na Foz do Amazonas, Sylvia se mostrou confiante. Clarice Coppetti, diretora de Assuntos Corporativos, afirmou, por sua vez, que espera um retorno ainda neste ano.

— Apresentamos uma proposta no dia 2 de agosto para uma nova base de fauna em Oiapoque, que será montada em janeiro de 2025, e está em análise no Ibama. Todos os pontos foram respondidos. Fechamos todos os itens levantados pelo próprio Ibama. Esperamos que, em 2024, tenhamos um retorno da equipe técnica.

Sylvia lembrou que, devido à demora para obter a licença, a empresa entrou em agosto com um pedido na Agência Nacional do Petróleo (ANP) para prorrogar o prazo exploratório.

— Pedimos a postergação porque ainda não conseguimos a licença. Esse bloco foi adquirido em 2013 e tivemos que fazer renovações do pedido. A ANP acatou a solicitação.

Potencial em Pelotas

Magda também mencionou os investimentos em Pelotas, na costa do Rio Grande do Sul, que tem correlação com a Namíbia, na África, onde há um potencial de 11 bilhões de barris de reservas.

— Alguns chamam a Namíbia de nova Guiana. Isso traz potencial para Pelotas. Se a Namíbia pode, Pelotas também pode.

São 29 blocos adquiridos na região, segundo Sylvia. Nesta segunda-feira, a Petrobras informou que celebrou os três contratos de concessão restantes do 4º Ciclo de Licitações da Oferta Permanente, adquiridos em parceria com a Shell e a CNOOC, no leilão realizado pela ANP em dezembro de 2023. O consórcio terá a Petrobras como operadora, com participação de 50%, tendo como parceiras a Shell e a CNOOC, com participações de 30% e 20%, respectivamente.

— Estamos na fase de avaliação sísmica e vamos acelerar o processo — afirmou a diretora.

Plataformas

Magda detalhou os planos para as plataformas. Ela citou que a FPSO Maria Quitéria, de 100 mil barris, que vai operar no campo de Jubarte, entrará em operação ainda este mês. A previsão anterior era que isso ocorresse no próximo ano.

— A FPSO Almirante Tamandaré, com capacidade de 225 mil barris por dia, destinada ao campo de Búzios, já está a caminho do Brasil. Esperamos que entre em operação no final deste ano ou início do próximo. A produção no Brasil está aumentando. Temos mais seis plataformas para o campo de Búzios e estamos trabalhando na P12, que aumentará a produção de gás em Búzios.

Magda disse estar incomodada com a produção em Campos. Por isso, a estatal iniciou um grupo de trabalho para reavaliar o descomissionamento das plataformas, visando aumentar a produção.

— Campos pode produzir nos próximos 50 anos a mesma quantidade que já produziu. Estamos voltados para o melhor aproveitamento da Bacia de Campos. Iniciamos estudos internos para reavaliar o descomissionamento das plataformas P35, P37, P47 e até da P19. Vamos ver se conseguimos aproveitar essas unidades para gerar maior valor para os acionistas. Isso é um estudo, não uma promessa.

Ela também mencionou o contrato para a construção das plataformas P84 e P85, destinadas a Sépia e Atapu, com capacidade de 225 mil barris por dia, o que, segundo ela, “inaugura a era das plataformas gigantes no Brasil”. Além disso, a companhia pretende iniciar a licitação para duas unidades em Sergipe-Alagoas em novembro e, hoje, abriu a licitação para a construção de uma unidade para os campos de Marlim Leste e Sul.

Dividendos

Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, não descartou a distribuição de dividendos extraordinários durante o novo plano de negócios da estatal.

— Vamos buscar um caixa mínimo. No último plano (2024 a 2028), era de US$ 8 bilhões, mas transitamos com um valor maior. Para o novo plano, esse número pode variar. O que for considerado excesso de caixa será distribuído como dividendo extraordinário.

Fertilizantes

Em relação a outras áreas de negócios, Magda afirmou que, em fertilizantes, haverá a retomada da Ansa, no Paraná. Segundo ela, a unidade terá capacidade de produção de 700 mil toneladas por ano, o que corresponde a 10% da demanda de fertilizantes nitrogenados no Brasil.

Monitor Digital - RJ   15/10/2024

A China Petrochemical Corporation (Sinopec Group), a maior refinadora de petróleo do país, anunciou que seu Campo Petrolífero de Shengli, impulsionado por avanços tecnológicos, estabeleceu um novo recorde de produção diária de petróleo de xisto em um único poço na China.

