Monitor Digital - RJ 22/10/2024
No começo de setembro, as grandes companhias siderúrgicas dos Estados Unidos exigiram de seu governo o retorno de tarifas antidumping sobre a importação de aço laminado plano resistente à corrosão do Brasil.
O governo americano revogou o direito antidumping (de sobretaxa das importações) no início do ano, sobre tubos soldados de aço do Brasil, que vigorava desde 1992.
Uma nova sobretaxa afetaria todos os exportadores brasileiros de aço galvanizado, uma vez que essa é uma das categorias primordiais de aço que exportamos e que os EUA são o nosso principal importador desse produto. O aço galvanizado é utilizado nos setores automotivo, de construção civil e de eletrodomésticos.
Os principais empresários do setor nos EUA citam, no documento entregue ao governo americano, as companhias brasileiras CSN, Usiminas, ArcelorMittal, Aço Cearense, Tuper Indústria Metalúrgica e Armco do Brasil (esta última, subsidiária da matriz americana), além da Vale, que não fabrica aço desde 2022. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a CSN seria a mais afetada, sendo a principal exportadora brasileira de aço galvanizado para os EUA.
No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou 135,6 mil toneladas desse tipo de aço para os EUA, um aumento de 17,7% em comparação ao mesmo período de 2023.
Além do Brasil, os conglomerados de aço estadunidenses exigem medidas governamentais contra as importações provenientes do México, Canadá, Holanda, Turquia, África do Sul, Emirados Árabes, Vietnã, Taiwan e Austrália.
Mas os Estados Unidos já impõem sérias ações antidumping contra os produtos brasileiros, independentemente do resultado do pedido das siderúrgicas locais. De acordo com o Valor Econômico, em 2023 os EUA importaram cerca de US$ 233 milhões em produtos brasileiros sujeitos a essas medidas, sendo o país com mais ações protecionistas contra o Brasil.
Do valor total de importações sujeitas a medidas antidumping e compensatórias, 71% são de produtos da indústria de transformação e 29% da agropecuária. A Fiesp avalia que 83% das exportações afetadas por essa política em 2023 estavam concentradas em produtos como fio-máquina carbono, cercas de aço, mel natural e folhas de alumínio. O setor mais afetado é precisamente a siderurgia, seguido pelo de alumínio.
O caso das medidas antidumping contra o Brasil é apenas um exemplo da política cada vez mais protecionista adotada pelo governo Biden. A China tem sido, de longe, o país mais afetado, mas isso revela a pressão interna dos gigantescos conglomerados industriais dos Estados Unidos por uma mudança de política econômica diante do desastre neoliberal de proporções bíblicas que acometeu a maior parte da indústria americana nas últimas décadas. Donald Trump, que pode ser o próximo presidente, é conhecido justamente por defender uma prática comercial extremamente protecionista.
Aliás, Trump já havia imposto uma tarifa de 25% sobre a importação do aço brasileiro em 2018, acusando os nossos exportadores de serem uma “ameaça à segurança nacional dos EUA”. Na verdade, parece que a própria existência de alguns países ou empresas é uma “ameaça à segurança nacional”, na visão dos pobres americanos.
Barack Obama utilizou essa mesma fraseologia como desculpa para impor as criminosas sanções econômicas contra a Venezuela, em 2015 — causa principal da crise que se abateu em seguida sobre o país caribenho. Na mesma época, os EUA roubaram (essa é a expressão mais exata para a ação dos EUA) a CITGO, subsidiária da PDVSA venezuelana na América do Norte.
Claro que os EUA sempre estão sendo ameaçados, coitadinhos. Eles, por outro lado, são santos que nunca ameaçam ninguém. Invadem países e fazem guerras para se protegerem, ainda que a “ameaça” seja um pequeno país do outro lado do mundo, como a Coreia, o Vietnã, a Palestina ou o Irã.
Os EUA organizaram e patrocinaram o golpe de Estado em 2016, que destruiu as maiores empresas nacionais em áreas-chave como petróleo, gás, construção civil e alimentação, e abriu o mercado brasileiro para o saque das empresas americanas, concorrentes das brasileiras. Talvez ele também tenha sido descrito em algum documento secreto a ser revelado algum dia como uma defesa contra a “ameaça à segurança nacional dos EUA”.
A destruição da indústria nacional, que hoje representa menos de 10% do nosso PIB (o índice mais baixo em quase 80 anos), proporcionada pela Operação Lava Jato, que retirou mais de R$ 172 bilhões em investimentos do nosso país, foi apenas um episódio corriqueiro, não é? Natural. Afinal, os Estados Unidos nos fazem de colônia há cem anos.
Washington também promoveu o golpe de 2016 para, além de eliminar a concorrência das empresas e produtos brasileiros, minar seus rivais chineses, que vinham firmando importantíssimas parcerias comerciais com o Brasil, de benefício mútuo. Quem se lembra das pressões sufocantes e desleais para que o Brasil trocasse o 5G da Huawei pelas companhias dos EUA, pouco depois do golpe?
As grandes potências imperialistas sempre foram adeptas da mais profunda hipocrisia. O seu próprio crescimento industrial, que as fez grandes nações imperialistas, só foi possível por meio de intensa política protecionista, ao mesmo tempo em que abriam mercados pela força dos canhões, como na Guerra do Ópio contra a China, para escoar sua produção.
Tais medidas que estão sendo tomadas pelos EUA são extremamente prejudiciais ao Brasil. A guerra na Ucrânia havia feito com que a União Europeia aumentasse em 830% a importação do aço brasileiro. Em 2021, o Brasil representava apenas 2% das importações de aço da UE, e em 2022 esse índice subiu para 15%. Agora, ainda segundo a Fiesp, a sobretaxa nas tarifas executada pelos EUA pode forçar a redução dos preços das exportações brasileiras.
Essa é a velha política imperialista, aproveitando-se de seu predomínio sobre o Brasil — graças à imposição a nós do “livre mercado”!
Mas o que fazer, já que os Estados Unidos são o principal importador de aço galvanizado do Brasil? Pois é, a situação de exploração é tal que a semicolônia não tem muito para onde fugir. Uma alternativa seria aprofundar as parcerias com outros países importadores.
Isso teria um importante peso geopolítico. Sete dos 10 países que mais importam esse tipo de aço do Brasil estão na América Latina e no Caribe, e um outro (os Emirados Árabes) agora é membro dos Brics.
Diante de mais uma expressão do jugo ao qual o Brasil está submetido pelos EUA, cabe ao país que pretende se libertar minimamente adotar uma postura soberana e procurar quem tenha interesse em fazer negócios conosco em vez de nos subjugar. Ou seja, cabe buscar verdadeiros parceiros comerciais, cuja parceria contribua para o desenvolvimento da indústria nacional em vez de significar uma subordinação que causa mais danos do que benefícios.
Eduardo Vasco é jornalista especializado em política internacional, foi correspondente na guerra da Ucrânia e escreveu os livros-reportagem O povo esquecido: uma história de genocídio e resistência no Donbass e Bloqueio: a guerra silenciosa contra Cuba.
Valor - SP 22/10/2024
Os parceiros planejam começar a produzir chapas de aço eletromagnético na Índia em 2027
A siderúrgica japonesa JFE Steel vai adquirir uma fabricante indiana de aço de alto desempenho utilizado em transformadores, em conjunto com a empresa indiana JSW Steel, por cerca de US$ 480 milhões até o fim de 2025.
O acordo foi anunciado na sexta-feira passada. Os compradores esperam atender à demanda resultante das melhorias na infraestrutura.
As empresas vão adquirir a subsidiária indiana da ThyssenKrupp, um importante fornecedor de aço alemão que é o único produtor de aço elétrico orientado a grãos na Índia. Suas vendas anuais mais recentes foram de 12,7 bilhões de rúpias (US$ 151 milhões).
A JFE investiu na JSW Steel em 2010 e tem buscado cooperação técnica em chapas de aço automotivo e outros produtos. Elas concordaram no ano passado em estabelecer uma joint venture 50-50 e, neste ano, iniciaram a construção de uma planta de chapas de aço elétrico no estado sulista de Karnataka.
Os parceiros planejam começar a produzir chapas de aço eletromagnético na Índia em 2027, quando a planta deve ser concluída. Mas agora que a Thyssenkrupp Electrical Steel India será adquirida pela joint venture, a entrada no mercado será acelerada
De acordo com a JFE, o mercado indiano de aço elétrico orientado a grãos deve crescer de 300 mil toneladas em 2022 para quase 500 mil toneladas em 2030.
