Valor - SP 13/11/2024
A siderúrgica respondeu a questionamento da B3 sobre a movimentação de suas ações preferenciais classe A (PNA) entre os dias 28 de outubro e 8 de novembro
A Usiminas disse que não tem conhecimento de qualquer fato ou informação relevante não pública que possa justificar eventuais oscilações recentes em suas ações.
A siderúrgica respondeu a questionamento da B3 sobre a movimentação de suas ações preferenciais classe A (PNA) entre os dias 28 de outubro e 8 de novembro.
Na última sexta-feira, as ações da Usiminas caíram 6,02%, fechando cotadas em R$ 6,25.
Naquele dia, as ações ligadas a commodities tiveram queda generalizada por conta de repercussões das eleições dos Estados Unidos.
Valor - SP 13/11/2024
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) teve prejuízo líquido de R$ 751 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo lucro líquido de R$ 91 milhões no mesmo período de 2023, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira. Os valores referem-se aos atribuíveis aos sócios controladores.
A receita líquida totalizou R$ 11,884 bilhões de julho a setembro deste ano, queda de 0,5% sobre os R$ 11,1256 bilhões de igual intervalo de 2023.
O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 2,284 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 18,9% ante Ebitda ajustado de R$ 2,815 bilhões um ano antes.
Grandes Construções - SP 13/11/2024
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, lançou na semana passada a Chapa Laser Gerdau ASTM A572 50, o primeiro produto nacional projetado para o processamento em equipamentos a laser de alta potência (maior que 10 kW).
O novo aço possibilita processamento em maior velocidade, conferindo produtividade e rendimento superiores. Além disso, entrega maior precisão de corte e menor emissão de CO2, promovendo práticas industriais mais sustentáveis.
De acordo com Débora Baum, líder de marketing da Gerdau, a Chapa Laser Gerdau elimina a necessidade de equipamentos de corte a plasma normalmente utilizados em determinada faixa de espessura e minimiza processamentos posteriores de usinagem, reduzindo custos operacionais e duplicidade de equipamentos.
Em parceria com a CIT-SENAI (Centro de Inovação e Tecnologia do SENAI), de Minas Gerais, a Gerdau criou um aço para atender a demanda de corte de chapas em maiores espessuras utilizando tecnologia a laser.
“A companhia identificou essa necessidade do mercado brasileiro e desenvolveu um produto que oferece soluções inovadoras, assegurando maior competitividade ao setor industrial”, diz Débora.
O novo produto, afirma, permite que as empresas utilizem apenas um equipamento a laser de alta potência, otimizando a eficiência e simplificando o processo produtivo, sem a necessidade de recorrer a outros sistemas de corte, como plasma.
Anteriormente, era necessário ter um equipamento a plasma (cortes entre 12 e 38 mm) e um a laser para cortar materiais de menor espessura (menor que 12 mm). Muitas vezes, o processo dependia de chapas grossas importadas de produtores internacionais.
“Hoje, a Gerdau é a única fornecedora desse material no Brasil, o que reforça nosso compromisso de oferecer soluções inovadoras para os nossos clientes”, diz Débora Baum.
A companhia produz chapas grossas na unidade de Ouro Branco desde 2016, com uma capacidade de produção anual de 1 milhão de toneladas.
A expectativa é que, com esse lançamento, a Gerdau atenda uma das necessidades do mercado, especialmente entre os sistemistas da linha amarela que já possuem equipamentos de laser de alta potência.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2024
O Copom falou grosso tanto no comunicado quanto na ata da última reunião: condicionou, em boa parte, o tamanho da alta de juros na sua decisão em dezembro à reação do mercado ao pacote de cortes de gastos prometido pelo governo Lula. O problema é que, se as medidas de contenção de despesas frustrarem as expectativas de analistas e investidores, há quem duvide que o Copom vá mesmo aumentar o ritmo de aperto como insinuou.
Ao acelerar a alta dos juros de 0,25 ponto para 0,50 ponto porcentual, o Copom não indicou que, em dezembro, manteria esse ritmo de aperto, mas que o seu próximo passo dependeria dos dados. Ao mesmo tempo, disse que o cenário fiscal afeta o prêmio de risco e a taxa de câmbio. E ressaltou que a apresentação de “medidas estruturais” para o orçamento fiscal contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco, “consequentemente impactando a política monetária”.
Tradução: se o pacote de cortes de gastos não agradar ao mercado, o dólar pode subir e as expectativas de inflação, se distanciarem da meta perseguida pelo BC. Nesse cenário, a sinalização do Copom não descarta uma nova aceleração da alta de juros para 0,75 ponto. E qual a probabilidade de esse pacote fracassar em resgatar a credibilidade do arcabouço fiscal?
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem cozinhando o mercado em banho-maria há duas semanas com a promessa de fazer o anúncio dessas medidas. O dólar chegou a cair 3,3% em quatro pregões no auge da esperança de que a divulgação finalmente acontecesse. Nada saiu. Essa demora somente fortalece as resistências dentro do governo contra o ajuste proposto por Haddad, especialmente dos ministérios sociais.
Circularam estimativas de um pacote entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões, incluindo redução estrutural de gastos obrigatórios. Haddad disse que parte das medidas necessitaria o envio de Proposta de Emenda à Constituição e de lei complementar. Além da dura negociação dentro do governo, Haddad terá ainda de rezar para que o pacote – o que sobreviver do que ele propôs originalmente – não seja diluído também no Congresso.
Na fotografia de hoje, é difícil ver esse pacote dissipando significativamente a piora recente na percepção de risco fiscal no Brasil, limitando o ganho do dólar. Se tal cenário prevalecer, o Copom vai amarelar ou vai enfrentar o governo e o PT, apertando ainda mais a alta de juros? Há quem aposte que o Copom fingirá que não viu uma eventual reação negativa ao pacote e seguirá o aperto no ritmo atual.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2024
Ser pragmático antes de tudo e, assim como se propaga lá fora, pensar nos seus interesses primeiro para que as janelas de oportunidade, apesar dos desafios internacionais que se impõem com o resultado da eleição americana, não sejam desperdiçadas. Essa é a receita que o Brasil precisa abraçar, segundo Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-superintendente do Serviço Social da Indústria (Sesi). A seguir trechos da entrevista com o dirigente, um dos palestrantes durante a abertura do Fórum Estadão Think — Do Brasil para o mundo: Desafios para a nossa inserção global.
Na sua fala, o sr. pareceu otimista. A eleição do presidente Trump pode ser positiva, no sentido de abrir janelas de oportunidades para o Brasil?
A eleição de Donald Trump pode trazer mudanças significativas na agenda global, já que ele anunciou uma desaceleração no compromisso da principal economia do mundo com a transição verde. Como integrante da sociedade global, vejo isso como um ponto negativo. No entanto, isso também poderá abrir oportunidades para o Brasil, especialmente devido ao aumento do protecionismo e ao desacoplamento entre Estados Unidos e China. Tarifas de 10% serão aplicadas ao mundo, enquanto para a China serão de 60%. Esses movimentos já estavam ocorrendo em setores como o automotivo e o aço, mas seu impacto será reforçado, trazendo maiores oportunidades para o Brasil desenvolver uma política industrial ativa que avance na transição verde. Por meio dessas oportunidades, o Brasil poderá se inserir em cadeias globais de valor antes abastecidas por produtos chineses, da mesma forma que México e outros países. Além disso, o aumento dos custos da matriz energética europeia abre outras possibilidades que o Brasil deve observar com atenção. Assim, o País precisa estabelecer uma integração pragmática com os interesses da China, mantendo o foco nos interesses nacionais, especialmente diante da postura americana de “American First”. Com isso, o Brasil deve seguir uma agenda pragmática que amplie o desenvolvimento econômico sustentável. O Brasil tem de pensar no Brasil primeiro.
Mas, quando o tema recai sobre a questão ambiental, o Brasil tem bons argumentos para colocar sobre a mesa de negociação internacional?