Um total de 94 poços horizontais de petróleo de xisto foi construído na zona de demonstração nacional de petróleo de xisto de Jiyang, de propriedade do Campo Petrolífero de Shengli, na Província de Shandong, leste da China, desde que foi estabelecida, há dois anos; entre eles, 36 poços atingiram um pico de produção diária de petróleo superior a 100 toneladas, com um máximo de 262,8 toneladas em um único poço, informou o Science and Technology Daily no sábado.

Os avanços foram obtidos com a força motriz das inovações tecnológicas, de acordo com Yang Yong, gerente-geral do Campo Petrolífero de Shengli da Sinopec.

O petróleo de xisto refere-se principalmente a hidrocarbonetos líquidos que estão presos em formações de rocha de xisto que podem ser extraídos para refino. Geralmente é encontrado em xisto rico em orgânicos e em finas camadas intermediárias de rochas carbonáticas, arenitos e siltitos.

A China tem recursos abundantes de petróleo de xisto, que são principalmente de petróleo de xisto continental, dificultando a exploração e a produção.

Em comparação com as reservas de petróleo de xisto da América do Norte, as de Jiyang estão enterradas mais profundamente e têm menor maturidade, o que representa uma série de desafios para a exploração e o desenvolvimento, disse Yang.

A equipe de inovação tecnológica do Campo Petrolífero de Shengli superou dificuldades na exploração, como alta temperatura, alta pressão e infiltração simultânea em reservatórios de petróleo de xisto.

Eles desenvolveram uma tecnologia de perfuração rápida centrada em sistemas de fluido de perfuração de base sintética, permitindo a perfuração eficiente de poços horizontais com profundidades superiores a 3,3 mil metros e seções horizontais com mais de 2 mil metros. O ciclo de perfuração foi reduzido de 133 dias para 29,5 dias, observou Yang.

Estima-se que os recursos de petróleo de xisto em Jiyang somem 10,5 bilhões de toneladas. A zona de demonstração de Jiyang, a terceira do gênero na China, após as de Xinjiang e Daqing, registrou uma produção diária de petróleo de 1,6 mil toneladas e uma produção acumulada de petróleo superior a 800 mil toneladas.

Valor - SP   15/10/2024

Ao completar 50 anos em novembro, área pioneira da produção offshore pode passar por revitalização

Magda Chambriard, da Petrobras: “Foco nas oportunidades que a bacia oferece” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A Petrobras avalia que a Bacia de Campos (RJ) pode permitir a extração de petróleo, nos próximos 40 a 50 anos, em volumes semelhantes aos que a região produziu até hoje. A presidente da petroleira, Magda Chambriard, disse nesta segunda-feira (14) que a empresa está “incomodada” com a produtividade da Bacia de Campos, a mais antiga região marítima produtora de óleo e gás no país. Em café da manhã com jornalistas, a executiva afirmou que a estatal pretende investir na revitalização da área, que sofre um declínio natural da produção nos últimos anos.

A mensagem reforça a ênfase que a nova gestão da companhia dará ao crescimento da produção de petróleo e gás e à reposição de reservas, o que passa também pela abertura de novas fronteiras exploratórias. Como mostrou o Valor na semana passada, especialistas têm a expectativa de que o novo plano estratégico da Petrobras, a ser divulgado em novembro, mantenha a prioridade nos hidrocarbonetos, deixando fontes renováveis como solar e eólica em segundo plano.

Ontem, Chambriard afirmou: “Vamos buscar renováveis, vamos fazer molécula [mistura de biocombustíveis na gasolina e no diesel] e elétrons [fontes solar e eólica].” Ela defendeu os projetos para a transição energética, em especial os de biocombustíveis, e disse que há espaço para a empresa se tornar carbono zero antes do prazo, em 2050. Mas ressalvou um princípio da atual gestão, segundo a qual “cada gota de petróleo é importante.”

A Bacia de Campos completa 50 anos em novembro. Em 1974, foi descoberto na região o primeiro campo com volume comercial, o de Garoupa, seguido por Namorado e Enchova. Foi neste último que teve início a produção comercial, em 1977. À medida que a Bacia foi ficando mais madura, a Petrobras desenvolveu outras reservas, em Santos, onde se concentram os campos do pré-sal.

Chambriard disse que a empresa criou grupo de trabalho para estudar como aumentar a produtividade e estender a vida útil dessas jazidas. “Claro que [será revitalizada] sem o pico de produção que ela já teve, mas estaremos voltados para o melhor aproveitamento e para as melhores possibilidades de produção que essa bacia nos dá.”