Valor - SP 22/10/2024
A hipoteca judiciária foi pedida no registro de imóveis de Pindamonhangaba (SP), em agosto
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) hipotecou judicialmente o terreno e a fábrica da produtora de tubos de aço Confab, em Pindamonhangaba (SP). A Confab é acionista da Usiminas e integra o grupo ítalo-argentino Ternium/Techint, com a qual a siderúrgica de Benjamin Steinbruch trava uma disputa há mais de uma década.
A hipoteca judiciária foi pedida no registro de imóveis de Pindamonhangaba, em agosto. O Valor teve acesso ao documento. A justificativa é de que a hipoteca é uma “garantia do pagamento da conversão em perdas e danos” de processo da CSN contra a Ternium. A hipoteca foi noticiada primeiro pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
O documento cita um valor de R$ 1,74 bilhão atrelado ao processo, que é o valor original da ação da siderúrgica de Steinbruch contra o grupo ítalo-argentino. Essa quantia já passaria, hoje, dos R$ 5 bilhões, mas o montante exato só será calculado caso a companhia vença o processo.
A CSN e a Ternium/Techint se enfrentam desde 2011, quando o grupo comprou 27,7% das ações da CSN, ao adquirir os papéis que pertenciam à Votorantim, à Camargo Corrêa (hoje Mover) e à Caixa dos Empregados da Usiminas.
A siderúrgica brasileira, então, entrou na Justiça solicitando uma OPA (oferta pública de aquisição de ações). À época, a CSN tinha 17,4% de participação na empresa, e defende que houve troca de direitos políticos, o que configuraria troca de controle na Usiminas e tornaria necessária a oferta aos minoritários.
A Ternium já tinha conseguido quatro decisões favoráveis na Justiça e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dispensado a oferta. No fim de junho, porém, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) revisou o caso e obrigou o grupo ítalo-argentino a indenizar a CSN nos
R$ 5 bilhões, além de arcar com R$ 500 milhões de despesas com advogados. A decisão ainda não transitou em julgado. A Ternium pediu embargo de declaração.
Em agosto, o CEO da Ternium, Máximo Vedoya, afirmou ao Valor que a reviravolta judicial era “inacreditável” e que o grupo poderia ter que repensar sua estratégia no Brasil, caso a “razoabilidade” não prevalecesse.
Sobre a hipoteca, a Ternium afirma, em nota, que a ação “não tem efeito prático” e não coloca em risco as operações da Confab.
Ainda segundo o grupo, a CSN “continua mentindo, tentando confundir o público investidor e abusando do judiciário brasileiro” e do mecanismo de hipoteca judicial, que deveria ser usado para “proteger o credor frente a um potencial descumprimento futuro de um devedor insolvente”, o que não seria o caso da Techint.
“A CSN utiliza esse instrumento como um factoide quando não tem uma sentença firme que possa executar”, informa o grupo. Ele também afirma que a CSN será reconhecida, pela Justiça, como um “competidor desleal, que quer prejudicar a sua principal concorrente, a Usiminas”.
A CSN possui, 12,9% de participação na Usiminas, e precisa reduzi-la para menos de 5%, segundo ordem judicial. Na nota, a Ternium afirma que a CSN assinou acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender sua “participação ilegal” na Usiminas, mas que busca “manobras criativas” para descumprir a lei de concorrência brasileira.
A Ternium/Techint é controladora da Usiminas desde julho de 2023, quando comprou ações do grupo NSC, composto por Nippon Steel, Mitsubishi e MetalOne, e passou a deter 61,3% do bloco de controle da companhia.
A Confab é controlada pela produtora de tubos de aço Tenaris, que, por sua vez, é controlada pelo grupo Ternium/Techint, e tem 6,74% das ações ordinárias da Usiminas.
O Valor procurou a CSN, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
A companhia de Steinbruch anunciou na semana passada a venda de 11% de sua mineradora e negocia a compra da fabricante de cimento InterCement.
Valor - SP 22/10/2024
A venda de uma participação de 11% na CSN Mineração por cerca de R$ 4,4 bilhões à Itochu Corporation ajudará a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a reduzir sua alavancagem em um momento de dificuldades operacionais, diz a Fitch Ratings.
Os analistas Hector Collantes e Debora Jalles escrevem que a operação não afeta as notas de crédito da CSN, mas em um momento de baixa geração de caixa pelo cenário desafiador do aço viria em bom tempo.
A entrada dos recursos reduziria a alavancagem da CSN de 3,3 vezes esperado para o fim de 2024 para 2,9 vezes. Ainda assim, o indicador ficaria longe da meta de longo prazo da empresa em 2,5 vezes, que seria alcançado só nos próximos três anos.
A agência de classificação de riscos afirma que a nota de crédito “BB” da CSN será elevada caso sua alavancagem fique abaixo de 2,5 vezes de maneira consistente. Ela será rebaixada se ficar acima de 3,5 vezes.
Money Times - SP 22/10/2024
A temporada de balanços do terceiro trimestre de 2024 já começou e a Vale (VALE3) inaugura as divulgações do setor de mineração e siderurgia, no dia 24 de outubro. Ainda nesta semana, na sexta-feira (25), a Usiminas (USIM5) também anuncia seus resultados.
De acordo com a XP Investimentos, entre as mineradoras, a Gerdau (GGBR4) apresentará o melhor resultado. A companhia divulga seus números no dia 5 de novembro.
Os analistas trazem boas visões para outras duas companhias: Aura Minerals (AURA33) e CBA (CBAV3), que divulgarão os balanços nos dias 4 e 6 de novembro, respectivamente.
Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano explicam que as mineradoras sofrerão com os impactos das quedas do minério de ferro no trimestre.
“Para os produtores de aço, acreditamos que a rentabilidade da Gerdau no Brasil está em um ponto de inflexão, refletindo as iniciativas de redução de custos anunciadas no primeiro semestre”, dizem. “Também esperamos resultados melhores para a Aura e a CBA, dado o mix de preços realizados decentes e um forte desempenho operacional”.
Previsões para as mineradoras
Para a Vale, a XP espera que a companhia apresente resultados “decentes” no trimestre, com uma receita de US$ 9,6 bilhões. De acordo com os analistas, o resultado refletirá a combinação de preços realizados de minério de ferro mais baixos, compensado por volumes mais altos da commodity.
Referente a Gerdau, os analistas esperam resultados neutros, com uma receita de R$ 12,2 bilhões. A expectativa é de volumes de vendas mais altos e preços estáveis na divisão do Brasil, ajudados por custos mais baixos, implicando em uma margem Ebitda forte de aproximadamente 14%.
Além disso, a corretora espera que esse seja um trimestre ligeiramente mais fraco na divisão da América do Norte em termos de preços e custos. Em contrapartida, a expectativa é que o 3T24 apresente margens mais altas na divisão do Brasil.
Para a CSN (CSNA3), que divulgará seu balanço no dia 12 de novembro, a XP também espera resultados “decentes”, com uma receita de R$ 11,3 bilhões. Na ponta negativa, os analistas esperam que a CSN Mineração (CMIN3), com divulgação no mesmo dia, apresente resultados mais baixos.
Já para a Usiminas, as expectativas da corretora é de uma melhora nos resultados, embora ainda em níveis pressionados. A XP projeta um aumento trimestral de 23% no Ebitda da companhia, para R$ 303 milhões.
Por fim, para CBA e Aura, os analistas esperam resultados melhores, com aumento trimestral de 6% e 27%, respectivamente, no Ebitda das empresas.
Confira o calendário de balanços do 3T24
Data Empresa Ticker Horário de divulgação
24/10 Vale VALE3 Após o fechamento
25/10 Usiminas USIM5 Antes da abertura
04/11 Aura Minerals AURA33 Horário a confirmar
05/11 Gerdau GGBR4 Após o fechamento
05/11 Gerdau Metalúrgica GOAU4 Após o fechamento
06/11 CBA CBAV3 Horário a confirmar
12/11 CSN CSNA3 Após o fechamento
12/11 CSN Mineração CMIN3 Após o fechamento
O Estado de S.Paulo - SP 22/10/2024
No Brasil, o papel do economista é desafiador, especialmente no que diz respeito a previsões. Mas uma previsão que parece segura é de que Gabriel Galípolo assumirá a presidência do Banco Central em janeiro de 2025. Em torno dessa futura presidência, pairam muitas expectativas negativas dos agentes. Neste artigo, relembramos um famoso presidente do Fed que frustrou todas as expectativas quanto à sua atuação e que deveria servir de inspiração para Galípolo: Arthur F. Burns.
Sobre poucos presidentes do Fed houve tantas expectativas quanto sobre Burns. Além de ser um acadêmico muito reconhecido, quando se tornou a principal autoridade em política monetária nos Estados Unidos, talvez não houvesse economista mais capacitado para controlar a inflação, que começava a se tornar perigosa com a farra fiscal de Lyndon B. Johnson.