O Brasil pode se destacar em temas como transição energética, transformação ecológica e descarbonização produtiva, atraindo investimentos e aproveitando uma matriz energética limpa e uma estrutura industrial sofisticada. O Brasil tem o potencial de se tornar uma potência na agenda de energia verde, com um papel semelhante ao que a Arábia Saudita desempenhou na era dos combustíveis fósseis, mas não apenas como exportador de commodities. Podemos desenvolver uma agenda mais sofisticada de atração de investimentos estrangeiros, seguindo o exemplo da China e expandindo nossa plataforma de manufatura. Nosso mercado, ciência, engenharia e indústria avançada nos posicionam para fazer como a China, promovendo o outsourcing de pesquisa e desenvolvimento para co-desenvolver pacotes tecnológicos da nova indústria verde, como aço e cimento verdes, química verde, e a indústria sustentável em geral. Um exemplo é a mobilidade verde híbrida automotiva, que combina biomassa e motor elétrico, uma alternativa mais eficiente e sustentável que a eletrificação total, como é pensada na Europa, especialmente para um país de dimensões continentais como o Brasil. O modelo híbrido é três vezes mais eficiente e mais, você já tem uma infraestrutura criada, você não vai ter de precisar eletrificar, porque o Brasil não é a Dinamarca, nós somos um país um pouquinho maior do que a Dinamarca, nós somos um país maior do que a Europa, então, é claro que, para os países emergentes, para toda a América Latina, para toda a África e grande parte da Ásia, e grande parte do planeta, um pacote tecnológico desse é muito mais eficiente, não só do ponto de vista ecológico, mas também do ponto de vista de infraestrutura, porque você já tem toda a rede de abastecimento pronta, ela já está dada. É essa agenda que nós temos que pensar para o futuro do Brasil.
As políticas públicas recém-criadas já são suficientes para fomentar todos esses caminhos que o sr. aponta?
A política atual é importante, está bem-feita, mas a gente pode ser mais ambicioso. Ela está no início, é normal que aconteça assim. Para viabilizar essa agenda, o Brasil precisa de uma política industrial ativa, semelhante à que impulsionou o desenvolvimento do setor agrícola com o Plano Safra, criado em 2003. Iniciativas como a criação das LCAs, letras de crédito agrícola – e agora, no caso da indústria, temos as LCDs (Letras de Crédito do Desenvolvimento) – mostram o caminho para esse desenvolvimento e reforçam a escolha bem-sucedida do Brasil pelo setor agropecuário. O Plano Safra não começou pequeno e foi se desenvolvendo. É um processo que buscou ser transformacional, uma construção de futuro. O Brasil foi bem-sucedido na sua escolha do futuro, se colocar competitivamente no agro. Agora, nós temos de, à luz da história deste País, da nossa sofisticação, da nossa complexidade, das nossas possibilidades, do tamanho do nosso mercado, ter a pretensão também de ter uma base industrial moderna. Isso é essencial para gerar emprego, renda e promover um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico sustentável.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2024
Oito anos atrás, quando o recém-eleito Donald J. Trump prometeu usar os poderes do Salão Oval para iniciar uma guerra comercial com a China, o alvo de sua ira era amplamente visto como um gigante. A China era o chão de fábrica indispensável para o mundo e um mercado de bens e serviços em rápido desenvolvimento.
Enquanto Trump se prepara para seu segundo mandato na Casa Branca, ele promete intensificar as hostilidades comerciais com a China, impondo tarifas adicionais de 60% ou mais sobre todas as importações chinesas. Ele está pressionando um país que tem sido castigado por uma poderosa combinação de forças que se sobrepõem: o fim calamitoso de uma farra de investimentos imobiliários, perdas incalculáveis no sistema bancário, uma crise de dívida do governo local, crescimento econômico em declínio e preços cronicamente baixos - um possível prenúncio de estagnação a longo prazo.
O declínio da sorte no país fez com que as empresas chinesas se concentrassem especialmente nas vendas no exterior. E isso torna o país vulnerável a qualquer ameaça ao crescimento de suas exportações, uma fraqueza que aumentaria a pressão esperada do governo Trump, que planeja buscar um acordo que aumente as compras chinesas de produtos americanos.
“O equilíbrio de poder certamente mudou em favor dos Estados Unidos”, disse Eswar Prasad, professor de política comercial da Universidade de Cornell, que já foi chefe da divisão da China no Fundo Monetário Internacional. “A economia chinesa não está totalmente nas cordas bambas, mas vem enfrentando dificuldades há algum tempo.”
No entanto, os fatores complicadores por trás dessa avaliação amplamente compartilhada podem fortalecer a capacidade da China de suportar quaisquer medidas que o novo governo Trump possa ter reservado.
Mais imediatamente, o governo chinês tem recursos formidáveis para estimular a economia doméstica. Depois de se recusar por muito tempo a afrouxar o crédito por medo de reavivar o investimento em imóveis, o banco central da China reduziu este ano os custos de empréstimos para proprietários de imóveis e empresas. Na sexta-feira, o governo aprovou um plano de resgate de US$ 1,4 trilhão (R$ 8 trilhões) que permitiria aos governos locais refinanciar as dívidas existentes com taxas de juros mais baixas.
Ao mesmo tempo, uma estratégia liderada pelo governo para promover as proezas industriais do país transformou a China no fornecedor dominante de veículos elétricos e outras tecnologias de energia limpa. Isso dá às empresas chinesas um controle sobre os mercados em rápido crescimento para produtos essenciais, independentemente das tarifas americanas. Em uma era de alarme crescente sobre as mudanças climáticas, o mundo pode usar equipamentos fabricados na China para limitar as emissões de carbono ou evitar o setor chinês. Pelo menos por enquanto, está se esforçando para fazer as duas coisas.
A China é menos dependente do acesso aos mercados americanos do que era na última vez em que Trump aumentou as tarifas. A onda de tarifas de importação americanas impostas pelo governo Trump, iniciada em 2018 e continuada durante o governo Biden, acabou cobrindo cerca de US$ 400 bilhões (R$ 2,3 trilhões) em produtos chineses. As fábricas chinesas, por sua vez, buscaram clientes no Sudeste Asiático e na América Latina.
Nos últimos seis anos, a participação da China nas importações americanas caiu de 20% para 13%, de acordo com a TS Lombard, uma empresa de pesquisa de investimentos de Londres. Parte dessa mudança reflete os produtos que acabam chegando aos Estados Unidos depois de passarem por países como México e Vietnã para evitar as tarifas americanas.
Como a Europa adicionou mais recentemente suas próprias tarifas aos veículos elétricos fabricados na China, o país acelerou seu esforço para expandir as vendas em outras regiões.
“Pequim está usando o Sul Global para compensar a perda de participação de mercado para o Ocidente”, disse Jie Yu, pesquisador sênior da Chatham House em Londres.
Os líderes chineses adotaram uma abordagem semelhante em relação a bens como commodities agrícolas, transferindo algumas compras de soja dos agricultores americanos para fornecedores no Brasil e na Argentina.
Essa experiência pode dar a Pequim a confiança de que pode se manter firme contra a escalada das tarifas e retaliar com reduções nas importações americanas, especialmente de produtos agrícolas. A China também poderia restringir ainda mais suas exportações de minerais essenciais.
“A China tem mais poder de influência do que da primeira vez”, disse Scott Kennedy, especialista em China do Center for Strategic and International Studies, em Washington. “Ela dispõe de uma série de ferramentas que pode mobilizar para recuar e prejudicar a economia dos EUA, se acreditar que Trump está buscando uma guerra econômica total.”
Trump pode optar por moderar suas ameaças de tarifas, concluindo que a economia americana seria prejudicada por elas. Os economistas alertam que impostos generalizados sobre as importações aumentariam os preços ao consumidor e prejudicariam os fabricantes nacionais que dependem de componentes importados.
Ainda assim, se Trump for adiante, o setor chinês sofrerá.
As exportações sofreriam uma queda de 8% no ano seguinte, reduzindo em 2% o crescimento econômico anual da China, estima Larry Hu, economista-chefe para a China do Macquarie Group, uma empresa australiana de serviços financeiros. E se Trump tentar fechar as importações de produtos fabricados por empresas chinesas em outros países, como o México, os danos serão ainda maiores.
A maior suscetibilidade da China às interrupções no comércio é ressaltada pelo fato de que o país agora produz 17% das exportações globais, em comparação com 12% durante o primeiro mandato de Trump, de acordo com a TS Lombard.
