Clipping Diário

23 | Outubro | 2024

SIDERURGIA

Globo Online - RJ   23/10/2024

Entre 1º e 3 de novembro, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), vai se tornar mais uma vez a capital da categoria de automobilismo mais popular do planeta, a Fórmula 1. E a Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço e uma das líderes globais na produção de aços especiais para o mercado automotivo, é a parceira do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 pelo segundo ano consecutivo.

Para dar continuidade à parceria, o aço 100% reciclável da Gerdau será novamente utilizado na modernização das estruturas do autódromo, em alinhamento com os parâmetros de sustentabilidade e segurança do GP de São Paulo e da própria Fórmula 1. Todas as intervenções são definitivas e, portanto, um legado para a cidade de São Paulo e para os eventos futuros realizados no local.

"A Gerdau está orgulhosa de retornar a esse evento tão icônico para a cultura e o esporte brasileiros. Estamos muito satisfeitos em levar, mais uma vez, o aço Gerdau 100% reciclável e de baixo carbono, para um dos maiores eventos esportivos do mundo, oferecendo uma alternativa mais sustentável para a prova", afirma Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.

Aço no centro da parceria

Além das melhorias no Autódromo de Interlagos, a Gerdau oferecerá as medalhas, feitas em aço, entregues aos fiscais de pista, em reconhecimento ao trabalho voluntário e aos esforços realizados para a concretização do GP de São Paulo deste ano. A companhia também terá um espaço exclusivo no Paddock Club de Interlagos, onde receberá seus convidados.

A empresa levará ainda a réplica em tamanho real de um carro de Fórmula 1, feita com 1,4 toneladas de sucata metálica, nas medidas oficiais da competição para espaços estratégicos no País para que o público geral possa interagir com carro, como o Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais. Esse projeto reflete a matriz produtiva sustentável da Gerdau, que utiliza o mesmo material como matéria-prima em mais de 70% de sua produção de aço, assegurando uma produção de baixo carbono.

A Gerdau é uma das líderes globais na produção de aços especiais, produto fundamental para a indústria automotiva, com unidades industriais no Brasil e nos Estados Unidos. Essas plantas se destacam por utilizar até 100% de sucata na produção do insumo, contribuindo significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa e fomentando a reciclagem, por meio da economia circular.

Essa atividade, que envolve mais de um milhão de pessoas, incluindo catadores e cooperativas, promove a reutilização de matérias-primas, reduzindo consideravelmente a necessidade de extração de recursos naturais, o consumo de energia e as emissões de gases de efeito estufa.

Diário do Aço - MG   23/10/2024

Em uma decisão que promete impactar um antiga demanda judicial que envolve as duas maiores siderúrgicas no Brasil e em consequência o mercado de capitais brasileiro, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (22) que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) se manifeste em uma ação que discute os critérios para definir a ocorrência de troca de controle acionário em empresas abertas.

A ação, movida pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), questiona uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, em um caso envolvendo a Usiminas, entendeu que houve troca de controle quando a Ternium adquiriu cerca de 27% das ações da siderúrgica. Essa decisão obrigou a Ternium a pagar uma indenização de R$ 5 bilhões à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que era minoritária na Usiminas. Na época, a conforme noticiado pelo Diário do Aço, a Ternium anunciou que iria recorrer a todas as instâncias do Judiciário.

A AEB argumenta que a troca de controle só ocorre quando há a venda de mais de 50% das ações, discordando da posição do STJ. A associação solicitou uma liminar para suspender os processos judiciais que discutem a obrigatoriedade de realizar ofertas públicas de ações (OPAs) ou de pagar indenizações em casos de troca de controle.

O ministro Mendonça, por sua vez, entendeu que a questão é de grande relevância para a ordem social e a segurança jurídica, e decidiu submeter o caso diretamente ao plenário do STF.

Os possíveis impactos da decisão:

* Redefinição de critérios: A decisão do STF pode estabelecer novos critérios para definir o que caracteriza uma troca de controle acionário, impactando futuras negociações e disputas entre acionistas.

* Consequências para CSN e Ternium: A decisão pode beneficiar a Ternium, permitindo que a empresa recorra da decisão do STJ ou se negue a pagar a indenização à CSN. Impacto em outros casos: A decisão do STF servirá como precedente para outros tribunais, influenciando a resolução de casos semelhantes.

* A disputa entre CSN e Ternium já dura mais de uma década e envolve complexas questões jurídicas. A decisão do STF é aguardada com grande expectativa pelo mercado, pois poderá trazer mais segurança jurídica para as negociações e investimentos no setor.

Plenário do STF
A decisão do STF ainda não foi tomada e o processo está em andamento. A manifestação da CVM, da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Procurador-Geral da República será fundamental para a análise do caso pelos ministros do Supremo, em plenário.

Em resumo, a decisão do STF sobre essa ação pode ter um impacto significativo no mercado de capitais brasileiro, redefinindo os critérios para a definição de troca de controle acionário e impactando as relações entre acionistas em diversas empresas.

Money Times - SP   23/10/2024

A BlackRock diminuiu sua participação acionária na Usiminas (USIM5) para 4,928%.

Segundo o comunicado, com a redução, a gestora passará a deter 26,9 milhões de ações preferenciais classe A.

A BlackRock informou que o objetivo das participações societárias acima mencionadas é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da companhia.
Usiminas caiu demais

O Morgan Stanley resolveu dar um ‘voto de confiança’ para empresa, que desaba 32% no ano.

O banco elevou a recomendação para overweight, ou seja, desempenho acima do mercado, com preço-alvo de R$ 9,7.

Segundo os analistas, a ação está sendo negociada abaixo da média das outras empresas do setor, enquanto haverá uma redução de custos, um ponto de preocupação de parte do mercado e que ajudou a derrubar o papel.

“Acreditamos que os investidores jogaram a toalha e esperam ganhos mínimos — se houver — da reforma do alto forno BF. Para nós, isso sugere um potencial de alta caso a empresa consiga entregar apenas uma parte das eficiências prometidas”, diz.

As ações estão sendo negociadas a um EV/Ebitda (valor de firma sobre resultado operacional) para 2025 de 4,8x, em linha com sua média histórica, mas 23% abaixo da média ponderada de seus pares.

Brasil Mineral - SP   23/10/2024

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 143,6 milhões de toneladas em setembro de 2024, uma queda de 4,7% em relação ao mesmo mês do último ano. A Ásia e a Oceania produziram 105,3 milhões de toneladas em setembro, um recuo de 5% sobre setembro de 2023. Apenas a China produziu 77,1 milhões de toneladas, 6,1% a menos que em setembro do ano passado, enquanto a Índia produziu 11,7 milhões de toneladas no mês, um leve recuo de 0,2% sobre o mesmo mês do último ano. Japão e Coreia do Sul produziram 6,6 milhões de toneladas e 5,5 milhões de toneladas de aço bruto em setembro, respectivamente, com queda de 5,8% e crescimento de 1,3% na comparação com o mesmo mês de 2023.

Os países do Bloco Europeu produziram 10,5 milhões de toneladas de aço em setembro de 2024, ou 0,3% a mais que no mesmo mês de 2023. O destaque fica para a Alemanha, com produção de 3 milhões de toneladas e aumento de 4,3% sobre setembro de 2023. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,6 milhões de toneladas, um crescimento de 4,1% sobre setembro de 2023. A Turquia produziu 3,1 milhões de toneladas, 6,5% a mais que em setembro do ano passado.

A África – Egito, Líbia e África do Sul – produziu 1,9 milhão de toneladas de aço bruto em agosto, 2,6% superior na comparação com setembro do último ano. Já os países da CIS produziram 6,8 milhões de toneladas, um decréscimo de 7,6%, com destaque para a Rússia, que teve um volume de produção estimada de 5,6 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 10,6% na comparação com um ano antes.

Os países do Oriente Médio - Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 3,5 milhões de toneladas de aço bruto, 23% a menos que em setembro de 2023. O Irã teve produção estimada de 1,5 milhão e despencou 41,2% no mês.

A produção na América do Norte registrou ligeira queda de 3,4% em setembro de 2024, somando 8,6 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,7 milhões de toneladas, 1,2% a mais que em setembro de 2023, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,5 milhões de toneladas, 3,3% a mais do que em setembro de 2023. O Brasil produziu 2,8 milhões de toneladas e cresceu 9,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano até setembro, a produção mundial de aço bruto somou 1.394 bilhão de toneladas, o que representa um retrocesso de 1,9% em relação ao mesmo período do último ano.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   23/10/2024

Ex-diretor de Política Econômica do Banco Central e head de macroeconomia do ASA, Fabio Kanczuk avalia que não haverá espaço para a redução da taxa Selic em 2025. Segundo ele, a inflação continuará a subir e a dinâmica fiscal do País ainda demanda cautela. O economista diz que, se não houver condições de baixar os juros no ano que vem, a expectativa é de um “atrito constante” entre o governo e o Banco Central, mesmo sob o comando de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. Kanczuk, porém, fez elogios ao futuro presidente da autarquia: “Galípolo é super-habilidoso e foi brilhante ao convencer Lula de que era preciso elevar os juros. Achei que ninguém ia convencê-lo”.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista ao Estadão/Broadcast:
Qual sua avaliação da economia brasileira neste momento?

Há duas histórias possíveis. A primeira é que o impulso fiscal visto no primeiro semestre vai cair bastante. Com essa queda, o controle da inflação vai ficar bem mais fácil e, com isso, o BC vai levar a Selic até 12%, 12,5%. No segundo cenário, que é o da minha visão, houve um grande gasto fiscal do pagamento de precatórios em dezembro de 2023, concentrado em um mês. Houve um crescimento grande do fiscal entre 2019 e 2022, com Bolsonaro, pandemia e a transição para o governo Lula. Nessa sequência, aumentou o gasto. Isso se tornou um problema permanente, fez o fiscal ficar muito pior e vai continuar. O choque de impulso fiscal já se dissipou e, mesmo com a dissipação, a economia continua forte. Tem alguma coisa acontecendo, que não é o fiscal do precatório. O que tem aí de problema é um juro neutro muito mais alto. Seria preciso elevar muito mais a Selic. Apesar de a Moody’s falar que o rating é bom, teve muita piora fiscal desde 2019. A Selic até 12% não vai fazer o trabalho.
O BC deve ir além de 12%, 12,5% nesse ciclo de aperto monetário?

Acho que não. Não vai elevar até 14%, por exemplo. Vai até 12%, 12,5%, mas não vai trazer a inflação para a meta. Na primeira leitura, é que basta isso de juros que vai fazer o trabalho para depois reduzir. Na segunda leitura, o juro vai até 12,5% e o juro não cai. O BC para em 12,5% muito mais por pressão.

No seu cenário há previsão de redução de juros em 2025?

Na minha leitura, não tem como reduzir os juros. A inflação vai continuar subindo. A questão é o fiscal. Se quiser juros mais baixos, precisa ter uma mudança no fiscal no sentido de a dívida parecer sustentável. No fiscal, há essa discussão meio irrelevante se vai cumprir a meta ou não. Isso desvia a atenção do aumento da dívida. Para a dívida parar de crescer, a meta não é suficiente de jeito nenhum. O problema é muito maior.
As expectativas de inflação pioraram na última pesquisa Focus. A que atribui essa alta?