Burns assumiu o cargo com a inflação em 5,5% (1969) e entregou com a inflação em 6,5% (1977). Durante seus oito anos de mandato, a inflação média dos EUA foi de 6,5%, enquanto na década de 1960 a inflação média foi de 2,4%. Alguns podem atribuir a inflação da década de 1970 aos choques do petróleo, ao rompimento de Bretton Woods e às políticas keynesianas do presidente republicano Richard Nixon. No entanto, o próprio Burns, após seu mandato, “reconheceu” equívocos ao não conseguir conter a espiral inflacionária nos EUA.
Alguns amigos e ex-alunos de Burns, muitos dos quais laureados com o Nobel de Economia, tinham dificuldade em criticá-lo e colocavam a culpa na pressão do presidente Nixon por uma política monetária expansionista e na ilusão keynesiana da Curva de Phillips. E aqui voltamos ao Brasil.
No passado, Galípolo escreveu com economistas considerados excêntricos e defendeu muitas ideias heterodoxas. O medo do mercado com relação a ele é bem justificado.
No entanto, Galípolo afirmou que fará o que for necessário para combater a inflação, que está aumentando em grande parte devido aos ruídos econômicos e à falta de responsabilidade fiscal do presidente da República em exercício (irresponsabilidade também presente no último ano do governo anterior).
Desejamos sorte a Galípolo e esperamos que ele frustre as expectativas negativas e mantenha a postura ortodoxa que tem exposto. Diferentemente do que pensam alguns de seus colegas da Unicamp e da UFRJ, o Bacen não controla a taxa de juros, apenas influencia no curto prazo. A última vez que os heterodoxos assumiram o comando tivemos a depressão econômica de 2015/2016. Precisamos aprender com os erros do passado.
IstoÉ Dinheiro - SP 22/10/2024
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 932 milhões na terceira semana de outubro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados há pouco, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,563 bilhões e importações de US$ 5,631 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 3,242 bilhões e, no ano, de US$ 62,361 bilhões.
Até a terceira semana de outubro, a média diária das exportações registrou baixa de 3,8% em relação à média diária de igual mês de 2023. O resultado se deu devido ao recuo de US$ 56,85 milhões (-18,6%) em agropecuária, redução de US$ 37,8 milhões (-10,6%) em indústria extrativa e crescimento de US$ 41,46 milhões (5,6%) em produtos da indústria de transformação.
Já as importações tiveram avanço de 15,5% na mesma comparação, com alta de US$ 2,84 milhões (16,9%) em agropecuária, queda de US$ 3,17 milhões (-3,9%) em indústria extrativa e crescimento de US$ 152,4 milhões (17,5%) em produtos da indústria de transformação.
Agência Brasil - DF 22/10/2024
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,39% para 4,5% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (21), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a projeção da inflação também subiu de 3,96% para 3,99%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa para 2024 está no teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua e, assim, o CMN não precisará mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em setembro, puxado principalmente pela conta de energia elétrica das residências, a inflação no país foi de 0,44% após o IPCA ter registrado deflação de 0,02% em agosto. De acordo com o IBGE, em 12 meses o IPCA acumula 4,42%.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação fizeram o colegiado elevar os juros pela primeira vez em mais de dois anos.
A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano.
A próxima reunião do Copom está marcada para 5 e 6 de novembro, quando os analistas esperam um novo aumento da taxa básica. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano.
Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida, novamente, para 9,5% ao ano e 9% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 3,01% para 3,05%. No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB - a soma dos bens e serviços produzidos no país) surpreendeu e subiu 1,4% em comparação com o primeiro trimestre. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta foi de 3,3%.
Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,93%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.
Em 2023, também superando as projeções, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido de 3%.
A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,42 para o fim deste ano. No fim de 2025, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,40.
Globo Online - RJ 22/10/2024
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que para reduzir os juros de forma sustentável é preciso adotar medidas estruturais, mencionando discussões em andamento no governo. Campos Neto esteve no evento da Investment Association, em São Paulo, e reforçou que o país conseguiu manter taxas menores nos momentos em que havia maior confiança em relação ao cenário fiscal.
— Hoje li as notícias, e não sei se é oficial ou não, mas estão falando de reformas administrativas, e existe a expectativa de que, depois das eleições, veremos algumas medidas. Isso é muito importante para nós do Banco Central podermos ter menores taxas de juros de uma forma sustentável.
O presidente do BC também comentou que, embora a inflação no Brasil esteja convergindo, esse processo estagnou recentemente. Segundo ele, o país começa a observar sinais de desancoragem, impulsionados tanto pelo setor de serviços quanto por um mercado de trabalho mais apertado.
— O mercado de trabalho nos diz que precisamos prestar atenção na inflação de serviços bem de perto.
Campos Neto apontou também que há boas notícias sobre o crescimento econômico do Brasil, com o PIB superando as expectativas de mercado. Ele atribuiu uma parcela desse avanço a reformas estruturais realizadas nos últimos cinco a dez anos, mencionando a Reforma Administrativa e a Lei de Liberdade Econômica, por exemplo.
No entanto, concorda que outra parcela desse crescimento está relacionada ao aumento dos gastos, o que seria preocupante.
— O crescimento vem surpreendendo. Parte dessas boas notícias são estruturais quando olhamos para todas as reformas que o Brasil fez nos últimos cinco a dez anos. Começamos a ver o impacto coletivo dessas reformas. [...] Obviamente tem uma preocupação de que parte desse crescimento seria o fiscal, e acho que é, mas há também elementos estruturais.
O presidente do BC levantou outros pontos que preocupam em relação ao cenário doméstico, como as eleições americanas, que podem pressionar a inflação devido à ausência de uma discussão sobre o controle de gastos nos Estados Unidos. Além disso, ele mencionou as medidas protecionistas que aparecem nos programas de ambos os candidatos.
Campos Neto disse também que a queda na taxa de fertilidade na China pode impactar a dinâmica da economia. Haveria ainda uma mudança de rumos na economia chinesa, que está passando de um modelo voltado para o consumo interno de bens para um foco maior nas exportações, especialmente de carros elétricos.
O Estado de S.Paulo - SP 22/10/2024
A indústria de transformação brasileira voltou a melhorar sua posição no ranking mundial de crescimento da produção, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
A produção industrial da transformação cresceu 2,9% no segundo trimestre de 2024 ante o mesmo período do ano anterior. O desempenho alçou o Brasil à 40ª posição em um ranking de 116 países com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (United Nations Industrial Development Organization, a Unido). Um ano antes, a indústria de transformação brasileira amargava a 70ª colocação, ou seja, o País avançou 30 posições no ranking.
Segundo Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi, parte do dinamismo visto na indústria de transformação brasileira em 2024 é produzido por um impacto defasado (o impacto da política monetária na atividade econômica costuma ser defasado em alguns meses) do último ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, que facilitou o acesso ao crédito para consumo de bens duráveis. O ciclo de queda da Selic se iniciou em agosto de 2023, ao descer de 13,75% para 13,25%, e terminou em maio passado, ao estacionar em 10,50%, antes de subir a 10,75% em setembro (já fora do período pesquisado).
“É justamente essa indústria de bens duráveis que vem puxando o dinamismo industrial brasileiro neste ano. Tem também outros fatores: ganho de melhores empregos no Brasil, ganho de rendimento real por causa disso, uma acomodação no processo inflacionário, programas públicos importantes como reajuste do salário mínimo e ampliação do Bolsa Família, e os fatores pontuais também como pagamento de precatórios antecipados que favorecem porque injetam condições demanda na economia. E teve sinalizações de políticas mais estruturantes, como um retorno de financiamentos de longo prazo para investimentos do BNDES, e outras pontuais, como o programa de redução de impostos para veículos”, enumerou Cagnin.
O Iedi ressalta que, no segundo trimestre, o Brasil mostrou melhor posição no ranking do que outros países latino-americanos “de destaque”, como Chile (-0,6%, figurando na 71ª posição), México (-1%, em 75º lugar), Colômbia (-3%, em 95º) e Argentina (-17,1%, em 115º lugar). A produção industrial argentina só não foi pior que o desempenho da Palestina, que amargou uma perda de 28,5% em meio aos bombardeios de Israel.
Já o resultado positivo do Brasil superou também no ranking países como os Estados Unidos (-0,1%), Reino Unido (-0,5%), França (-1,5%), Japão (-2,9%) e Itália (-2,9%). Nas primeiras posições da lista figuraram Trinidad e Tobago (82,9%), Armênia (42,3%), Ruanda (21,5%), Kuwait (16,6%) e Taiwan (15,0%).