A indústria chinesa é frequentemente descrita como dominada por grandes empresas estatais que são governadas por uma burocracia paralisante e pelos imperativos do Partido Comunista no poder, o que as torna inadequadas para se adaptarem às mudanças nas condições do mercado - outra fonte ostensiva de influência americana.
Mas essa concepção não leva em conta o surgimento de um setor privado vasto e muito mais ágil, que agora responde por cerca de metade das exportações chinesas, em comparação com 9% das empresas estatais, de acordo com Nicholas R. Lardy, especialista em China do Peterson Institute for International Economics, em Washington.
“Essa foi uma tremenda mudança estrutural”, disse Lardy. “Isso lhes dá mais capacidade de adaptação.”
O governo chinês tem a capacidade de compensar a diminuição das exportações aumentando os gastos, dizem os especialistas. Ele pode utilizar seus bancos estatais e gigantes corporativos para atingir metas nacionais, como o crescimento econômico.
Até o momento, os planos de estímulo de Pequim têm sido mais graduais e modestos do que alguns previram. Ainda assim, eles repercutiram como um sinal de que os líderes chineses estão preocupados com a insatisfação do público com a estagnação dos padrões de vida e resolveram promover o crescimento econômico.
“Os comerciantes com quem falo na China descrevem isso como ir do leito de morte direto para uma boate”, disse Rory Green, economista-chefe para a China da TS Lombard. “É uma mudança enorme em uma série de políticas.”
O pivô em direção ao estímulo de Pequim ressalta uma característica central do sistema chinês na adaptação a choques. Governado pelo todo-poderoso Partido Comunista Chinês, o país opera com controles draconianos sobre a expressão individual e sem eleições livres. No entanto, quando o Partido decide pela necessidade de um curso emergencial, ele tem o poder de estabelecer rapidamente políticas livres dos impedimentos encontrados em sociedades democráticas.
“Em termos de agir rapidamente e resolver uma crise, o C.C.P. é altamente eficaz”, disse Green. “Eles têm muitas alavancas para acionar.”
O presidente da China, Xi Jinping, passou a última década consolidando o poder e garantindo uma reivindicação ilimitada de seu cargo.
Quando Trump assumiu o cargo pela primeira vez em 2017, Xi tinha apenas quatro anos de mandato e ainda estava legalmente limitado a dois mandatos de cinco anos. Ele havia embarcado recentemente em uma iniciativa conhecida como Made in China 2025: o governo direcionou terras baratas, crédito estatal volumoso e especialistas altamente treinados para aumentar a capacidade do país em 10 setores de tecnologia avançada.
Em áreas cruciais, esse plano obteve retornos extraordinários. Atualmente, a China controla pelo menos 60% da capacidade global de produção de células solares, turbinas eólicas, baterias e outros componentes para sistemas de energia que reduzem as emissões de carbono, de acordo com a Agência Internacional de Energia. O investimento chinês corresponde a uma parcela ainda maior das expansões anunciadas.
As empresas chinesas estão cada vez mais dominantes no setor de telefones celulares, com oito das dez maiores marcas em volume com sede na China, de acordo com um estudo da Asia Pacific Foundation do Canadá.
Em um aspecto, o plano chinês falhou claramente em atingir um objetivo crítico - fechar a lacuna de capacidade que separa os chips de computador domésticos das variedades mais avançadas fabricadas em Taiwan, usando tecnologia dos Estados Unidos, Europa e Japão.
O governo Biden empregou controles de exportação sobre as empresas americanas e, ao mesmo tempo, pressionou os aliados a reterem a tecnologia que poderia permitir que a indústria chinesa se atualizasse.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2024
Uma das prioridades do governo federal é aumentar a base de exportação no Brasil, de acordo com Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “Apenas cerca de 1% das empresas brasileiras participam atualmente do mercado exportador”, disse Tatiana, em entrevista ao Estadão. Ela participou do Fórum Estadão Think — Do Brasil para o mundo: Desafios para a nossa inserção global, realizado nesta terça-feira, 12, no salão nobre da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.
Para melhorar este cenário, foi lançada a Política Nacional de Cultura Exportadora (PNCE), um conjunto de medidas com objetivo de incentivar a exportação de produtos e serviços brasileiros. “A PNCE envolve todos os Estados e entidades de apoio para ajudar empresas com potencial e maturidade exportadora a alcançar o mercado externo”, afirma Tatiana.
Segundo a secretária do MDIC, a desburocratização do comércio exterior é outro tema relevante que está no foco do governo. “A facilitação do comércio internacional beneficia todos os exportadores, mas é especialmente vital para pequenas empresas, que enfrentam obstáculos significativos no mercado externo devido à burocracia”, disse.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
O que o governo tem feito para fomentar as exportações e melhorar a competitividade da indústria brasileira no cenário global?
Ampliar a base exportadora do Brasil é um objetivo do governo federal. Atualmente, apenas cerca de 1% das empresas brasileiras participa do mercado exportador. Em resposta a esse cenário, lançamos a Política Nacional de Cultura Exportadora, que envolve todos os Estados e entidades de apoio para ajudar empresas com potencial e maturidade exportadora a alcançar o mercado externo. Dentro dessa política, apresentamos ao Congresso o programa Acelera Exportação, que prevê a devolução de créditos tributários, uma medida que tornará os produtos de pequenos e médios empresários mais competitivos no exterior. Hoje, o Brasil ainda ‘exporta’ tributos, o que prejudica a competitividade de nossos produtos no mercado internacional. O programa Acelera Exportação é uma das várias iniciativas nesse sentido. Além disso, a criação de uma cultura exportadora, com capacitação e treinamento, é fundamental, assim como o trabalho de promoção comercial desenvolvido pela Apex Brasil, que é essencial para atrair mais empresas ao comércio exterior.
Existem outras iniciativas?
Destaco também a importância da desburocratização do comércio exterior. A facilitação do comércio internacional beneficia todos os exportadores, mas é especialmente vital para pequenas empresas, que enfrentam obstáculos significativos no mercado externo devido à burocracia. Para isso, estamos implementando a migração definitiva para o Portal Único de Comércio Exterior, uma plataforma que simplifica as operações, substituindo diversos sistemas e agentes distintos. Essa ferramenta é uma medida essencial de desburocratização, especialmente para empresas de menor porte.
Falou-se bastante sobre a vantagem do Brasil na agenda verde e nos biocombustíveis. Como a sra. avalia o potencial do setor no Brasil?
A relação entre comércio e desenvolvimento sustentável veio para ficar, e o Brasil está bem posicionado como uma potência ambiental, energética e agrícola para valorizar seus produtos e serviços no exterior, destacando seus atributos de sustentabilidade. Esse caminho não é simples; envolve desafios e a superação de barreiras ambientais impostas por exigências verdes. No entanto, graças à produção mais limpa e à matriz energética do país, o Brasil tem condições de posicionar melhor seus produtos no mercado internacional. Essa possibilidade abrange desde produtos da biodiversidade brasileira até itens do setor siderúrgico, que consomem intensivamente energia. Seja com bioinsumos ou produtos siderúrgicos, há oportunidades para que o Brasil se destaque tanto junto a indústrias que visam atingir suas próprias metas de sustentabilidade, quanto junto ao consumidor final, que valoriza cada vez mais essa dimensão no momento da compra.
Como a sra. enxerga o momento geopolítico atual e de que forma a indústria brasileira está inserida nesse contexto?
O cenário internacional atual é marcado pelo aumento das tensões geopolíticas, pelo risco de fragmentação do comércio e pela securitização da agenda comercial, em que as preocupações com segurança nacional se sobrepõem a prioridades tradicionais, como a busca por eficiência. O Brasil, por estar distante dos principais centros de tensão geopolítica, possui uma posição favorável para se destacar nesse novo contexto de reconfiguração das cadeias globais de valor. No entanto, navegar essas complexidades exige atenção, pois essas tensões também exercem pressão sobre o País.
Globo Online - RJ 13/11/2024
Analistas de bancos e instituições financeiras já começam a estimar que o Banco Central (BC) poderá acelerar o ritmo de alta na taxa básica de juros da economia e, na sua próxima reunião, em 11 de dezembro, elevar a Selic em 0,75 ponto percentual. Se isso se confirmar, a taxa básica terminaria 2024 em 12% ao ano.