O mais estranho, para mim, é a mediana para a inflação de 2025 estar tão baixa. Não vai cair. A inflação não cede, é estranho essa queda. (O mais recente boletim Focus trouxe a variação da mediana para o IPCA de 2024 de 4,39% para 4,50%; de 2025, de 3,96% para 3,99%; e a de 2026 seguiu em 3,60%.)

Além do fiscal, o que vai pressionar a inflação no próximo ano?

Tem a inércia. A inércia é grande. No Focus, as expectativas de inflação ficam subindo e o nível de juros não será o suficiente. Então, por que vai cair? Não vejo razão para cair, todos os componentes puxando para cima. Meu cenário é de um juro neutro acima de 6,5%. Se não fosse acima disso, a economia já estaria muito mais fraca.

Se não houver condições para a redução dos juros no ano que vem, há chance de pressão política?

Eu acho. Deve ficar esse atrito constante entre governo e Banco Central.

Alguma hora a economia vai desacelerar. É estranho ela estar tão forte. Isso é um mistério nos Estados Unidos e no Brasil.

O que espera do BC em 2025 sob nova direção?

Galípolo é super-habilidoso. Foi o cara que conseguiu convencer Lula a subir os juros. Achei que ninguém ia convencê-lo a subir os juros, o que foi brilhante. Ele navega politicamente entre Lula e a Faria Lima superbem. É uma situação sempre difícil, mas não deve ter forças para manter tudo isso no mandato.
E quanto aos nomes que circulam para demais trocas na diretoria do BC no ano que vem?

Há o Gilneu (Vivan, atual chefe do departamento de Regulação Financeira do BC, cotado para a Diretoria de Regulação), que já era o número dois na área do Otávio (Damaso). É um cara excepcional. O segundo nome, não tenho certeza, mas ouvi sobre a Isabela Damaso, irmã do Otávio. Também ótima, excelente. A dúvida é quem vai assumir a cadeira de Política Monetária. Não sei quem vem.
Nesse contexto de pouca credibilidade fiscal e de juros mais altos, qual a perspectiva para a economia em 2025?

Alguma hora a economia vai desacelerar. É estranho ela estar tão forte. Isso é um mistério nos Estados Unidos e no Brasil. Será que o juro neutro é tão alto? Apesar de desacelerar, não é ruim, é menos crescimento, mas não vejo nada de ruim. A única coisa chata é a inflação não ir para a meta. Fora isso, o Brasil está indo bem.

Globo Online - RJ   23/10/2024

Na semana em que recebe autoridades de finanças de seus países-membros em sua sede, em Washington, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou hoje a mais nova versão do seu relatório periódico “World Economic Outlook”, que faz um panorama da economia global e dos principais países que a movimentam.

O Fundo revisou para cima sua projeção para o crescimento econômico do Brasil este ano, de 2,1%, que era a taxa prevista em julho, para 3% agora. A alta na projeção brasileira, de 0,9 ponto percentual, é a mais intensa entre as 16 principais economias globais elencadas pelo Fundo.

Mas o FMI vê um cenário menos auspicioso para o Brasil no ano que vem. A previsão para o avanço do PIB brasileiro em 2025 recuou ligeiramente, de 2,4% para 2,2%.

Consumo forte com geração de emprego

De acordo com o relatório, a melhora para a previsão do PIB brasileiro neste ano se deve a um desempenho mais forte que o esperado do consumo privado no país e dos investimentos no primeiro semestre devido à maior geração de empregos e à transferência de renda do governo por meio de programas sociais.

O Fundo também destaca consequências menores para o país com as enchentes no Rio Grande do Sul.

Isso significa que o Brasil deve ter um desempenho neste ano melhor que a previsão para toda a América Latina: 2,1% . Em 2025, a região deve ficar um pouco melhor: 2,5%.

Juros mais altos devem conter crescimento no Brasil em 2025

O relatório, no entanto, observa que a necessidade de manutenção de juros mais altos para conter a inflação no Brasil é o que explica a menor expectativa de crescimento em 2025, quando a política monetária pode se refletir em um esfriamento do mercado de trabalho.

A previsão atual do FMI para a economia brasileira se aproxima da projeção do governo Lula, que, no mês passado, revisou suas estimativas para o PIB de 2,5% para 3,2%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que a economia cresça a uma taxa média superior a 2,5% ao ano durante o atual mandato de Lula, que termina em 2026.

Nova fase para a economia global

O estudo, divulgado durante as reuniões anuais do FMI com autoridades de finanças dos países-membros, traça um panorama da economia mundial.

O relatório diz que a batalha global contra a inflação no pós-pandemia foi “largamente vencida”, mas alerta que ainda há pressões de preços persistentes. De acordo com as projeções do FMI, depois do pico de 9,4% ao ano no terceiro trimestre de 2022, a inflação mundial deve baixar a 3,5% no fim de 2025, abaixo da média entre 2000 e 2019, pré-pandemia.

Na maioria dos países, segundo o Fundo, a inflação está se aproximando das metas estabelecidas para seus bancos centrais. Apesar da onda de aperto monetário em todo o mundo para conter a inflação, o FMI destaca que a economia global se manteve resiliente, contrariando os temores dos economistas de uma recessão provocada por juros altos. Agora, as taxas básicas começam a cair, inclusive nas duas maiores economias do mundo, EUA e China.

Vencida a inflação global, o FMI, no entanto, aponta outros riscos para a economia no planeta, como a escalada de conflitos militares regionais (como na Ucrânia, na Faixa de Gaza e no Sudão) e seu impacto nas commodities, juros altos por mais tempo que o necessário e uma possível volta da volatilidade nos mercados financeiros com efeitos negativos no mercado de títulos soberanos de dívida e um crescimento mais moderado da economia chinesa.

O Fundo também alerta para os limites que o protecionismo crescente e o uso de políticas industriais podem impor ao comércio internacional.

Para o FMI, o declínio da inflação sem provocar uma recessão global é um resultado a se comemorar, resultado em taxas mais altas de crescimento econômico nas economias mais ricas e nas em desenvolvimento.

Mais Sobre Inflação
Problemas econômicos no Brasil ficam maiores num cenário Trump

‘Dólar dificilmente vai cair fortemente’, diz economista que vê inflação acima do teto da meta

Entre as economias avançadas, o crescimento previsto do PIB dos Estados Unidos neste ano é forte, segundo o FMI: 2,8% previstos, ante 2,6% na projeção anterior. Na Europa, uma recuperação modesta no crescimento é esperada neste ano, com retomada da produção próxima ao potencial do continente.

Nos mercados emergentes e países em desenvolvimento, o FMI espera crescimento de 4,2% neste ano - mesma projeção de julho -, com a continuidade de um desempenho robusto de países asiáticos.

Para a retomada do crescimento após a fase inflacionária, o FMI diz que há espaço para o que chamou de triplo pivô. O primeiro dos três instrumentos seria a política monetária, com queda dos juros já em curso nas principais economias, para incentivar o aumento da produção e o emprego. O relaxamento da política monetária nos países ricos permite que os emergentes também cortem juros, diz o FMI.

O segundo pivô é a política fiscal. O FMI tem alertado para o descontrole das dívidas soberanas no mundo, que pode somar US$ 100 trilhões no fim deste ano. O alto endividamento reduz os espaços orçamentários dos governos para investimentos e serviços para as populações. O relatório prega um aperto nos cintos:

“Após anos de afrouxamento na política fiscal em muitos países, é agora tempo de estabilizar a dinâmica de dívida e reconstruir as muito necessárias reservas orçamentárias”.

O que o FMI chama de terceiro “e mais difícil” pivô reside nas reformas estruturais. Segundo o relatório, há muito a se fazer nas estruturas institucionais e produtivas dos países para aumentar a produtividade e o potencial de crescimento das economias para lidar com problemas sociais como o envelhecimento e encolhimento da população em muitas regiões e o desafio de combater e lidar com as consequências das mudanças climáticas.

O Estado de S.Paulo - SP   23/10/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ter uma visão “mais cética” sobre a capacidade de as eleições americanas influenciarem os mercados. Em uma entrevista à rede americana CNBC, ele afirmou que esses efeitos podem ser mais limitados.

Campos Neto também voltou a dizer que as propostas em discussão nas eleições dos Estados Unidos — com aumento do protecionismo, combate à imigração e expansão fiscal — indicam uma inflação mais alta no país. Isso, ele afirmou, pode levar os juros americanos a estacionar em um nível mais alto.

“Se esse for o caso, talvez os juros dos EUA não possam cair tanto quanto iriam. E, se esse for o caso, há um impacto para os mercados emergentes”, afirmou Campos Neto. “Pode impactar a maneira como os mercados emergentes lidam com seus próprios problemas, porque isso impacta o custo de financiamento globalmente.”

O chefe do BC afirmou que considera o cenário de “soft landing” (”pouso suave”) na economia americana mais provável. “Achamos que podemos dizer isso cada vez mais”, ele afirmou. “Mas eu diria que a probabilidade do cenário de ‘hard landing’ diminuiu, e que a do cenário de ‘no landing aumentou.’”

Segundo ele, um “soft landing” da economia americana seria importante para o restante do mundo, especialmente para países que estão calibrando as suas políticas monetárias.

Falando sobre a inflação, Campos Neto disse que a grande dúvida é como as condições financeiras podem não estar restritivas o bastante para frear as economias, em meio a juros altos. “Essa é a questão, eu acho, que as pessoas estão perguntando não apenas no Brasil, mas em diferentes lugares”, ele disse, citando a expansão fiscal e algumas mudanças estruturais como possíveis explicações desse fenômeno.

Necessidade de ‘choque fiscal’

Campos Neto repetiu que todas as quedas sustentáveis de juros no Brasil estiveram relacionadas a choques fiscais positivos. “É muito difícil imaginar uma situação em que, partindo de agora, nós somos capazes de ter juros muito menores do que hoje, a menos que nós sejamos capazes, de alguma forma, de produzir um choque positivo no lado fiscal”, afirmou.

Indagado sobre a situação fiscal do Brasil, ele afirmou que o aumento da dívida é um problema global.

IstoÉ Dinheiro - SP   23/10/2024

A China deve fazer mais para reforçar sua demanda interna, especialmente incentivando empresas e famílias a gastarem parte do que juntaram, se quiser acelerar uma economia que está perdendo força, estimou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas.

“A China precisa encontrar outras maneiras de estimular um crescimento duradouro por meio de sua demanda interna”, afirmou Gourinchas durante uma entrevista à AFP. O economista lembrou dos “níveis muito altos de poupança, tanto de famílias quanto de empresas”, que estão disponíveis.

Em um país onde os sistemas de aposentadoria e saúde ainda são pouco desenvolvidos, os chineses adotaram o hábito de ter grandes economias por precaução, em detrimento do consumo.

“As proteções sociais não estão suficientemente desenvolvidas, portanto as pessoas precisam se virar. Se o governo melhorar isso, poderia trazer tranquilidade às famílias e permitir que gastem mais, o que ajudaria a sustentar o crescimento a médio prazo na China”, disse o economista.

A questão é central para a economia mundial, que apresenta uma tendência de crescimento mais fraco do que na década passada: em 2025, o crescimento do PIB global deve ser de 3,2% em relação a 2024, o mesmo percentual que este ano em comparação ao passado.

Na década passada, a média foi de 3,5% de expansão anual.

A desaceleração da economia chinesa poderia aprofundar a queda do crescimento mundial, que já sofre com outras economias emergentes significativas, como a Índia.

