Clipping Diário

18 | Novembro | 2024

SIDERURGIA

Brasil Mineral - SP   18/11/2024

A worldsteel lançou o Relatório Indicadores de Sustentabilidade 2024 sobre o desempenho de sustentabilidade da indústria siderúrgica global para servir de pilar fundamental do compromisso de longa data do setor, refletindo o progresso contínuo e iniciativas para gerenciar e melhorar nosso impacto. Alinhado com prioridades globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e o Acordo de Paris, o relatório demonstra a determinação do setor em atender às expectativas em evolução da sociedade e a responsabilidade compartilhada por um futuro sustentável.

Em 2024, um total de 93 empresas e associações siderúrgicas contribuíram para a coleta de dados, representando 956,1 milhões de toneladas — o equivalente a 51% da produção global de aço bruto. Destas, 74 organizações relataram voluntariamente um ou mais dos oito indicadores de sustentabilidade, com 36 fornecendo dados abrangentes para todos os oito. O fornecimento de dados para todos os oito indicadores é um requisito essencial da worldsteel à Carta de Sustentabilidade. A associação à Carta é um dos três critérios para o reconhecimento dos Campeões da Sustentabilidade. Em 2024, 44 organizações siderúrgicas foram reconhecidas como Membros da Carta, e 12 delas foram ainda reconhecidas como Campeões da Sustentabilidade.

Desde 2007, a worldsteel publica uma única intensidade anual global de emissões de CO2 juntamente com uma métrica de intensidade energética. Esses números foram ponderados com base na % global dividida entre as rotas de produção de aço de alto-forno-forno básico de oxigênio (BF-BOF) e forno elétrico a arco (EAF) baseado em sucata.

Desde 2021, o valor médio global para ambas as intensidades também incorpora uma contribuição da produção de aço EAF com base em ferro reduzido direto (DRI), dada sua crescente importância como uma rota de produção siderúrgica essencial. A worldsteel crê que esse método de cálculo da métrica global fornece uma representação mais precisa da produção mundial de aço, tanto hoje quanto no futuro.

A média global de intensidade de emissões de CO2 por rota de produção nos anos de 2021 e 2022 foi de 1,91 t de CO2/t de aço bruto fundido, enquanto, em 2023, foi de 1,92 t de CO2/t de aço bruto fundido. Já a intensidade energética por via de produção no mesmo período foi de 21.04, 21.01 e 21.27 Gj por tonelada de aço bruto fundido. A taxa de frequência de lesões com perda de tempo caiu de 0,85, em 2021 e 2022, para 0,76, em 2023 (lesões/milhões de horas trabalhadas), enquanto o treinamento de funcionários cresceu de 7,62, em 2021, para 8,22, em 2022, e 8,90, em 2023, respectivamente (dias de treinamento/funcionário).

Dos oito indicadores de sustentabilidade, o 1 e o 2 medem a intensidade das emissões de CO2 e a intensidade energética, que são calculadas com a metodologia de coleta de dados de CO2 da worldsteel , que inclui todos os escopos (1, 2 e alguns escopos 3). Desde 2021, as duas intensidades representam médias ponderadas de produção entre alto-forno-forno básico a oxigênio (BF-BOF), forno elétrico a arco (EAF) baseado em sucata e produção de aço EAF baseado em ferro reduzido direto (DRI). Antes de 2021, apenas as rotas de produção de aço BF-BOF e EAF eram levadas em consideração no cálculo. Já o Indicador 3 inclui apenas resíduos sólidos e líquidos no cálculo, e gases de processo não são incluídos, enquanto o Indicador 4 trata do sistema de gestão ambiental.

O indicador 5 mede a taxa de frequência de acidentes com afastamento inclui fatalidades, calculada com base em números que incluem contratados e funcionários; o indicador 6 abrange o treinamento de funcionários e inclui instalações de produção e não produção, o indicador 7 mede o investimento em novos processos e produtos e inclui despesas de capital e investimento em P&D e, por último, o indicador 8 trata do valor econômico distribuído.

Consultor Jurídico - SP   18/11/2024

A Casa Civil da Presidência da República enviou à Controladoria-Geral da União um parecer argumentando que a disputa sobre o controle da Usiminas não trata de questão constitucional e, por isso, deve ser decidida no Superior Tribunal de Justiça, e não no Supremo Tribunal Federal.

O parecer foi feito por Jailton Zanon da Silveira, secretário-adjunto de Informações Processuais da Casa Civil, e por Maria Rosa Guimarães Loula, secretária especial-adjunta da Secretaria para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, e enviado à CGU em 17 de outubro.

O texto foi produzido a pedido da CGU, que está levantando dados para apresentar ao ministro André Mendonça, do Supremo, no curso da ADI 7.714, que trata da disputa pelo controle da Usiminas.

O caso, sobre a participação do grupo ítalo-argentino Ternium no bloco de controle da empresa, chegou ao STF em setembro deste ano, após decisão do STJ contra a companhia estrangeira.

Em junho, a 3ª Turma do STJ decidiu que o Grupo Ternium deve fazer a oferta pública de aquisição de ações aos acionistas minoritários da empresa, como prescreve a Lei das S.A. (Lei 6.404/1976).
O parecer

Segundo a Casa Civil, a discussão do caso concreto busca determinar o que o artigo 245-A da Lei das S.A. considera “alienação de controle” a obrigar a oferta de ações. A matéria, diz o documento, não tem contornos constitucionais, mas infraconstitucionais.

“Consabido, a Constituição conferiu ao Superior Tribunal de Justiça a prerrogativa de realizar, em última instância, a uniformização da interpretação da legislação federal, onde se situa a definição do sentido e alcance da expressão contida nos textos normativos em questão”, diz o parecer.

Eventual alegação de ofensa à Constituição se daria, quando muito, de forma meramente indireta ou reflexa, situação que não autorizaria que o Supremo fosse acionado, segundo os autores do texto.

“É certo que todo ato normativo deve ser interpretado à luz da Constituição, o que não significa que toda e qualquer interpretação que se faça de uma disposição normativa infraconstitucional terá o condão de autorizar a realização de controle de constitucionalidade.”

Em outubro, o ministro Moura Ribeiro, do STJ, também enviou informações a Mendonça sobre o caso. Na ocasião, ele disse que a decisão da corte superior levou em conta o rearranjo que houve no controle da Usiminas após as aquisições da Terminum.
Entenda

Como mostrou a revista eletrônica Consultor Jurídico em outubro, o grupo Ternium está atuando em diferentes frentes para tentar derrubar a decisão do STJ que o obrigou a fazer a oferta pública de ações aos sócios minoritários da Usiminas: tem pedidos no STJ e no Supremo e também está atuando politicamente.

No STJ, o grupo ajuizou segundos embargos de declaração questionando a decisão que obrigou a oferta pública. No Supremo, uma associação de importadores e exportadores, em nome do Grupo Ternium, entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a sentença.

O assunto também levou membros do governo italiano a circular entre o empresariado brasileiro, tendo como pano de fundo os 150 anos da imigração italiana para o Brasil. A atuação buscaria influenciar decisões judiciais.
Disputa intensa

O caso trata de uma disputa iniciada em 2011, quando o bloco de controle da Usiminas era composto por Nippon Steel, Votorantim, Camargo Corrêa e a Caixa de Empregados da Usiminas (CEU).

O Grupo Ternium comprou todas as ações da Votorantim e da Camargo Corrêa e parte da cota da CEU, assumindo 43,3% das ações ordinárias dentro do bloco de controle da companhia.

Não houve alteração do sócio majoritário, que continuou sendo a Nippon Steel, com 46,12% das ações. Por esse motivo, as instâncias ordinárias entenderam que não era necessária a oferta pública de aquisição (OPA).

Previsto no artigo 254-A da Lei 6.404/1976, esse procedimento serve para proteger os minoritários de alterações abruptas no rumo das empresas das quais são sócios. A parte que ingressa no bloco de controle deve comprar as ações dos minoritários pelo preço no mínimo igual a 80% do valor pago por ação com direito a voto.

No caso da Usiminas, essa conta é ainda mais relevante porque o Grupo Ternium ingressou no bloco de controle pagando muito mais do que o valor de mercado das ações.

Inicialmente, o STJ teve a mesma conclusão das instâncias ordinárias. Mas, nos embargos de declaração, percebeu que, apesar de a Nippon Steel continuar sendo sócia majoritária da Usiminas, a companhia passou por mudanças importantes na forma de comando.

A aprovação das chamadas resoluções ordinárias passou a demandar quórum de 65% da massa acionária do bloco controlador, o que só seria possível pelo consenso entre Grupo Ternium e Nippon Steel. Já as resoluções especiais passaram a demandar quórum de 90% das ações — ou seja, a concordância dos três membros controladores.

Na prática, o veto do Grupo Ternium em qualquer dessas situações seria suficiente para inviabilizar sua implementação, o que implica uma mudança efetiva do bloco de controle e consequências na estrutura gerencial da Usiminas.

Levando isso em conta, a 3ª Turma do STJ voltou atrás de sua primeira decisão e, em junho, deteminou que o Grupo Ternium fizesse a oferta de ações.
No STF

No Supremo, o pedido em favor do Grupo Ternium foi feito pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que ajuizou ação direta de inconstitucionalidade contra a decisão do STJ que determinou a oferta pública de ações aos sócios minoritários da Usiminas.

O caso está sob a relatoria do ministro André Mendonça, que enviou o processo direto ao Plenário da corte.

Na ação, a AEB pede a suspensão de processos judiciais em que se discuta a obrigatoriedade de fazer a oferta pública de ações e uma interpretação conforme a Constituição ao artigo 254-A da Lei das S.A, determinando que a obrigação de oferta pública só ocorre quando o alienante transfere o controle para outra companhia.

A AEB diz que o dispositivo não se aplica a casos de “mera alteração dos membros integrantes do bloco de controle” ou em que há “consolidação de controle compartilhado”. O argumento usa precedentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“O acionista minoritário, ainda que tenha participação relevante nas deliberações da assembleia-geral e eleja a maioria dos administradores, não detém o poder de controle, pois somente pode alienar o controle de determinada companhia aquele que efetivamente seja o titular desse direito”, diz a ação.

Para que o STF aceite o processo, contudo, há uma preliminar. A pouco conhecida AEB deve passar pelo crivo da sua legitimidade. A entidade, que tem o Grupo Ternium na sua direção, precisa demonstrar a pertinência temática da sua representação.

Outro desafio, além de comprovar sua presença em pelo menos dez estados brasileiros, é que a ADI tem no seu bojo uma tese jurídica com paradigma constitucional — e não um caso concreto, que só seria examinado em sede de recurso extraordinário. Nesse plano, a ADI se torna um recurso a mais e o STF, uma quarta instância para o caso.

Portal Fator Brasil - RJ   18/11/2024

Maior empresa brasileira produtora de aço é destaque em premiação do setor de construção.

A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, conquistou três categorias do Prêmio Anamaco 2024, uma das mais importantes premiações do setor de construção civil no mercado nacional. A empresa recebeu o troféu Máster nas categorias Pregos, Malhas ou Telas de Aço para Concreto e em Vergalhões de aço.

Promovida pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), a 33ª edição da premiação reconhece as melhores empresas e produtos que se destacam pela qualidade de seus produtos, inovação e compromisso com o desenvolvimento do setor. A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Anamaco, avalia a opinião de milhares de lojistas e profissionais do ramo de materiais de construção de todo o Brasil.

—Esse reconhecimento reforça nosso compromisso em entregar produtos que atendam aos mais altos padrões de qualidade e que contribuam para o crescimento e fortalecimento do setor da construção civil no Brasil —explica Débora Baum, líder de marketing da Gerdau. —Por mais um ano, fomos destaques em três categorias e isso é um reflexo de nossos esforços e investimentos contínuos para atender às demandas e aos desafios da indústria de forma cada vez mais inovadora, digital e sustentável. Continuaremos trabalhando para gerar valor para nossos clientes e parceiros, oferecendo soluções e produtos que atendam tanto às necessidades atuais quanto às futuras. É com muito orgulho que recebemos esta premiação, de um segmento que é tão importante para nós!— acrescenta.

Ao longo de 123 anos de história, a Gerdau construiu um portfólio completo de produtos e serviços voltados ao setor e se tornou uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. A companhia é a maior recicladora de sucata da América Latina, transformando anualmente 11 milhões de sucatas em aço. Mais de 70% do aço que produz é feito a partir desse material e como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO2e), de 0,91 t de CO2e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO2e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,82 t de CO2e por tonelada de aço.

Exame - SP   18/11/2024

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deu novo parecer afirmando que não houve troca de controle na siderúrgica Usiminas, em meio a um processo travado pela CSN contra a italiana Ternium que se estende desde 2011.

O novo documento reforça um entendimento pacificado dentro da autarquia há mais de uma década — e torna mais provável a anulação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de uma decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em junho, que termina o pagamento de R$ 5 bilhões pela italiana à siderúrgica de Benjamin Steinbruch.

“É pacífico nos precedentes da CVM que a sicples troca de um ou mais membros do bloco de controle, sem que tenha havido a alienação de controle, não enseja a obrigatoriedade de realização da OPA de Alienação de Controle por falta de ocorrência do fato gerador”, escreveu o presidente da autarquia no parecer publicado no fim da tarde da quinta-feira, 14.

O documento foi um pedido do ministro André Mendonça, do Supremo, que relata um pedido Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) em relação a decisão do STJ, tomada em junho.

Na ocasião, o STJ entendeu que houve troca de controle — que dispararia, portanto, o tag along, o direito de venda ao mesmo preço para todos os minoritários, o que incluía a CSN à época da transação.

O caso vem chamando a atenção de todo o mercado de capitais. A decisão do STJ foi tomada por meio de um “embargo de declaração”, instrumento normalmente usado para esclarecer pontos específicos de uma sentença e não para reverter o mérito dela.

O caso

A disputa entre Ternium e CSN começou há treze anos, quando a italiana comprou uma fatia de 27% do capital da Usiminas que pertencia aos grupos Votorantim e Camargo Correa, e que faziam parte do bloco de controle junto com a japonesa Nippon Steel.

Na ocasião, a CSN tinha 17,4% da siderúrgica concorrente — numa posição, inclusive, contestada posteriormente pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que determinou a venda dos papéis.

No seu novo parecer, a CVM retomou os precedentes em relação a movimentações dentro de bloco de controle, como os casos da Aracruz, de celulose, em 2002; Companhia Brasileira de Distribuição, nome de pregão da varejista Pão de Açúcar (2006); das elétricas Coelce (2009) e Elektro (2017), além da TIM, em 2009.

A CVM já havia sido consultada sobre o caso Ternium-CSN em 2012 e novamente em 2017, quando o ex-diretor Gustavo Tavares Borba já tinha confirmado o entendimento de que a transação não disparava a necessidade de realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) para a base acionária de Usiminas.

Exame - SP   18/11/2024

O setor de aço, responsável por cerca de 8,5% do PIB brasileiro, enfrenta desafios complexos na negociação e logística de materiais – especialmente desde a pandemia de coronavírus, quando toda a cadeia produtiva foi afetada.

Empresas de estruturas metálicas passaram a ter mais dificuldade para obter o material necessário e atender aos contratos. Se não tem aço, tem prejuízo. A escassez gerou um aumento expressivo nos preços, chegando a uma alta de até 50% em certos casos.

Isso colocou as empresas em uma situação complicada: ou pagavam o preço inflacionado para obter aço de distribuidores, ou aguardavam o fornecimento das usinas, o que levava a atrasos nos prazos de entrega e penalidades contratuais.