O aumento da produção passa pela entrada em operação de novas unidades. Ontem, a Petrobras lançou edital para construção da plataforma P-86, que será chave na revitalização dos campos de Marlim Sul e Marlim Leste, na Bacia de Campos. Essa plataforma será construída pelo modelo conhecido como “EPC”, segundo o qual o fornecedor realiza todas as etapas do projeto e entrega a plataforma para operação, disse a diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos.

A Bacia de Campos é a segunda maior do Brasil, representa 18% da produção nacional e produz, em média, 661,6 mil barris de óleo equivalente por dia, conforme dados de agosto da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A região está atrás apenas da Bacia de Santos, que representa 79% do total produzido no país, com 3,4 milhões de barris de óleo equivalente por dia.

Fonte do setor afirma que Chambriard tem razão em querer estender a produção da bacia. “Ainda dá para tirar muito petróleo da Bacia de Campos. A fração recuperada [parte das reservas que foi produzida] é baixa em relação à média internacional.” A extensão da vida útil dos campos pode ser feita, por exemplo, via “retrofit” de plataformas.

Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), diz que a iniciativa faz sentido, mas ficam dúvidas. “É uma boa ideia, mas talvez não para uma empresa do tamanho da Petrobras. Tenho dúvidas se isso vale a pena. O custo operacional de uma 'major oil' [grande petroleira] é muito alto, pode não fazer sentido para ela [gastar dinheiro em recuperação de campos].”

Rodrigues reforça que é necessário tomar cuidado para que a tentativa de revitalizar a bacia não seja somente com base em viés ideológico. “As vendas de ativos nos últimos anos possibilitaram o surgimento de novas empresas e até o aumento da produção nacional. São empresas que têm negócios diferentes da Petrobras.” O atual governo suspendeu vendas de ativos que estavam encaminhadas pela gestão anterior.

Chambriard disse que a empresa tem perspectiva de aumentar a produção de petróleo com a entrada em operação de novas plataformas. O navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Maria Quitéria, situada no Campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, deve iniciar operação comercial este mês, antecipando o cronograma em relação à previsão original, no primeiro trimestre de 2025. Outro FPSO, Almirante Tamandaré, no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, tem previsão de começar a operar entre a segunda quinzena de dezembro e o início de janeiro. O FPSO Duque de Caxias entra em operação este ano.

Petro Notícias - SP   15/10/2024

A Bacia de Campos vai ganhar uma nova plataforma. A Petrobrás lançou oficialmente hoje (14) o edital para a contratação do FPSO P-86, que fará parte do projeto de revitalização dos campos de Marlim Sul e Marlim Leste. A abertura dos envelopes com as propostas das licitantes deverá acontecer somente no dia 8 de abril do próximo ano. Contudo, como se tem visto em recentes licitações da petroleira, é possível que haja a postergação desse prazo. A documentação completa do edital (nº 7004319880) está disponível no site da Petronect.

O modelo escolhido para a contratação da embarcação foi o BOT (Build-Operate-Transfer), no qual a licitante vencedora constrói e opera o navio por um período inicial e, posteriormente, transfere a planta para a petroleira. A escolha pelo modelo se deu, de acordo com a Petrobrás, por conta das dificuldades de financiamento encontradas pelos fornecedores, o que inviabilizaria a opção pelo formato de afretamento.

Em paralelo, a companhia também criou um grupo de trabalho interno para discutir meios para aumentar a produtividade da Bacia de Campos, área que completará 50 anos de produção no mês de novembro. Atualmente, segundo a presidente da empresa, Magda Chambriard (foto), a produtividade na bacia é de 17%. Como já noticiamos, a Petrobrás também antecipou a previsão do início de produção do FPSO Maria Quitéria, na porção capixaba da Bacia de Campos, para o mês de outubro. Anteriormente, a unidade só teria o seu primeiro óleo em 2025.

Olhando para outras bacias, a Petrobrás deve lançar novas licitações para a contratação das duas plataformas do projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP). Segundo a diretora de Exploração e Produção da empresa, Sylvia Anjos, a ideia é apresentar o edital ao mercado em até 15 dias. Como já noticiamos, as tentativas anteriores de contratar as unidades SEAP I e SEAP II não foram bem sucedidas.

Já no pré-sal da Bacia de Santos, a ideia da petroleira é colocar em operação o FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, ainda neste ano ou, no máximo, no início de 2025. Enquanto isso, o FPSO Duque de Caxias, no campo de Mero, também deve começar sua operação ainda em 2024, mas ainda sem uma data definida.