O FMI prevê, de fato, um crescimento de 7% neste ano para o país mais populoso do mundo e 6,5% no ano seguinte, em comparação a mais de 8% em 2023.

– Fim da inflação, exceto na Rússia –

A Rússia parece seguir o mesmo caminho, com um crescimento reduzido após superar amplamente as expectativas por dois anos consecutivos, em meio à guerra com a Ucrânia.

“Nossas previsões sempre foram de que haveria uma desaceleração em algum momento. Esperávamos antes, mas agora se apresenta para 2025”, afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, que nota um “aumento da pressão sobre os preços”.

Nos Estados Unidos, por outro lado, graças a “uma produtividade que vai muito bem, ao contrário da maioria das regiões do mundo, e a um aumento da mão de obra, especialmente devido à imigração”, a economia deve terminar o ano de forma muito positiva e continuar assim em 2025.

Segundo Gourinchas, o país está muito perto de um “pouso suave”, ou seja, de controlar a inflação sem cair em recessão.

Este fenômeno não beneficia apenas a maior economia do mundo. “Vemos que a inflação está se aproximando das metas dos bancos centrais. A menos que haja uma surpresa, devemos terminar com a inflação este ano.”

O Estado de S.Paulo - SP   23/10/2024

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse na noite desta terça-feira, 22, que alcançar o grau de investimento tem de ser “meta fundamental” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “A Moody’s deu impulso importante, mas tem lição de casa que temos de fazer.”

Mercadante afirmou que o Brasil tem vulnerabilidade fiscal importante e precisa ter muita responsabilidade nesse cenário. O País bateu recorde de arrecadação com impostos em setembro, com R$ 203 bilhões, o que ajuda a conseguir um superávit fiscal, mas o presidente do BNDES disse que é preciso ser realista. “Vamos ter de cortar despesas”, afirmou na abertura de evento da Bloomberg em São Paulo, que conta com a presença do fundador do grupo, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.

“Temos um grande desafio fiscal. Precisamos manter o crescimento para resolver o fiscal do Brasil”, disse Mercadante, falando que os pessimistas estão constantemente errando “demais” as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), que têm tido revisões recentes para cima. “Vamos disponibilizar linha de crédito para essas pessimistas comprarem calmantes”, brincou Mercadante.

Ainda sobre o fiscal, Mercadante disse que o BNDES está fazendo sua parte para conseguir melhores indicadores nas contas públicas. Vai pagar ao governo R$ 25 bilhões em dividendos este ano, 150% do lucro do banco. Ao Tesouro, fora os impostos, vai pagar mais de R$ 40 bilhões este ano. “Queremos ajudar no arcabouço fiscal.”

Mercadante disse que não falaria sobre juros. “Vou ficar mudis, mas a Faria Lima está surdis”, disse ele, cobrando um diálogo mais “sincero, positivo e construtivo” sobre as taxas de juros no Brasil.

Infomoney - SP   23/10/2024

A indústria de transformação brasileira voltou a melhorar sua posição no ranking mundial de crescimento da produção, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). A produção industrial da transformação cresceu 2,9% no segundo trimestre de 2024 ante o mesmo período do ano anterior.

O desempenho alçou o Brasil à 40ª posição em um ranking de 116 países com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (United Nations Industrial Development Organization, a Unido), segundo o estudo obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Um ano antes, a indústria de transformação brasileira amargava a 70ª colocação, ou seja, o País avançou 30 posições no ranking.

Segundo Rafael Cagnin, economista chefe do Iedi, parte do dinamismo visto na indústria de transformação brasileira em 2024 é produzido por um impacto defasado do último ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, que facilitou o acesso ao crédito para consumo de bens duráveis – essa defasagem na atividade costuma ser de alguns meses.

O ciclo de queda da Selic se iniciou em agosto de 2023, ao recuar de 13,75% para 13,25%, e terminou em maio passado, ao estacionar em 10,50%, antes de subir a 10,75% em setembro (já fora do período pesquisado).

Cagnin explicou que é justamente essa indústria de bens duráveis que vem puxando o dinamismo industrial brasileiro neste ano. “Tem também outros fatores: ganho de melhores empregos no Brasil, ganho de rendimento real por causa disso, uma acomodação no processo inflacionário, programas públicos importantes como reajuste do salário mínimo e ampliação do Bolsa Família, e os fatores pontuais também como pagamento de precatórios antecipados que favorecem porque injetam condições demanda na economia”, detalhou.

Além disso, ele lembrou que houve sinalizações de políticas mais estruturantes, como um retorno de financiamentos de longo prazo para investimentos do BNDES, e outras pontuais, como o programa de redução de impostos para veículos.

O Iedi ressalta que, no segundo trimestre, o Brasil mostrou melhor posição no ranking do que outros países latino-americanos “de destaque”, como Chile (-0,6%, figurando na 71ª posição), México (-1%, em 75º lugar), Colômbia (-3%, em 95º) e Argentina (-17,1%, em 115º lugar).

Já a produção industrial argentina só não foi pior que o desempenho da Palestina, que amargou uma perda de 28,5% em meio aos bombardeios de Israel.

O resultado positivo do Brasil também superou o de países como os Estados Unidos (-0,1%), Reino Unido (-0,5%), França (-1,5%), Japão (-2,9%) e Itália (-2,9%). Nas primeiras posições da lista figuraram Trinidad e Tobago (82,9%), Armênia (42,3%), Ruanda (21,5%), Kuwait (16,6%) e Taiwan (15,0%).

A indústria de transformação deve contribuir positivamente para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024, previu Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Nos 12 meses encerrados em agosto, o PIB crescia 2,8%, com ajuda de uma alta de 1,9% acumulada pela indústria de transformação no período, segundo dados do Monitor do PIB da FGV.

Segundo ele, está havendo essa demanda por bens industriais, um consumo de bens duráveis, graças à redução da taxa de juros. “Há um aumento de renda, através de transferências do governo e da ampliação do emprego. O consumidor tem mais possibilidade de tomar crédito para a compra desses bens duráveis. O consumo de bens não duráveis se mantém”, disse.

O estudo do Iedi mostra que a indústria de transformação brasileira teve expansão semelhante à média mundial em diferentes comparações.

No segundo trimestre de 2024 ante o segundo trimestre de 2023, a produção do Brasil cresceu 2,9%, ante uma alta de 2,5% do total mundial. Na comparação com ajuste sazonal, a indústria de transformação brasileira aumentou sua produção em 0,9% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre de 2023, enquanto a média global foi de expansão de 1% no período.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo semestre do ano anterior, a indústria de transformação brasileira cresceu 2,3%, ante uma elevação de 2,0% no total mundial.
Juro acede sinal de alerta

Rafael Cagnin lembrou que o crescimento da indústria de transformação tende a gerar uma dinâmica positiva de encadeamento interno de vários setores. No entanto, o novo ciclo de alta na taxa básica de juros iniciado em setembro pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central acende um sinal de alerta.

Ao mesmo tempo, a imposição de barreiras comerciais por Estados Unidos e Europa no comércio com a China tende a aumentar a concorrência de produtos brasileiros com manufaturados chineses no mercado doméstico e internacional, acrescentou.

“Por ora, é uma luz amarela”, avaliou Cagnin. “O ano de 2024 será positivo”, acrescentou.

Infomoney - SP   23/10/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira ser apropriado tratar da desancoragem das expectativas de inflação e que é importante comunicar a seriedade da autoridade monetária em relação à meta, ao mesmo tempo em que reiterou que será difícil que o país conviva com juros muito mais baixos do que o patamar atual sem um choque fiscal positivo.

Durante entrevista concedida em Washington à CNBC, divulgada no site da emissora norte-americana nesta tarde, Campos Neto foi questionado sobre o fato de o Brasil estar em um momento de elevação dos juros, enquanto outros países estão em processo de cortes.

“Estamos em diferentes ciclos. O Brasil foi o primeiro a elevar (a taxa de juros), e agora foi o primeiro a cortar. E no caso do Brasil o que estamos vendo é que a economia está muito resiliente, o mercado de trabalho está muito apertado, começamos a ver um hiato do produto que estava no lado positivo”, avaliou.

Ele destacou que tanto as projeções de inflação do BC quanto as expectativas de mercado para o comportamento dos preços à frente passaram a desancorar em meio a esse cenário.

“Então, achamos que é apropriado neste momento começar a tratar desta questão. É muito importante comunicar às pessoas que somos sérios em atingir o alvo (da meta), porque o Brasil tem uma grande memória de inflação.”

O centro da meta de inflação contínua perseguida pelo BC é de 3%. A margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual. Nos cálculos mais recentes do mercado, divulgados no relatório Focus do BC, a projeção de inflação para 2024 está em 4,50% — no teto da meta — e para 2025 está em 3,99%.

FISCAL

Na entrevista, o presidente do BC voltou a avaliar que o Brasil precisa mostrar um choque fiscal positivo para que possa conviver estruturalmente com níveis mais baixos de juros.

“É muito difícil imaginar uma situação na qual a gente consiga viver com juros muito mais baixos do que hoje a menos que sejamos capazes, de alguma forma, de produzir um choque positivo no fiscal”, disse.

Questionado sobre críticas em relação à sua isenção no comando do BC, ele voltou a afirmar que o órgão subiu juros durante a campanha eleitoral de 2022, que tinha como candidato à reeleição Jair Bolsonaro, que o indicou ao cargo na autoridade monetária. Ele justificou que esteve próximo do governo anterior porque buscava aprovar a autonomia operacional do BC.

Em relação ao cenário internacional, Campos Neto afirmou que a expectativa é de que os Estados Unidos tenham um pouso suave da economia, o que será relevante para o mundo.

Ele ponderou que a campanha eleitoral nos Estados Unidos indica que o próximo governo terá políticas inflacionárias independente de quem vencer o pleito, o que pode fazer com que o país norte-americano não tenha juros tão baixos quanto poderiam — um cenário que impacta a política monetária de economias emergentes.

Ainda sobre o ambiente internacional, ele destacou que há perspectiva de que a China passe a crescer menos à frente, diante de barreiras comerciais ao redor do mundo, o que pode gerar implicações para o Brasil.

MINERAÇÃO

Investing - SP   23/10/2024

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça-feira, pressionados por preocupações com uma retração na demanda pela principal matéria-prima para a fabricação de aço, à medida que a demanda de aço na China mostra sinais de abrandamento.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,52%, a 762 iuanes (107 dólares) a tonelada, reduzindo perdas registradas mais cedo.

O minério de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura recuava 0,98%, a 100,8 dólares a tonelada. O contrato caiu abaixo do nível psicológico de 100 dólares por tonelada, atingindo uma baixa intradiária de 99,8 dólares no início da sessão.

Os volumes de transações de produtos de aço para construção caíram quase 8% em relação ao dia anterior, para 122.500 toneladas na segunda-feira, segundo dados da consultoria Mysteel.

"Depois que o sentimento macro esfriou temporariamente, a demanda especulativa diminuiu significativamente, enquanto a recuperação da demanda firme é limitada", disseram os analistas da First Futures em nota.

"É provável que o vergalhão acumule estoques em novembro, quando a demanda sofrerá com o clima ficando mais frio (nas regiões do norte)."

Pequim divulgou uma série de medidas de estímulo desde o final de setembro para aquecer a economia e deter a queda dos preços e das vendas no mercado imobiliário.