Essa dinâmica impulsionou a criação de uma plataforma de troca de aço, que logo depois foi nomeada Bubuyog. Fundada pelo engenheiro Eduardo Breda, que viu o problema na prática quando era diretor industrial, a startup da Serra Gaúcha é como o “Tinder do aço” com um ticket médio de R$ 100 mil por transação.

Isso porque a plataforma permite que empresas comercializem suas sobras de estoque, otimizando o uso de materiais e reduzindo custos. Ah, e tudo no anonimato, para garantir que não haja mal-estar entre os competidores.

Lucas Baruffi (CTO), Eduardo Breda (CEO) e Isaac Sartori (CIO), da Bubuyog: startup já tem parceria com 300 marcas do setor

A Bubuyog foi a grande vencedora da competição de startups que aconteceu no evento Rec ‘n’ Play, festival de inovação que acontece no Porto Digital, em Recife. O primeiro lugar garantiu à empresa uma semana na nova sede do hub de inovação em Aveiro, Portugal.

A premiação abre portas para a expansão internacional da Bubuyog, um dos objetivos de longo prazo da empresa. “O mercado europeu é muito avançado em soluções digitais, e estar lá vai nos permitir fazer benchmarking com outras plataformas e entender como adaptar nosso produto para o mercado internacional,” explica.

Como funciona?

Na prática, a plataforma funciona de forma similar a um aplicativo de encontros.

O sistema realiza uma busca de ofertas e necessidades entre os usuários, notificando potenciais compradores de que determinado material está disponível.

Caso haja interesse, as empresas podem negociar diretamente na plataforma, incluindo a possibilidade de fazer contrapropostas.

Tudo é feito no anonimato. As partes só revelam quem são após a transação ser confirmada. Segundo Breda, é um diferencial que aumenta a confiança das empresas ao negociar materiais essenciais.

A logística de entrega dos produtos é realizada por meio de uma integração com a operadora Global Transportes.

Após o fechamento de uma venda na plataforma, a demanda de frete é transmitida automaticamente para a Global, que faz o match com diferentes transportadoras no Brasil para atender ao pedido.

Para facilitar as operações de crédito, a Bubuyog estabeleceu parcerias com instituições financeiras como o banco Randon.

Diferencial ESG

O fundador destaca que a plataforma ajuda a reduzir o desperdício e, consequentemente, a emissão de gases poluentes. "Quando uma empresa consegue vender seu excedente de aço em vez de descartá-lo, estamos contribuindo para um impacto ambiental positivo,” diz.

Segundo dados do setor, a produção de aço é uma das maiores emissoras de CO2 no mundo. Cada tonelada de aço gera quase uma tonelada de CO2.

Chegando ao breakeven

A Bubuyog já registrou vendas de R$ 2 milhões e conta com mais de 300 membros. A expectativa é chegar ao breakeven, ou seja, o ponto de equilíbrio financeiro, em fevereiro de 2025 e alcançar um faturamento de R$ 7 milhões no mesmo ano.

Agora, a startup está em fase de rodada de captação de investimentos para expandir as operações e desenvolver novas funcionalidades para a plataforma. E, claro, se preparando para o clima em Portugal.

Valor - SP   18/11/2024

O “blackout” teria afetado a central termelétrica da companhia, o que acabou gerando um barulho intenso

Uma explosão ocorreu na unidade da empresa ArcelorMittal na região da Grande Vitória (ES) na tarde deste domingo (17). Em nota enviada ao Valor, a ArcelorMittal explicou que o incidente teria ocorrido na unidade de Tubarão por conta de um “blackout” (apagão) na usina.

O “blackout” teria afetado a central termelétrica da companhia, o que acabou gerando um barulho intenso. Conforme as informações da empresa, não houve vítimas.

Até o momento, a ArcelorMittal informou que todas as medidas estão sendo tomadas para resolver o problema e que os órgãos ambientais já teriam sido notificado sobre o ocorrido.

Em relatos nas redes sociais, moradores do município disseram que o barulho parecia com o de um trovão e que foi ouvido de inúmeros pontos da cidade.

Confira a nota na íntegra:

A ArcelorMittal, unidade Tubarão, informa que houve um blackout na Usina hoje, que afetou sua Central Termelétrica.

O evento gerou um barulho intenso, mas não houve vítimas. Todas as medidas estão sendo tomadas voltadas a segurança das pessoas, meio ambiente e estabilidade dos processos. Os órgãos ambientais já foram informados.

Revista Mineração - SP   18/11/2024

Com investimentos de R$ 2 bilhões, a ArcelorMittal inaugurou as obras de expansão de Unidade de Vega, em São Francisco do Sul, Santa Catarina.

O Projeto Cold Mill Complex (CMC) implantou uma nova linha de galvanização e recozimento contínuo de aço, que aumentou a capacidade instalada da unidade de 1,6 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas por ano.

Além de ampliar o portfólio de produtos no segmento de aços planos revestidos e laminados a frio, de alto valor agregado, o projeto coloca a usina entre as mais modernas do país e do mundo em tecnologias de processamento de aços planos para aplicações especiais.

A ampliação da unidade em Santa Catarina é um dos projetos mais significativos dentro do conjunto de investimentos que a ArcelorMittal está realizando no Brasil entre 2022 e 2028, que somam cerca de R$ 25 bilhões entre ampliações, modernizações, aquisições e energia renovável.

A nova linha de galvanização e recozimento contínuo, permite à Unidade de Vega realizar o beneficiamento combinado de aços laminados a frio e revestidos, em sistema combiline, que proporciona uma produção flexível e adaptável às demandas do mercado.

Além disso, a usina passa a ser a primeira unidade fora da Europa a produzir o Magnelis® , uma solução em aço exclusiva da ArcelorMittal, que oferece diferenciais como a alta resistência à corrosão voltados a atender demandas específicas em segmentos como a construção de projetos de energia solar.

“Esta obra de expansão reflete a decisão estratégica do Grupo de ampliar a produção no país, desenvolver aços tecnológicos e competitivos e agregar valor ao nosso portfólio”, destacou o CEO da ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Oliveira.

Foram abertas 350 novas vagas permanentes com a expansão da unidade. Atualmente, são mantidos 1.300 empregos diretos, entre empregados próprios e de empresas que atuam no seu condomínio industrial.

“Este é um investimento que coloca a unidade de Vega em um novo patamar competitivo, com capacidade para produzir aços que abrem novas perspectivas de mercado. Isso fortalece a presença da ArcelorMittal no país e, também, a economia industrial de Santa Catarina”, disse o vice-presidente de Operações da ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Adelino.

Entre os objetivos da expansão da Unidade Vega está o fortalecimento da atuação da ArcelorMittal no mercado automotivo, ampliando o mix de produtos de alta tecnologia que a usina já oferece ao segmento.

A nova linha de galvanização abre espaço para os novos tipos de aços revestidos, além de produzir bobinas de aço de alta resistência não revestido, o que reforça a presença da empresa nesse setor.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   18/11/2024

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, indicou nesta quinta-feira, 14, que a autoridade monetária não pretende acelerar o processo de relaxamento monetário. “A economia não está enviando quaisquer sinais de que precisamos ter pressa em baixar os juros”, afirmou, em discurso durante evento em Dallas, Texas.

Powell explicou que a força recente da atividade econômica permite ao Fed adotar uma abordagem cautelosa ao tomar decisões. “Em última análise, a trajetória da taxa básica dependerá da evolução dos dados recebidos e das perspectivas econômicas”, disse.

Ele reiterou que a política monetária está se movendo em direção a “configurações mais neutras”, mas garantiu que os juros não estão em uma trajetória predefinida. Durante discurso em evento no Texas, Powell reforçou o compromisso da autoridade monetária com o cumprimento do mandato duplo de preços e emprego.

Powell acrescentou que o Fed quer retornar a inflação à meta sem impor aumento “doloroso” na taxa de desemprego e se disse “confiante” de que é possível manter a força do mercado de trabalho ao mesmo tempo que a inflação caminha “sustentadamente” em direção à meta de 2%. “Ao considerar ajustes adicionais ao intervalo-alvo para a taxa dos Fed-Funds (os juros), avaliaremos cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspectivas e o equilíbrio dos riscos”, comentou.

Para ele, no momento, os riscos entre o cumprimento dos dois lados do mandato do Fed estão praticamente equilibrados, mas alertou que um corte de juros excessivamente rápido poderia reverter os progressos na contenção das pressões inflacionárias. “Ao mesmo tempo, uma redução muito lenta da restrição política poderia enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego”, disse.

Novo governo

Ao comentar a eleição de Donald Trump, Powell disse que “ainda é cedo” para mensurar o impacto da agenda do presidente eleito na economia. Durante evento, o mandatário do Fed explicou que ainda não se sabe quais políticas serão implementadas e, por isso, há tempo para avaliá-las antes de analisar o efeito econômico. “Não quero especular”, disse.

Powell voltou a exaltar a independência do Fed e garantiu que há apoio nos dois partidos em Washington de que a autonomia é um fator importante. De qualquer forma, o banqueiro central destacou que quer ficar “o mais distante” possível de assuntos políticos. Segundo ele, ao tomar as decisões, as intenções dos partidos políticos não são levadas em conta.

O líder do Fed reiterou que não cabe ao Fed opinar sobre a política fiscal, mas repetiu que a trajetória da dívida é insustentável. “Isso terá de ser abordado em algum momento”, comentou ele, que assegurou que as contas públicas não representam um fator que é levado em consideração na definição da política monetária neste momento.

Globo Online - RJ   18/11/2024

Setembro, conhecidos agora todos os dados, foi um mês bom para a atividade econômica. Setembro foi também o mês do Rock in Rio. Não se trata de simples coincidência. Grandes espetáculos movimentam amplos setores da economia, especialmente serviços: hotéis, restaurantes e bares, viagens, para citar os mais evidentes.

Há algumas semanas, na Inglaterra, o Banco Central notou uma inesperada alta na inflação quando se esperava estabilidade. Procura daqui e dali, a única coisa de diferente que acontecia eram os shows de Taylor Swift, por diversas cidades. Era isso mesmo, inflação de serviços.

Por aqui, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou sólida expansão de 0,84% em setembro, na comparação com agosto. O número saiu nesta semana. Na comparação com setembro do ano passado, a expansão foi de 5,1%, melhor resultado desde julho de 2022. Todos os setores cresceram: indústria, vendas no varejo, prestação de serviços. E isso combina com os dados do IBGE sobre o mercado de trabalho.

No trimestre encerrado em setembro, o índice de desemprego caiu para 6%, recorde de baixa. Havia 103 milhões trabalhando, recorde de alta. O número reúne todos os que trabalham em qualquer condição: com carteira, sem carteira, por conta própria, empreendendo, nos setores público e privado. O IBGE mostrou que houve ganho de renda.

Tudo considerado, os analistas começam a rever suas projeções para todo o ano de 2024. A opinião dominante, fora do governo, falava em crescimento do PIB pouco acima dos 3%. Pelas novas análises, a coisa está mais perto dos 3,5% — seria um bom resultado, superando os 2,9% do ano passado.

Como tem acontecido ao longo deste ano, o crescimento real da economia brasileira vem se mostrando melhor que as projeções. Mas há problemas. Digamos, quatro: a inflação em alta, juros elevados e dívida pública aumentando. O quarto fator é Trump.

A inflação também se encaminha para um nível mais alto que o esperado. Em 12 meses, corre acima do teto da meta, de 4,5% — uma margem, por assim dizer, generosa. A meta que o Banco Central deve buscar é de 3%. Trata-se de um sinal esperado. A economia brasileira, de baixa produtividade, tem capacidade limitada de crescimento. Produtividade é tirar mais resultado dos mesmos meios de produção. Sem isso, acontece o seguinte: a economia chega ao máximo do que consegue produzir e, como a demanda continua aumentando, os preços sobem.

Aí vem o Banco Central e eleva os juros justamente para esfriar a economia, reduzir o consumo e investimentos. No momento, pode-se dizer que o BC continua aumentando a taxa básica de juros, e a inflação deverá cair lentamente. Ninguém gosta de juros altos. Mas, como mostra a História do Brasil, a inflação é pior. O momento mais delicado é o atual, quando os juros já estão subindo, e a inflação ainda permanece alta.

O outro problema — dos grandes — está nas contas públicas. O final da novela do corte de gastos ficou para depois do G20. Mas, pelos sinais, a redução de despesas não será suficiente para zerar o déficit, muito menos para produzir um superávit. Quando tem déficit, o governo precisa tomar dinheiro emprestado para fechar as contas. Faz isso vendendo títulos, aqueles do Tesouro Direto por exemplo. O resultado é um aumento da dívida pública e dos juros que o governo precisa pagar para se financiar. E os juros pagos nos títulos do governo se espalham por toda a economia. Assim, juros sobem por causa da inflação e da dívida pública.

E, em janeiro, vem Donald Trump. Pelas nomeações que já fez — nomes absolutamente fiéis a suas ideias —, ele deve mesmo impor o pesado aumento de tarifas de importação que prometeu. Isso provocará forte aumento de preços ao consumidor nos Estados Unidos. Inflação, portanto. E, com inflação, o Federal Reserve, o banco central, não poderá reduzir juros como se esperava. Juro alto nos Estados Unidos atrai capitais, valoriza o dólar.

Eis como tudo nos afeta: real desvalorizado pelos nossos desequilíbrios internos e pelo cenário externo. Em algum momento, o crescimento desacelera.

Globo Online - RJ   18/11/2024

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que uma redução estrutural da taxas básica de juros no Brasil está condicionada a "choques positivos” na política fiscal. Ele ressaltou que, sem ter as contas organizadas, o país dificilmente terá juros estruturais “mais baixos e estáveis”.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. Na ata, divulgada nesta terça-feira, o colegiado cita o “desconforto" com a distância das expectativas de inflação em relação à meta de 3,0%.

Em participação por videoconferência no 12º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, organizado pelo Instituto Líderes do Amanhã, Campos Neto destacou que há uma expectativa de convergência da inflação na maior parte do mundo, “com raras exceções”, e afirmou que o Brasil, entre as grandes economia, é o único em que o mercado financeiro tem a percepção de que ainda é necessário um ajuste forte nos juros.

— Infelizmente o Brasil é o único nessa situação entre os grandes países e a gente precisa entender e endereçar isso, porque é muito importante — disse o chefe da autoridade monetária, que acrescentou que convergir a inflação para a meta é “mandado” do Banco Central “dado pelo governo”.

Ao tratar de inflação, ele destacou que já havia uma desancorarem (quando as expectativas de inflação se afastam da meta), que agora tem crescido. Ele voltou a dizer que há uma preocupação “muito grande” com o desvio.

Ao apresentar um gráfico sobre a trajetória da curva de juros brasileira desde 2015, o presidente do BC afirmou que “em todos os momentos” em que o Brasil conseguiu reduzir a Selic de forma estrutural e mantê-la baixa, isso esteve diretamente relacionado a choques fiscais positivos. Como exemplo, Campos Neto citou a aprovação do teto de gastos, implementado em 2017.

— De um tempo para cá, desde a mudança da meta fiscal, o mercado começou a colocar um prêmio de risco maior e ter uma desconfiança maior sobre a capacidade de o governo atingir as metas — ressaltou ele, que acrescentou que a piora no prêmio de risco e a elevação dos juros estão “conectados”. — É muito difícil ter juros estruturais mais baixos e estáveis e se o fiscal não tiver organizado.