A previsão não é unânime - alguns bancos ainda preveem uma alta de 0,5 ponto percentual. Mas, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira, foi considerada mais “dura” que o comunicado divulgado imediatamente após a última decisão sobre taxa de juros, na semana passada.
E, segundo analistas, se o esperado anúncio de medidas de revisão de gastos pelo governo vier mais modesto do que o previsto, aumentam as chances de uma alta maior nos juros.
Na semana passada, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. Já foi um aperto maior do que na reunião anterior - em setembro, a taxa Selic, após três meses estável, foi elevada em 0,25 ponto percentual.
O Goldman Sachs deixa em aberto a possibilidade de uma alta mais forte na taxa básica agora (ou seja, 0,75 ponto percentual) e destaca a expectativa com o anúncio, pelo governo federal, de uma revisão nos gastos públicos. Caso esse anúncio venha acanhado e frustre os analistas, pontua o Goldman Sachs em relatório, aumenta o risco de uma alta maior nos juros:
“O Copom destaca que preocupações com a política fiscal têm impactado os preços dos ativos e as expectativas, e enfatiza que uma desaceleração estrutural dos gastos públicos poderia apoiar o crescimento de médio prazo por meio de seu impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos. [...] Se o próximo pacote fiscal decepcionar e as expectativas de inflação continuarem a se deteriorar, vemos um risco substancial de um aumento maior de 75 pontos base”, diz o texto, assinado pelo economista-chefe para América Latina do banco americano, Alberto Ramos.
Em relatório divulgado nesta manhã, o Itaú afirma que vê chances de um ritmo maior no ciclo de aperto monetário: “em nossa visão, há chances de que as condições econômicas e expectativas de inflação – que dependem de importantes decisões fiscais à frente – possam exigir uma aceleração do ritmo em breve”, disse trecho do documento assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita.
Diante do ritmo aquecido da atividade doméstica, mercado de trabalho "apertado" e pressão nos núcleos de inflação, os analistas de macroeconomia da financeira ASA agora esperam um aumento de 0,75 ponto percentual já no próximo encontro do comitê.
O economista-chefe da Ativa Investimentos Étore Sanchez também afirma que a ausência de definição de ritmo na ata e de informações sobre o fim do ciclo, e diante de uma piora nas perspectivas para a inflação, se cria um sinal de que a Selic teria um ritmo de aperto acelerado:
“O comunicado com parágrafo prospectivo aberto e firme às atribuições da autoridade já sugeria uma aceleração do aperto, ao passo que o trecho adicionado na comunicação de hoje diz que uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto de política monetária", diz Étore em relatório.
A XP prevê o aumento de meio ponto na Selic a cada uma das quatro reuniões seguintes, até alcançar os 13,25%, mas diz que o “Copom pode, eventualmente, acelerar o passo e atingir o nível terminal mais cedo”.
Já o banco suíço UBS vê como improvável um aumento maior que meio ponto para a reunião seguinte, mas afirma que um cenário de aceleração da alta pode acontecer caso o anúncio fiscal por parte do governo seja “fraco”.
O banco americano Citi segue apostando em uma alta de meio ponto para dezembro, mas a instituição, que prevê que o ciclo de alta termine em 12% em janeiro, “vê risco de alta para essa previsão”.
No mercado, juros em alta
O compasso de espera pela apresentação de medidas concretas para frear a subida dos gastos públicos segue pressionando a curva de juros futuros.
Nesta manhã, todos os contratos da taxa de depósito interfinanceiro (DI) até 2030 eram negociados acima dos 13%, indicando receio com a atual trajetória da política monetária. A curva de juros do DI também prevê um aumento de 0,75 p.p. na Selic já na próxima reunião do Copom, em dezembro, alcançando os 12% ainda em 2024.
Ata diz que piora pode prolongar ciclo
Divulgada na manhã desta terça, a ata da última reunião afirmou que o cenário é de desconforto com as expectativas de inflação em relação à meta de 3%, e que uma futura deterioração adicional pode prolongar o ciclo de aperto monetário.
O BC ainda preferiu não dar indicação futura sobre seus próximos passos e reforçar a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo "em virtude das incertezas envolvidas". Assim como no comunicado, disse que "ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo" serão ditados pelo firme compromisso da convergência da inflação à meta.
Valor - SP 13/11/2024
A CSN Mineração teve lucro líquido de R$ 446,3 milhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 62,8% sobre o ganho líquido de R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2023, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira. Os valores referem-se aos atribuíveis aos sócios controladores.
A receita líquida totalizou R$ 2,973 bilhões de julho a setembro deste ano, queda de 31% sobre os R$ 4,310 bilhões de igual intervalo de 2023.
O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 1,139 bilhão no terceiro trimestre deste ano, queda de 42,7% ante Ebitda ajustado de R$ 1,988 bilhão um ano antes.
Infomoney - SP 13/11/2024
Os contratos futuros do minério de ferro tiveram comportamento misto nesta terça-feira, com os investidores avaliando os dados econômicos fracos da China, o maior consumidor mundial de minério, depois que as últimas medidas locais de estímulo não foram satisfatórias e tiraram o fôlego dos mercados na sessão anterior.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,26%, a 766,0 iuanes (105,87 dólares) a tonelada, depois de cair quase 3% na segunda-feira.
Enquanto isso, o minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura caiu 0,26%, para 100,4 dólares a tonelada.
Os novos empréstimos bancários na China recuaram mais do que o esperado, atingindo o nível mais baixo em três meses em outubro, mostraram dados na segunda-feira, uma vez que os maiores estímulos para sustentar uma economia vacilante não conseguiram impulsionar a demanda por crédito.
A segunda maior economia do mundo revelou um pacote de 10 trilhões de iuanes na sexta-feira para aliviar as tensões de endividamento de governos locais e estabilizar o crescimento econômico, conforme enfrenta uma nova pressão da reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA.
“A falta de mais apoio ao mercado imobiliário da China pesou sobre o mercado de minério de ferro e foi exacerbada por sinais de demanda fraca”, disseram analistas do ANZ em nota.
As reservas portuárias de minério de ferro na China têm se expandido nas últimas quatro semanas, atingindo o nível mais alto desde o início de setembro, disse o ANZ.
Os preços do minério de ferro importado da China continuaram a perder terreno nos mercados portuário e marítimo em 11 de novembro, enquanto as negociações para estoques portuários também esfriaram, disse a consultoria chinesa Mysteel.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2024
Até alguns anos atrás, não havia muita coisa nesse pedaço de deserto a 250 milhas (402 km) ao norte da Cidade do México além de cascavéis, coiotes e cactos. Hoje é uma evidência brilhante da crescente importância do país como produtor de automóveis.
Em 2019, a BMW concluiu um vasto complexo fabril no local, perto da cidade de San Luis Potosí. Tão impecável e moderna quanto qualquer outra na Baviera, a fábrica constrói sedãs de luxo para os Estados Unidos, Europa, China e dezenas de outros mercados.
San Luis Potosí é uma das várias cidades mexicanas que se tornaram pequenas Detroits, produzindo Volkswagens, Audis, Mercedes, Fords, Nissans e Chevrolets. De janeiro a setembro deste ano, as fábricas mexicanas produziram mais de três milhões de veículos, dos quais dois milhões foram exportados para os Estados Unidos, segundo a Associação Mexicana da Indústria Automobilística.
Mas o papel fundamental do México na indústria automobilística global está agora em risco. O presidente eleito Donald J. Trump ameaçou impor tarifas punitivas de 100% ou mais sobre os carros do México, o que violaria um acordo comercial que seu primeiro governo negociou com o Canadá e o México.
As consequências para o setor automotivo seriam profundas, afetando o preço nos Estados Unidos de modelos populares como as picapes Ford Maverick, os veículos utilitários esportivos Chevrolet Equinox e diversas variações das caminhonetes Ram.
Trump disse que as tarifas incentivariam mais a fabricação de automóveis nos Estados Unidos. E os executivos da BMW dizem que as tarifas prejudicariam seus negócios, mas que a fábrica em San Luis Potosí ainda faria sentido financeiro para a empresa, porque muitos dos carros produzidos lá são vendidos em outros países.