A indústria de transformação deve contribuir positivamente para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024, previu Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Nos 12 meses encerrados em agosto, o PIB crescia 2,8%, com ajuda de uma alta de 1,9% acumulada pela indústria de transformação no período, segundo dados do Monitor do PIB da FGV.
“Está havendo essa demanda por bens industriais, um consumo de bens duráveis, graças à redução da taxa de juros. Há um aumento de renda, através de transferências do governo e da ampliação do emprego. O consumidor tem mais possibilidade de tomar crédito para a compra desses bens duráveis. O consumo de bens não duráveis se mantém. Teve exportação recente de veículos para a Argentina, alguns produtos industriais estão sendo mais exportados. Então a indústria está reagindo bem, fez investimentos na importação de máquinas e equipamentos. Tem um conjunto de fatores que estão favorecendo a indústria”, relatou Considera.
O estudo do Iedi mostra que a indústria de transformação brasileira teve expansão semelhante à média mundial em diferentes comparações.
No segundo trimestre de 2024 ante o segundo trimestre de 2023, a produção do Brasil cresceu 2,9%, ante uma alta de 2,5% do total mundial. Na comparação com ajuste sazonal, a indústria de transformação brasileira aumentou sua produção em 0,9% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre de 2023, enquanto a média global foi de expansão de 1% no período.
No acumulado do primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo semestre do ano anterior, a indústria de transformação brasileira cresceu 2,3%, ante uma elevação de 2,0% no total mundial.
Sinal de alerta com a alta do juro
Rafael Cagnin lembra que o crescimento da indústria de transformação tende a gerar uma dinâmica positiva de encadeamento interno de vários setores. No entanto, o novo ciclo de alta na taxa básica de juros iniciado em setembro pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central acende um sinal de alerta. Ao mesmo tempo, a imposição de barreiras comerciais por Estados Unidos e Europa no comércio com a China tende a aumentar a concorrência de produtos brasileiros com manufaturados chineses no mercado doméstico e internacional, acrescentou.
“Por ora, é uma luz amarela”, avaliou Cagnin. “O ano de 2024 será positivo”, acrescentou.
IstoÉ Online - SP 22/10/2024
O Banco do Brasil (BB) aumentou nesta segunda-feira, 21, as suas projeções para a cotação do dólar no fim de 2024, de R$ 5,20 para R$ 5,35, e de 2025, de R$ 5,25 para R$ 5,30. Para o banco, o comportamento recente da moeda americana tem demonstrado um espaço menor para fortalecimento do real à frente.
“A cotação da moeda brasileira tem seguido em um patamar relativamente alto nos últimos meses, o que pode ser explicado pela maior incerteza em relação ao desempenho da economia chinesa, do resultado das eleições nos Estados Unidos, do ambiente geopolítico global e das contas públicas domésticas”, diz o BB, em relatório.
A estimativa leva em consideração três aumentos sequenciais de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de novembro, dezembro e janeiro, até 12,25% no fim do ciclo. O BB espera um IPCA de 4,40% este ano, desacelerando a 3,60% no fim de 2025.
“Ainda que a perspectiva de aumento do diferencial de juros do Brasil ante os EUA favoreça a moeda brasileira os próximos meses, avaliamos que o espaço para apreciação do real se reduziu até o final do ano”, diz o BB.
Infomoney - SP 22/10/2024
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que a adoção de medidas fiscais pelo governo é importante para que a autoridade monetária consiga baixar juros, destacando que é difícil atingir a meta de inflação quando há uma desancoragem das expectativas para as contas públicas.
Em evento da Investment Association, em São Paulo, Campos Neto voltou a dizer que pessoas estão questionando a transparência das contas públicas e que uma percepção de choque fiscal pode gerar impacto positivo sobre as avaliações de mercado.
“Acabei de ler as notícias, não sei se era oficial ou não, mas estavam falando sobre reforma administrativa, havia uma expectativa de que depois das eleições nós veríamos algumas medidas. Isso é muito importante para nós no Banco Central podermos baixar as taxas de forma sustentável”, disse.
“Nossa missão é atingir a meta de inflação, e é muito difícil fazer isso quando há uma percepção de que o fiscal não está ancorado”, prosseguiu.
O governo está preparando medidas de contenção de gastos obrigatórios para serem apresentadas após a realização do segundo turno das eleições municipais, no fim deste mês, buscando uma sustentação do arcabouço fiscal e uma estabilização da dívida pública.
No evento, Campos Neto afirmou que a inflação no Brasil vinha em processo de convergência para a meta, mas estagnou recentemente, ressaltando que o BC estará muito atento aos próximos dados de preços no país.
Segundo ele, o BC também tem visto “grande desancoragem” das expectativas de mercado para a inflação e é preciso ter certeza de que a variação dos preços caminhará para a meta de 3%.
“Decidimos não dar uma orientação em relação à próxima reunião (do Comitê de Política Monetária) porque achamos que queríamos ter tempo para analisar o cenário”, disse.
O BC reiniciou em setembro um ciclo de alta dos juros básicos, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano, em meio a um cenário de atividade forte e pressões no mercado de trabalho.
Para Campos Neto, números positivos do mercado de trabalho ainda não apontam para um impacto direto sobre preços, mas podem causar preocupação.
“Estamos vendo números surpreendentes no mercado de trabalho, ainda não vimos uma conexão clara com os preços dos serviços Na margem, vemos que isso pode ser uma fonte de problemas”, afirmou.
Infomoney - SP 22/10/2024
O acordo que pode ser um catalisador para as ações da gigante de mineração brasileira está cada vez mais próximo.
Na última sexta-feira, a Vale (VALE3) divulgou um fato relevante com números atualizados para os termos gerais em discussão para a reparação pelo rompimento de barragem de mineração em Mariana (MG) após notícias de que um acordo poderia ser assinado no próximo dia 25. A mineradora ressaltou que nenhum acordo foi assinado ainda, enquanto o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apontou que tem muita expectativa de que o acordo possa ser concluído neste mês.
O valor financeiro do acordo potencial, considerando obrigações passadas e futuras, totaliza R$ 170 bilhões.
Isso inclui: (i) R$ 38 bilhões em valores já investidos em medidas de remediação e compensação; (ii) R$ 100 bilhões a serem pagos em parcelas ao longo de 20 anos ao governo federal, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, bem como aos municípios para financiar programas compensatórios e ações vinculadas a políticas públicas; e (iii) R$ 32 bilhões em obrigações de desempenho pela Samarco, incluindo iniciativas de indenização individual, reassentamento e recuperação ambiental.
A Vale também estimou uma provisão adicional de aproximadamente R$ 5,3 bilhões (ou US$ 956 milhões), que deve ser adicionada aos passivos relacionados a Mariana nos resultados do 3T24 (a serem divulgados em 24 de outubro) —mas nenhum cronograma para os desembolsos foi divulgado ainda.
O Bradesco BBI lembra que, nos últimos meses, tanto a Vale quanto o governo brasileiro apresentaram propostas (e contrapropostas) para resolver a questão. Em dezembro de 2023, a Vale/BHP ofereceu R$ 42 bilhões (em dinheiro novo; acordo total: R$ 100 bilhões) para resolver o acordo, que foi rejeitado pelo governo. Depois disso, ambas as partes se envolveram em uma série de propostas, embora não tenham chegado a um consenso.
Além disso, no 4T23, a Vale aumentou suas provisões relacionadas a Mariana em US$ 1,2 bilhão para US$ 4,2 bilhões. A última contraproposta da Vale aconteceu em junho de 2024, quando a empresa, juntamente com a BHP, apresentou um acordo de R$ 140 bilhões, incluindo R$ 37 bilhões em valores já investidos, um pagamento em dinheiro de R$ 82 bilhões a ser pago em 20 anos e R$ 21 bilhões adicionais em obrigações a serem cumpridas. No 2T24, a Vale tinha US$ 3,7 bilhões em provisões relacionadas a Mariana (+US$ 7,9 bilhões ou R$ 38 bilhões desembolsados nos últimos anos).
Capítulo final
O banco espera uma reação ligeiramente positiva do mercado para as ações da Vale, uma vez que o tão esperado acordo definitivo parece estar chegando a um capítulo final —o que remove uma pendência significativa em relação às ações da Vale.
Embora o cronograma de desembolsos permaneça incerto (na visão do banco, os R$ 32 bilhões em indenização poderiam ter uma duração menor de 2 a 3 anos), o BBI nota que a provisão adicional anunciada pela Vale de aproximadamente US$ 1,0 bilhão está dentro da expectativa do mercado de US$ 1,0 bilhão a US$ 2,0 bilhões (como o próprio BBI tem apontado em relatórios recentes – assumindo US$ 1,5 bilhão em seu modelo).