Impacto de Trump

No cenário internacional, Campos Neto enfatizou que a volta de Donald Trump à Casa Branca gera incertezas sobre a pressão inflacionária no país, em razão da política fiscal, da perspectiva de aumento do protecionismo e da implementação de medidas anti-imigração, que podem encarecer a mão de obra no país.

Mais cedo, em participação por videoconferência no  12º Annual Summit do Valor Capital Group, o chefe da autoridade monetária ressaltou que a presidência de Trump deve pressionar o dólar nos países emergentes, mas avaliou que o Brasil poderia ser menos impactado.

— Claro, se você tem um dólar forte, isso afeta todos os mercados emergentes, mas minha visão é de que o Brasil será menos afetado — afirmou.

Na segunda agenda do dia, ele também mencionou a preocupação com cenário atual de dívida elevada no mundo, com o custo crescente de manutenção dessa dívida, o que deve prejudicar mais países de renda baixa.

Campos Neto também destacou que a nova política comercial dos EUA pode afetar, em especial, a China, em razão da transição do país param modelo mais orientado à exportação, com foco em produtos de maior valor agregado, com veículos elétricos e painéis solares. Para ele, o protecionismo elevado deve impactar o crescimento do país.

Exame - SP   18/11/2024

A Nova Indústria Brasileira, programa de política industrial do governo, tem seis missões. Mas, na visão do economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a política pública tem duas obrigações.

"A primeira é alavancar a produtividade. E alavancar a produtividade é muita coisa, porque obter produtividade pode vir de diversas frentes e diversos fatores", diz Cagnin em entrevista à EXAME. "E o segundo fator é transformar nosso potencial energético, sobretudo de energia limpa, como um vetor de competitividade da produção nacional. Porque a gente tende a ver no mundo cada vez mais a exigência de selos e comprovações de pegada de carbono. E o Brasil sai na frente, pelas características de sua matriz energética, nesse processo."

Ele enxerga os 10 meses de implantação da NIB com sentimentos mistos. De um lado, vê avanço institucional com a recriação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e a criação de missões para nortear os objetivos industriais. Ao mesmo tempo, não credita os bons resultados recentes da indústria ao programa. Para ele, trata-se de um "dinamismo conjuntural", que tem como elemento importante a redução da taxa de juros de agosto de 2023 a maio 2024.

Esse cenário pode piorar para a indústria na esteira do novo ciclo de aperto monetário previsto pelo Banco Central, que tem aumentado as taxas para tentar cumprir a meta de inflação do país. "Ao que tudo indica, esse início de nova elevação dos juros é um problema, porque vai tirar dinamismo desses ramos e atividades industriais produtoras de bens duráveis", diz. "As ações de transformação da indústria que a NIB se propõe podem semear um terreno mais árido de crescimento industrial, caso os juros sejam elevados de forma significativa e por um período prolongado", afirma.

Prolongado ou não, esse não é o único desafio, segundo o economista, para o Brasil reviver o auge industrial que o marcou entre as décadas de 1930 e 1980. Ainda assim, o país tem uma "janela de oportunidade" como nenhuma outra nação, ao apostar na indústria verde, garante ele.

"O que a gente não pode é chegar atrasado na nossa própria festa, é esse que é o problema. Essa mudança climática, essas potencialidades de energia limpa que o Brasil tem, fazem com que a festa seja nossa. Só não podemos chegar atrasado nela, porque a janela de oportunidade está lá", afirma.

Leia a íntegra da entrevista.

A indústria brasileira teve resultado positivo neste ano com destaque no setor de bens de capital. Um estudo do Iedi mostrou, inclusive, que pela primeira vez em três anos, a indústria da transformação registrou expansão no 1º semestre em todas as categorias tecnológicas. Esses resultados já podem ser atribuídos à nova política industrial do governo?

Avalio que não. Evidentemente, o resgate da atuação do BNDES foi um aspecto importante para dinamizar os bens de capital, que estão dentro da maior intensidade tecnológica da economia. Mas, ao meu ver, esse dinamismo um pouco superior da indústria neste ano ainda é um dinamismo conjuntural. Quando se fala da NIB, de política industrial, o objetivo é transformar a estrutura produtiva, transformar a estrutura industrial. Para transformar, é importante que as atividades industriais estejam crescendo, mas não basta crescer. Porque é possível crescer uma estrutura industrial sem transformá-la: cresce-se o setor, as atividades e os produtos que já existiam, e essa capacidade produtiva já estava pronta. Na NIB, o Brasil fala da transformação e modernização da estrutura industrial. O desempenho de 2024 é o início, diga-se de passagem, de uma nova fase industrial, o que é um pré-requisito ou um facilitador dos objetivos da NIB. Esse é, portanto, o início de um processo, ou pode vir a ser o início.

Por que essa ressalva?

É importante dizer "pode vir a ser", porque, como é ainda um desempenho muito conjuntural, um elemento importante para essa dinamização foi a fase anterior de redução das taxas de juros, de agosto de 2023 a maio de 2024. Isso proporcionou mais dinamização ao mercado interno. Houve também desaceleração da inflação, melhora do quadro de emprego, aumento da renda real, os programas públicos de transferência de renda, correção do salário mínimo acima da inflação. Tudo isso potencializou o mercado consumidor e, junto, houve uma melhora das condições de crédito tanto para as empresas quanto para as famílias. O crédito também ajudou a dinamizar o mercado consumidor. Mas, em setembro, houve uma elevação novamente da taxa de juros, o que pode prejudicar o crescimento da indústria no Brasil. Desse ponto de vista, as ações de transformação da indústria que a NIB se propõe podem semear um terreno mais árido de crescimento industrial, caso os juros sejam elevados de forma significativa e por um período prolongado.

Isso afetaria o crédito?

A indústria é uma grande produtora de bens duráveis, que são bens de consumo duráveis, como, por exemplo, veículos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, informática, comunicação, celulares etc. E de bens de investimento, que também são bens duráveis, como máquinas e equipamentos mecânicos e elétricos, equipamentos de transporte, eletrônicos, entre outros. E, geralmente, esses bens têm financiamento associado. É por isso que o crédito é fundamental para boa parte da indústria produtora de bens duráveis, porque o mercado precisa de financiamento. Ao que tudo indica, esse início de nova elevação dos juros é um problema, pois pode tirar o dinamismo desses ramos e atividades industriais produtores de bens duráveis.

Com isso já previsto, há iniciativas que podem ser adotadas para compensar esse ônus que um aumento da taxa de juros pode trazer?

A primeira delas é o programa de depreciação superacelerada. Mesmo que as condições de financiamento do investimento possam piorar, as empresas podem retomar projetos de investimento e aproveitar esse programa pensado para a modernização da estrutura produtiva. A necessidade de modernização existe, e isso pode compensar um pouco o aumento de juros, pelo menos seus efeitos iniciais, porque a NIB tem duração de dois anos, não é infinita, tem um orçamento estabelecido e é pré-limitada. Outro fator mitigatório pode ser a própria atuação do BNDES. Ao dar fôlego financeiro para o banco funcionar de forma mais ativa, e direcionar esses recursos principalmente para investimentos em digitalização, inovação e sustentabilidade, isso pode criar um mecanismo que mitigue essa fase de aumento de juros e, ao mesmo tempo, ajude a transformar a estrutura industrial.

Isso posto, podemos afirmar que ainda é cedo então para apontar efeitos imediatos da Nova Indústria Brasil?

Sim, inclusive porque a NIB ainda não está pronta. Ela é um grande guarda-chuva, com algumas ações já em andamento, como, por exemplo, o programa Mover, o PADIS e o Combustível do Futuro. Todos eles são programas que compõem a NIB, já foram lançados, mas também precisam ter um pouco mais de clareza quanto aos instrumentos. Estamos numa fase de arquitetura. Temos seis missões, e agora cada uma das missões será desdobrada em três cadeias prioritárias. A metodologia disso ainda não está totalmente revelada, e nem todas as missões divulgaram suas cadeias. Há ainda um processo de construção do que é a NIB. Ela foi lançada, mas ainda não está completa e operando. Dado que temos dois anos de governo, é muito possível que o governo termine sem que a NIB esteja totalmente revelada, divulgada e implementada. O que existe agora são ações um pouco mais tradicionais e um quadro que sinaliza a relevância de termos um nível de juros mais baixo. O problema é que no Brasil, as condições de juros adequadas rapidamente são alteradas. Eu brinco que com os juros é o seguinte: para cima, todo santo ajuda; para baixo, nem em nome de todos os santos.

Mas além desse fator como um obstáculo, as próprias condições que colocaram o Brasil em um processo de desindustrialização também não seguem presentes? E a NIB é capaz de enfrentá-las? Porque há críticas sobre a abrangência dessas seis missões

A ideia da missão é enfatizar o que se quer da indústria, da política industrial e desse desenvolvimento industrial. Está tudo em relativa conformidade com as preocupações internacionais e tem esse papel de enfatizar. Agora, as missões precisam se tornar mais concretas. Ou seja, uma coisa é a missão, mas depois da missão é preciso definir as áreas onde elas vão atuar. A missão também ajuda a evitar uma abordagem excessivamente setorial, que foi um vício de períodos anteriores na elaboração da política industrial, ao olhar para a cadeia produtiva e não para o setor. Mas há questões. Por exemplo, na missão de digitalização, a meta é atingir 25% de digitalização das empresas industriais no Brasil até o final do governo atual. Foram estabelecidas algumas cadeias prioritárias: robôs industriais, semicondutores e produtos avançados. Mas, ora, como é que cada uma dessas três cadeias vai ajudar a atingir essa meta? Minha preocupação é que, no limite, se não forem bem amarradas as coisas, eu posso promover uma digitalização das empresas por meio da importação de máquinas, equipamentos, sensores e softwares.

Mesmo com o aprimoramento, a NIB segue vaga, é isso?

O que precisa ser explicitado, nesse caso, é o vínculo da produção nacional para a meta ser atingida. Só que isso não é uma crítica só para o Brasil. Em outras partes do mundo, em que também existe um processo intenso de diálogo e debate de redefinição de metas e calibragem, estamos discutindo política industrial por missão, é algo relativamente novo e que tem seus obstáculos. O importante é que não se perca essa noção de missão porque ela é fundamental para legitimar a ação de desenvolvimento industrial, que é responder o porquê se busca fortalecer essas atividades industriais.

E por que isso é relevante?

Porque nenhuma política industrial, nem a NIB, nem em qualquer outro país, caberá em um mandato só. A política industrial pode até nascer como uma política de governo, mas ela precisa sobreviver a mais de um ciclo político. E um aspecto fundamental para que ela vire uma política de Estado é que tenha legitimidade, e a missão ajuda nisso. Depois ela precisa ter uma institucionalidade relativamente forte e coesa para criação de consensos. E essa institucionalidade, no Brasil, é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, o CNDI, que reúne vários ministérios, representantes do setor privado, o Iedi, inclusive, e reúne também representantes de trabalhadores. A participação de atores da sociedade civil faz com que, mesmo que o governo mude, diga-se o que é importante e funciona. O terceiro elemento é obter e comunicar as evidências de funcionamento e sucesso do programa. É preciso construir essa etapa com mais rapidez, de como vamos avaliar e acompanhar as políticas que estão sendo desenhadas e divulgá-las num âmbito mais aberto e transparente, comunicando a sociedade.

E quanto à crítica de outros especialistas sobre o número de missões por parte do Estado?

Tem muitos desafios em política industrial. Há o desafio da implementação, que não é trivial no Brasil, tem o risco da pulverização de iniciativas, porque são 6 missões, cada missão vai ter 3 cadeias que formam, ao todo, 18 cadeias. É bastante coisa e pode ser um problema. Quando falo de pulverização, é isso. A gente pode ter vários bons projetos, só que um projeto pequeno. E por serem pequenos, eles podem ter um impacto muito pequeno ou mesmo imperceptível quando a gente olha para dados agregados da economia. Essa pulverização de iniciativas pode ser um problema. Costumo brincar que temos seis missões, mas apenas duas obrigações.

E quais são elas?

A primeira é alavancar a produtividade. E alavancar a produtividade é muita coisa, porque obter produtividade pode vir de diversas frentes e diversos fatores. A produtividade é uma conta de chegada. Ela inclui melhorias de infraestrutura, o próprio processo de digitalização, programas de extensionismo como, por exemplo, o programa Brasil Mais Produtivo, tem muita coisa que podemos e precisamos fazer para alavancar a produtividade. E o segundo fator é transformar nosso potencial energético, sobretudo de energia limpa, como um vetor de competitividade da produção nacional. Porque a gente tende a ver no mundo cada vez mais a exigência de selos e comprovações de pegada de carbono. E o Brasil sai na frente, pelas características de sua matriz energética, nesse processo.

Essa é a nossa carta na manga? Quais são as oportunidades que o Brasil teria?

Não podemos achar que está tudo dado, temos muito esforço para continuar melhorando inclusive. Mas temos potencialidades muito grandes inclusive em mercados que estão se formando agora. O Brasil pode fincar o pé primeiro e ter uma posição de destaque em nível global. Primeiro, por exemplo, em SAFs, que é biocombustível para aviação, comprar hidrogênio sustentável. Esses são exemplos de mercados que ainda não estão organizados, não são mercados maduros. Isso faz com que haja riscos, é verdade, sabemos que grandes oportunidades têm risco envolvidos, mas aí são riscos tecnológicos. Tem uma agenda do Brasil não só de produzir SAFs ou hidrogênio, mas de participar do esforço de desenvolvimento tecnológico de amadurecimento desses mercados, que é o que vai torná-los mercados de menor risco e custo. Se não começarmos a fazer isso hoje, perderemos os ganhos de ser um dos primeiros entrantes.

Como o senhor vê o Brasil diante do mundo?

Estamos num caminho correto de reconhecer a relevância da indústria, o que não é só o Brasil, o mundo inteiro percebeu que não dá para seguir com uma trajetória de relevância abrindo mão de sua indústria. Os asiáticos sempre souberam, mas o mundo ocidental, inclusive os países desenvolvidos, perceberam que se não voltar a repotencializar as competências industriais e tecnológicas, daqui a pouco será ultrapassado por outros que estão fazendo isso, dentro da China e da Ásia de forma geral. É importante que o Brasil resgatar essa agenda de política industrial. O país recuperou uma institucionalidade muito importante da relação entre setor público e privado, recriamos o MDIC, reativamos o CNDI, temos uma visão mais clara do que precisamos de política industrial, que essa indústria é um meio, e não um fim em si mesmo. E que ela é o fio condutor de desenvolvimento para o país, não precisa apenas colocar a indústria para crescer, mas transformá-la, ou seja, modernizar, descarbonizar, complementar com atividades de maior intensidade tecnológica, por isso que é muito feliz o termo neoindustrialização.

A indústria brasileira é conhecida por pagar uma das cargas tributárias mais altas. A NIB tem algum efeito sobre isso?

A NIB reconhece que a política industrial não é compensatória. Ou seja, ela não serve para reduzir ou compensar, por exemplo, que, numa estrutura tributária ruim, é preciso dar isenções porque há tributações que prejudicam o setor. Não tem que fazer as duas coisas. Tem que ter uma reforma tributária e uma agenda de redução do Custo Brasil, que é sistemática, sempre. Toda a legislação e regulamentação que impõe custo precisa ser justificada. Há mais clareza do que antes nesse debate, de que a política industrial é para acelerar o processo de modernização e transformação da indústria, mas sem uma agenda de redução de Custo Brasil e de aumento de competitividade da produção nacional, você vai semear em terreno infértil. E é isso que não queremos.