Agência Brasil - DF   15/10/2024

A Petrobras reduzirá o preço do gás natural para as distribuidoras em 1,41% a partir de novembro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, que destacou ainda a queda de 17% no preço do produto desde 2023.

Ele lembrou que o gás natural é uma parte importante da transição energética e afirmou que o governo e a Petrobras têm como objetivo preços competitivos para consumidores para ajudar na massificação do gás, um elemento importante do programa brasileiro porque emite menos que os outros combustíveis fosseis.

“Então, agora em novembro, acabei de ter essa informação, a gente vai reduzir em 1,41% o preço do gás por conta do câmbio pela cotação do Brent em relação ao trimestre anterior, lembrando que, desde 2023, já foram reduzidos de 17% do preço do gás desde janeiro de 2023, isso no governo Lula, mais de 1,41% agora neste trimestre. É uma mudança e um movimento importante”, disse, acrescentando que os contratos são trimestrais.

O anúncio foi feito durante café da manhã, nesta segunda-feira (14), com a presença da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e outros diretores da companhia.
Diversificação maior

Tolmasquim informou, ainda, que a diretoria da companhia aprovou agora em outubro novas ofertas de contratos de gás de distribuidoras com uma diversificação maior.

“As distribuidoras podem fazer um tipo de contrato jogando com flexibilidade, prazos, início de fornecimento, local de entrada e indexador. Jogando com essas variáveis a gente tinha 20 possibilidades de combinação de contratos anteriormente. Esse novo pacote aprovado pela diretoria faz passar de 20 para 48 possibilidades para as distribuidoras”, detalhou.

Além do preço competitivo, o diretor considerou interessante a aprovação de um prêmio de incentivo à demanda. Nesse prêmio haverá um preço 10% inferior ao preço de referência para consumos que sejam acima do compromisso do cliente.

“Se o cliente tinha um valor para compromisso mínimo e ultrapassar o compromisso, tem que ter uma redução de 10% no preço de referência. Isso também vai nesse sentido da política de dar mais acesso ao gás”, revelou, destacando que a medida vale para as distribuidoras.
Produção pode aumentar

A presidente da Petrobras disse que a companhia tem muita expectativa com a produção do Complexo de Energias Boaventura, que já se chamou Comperj. Inaugurado em setembro com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o polo, explicou Magda Chambriard, além de termelétrico, pode aumentar em 50% a produção de derivados no estado do Rio.

Ela afirmou, a seguir, que a empresa está analisando poços de petróleo que - em uma avaliação anterior - podem ter sido considerados como ponto de não exploração de gás por questões de interpretações diversas.

“A gente tem isso na Bacia de Campos, a gente tem isso no Campo de Búzios, então a Petrobras está indo na direção da busca de mais gás para a sociedade. Se a gente tiver mais gás a gente tem chance de ter gás mais barato, aproveitar mais o gás e consegue endereçar o gás para tudo o que o país precisa, como fertilizantes, petroquímicos e química em geral. A gente fica muito impressionado de ver uma indústria química que precisa do nosso gás e que o gás, às vezes, é cerca de 40% do custo do produto final. A gente tem um gás caro e não consegue ofertar na medida da necessidade”, explicou.

“A última vez que eu olhei, a indústria química estava trazendo um déficit de US$ 60 bilhões na balança comercial brasileira. Então, imaginem o tamanho dessa demanda por gás e que a gente tem chance de endereçar aqui na Petrobras e tenho certeza que vamos conseguir”, revelou.

A presidente informou, também, que o mercado livre de gás já conta atualmente com seis empresas, entre elas, a Ternium, a CSN e a Gerdau e a previsão é aumentar.

“Logo no início do ano serão sete os nossos clientes no mercado livre de gás e o mercado vai se ampliando. A Petrobras vai ocupando esse espaço e vai barateando o gás para a gente poder viabilizar esse imenso mercado de gás que pode acontecer no Brasil. A gente entende que, com um preço adequado de gás, o mercado de gás brasileiro pode triplicar em termos de capacidade e de absorção de gás. É isso que estamos buscando. É o que estamos buscando [também] com fertilizantes e petroquímica. Tem gente que diz assim: ‘Vocês estão querendo dar gás barato?’. Não. Estamos querendo ganhar em escala e fazer dinheiro com este mercado que é imenso e é nosso. A gente não quer abrir o mercado para ninguém, não. O mercado que a gente puder ocupar a gente vai ocupar”, concluiu.

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