O Itaú BBA avalia que este acordo, se fechado, é uma vitória para o governo e a sociedade, assim como para a Vale. “Se um acordo for de fato alcançado, será um dos maiores da história do Brasil”, aponta.
Para a Vale, as provisões adicionais necessárias (a serem feitas nos resultados do 3T24) definidas em US$ 956 milhões seriam menores do que a estimativa do banco (e de consenso) de US$ 2,5 bilhões. “Também saudamos o potencial fim de um dos overhangs [fatores de pressão para as ações] mais significativos nas ações dos últimos anos. Isso permitirá que a nova gestão se concentre totalmente nas estratégias operacionais de curto e longo prazo da empresa”, avalia.
O BBA, por sua vez, tem algumas questões. Embora o prazo para os R$ 100 bilhões em pagamentos em dinheiro seja de 20 anos, o banco acredita que as saídas podem ser um pouco mais concentradas nos primeiros 2-3 anos do acordo, provavelmente prejudicando a geração de FCF (fluxo de caixa livre) da Vale e limitando o pagamento de dividendos extraordinários no curtíssimo prazo.
O Morgan Stanley também aponta que a estimativa da Vale de US$ 1 bilhão em passivos adicionais (2,1% de seu valor de mercado), que assume contribuição da Samarco, se compara favoravelmente às provisões incrementais de US$ 1,9 bilhão (4,1%) que o banco incluiu em seu modelo.
Assumindo nenhuma contribuição da Samarco, o acordo potencial adicionaria US$ 4,4 bilhões (9,7%) em passivos para a Vale, acima de sua estimativa e expectativas de mercado, que estima em cerca de US$ 3 bilhões. O banco lembra que a Vale apoiará a Samarco — a principal devedora — na reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão sob a obrigação previamente acordada pelos acionistas de financiar até 50% dos valores que a Samarco eventualmente não financiar.
“Acreditamos firmemente que um acordo final é do melhor interesse de todas as partes interessadas — aquelas impactadas pelo trágico acidente; governos federal, estadual e municipal; e as empresas — e, portanto, esperamos que as partes se esforcem para chegar a um acordo nos próximos dias/semanas”, avalia o banco americano.
Além disso, um acordo final e razoável, ao mesmo tempo em que limita o potencial de alta em dividendos especiais (já que a dívida líquida expandida da Vale chegaria perto do limite superior de sua meta de US$ 10-20 bilhões), provavelmente será um catalisador positivo para as ações que contribui para uma reclassificação de múltiplos ao remover uma fonte de incerteza.
O JPMorgan ressalta que a sociedade brasileira e outras partes afetadas ganham uma compensação material, o que poderia ser um passo importante para restabelecer um relacionamento saudável entre a Vale e as partes interessadas. “A questão não resolvida de Mariana foi um grande obstáculo para potenciais investidores na Vale. Encontrar uma solução final para isso, uma que representaria uma compensação substancial para a sociedade e, como tal, que abriria a porta para um melhor relacionamento com as partes interessadas, também é muito importante para o futuro da Vale. O valor geral da compensação já havia circulado na imprensa e as provisões adicionais estavam de acordo com as expectativas dos investidores. Uma vez assinado, acreditamos que o acordo final reduzirá o risco da narrativa da Vale, permitindo que os investidores se concentrem novamente nos fundamentos e nas perspectivas de negócios”, aponta o banco.
Na mesma linha, o Goldman Sachs vê que as incertezas em torno de um acordo final da Samarco são um dos principais riscos pendentes da Vale, e espera que um acordo definitivo permita que os investidores e a empresa se concentrem em outros catalisadores de resultados, incluindo a notável melhoria do desempenho operacional, o que por sua vez deve permitir uma reclassificação.
Da perspectiva do balanço, a provisão adicional de US$ 1 bilhão aos atuais US$ 3,7 bilhões que já tem no balanço é vista como administrável, dado que a dívida líquida ainda estaria abaixo da meta de US$ 10-20 bilhões da empresa (e está próxima da extremidade inferior das expectativas dos investidores). A provisão adicional relativamente pequena em comparação com o acordo potencial é provavelmente explicada por 1) fluxos de caixa descontados (a parte de R$ 100 bilhões a ser paga em 20 anos); 2) a parte (R$ 38 bilhões) já desembolsada e 3) alguma contribuição da Samarco.
“Mas notamos que há um desembolso de caixa significativo necessário nos primeiros anos relacionado à indenização individual e recuperação ambiental (estimamos em cerca de US$ 1,5 bilhão por ano para a Vale nos próximos dois anos, dado que a empresa disse que cumpriria R$ 32 bilhões em obrigações de desempenho no curto prazo)”, apontam os analistas do banco.
Os investidores também observarão os casos de ação coletiva em andamento no Reino Unido e na Holanda evoluem em vista de um acordo potencial no Brasil, cita o Goldman, que tem compra para as ações de Vale e vê espaço para uma recuperação do preço das ações em vista do desempenho inferior recente em relação aos pares e aos preços do minério de ferro.
O BBI também tem compra e ressalta que a perspectiva a partir da empresa melhorou significativamente nos últimos meses, com o novo CEO e um potencial acordo de Mariana sendo eventos importantes de redução de risco para a tese. Finalmente, o valuation da Vale continua atraente, com as ações sendo negociadas a 3,8 vezes o EV (valor da firma)/Ebitda estimado para 2025 (considerando o minério de ferro em US$ 105/tonelada em média). JPMorgan, BBA e Morgan Stanley também têm recomendação de compra ou equivalente para as ações da mineradora.
Infomoney - SP 22/10/2024
Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta segunda-feira, com a demanda de curto prazo permanecendo firme e com o mais recente corte nas taxas de juros na China, maior mercado consumidor de minério, elevando o sentimento.
Mas os ganhos foram limitados pela cautela quanto ao impulso exato que o mercado de aço poderá receber.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,45%, a 769,5 iuanes (108,18 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura subiu 0,41%, para 102,1 dólares a tonelada.
A demanda de curto prazo pela principal matéria-prima de fabricação de aço se manteve firme graças às melhores margens do aço, disseram analistas.
A média diária de produção de metal quente aumentou pela sétima semana consecutiva, subindo 0,5% para 2,34 milhões de toneladas em 18 de outubro, enquanto a lucratividade avançou pela oitava semana consecutiva para 74,46%, segundo uma pesquisa com siderúrgicas realizada pela consultoria Mysteel.
Enquanto isso, a China reduziu as taxas de empréstimo de referência na fixação mensal na segunda-feira, depois de cortar outras taxas no mês passado como parte de um pacote de medidas de estímulo para reanimar a economia, impulsionando os mercados de commodities em geral, incluindo aço e minério de ferro.
Os ganhos de preços, no entanto, foram limitados por dúvidas persistentes sobre um rápido aumento na demanda a partir do conjunto de medidas de estímulo na segunda maior economia do mundo, que também é o maior consumidor mundial de metais.
“Embora o foco na redução dos estoques provavelmente acelere a recuperação, ele terá pouco impacto sobre a demanda de aço e ferro no curto prazo”, disseram os analistas do ANZ em uma nota.
Exame - SP 22/10/2024
Com amplas reservas minerais e uma matriz energética predominantemente renovável à disposição, a mineração brasileira tem um imenso potencial para liderar globalmente o processo de transição do setor para um modelo produtivo mais sustentável. Falta apenas encontrar condições mais favoráveis para isso.
Responsável por mais de 30% do saldo da balança comercial do país, que é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, há anos o segmento já tem promovido, mesmo com os desafios, inúmeras ações para minimizar o impacto ambiental de suas atividades.
Mineração do futuro
As medidas passam principalmente por questões como eficiência energética e no uso de recursos, novas soluções para empilhamento de rejeitos, tecnologias para otimização das operações e definição de metas de redução das emissões de carbono.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, o crescente compromisso do setor mineral com a “mineração do futuro” – mais segura, sustentável e responsável – é de suma importância.
“Investidores e empresas internacionais estão atentos às questões de ESG. Integrar práticas sustentáveis não é apenas uma escolha, mas uma exigência do mercado. Isso não só melhora a imagem do Brasil no cenário internacional como também torna a mineração nacional mais competitiva e alinhada com as demandas globais”, analisa.
"Integrar práticas sustentáveis não é apenas uma escolha, mas uma exigência do mercado"Raul Jungmann, do IBRAM
Empenho não falta ao setor
Um exemplo do comprometimento com uma cadeia mais limpa e eficiente é a Cedro Mineração, especializada em extração, beneficiamento e comercialização de minério de ferro.