Isso melhorou o sentimento nos mercados de commodities, fazendo com que os preços do minério de ferro e do aço subissem 12% e 6%, respectivamente.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

Apesar da ampla perda no mercado de ferrosos, alguns analistas acreditam que os preços se movimentarão dentro de uma faixa relativamente estreita, já que o mercado aguarda mais sinais de uma importante reunião que possivelmente será realizada no final deste mês.

Valor - SP   23/10/2024

Bancos estimam que preço 14% menor no minério de ferro de junho a setembro sobre igual período de 2023 reduzirá resultado, apesar de produção maior

Ainda que tenha apresentado um aumento no volume de produção de minério de ferro no terceiro trimestre deste ano, a Vale deve ter resultados financeiros mais fracos no período. Conforme levantamento do Valor, analistas de mercado esperam que a mineradora registre recuos nas principais linhas do balanço por conta do menor preço nas vendas.

A companhia divulgará o resultado do período julho a setembro na quinta-feira (24), depois do fechamento dos mercados. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deve ficar, em média, em US$ 3,5 bilhões no terceiro trimestre, segundo o cálculo dos bancos, recuo de 15,4% ante igual período de 2023. A receita líquida deve cair 9,2%, para US$ 9,6 bilhões.

A expectativa é de que o lucro líquido da mineradora tenha queda de 40,2%, para US$ 1,7 bilhão, na média das estimativas de cinco bancos e corretoras: Itaú BBA, Santander, BTG Pactual, Citi e Ativa Investimentos.

Os números foram calculados pelos analistas dos bancos antes do fato relevante divulgado pela companhia na sexta-feira (18), com informações sobre os termos do acordo definitivo pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que deve custar R$ 170 bilhões, sendo R$ 100 bilhões em 20 anos.

No comunicado, a mineradora estimou que R$ 5,3 bilhões (US$ 956 milhões) serão adicionados aos passivos associados à reparação de Mariana nos resultados do terceiro trimestre.

Consultados, os bancos disseram que não haviam alterado as projeções de Vale para o terceiro trimestre em função do anúncio do acordo de Mariana. É possível que uma eventual provisão a ser feita pela mineradora no trimestre acabe por reduzir as estimativas de lucro. Os analistas têm mais dificuldade de calcular o lucro pois não conseguem antecipar efeitos de fatores extraordinários reconhecidos pela empresa e que afetam o resultado final.

Conforme o balanço da Vale do segundo trimestre, a companhia tinha em 30 de junho US$ 3,7 bilhões em provisões referentes à tragédia de Mariana, além dos US$ 2,4 bilhões do rompimento da barragem de Brumadinho (MG). O Goldman Sachs classificou a provisão de US$ 956 milhões como pequena.

No terceiro trimestre deste ano, a Vale atingiu o maior nível de produção de minério de ferro desde o quarto trimestre de 2018. Mas segundo os bancos consultados o menor preço realizado entre julho e setembro deste ano em comparação com igual período do ano passado deve causar um recuo dos resultados da mineradora.

A empresa fechou o terceiro trimestre com preço médio realizado nas vendas de finos de minério de ferro de US$ 90,6 por tonelada, uma queda de 13,8% frente a igual período do ano anterior, quando o valor médio foi de US$ 105,1 por tonelada.

Reparação de Mariana deverá aumentar passivo da empresa em US$ 956 milhões

As estimativas de lucro líquido variaram entre US$ 977 milhões, do Itaú BBA, e US$ 2,1 bilhões do BTG Pactual. As projeções de receita líquida vão de US$ 9,2 bilhões, do BTG Pactual, a US$ 10,5 bilhões, da Ativa Investimento. Para o Ebitda, a menor expectativa é do Itaú BBA, de US$ 3,3 bilhões, e a maior, da Ativa Investimentos, de US$ 3,9 bilhões.

De acordo com o relatório do terceiro trimestre, a Vale registrou aumento de 5,5% na produção de minério de ferro em comparação com igual período de 2023, para 90,971 milhões de toneladas. A maior produção de minério foi impulsionada pelo melhor desempenho em S11D, Itabira e Brucutu.

Em setembro, a Vale informou o aumento da projeção de produção de minério para 2024: a meta, que antes era de 310 milhões a 320 milhões de toneladas, agora, é de 323 milhões a 330 milhões de toneladas para o ano. Na visão do Goldman Sachs, os dados recentes de produção mostram que a Vale está no caminho certo para atingir o ponto mais alto da nova projeção.

Para o Itaú BBA, o trimestre da Vale foi marcado pela maior produção de minério de ferro desde o rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019, e por melhora na qualidade média da companhia, com menos vendas de produtos com alto teor de sílica, considerados de pior qualidade, além da maior produção no norte do Brasil.

O BTG Pactual disse que os dados de produção da Vale do terceiro trimestre mudaram a visão do banco: “Estávamos cautelosos sobre a Vale por um tempo, mas devemos admitir que gostamos do que vimos em suas operações de minério de ferro ultimamente, embora a área de metais básicos ainda precise ser estabilizada.” Em relatório, o banco afirma que a ação da Vale tem ficado volátil ultimamente, assim como a China, em referência às medidas do país asiático. “A Vale tem ficado muito volátil ultimamente, surfando a onda (diária) de especulação em torno do estímulo chinês, o que continua sendo uma batalha difícil de prever”, diz o BTG. O governo da China tem anunciado medidas para estimular as construções no país, com projetos habitacionais para reforma de moradias em áreas degradadas e tentativas de acelerar a concessão de crédito.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   23/10/2024

Na semana passada, a Volkswagen lançou o novo Nivus com uma versão GTS do SUV. É o terceiro lançamento da marca alemã, este ano, que planeja mais 13 novidades no Brasil até 2028, incluindo veículos híbridos e elétricos importados. Para o ano que vem, está previsto um novo SUV compacto, que teve uma prévia revelada no Rock in Rio. O Brasil é o terceiro mercado em volume de vendas da multinacional (atrás de China e Alemanha): 345 mil carros em 2023.

Em entrevista ao GLOBO, Ciro Possobom, CEO da Volkswagen no Brasil, avalia que, com a Reforma Tributária, e uma pequena redução na carga de impostos sobre veículos, mais 300 mil carros poderiam ser vendidos pelas montadoras no país. Ele admite que a importação de veículos elétricos preocupa as montadoras que atuam aqui e defende que o imposto de 35% sobre esses importados suba já, e não em 2026 como previsto.

A indústria automotiva investe R$ 130 bilhões até 2030 no país. Mas financiamento é essencial para o setor e os juros estão subindo. Como vê esse cenário?

A Volkswagen vai investir R$ 16 bilhões, um dos maiores montantes. Serão 16 novos carros lançados até 2028. Trazemos com esses recursos toda a transformação da eletrificação. Mas o financiamento é fundamental no negócio de automóveis. Atualmente, a média de juros no parcelamento de um automóvel novo gira em 25% ao ano. É bastante oneroso para todo mundo. Pelo menos 55% dos clientes financiam, e 45% compram à vista. Poderia ser maior o percentual financiado.

E o que pode acontecer com a subida dos juros?

As montadoras têm subsidiado uma parte dos juros, com taxas de 0,79% ou até zero. É uma forma de manter o mercado aquecido. Vejo a inflação controlada e acredito que os juros tendam a baixar. Por isso, é importante termos o equilíbrio fiscal para não haver surpresas lá na frente no crédito.

Temos fábricas para produzir 4 milhões de veículos no Brasil, mas fazemos a metade. Como destravar a produção?

Hoje a maioria das montadoras trabalha com dois turnos (em vez de três). Ajustamos o custo fixo à produção. Na Volks, estou com plena capacidade. Temos dois turnos, mas estamos trabalhando sábado. Para uma decisão de (abrir) terceiro turno é preciso ver se o mercado é constante e para cima. Temos perdido competitividade na exportação: já chegamos a 700 mil unidades e, neste ano, serão 350 mil.

Perdemos mercado nos países do Pacífico e América do Sul para chineses e coreanos por falta de um acordo bilateral com outros países. E temos que buscar o mercado interno, que tem crescido, mas ainda tem mais potencial num ambiente econômico de confiança.

Os economistas preveem crescimento de 3% do PIB. Essa alta mais forte ajuda a compensar juros altos?

Não digo que compensa, mas o mercado cresce. Neste ano, as vendas devem chegar a 2,45 milhões (de carros). Em 2025, pode chegar a 2,58 milhões. O mercado cresce 5% a 6% ao ano, mais que o PIB. Mas, para um país com mais de 200 milhões de habitantes... Uma coisa que está atrapalhando é a logística. Temos sofrido com problemas de navios, de aviões, toda a cadeia de suprimentos está estressada no mundo. Se conseguíssemos liberar um pouco mais a cadeia logística seria bom.

A Reforma Tributária ajuda?

A Reforma Tributária é uma oportunidade que a gente tem de simplificar a vida das empresas, do consumidor. Mas hoje, no Brasil, são 40% de impostos num carro novo enquanto nos EUA são 7% e em outros países, 20%. Se gente conseguisse reduzir um pouco a carga tributária teria um boom gigantesco nos empregos.

E se os carros ainda tiverem Imposto Seletivo (sobretaxa para produtos com impacto socioambiental negativo ou prejudicial à saúde)?

Estamos falando de algo como 26,5% no imposto único. O Imposto Seletivo pode ficar entre 9% e 10%. Tem um intervalo aí. Se conseguíssemos reduzir de quatro a cinco pontos a carga tributária total, baixando o preço do veículo, o setor poderia ter um volume de vendas de até 300 mil carros a mais no ano.

Quando a Volks vai começar a produzir carros híbridos aqui?

O lançamento é em breve. Toda a engenharia está trabalhando nessa plataforma e em como adaptar nossos carros a essa realidade. Temos mais de 1,5 mil engenheiros aqui. Não posso te precisar a data, mas estamos trabalhando para sair o mais rápido possível.

As montadoras têm deixado o veículo elétrico puro mais para o futuro...

A gente tem de se adaptar à realidade do país. O Brasil é continental, não tem infraestrutura de recarga e não há incentivo público para isso. Toda a iniciativa de recarregamento é da iniciativa privada. É um investimento importante ter carregadores rápidos, mas isso custa centenas de milhares de reais e leva tempo.

E o que isso significa em termos de produção?

Acredito em soluções de mobilidade para as pessoas. Se você viaja pouco, vai de casa para o escritório, e tem como carregar em casa, o carro elétrico é suficiente. Mas a Volks é uma empresa de massa, com seis fábricas na região. Como eu ocupo essas fábricas fazendo um carro que hoje ainda é nicho, não só no Brasil, mas em todo o mundo, com exceção da China?

Acreditamos no carro a combustão flex, no híbrido flex, que acrescenta um nível a mais de tecnologia. Vamos ter os diferentes tipos de hibridização até a chegada do próprio elétrico. Estamos trazendo elétricos importados e estudando a fabricação mais no futuro. Acho que um horizonte até 2030 é possível, mas vai depender de como andar o mercado.

Como montadoras estão trabalhando para desenvolver a cadeia de fornecedores aqui?

Não adianta trazer a tecnologia sem a cadeia de fornecedores. Eu preciso desenvolvê-la. É isso que estamos fazendo, e todas as montadoras vão nessa direção. Vamos investir no Brasil, com conteúdo local para poder fazer acontecer.

Outro ponto que o brasileiro considera é o valor de revenda... Como fica com elétricos?