Mas voltando algumas perguntas atrás, o senhor citou que o Custo Brasil é um obstáculo e há outras condições presentes que colocaram o país em um processo de desindustrialização...

Eu discordo um pouco desse comentário. Embora as condições de competitividade que se deterioraram e levaram à desindustrialização do Brasil estejam aí, a desindustrialização também contou com um período de transformação da economia mundial importante, houve um processo de transformação. Nos anos 80, a nossa industrialização por substituição de importação já tinha dado a contribuição que tinha que dar. E o Brasil não conseguiu encontrar um novo modelo, mais aberto e integrado na economia internacional, porque estava vivendo um momento muito adverso da economia na América Latina. Houve crise da dívida, hiperinflação no Brasil, estrangulamento externo de balanço de pagamentos. Tinha uma situação adversa. Hoje temos o oposto disso.

E qual seria ele?

Há um ambiente internacional muito propício para o fortalecimento das competências industriais brasileiras, uma reorganização de cadeias globais de valor a regiões e países menos suscetíveis a tensões e conflitos geopolíticos. A América Latina, por ora, é uma região relativamente isolada dos grandes polos de tensão geopolítica. Temos formação de descarbonização. O potencial energético, principalmente de energia limpa que o Brasil tem e que o mundo demanda. O mundo vai precisar disso se quiser combater o aquecimento global e sobreviver, precisará mobilizar esse potencial de energia limpa que o Brasil tem. Essa necessidade vai pedir do país uma atuação e inserção diferentes na economia global do futuro. É o que chamamos de janela de oportunidade.

Quem não vê com bons olhos a abrangência das missões da NIB diz que o Brasil está perdendo essa janela ao não focar na indústria verde. O termo também parece vago na NIB. Como o senhor avalia?

O tempo é importante e temos todo o tempo do mundo para cumprir essas 6 missões e nem as obrigações que coloquei, porque estamos em uma economia competitiva. Não só temos que caminhar na direção que outros países industriais estão caminhando, mas temos que fazer isso uma velocidade semelhante. A capacidade de o Brasil se manter e posicionar como uma potência industrial que é, – a despeito da desindustrialização, o Brasil tem uma competência industrial importante. Mas se o país quer manter ou recuperar a posição que já teve décadas atrás, é preciso avançar na direção que o mundo esta avançando.

Como assim?

Da descarbonização, digitalização e aumento de produtividade, mas é preciso avançar numa velocidade compatível. É o time, o tempo urge, porque as inovações vão sendo construídas, os países vão criando competência em setores estratégicos, vão entrando em mercados novos e apropriando-se dos benefícios que isso tudo traz. O que a gente não pode é chegar atrasado na nossa própria festa, é esse que é o problema. Essa mudança climática, essas potencialidades de energia limpa que o Brasil tem, fazem com que a festa seja nossa. Só não podemos chegar atrasado nela, porque a janela de oportunidade está lá, o país está bem posicionado, mas se demorar demais para mobilizar essa agenda e ter uma estratégia firme em direção, chegará atrasado em sua própria festa.

O Estado de S.Paulo - SP   18/11/2024

Os críticos acusam Donald Trump de ser caótico demais para fazer muita coisa. A velocidade de suas primeiras nomeações deve desmenti-los. O próximo governo está falando sério.

Os mercados de ações e de títulos corporativos estão amplamente satisfeitos com a perspectiva de desregulamentação e cortes de impostos em um segundo mandato de Trump. A revista The Economist, por outro lado, alertou sobre o risco de que a deportação em massa e uma guerra comercial global causem danos reais. As próprias nomeações atestam o desejo de Trump de causar transtornos, uma linha dura em relação à China e lealdade absoluta. Com essa concatenação de sinais, você pode se perguntar o que está prestes a atingir a economia mundial.

A resposta vem em três partes, começando com as intenções de Trump. Seu compromisso com a desregulamentação pode ser bom para o crescimento. Elon Musk, o homem mais rico do mundo, e Vivek Ramaswamy, um político-empresário, foram nomeados chefes de um novo órgão grandiosamente chamado Department of Government Efficiency (Departamento de Eficiência Governamental), ou DOGE.

A promessa de cortar US$ 2 trilhões (R$ 11,56 trilhões) do orçamento anual do governo é claramente absurda, mas a liberalização criteriosa pode ser benigna. No primeiro dia, o novo governo poderia acelerar a legislação sobre licenciamento que já está no Congresso. Trump também prometeu liberar a inteligência artificial. A tecnologia é imensamente ávida por energia. Imagine se regras de planejamento mais fáceis ajudassem a desencadear uma revolução.

Infelizmente, Trump também quer deportar milhões de imigrantes irregulares e impor tarifas de até 60% sobre a China e de 10 a 20% sobre o resto do mundo. Tudo isso seria ruim para o crescimento. Por exemplo, os custos da deportação em massa poderiam, segundo uma estimativa, chegar a centenas de bilhões de dólares. Isso não inclui o ônus econômico da escassez de mão de obra e da alta dos preços ao consumidor. Cerca de metade dos trabalhadores das fazendas americanas não tem status legal.

Uma segunda parte da resposta é que as tensões na agenda de Trump serão resolvidas pela necessidade, à medida que a hipérbole dos discursos de palanque entrar em contato com a realidade confusa do governo. As políticas exigem tanto esforço para serem implementadas que seu governo simplesmente não conseguirá fazer tudo de uma vez.

A imposição de tarifas universais levará tempo, pois precisaria da aprovação do Congresso ou do uso de poderes presidenciais não testados. Mas os legisladores republicanos do livre comércio poderiam recuar em relação às tarifas sobre os aliados próximos dos Estados Unidos. E o uso da lei existente para impor uma tarifa universal com base na segurança nacional provavelmente seria contestado nos tribunais.

Da mesma forma, apreender, deter e processar milhões de pessoas será um pesadelo logístico. As agências federais precisariam recorrer às autoridades estaduais para obter ajuda, muitas das quais se recusariam.

A terceira parte da resposta é que, misturado às intenções e prioridades, está o temperamento mercurial do próprio Trump. Ele tem uma queda por escolher favoritos e depois descartá-los. Ele também não está em dívida com ninguém. Apesar de ter nomeado Stephen Miller para a Casa Branca, um leal de longa data e linha dura em relação à imigração, Trump pode colocar o crescimento em primeiro lugar, fazendo um barulho furioso sobre a deportação, mas limitando seu efeito no mundo real.

O mesmo acontece com Musk, que os mercados acham que pode receber favores especiais. Mas será que o romance vai durar? A única disciplina sobre um presidente que teve um sucesso tão espetacular ao desafiar os especialistas ao seu redor serão esses mesmos mercados. Trump tem uma consideração antiquada pelos preços das ações como um barômetro de sucesso.

A conclusão que os mercados parecem estar tirando é que as coisas funcionarão muito bem. Embora estejam atentos aos riscos da inflação e do clientelismo, os investidores estão apostando que as tarifas e as deportações causarão poucos danos. Em vez disso, os cortes de impostos produzirão uma onda que aumentará os lucros das empresas e a desregulamentação trará um crescimento duradouro.

Mesmo que essa previsão esteja correta em relação aos Estados Unidos - um grande “se” -, ela é muito otimista para o resto do mundo. À medida que os Estados Unidos tomam empréstimos, aumentam as tarifas e crescem, o dólar se fortalecerá. Isso reduzirá o comércio. Também levará a taxas de juros mais altas e a um maior ônus da dívida em dólares nos países em desenvolvimento.

Alguns governos estarão na linha de fogo, especialmente se a ameaça de estender as tarifas além da taxa universal se tornar uma ferramenta de negociação trumpiana. O mais vulnerável é o México, que será alvo tanto da política de imigração de Trump, porque muitos imigrantes ilegais cruzam sua fronteira com os Estados Unidos, quanto de sua política comercial, porque o México abriga fábricas que enviam suas exportações para o norte, segundo o Acordo Estados Unidos-México-Canadá.

Trump parece ter uma animosidade especial contra os líderes arrogantes da União Europeia. Muitos republicanos alegam que, ao pagar a conta das tropas americanas na Europa como parte da Otan, os Estados Unidos estão, na verdade, pagando pelo bem-estar europeu. Para Trump, o enorme superávit comercial da UE com os Estados Unidos é a prova de fogo. A Europa pode esperar pagar.

O principal alvo de uma política econômica hostil será a China. Marco Rubio, no Departamento de Estado, e Mike Waltz, como assessor de segurança nacional, querem que a rivalidade entre as duas maiores economias do mundo esteja no centro da política americana. À medida que as empresas transferem as cadeias de suprimentos para fora da China, alguns países podem se beneficiar. Outros poderão estabelecer uma amizade com Trump. No entanto, como regra geral, a separação das economias americana e chinesa seria altamente perturbadora.
Atenção!

Os países fariam bem em se preparar para o que está por vir. A UE afirmou que direcionará dezenas de bilhões de euros em gastos para a defesa. Mas ela ficou muito para trás em IA e adiou por muito tempo o fortalecimento de seu próprio mercado interno. A China está em uma posição melhor, mas atrasou tolamente o estímulo à demanda interna.

Se Trump lançar uma salva de tarifas, a retaliação exercerá uma atração sedutora, principalmente como uma demonstração de força. No entanto, seria um ato de autoflagelação. Poucos países estão mais protegidos contra choques comerciais do que os Estados Unidos, com seu grande mercado interno. É melhor adotar o lado positivo da Trumponomics e desregulamentar. Se Trump quiser inclinar o campo de jogo, a melhor maneira de lidar com isso será se tornar mais competitivo.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   18/11/2024

A CSN Mineração (CMin) deu início às obras do projeto Itabirito P-15, que visa ampliar a produção de minério de ferro de alto teor no Complexo Casa de Pedra, em Minas Gerais. Com um investimento total estimado em R$ 8 bilhões até 2027, o projeto foi o principal fator responsável pelo aumento de 16,7% no capex da empresa no terceiro trimestre, que alcançou R$ 475 milhões. “Em outubro, iniciamos as obras de infraestrutura mais pesadas em nossa usina e, a partir de agora, teremos um volume muito grande de atividade no pátio de construção”, afirmou Pedro Oliva, diretor financeiro da CMin, durante uma teleconferência com investidores.

O executivo destacou que o investimento no quarto trimestre deve dobrar em relação ao período anterior devido à intensificação das obras. Segundo a mineradora, os trabalhos em outubro envolveram a mobilização de máquinas, pessoal e a execução das primeiras etapas de terraplenagem. Durante o projeto, a companhia estima a contratação de até 4 mil funcionários, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento local. “Vamos realizar esse projeto da melhor maneira possível”, declarou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, enfatizando que os avanços em Casa de Pedra “estão progredindo em um ritmo muito bom”.

A nova planta será destinada à produção de pellet feed premium, com teor de ferro entre 67,5% e 68%, utilizando inicialmente minério de baixo teor armazenado no complexo mineiro. A produção deve começar em 2027, alcançando a capacidade total de 16,5 milhões de toneladas anuais em 2028. Em 2023, a CSN Mineração produziu 42,58 milhões de toneladas de minério de ferro com teor médio de 58% Fe. A expansão do Complexo Casa de Pedra também prolongará a vida útil da mina em 25 anos, possibilitando operações até pelo menos 2080.

O foco estratégico da companhia é atender à crescente demanda por insumos de alta qualidade, fundamentais para siderúrgicas que buscam reduzir emissões de carbono. Entre os principais mercados-alvo estão o Japão e o Oriente Médio. Parte da produção já foi contratada por siderúrgicas japonesas por meio de contratos de offtake. Recentemente, a japonesa Itochu Corporation ampliou sua participação na CMin para 20%, adquirindo 10,74% das ações por R$ 4,42 bilhões, visando utilizar o minério de alto teor para produção de aço em parceria com a Emsteel, nos Emirados Árabes Unidos.

“Estamos comprometidos com P15, pois entendemos que essa usina será o nosso futuro”, declarou Steinbruch durante a teleconferência, reforçando a importância do projeto para o crescimento da empresa e o fortalecimento da sua posição no mercado global de minério de ferro. A companhia segue com esforços para implementar a expansão dentro dos prazos estipulados, alinhando-se às exigências de um mercado cada vez mais voltado para sustentabilidade e eficiência operacional.

Infomoney - SP   18/11/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram para uma mínima de três semanas nesta quinta-feira, com a oferta do principal ingrediente de fabricação de aço permanecendo firme em meio a uma perspectiva mais fraca do mercado de aço, embora as novas medidas de estímulo da China para o setor imobiliário local tenham limitado as perdas.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,37%, a 756,0 iuanes (104,38 dólares) a tonelada. No início do dia, o contrato atingiu seu nível mais fraco desde 24 de outubro, em 751,5 iuanes.

O minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura recuava 1,81%, a 98,72 dólares a tonelada.

Os embarques do principal terminal de Port Hedland, na Austrália, somaram 45,6 milhões de toneladas em outubro, elevando o total deste ano ao nível mais alto para esse período em quatro anos, disseram analistas do ANZ em nota.

O governo australiano espera que as exportações aumentem 1,9%, para 908 milhões de toneladas em 2024, disse o ANZ.

O maior estoque do material siderúrgico nos principais portos da China contrasta fortemente com o fraco desempenho dos preços do minério de ferro importado e da demanda desde o início deste ano, disse a consultoria chinesa Mysteel.

A alta dos estoques ocorre em meio a um “reabastecimento passivo” por parte de traders portuários, à medida que o mercado de minério de ferro se enfraquece ainda mais, disse a Mysteel.

O ano tem sido difícil para as siderúrgicas chinesas, já que a queda nos preços do aço costuma reduzir os lucros em meio a uma retração prolongada no setor imobiliário, disse a Mysteel.

A China revelou incentivos fiscais para transações envolvendo imóveis e terrenos na quarta-feira, com o objetivo de apoiar o mercado imobiliário em crise, que continua sendo o maior consumidor de aço do país.

Globo Online - RJ   18/11/2024

A Justiça Federal absolveu no âmbito criminal, nesta quinta-feira, a Samarco, a Vale e a BHP Billiton em julgamento referente ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. De acordo com decisão publicada nesta madrugada, há “ausência de provas suficientes para estabelecer a responsabilidade criminal" direta e individual de cada réu.

A resolução é do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, de Ponte Nova (MG). O Ministério Público Federal havia denunciado 22 pessoas e as empresas por homicídio qualificado, lesões corporais e crimes ambientais. Todos foram absolvidos. Entre eles, estava Ricardo Vescovi, presidente da Samarco na época do rompimento.

Também constavam na ação o responsável técnico Samuel Santana Paes Loures e o gerente executivo de geologia e planejamento de mina, Paulo Roberto Bandeira, além do diretor de operações Kleber Luiz de Mendonça Terra, o gerente geral de projetos estruturantes Germano Silva Lopes, a gerente de geotecnia Daviély Rodrigues Silva e o gerente geral de operação Wagner Milagres Alves.

A juíza Patrícia Alencar, responsável pela sentença, argumenta que o papel do direito penal “deve ser reservado a situações de extrema clareza de conduta delitiva”. De acordo com a decisão, sem provas concretas, o processo “pouco contribui para evitar novos desastres dessa natureza”.

"Embora não haja condenação criminal, as empresas firmaram um acordo cível histórico em 25 de outubro de 2024, comprometendo-se a destinar recursos bilionários para a reparação dos danos causados", conclui.

Apesar da absolvição, o acordo para reparação integral pelo rompimento da barragem assinado em outubro continua válido. Segundo o compromisso, serão destinados R$ 170 bilhões para ações de reparação e compensação para a União, estados, municípios e vítimas.