Entre as iniciativas relevantes da companhia está a migração, até 2030, de 100% de sua produção para o pellet feed de redução direta, conhecido como “minério verde”. Trata-se de um minério mais fino, rico e puro, além de mais valorizado no mercado, que emite 50% menos CO2 na produção do aço na indústria siderúrgica.
“Esta redução é muito relevante, pois a siderurgia é uma das indústrias que mais contribuem para o aquecimento global, sendo responsável por quase 8% das emissões globais de CO2, já que cada tonelada de aço produzida em um alto-forno tradicional emite cerca de 2 toneladas deste gás de efeito estufa. No Brasil, a indústria do aço contribui com cerca de 4% do total das emissões de GEE, e na China, maior produtora de aço do mundo, corresponde a 15% das emissões, sendo a segunda maior fonte de GEE Chineses”, salienta Lucas Kallas, presidente do Conselho da Cedro.
Até 2030, a Cedro pretende migrar 100% de sua produção para o pellet feed de redução direta, conhecido como “minério verde”, contribuindo para a descarbonização na indústria siderúrgica.
Auto Industria - SP 22/10/2024
O aumento escalonado do imposto de importação adotado este ano pelo Brasil sobre veículos elétricos e híbridos, aliado à voracidade chinesa de enviar seus excedentes de produção para qualquer país que ainda aceite importar seus carros sem restrições, provocou alta súbita das importações e inflou uma bolha que passa de 80 mil unidades em estoque que já abarrota os pátios de alguns portos brasileiros.
Este ano a China tornou-se o maior exportador de veículos do mundo, especialmente de modelos elétricos e híbridos. Considerando apenas os eletrificados, de janeiro a agosto o país embarcou 1,4 milhão de unidades, em crescimento de 25% sobre o mesmo período de 2023, segundo dados mais recentes disponíveis da CAAM, China Association os Automotive Manufacturers
. E o Brasil foi o segundo maior comprador, nos registros da CAAM, com a importação de 136,1 mil carros nestes oito meses, atrás apenas da Bélgica que comprou 170,9 mil.
Na lista dos dez maiores compradores de elétricos e híbridos chineses, que consumiram 57% das exportações do país nos oito meses de 2024, Bélgica e Brasil são os únicos que importaram mais de 100 mil unidades no período, os oito demais trouxeram menos de 90 mil.
Apenas três países europeus constam na lista dos dez maiores compradores de carros eletrificados chineses: Bélgica em primeiro, Reino Unido, atrás do Brasil, em terceiro e Alemanha, em décimo.
Portanto, o aumento de imposto de 10% para 35% adotado recentemente pela União Europeia terá efeito limitado em diminuir as exportações da China – assim como a elevação da alíquota para 100% nos Estados Unidos não teve efeito algum pois o país já importava quase nada da China.
Inflando a bolha no Brasil
Com as limitações na Europa e nos Estados Unidos o Brasil surge como maior mercado externo disponível e a bolha de carros chineses eletrificados em estoque foi significativamente inflada em junho, mês que antecedeu a segunda elevação do imposto de importação: de 10% para 18% no caso de elétricos, de 12% para 20% aos híbridos plug-in e de 15% para 25% aos híbridos fechados. As novas alíquotas estão sendo aplicadas desde julho e vigoram até o fim de junho de 2025, quando nova elevação será aplicada.
Apenas em junho, com a nítida intenção de formar estoques livres do aumento do imposto, foram importados 70,8 mil carros da China – a maior parte da BYD e GWM –, volume quase oito vezes maior do que a média mensal de vendas destes modelos, na casa de 9 mil, segundo dados consolidados pela Anfavea, a associação dos fabricantes no País.
O aumento da tarifa, portanto, estimulou a formação do estoque elevado. Tanto que no mesmo mês em que a alíquota foi aumentada a importação de chineses eletrificados despencou para 5,4 mil unidades e subiu levemente a 8 mil em agosto.
O estoque na casa de 80 mil unidades corresponde a quase todo o volume dos 81,6 mil veículos importados da China e já emplacados no Brasil de janeiro a setembro deste ano, um recorde histórico. E os veículos estocados nos pátios de portos brasileiros são suficientes para nove meses de vendas, considerando a média mensal atual de emplacamentos desses veículos – que, aliás, desde julho entraram em rota de queda, de 9,7 mil em agosto para 8,6 mil em setembro.
Consequências
Se a trajetória de vendas de híbridos e elétricos chineses continuar tão abaixo dos estoques e as importações seguirem na frequência normal de 8 mil por mês – como acontecia até abril, antes do aumento das tarifa de importação, e voltou para este nível a partir de agosto – os volumes estocados serão mantidos em níveis elevados e podem até a crescer, com consequências negativas.
Quanto maior o estoque maior é o prejuízo. Portanto, em algum momento os importadores chineses terão de furar essa bolha para reduzir perdas. A agulha mais adequada para isso costuma ser a redução de preços. O problema é que esta ação de desova desvaloriza a marca e os carros que foram comprados antes dos descontos.
Ainda que alguns milhares de consumidores possam ser beneficiados por descontos atraentes para comprar carros elétricos e híbridos chineses, quem já comprou será prejudicado pela perda de valor do usado.
Olhando para o mercado como um todo, seja de veículos eletrificados ou a combustão, um estoque deste tamanho tem poder para distorcer o mercado com volatilidade de preços. Pode reduzir valores por algum tempo mas depois a conta chega com reajustes que tornam os produtos mais caros do que antes, porque as empresas vão correr para recuperar rentabilidade.
Outra questão é que após algum tempo no estoque, por meses em pátios abertos, o carro fica exposto à degradação do tempo. Portanto o freguês poderá comprar um zero-quilômetro e levar para casa um carro com alguns desgastes de usado.
Por fim, mas não menos importante, é que o acúmulo de carros parados nos pátios dos portos já está provocando problemas operacionais. Os veículos chineses estão disputando espaços com veículos de outras procedências e outros produtos importados, o que atrasa as entregas de componentes e pode afetar e encarecer a produção nacional. Segundo a Anfavea, alguns de seus fabricantes associados precisaram importar peças por via aérea para contornar o congestionamento dos portos.
A questão, portanto, não é mais se o problema vai acontecer, mas quando – e não deve demorar.
Globo Online - RJ 22/10/2024
A chinesa BYD lançou seu sexto modelo no Brasil este ano, apostando que sua picape híbrida Shark pode competir com gigantes como Toyota e Ford, na mais recente empreitada da montadora chinesa. A Shark, de 436 cavalos de potência, foi disponibilizada para pré-venda no início deste mês por R$ 379.800 (US$ 66.700), entrando no competitivo segmento de picapes de médio porte no Brasil, onde os clientes tradicionalmente preferem caminhonetes movidas a diesel ou gasolina.
O evento de lançamento da Shark no sábado, em Goiânia, capital do agronegócio brasileiro, foi a mais recente ofensiva comercial da BYD para se posicionar no topo do ranking de vendas de carros em seu maior mercado fora da China.
Com a montadora enfrentando barreiras crescentes nos Estados Unidos e na União Europeia, na forma de tarifas de importação, expandir-se no Brasil é uma parte crucial da estratégia da BYD, que visa estabelecer posições dominantes em mercados emergentes.
Empresa lançou modelo esportivo e quer competir com Ferrari e Lamborghini
A BYD está buscando empresas como a produtora de carne JBS e a gigante da mineração Vale para apoiar o uso da picape híbrida em condições extremas e, assim, obter cerca de 70% das vendas da Shark de clientes do agronegócio, disse o diretor comercial da empresa no Brasil, Henrique Antunes:
— O mercado potencial para picapes no setor agrícola é muito grande. Realizamos alguns estudos que mostraram que, mesmo os clientes que não estão no setor agrícola muitas vezes olham para esse setor ao comprar uma picape.
Desde o início das pré-vendas, no dia 3 deste mês, os clientes reservaram cerca de mil das 1.500 picapes disponíveis, segundo Antunes, um aumento acentuado em relação ao lançamento anterior da empresa, o veículo utilitário esportivo elétrico Yuan Pro, que vendeu 600 unidades na pré-venda.
As pessoas que reservaram uma Shark também garantiram um kit de carregamento solar, um carregador portátil de 3,5 kWh e seguro total por um ano gratuitamente.
Antunes espera que as vendas anuais da Shark fiquem entre 10.000 e 15.000 unidades, o que colocaria o modelo entre as cinco principais picapes de médio porte no Brasil. As líderes de vendas atuais no segmento são a Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10, de acordo com dados da associação de concessionárias do Brasil, a Fenabrave, com preços a partir de cerca de R$ 220.000.
A BYD vendeu 51.203 veículos no Brasil durante os primeiros nove meses de 2024, um aumento de mais de 700% em comparação com o mesmo período do ano passado. A empresa espera que a picape Shark a ajude a subir da atual 10ª posição no ranking geral de vendas para ficar entre os cinco primeiros até 2027, acrescentou Antunes:
—A BYD não chegou ao Brasil para ser um ator coadjuvante.