A grande dificuldade do carro elétrico no mundo é a queda do valor de revenda. Hoje, tem veículos sendo vendidos a 30%, 40% da tabela Fipe. Para uma família que põe até R$ 150 mil num elétrico e perde metade em dois, três anos, é um problema. O equilíbrio do mercado de elétricos vai se dar pelo mercado de usados.

A Europa elevou o imposto de importação de elétricos chineses para até 45%. O Brasil deveria fazer o mesmo?

O país sempre teve imposto de 35% (para veículos importados). Houve uma redução para zero para os elétricos, mas para um volume pequeno. Mas alguns dos novos entrantes se aproveitaram e trouxeram muito carro, em vez de trazer nos próximos dois anos. Tem gente com 80 mil carros parados nos pátios atrapalhando, congestionando os portos. Isso distorce o mercado. Eu quero só que se restabeleça os 35% agora (e não em 2026).

E se o imposto não aumentar? Qual o efeito?

O Brasil passa por uma fase de busca do equilíbrio fiscal, de equilíbrio na balança comercial do setor (serão 450 mil carros importados e a exportação cairá a 350 mil). Não é bom para o país, para o dólar, não ajuda a economia como um todo. Nos EUA, a alíquota (sobre elétricos importados da China) subiu para 100%, no Canadá, mais de 100%, na Índia, 100%.

Então vão querer desovar tudo aqui, um país gigante e que tem esse benefício fiscal. Não tenho problema com concorrência, mas não acho correto. Venham produzir aqui, gerar emprego, comprando peças aqui. Eles trazem as peças de fora e montam aqui com meia dúzia de empregos. Não é isonômico.

Está otimista com a economia brasileira nos próximos anos?

Sou otimista, mas realista. O Brasil nunca dá grandes saltos. Crescimento de 2%, 3% ao ano dá para fazer. Tenho muita preocupação com o equilíbrio fiscal. Temos conversado com o governo sobre isso, com o ministro (da Fazenda) Fernando Haddad. Essa é a única questão.

A gente sempre espera um país estável para as decisões de investimento. Acho pouco provável que a gente volte aos 4 milhões de veículos no médio prazo. Mas se vender quase 2,6 milhões ano que vem, e se forem carros produzidos no Brasil, eu fico feliz.

Automotive Business - SP   23/10/2024

O Programa Mover, atual conjunto de regras que rege o setor automotivo nacional, em sete meses já teve mais adesão do que seu antecessor, o Rota 2030.

Desde março, quando entrou em vigor a portaria que deu origem ao programa, 118 empresas foram habilitadas, sendo 11 montadoras, 93 fabricantes de autopeças, entre outros agentes.

Comparando com o Rota 2030, nos mesmos sete meses iniciais, a quantidade de empresas que manifestaram interesse e se homologaram chegou a 39.

De acordo com Denys Cabral, gerente de inovação automotiva na Becomex, essa diferença se deve a um movimento forte, que parte das montadoras e chega até sua cadeia de suprimentos.

“As fabricantes de veículos estão exigindo que seus fornecedores, em diversos níveis, também se habilitem ao programa, algo que aconteceu em menor grau na época do Rota 2030”, disse.

Cabral explicou ainda que há uma forte pressão por redução de custos na indústria como um todo, de forma que a adesão aos incentivos do Mover poderá ajudar nesse sentido.
Adesão ao programa Mover tende a aumentar

O número poderá aumentar ainda mais entre os fabricantes de autopeças, onde ainda haveria espaço para o programa ganhar mais penetração.

Considerando que o Sindipeças, entidade que representa a classe no país, tem uma base de cerca de 500 associados, há no horizonte um universo de pouco mais de 400 empresas.

Nem todas devem requisitar homologação, é verdade, mas o interesse aumentou nesse setor, afirmou o gerente da Becomex.

“O volume de recursos é atrativo e aumenta gradualmente ao longo dos anos, o que chama a atenção dessas empresas que já recebem estímulos de seus clientes, as montadoras”, concluiu Cabral.

Valor - SP   23/10/2024

A montadora Volvo registrou lucro líquido atribuível aos acionistas no terceiro trimestre de 2024 de 4,21 bilhões de coroas suecas (US$ 399,2 milhões), em alta de 40,3% em comparação com 3,0 bilhões de coroas no mesmo período do ano anterior.

A montadora sueca — que é majoritariamente de propriedade do grupo chinês Zhejiang Geely — fez a divulgação de resultados na quarta-feira (23).

Uma previsão de cinco analistas compilada pelo provedor FactSet havia chegado a um lucro líquido de 3,645 bilhões de coroas.

Já a receita foi de 92,78 bilhões de coroas, em comparação com 92,045 bilhões de coroas e uma previsão de consenso de 88,83 bilhões de coroas. Ela vendeu 172.8000 carros, acima dos 167.500 carros do terceiro trimestre do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos e excluindo sua participação na renda em joint ventures e associados — uma métrica preferida da empresa — foi de 5,7 bilhões de coroas, em comparação com 6,1 bilhões de coroas um ano antes.

Apesar dos resultados satisfatórios no terceiro trimestre, a montadora cortou sua projeção de resultados para o ano de 2024 inteiro e informou que agora prevê fluxo de caixa negativo devido a menores expectativas de vendas em um mercado fraco.

A expectativa de vendas para o ano inteiro é de crescer entre 7% e 8% em comparação com a projeção anterior, de 12% a 15%. As vendas no varejo em 2023 foram de 708.700 carros.

Infomoney - SP   23/10/2024

A transição global para veículos elétricos terá impactos “de longo alcance” no investimento, na produção, no comércio internacional e no emprego, afirmou o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira (22), como parte de sua atualização das previsões de crescimento econômico global.

A análise foi incluída no último relatório Perspectiva Econômica Global do FMI, divulgado enquanto as autoridades se reúnem nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial esta semana para discutir esforços para impulsionar o crescimento global, lidar com o endividamento excessivo e financiar a transição para a energia verde.

“A crescente adoção de veículos elétricos representa uma transformação fundamental da indústria automotiva global. Ela terá consequências de longo alcance”, disse o FMI.

A mudança para veículos elétricos acelerou nos últimos anos e é vista como uma forma fundamental de ajudar os países a atingirem suas metas climáticas.

Em 2022, o transporte foi responsável por 36% das emissões de gases de efeito estufa nos EUA, 21% na União Europeia e 8% na China, disse o FMI.

A crescente adoção de veículos elétricos foi apoiada pela meta da UE de reduzir as emissões de carros em 50% no período de 2030-2035 em relação aos níveis de 2021, enquanto o governo dos EUA forneceu subsídios para veículos elétricos e estações de recarga.

O FMI observou que a indústria automotiva global se destaca por ter salários altos, lucros elevados, grandes mercados de exportação e usar um alto grau de tecnologia.

A aceleração em direção aos veículos elétricos remodelaria esse cenário, particularmente se a China mantiver sua vantagem atual em produção e exportações contra rivais dos EUA e da Europa. Em cenários realistas de penetração de mercado de veículos elétricos, o PIB da Europa seria reduzido em cerca de 0,3% no médio prazo, disse o FMI.

“Nesses cenários, o emprego diminui no setor automotivo e a mão de obra é realocada gradualmente para setores menos intensivos em capital (com menor valor agregado por trabalhador)”, afirmou o FMI.

Tanto os EUA quanto a UE impuseram tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China para combater o que eles dizem ser subsídios injustos de Pequim aos fabricantes chineses.

No mês passado, o governo dos EUA introduziu uma taxa de 100% sobre veículos elétricos chineses, enquanto no início deste mês os membros da UE apoiaram, por uma pequena margem, taxas de importação sobre veículos elétricos fabricados na China de até 45%.

Até agora, os fabricantes chineses de veículos elétricos têm precificado seus veículos abaixo dos concorrentes, uma vantagem crucial, já que os veículos elétricos atualmente continuam mais caros do que as alternativas a gasolina e a demanda por veículos elétricos vem diminuindo globalmente.

O governo francês disse neste mês que reduzirá seu apoio aos compradores de veículos elétricos, juntando-se à Alemanha, que encerrou seu esquema de subsídios no final do ano passado.

Infomoney - SP   23/10/2024

As ações da Hyundai caíram 7,2% em sua estreia em Mumbai na terça-feira, após a maior oferta pública inicial (IPO) da história do país, que atraiu uma resposta fraca dos investidores de varejo.

O estoque terminou sua primeira sessão de negociação a 1.819,60 rúpias, após as ações serem precificadas a 1.960 rúpias cada, o topo da faixa de preço divulgada para a IPO.

A Hyundai Motor da Coreia do Sul vendeu uma participação de 17,5% em sua unidade indiana por meio do negócio, buscando se beneficiar da febre dos investidores por vendas de ações no país do Sul da Ásia, que é um dos locais mais vibrantes do mundo para listagens este ano.

Os investidores de varejo compraram apenas cerca da metade da porção reservada para eles na IPO da Hyundai. No geral, a construção do livro foi mais lenta do que alguns esperavam, com a oferta sendo finalmente superalocada mais de duas vezes apenas após as instituições inundarem no último dia de um período de licitação de três dias.

Os traders individuais ficaram desmotivados pelo fato de a empresa-mãe ficar com todo o produto do negócio, além da demanda esfriada na indústria automotiva da Índia, disseram analistas anteriormente. O baixo interesse dos investidores de varejo na oferta contrastou com a febre observada em algumas IPOs recentes, especialmente em ofertas menores.

“Essa IPO foi basicamente salva pelas instituições”, disse Ambar Taneja, diretor de investimentos do Cirque India Equity Fund na Geomatrix (HK). “É um sinal saudável que o investidor de varejo também é criterioso e sabe quais são as avaliações.”

Alguns analistas já haviam levantado preocupações sobre o preço elevado da IPO de US$ 3,3 bilhões, que avaliou a segunda maior montadora da Índia em vendas em cerca de US$ 19 bilhões. Joanna Chen, analista da Bloomberg Intelligence, observou que sua avaliação era cerca de cinco vezes a da empresa-mãe coreana, embora estivesse em linha com as de pares indianos, como a Maruti Suzuki.
Grandes IPOs Indianos

A estreia morna da Hyundai se destaca, considerando que novas listagens na Índia viram as ações subirem, em média, 39% no primeiro dia este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Dito isso, seu desempenho também reforçou uma tendência de longo prazo: grandes IPOs indianos raramente têm um bom desempenho no primeiro dia. A Life Insurance Corp. of India, estatal, viu suas ações caírem quase 8% em maio de 2022 após o que foi então uma IPO recorde em termos de moeda local.

Da mesma forma, a One 97 Communications, operadora do provedor de pagamentos digitais Paytm, testemunhou uma queda de mais de 25% em suas ações em sua estreia em novembro de 2021.

A Hyundai estabeleceu uma forte franquia na Índia, mas a falta de grandes lançamentos nos próximos 12 a 18 meses e os pagamentos de royalties mais altos para a empresa-mãe estão entre os fatores que restringirão o crescimento dos lucros da companhia, escreveram analistas da Emkay Global Financial Services Ltd. em uma nota.

Eles iniciaram a cobertura com uma classificação de “reduzir” e definiram um preço-alvo de 1.750 rúpias para as ações.

‘Valor de Longo Prazo’

Alguns analistas estão focando mais nas perspectivas de longo prazo da empresa.