O escritório internacional Pogust Goodhead, que representa na Corte de Londres cerca de 620 mil atingidos pelo rompimento da barragem, afirmou em nota que "segue convicto da absoluta necessidade de justiça e reparação" pelo desastre ambiental e pontua que o julgamento seguirá seu curso na justiça da Inglaterra.

"A ação em Londres está em curso e tem revelado, dia após dia, com farta documentação, a completa negligência das empresas envolvidas que culminaram nesta tragédia. A justiça inglesa vai julgar a responsabilidade civil, não criminal, com a devida reparação às vítimas em caso de condenação da BHP", diz a nota.

A ação em Londres teve início em 2018. Inicialmente, a BHP era a única ré, mas pediu e conseguiu incluir, em 2023, a Vale no processo, como responsável solidária. Em junho passado, porém, as duas empresas entraram em um acordo, e a Vale foi retirada da ação inglesa, com o compromisso de pagar 50% das indenizações em caso de responsabilização.

— É revoltante ver esses réus serem absolvidos, mesmo com tantas provas. É mais uma apunhalada, mais uma afronta. Mais uma vez eles riem da cara das vítimas. Se tivéssemos órgãos de fiscalização e leis melhores aqui no Brasil, esse crime não teria acontecido — diz, por meio da assessoria de imprensa de um grupo de moradores, Edertone José da Silva, empresário de Governador Valadares atingido pelo rompimento da Barragem de Fundão.

— Fiquei muito abalada com a decisão. Que justiça é essa que absolve empresas que cometeram crimes, destruíram vidas e nosso psicológico? Como não tem prova? Como não tinha nada de errado? Destruíram 20 vidas (houve 19 mortes). Se não tivesse nada de errado, esse rompimento não teria acontecido — completa Pamela Fernandes, ex-moradora de Bento Rodrigues e mãe de Emanuelle, menina de cinco anos vítima do rompimento.

Para Mônica dos Santos, também moradora de Bento Rodrigues e integrante da Comissão de Atingidos da Barragem de Fundão (CABF), “a desculpa de não ter provas só mostra o quanto a justiça foi comprada”. Sobre o julgamento em Londres, ela diz esperar que a mineradora seja responsabilizada.

— Sei que por detrás das empresas tinham e têm pessoas que sabiam do risco, assim como sabiam o que precisava ser feito para evitar e simplesmente não o fizeram. Que eles respondam pelas vidas que se foram, por toda destruição que podia ter sido evitada. Caso a justiça inglesa não possa fazer isso, que tirem muito dinheiro deles pra fazer uma reparação justa — afirma.

Influência em Londres

Na opinião do advogado Paulo de Bessa Antunes, professor da UniRio e presidente da comissão de direito ambiental do Instituto dos Advogados Brasileiros, a sentença expedida agora pela Justiça Federal do Brasil não deve ter grande impacto no processo que vítimas do desastre de Mariana movem contra a BHP no Reino Unido.

— Essa é uma ação penal, e em princípio o que se decide nela não necessariamente vai influenciar o resultado da ação em Londres, que é da esfera civil — afirma o advogado.

O oposto poderia acontecer, segundo ele, porque a ação em Londres está arrolando provas novas sobre o desastre, e vítimas ainda podem recorrer da sentença no Brasil. Entre informações levantadas no processo britânico, estão memorandos mostrando estudos com estimativas de custo de indenizações no caso de rompimento, anos antes de o desastre ter acontecido.

Para Bessa, porém, não necessariamente essas provas teriam implicação criminal.

— Esse tipo de cálculo é algo que se faz dentro de um planejamento considerando os melhores e piores cenários. Isso não significa que a empresa estava dizendo que poderia construir a barragem porque se ela se rompesse as indenizações seriam baratas — afirmou.

O especialista criticou, porém, a consequência da morosidade da Justiça brasileira no caso:

— O que espantaria é, num processo relativo a um desastre dessa magnitude, não ser apontado nenhum responsável. Essa decisão não poderia ter levado nove anos para sair, porque a essa altura existe até risco de prescrição de crimes — afirmou.

A barragem de rejeitos que rompeu em uma mina de minério de ferro em 2015 pertencia à Samarco, uma joint venture entre a brasileira Vale e a mineradora anglo-australiana BHP. A tragédia gerou torrente de quase 40 milhões de metros cúbicos de lama de mineração altamente tóxica, matando 19 pessoas, inundando 39 cidades e deixando mais de 600 desabrigados.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   18/11/2024

Com a economia ganhando tração, e expectativa de crescimento de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Banco Central, as vendas de caminhões deslancharam. Outubro foi o melhor mês do ano e apresentou a maior venda desde outubro de 2014, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O que preocupa o setor são as novas altas de juros, já que o segmento depende de financiamento.

— O que tem puxado o crescimento do mercado de caminhões são os modelos pesados e semipesados, que crescem acima da média. Mas já percebemos aumento generalizado em todos os segmentos — diz Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea.

Ele avalia que o setor de caminhões está atrelado ao desempenho do PIB. As empresas renovam frotas, especialmente de pesados, para ganhar eficiência e competitividade, com motores que consomem menos combustível, reduzindo custos e emissões.

Em janeiro do ano passado, entrou em vigor norma estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que regulamenta a emissão de poluentes por caminhões. O objetivo é reduzir a emissão de monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e material particulado. O preço dos veículos subiu em média 30%, e as vendas encolheram.

Renovação da frota

A Braspress, empresa de transporte e logística brasileira que atende o território nacional e o Mercosul, comprou 235 veículos, mais 90 carretas para renovar a frota. Usou recursos próprios que somam R$ 116 milhões, sua maior compra dos últimos dois anos.

— Temos a cultura de manter a frota jovem para não ter falha em entregas, além de ganhar eficiência — diz o diretor-presidente da Braspress, Urubatan Helou.

No Brasil, a frota de caminhões em circulação chega a 2,1 milhões de veículos e tem 64,9% de participação do modal rodoviário no total de transporte de cargas. Mas a idade média dos veículos é de 13 anos e, segundo especialistas, precisa ser renovada.

Na Europa, a idade média da frota é de 10 anos, mas em alguns países, como Luxemburgo, chega a 6,7 anos, enquanto na Lituânia bate os 17 anos. O mercado europeu de caminhões emplaca entre 250 mil e 350 mil unidades por ano.

No Brasil, entre janeiro e outubro, já foram vendidos 103.316 caminhões, entre pesados, leves e veículos urbanos de carga. No ano passado, no mesmo período, foram 88.450 unidades. Considerando apenas pesados e semipesados, no mesmo período, os emplacamentos chegaram a 80.883 ante 66.888 na comparação com 2023.

Só em outubro, as vendas chegaram a 12.218, alta de 29,3% em relação ao mesmo mês de 2023, melhor mês do ano e maior venda desde outubro de 2014.

Se o ritmo de vendas continuar forte, o ano deverá fechar com 126 mil unidades emplacadas ante as 121 mil previstas pela Anfavea em julho. Será um crescimento de 12% a 13% em relação a 2023, quando foram vendidos 104.155 unidades. Já a produção de caminhões chegou a 117.403 unidades de janeiro a outubro, alta de 42,8% em relação aos 82.243 veículos produzidos nos dez meses de 2023.

Para o especialista no setor automotivo, Milad Kalume Neto, são os motoristas autônomos que têm mais dificuldade de trocar o caminhão mais velho pelo novo, com valores de R$ 250 mil a R$ 1 milhão, dependendo do modelo. Os juros médios do financiamento ficam em média em 28% ao ano, enquanto a Selic está em 11,5% — mas analistas preveem que a taxa básica chegará a 12% até 2025.

O governo federal oferece linhas de financiamento para caminhões, via BNDES e por meio do Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (Finame), parcelando até 60% do valor do veículo, com prazo de pagamento de até 120 meses e taxa de juro variável.

Já o Programa Nacional de Fortalecimento do Transportador Autônomo (Pronat) oferece linha de crédito de R$ 80 mil a R$ 160 mil para motoristas com até três caminhões.

Menos poluentes

Os bancos públicos têm linhas específicas para financiar esses veículos, e os privados oferecem empréstimo através do Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Ao menos 80% das vendas são financiadas.

Vendas de caminhões têm melhor outubro desde 2014

Com o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), do governo federal, os fabricantes começam a apresentar modelos de caminhões a biodiesel puro, diesel com eixo auxiliar elétrico e totalmente elétricos. Na Fenatran, feira do transporte rodoviário, já foram apresentadas novidades.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus mostrou na feira o modelo Constellation movido a biometano, o conceito Meteor Hybrid e a nova geração do caminhão elétrico leve e-Delivery desenvolvido pela montadora. O modelo a biometano iniciará testes em frotas em 2025.

Já o modelo Meteor traz um conceito que combina um motor a diesel e um eixo auxiliar elétrico, que operam com tração inteligente, ajustando automaticamente a fonte de energia com base no trajeto e na disponibilidade de bateria.

— Somos a primeira montadora a desenvolver e produzir caminhão 100% elétrico na América Latina — diz Roberto Cortes, CEO da empresa.

A Volvo trouxe o FH B100 Flex, que pode rodar com biodiesel puro, reduzindo em até 90% as emissões de CO2. E levou para a Fenatran o modelo FM Electric, caminhão pesado com zero emissão de CO2. Ele faz parte de estudo liderado pela Secretaria Nacional de Trânsito, que autorizou o início de operação, em caráter experimental. O objetivo é analisar o impacto de caminhões pesados elétricos sobre o pavimento das estradas.

— Os resultados vêm confirmando os benefícios de rodar com veículos de zero emissões de CO2 — disse Alan Holzmann, diretor de Estratégia e Planejamento de Produto caminhões da Volvo.

A Scania fez na Fenatran a primeira venda de caminhão elétrico importado para a Reiter Log, de logística. O modelo é ideal para distâncias de até 200km em operações ponto a ponto e distribuição, com zero emissão de CO2.

— O agro representa 45% das vendas. Este ano, o setor foi mais fraco com a seca, mas as cargas industrializadas compensaram — disse Alex Nucci, diretor comercial da Scania.

Investing - SP   18/11/2024

Um grupo que representa os principais fabricantes de veículos elétricos e baterias pediu nesta sexta-feira ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que não elimine os créditos fiscais para a venda e produção de veículos elétricos.

A Zero Emission Transportation Association, cujos membros incluem montadoras e fabricantes de baterias como Rivian (NASDAQ:RIVN), LG, Tesla (NASDAQ:TSLA), Uber (NYSE:UBER), Lucid e Panasonic, disse que os incentivos de produção geraram empregos e alertou que a eliminação desses créditos prejudicará investimentos e o crescimento do emprego no país.

A Reuters noticiou na quinta-feira que a equipe de transição de Trump quer acabar com o crédito fiscal de 7.500 dólares para quem compra veículos elétricos.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   18/11/2024

Relatório do QuintoAndar mostra diferença de 5% entre preço pedido e efetivamente transacionado em SP

O mercado de imóveis novos terminou o terceiro trimestre com alta de 9,9% no valor geral de venda (VGV) no país, para R$ R$ 10,24 bilhões, segundo dados do Senior Index, pesquisa feita pela Senior Sistemas com dados de cerca de 200 incorporadoras do país. Já de janeiro a outubro deste ano, o valor acumulado é de R$ 34 bilhões, alta de 15%.

A quantidade de imóveis vendidos subiu 3,1% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2023, e o preço médio do metro quadrado vendido foi de R$ 7.152.

Os distratos subiram 14,3% em quantidade, e o valor dos distratados cresceu 26,5% em um ano, segundo a companhia.

Em meio a um programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) mais forte, os dados da Index apontam estabilidade nas vendas de imóveis novos de baixo padrão, com leve queda de 0,2%. O valor vendido, porém, subiu 5,3%.

O médio padrão vendeu 4,9% mais imóveis no terceiro trimestre, com valor 9,5% maior. Já o alto padrão teve aumento de 18,4% nas vendas, e de 13,3% no valor vendido.

A Senior encontrou, para a venda de imóveis novos na cidade de São Paulo no terceiro trimestre, um preço médio de R$ 11.377 por metro quadrado.

Usados

Também para o terceiro trimestre, o Relatório QuintoAndar encontrou um valor de R$ 7.216 por metro quadrado. Nesse caso, estão incluídos imóveis usados. O valor diz respeito aos contratos fechados pela plataforma, de julho a setembro.

O preço de venda dos imóveis foi 5% menor do que o preço médio dos anúncios, que era de R$ 7.600.

Segundo a pesquisa do QuintoAndar, o preço de venda dos imóveis na capital paulista avançou 0,1% do segundo para o terceiro trimestre, menos do que a inflação do período, que foi de 0,8%.

Ao se considerar a variação anual, porém, há um ligeiro ganho real, de 0,4%. O valor dos imóveis subiu 4,76% na comparação com o terceiro trimestre de 2023.

Não se deve esperar um aumento significativo de preço dos imóveis nos próximos meses, segundo a companhia. “Com o aumento da taxa Selic e o reflexo disso na demanda, é de se esperar uma estabilização também nos valores dos imóveis”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do QuintoAndar.

A Vila Mariana foi o bairro mais buscado para compra na cidade no período, e o Tatuapé foi o segundo — eles inverteram posições ante o segundo trimestre. Mooca, Pinheiros e Ipiranga completam a lista das cinco vizinhanças mais buscadas.

O relatório do QuintoAndar também mostra os dez bairros paulistanos com maior preço de metro quadrado. Veja abaixo:

Pinheiros (R$ 13.846)

Brooklin (R$ 13.832)

Vila Olímpia (R$ 13.393)

Itaim Bibi (R$ 12.500)

Moema (R$ 12.063)

Vila Mariana (R$ 10.617)

Jardim Paulista (R$ 10.580)

Vila Madalena (R$ 10.299)

Lapa (R$ 9.674)

Vila Leopoldina (R$ 9.632)

Fonte: contratos fechados na plataforma QuintoAndar

FERROVIÁRIO

A Tribuna - SP   18/11/2024

A associação gestora da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), que reúne as empresas Rumo, MRS e VLI, afirma que vem cumprindo o cronograma de investimentos previstos e antecipando obras. A Fips completou um ano em outubro.

A associação de empresas visa operar, manter e expandir a infraestrutura ferroviária que atende o complexo portuário santista, dentro de um contrato com vigência de 35 anos, renováveis por igual período. O investimento, nos primeiros cinco anos, deve ser de, no mínimo, R$ 1 bilhão. Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), os investimentos estão de acordo com o previsto no contrato de cessão.

Dentre as obras estruturantes, o destaque é a pera ferroviária. A estrutura, localizada em Outeirinhos, na Margem Direita do Porto de Santos, será construída em uma área de 102 mil metros quadrados (m²), atualmente ocupada pelo terminal da Marimex.

O início das intervenções aconteceu em janeiro e o prazo de conclusão é de 24 meses. A obra consiste em um pátio circular que possibilitará o transbordo da carga sem a necessidade de desmembramento do trem.

O projeto foi dividido em sete fases. A Fase 1, que contempla o reforço do pontilhão ferroviário 3 do canal do Mercado, teve início em outubro de 2023 e foi concluída no começo deste ano. Já as Fases 2 e 3, que abrange a retificação do traçado e ampliação das vias, tanto para a saídas de vagões vazios quanto para a entrada dos vagões carregados, tiveram as intervenções iniciadas em agosto de 2024 e estão previstas serem concluídas no início de 2025.