Essa ambição reflete os planos globais da montadora. A BYD passou de um jogador secundário no concorrido mercado automobilístico da China para entrar no top 10 das montadoras do mundo e, brevemente — no fim de 2023 — superou a Tesla para se tornar a maior vendedora de veículos puramente elétricos no mundo.
Lançar uma picape híbrida com um preço superior ao de seus concorrentes, e significativamente mais do que os US$ 53.400 (R$ 302,6 mil) que o mesmo veículo custa no México, representa uma espécie de aposta.
No entanto, as oportunidades superam os riscos, segundo Cassio Pagliarini, um especialista da indústria automotiva e sócio da Bright Consulting. Ele acredita que alguns dos clientes agrícolas são "adotantes precoces", grupo de usuários ansiosos por novas tecnologias e dispostos a experimentar as novidades, mesmo em um mercado que geralmente prefere motores a diesel.
— É um cliente tradicionalista, mas é algo novo, é a primeira picape híbrida, com uma pegada sustentável — acrescentou Pagliarini. — Assim como os veículos premium de todas essas outras marcas, a palavra sustentabilidade já conquista as pessoas.
A BYD se empenhou ao máximo para causar uma boa impressão no Brasil em 2024, lançando seis novos veículos, incluindo a Shark. A blitz de vendas já abalou as estratégias comerciais de seus concorrentes e provocou reduções significativas de preços, tanto em modelos puramente elétricos quanto a combustão.
O Brasil também é uma parte fundamental dos planos ambiciosos da BYD de expandir a produção globalmente, tendo recentemente aberto ou anunciado planos para fábricas de montagem fora da China em 10 países, em três continentes.
A gigante chinesa revelou planos de investir R$ 5,5 bilhões (US$ 1,1 bilhão) na maior economia da América Latina para construir uma fábrica na Bahia, onde uma fábrica da Ford operou até 2021.
— Esperamos iniciar a montagem de veículos em dezembro de 2024 e a produção completa no primeiro semestre de 2025 — not semi knock-down (SKD) ou complete knock-down (CKD) — incluindo estampagem de peças — disse Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da empresa no Brasil, em uma entrevista concedida no sábado.
O termo semi knocked-down é utilizado especialmente no setor automotivo para descrever um método de exportação e montagem de produtos. Em um processo SKD, apenas algumas partes ou componentes principais são desmontados no país de origem antes de ser exportado. As partes desmontadas são então enviadas para o país de destino, onde são remontadas para formar o produto final. Já no processo completely knocked-down o produto é totalmente desmontado.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 22/10/2024
No dia 28 de novembro, a 19ª edição do evento Tendências no Mercado da Construção apresenta as perspectivas da economia brasileira e o cenário do setor de máquinas e equipamentos para construção e mineração no Brasil.
Promovida pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), a edição traz palestra do consultor Mario Miranda, coordenador do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, com os dados inéditos do relatório, incluindo projeções de vendas de máquinas em 2024 e perspectivas para o próximo ano.
Durante a transmissão, os participantes também podem conferir os resultados da pesquisa sobre o mercado da construção, o setor de máquinas e a economia brasileira realizada com usuários de equipamentos, fabricantes e dealers.
O evento é promovido pela Revista M&T, que publica o estudo na íntegra e com exclusividade na edição de dezembro / janeiro.
A conjuntura econômica e as projeções para 2025 são tratadas em palestra do economista Luís Artur Nogueira, que traz ainda uma avaliação do cenário político, apontando direcionamentos conjunturais para os empresários do setor da construção, da mineração e do rental.
Com transmissão pelo Canal da Sobratema no YouTube, o evento é destinado a empresários, diretores, gerentes, profissionais e engenheiros de construtoras, mineradoras, pedreiras, locadoras, fabricantes de equipamentos, distribuidoras e demais companhias ligadas à indústria da construção, entidades setoriais e representantes do governo.
“Ao longo das edições, o Tendências apresenta temáticas e conteúdos relevantes, debatidos por especialistas renomados, consolidando-se como um evento estratégico para o setor em âmbito nacional”, diz a Sobratema.
IstoÉ Online - SP 22/10/2024
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) arrefeceu 0,57% na segunda prévia de outubro, após registrar alta de 0,65% na mesma leitura do mês anterior, dentro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 21, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Houve desaceleração nos dois componentes do INCC-M: Materiais e Equipamentos (0,58% para 0,53%) e Mão de Obra (0,77% para 0,61%). Por outro lado, acelerou o item Serviços (0,39% para 0,56%)
Influências
As maiores pressões para cima sobre o INCC-M na segunda prévia de outubro partiram de vergalhões e arames de aço ao carbono (1,81% para 1,79%), eletricista (0,77% para 1,10%), massa de concreto (0,57% para 0,71%), operador de máquina (1,26% para 1,22%) e bombeiro (0,79% para 0,77%).
Na outra ponta, puxaram o índice para baixo blocos de concreto (0,58% para -0,30%), pias, cubas e louças sanitárias (1,89% para -0,74%), portas e janelas de madeira (-0,15% para -0,45%), condutores elétricos (-1,23% para -0,16%) e formas de madeira (0,14% para -0,34%).
Revista Ferroviaria - RJ 22/10/2024
Após décadas de frustrações e desenvolvimento insuficiente, o transporte ferroviário nacional pode ganhar novo ímpeto nos próximos anos com a renovação antecipada das concessões à iniciativa privada.
Nos planos do governo federal, as negociações ora em curso e a revisão dos termos de algumas das renovações concluídas na gestão de Jair Bolsonaro (PL) poderão render R$ 20 bilhões aos cofres da União, que seriam investidos no planejamento de infraestrutura do setor.
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Além de novos investimentos em expansão e modernização da rede, as renovações poderão resultar na devolução ao poder concedente de cerca de 11,1 mil quilômetros de trilhos abandonados ou sucateados, o equivalente a 36% da malha existente.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), somando os trechos de baixíssima utilização, nada menos que 57% da malha nacional tem nível de tráfego abaixo de um par de trens (ida e volta) por dia.
Os trilhos abandonados são geridos por empresas que assumiram pedaços da rede com a privatização no fim do anos 1990. A concessionária Rumo detém a maior parte, 4.900 km. A ferrovia Transnordestina Logística, controlada pela CSN, tem 3.000 km de trilhos abandonados. Já a VLI, que tem a Vale como sócia, controla a ferrovia Central Atlântica, com 2.100 km inutilizados.
Seja pela complexidade do setor, cuja regulação se mostrou ainda mais difícil do que a de outros na infraestrutura, seja pela má gestão dos contratos e mesmo inaptidão dos traçados antigos e obsoletos às necessidades econômicas atuais, o fato é que o modal ferroviário não atingiu até aqui o potencial esperado.
Ademais, a definição dos valores de indenização para a devolução dos trilhos sempre foi obstáculo nas negociações.
Uma referência importante foi estabelecida, entretanto, após acordo firmado com a Rumo e avalizado pelo Tribunal de Contas da União que renderá R$ 1,6 bilhão ao governo federal. O TCU estabeleceu um cálculo de pagamento favorável à União pela devolução de um trecho.
Quanto aos trilhos devolvidos, cada quilômetro deve gerar pagamento entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, valor muito abaixo do custo de construção de um novo trecho, o que configura um incentivo às empresas para a conclusão das tratativas.
Com tais parâmetros, espera-se que outras negociações avancem nos próximos meses, incluindo a revisão de renovações que já foram concluídas. A maior delas é com a Vale em torno da prorrogação de duas concessões (Carajás e Vitória-Minas) em 2022, utilizando o abatimento à vista dos ativos da outorga, prática que reduziu as receitas para a União e que vem sendo agora revista.
A indenização em dinheiro e os novos investimentos exigidos nas contrapartidas da renovação ampliam espaço para um novo planejamento, oportunidade que precisa ser bem utilizada.
TN Petróleo - RJ 22/10/2024
As atividades de construção naval do Estaleiro Enseada, localizado no Recôncavo Baiano, serão retomadas com a construção de até 80 barcaças mineraleiras. Este projeto, que tem como cliente a LHG Mining e que será executado pela parceria Enseada e Tenenge, empresas do Grupo Novonor, deverá gerar cerca de 300 novos empregos diretos e até 900 indiretos, resultando impacto expressivo para a região. Ao todo, as 80 barcaças terão capacidade de transportar 2.900 toneladas cada. O investimento no projeto é de aproximadamente R$ 500 milhões.