A Nomura Holdings iniciou a cobertura com uma classificação de “comprar” logo antes da listagem, citando expectativas de crescimento “saudável” em volume e aumentos nos preços dos veículos. Ela definiu um preço-alvo de 2.472 rúpias, implicando um potencial de valorização de cerca de 26% em relação ao preço da IPO.

A emergência da Índia como a economia maior de crescimento mais rápido do mundo, assim como sua classe média em expansão, apresenta uma oportunidade para os fabricantes de automóveis.

O mercado de automóveis do país está a caminho de atingir 20 milhões de unidades até 2047, disse Kenichi Ayukawa, vice-presidente executivo da Suzuki Motor, em uma entrevista em julho. Um total de 4,2 milhões de veículos de passageiros foram vendidos na Índia no ano fiscal encerrado em março, de acordo com a Sociedade dos Fabricantes de Automóveis da Índia.

“A IPO da Hyundai Motor India oferece potencial de valor a longo prazo, mas não é adequada para investidores que buscam ganhos rápidos,” escreveu Devi Subhakesan, analista da Investory Pte, em uma nota no Smartkarma antes da estreia. “Riscos de avaliação são esperados” em meio a mudanças nas preferências dos consumidores e aumento da concorrência na indústria automotiva da Índia.

Com os recursos da Hyundai, as IPOs indianas já arrecadaram mais de US$ 12 bilhões até agora neste ano, superando os volumes dos últimos dois anos, mas ainda abaixo do recorde de US$ 17,8 bilhões arrecadados em 2021, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Outras estreias pendentes incluem a empresa de entrega de alimentos Swiggy e a divisão de energia renovável da produtora estatal NTPC.

A listagem da Hyundai ocorreu em meio a uma semana movimentada para a região da Ásia-Pacífico.

Cerca de 20 empresas da Ásia-Pacífico estão listando ações em negócios que podem arrecadar mais de US$ 8 bilhões, o maior volume semanal desde abril de 2022, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

As ações da Tokyo Metro, do Japão, estão programadas para começar a negociação na quarta-feira após uma oferta de US$ 2,3 bilhões. A fabricante de água engarrafada China Resources Beverage está prestes a estrear em Hong Kong após arrecadar US$ 649 milhões.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   23/10/2024

Programas estaduais e municipais também ajudam a tornar viáveis projetos para baixa renda

Outros programas ajudam a viabilizar projetos, diz Marcos Vinicius, da Habras — Foto: Divulgação

O setor imobiliário evitava trabalhar com a faixa inicial do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), após problemas com o repasse dos recursos na década passada, que chegou a paralisar obras e colocou construtoras em apuros. Agora, o governo tenta mudar essa imagem, e o setor tem buscado acompanhar.

O MCMV é dividido em três faixas, e a etapa inicial também tem uma divisão: ela pode ser financiada tanto por recursos do FGTS quanto por recursos da União, vindos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) ou do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS). Além da origem do dinheiro que financia a obra, a diferença é que as unidades com saldo do FGTS são vendidas diretamente ao cliente final, enquanto nas outras é o poder público que seleciona os moradores.

As contratações voltaram a ocorrer neste ano. Segundo a Caixa Econômica Federal, que faz a operação do programa, foram autorizadas, até outubro, 77,3 mil unidades com recursos do FAR. A expectativa do banco é atingir 115 mil unidades até dezembro.

“No começo fica todo mundo com o pé atrás, porque sofreu muito para entregar [os projetos] em 2015, com falta de pagamento”, afirma Marcos Vinicius, sócio e diretor da incorporadora Habras, que atua no segmento.

A incorporadora constrói, atualmente, 1,5 mil unidades na faixa 1 do MCMV, com projetos em Guarulhos e em São Paulo. Antes da Habras, no início dos anos 2010, Vinicius teve outra incorporadora que só atuava na faixa 1 com recursos da União, o que hoje vê como um erro. “Não pode estar toda em uma faixa só”, diz. “Muitas empresas sumiram do mercado porque acabou o funding”. A Habras também constrói em outras faixas do MCMV e fora do programa.

Não é simples viabilizar os projetos nos dois segmentos - as unidades precisam ser baratas, para serem acessadas por famílias com renda de até R$ 2.850 - mas o problema dos repasses estava localizado nas obras com recursos do FAR e do FDS.

Em evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em setembro, o Ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), fez a assinatura de 1.088 unidades para esse modelo do MCMV, com as incorporadoras Direcional, Emccamp e Jotanunes. “Podem investir, que não vai faltar dinheiro”, afirmou o ministro, que tenta motivar mais companhias a atenderem a faixa 1.

Não à toa, no mesmo evento, a vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, elogiou a decisão do governo de separar já no ano passado parte do orçamento e depositá-lo no FAR, “como sinalização que teremos recursos para fazer habitação para as famílias que não conseguem acessar o crédito imobiliário”.

A quebra dessa desconfiança ainda está em andamento. Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano, que tem 24% do “market share” do segmento de imóveis econômicos em São Paulo, conta que a empresa começou a lançar na faixa 1 neste ano, mas que fica restrita às unidades financiadas pelo FGTS. “FAR e FDS são licitações públicas, existem muitas alterações, mudanças políticas”, diz. “Como gestão de risco da companhia, não é o nosso foco.”

No começo fica todo mundo com o pé atrás, porque sofreu muito para entregar em 2015, com falta de pagamento”

— Marcos Vinicius

Também há preocupação com a disponibilidade de recursos do FGTS no médio e longo prazo, pois ele tem sido usado para outros fins, como o saque-aniversário, criticado pelo setor imobiliário. No entanto, o FGTS tem um conselho curador, ressalta Silveira, que dá segurança sobre o orçamento do ano.

A empresa já lançou 3,5 mil unidades na faixa 1 e deve lançar outras 4,2 mil até o fim do ano.

Para além dos recursos do FGTS, a Plano atua no Pode Entrar, programa da prefeitura paulistana que utiliza o orçamento municipal para contratar unidades. A empresa tem 1,9 mil unidades dentro do programa.

A RZK Empreendimentos também aderiu ao Pode Entrar, com 6,2 mil unidades, conta Verena Balas, diretora de incorporação. A companhia, que desenvolve o bairro planejado Reserva Raposo, em São Paulo, está aberta a ter empreendimentos na faixa 1 do MCMV no futuro, segundo a executiva. “Tenho outras 10 mil unidades para desenvolver e o Reserva é focado em interesse social”, diz.

Outro programa habitacional, o Casa Paulista, do governo do Estado de São Paulo, ajuda a viabilizar as unidades do próprio MCMV. Na faixa 1 com recursos da União, o preço do apartamento é limitado a R$ 170 mil. Viabilizar esse valor na região de São Paulo, com terrenos caros, exige a união de forças.

Em parceria com a Caixa, o programa faz aportes de cerca de R$ 20 mil por unidade, em projetos já selecionados. “É o que dá suporte para o projeto parar em pé”, afirma Vinicius. O empreendimento também é mais simples, com poucas áreas comuns. Além do custo do projeto, a ideia é manter o condomínio barato.

A meta do Ministério das Cidades é terminar 2026 com 2 milhões de unidades contratadas no MCMV, em todas as faixas, mas Jader Filho afirmou, no mês passado, que poderiam ultrapassar esse número.

Do total, são esperadas 500 mil unidades com recursos da União, segundo o ministro. Levando-se em conta que a Caixa prevê terminar o ano com 115 mil contratações, será preciso aumentar o ritmo para atingir a meta.

Infomoney - SP   23/10/2024

Depois de sofrer com os níveis recordes de inflação em 2021 e 2022, os dois últimos anos foram mais positivos nestes termos para setor de imobiliário. No entanto, o Itaú BBA teme que esta possa ser a calmaria antes da tempestade, já que o Brasil raramente viu o INCC em seu nível atual de 4 a 5% por muito tempo.

A inflação das matérias-primas estava ajudando a manter o índice baixo, mas o INCC já disparou 3 a 4 pontos percentuais (pp) desde agosto de 2023. Como a inflação do trabalho provavelmente permanecerá alta (7%), e a inflação das matérias-primas pode acelerar devido à alta atividade imobiliária, depreciação cambial e aumento dos preços das commodities, o BBA acredita que o INCC pode se expandir rapidamente para níveis altos de um dígito, em linha com a média histórica.

Nesse contexto, o Itaú BBA lembra que construtoras de baixa renda são negativamente expostas à inflação, pois fixam seus preços quando vendem unidades e os custos de construção podem aumentar depois disso.

“As empresas geralmente assumem um certo nível de inflação em seus orçamentos, mas se a inflação acelerar mais rápido do que o esperado, as margens podem ser afetadas”, explicam analistas. “Se os custos dispararem momentaneamente, as margens podem ser preservadas por algum ajuste nos preços, mas se a inflação aumentar por um período mais longo, as empresas provavelmente enfrentarão margens mais apertadas e até mesmo impactos potenciais na velocidade de vendas e pro-soluto.”

Sendo assim, analistas do BBA estimam que a margem bruta de um projeto pode ser até 2,0 pp menor se os custos aumentarem 2 a 3 pp acima das expectativas.

Com isso, o Itaú BBA disse manter preferência pelas construtoras de baixa renda em relação às empresas de renda média a alta, mas ressalta que a preferência relativa pelos primeiros diminuiu devido aos riscos mais altos para entregar o crescente cronograma de lançamentos.

O BBA ainda avalia que a Direcional (DIRR3) (6,5 vezes Preço/Lucro para 2025 e 12% dividend yield 2025) tem a melhor assimetria risco-recompensa no segmento de baixa renda, tornando-a principal escolha do banco.

Portanto, se os monitoramentos continuarem a sugerir inflação crescente, o BBA aponta que eventualmente pode mudar sua preferência para Cyrela (CYRE3), devido à sua avaliação descontada (0,9 vez Preço/Valor Patrimonial), potenciais revisões para cima no lucro por ação de 2025 e posicionamento fraco.

O Goldman Sachs também reitera recomendação de compra Cyrela e Direcional, pois ambas oferecem uma combinação de margens brutas fortes e balanços sólidos, com expectativa de continuar entregando fortes retornos sobre patrimônio líquido (ROEs).

A equipe de research do banco americano espera um aumento de 8% na receita líquida para R$ 2 bilhões para a Cyrela no terceiro trimestre de 2024, com as margens brutas aumentando 120 pontos base para 34%, à medida que a empresa continua a entregar um forte crescimento de vendas, dada sua forte posição dentro da renda média e alta em São Paulo.

Já para a Direcional, o Goldman Sachs prevê que a receita líquida aumentará 7% para R$ 905 milhões no terceiro trimestre, com as margens brutas reportadas aumentando 40 pontos base para 36,2%, também impulsionadas pelo forte desempenho de vendas no ano com melhoria no reconhecimento de vendas.

Para a MRV, o banco projeta um aumento de 2% na receita líquida para R$ 2,3 bilhões, com margens brutas estáveis em 26,5%.

Com relação a EzTec, o banco prevê um aumento de 3% na receita líquida para R$ 429 milhões e um aumento de 115 pontos base na margem bruta para 32%, ajudado em parte por projetos recentes de renda alta, embora o crescimento possa ser impactado pelo desconto em meio à exposição à renda média em um ambiente de aumento das taxas de juros.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   23/10/2024

O Governo do Estado criou uma comissão para estudar e oferecer soluções “relativas à transição, aos investimentos e à subsequente assunção” dos trens da SuperVia, que está em recuperação judicial. A medida foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (21/10) e conta com representantes da Casa Civil, da Secretaria de Transportes e da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central).