No decorrer do próximo ano serão feitas as obras de implementação das fases 4, 5 e 6, que consistem na compatibilização dos terminais com a nova operação. No segundo semestre de 2026, após a implantação da Fase 7, o projeto será concluído. “Trata-se de uma intervenção aguardada há décadas, que agora avança em um momento estratégico”, informa, em nota, a Fips.

Em outras frentes, a remodelação do pátio de Conceiçãozinha, na Margem Esquerda do Porto, em Guarujá, estava inicialmente prevista para ser entregue em cinco anos - ou seja, em 2029 - e foi finalizada em agosto deste ano.

“Pode-se citar também as obras que estão ocorrendo na região do Macuco, focadas no atendimento do cluster de celulose (STS14 e 14-A). Essa obra será antecipada e entregue ao final do ano, contemplando a infraestrutura que proporcionará o atendimento aos terminais da Suzano, Bracell e Eldorado”, acrescenta a Fips.

Presidente da associação gestora, João Almeida reforça o poder da união entre as principais concessionárias ferroviárias para transformar o acesso ao Porto de Santos, fundamental para o escoamento das exportações brasileiras.

“Registramos recordes históricos no tempo de descarga e no giro de vagões nos terminais portuários com consequente aumento na movimentação de carga. São conquistas que reforçam nosso compromisso com o desenvolvimento do Porto de Santos”, destaca.

Aumento
Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes e sócio da Graf Infra Consulting, Rodrigo Paiva explica que a Fips conseguiu aumentar o volume transportado em 10,2% entre novembro de 2023 e setembro deste ano.

“Esse é o primeiro feito mensurável. Sabemos que ainda há muito a fazer, no entanto, entende-se que os primeiros anos de uma operação como essa são de execução de projetos, definição de cronogramas, preparação de contratações e início da contratação de obras”.

Segundo ele, se espera daqui em diante obras estruturantes, “como o acesso rodoviário na entrada do Porto, pera ferroviária e demais melhorias previstas no contrato de concessão”, afirma.

Valor - SP   18/11/2024

Projetos ampliam infraestrutura de escoamento da safra no Centro-Oeste, Norte e Nordeste

A expansão da oferta de infraestrutura ferroviária nas regiões agrícolas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país deve ganhar impulso nos próximos anos, com a construção de novos trechos ferroviários, requalificação de trechos antigos e a instalação de novos terminais de transbordo.

A produção agrícola acima do paralelo 16º S, linha imaginária que corta o Brasil na altura do sul de Mato Grosso ao sul da Bahia, cresce a uma taxa de 9,4% ao ano há mais de uma década. Em 2023, a região foi responsável pela produção de 197,5 milhões de toneladas de grãos, 68,9% de toda a produção nacional, e respondeu por 34% das exportações.

Uma das principais obras em execução na região é a construção da Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso, contratada no modelo de autorização pelo governo estadual junto a Rumo Logística, com investimento de R$ 15 bilhões. A obra de 743 km de extensão partirá de Rondonópolis, no sul do Estado, seguirá até a capital Cuiabá e depois alcançará até 2031, Lucas do Rio Verde, no norte mato-grossense.

Um primeiro terminal de cargas começou a ser construído em Dom Aquino, a 170 km de Cuiabá, e deverá entrar em operação em 2026, com capacidade para escoar até 10 milhões de toneladas de grãos por ano. A aposta da Rumo é que o terminal receba insumos e agregue novas cargas com a abertura de novos negócios na região.

“A chegada da ferrovia é um indutor de transformação econômica, gera oportunidades de introduzir na região novas atividades como a produção de óleo e farelo de milho ou uma fábrica de fertilizantes”, diz Guilherme Penin, vice-presidente de regulação da Rumo.

Entre Rondonópolis e Estrela d’Oeste (SP), a Rumo opera a Malha Norte, por onde transportou 24,3 milhões de toneladas de grãos em 2023. A Malha Norte se conecta em Estrela d’Oeste com a Malha Paulista, chegando ao Porto de Santos. Hoje, a Malha Paulista tem capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas de carga por ano e a previsão da Rumo é chegar a 75 milhões até 2030.

Estrela d’Oeste também é o ponto de conexão com a Malha Central da Rumo, trecho da Ferrovia Norte Sul (FNS) que chega até Porto Nacional (TO), por onde a companhia transportou 7,2 milhões de toneladas de grãos em 2023. A Rumo assumiu em 2019 a concessão do trecho ferroviário de 1.537 km, concluído em julho de 2023. Em setembro, a companhia inaugurou seu quinto terminal de cargas conectado à FNS, em Alvorada (TO), em uma parceria com a CHS Agronegócio. A estrutura terá capacidade de movimentar 1,5 milhão de toneladas de grãos por ano.

A FNS foi concebida nos anos 1980 como a obra estruturante da logística nacional e levou 36 anos para ser concluída. No total são 2,2 mil km em sentido longitudinal entre Açailândia (MA) e a paulista Estrela d’Oeste, onde se conecta à Malha Paulista e chega ao Porto de Santos. No Maranhão, a FNS faz conexão com a Estrada de Ferro Carajás (EFC) e chega ao Porto de Itajaí (SC).

A VLI é a concessionária do Tramo Norte da FNS, o trecho de 720 km entre Porto Nacional e Açailândia. Em 2023, transportou no trajeto 10,96 milhões de toneladas de grãos, recebidos em três terminais de transbordo, sendo dois em Tocantins e um no Maranhão. “Estamos em pontos estratégicos em uma região, o Matopiba, com grande potencial de expansão”, diz Carolina Hernandez, diretora comercial da VLI.

A região do Matopiba, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, produziu 18,5 milhões de toneladas de soja em 2023 e está diversificando as atividades com milho e algodão. Projeção do Ministério da Agricultura indica um crescimento de 37% na produção de grãos na região em 10 anos. “Vamos expandir nossa infraestrutura de terminais e material rodante de acordo com a evolução da demanda”, diz Hernandez.

Um projeto previsto para incorporar carga à FNS é o primeiro trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), com 383 km entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT). A obra, sob responsabilidade da Vale, tem aportes de R$ 2,7 bilhões e conclusão prevista para 2027. A expectativa é que o trecho transporte cerca de 10 milhões de toneladas de grãos por ano.

Outro investimento de impacto é a renovação por mais 30 anos do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que conecta as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste em 7 mil km de trilhos. A VLI é a concessionária desde 2011 e o contrato de renovação junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está em fase de conclusão. A VLI pleiteia devolver 2,1 mil km que não utiliza. Por outro lado, se compromete a investir R$ 24 bilhões na modernização da malha restante e aquisição de vagões e locomotivas.

Em 2023 a VLI transportou 9,74 milhões de toneladas de grãos pelos trilhos da FCA, 2,3 milhões de toneladas de fertilizantes e por volta de 7 milhões de toneladas de açúcar. A expectativa é ampliar em 46% o volume total de carga transportada com os investimentos que serão contratados mediante a renovação da concessão.

NAVAL

Petro Notícias - SP   18/11/2024

Mesmo ameaçada de ter cortes em seu orçamento, mesmo tendo seus anúncios adiados, no melhor estilo “Fiado Só Amanhã”, a Marinha do Brasil vai avançando em seus projetos. Um deles é a construção das Fragatas, através da Sociedade de Propósito Específico (SPE) Águas Azuis, para construção de quatro Fragatas. No Estaleiro Brasil Sul (tkEBS), em Itajaí, Santa Catarina, foi realizado o corte da primeira chapa de aço da Fragata “Cunha Moreira” (F202), a terceira embarcação do Programa Fragatas Classe “Tamandaré”. No evento, símbolo do início da construção de mais uma fragata de última geração, marca uma nova fase para a Marinha Brasileira, com a construção de três fragatas simultaneamente em território nacional, um feito inédito para a indústria naval do país. O nome da fragata é uma homenagem ao Almirante Luís da Cunha Moreira, o Visconde de Cabo Frio, figura histórica que desempenhou um papel essencial para o Brasil, especialmente nas Guerras Napoleônicas e na consolidação da independência do país. Cunha Moreira foi o primeiro brasileiro nato a ocupar o cargo de Ministro da Marinha e foi fundamental na formação da primeira Esquadra do Brasil. Sua contribuição para o processo de modernização da Marinha e para a nossa história é relembrada com a construção desta embarcação.

A F202 é a terceira embarcação do programa e, como as outras, será equipada com tecnologia de ponta, incluindo radares, sensores e armamentos avançados. Com capacidade para atingir 25 nós (cerca de 47 km/h), terá um papel crucial na segurança marítima do Brasil, atuando em missões de defesa, patrulhamento e combate. Sua previsão de lançamento ao mar é para 2026, com a incorporação à Marinha do Brasil prevista para 2028. Este avanço representa a concretização de uma meta histórica: pela primeira vez, três fragatas estão sendo construídas simultaneamente no Brasil, com um alto índice de conteúdo local. A primeira embarcação, a Fragata “Tamandaré” (F200), foi lançada ao mar em agosto de 2024 e já está em fase de testes. Já a Fragata “Jerônimo de Albuquerque” (F201), que foi batida de quilha em junho de 2024, será lançada ao mar em 2025.

O Programa Fragatas Classe “Tamandaré” não só representa um avanço estratégico para a defesa nacional, mas também um impulso significativo para a indústria naval brasileira. Estima-se que a construção das fragatas gere cerca de 23 mil empregos, sendo 2 mil diretos, 6 mil indiretos e 15 mil induzidos, com impacto na economia local e nacional. A construção será realizada em Itajaí, no estado de Santa Catarina, onde o estaleiro que abriga o projeto foi reativado, gerando novas oportunidades de trabalho e capacitação. Além disso, o Programa das Fragatas é uma prioridade do Governo Federal, inserido no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), com foco em inovação para a indústria de defesa. A parceria entre a MB e a SPE Águas Azuis, formada pela thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa e Segurança e Atech, está promovendo a transferência de tecnologia, capacitando empresas brasileiras na produção de sistemas avançados, como o manuseio de chapas de aço de baixa espessura e a produção dos navios em blocos, facilitando a instalação de equipamentos e componentes.

Um dos maiores avanços do programa é a utilização de tecnologias de ponta no processo de construção das fragatas. A produção é realizada de forma totalmente digital, por meio da tecnologia “paperless”, que elimina o uso de papel e reduz o impacto ambiental, promovendo a sustentabilidade no setor naval. A gestão do ciclo de vida dos navios, desde a construção até o seu desfazimento, também é planejada para garantir maior eficiência, com a utilização de materiais e técnicas que promovem a durabilidade e a segurança das embarcações. Os navios serão produzidos em módulos, com alta flexibilidade, permitindo a montagem simultânea de diversos componentes e a instalação antecipada de acessórios e fundações. Esse processo inovador garante maior eficiência na produção e permite que o cronograma de construção seja cumprido com rigor, atendendo aos altos padrões de qualidade exigidos pela Marinha do Brasil.

Valor - SP   18/11/2024

Embora a instalação prometa reduzir o tempo de viagem de cargas entre a China e a América do Sul, obstáculos significativos como transportar commodities agrícolas das principais regiões produtoras do Brasil para a costa oeste do Peru exige atravessar a Amazônia e cruzar os Andes

A China fez uma aposta de US$ 1,3 bilhão de que um novo porto no Peru aumentará seu acesso à fartura agrícola da América do Sul. Mas lucrar com o investimento poderá ser mais difícil do que o esperado.

O presidente da China, Xi Jinping, e a presidente peruana, Dina Boluarte, inauguraram oficialmente o porto de Chancay durante uma cerimônia no palácio presidencial do Peru em Lima na quinta-feira. A iniciativa simbolizas as ambições de Pequim de fortalecer o comércio com a América do Sul enquanto o mundo se prepara para medidas comerciais restritivas dos EUA sob o presidente eleito Donald Trump.

O porto de Chancay, a cerca de 70 quilômetros ao norte de Lima, é controlado majoritariamente e operado pela Cosco Shipping da China. Embora a instalação prometa reduzir o tempo de viagem de cargas entre a China e a América do Sul, obstáculos significativos ameaçam diminuir seu sucesso – especialmente quando se trata de obter mercadorias do Brasil.

Simplificando, transportar commodities agrícolas das principais regiões produtoras do Brasil para a costa oeste do Peru exige atravessar a Amazônia e cruzar os Andes. No entanto, há poucas estradas boas e nenhuma ligação ferroviária entre as duas regiões.

“É geograficamente complicado”, diz Marco Germanò, um pesquisador da

Universidade de Nova York que monitora os investimentos chineses na região. O porto do Chancay poderá reacender um antigo sonho de integrar as costas do Atlântico e do Pacífico na América do Sul, mas ele não vê um plano eficaz para tornar isso realidade.

Mesmo a conexão entre Chancay e algumas áreas produtoras de café e cacau no centro do Peru não é totalmente eficiente, segundo Rafael Zacnich, gerente de estudos econômicos do grupo exportador ComexPerú. Ele espera que o novo porto atraia mais investidores que busquem melhorar a infraestrutura.

O dilema do porto de Chancay surge num momento em que a China enfrenta novas ameaças de uma guerra comercial com os EUA. A nação asiática se viu motivada a buscar novas fontes de abastecimento de produtos como soja e milho, e a potência agrícola Brasil é a chave. No primeiro mandato de Trump, Pequim aumentou as compras de soja do Brasil à medida que as compras dos EUA foram diminuindo.

“A América do Sul está crescendo. Eles estão melhorando o rendimento, estão plantando em áreas maiores e estão fazendo coisas que precisam fazer como país, o que coloca esses volumes no cenário global, e isso é absolutamente um problema’, diz Matt Carstens, executivo-chefe da Landus, a maior cooperativa agrícola da Iowa. “Esse porto terá um efeito adicional, não só sobre o que poderá acontecer com a América do Sul em relação à China, mas também sobre outras partes do mundo.”

Ainda assim, não está claro como os governos sul-americanos enfrentarão os desafios geográficos e da infraestrutura de transporte precária. “Temos que construir”, disse o ministro das Finanças do Peru, Jose Arista, em uma entrevista. “E construir exige duas coisas: descobrir a viabilidade econômica e descobrir se há vontade política para investir os recursos necessários.”

O Peru é uma economia pequena. Embora as exportações de minério de cobre e outros minerais possam ir para a China por Chancay, a integração com outros países sul-americanos é fundamental para tornar essa rota de transporte mais relevante.

“A ideia é que o Peru se torne o centro exportador para a Ásia”, diz Alfredo Thorne, um ex-ministro das Finanças que comanda a firma de consultoria de investimentos Thorne & Associates em Lima. “Temos muito pouco comércio com i Brasil, mas essa poderia ser uma oportunidade para aumentarmos o nosso comércio.”

A rodovia existente entre a costa do Peru e a mais destacada região agrícola do Brasil, no estado de Mato Grosso, exige que os caminhões cruzem os Andes. Isso pode ser um problema, uma vez que os caminhões maiores que normalmente transportam soja e milho não conseguem trafegar pela estrada, o que significa que o transporte precisa ser feito em veículos menores.

“É um custo extremamente alto”, diz Edeon Vaz, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, que representa produtores de soja e milho do Mato Grosso.

Grupos agrícolas do pequeno estado do Acre, que faz fronteira com o Peru, veem uma oportunidade no porto de Chancay. A produção de carne suína e soja vem crescendo na região e o embarque pelo Peru provavelmente acontecerá no futuro, segundo Assuero Doca Veronez que chefia a Federação de Agricultura e Pecuária do Acre. “Mas a infraestrutura logística precisa ser montada com mais qualidade”, diz ele.