No entanto, as tarifas poderiam prejudicar seriamente os fornecedores, forçando-os a transferir a produção entre países, o que poderia levar à perda de empregos e à turbulência financeira. A fábrica da BMW em San Luis Potosí tem 3,7 mil funcionários.
“Se o acordo for torpedeado, haverá mais mexicanos desempregados, e o que eles farão?”, disse William Alan Reinsch, consultor sênior do Center for Strategic and International Studies, especializado em questões comerciais.
As barreiras comerciais também podem ser um revés para o negócio de veículos elétricos, que já está desacelerando. A Ford produz seu Mustang Mach-E movido a bateria em uma fábrica perto da Cidade do México. A Chevrolet produz versões elétricas dos veículos utilitários esportivos Equinox e Blazer perto de Monterrey.
Até mesmo a Tesla, que é liderada por um dos maiores apoiadores de Trump, Elon Musk, pode sentir os efeitos. A empresa comprou um terreno em Monterrey para construir uma fábrica de automóveis com o objetivo de produzir veículos econômicos, embora esse projeto esteja suspenso, segundo as autoridades locais.
O complexo da BMW em San Luis Potosí mostra o que está em jogo para os fabricantes de automóveis. No mês passado, as equipes de construção se aglomeraram em torno de vigas de aço recém-erguidas, o esqueleto de um novo edifício onde os módulos de bateria serão montados para os veículos elétricos da empresa alemã. A BMW produzirá esses carros em San Luis Potosí a partir de 2027 e os exportará para os Estados Unidos e outros países. Atualmente, a fábrica produz os sedãs BMW Série 2 e Série 3.
A cidade de San Luis Potosí, um amontoado de prédios de tijolos e blocos de concreto, não é exatamente um “centro de fabricação de alta tecnologia”. Taquerias improvisadas lotam os acostamentos da rodovia que leva ao complexo da BMW. A estrada é ladeada por prédios de fábricas de metal corrugado, muitas das quais produzem peças automotivas. Como muitas cidades mexicanas, San Luis Potosí sofreu com a violência dos cartéis de drogas.
Mas os executivos da BMW disseram que o México oferecia um grande número de trabalhadores e fornecedores com boa formação. “Vocês não têm apenas trabalhadores qualificados, mas também trabalhadores muito motivados”, disse Ilka Horstmeier, membro do conselho de administração da BMW, cujas responsabilidades incluem relações trabalhistas, durante uma entrevista em San Luis Potosí.
Os fornecedores mexicanos são capazes de atender às demandas da operação de fabricação rigidamente coreografada da BMW, entregando peças como para-choques, eixos ou assentos apenas quatro horas antes de as peças serem instaladas nos carros, disse Oliver Haase, vice-presidente sênior que supervisiona a rede de fornecimento da empresa na América do Norte e na América do Sul.
Os fornecedores mexicanos têm o mesmo padrão que os da Europa, dos Estados Unidos ou da Ásia, disse Haase. Se ele fosse levado de olhos vendados a uma fábrica de peças mexicana sem saber em que lugar do mundo estava, “eu não saberia lhe dizer”, disse ele.
A fábrica de San Luis Potosí é altamente automatizada, com exércitos de robôs laranja soldando estruturas de carrocerias em meio a chuvas de faíscas. Mas o trabalho manual ainda desempenha um papel importante. Na linha de montagem, trabalhadores com uniformes azuis rosqueiam parafusos à mão para conectar os capôs dianteiros às suas dobradiças.
As barreiras comerciais poderiam interromper uma cadeia de suprimentos que também beneficia a economia dos EUA. Muitas das peças usadas nos BMWs e em outros carros fabricados no México vêm dos Estados Unidos. As baterias para os novos carros elétricos da BMW virão de uma fábrica na Carolina do Sul que também abastece a fábrica da empresa em Spartanburg, S.C.
Os representantes dos trabalhadores nos Estados Unidos, que pressionaram por tarifas mais altas, reclamam que a falta de proteção aos trabalhadores no México é um dos motivos de sua atratividade. Tradicionalmente, os sindicatos mexicanos respondem à gerência e às autoridades governamentais, e não aos trabalhadores.
O primeiro governo Trump adotou políticas que, segundo muitos especialistas em trabalho, prejudicaram os trabalhadores e os sindicatos. Mas as autoridades do governo pressionaram por disposições no acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá, conhecido como USMCA, que exigia que o México facilitasse a formação de sindicatos independentes pelos trabalhadores.
Os líderes trabalhistas mexicanos usaram a reforma para organizar os trabalhadores do setor automotivo em empresas como a General Motors e a Goodyear, que tem uma grande fábrica de pneus em San Luis Potosí.
“A lei nos dá ferramentas para nos organizarmos em busca de melhores condições”, disse Pablo Franco, advogado que representa La Liga Sindical Obrera Mexicana, um grupo trabalhista independente, em uma entrevista em um hotel em San Luis Potosí, onde ele e outros representantes trabalhistas se reuniram com executivos da Goodyear.
Mas Franco também reclamou que o governo não fez o suficiente para garantir que os trabalhadores estivessem cientes de seus direitos. Os trabalhadores da maioria das empresas, incluindo a BMW, não são representados por sindicatos independentes.
A penalidade por não cumprir com as disposições do USMCA é pequena. A BMW e outras empresas que não cumprem todos os termos do acordo, incluindo aqueles relacionados a sindicatos e de onde compram peças, pagam uma tarifa de 2,5% para exportar veículos para os Estados Unidos.
Ultimamente, as montadoras chinesas, incluindo a BYD, têm explorado locais no México com o objetivo de estabelecer uma presença na América Latina e, eventualmente, nos Estados Unidos. Muitas estavam esperando o resultado das eleições nos EUA antes de decidir se construiriam fábricas no México, dizem autoridades locais.
Em teoria, fábricas no México poderiam dar às montadoras chinesas uma entrada nos Estados Unidos. Tarifas punitivas e outras restrições efetivamente proíbem carros feitos na China dos Estados Unidos. Mas é improvável que o governo Trump permita que empresas chinesas tenham acesso aos Estados Unidos tão facilmente.
As autoridades mexicanas estão cortejando investidores chineses, mas também estão cientes de que os Estados Unidos são, de longe, o maior parceiro comercial do México.
Os Estados Unidos, o México e o Canadá devem revisar o USMCA em 2026 e decidir se estendem o tratado.
“Vamos ser muito respeitosos com os acordos comerciais que temos com os Estados Unidos e o Canadá”, disse Walter Ángel, que supervisiona o regulador de energia do México e está envolvido nos esforços do governo para promover carros elétricos. Ele acrescentou: “Vamos revisar o tratado, mas não vamos renegociá-lo”.
Representantes de Trump não responderam a um pedido de comentário.
Executivos da BMW disseram que a fábrica em San Luis Potosí fazia sentido comercial, não importa o que as autoridades dos três países decidissem. Eles apontam que grande parte da produção da fábrica vai para o Brasil, outros países latino-americanos e China. A versão de duas portas do cupê BMW Série 2 vendida na Europa é produzida em San Luis Potosí. O México tem acordos de livre comércio que permitem que os fabricantes exportem seus produtos para 50 países com tarifas baixas ou zero.
“Nossa decisão sobre onde construir fábricas é uma decisão estratégica de longo prazo tomada por pelo menos 40 anos”, disse a Sra. Horstmeier do conselho de administração da BMW. Mas ela acrescentou que a empresa preferia fronteiras abertas. “Sempre que você coloca barreiras comerciais”, ela disse, “você se prejudica”.
Monitor Digital - RJ 13/11/2024
O mercado automobilístico da China manteve uma expansão constante em outubro, indicando melhorias nas operações econômicas à medida que as medidas políticas pró-crescimento entram em vigor, mostraram dados industriais nesta segunda-feira.
As vendas de automóveis no país aumentaram 7% em termos anuais para 3,05 milhões de unidades no mês passado, segundo dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Veículos Automotores (CAAM, em inglês).
Durante os primeiros dez meses do ano, as vendas de automóveis totalizaram mais de 24,6 milhões de unidades, um aumento anual de 2,7%, de acordo com a associação.