A construção das barcaças da LHG Mining será realizada por 4 estaleiros brasileiros localizados nas regiões Norte e Nordeste, incluindo o Enseada, um dos maiores estaleiros nacionais, que fica localizado na Bahia. O projeto fomentará a Indústria Naval Brasileira, proporcionando uma grande geração de empregos e crescimento da economia local, trazendo enormes benefícios socioeconômicos para as regiões e para o Brasil.
A LHG Mining nasceu em 2022, com a aquisição de minas de ferro e manganês em Corumbá (MS) pelo grupo J&F, o maior conglomerado brasileiro, com mais de 290 mil colaboradores em todo o mundo. Chega ao mercado com musculatura para investir no setor minerador e gerar empregos, sempre com foco em se tornar uma solução única para a cadeia de produção de aço mais sustentável.
O Estaleiro Enseada foi concebido para construção e integração de unidades offshore, como plataformas, navios especializados e unidades de perfuração. É considerado o maior investimento privado da indústria naval brasileira, com cerca de USD 1 bilhão já investidos. O estaleiro, que faz parte de um complexo industrial e logístico, foi implantado em Maragojipe-BA. Com uma localização estratégica que favorece o desenvolvimento de projetos industriais, tem capacidade de processar mais de 100 mil toneladas de aço por ano e possui cerca de 1.000 metros de cais. O Enseada opera também seu Terminal de Uso Privado (TUP), com área alfandegada de 750 mil m² realizando operações de exportação e importação de granéis sólidos (mineral e vegetal) e carga geral, além de atuar como indústria voltada para o mercado de energia renovável, com foco na construção de partes de aerogeradores e na atração de projetos de hidrogênio verde.
A Tenenge tem uma trajetória sólida no setor de engenharia e construção, contribuindo para a realização de projetos de grande porte. Com um portfólio diversificado, a empresa já participou da construção de 16 plantas químicas e petroquímicas, 18 usinas termelétricas, 73 plataformas e serviços offshore, além de 26 plantas de refino. A Tenenge é reconhecida por seu compromisso com a qualidade e inovação, utilizando um sistema de gerenciamento próprio e baseado nas melhores práticas internacionais. Recentemente, a empresa finalizou importantes projetos de usinas termelétricas no Brasil e na República Dominicana e está atuando nas obras do Terminal Oceânico de Barra do Dande e nas refinarias de Cabinda e Lobito, em Angola.
Enseada e Tenenge são empresas do Grupo Novonor, que neste ano completa 80 anos de trajetória e que, por meio dos seus negócios, realiza importantes contribuições para o desenvolvimento do Brasil e dos diversos países onde atua. Durante sua história, os negócios utilizaram-se da competência técnica para prestar serviços e fabricar produtos de qualidade em diversos setores essenciais para a sociedade, como engenharia, infraestrutura, construção, petroquímico, sucroenergético, imobiliário, óleo e gás e mobilidade.
TN Petróleo - RJ 22/10/2024
A Diretoria da ANP aprovou, em 17/10, os estudos geológicos e econômicos relativos a três blocos exploratórios localizados no Pré-Sal da Bacia de Santos: Quartzo, Calcedônia e Opala. Os estudos fazem parte do segundo projeto, chamado projeto Opala, relacionado ao Calendário Estratégico de Avaliações Geológica e Econômica para o Polígono do Pré-Sal, instituído pela Agência no final de 2023.
Os estudos serão, agora, encaminhados ao Ministério de Minas e Energia (MME) para avaliação sobre sua possível inclusão em futuras rodadas de licitações. Cabe ao MME propor ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a definição dos blocos que poderão ser objeto de rodadas de licitações de partilha de produção e os parâmetros a serem adotados.
A área total proposta é de aproximadamente 3.900 km², é classificada como de elevado potencial e as estimativas resultantes apontam ainda para a existência de condições efetivas de sustentação para projetos técnica e financeiramente viáveis na região.
Acesse a página do Calendário Estratégico de Avaliações Geológica e Econômica: https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/estudos-geologicos-e-geofisicos/calendario-estrategico-de-avaliacoes-geologica-e-economica.
Infomoney - SP 22/10/2024
O crescimento da demanda de petróleo da China deverá permanecer fraco em 2025, apesar das recentes medidas de estímulo de Pequim, já que a segunda economia do mundo está eletrificando a frota de automóveis e cresce em um ritmo mais lento, disse o chefe da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta segunda-feira (21).
A China, que foi responsável por mais de 60% do crescimento da demanda global de petróleo na última década, quando sua economia cresceu 6,1% em média, está desacelerando, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol, à Reuters, durante a conferência da Semana Internacional de Energia de Cingapura.
“A economia chinesa com cerca de 4% (de crescimento) ou em torno disso significaria que a China precisará cada vez menos de energia”, disse ele, acrescentando que a demanda por veículos elétricos, que se tornaram competitivos em termos de custo em relação aos carros convencionais, continuará a crescer.
“O impacto do estímulo não foi tão significativo quanto alguns dos observadores do mercado esperavam”, disse Birol, referindo-se aos recentes anúncios fiscais de Pequim com o objetivo de reavivar o crescimento econômico.
“Ele ainda é limitado. E, como vemos hoje, será muito difícil ver um grande aumento da demanda chinesa por petróleo.”
Os preços globais do petróleo estão oscilando em torno de US$ 70 por barril, depois de cair mais de 7% na semana passada, apesar do aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
“Um dos dois motivos pelos quais observamos uma reação moderada nos preços do petróleo é que a demanda está fraca este ano e a expectativa é de que ela será fraca no próximo ano”, disse Birol, observando que a demanda chinesa por petróleo teria ficado estável este ano se não fosse pelos produtos petroquímicos.
Outro fator que limita os preços do petróleo é o aumento da oferta dos produtores não pertencentes à Opep — EUA, Canadá, Brasil e Guiana –, que é maior do que o crescimento da demanda global de petróleo, acrescentou.
Quando perguntado se ele espera que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, um grupo conhecido como Opep+, interrompa os cortes de produção em 2025, Birol disse que cabe à Opep decidir sobre isso.
“O que vejo é que haverá um excedente de petróleo no próximo ano nos mercados se não houver grandes mudanças no contexto geopolítico”, disse ele.
Valor Investe - SP 22/10/2024
Novos ataques israelenses no Líbano aumentaram os temores de interrupções na oferta de petróleo
Os contratos futuros de petróleo tentam se recuperar do tombo sofrido na semana passada e, assim, operam em alta nesta segunda-feira (21), com o aumento das tensões no Oriente Médio, após os novos ataques israelenses no Líbano elevarem os temores de interrupções na oferta da commodity, bem como refletindo medidas de estímulos à economia da China.
Por volta das 14h29, na bolsa Intercontinental (ICE), o petróleo Brent, referência mundial, para entrega em dezembro subia 1,96% a US$ 74,49 por barril. Já na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo WTI, referência americana, para novembro avança 2,30% a US$ 70,28.
Israel lançou no domingo uma onda de ataques aéreos contra alvos ligados à infraestrutura econômica do Hezbollah no Líbano. Além disso, o banco central da China cortou suas taxas de juros do país, na mais nova medida de estímulo para impulsionar a economia, em meio a preocupações com a demanda por petróleo.
Infomoney - SP 22/10/2024
A Brava Energia (BRAV3) reiterou nesta segunda-feira a previsão de retomada da produção no campo de Papa-Terra para dezembro, após a ANP aprovar a solicitação da empresa para restabelecer o aumento de pessoas a bordo (POB) das unidades flutuantes 3R-2 (TLWP) e 3R-3 (FPSO).
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), segundo a petroleira, também autorizou a utilização da sonda instalada na 3R-2, antes da retomada da produção, o que possibilitará retomada do “workover” do poço PPT-051 para substituição de bomba centrífuga submersa (BCS).
“Dessa forma, serão intensificadas as atividades de manutenção e recuperação de integridade das unidades, permanecendo a previsão de retomada da produção em dezembro.”
A Brava interrompeu a produção do campo em 4 de setembro a pedido da ANP para prestar esclarecimentos sobre a quantidade de pessoas a bordo e sobre atividades de manutenção.
ATLANTA
A Brava Energia também disse que recebeu comunicado da ANP informando que a inspeção final dos sistemas de medição do FPSO Atlanta (Sistema Definitivo) ocorrerá no período entre 25 e 29 de novembro.
“Até o final de novembro, a companhia concluirá o envio à ANP das respostas para as demais condicionantes para o início da operação do FPSO Atlanta”, acrescentou, citando que o Ibama já emitiu a licença de operação do FPSO Atlanta em setembro.
Em paralelo, a companhia disse que iniciará o processo de descomissionamento do FPSO Petrojarl a partir do início de novembro.