O grupo do agronegócio e as autoridades locais querem uma nova rodovia ligando a cidade brasileira de Cruzeiro do Sul à cidade peruana de Pucallpa. No entanto, uma tentativa de construir essa rodovia foi interrompida no ano passado por um tribunal federal devido a preocupações com os possíveis danos a áreas ambientais protegidas e  comunidades indígenas.

Embora o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva queira melhorar as estradas próximas da fronteira peruana nos próximos anos, a construção de uma rota polêmica no Acre não está prevista no plano atual do governo.

O tamanho do porto de Chancay representa um grande passo para a América do Sul, uma região que há muito tempo sofre com atrasos nas remessas que muitas vezes tornam os produtos menos competitivos nos mercados internacionais.

Para aproveitar tais benefícios, porém, as nações sul-americanas também precisam ampliar os acordos de transporte existentes para permitir que os caminhões atravessem as fronteiras, segundo diz Wagner Cardoso, o superintendente de infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria do Brasil.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/11/2024

Um financiamento no valor de R$ 373,46 milhões em duas etapas foi aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Grupo CCGL para investir na recuperação e na retomada das atividades do Terminal Marítimo Luiz Fogliatto (Termasa), no Porto de Rio Grande (RS), danificado pelas chuvas que devastaram o estado em maio deste ano . A estrutura, utilizada para recebimento, armazenagem e expedição de produtos e grãos destinados aos mercados interno e externo, foi gravemente atingida pela enxurrada e ficou impossibilitada de operar.

Com a força da correnteza, um navio atracado no terminal chocou-se contra o cais, afetando a estrutura e interrompendo os serviços. Parte de um investimento total de cerca de R$ 400 milhões, o apoio de R$ 280 milhões do programa BNDES Emergencial, na Modalidade Investimento e Reconstrução, contempla a recomposição da condição operacional do píer, que exigirá a reconstrução da estrutura de atracação de navios, incluindo plataformas e mecanismos de amarração.

Na outra operação, de R$ 93,46 milhões, o crédito emergencial será utilizado para liquidez da empresa, por meio da oferta de capital de giro, para ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e retomada das atividades econômicas. O Termasa adotará medidas para reduzir o risco de novos acidentes e tornar a operação mais segura e confiável.

“O apoio à recuperação da infraestrutura portuária favorece a logística e a competitividade do Rio Grande do Sul”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Desde o início da catástrofe climática, o BNDES já operou R$ 24 bilhões em crédito direcionado ao território gaúcho, com uma velocidade de aprovação dos projetos seis vezes mais rápida do que a média do Banco”,  acrescentou.

O investimento no terminal inclui a execução de obras civis e a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais. O terminal está situado à margem oeste do canal de acesso ao Porto de Rio Grande, o que possibilita a exportação de produtos de todo o sul do Brasil, com localização estratégica próxima ao Uruguai, Argentina e Paraguai.

Globo Online - RJ   18/11/2024

Na imprensa oficial chinesa, ele é descrito como um “divisor de águas” para a economia da região. Inaugurado nesta quinta com a presença do líder da China, Xi Jinping, o megaporto de Chancay, no Peru, foi projetado com a ambição de mudar a dinâmica comercial entre a América do Sul e a Ásia, energizando o fluxo de bens por meio do novo terminal. Como quase toda iniciativa que envolve a China, há controvérsias e temores.

Em tese, o novo porto oferece todas as condições para dar certo, numa relação “ganha-ganha”, como os chineses gostam de descrever os projetos que patrocinam. Com 60% de participação da gigante estatal de navegação chinesa Cosco, o Porto de Chancay foi construído com um custo estimado de US$ 3,6 bilhões e o objetivo de otimizar a logística das trocas entre a América do Sul e a China, principal parceiro comercial da maioria dos países do continente.

Para o Brasil, as vantagens potenciais são evidentes.

Quase todos os estados brasileiros têm como destino principal de exportação a China e o Sudeste Asiático, disse durante visita a Pequim em junho a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Segundo ela, ao usar portos do Pacífico como Chancay para escoar as exportações brasileiras, haveria uma redução de duas a três semanas no tempo de embarque para a Ásia, a depender do ponto de partida. O desvio das mercadorias para o Pacífico é um dos eixos do programa de rotas de integração da América do Sul defendido por Tebet.

A visita de Xi ao Peru tem uma dimensão maior que sua participação no Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC). Além da inauguração do porto patrocinado pela China, deve ser o último encontro de Xi com o presidente dos EUA, Joe Biden. Com a volta de Donald Trump à Casa Branca, espera-se o acirramento da competição entre Washington e Pequim e da pressão para que países tomem um lado. A América Latina, vista nas duas capitais como “quintal dos EUA”, é campo fértil para a disputa.

Assim como ocorreu no primeiro governo de Trump, que fez campanha contra a entrada da empresa chinesa Huawei em redes de telecomunicações ao redor do mundo, o mesmo deve se repetir agora em outras áreas, prevê o analista americano Scott Kennedy, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Em conversa com jornalistas esta semana em Pequim, Kennedy arriscou que um dos alvos deve ser o setor automotivo, para barrar a expansão de gigantes chinesas como a BYD, que está montando uma fábrica em Camaçari (BA).

O Porto de Chancay tem potencial de alavancar o comércio da região com a China e também de tornar-se mais um foco de tensão com os EUA. Em seu discurso em Lima, o presidente Xi Jinping disse que o porto irá reduzir o transporte de mercadorias do Peru para a China em 23 dias, cortando o custo em pelo menos 20%, além de gerar US$ 4,5 bilhões para o país andino. Indo além do aceno econômico, Xi citou o intelectual marxista peruano José Carlos Mariátegui, para o qual “espiritualmente e materialmente, a China é mais próxima de nós que a Europa”.

Para Xi, Chancay tem um sabor especial por ser um marco triunfal na América do Sul da Nova Rota da Seda, o megaprojeto de infraestrutura que ele lançou em 2013 e tornou-se a principal bandeira de sua diplomacia econômica. De todos os países da região, só Brasil, Colômbia e Paraguai não aderiram formalmente à iniciativa. No mês passado, causou fricção entre Washington e Pequim a declaração da representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, alertando para os riscos de o Brasil aderir à iniciativa chinesa. Com o Porto de Chancay, a preocupação dos EUA é de que a China use o terminal não só como alavanca comercial, mas também base para seus navios militares. Enquanto os EUA mantêm centenas de bases militares na Ásia, não seria surpresa se Pequim visse Chancay como uma opção para sua Marinha.

As cúpulas da APEC em Lima e do G20 no Rio serão os primeiros eventos internacionais com a participação de Xi Jinping desde a vitória de Trump. Até agora, a sensação em Pequim é de que a liderança chinesa continua sem saber muito bem como reagir à volta do magnata novaiorquino à Casa Branca, diz Kennedy. Portanto, recomenda o analista, é bom ouvir com especial atenção os discursos de Xi em Lima e no Rio: talvez surjam os primeiros indícios de qual será a política chinesa para encarar a nova era Trump.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   18/11/2024

A SBM Offshore está finalizando os preparativos para entregar dois navios-plataformas (FPSOs) que devem iniciar suas operações no próximo ano na América do Sul. A empresa está avançando nas obras do FPSO Alexandre de Gusmão (foto), que será instalado no campo de Mero, na Bacia de Santos. A fase de integração da embarcação foi concluída e, com isso, as equipes estão focadas nas atividades de comissionamento até o momento da partida, planejada para o final do ano. O primeiro óleo é esperado para 2025.

Graças a um contrato de arrendamento e operação de 22,5 anos com a Petrobras, essa embarcação será o quarto sistema definitivo instalado no campo, a aproximadamente 160 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. O navio-plataforma terá uma capacidade de produção de 180 mil barris de óleo por dia e compressão de 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O campo é operado pela Petrobrás (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC (9,65%) e PPSA (3,5%), representando o governo na área não contratada.

Além disso, a SBM também está perto de concluir a obra do FPSO One Guyana, na costa da Guiana. O navio será utilizado no quarto desenvolvimento dentro do bloco Stabroek, conhecido como projeto Yellowtail, que inclui seis centros de perfuração e até 26 poços de produção e 25 poços de injeção. A SBM Offshore confirmou o progresso das atividades de integração e comissionamento onshore, que estão de acordo com o cronograma, incluindo a conclusão do comissionamento da planta de energia. Com isso, o primeiro óleo está previsto para o segundo semestre de 2025.

O FPSO One Guyana terá uma capacidade de produção otimizada de 250.000 barris de petróleo por dia (bpd), capacidade de armazenamento de dois milhões de barris de petróleo bruto, capacidade de tratamento de gás de 450 milhões de pés cúbicos por dia e capacidade de injeção de água de 300.000 bpd. O bloco Stabroek cobre uma área de 6,6 milhões de acres ou 26.800 quilômetros quadrados e é operado pela afiliada da ExxonMobil, Esso Exploration and Production Guyana, com uma participação de 45%. Os parceiros da companhia no bloco são Hess Guyana Exploration (30%) e CNOOC Petroleum Guyana (25%).

Como noticiamos, no final de outubro, o navio-plataforma Almirante Tamandaré, também construído pela SBM Offshore, chegou ao Brasil. A unidade será instalada no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, na costa do Rio de Janeiro. Plataforma do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, da sigla em inglês), o Almirante Tamandaré é a primeira unidade de alta capacidade a ser instalada no campo, com potencial para produzir até 225 mil barris de óleo (bpd) e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O FPSO saiu do estaleiro CMHI na China, no dia 31 de julho, rumo ao Brasil e vai se somar às outras cinco plataformas em operação no campo: FPSOs P-74, P-75, P-76, P-77 e Almirante Barroso.

Petro Notícias - SP   18/11/2024

A cidade de Macaé ainda celebrou os 50 anos da primeira descoberta de petróleo na Bacia de Campos, sendo reconhecida como o principal polo de negócios, expertise e de apoio às operações em águas profundas e na revitalização dos campos maduros, que pautam o futuro do mercado de óleo, gás e energia do Brasil. Com a previsão de investimentos de US$ 22 bilhões para os próximos cinco anos, a Petrobrás celebrou nesta semana as cinco décadas de exploração da Bacia de Campos, comemorando os feitos realizados até e vislumbrando os próximos passos. A cooperação entre a Petrobrás e a prefeitura, na consolidação da cidade como a nova Capital da Energia a partir da evolução das operações na Bacia de Campos, foi fortalecida em evento realizado na sede da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Petrobras em Macaé. “A Bacia de Campos é, sem dúvidas, o pilar do desenvolvimento econômico de Macaé, a força que projeta a nossa cidade entre as principais bases de negócios e investimentos voltados ao mercado de energia no Brasil e no mundo. E a parceria com a Petrobras é essencial e prioritária nas ações do governo que preparam a nossa cidade também para um futuro de prosperidade”, disse o prefeito Welberth Rezende.

O evento que marcou as etapas de evolução da Petrobrás como uma das principais empresas de produção de energia do mundo contou com a participação, em formato virtual, da presidente da empresa, Magda Chambriard. Ela apontou que a Bacia de Campos garantiu à companhia e ao Brasil um novo patamar no mercado do petróleo, fruto da capacidade e da competência de muitos trabalhadores que juntos construíram esta história de sucesso. A elevação do fator de recuperação dos campos em produção nas áreas de origem da descoberta da Bacia de Campos, a identificação de novos polos de produção e o descomissionamento de estruturas antigas foram apontadas por Chambriard como o futuro dos investimentos da Petrobrás na Bacia de Campos.

A previsão, disse Magda, é de US$ 22 bilhões em investimentos diretos em diversos segmentos da economia de Macaé até 2028. “A Bacia de Campos aponta hoje o futuro da nossa atividade, através dos investimentos em pesquisa e inovação na revitalização dos campos maduros, além da exploração em águas profundas. Temos muito trabalho pela frente e certamente com a colaboração de todos vamos construir um futuro de mais sucesso para a Petrobrás, para o Estado e para o Brasil.”

Alex Murteira, o experiente Gerente Geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Campos (UN-BC), lembrou a infraestrutura instalada pela Petrobras em Macaé para as operações do petróleo, gás e da energia no país: “Somos reconhecidos pelo maior projeto de revitalização e extensão da vida ativa dos campos maduros no mundo. Nós não temos apenas um passado glorioso, mas sim um presente pujante e um futuro promissor. E juntos vamos tornar realidade uma nova página de sucesso nesta linda história que é a Bacia de Campos.”

Valor - SP   18/11/2024

O Brasil e a Argentina devem assinar na segunda-feira (18) um memorando de acordo para viabilizar a importação, para o país brasileiro, do gás natural da região argentina de Vaca Muerta. A expectativa, segundo fontes do governo brasileiro, é que a assinatura aconteça paralelamente à Cúpula de Líderes do G20.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro de Economia da Argentina, Luís Caputo, terão um encontro na segunda, em que devem assinar o documento.

A expectativa do governo brasileiro é aumentar em 2 milhões de metros cúbicos por dia a importação de gás natural já no início do ano que vem. Com o tempo, esse volume deve aumentar para 10 milhões de metros cúbicos por dia nos próximos três anos, chegando a 30 milhões até 2030.

De acordo com dados do governo, o consumo do Brasil atualmente é de 70 a 100 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.

A importação será feita através, segundo fontes do governo, via Paraguai, construindo um gasoduto novo pelo Chaco Paraguaio, ligando a Argentina direto em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. A origem exata do gás será das províncias Neuquen e Rio Negro, ambas na Argentina.

Valor - SP   18/11/2024

A demanda global total ainda deve ter uma média de 102,8 milhões este ano e 103,8 milhões de barris por dia no próximo

A Agência Internacional de Energia (AIE) elevou sua previsão para o crescimento da demanda de petróleo deste ano, mas reduziu ligeiramente as estimativas do próximo ano, citando o impacto da desaceleração econômica da China no consumo.

A organização sediada em Paris prevê que a demanda global cresça em 921 mil barris por dia em 2024, de 862 mil barris por dia anteriormente, em grande parte devido a entregas de gasóleo mais fortes do que o esperado nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As estimativas de crescimento para 2025 foram ligeiramente reduzidas para 990 mil, de 998 mil barris por dia.

Isso marca uma forte desaceleração do crescimento de cerca de 2 milhões de barris por dia visto no ano passado, agora que o aumento da demanda pós-pandemia diminuiu e a rápida implementação de tecnologias de transporte de energia limpa está moderando o crescimento do consumo de petróleo.

“A desaceleração acentuada da China tem sido o principal entrave à demanda, com seu crescimento este ano esperado para uma média de apenas um décimo do aumento de 1,4 milhão de barris por dia em 2023”, disse a AIE.

A demanda chinesa caiu em 70 mil barris por dia no ano em setembro — a sexta contração mensal consecutiva este ano. A agência disse que espera que o país registre um crescimento de demanda de 140 mil barris por dia no quarto trimestre e 190 mil barris por dia em 2025, abaixo das estimativas anteriores de crescimento de 220 mil barris por dia.

A demanda global total ainda deve ter uma média de 102,8 milhões este ano e 103,8 milhões de barris por dia no próximo.

As projeções da agência ainda são substancialmente menores do que as da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O grupo reduziu sua previsão no início desta semana pelo quarto mês consecutivo, mas ainda vê o crescimento da demanda em níveis robustos de 1,82 milhão de barris por dia este ano e 1,54 milhão de barris por dia no próximo.

O relatório de quinta-feira veio enquanto os preços do petróleo continuam a ser pressionados por uma perspectiva negativa de demanda e perspectivas de um excedente de oferta no próximo ano. O petróleo Brent atualmente é negociado em torno de US$ 72 o barril, enquanto o indicador de petróleo dos Estados Unidos, West Texas Intermediate, está em torno de US$ 68 o barril.