A produção de automóveis aumentou 3,6% em termos anuais, atingindo cerca de 3 milhões de unidades somente em outubro.
Os dados também mostraram que o setor de veículos de nova energia (NEV, em inglês) do país manteve seu sólido impulso de crescimento no mês passado.
A produção nacional de NEVs aumentou 48% em termos anuais, para quase 1,46 milhão de unidades em outubro, e as vendas de NEVs subiram 49,6% para 1,43 milhão de unidades.
As exportações de automóveis da China atingiram 542.000 unidades no mês passado, um aumento de 11,1% em relação ao ano anterior, elevando o total de exportações de automóveis do país para o período de janeiro a outubro para cerca de 4,86 milhões de unidades, mostraram os dados.
Valor - SP 13/11/2024
Política linha-dura do presidente eleito sobre imigração pode repercutir no setor de tecnologia
O retorno de Donald Trump à Casa Branca e a possível volta de suas políticas protecionistas podem elevar os custos anuais de produção de automóveis nos Estados Unidos em US$ 40 bilhões, mostram análises. Há ainda riscos de desacelerar os passos em direção à descarbonização e às tecnologias de inteligência artificial.
A Toyota anunciou planos de investir US$ 1,45 bilhão no México para aumentar a produção da próxima geração da picape Tacoma para o mercado dos Estados Unidos. Mas o futuro continua incerto.
Trump planeja impor tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações e cobrar tarifas adicionais sobre certos produtos individuais.
O presidente dos Estados Unidos tem a opção de aumentar as tarifas sem passar pelo Congresso, exercendo o Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.
Essas altas tarifas teriam um grande impacto na indústria automobilística. Cerca de 15 milhões de veículos são vendidos ao ano nos Estados Unidos, perdendo apenas para a China. Muitos deles são importados do México, Canadá e Japão, o que levaria a preços mais altos.
Donald Trump e Melania Trump — Foto: AP Photo/Evan Vucci
As tarifas não se aplicariam apenas a carros acabados. O México se beneficia do Acordo Estados Unidos-México-Canadá que elimina tarifas sobre importações para os Estados Unidos. O México foi responsável por 41% das peças importadas para os Estados Unidos de janeiro a junho deste ano. Devido às disputas comerciais entre Washington e Pequim, as montadoras aumentaram as compras do México em vez da China, mas isso agora está enfrentando um retrocesso.
A AlixPartners, uma empresa de consultoria dos Estados Unidos, calculou que se altas tarifas forem impostas sobre peças importadas, o custo de fabricação por carro feito nos Estados Unidos pode aumentar em até US$ 4 mil. Com base em uma escala anual de produção de automóveis nos Estados Unidos de 10 milhões de carros, isso aumentaria os custos em US$ 40 bilhões.
Se as tarifas forem impostas, não apenas a indústria automobilística será forçada a aumentar a produção nos Estados Unidos, mas outras indústrias de manufatura, como aço e máquinas, também terão que fazer o mesmo.
O centro de estudos Tax Foundation, sediado em Washington, estima que as tarifas podem aumentar a receita dos Estados Unidos em US$ 3,8 trilhões no longo prazo. Mas provavelmente as empresas que atendem clientes dos Estados Unidos cubrirão os custos mais altos aumentando os preços.
O negócio de energia renovável também teria preços mais altos. Trump vê a redução dos custos de energia como um trunfo para evitar o ressurgimento da inflação. Para esse fim, ele provavelmente incentivará o aumento da produção e o novo desenvolvimento de combustíveis fósseis. Ele também pretende expandir as exportações de gás natural liquefeito.
Trump sugeriu se retirar do acordo de mudança climática de Paris, contrariando a tendência global. O governo atual, de Joe Biden, atraiu um total de US$ 265 bilhões em investimentos em descarbonização de empresas nacionais e estrangeiras por meio de subsídios massivos, mas alguns desses aportes provavelmente serão retirados.
O apoio à geração de energia renovável provavelmente diminuirá. Trump tem uma postura particularmente dura em relação à energia eólica offshore, o que pode levar à interrupção de projetos, disse o Departamento de Pesquisa Industrial do Mizuho Bank.
Enquanto isso, a política linha-dura de Trump sobre imigração pode repercutir no setor de tecnologia.
Se Washington restringir os vistos de trabalho, há preocupações de que isso teria um efeito negativo na indústria de inteligência artificial e limitaria a entrada de talentos. Trump apelou aos eleitores para interromper a entrada de imigrantes ilegais para proteger empregos domésticos e a segurança pública. Isso tem o potencial de reduzir a entrada de imigrantes em geral no país, não apenas aqueles que entram ilegalmente.
Durante seu primeiro mandato, Trump tentou fortalecer as restrições à imigração para trabalhadores altamente qualificados com o visto de trabalho H-1B. A taxa em que as autoridades rejeitaram os pedidos de visto aumentou, atingindo um pico de quase 25% em 2018. Sob o governo de Joe Biden, a taxa caiu para menos de 5% em 2023.
Trabalhadores altamente qualificados de lugares como a Índia, que trabalham com vistos H-1B, são responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologia de ponta nos Estados Unidos, como inteligência artificial. Um funcionário do Google que disse que estava buscando um green card para residência permanente agora se pergunta se ele pode "obter um visto em primeiro lugar".
Há esperanças de que a desregulamentação e os cortes de impostos reduzam os custos operacionais quando Trump retornar. Também há expectativas de que o aperto sobre as fusões e aquisições entre empresas nacionais, que foi fortalecido sob a administração Biden, será relaxado.
Mas os custos crescentes de políticas comerciais voltadas para dentro podem anular esses benefícios. Trump apregoou uma abordagem "América Primeiro" e foi descrito como "unilateral". Uma segunda administração pode vê-lo adotar uma abordagem mais agressiva para reconquistar empregos e indústrias.
Pode-se dizer que a abordagem política de Trump enfatiza benefícios práticos. O conteúdo de suas políticas voltadas para dentro também pode mudar dependendo de negociações diplomáticas. Diante dessa imprevisibilidade, as empresas precisarão se preparar para vários cenários.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 13/11/2024
A Case Construction Equipment, marca da CNH, está completando 105 anos de comercialização no Brasil, com uma trajetória de tradição, reconhecimento e inovação. A fábrica da marca, em Contagem-MG, é o Polo de Mundial de Produção da linha de tratores de esteira da Case.
A marca fez parte de momentos históricos do país, como na construção de Brasília, em 1958, quando o modelo Case 320 foi importado para o Brasil e ajudou nas obras – que tinham começado um ano antes e se estenderam até 1960.
Segundo Carlos França, líder da Case Construction Equipment para a América Latina, hoje, a Case tem uma linha completa de produtos com mais de 50 modelos entre escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, minicarregadeiras, miniescavadeiras, pás-carregadeiras, retroescavadeiras, tratores de esteira e compactadores, todos com 100% de telemetria embarcada, e continua investindo por aqui.
“Estamos felizes e orgulhosos por acompanhar e participar efetivamente da evolução do setor no país, sempre comprometidos em oferecer soluções avançadas e eficientes para o mercado”, afirma Carlos França, líder da Case Construction Equipment para a América Latina.
A vocação para inovação da Case tem o respaldo de mais de 180 anos da marca global, fundada nos Estados Unidos. Alguns dos projetos inovadores da marca são: a Retroescavadeira conceito Wireless; a Retroescavadeira Accessibility; o Projeto Tetra - Pá Carregadeira conceito movida a metano; o Projeto Zeus – Retroescavadeira 100% elétrica e a Miniescavadeira 100% elétrica.
Para o futuro, a marca reforça objetivos como melhoria contínua da qualidade, investimentos em inovação e conectividade e experiência do cliente.
“O foco continua sendo o cliente, com projetos que tragam benefícios para eles. Agimos no presente para construir o futuro, contribuindo para que os negócios dos nossos clientes sejam cada vez mais rentáveis e sustentáveis”, completa o líder da marca para a América Latina.
Produção, investimento e lançamentos
Em junho, a Case anunciou a nova linha de tratores compactos de esteira com produção 100% brasileira (modelo 850M), fabricados na planta da marca, em Contagem-MG. A fábrica recebeu R$ 50 milhões de investimento e passou por melhorias, se tornando Polo Mundial de Produção da linha de tratores da marca, com seis modelos de 6 a 22 toneladas.