A SuperVia, atualmente em recuperação judicial desde 2021, deve deixar o sistema ferroviário fluminense no próximo ano. Um acordo entre o Estado do Rio e a concessionária está previsto para ser assinado no mês que vem, após ambas as partes chegarem a um consenso nos últimos dias. Ficou definido que a concessionária deixará de operar o serviço em um período de seis meses, prorrogáveis por mais 180 dias. O contrato de concessão original estava previsto para durar até 2048.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

A companhia está em recuperação judicial e cobra do estado débitos atrasados, que em valores corrigidos ultrapassam R$ 2 bilhões em indenizações. A falta de pagamento coloca a SuperVia sob risco de falência e ameaça a continuidade dos serviços de transporte ferroviário.

Planos para a Transição

Está previsto que tanto a SuperVia quanto o governo façam aportes financeiros na concessão para garantir o funcionamento do serviço após a devolução. Uma empresa deve ser contratada, em caráter emergencial, para operar o sistema de trens. Além disso, um interventor será nomeado para cuidar da operação até que o estado consiga preparar a nova concessão.

Atualmente, a concessionária opera a segunda maior malha ferroviária do país, com 270 quilômetros de trilhos e 104 estações, atendendo diariamente 320 mil passageiros em 12 municípios da Região Metropolitana.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   23/10/2024

Contrato aproximado de R$ 500 milhões, As barcaças tem capacidade de transportar 2.900 toneladas cada. Enseada e Tenenge são empresas do Grupo Novonor, a LHG Mining nasceu em 2022, com a aquisição de minas de ferro e manganês em Corumbá (MS) pelo grupo J&F, o maior conglomerado brasileiro, com mais de 290 mil colaboradores em todo o mundo.

O Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), localizado na região metropolitana de Salvador(Maragogipe), vai retomar as atividades. O equipamento irá promover a construção de barcaças — navios de transporte de produtos — e serão realizados por quatro estaleiros brasileiros localizados nas regiões Norte e Nordeste, incluindo o Enseada, um dos maiores estaleiros nacionais.

O projeto, que será executado em parceria com a Tenenge, deverá gerar cerca de 300 novos empregos diretos e até 900 indiretos, resultando impacto expressivo para a região do Recôncavo Baiano (Maragogipe). Ao todo, serão 80 barcaças com capacidade de transportar 2.900 toneladas cada, contrato aproximado de R$ 500 milhões. O projeto fomentará a Indústria Naval Brasileira, proporcionando uma grande geração de empregos e crescimento da economia local, trazendo enormes benefícios socioeconômicos para as regiões e para o Brasil.

No projeto, a Enseada entrou em consórcio com a Tenenge, um dos braços de construção da Novonor, — o estaleiro tem 75% do negócio e a construtora, 25%.

O Estaleiro Enseada foi concebido para construção e integração de unidades offshore, como plataformas, navios especializados e unidades de perfuração. É considerado o maior investimento privado da indústria naval brasileira, com cerca de USD 1 bilhão já investidos. O estaleiro, que faz parte de um complexo industrial e logístico, foi implantado em Maragojipe(BA). Com uma localização estratégica que favorece o desenvolvimento de projetos industriais, tem capacidade de processar mais de 100 mil toneladas de aço por ano e possui cerca de mil metros de cais.

O Enseada opera também seu Terminal de Uso Privado (TUP), com área alfandegada de 750 mil metros quadrados realizando operações de exportação e importação de granéis sólidos (mineral e vegetal) e carga geral, além de atuar como indústria voltada para o mercado de energia renovável, com foco na construção de partes de aerogeradores e na atração de projetos de hidrogênio verde.

Enseada e Tenenge são empresas do Grupo Novonor, —antiga Odebrecht —que neste ano completa 80 anos de trajetória e que, por meio dos seus negócios, realiza importantes contribuições para o desenvolvimento do Brasil e dos diversos países onde atua. Durante sua história, os negócios utilizaram-se da competência técnica para prestar serviços e fabricar produtos de qualidade em diversos setores essenciais para a sociedade, como engenharia, infraestrutura, construção, petroquímico, sucroenergético, imobiliário, óleo e gás e mobilidade.

Já a LHG Mining nasceu em 2022, com a aquisição de minas de ferro e manganês em Corumbá (MS) pelo grupo J&F, o maior conglomerado brasileiro, com mais de 290 mil colaboradores em todo o mundo. Chega ao mercado com musculatura para investir no setor minerador e gerar empregos, sempre com foco em se tornar uma solução única para a cadeia de produção de aço mais sustentável.

Enseada, localizado em Maragogipe (BA) planeja colocar ativos à venda em 2025 — A Enseada, estaleiro do grupo Novonor (ex-Odebrecht) localizado na Bahia, planeja colocar todos seus ativos à venda em 2025, segundo o presidente, Ricardo Ricardi ao Valor Econômico. O edital deverá sair em breve, para licitar até o primeiro semestre do ano que vem. A empresa está em recuperação judicial desde 2019 e tenta pagar cerca de R$ 3 bilhões em dívidas. Tal como todos os estaleiros do país, o grupo entrou em grave crise a partir de 2014, após a turbulenta fase da Petrobras e o fim da política nacional de incentivos à indústria de construção naval.

A companhia deverá ser dividida em três unidades, que a princípio serão oferecidas separadamente. A primeira delas compreende um Terminal de Uso Privado (TUP), já em operação no local, para movimentar granéis minerais e vegetais.

As outras duas ainda podem sofrer alterações e devem encontrar mais dificuldade para atrair interessados no curto prazo: uma é o estaleiro em si, que está retomando suas atividades após anos parado, e a outra é uma área com potencial para a indústria de equipamentos de geração renovável.

A Enseada também está participando de concorrências para armadores das embarcações de apoio da Petrobras. Desde aquele ano, a principal atividade da Enseada é a movimentação portuária do TUP instalado no local, porém os volumes atuais estão aquém do potencial, segundo Ricardi.

Portos e Navios - SP   23/10/2024

O Porto de Itajaí (SC) retomou recentemente as operações de navios de contêineres e projeta movimentar 77,5 mil TEUs e 45 mil unidades até dezembro de 2024. O aumento da movimentação portuária, aliado à operação de cinco linhas regulares de navios, deve impactar a economia local, com reflexos no mercado de trabalho e no comércio exterior.

A JBS Terminais/Seara, nova operadora do terminal, recebeu três navios em outubro e aguarda outros oito até o final do mês. Além disso, a área pública do porto já recebeu cinco cargueiros. O Maersk Lamanai foi o primeiro navio a atracar após a liberação do alfandegamento da área arrendada. Em novembro, a movimentação deve atingir 55 mil TEUs, superando a meta contratual estabelecida.

Na última sexta-feira (18), o porto registrou a atracação simultânea de quatro navios, tanto na área arrendada quanto na pública. A previsão é que as cinco linhas regulares de navios, já em operação ou com início previsto para novembro, aumentem a atividade portuária nos próximos meses. O aumento das operações também gerou novos postos de trabalho, com 230 empregos diretos criados pela Seara.

Além disso, o porto movimentou 349.426 toneladas de carga geral em 2024, com destaque para a importação de automóveis e produtos siderúrgicos. A movimentação de transatlânticos também foi significativa na última temporada, com 42 escalas e 113 mil passageiros.

Consultor Jurídico - SP   23/10/2024

A comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados para propor atualizações na Lei dos Portos (Lei 12.815/2013) analisará nesta quarta-feira (23/10), a partir das 9h, o relatório final com as propostas de mudanças no arcabouço legal que regula o setor.

Nesta terça (22/10), um dia antes da votação, trabalhadores portuários de todo o Brasil entraram em greve por 12 horas.

A ação foi coordenada pela Federação Nacional dos Portuários (FNP), pela Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e pela Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios (Fenccovib).

Os sindicatos questionam alterações que permitem a terceirização de algumas atividades, como a de guarda portuário, e afirmam que as mudanças devem extinguir o adicional noturno e o pagamento por adicional de risco.

A proposta de revisão que será votada nesta quarta foi feita pela Comissão Especial sobre a Revisão Legal da Exploração de Portos e Instalações Portuárias (Ceportos), presidida pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho Douglas Alencar. O relator-geral é o desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (Grande São Paulo e litoral paulista).

Em audiência pública feita em maio, Alencar afirmou que, por ter mais de dez anos, a Lei de Portos precisa de revisão.

“É preciso repensar se as opções de 2013 ainda permanecem adequadas para os grandes desafios que se colocam para a economia nacional, em temas como a verticalização e a forma de atuação das autoridades portuárias”, afirmou ele na ocasião.

Especialistas consultados pela revista eletrônica Consultor Jurídico no começo do ano afirmaram que a atualização da legislação portuária pode identificar e destravar gargalos do setor e aumentar a sua eficiência.
Greve

A greve dos portuários teve início às 7h desta terça, com duração de 12 horas. Os sindicatos buscaram pressionar a Ceportos, grupo criado a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O objetivo da comissão é atrair investimentos, modernizar o setor, desburocratizar a Lei dos Portos e simplificar o processo e descentralização da administração.

Três sindicatos de São Paulo aderiram a uma cláusula proposta pela Justiça do Trabalho da 2ª Região prevendo a manutenção de 50% dos serviços ao longo desta terça-feira. O dissídio foi estabelecido depois de o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) pedir a declaração da abusividade da greve e 100% do contingente de portuários.

No Paraná, a Justiça determinou que os trabalhadores atendessem a no mínimo 60% das ofertas de trabalho requisitadas no Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO) de Paranaguá em cada uma das empresas representadas pelos sindicatos do estado.
A comissão

A Ceportos foi criada com o objetivo de apresentar uma proposta de revisão do arcabouço legal que regula a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias no país. Após a conclusão dos trabalhos, o grupo encaminhará à presidência da Câmara o relatório final dos estudos desenvolvidos e uma proposta legislativa.

Em janeiro, o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, elogiou a composição da comissão e avaliou que ela pode reforçar a iniciativa do Ministério dos Portos e Aeroportos de identificar problemas e buscar melhorias no sistema.

“A atividade portuária no Brasil é extremamente importante para a economia. O Brasil fechou ano passado com saldo positivo na balança comercial de US$ 100 bilhões, sendo que 95% dessas cargas transitam pelo sistema portuário brasileiro. Mas há problemas e questões que precisam ser equacionados na legislação brasileira”, disse ele.

“Isso para desburocratizar investimentos, recuperar competências da administração portuária local e dar maior liberdade e condições para o setor empresarial investir, inclusive com a atualização das regras sobre o trabalho portuário”, concluiu Aquino.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   23/10/2024

O petróleo avançou nesta terça-feira, 22, com possível recrudescimento do conflito no Oriente Médio em pauta. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,42% (US$ 1,70), a US$ 71,74 o barril, enquanto o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 2,35% (US$ 1,75), a US$ 76,04 o barril.

Depois de estabilização recente, os preços do petróleo voltaram a subir diante de uma possível escalada dos conflitos no Oriente Médio. “O petróleo subiu por conta da notícia de que drones do Hezbollah atingiram a residência de Benjamin Netanyahu no sábado”, diz Robert Yawger, do Mizuho.