Enquanto isso, a oferta mundial de petróleo aumentou em 290 mil barris por dia em outubro, disse a AIE, já que o retorno dos barris líbios ao mercado compensou os menores suprimentos cazaques e iranianos. A oferta total é vista em uma média de 102,9 milhões de barris por dia este ano e 105 milhões de barris por dia no próximo ano.

A produção de países não pertencentes à Opep e seus aliados (Opep+) foi mista no mês passado, com os Estados Unidos atingindo novos recordes e a produção brasileira ficando aquém das expectativas. O crescimento da oferta fora da Opep+ ainda é projetado em 1,5 milhão de barris por dia em 2024 e 2025, impulsionado pelos Estados Unidos.

Enquanto isso, a produção da Opep+ deve cair em 820 mil barris por dia este ano e aumentar em 560 mil barris por dia no ano que vem.

No início deste mês, a Opep e seus aliados estenderam cortes voluntários de produção de 2,2 milhões de barris por dia até o final de dezembro em meio a preocupações com demanda mais fraca e preços mais baixos. O aumento planejado da produção — originalmente definido para começar em outubro de 2024 — já havia sido adiado por dois meses em setembro.

A produção bruta dos países membros da Opep+ aumentou em 25 mil barris por dia para 41,02 milhões de barris por dia em outubro, à medida que o fornecimento e as exportações de petróleo da Líbia retornaram ao mercado. Em vez disso, a produção cazaque caiu e os carregamentos de petróleo bruto iraniano foram contidos devido ao risco de ataques retaliatórios à infraestrutura energética por Israel.

O fornecimento dos 18 países da Opep+ sujeitos a cotas de produção ainda estava 720 mil barris por dia acima de uma meta implícita de 33,48 milhões de barris por dia, incluindo restrições extras prometidas pelo Iraque, Rússia e Cazaquistão, de acordo com cálculos da AIE.

O fornecimento de petróleo bruto da Rússia subiu para 9,2 milhões de barris por dia no mês passado. As exportações de petróleo caíram em 90 mil barris por dia para 7,3 milhões de barris por dia, mas a receita de exportação comercial aumentou em US$ 1,2 bilhão em comparação com o mês anterior, em parte devido aos preços mais altos.

Consultor Jurídico - SP   18/11/2024

O Plenário do Supremo Tribunal Federal iniciou nesta quinta-feira (14/11) o julgamento da ação em que se discute o poder delegado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para decidir sobre a venda de blocos petrolíferos. A ação direta de inconstitucionalidade foi proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

A ministra Cármen Lúcia é a relatora da ação apresentada pelo PSOL

A legenda questiona dispositivos da Lei do Petróleo (Lei 9478/1997), alterada pela Lei 11097/2005, que criou a ANP e definiu suas atribuições. O PSOL alega que a mudança violou os princípios da separação dos poderes ao ampliar a competência da ANP.

Na sessão desta quinta, a relatora da matéria, ministra Cármen Lúcia, apresentou o resumo da controvérsia e, em seguida, foram apresentadas as sustentações orais. O julgamento prosseguirá em data ainda a ser marcada.
Sustentações

De acordo com o advogado-geral da União substituto, Flavio José Roman, a Constituição permitiu a criação de um órgão regulador para o setor de petróleo e gás, e a lei definiu o alcance dessa regulação. Ele destacou que o STF, em diversos julgados, tem reafirmado a constitucionalidade do poder normativo das agências reguladoras, como a ANP, desde que sigam os padrões da Constituição e da legislação.

Pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Marina de Araújo Lopes defendeu a necessidade da agência reguladora e de suas funções e competências estabelecidas. Ela lembrou que, em caso similar sobre a Anatel, o Supremo afirmou que a complexidade e a necessidade tecnológica exigem a descentralização do poder e que licitações, contratos e autorizações devem ser feitos de forma técnica e detalhada para proteger o interesse público. Com informações da assessoria de imprensa do STF.

ADI 3.596

O Estado de S.Paulo - SP   18/11/2024

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou neste sábado, 16, Chris Wright, diretor executivo da Liberty Energy, uma companhia de fraturamento hidráulico (fracking) do Colorado, como sua escolha para secretário de energia.

Wright, que se descreve como “um nerd da tecnologia que se tornou empreendedor”, é um conhecido defensor do desenvolvimento de petróleo e gás, e costuma promover uma mensagem positiva de que o petróleo e o gás podem tirar as pessoas da pobreza, enquanto critica os estudos sobre mudanças climáticas. Em um vídeo postado no LinkedIn no ano passado, Wright declarou: “Não existe crise climática, e nós também não estamos no meio de uma transição energética”.

Ele também criticou o que chama de abordagem “de cima para baixo” das questões climáticas por grupos progressistas e de esquerda, e declarou que o movimento climático global está “desmoronando sob seu próprio peso”.

A Liberty é uma grande fornecedora de serviços para a indústria energética, com foco em tecnologia. Wright formou-se no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e fez pós-graduação em engenharia elétrica na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em 1992, fundou a Pinnacle Technologies, que ajudou a lançar a produção comercial de gás de xisto por meio de fraturamento hidráulico. Mais tarde, foi presidente da Stroud Energy, uma das primeiras produtoras de gás de xisto, antes de fundar a Liberty em 2010.

Sem experiência governamental, o indicado foi doador da campanha republicana e chamou a atenção de Trump em parte por suas aparições na Fox News. Ele também aparece frequentemente em podcasts e vídeos em redes sociais, muitas vezes usando linguagem e imagens associadas a causas progressistas.

Trump anunciou sua escolha em um comunicado e o elogiou como “um tecnologista líder e empreendedor em energia”. Ele disse que, além de liderar o Departamento de Energia, Wright também seria membro do recém-formado conselho nacional de energia.

“Ele trabalhou em nuclear, solar, geotérmica, petróleo e gás”, escreveu Trump, referindo-se a Wright. “Mais significantemente, Chris foi um dos pioneiros que ajudaram a lançar a revolução do xisto americano que alimentou a independência energética americana, e transformou os mercados globais de energia e a geopolítica.”

Trump também disse que Wright trabalhou por anos com Doug Burgum, o governador de Dakota do Norte escolhido para ser o secretário do interior do novo governo republicano e chefe de um novo conselho nacional de energia. Trump disse que Wright e Burgum trabalhariam juntos para “impulsionar o domínio energético dos EUA”, em parte cortando regulamentações.

O Departamento de Energia é responsável por promover a segurança energética, ambiental e nuclear dos Estados Unidos. A agência supervisiona a manutenção do arsenal nuclear do país, gerencia 17 laboratórios nacionais de pesquisa e aprovação de exportações de gás natural, além de garantir a limpeza ambiental dos complexos nucleares do país. Ela também promove pesquisas científicas e tecnológicas

RODOVIÁRIO

InfraRoi - SP   18/11/2024

O governo de Pernambuco lançou o PE na Estrada, o maior programa de investimentos em pavimentações já realizado no Estado. Com investimentos superiores a R$ 5 bilhões, envolve ações de implantação, restauração, conservação e projetos para as rodovias do Litoral ao Sertão de Pernambuco, contemplando todas as regiões, numa extensão total de 3,5 mil quilômetros.

O PE na Estrada é um programa voltado para rodovias, estradas vicinais e vias urbanas, por meio da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), Companhia Estadual de Habitação e Obras, Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca e Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Como esforço de intensificar a recuperação da malha rodoviária estadual, em andamento desde janeiro do ano passado, o governo já assinou um conjunto de ordens de serviço para a requalificação de 19 rodovias estaduais. Este lote representa um investimento de R$ 400,2 milhões e 387 quilômetros de obras em todo o Estado. O Governo de Pernambuco, através da Semobi e do DER, investiu até os 18 meses da atual gestão, R$ 119 milhões na conservação de 9,2 mil quilômetros na malha viária estadual.
Infraestrutura é prioridade para Pernambuco, diz governo

Uma das mais importantes obras do estado de Pernambuco, o Arco Metropolitano está incluído no PE na Estrada, com a construção do segmento Sul. A iniciativa prevê melhorar consideravelmente a trafegabilidade de veículos que passam diariamente na BR-101 em Recife e Jaboatão.

O Arco Sul é dividido em dois segmentos. O primeiro fica entre a BR-101 em Paudalho até a BR-232 em Moreno e o outro entre Moreno e a BR- 101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho. Os investimentos no Arco somam R$ 1,3 milhões, sendo uma das mais importantes intervenções integrantes do programa.

O governo de Pernambuco defende que a melhoria das estradas e rodovias leva aos cidadãos mais qualidade de vida e
desenvolvimento econômico das regiões, escoando a produção e gerando crescimento, emprego e renda. As obras e projetos trazem melhorias na mobilidade e fluidez no tráfego urbano e interior.

Diário do Aço - MG   18/11/2024

O contrato de concessão da BR-381 entre Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e Governador Valadares tem nova data de assinatura, agora prevista para 24 de janeiro de 2025. Inicialmente, a assinatura ocorreria em 2 de dezembro deste ano.

O adiamento foi solicitado pela empresa 4UM Fundo de Investimentos, vencedora do leilão promovido em agosto. Segundo informações repassadas ao Diário do Aço, a futura concessionária do trecho pediu uma prorrogação de 45 dias para comprovar o cumprimento das condições prévias à assinatura do contrato de concessão.

Com a concessão, estão previstas 51 mudanças no traçado da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Estima-se um investimento de R$ 9,34 bilhões em 296,32 quilômetros da estrada. A concessionária deverá duplicar 106 quilômetros de rodovia ao longo de 13 cidades, incluindo a região do Vale do Aço.

Cinco praças de pedágio estão previstas para o trecho da BR-381, localizadas nos municípios de Caeté, João Monlevade, Jaraguaçu, Belo Oriente e Governador Valadares. A cobrança deve começar em janeiro de 2026, após um ano de atuação da concessionária na manutenção e operação da rodovia, quando também serão iniciadas as obras de duplicação.

Trechos
Conforme já divulgado pelo Diário do Aço, no início deste mês o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) publicou a ordem de serviço para a elaboração dos projetos básico e executivo de engenharia das obras de duplicação do lote 8A da BR-381, entre o trevo de Caeté e Ravena, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Para 4 de dezembro, está prevista a licitação para a contratação dos projetos básico e executivo da obra do lote 8B, entre Ravena e Belo Horizonte. As obras de duplicação e melhoria dos lotes 8A e 8B foram retiradas do edital de concessão e serão custeadas com recursos da União.

Valor - SP   18/11/2024

Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) deve deliberar sobre a troca de controle da Rodovias do Tietê mediante a conversão das dívidas em participação acionária

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) estabeleceu um prazo de 180 dias para que a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) delibere sobre a troca de controle da Rodovias do Tietê, mediante a conversão das dívidas em participação acionária, de forma a implementar o plano de recuperação judicial da empresa, que está em curso há três anos.

Trata-se de um aumento do prazo para a análise pelo órgão. Na decisão, a juíza Thais Galvão Camilher Peluzo destaca que o prazo maior não significa que os esforços para aprovação do plano pela Artesp devam ser reduzidos. “Aguarda este juízo que, com o dilatar do prazo que ora se apresenta, não recuem os interessados em seus máximos esforços na necessária aprovação, sob pena, por óbvio, da adoção de novas medidas judiciais suficientes a combater o cenário de inércia e ínfima proatividade que outrora se estabelecia”, frisa a magistrada.

Na mesma decisão foi também deferido o pedido da companhia para se pagar os credores menores, tal como os trabalhistas e fornecedores. “Verifica-se que todos os ativos participantes da presente recuperação (credores, Ministério Público, Administrador Judicial) se fizeram prontamente consultados por este juízo acerca da concordância e viabilidade da tomada do início do cumprimento do plano, revelando-se todos, em unanimidade, favoráveis ao início dos pagamentos”, ainda conforme a decisão.

A maior credora da companhia é a gestora Journey, que reuniu os debenturistas da companhia em um fundo. Agora aguarda o aval da Artesp para a troca de controle, com a dívida sendo convertida em ações. A projeção é que, com a conversão, a dívida da empresa, hoje de R$ 1,7 bilhão, seja zerada. Ainda no plano existe um comprometimento da gestora para um empréstimo DIP (aquele em que ocorre dentro de um processo de recuperação judicial) de R$ 150 milhões.

AGRÍCOLA

Valor - SP   18/11/2024

Eventos climáticos, baixa no preço das commodities de grãos e juros elevados derrubaram o comércio de implementos agrícolas em 2024

Após um ano de forte retração por causa de fatores como eventos climáticos desfavoráveis, baixa no preço das commodities de grãos no mercado internacional e juros elevados, o setor de máquinas e implementos agrícolas espera recuperar parte do fôlego no próximo ano. A expectativa para 2025 é de aumento de cerca de 8% no mercado de tratores e colheitadeiras novas, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

“É uma projeção conservadora, já que o preço das commodities, os juros e área de plantio devem permanecer no mesmo patamar. Apenas esperamos não sofrer com a estiagem no ano que vem”, diz o presidente da câmara setorial de máquinas e implementos agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão Bastos. Nos primeiros nove meses deste ano, a receita líquida das fabricantes de máquinas pesadas para o campo recuou cerca de 25%, para R$ 45 bilhões. Até setembro, foram vendidas, no total, 38.733 unidades - entre colheitadeiras e tratores -, o equivalente a 72% do registrado no mesmo período de 2023. As vendas de colheitadeiras foram as mais impactadas: caíram 59,3%.

Preço e seca contribuíram para esse quadro, segundo Bastos. Produtores de milho e soja (60% do mercado de máquinas agrícolas) estão sentindo os efeitos da baixa no valor das commodities causada pelo excesso de oferta no mercado mundial, e a estiagem severa contribuiu para reduzir a produtividade e a rentabilidade das lavouras. “Por precaução, o pessoal acaba segurando os novos investimentos em máquinas”, diz o executivo, que também cita a baixa expansão das áreas de plantio ocorrida na última safra. “Em 2025, o cenário deve ser muito parecido, com exceção da estiagem, que esperamos que não se repita”, completa.

Em busca por equilíbrio no mercado, as fabricantes investem na expansão do portfólio de produtos e carteiras de clientes. Na Massey Ferguson, a procura tem sido maior por produtores de cana-de-açúcar, café e citrus. “A agricultura familiar e os pequenos e médios produtores estão apresentando um desempenho sólido devido às múltiplas atividades dentro da fazenda e que ajudam a mitigar riscos em relação à rentabilidade”, conta Rodrigo Junqueira, gerente-geral da AGCO e vice-presidente da Massey Ferguson América do Sul.

Segundo ele, o impacto da retração no mercado foi sentido na área de colheitadeiras. “Mantivemos boa performance com foco em segmentos onde há maior demanda, como tratores de média e baixa potência”, diz Junqueira, que espera maior equilíbrio no setor em 2025. “A demanda por tecnologias que aumentam a eficiência e reduzem custos deve impulsionar o mercado de máquinas.”

Em meio às dificuldades do produtor para pagamento à vista ou juros elevados, consórcios têm sido uma alternativa para aquisição de máquinas. De janeiro a setembro, o número de consorciados cresceu 11,7% sobre o mesmo período de 2023, para 278,6 mil, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). O presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, diz que a modalidade atraí o produtor devido a facilidades como pagamento das parcelas por safra e o pagamento de meia parcela, além de outras formas para negociação das cotas e aquisição dos equipamentos.

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