A planta tem 120.104 m² e nela são produzidas as retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras, motoniveladoras, além dos tratores de esteira da CASE.
Celebrando os 105 anos no país, este ano, explica França, a marca apresentou mais uma série de lançamentos: a W20G, uma nova versão da W20 – a pá-carregadeira que completa 50 anos de fabricação no Brasil; e a linha de mini escavadeiras da marca, composta pelos modelos CX22D, CX35D e CX42D, produzida na Itália, que chegou ao Brasil com a credibilidade comprovada no mercado internacional e como mais uma opção de negócio para os clientes. A marca apresentou ainda a CX15EV, máquina conceito 100% elétrica.
O Estado de S.Paulo - SP 13/11/2024
Ambiente prioritário nos novos empreendimentos imobiliários de alto padrão em São Paulo, as varandas têm ganhado espaço nos projetos de revitalização de prédios antigos em áreas nobres da capital paulista. Edifícios com mais de 40 de anos nos bairros de Pinheiros, Itaim Bibi e Jardim Paulista já investiram na acoplagem de varandas como uma estratégia para modernizar suas fachadas, segundo Alberto Alves, nome à frente da BR Retrofit, empresa especializada no gerenciamento de retrofit em edifícios residenciais.
Em São Paulo, a companhia concluiu três projetos de acoplagem de varandas em instalações antigas e tem outros 2 em andamento. Todos localizados em bairros nobres da cidade, com os edifícios em uso pelos moradores desde o início de cada obra. Alves afirma que esse movimento - que ganhou força após o lançamento do Programa Requalifica Centro, instaurado pela Lei 17.577, de 2021 - pode fortalecer a capacidade de concorrência desses prédios antigos com os novos empreendimentos na região, que já têm com varanda na planta de seus projetos.
A BR Retrofit recebe por mês quase 20 solicitações sobre a acoplagem de varandas. “Tenho recebido, no mínimo, uma ou duas ligações por dia. Prédios, síndicos, curiosos, estudantes, arquitetos, engenheiros que querem fazer, querem aprender ou pelo menos tentar fazer”, diz Alves. Mas levar adiante esse tipo de projeto não é algo trivial.
“São tantas dificuldades que síndicos e proprietários desistem no meio do caminho, e acaba que o negócio não dá prosseguimento”, diz Alves, destacando que a cidade deve ter cerca de 10 projetos do tipo concluídos. Ele explica que a falta de uma legislação específica sobre o assunto cria entraves no avanço dos projetos e desencoraja alguns proprietários a apostarem por iniciativas ainda pouco conhecidas.
“Imagine um tema novo, ao qual as pessoas não entendem por que há poucos projetos concluídos em toda a cidade. Para convencer 30, 40 famílias, é complexo, e todo o processo requer a anuência dos condôminos e o alvará da Prefeitura”, explica Alves.
À diferença do Programa Requalifica Centro, que tem disposições próprias de incentivos fiscais, objetivos concretos e regramentos de engenharia para a requalificação de prédios antigos no centro da cidade, empreendimentos que visam adicionar varandas em construções antigas não têm legislação exclusiva para avaliação dos pedidos feitos à Prefeitura. Muitas vezes, a ponderação do analista da Prefeitura depende das interpretações feitas das leis de Zoneamento e do Código de Obras e Edificações.
Embora a ausência de uma lei cause atravancamento dessas iniciativas, para muitas construtoras, incorporadoras e gerenciadoras como a de Alves, o maior impeditivo é a desaprovação dos condôminos. “Tenho de convencer todas as famílias. É um trabalho artesanal para conseguir uma aprovação dessas”, comenta o presidente da BR Retrofit.
“São pessoas que simplesmente falam ‘não, a obra vai demorar cinco anos’, ou têm na cabeça uma ideia de que obra vai causar um barulho extremo. Primeiro, a obra vai demorar menos de um ano. Segundo, o barulho que causa é muito menor do que uma reforma de uma unidade interna, que a pessoa fica lá, martelando na sua cabeça três anos e não termina a obra”, esclarece.
Para o alvará de execução de obra, a Prefeitura exige 100% da aprovação dos proprietários, o que, segundo Alves, inviabiliza muitos projetos. Também são exigidos documentos como a convenção do condomínio, a planta original do edifício e a planta elaborada pelos engenheiros, arquitetos, calculistas ou outros agentes técnicos.
Os custos e os benefícios do uso de estruturas pré-fabricadas
Um dos pontos cruciais para a aprovação de qualquer tipo de projeto de construção é o preço. No caso da acoplagem de varandas em edifícios antigos, das iniciativas já existentes e concluídas em São Paulo, o uso de estruturas metálicas ou de concreto pré-fabricadas são alternativas para que as obras se limitem ao exterior dos prédios, sem a necessidade de intervenções internas quando a estrutura predial esteja adequada para receber as armações extras.
Os valores, de acordo com Alves, variam em cada projeto e podem ser reduzidos e financiados se é feita uma boa gestão. “É um monte de etapas. É necessário fazer um anteprojeto de arquitetura e mandar para no mínimo 10 construtoras para realizar um pré-orçamento. Tem varanda construída que custou cinco vezes mais do que as varandas que fizemos porque as etapas não foram respeitadas. Então falam ‘vai custar R$ 18 mil o metro quadrado’. Imagina! Não custa R$ 18 mil o metro quadrado, é muito menos”, elucida o presidente da gerenciadora.
Para ele, os benefícios também podem ser identificados na concorrência dos edifícios que realizaram retrofit frente aos novos prédios na região. “Um apartamento novo tem muito mais charme, tudo novo, tudo zerado. Mas isso custa R$ 40 mil o metro quadrado. Na planta, vai ter de esperar mais ou menos dois anos para ficar pronto. Aí tem outro prédio, na mesma rua, no mesmo bairro, que custa 15 mil o metro quadrado. Falando de bairros caros como Itaim Bibi, Jardim Paulista e Vila Nova. Vamos dizer que você vai gastar, para fazer (esse tipo de retrofit), até R$ 7 mil o metro quadrado. Então (o preço do imóvel) vai para R$ 22 mil. Bom, mas R$ 22 mil versus R$ 40 mil, você compra na hora”, exemplifica.
Em termos de valorização dos imóveis, Alves aponta ser um ganho tanto para a Prefeitura, com cobranças de impostos, quanto para os proprietários, com valorização que pode chegar até 30%, segundo estimativas da gerenciadora. “É um ganha-ganha tão grande. Aumenta o IPTU na veia, aumenta a base de cálculo para todos os impostos, ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos), lucro sobre ganho de capital. Isso tudo porque as unidades valorizam.”
Uma tendência no mercado imobiliário?
Alves afirma que poderia ser uma tendência caso iniciativas como essas fossem previstas em leis específicas e razoáveis. Além disso, o entendimento de todo o processo por parte dos proprietários e condôminos também viabilizaria que mais obras fossem realizadas. “É muita procura, mas muito trabalho também. Agora, com duas obras em andamento, eu diria que em 20 dias úteis, recebo 20 procuras por mês”. “É uma tendência, mas precisa de uma melhoria na legislação, uma facilitação das aprovações. O tempo de aprovação teria que ser bem menor, e aí vira realmente uma tendência como aconteceu em outros países, que acabam os terrenos nas áreas nobres e necessitam utilizar prédios antigos”, conclui Alves.
CNN Brasil - SP 13/11/2024
Em entrevista ao CNN Money, nesta terça-feira (12), o secretário de Parcerias em Investimentos de São Paulo, Rafael Benini, anunciou avanços em projetos de infraestrutura e concessões.
Entre os projetos futuros, ele mencionou as linhas de metrô 20-Rosa, 19-Celeste e 16-Violeta. “A Linha 16 já está mais adiantada, até porque recebemos uma manifestação de interesse privado”, afirmou.
Benini destacou a relicitação de concessões rodoviárias, investimentos na Rota Sorocabana e na Nova Raposo, além de novas Parcerias Público-Privadas em áreas como educação e habitação.