A tensão continuou com o Hezbollah disparando foguetes contra Tel-Aviv antes da chegada do secretário de Estado americano Antony Blinken, que está em Israel em busca de um plano de cessar-fogo para Gaza.

O grupo xiita libanês diz que não vai negociar cessar-fogo com Israel enquanto as hostilidades continuarem. Há preocupação de que o Irã possa se envolver na disputa e atacar o território israelense.

Nos EUA, Janet Yellen indicou o anúncio de novas sanções à Rússia, indicando que, caso os petróleos russo ou iraniano sejam atingidos por medidas do gênero, o Tesouro dos EUA garantirá que os mercados de petróleo internacionais permaneçam bem abastecidos. “Nosso novo teto de preço para o petróleo russo já restringiu as receitas da Rússia, e manteve os mercados globais de energia bem abastecidos”, afirmou.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) analisou em relatório os efeitos dos eventos geopolíticos no Oriente Médio nos preços das commodities, como o petróleo. E segundo o órgão, o medo de uma escalada regional adicionou uma volatilidade e risco de prêmio aos preços do óleo, além do corte na produção de países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

RODOVIÁRIO

Valor - SP   23/10/2024

Brasil oferece grande oferta de projetos e concessões com taxa interna de retorno atrativa, segundo ministro

Ministro dos Transportes, Renan Filho: “Com a taxa de juros [Selic] onde está, é difícil atrair o investimento doméstico” — Foto: Márcio Ferreira/Ministério dos Transportes

O ministro dos Transportes, Renan Filho, seguirá em viagem na Europa nesta quarta-feira (23) para reuniões com potenciais interessados em disputar ou financiar concessões de rodovias que estão sendo leiloadas no Brasil. Depois da primeira rodada com agentes financeiros e investidores em Madri, na Espanha, o ministro parte para Londres, no Reino Unido, onde terá encontros com mais interlocutores do mercado, incluindo representantes do J.P.Morgan e do BlackRock. A delegação também é liderada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

“Temos duas demandas muito importantes do J.P.Morgan e outra do BlackRock, que são um dos maiores bancos e fundo de investimento do planeta. Essa disposição demonstra que os grandes stakeholders internacionais estão olhando a nossa carteira com entusiasmo”, afirmou o ministro, em entrevista ao Valor.

Renan Filho explicou que, além da grande oferta de projetos de rodovias, o Brasil oferece concessões com taxa interna de retorno (TIR) atrativa, “de dois dígitos”, e modelos de regulação e contrato que evoluíram, considerados mais adequados às boas práticas do mercado.

Fase atual das concessões envolve fundos de investimento, afirma ministro

“Temos boa repercussão dos nossos projetos por aqui, que é reflexo da modernização e do cumprimento da agenda de leilões que propomos. Hoje, são mais leilões realizados, mais previsibilidade, projetos melhores, mitigação de risco de engenharia e de demanda. Isso tudo tem nos ajudado”, disse o ministro dos Transportes, em videochamada.

No primeiro dia de reuniões, na segunda-feira (21), Renan Filho tratou dos projetos de rodovias com o vice-presidente de financiamento global do Banco Santander, Rafael Noya, e outros agentes financeiros liderados pelo grupo IG4 Capital, na Espanha.

Sobre a rentabilidade, o ministro avalia que, ao oferecer uma TIR girando em torno de 10% a 11%, as novas concessões de rodovias se tornam mais atrativas em relação aos ativos de infraestrutura oferecidos em outros países.

“Com a taxa de juros [Selic] onde está, é difícil atrair o investimento doméstico, que acha melhor não arriscar o seu dinheiro nos projetos. Mas o mundo olha para nós porque eles não têm taxa de juros nesse patamar e não tem projetos de infraestrutura de longo prazo com a nossa rentabilidade”, disse Renan Filho, após participar do Ibero-América GRI Infra & Energy, na capital espanhola.

O compromisso demonstrado pelo Brasil de mitigar impactos ambientais dos projetos também ajuda a atrair investidores estrangeiros. O ministro lembra que, em geral, os fundos barram a destinação de recursos para setores que sem compromisso com a preservação do meio ambiente, uma diretriz adotada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para o ministro, outro fator que contribui para encorajar investidores estrangeiros é o “bom momento” econômico do país. Enquanto participavam do evento, os ministros brasileiros receberam a notícia de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) havia revisado a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024, de 2,1% para 3%. “O Brasil largou, no início do governo Lula, como 12ª economia e, agora, se aproxima da oitava.” A projeção do FMI agora, no entanto, é que o Brasil terá o oitavo maior PIB global em 2029 - em abril, ele projetava que isso aconteceria neste ano.

Renan Filho explica que o programa de concessões vive fase marcada pela forte participação dos fundos de investimento. “Tivemos três ondas de investidores em leilões de rodovias no Brasil. A primeira onda foi puxada pelas construtoras, depois foram as próprias concessionárias numa segunda onda e, agora, vemos os fundos de investimento chegando em parceria com concessionárias e as construtoras”, disse.

Até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026, o Ministério dos Transportes pretende realizar 35 leilões de rodovias, atrelados a investimentos de R$ 130 bilhões. A expectativa, segundo o ministro, é que a “otimização” de contratos, para resolver problemas de desequilíbrio contratual em 14 concessões, eleve o investimento no setor em mais R$ 110 bilhões.

Investing - SP   23/10/2024

O leilão da rodovia BR-262/MG previsto para o final deste mês deve contar com pelo menos três grupos interessados e um novo entrante no setor no país, afirmou nesta terça-feira o ministro dos Transportes, Renan Filho, que está em tour pela Europa para apresentar a carteira de empreendimentos do governo federal.

"A expectativa é que pelo menos três grupos participem do leilão e teremos pelo menos um entrante novo", disse o ministro, citando "impressões do mercado" depois das interações de sua equipe com investidores nas apresentações dos projetos rodoviários do país na Espanha nesta terça-feira.

O governo federal tem uma carteira de 35 concessões rodoviárias que somam 130 bilhões de reais em investimentos até o final de 2026 e ainda outros cerca de 100 bilhões relativos a otimizações de contratos atuais que passarão por novos leilões a partir do próximo ano, como a BR-163/MS.

"Hoje o Brasil tem a mais relevante carteira (de projetos rodoviários) do mundo", disse o ministro, após participar de evento de infraestrutura em Madri. "É o maior em volume de investimentos e quantidade de projetos", acrescentou.

A retomada dos projetos rodoviários no Brasil ganhou novo impulso no final de setembro, quando a francesa Vinci Highways venceu o leilão do trecho da BR-040/GO/MG, conhecido como Rota dos Cristais, o primeiro certame de estrada federal do país desde 2007 a contar com uma empresa internacional.

Segundo Renan Filho, os investidores se animaram com os projetos brasileiros em um contexto de queda de juros internacionais e remodelagem dos ativos colocados no mercado pelo governo federal, com mecanismos que incluem mitigações de uma série de riscos, até os de catástrofes ambientais.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

Neste ano, o governo federal realizou três leilões rodoviários, incluindo o trecho da BR-381/MG, entre Belo Horizonte e Governador Valadares (MG), que já havia sido alvo de três outros leilões mal sucedidos desde 2021, e a primeira relicitação de uma rodovia, o trecho da BR-040 que interliga Belo Horizonte a Juiz de Fora (MG).

Até o final do ano, além do leilão da BR-262/MG, o governo federal pretende realizar mais cinco certames rodoviários.

"Há uma expectativa internacional muito positiva sobre o Brasil...Os projetos têm uma rentabilidade atrativa com uma taxa interna de retorno atraente", disse o ministro citando uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de cerca de 10%.

Apesar da TIR ser menor que o atual patamar de juros do país com a Selic a 10,75% ao ano, Renan Filho afirmou que o retorno dos projetos brasileiros é maior que "médias internacionais de 4% a 5%".

O leilão da BR-262/MG, entre as cidades de Uberaba e Betim, está marcado para 31 de outubro e prevê investimento de 714 milhões de reais ao longo de 30 anos de contrato. O custo médio ponderado de capital (Wacc) do empreendimento é de 9,21% ao ano, segundo o ministério.

Entre as "otimizações" de contratos, o primeiro leilão deve ocorrer no próximo ano e envolverá trecho da BR-101 no Espírito Santo atualmente operado pela Ecorodovias (BVMF:ECOR3), que poderá participar da disputa, disse o ministro.
BR-319

Questionado sobre a situação das obras do chamado "trecho do meio" da BR-319/AM, que liga Manaus à Porto Velho pelo meio da Amazônia, Renan Filho afirmou que o governo deve terminar até o final do ano os estudos para fazer ao Instituto do Meio Ambiente (Ibama) um pedido de licença de implantação das obras de asfaltamento.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

O governo já tem uma licença prévia obtida em 2022 e que é alvo de ações judiciais de grupos ambientalistas que temem pelo aumento da devastação da floresta em razão do esperado aumento no fluxo de veículos.

"Deve ser dois a três anos de obras para os 400 quilômetros", disse o ministro dos Transportes, acrescentando que está em estudo pelo governo federal subsídios para uma eventual concessão da rodovia à iniciativa privada.

"Isso poderia potencializar o cumprimento das condicionantes ambientais", afirmou Renan Filho, ressaltando que uma eventual concessão da BR-319 somente poderia ser feita após a obra de asfaltamento ser concluída. "Não tem fluxo (de veículos), tem que ter demanda", afirmou, citando que mesmo a situação de seca dos rios da Amazônia não deve ser capaz de gerar fluxo suficiente de veículos para uma concessão sem subsídios da estrada.

Apesar disso, o ministro defendeu o projeto da BR-319, citando necessidade de se ter uma alternativa de transporte além do fluvial. "Manaus é a única cidade do mundo com mais de 2 milhões de habitantes sem acesso à rodovia asfaltada...É uma região que precisa de redundância de modais", afirmou.
FERROVIAS

Para além da carteira de projetos rodoviários, o governo deve concluir até o final deste ano a elaboração "de um novo 'pipeline'" de ferrovias para concessão à iniciativa privada, disse Renan Filho. A expectativa do ministro é que os primeiros leilões da área no atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva ocorram também em 2025.

Para isso, o governo está trabalhando em renovação antecipada de concessões atuais para levantar 20 bilhões de reais que serão usados para ajudar a incentivar a participação da iniciativa privada nesses projetos.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

"Em ferrovia, o desafio é maior porque precisa de aporte público. Rodovia se sustenta com pedágio, mas ferrovia, internacionalmente, sempre tem participação de recursos públicos, por isso estamos percorrendo este caminho inicial", disse o ministro, se referindo à renovação antecipada.

Os 20 bilhões de reais virão na forma de indenização das atuais concessionárias pela devolução ao governo federal, durante a renovação antecipada de suas concessões, de milhares de quilômetros de trilhos abandonados em suas malhas atuais.

"Prevemos ter 20 bilhões (de reais) e com esses 20 bilhões esperamos levantar cinco vezes mais recursos (junto à iniciativa privada)", disse o ministro.

Renan Filho citou que a expectativa é que o primeiro leilão ferroviário do atual governo envolva um corredor entre a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) ou o trecho que prolonga a Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA) e permitirá tirar a obrigatoriedade dos trens com grãos do Centro-Oeste passarem pela Ferrovia de Carajás, operada pela Vale (BVMF:VALE3) para transporte de minério de ferro.

TOP