“Estamos relicitando os locais existentes de concessão com redução de tarifa. A partir de abril do próximo ano, vamos ter 22% de redução de tarifa nas praças existentes. Estaremos investindo R$ 8,8 bilhões na Rota Sorocabana e R$ 7,7 bilhões na Nova Raposo”, disse Belini
O estado encerra o ano com uma intensa agenda de leilões, mas novas concessões estão previstas para 2024.
“Hoje, estamos com consultas públicas abertas para manutenção e operação de 143 escolas nas zonas sul e leste de São Paulo. Até o final do mês devemos abrir consulta pública para as travessias litorâneas e publicar os editais das linhas 11, 12 e 13, do lote Alto Tietê.”
Benini também destacou o andamento de novos lotes de concessão, como o ABC-Guarulhos (lotes 10 e 14) e Sorocaba. “Devemos abrir audiência de consulta pública no final do primeiro trimestre e publicar o edital ainda em 2025. Mas muito do timing do leilão vai depender dos outros dois leilões”, finalizou.
IstoÉ Dinheiro - SP 13/11/2024
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê um aumento de demanda por petróleo no Brasil no primeiro trimestre de 2025, por conta do crescimento econômico “saudável contínuo”, liderado por uma forte atividade agrícola e de manufatura, segundo relatório mensal publicado nesta terça-feira, 12. Ainda, no documento, o cartel projeta aumento na produção da commodity em território brasileiro no quarto trimestre de 2024.
De acordo com a organização, a perspectiva para o crescimento da demanda por petróleo vê o combustível de transporte se expandindo mais, seguida por diesel e matéria-prima petroquímica. Espera-se que o aumento alcance 136 milhares de barris por dia (bpd) ao ano.
A Opep diz ainda que a produção brasileira em setembro se recuperou das baixas registradas anteriormente e atingiu o maior nível desde fevereiro deste ano, mas que ainda foi afetada “por problemas operacionais”.
Para 2025, o fornecimento de líquidos do Brasil, incluindo biocombustíveis, deve aumentar 200 mil bpd, para uma média de 4,4 milhões de bpd, de acordo com o cartel.
Valor - SP 13/11/2024
Taxa pode sofrer alterações após a indicação do novo chefe da EPA por Donald Trump
Pela primeira vez na história, as empresas de petróleo e gás natural terão de pagar uma taxa federal por emissão de metano acima do limite estipulado, segundo uma regra da Agência de Proteção Ambienta dos Estados Unidos (EPA) anunciada nesta terça-feira
Lee Zeldin deve ser nomeado para chefiar a EPA no mandato de Donald Trump — Foto: Matt Rourke/AP
A “Taxa sobre Emissões de Resíduos” foi anunciada um dia depois do anúncio do ex-congressista de Nova York Lee Zeldin para chefiar a EPA durante o mandato do presidente eleito Donald Trump. Se Zeldin for confirmado pelo Senado, deve afrouxar, ou até reverter, dezenas de regulamentações ambientais aprovadas durante a presidência de Biden.
A determinação dará seguimento a uma diretriz do Congresso incluída na lei climática de 2022 destinada a incentivar a indústria a adotar melhores práticas para a redução das emissões de metano - o principal componente do gás natural - e, assim, evitar o pagamento das taxas.
O metano é um “super poluente” climático mais potente a curto prazo do que o dióxido de carbono e é responsável por cerca de um terço das emissões de gases do efeito estufa. O setor do petróleo e do gás natural é a maior fonte industrial de emissões de metano nos Estados Unidos e seus defensores afirmam que a redução das emissões de metano é uma forma crucial de abrandar as alterações climáticas.
Conforme descrito pela EPA, o excesso de metano produzido em 2024 pode resultar em uma taxa de US$ 900 por tonelada, com taxas aumentando para US$ 1,2 mil por tonelada em 2025 e US$ 1,5 mil por tonelada em 2026. A regra só se tornará definitiva no início do próximo ano, após a publicação no Federal Register.
Diversas empresas de petróleo e gás já cumprem ou excedem os níveis de desempenho de metano estabelecidos pelo Congresso sob a lei climática, o que pode fazer com que não sejam forçadas a pagar novas taxas.
É provável que Trump tenha como alvo a taxa de metano em meio a uma enxurrada de ações esperadas que ele prometeu para desregulamentar a indústria de petróleo e gás.
O anúncio da nova regra da EPA acontece em paralelo à realização da COP 29, em Baku, no Azerbaijão, em um momento no qual o presidente Joe Biden procura assegurar seu legado na luta contra as alterações climáticas.
Infomoney - SP 13/11/2024
A Opep cortou nesta terça-feira a previsão de crescimento da demanda global de petróleo em 2024 e também reduziu a projeção para o próximo ano, marcando a quarta revisão consecutiva para baixo promovida pelo grupo de produtores.
Em um relatório mensal, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo afirmou que a demanda mundial de petróleo aumentará em 1,82 milhão de barris por dia em 2024, abaixo do crescimento de 1,93 milhão de bpd previsto no mês passado.
Há uma grande divisão entre os analistas sobre a força do crescimento da demanda em 2024, em parte devido a diferenças sobre a demanda da China e o ritmo da mudança mundial para combustíveis mais limpos. A Opep ainda permanece na limite superior das estimativas do setor após a revisão.
A Opep também reduziu sua estimativa de crescimento da demanda global em 2025 de 1,64 milhão de bpd para 1,54 milhão de bpd.
Agência Camara - DF 13/11/2024
O Ministério dos Transportes anunciou nesta terça-feira (12), durante debate na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, que deverá haver acordo com 4 das 14 concessionárias de rodovias federais que manifestaram interesse na atualização dos contratos.
Essas empresas aderiram a procedimento do ministério para avaliar concessões antigas que somam cerca de 7.500 km. O objetivo é prorrogar contratos por até 15 anos em troca de rapidez na conclusão de obras e de novos investimentos.
Segundo a secretária nacional de transporte rodoviário do ministério, Viviane Esse, a negociação cobrou o cumprimento de exigências do Tribunal de Contas da União (TCU) e o aval de governos estaduais e bancadas no Congresso Nacional.
O TCU informou no debate que já homologou acordos para dois trechos da BR-101, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. O tribunal ainda analisa propostas para as rodovias BR-163, em Mato Grosso do Sul; e BR-116 e BR-324, ambas na Bahia.
Outros dois acordos, para a BR-381 (Fernão Dias) em Minas Gerais, e para a BR-116 (Régis Bittencourt) entre São Paulo e Paraná, passam por finalização. Depois disso, segundo o Ministério dos Transportes, também serão levados ao TCU.
Mudanças
Além do prazo estendido nos contratos, os ajustes poderão envolver modificação no preço dos pedágios. Em todos os casos, as concessionárias deverão renunciar a quaisquer processos judiciais, administrativos ou arbitrais contra a União.
No novo modelo, o pedágio só aumentará após uma duplicação, por exemplo. “Para o usuário, será gratificante, porque pagará pela infraestrutura entregue; para concessionária, servirá de incentivo à execução da obra”, disse Viviane Esse.
O presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Marco Aurélio Barcelos, disse acreditar que, com as mudanças em curso, o Brasil poderá dobrar a participação das concessionárias de rodovias.
“Temos bons números para nos orgulhar do programa de concessão de rodovias, mas, por outro lado, também temos bons números para entender que alguns dos contratos antigos falharam e precisam de solução”, comentou Barcelos.
Avaliação
A audiência pública foi proposta pelo deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG), presidente da Comissão de Viação e Transportes, para discutir os requisitos técnicos, econômicos e operacionais e as perspectivas futuras das concessões.
“A maior preocupação é não cometer com os novos contratos os mesmos erros do passado, para que a população não seja penalizada, mas temos muito o que aprimorar”, disse Gilberto Abramo em entrevista após a reunião.
Os deputados Bebeto (PP-RJ), Daniel Trzeciak (PSDB-RS) e Luiz Fernando Faria (PSD-MG) também compareceram ao debate desta terça-feira. Entre outros, participaram ainda o diretor da Confederação Nacional do Transporte, Valter Souza; o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Bráulio Borba; o superintendente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Marcelo Fonseca; e o auditor do TCU Nicola Khoury.