Valor - SP 17/12/2024
Instituto Aço Brasil destaca importância de redução do custo Brasil e da implementação da reforma tributária, além de lamentar a inclusão de carvão e minério no “imposto do pecado”
Em coletiva de imprensa de encerramento do ano, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, destacou a relação entre o crescimento do país e o desenvolvimento do setor de aço, com estimativa de produção de aço bruto de 33,8 milhões de toneladas em 2024, representando um crescimento de 5,5% frente ao ano passado.
Por outro lado, as exportações do insumo para 2024 foram estimadas em 21,1 milhões de toneladas, representando queda de 8,7%, enquanto as importações registraram aumento de 24%. Segundo o executivo, é essencial que o mercado interno cresça para fortalecer a indústria nacional, que realiza investimentos anuais de R$ 12 bilhões. No entanto, as importações, especialmente as provenientes da China, não devem ser tão expressivas a ponto de prejudicar a competitividade da indústria local.
“2024 foi um ano em que cresce o Brasil, cresce o setor e crescem as preocupações. Entre os motivos, estão a invasão das importações com práticas predatórias, situação fiscal e trajetória da dívida pública, desvalorização do câmbio, aceleração da inflação e elevação da taxa básica de juros”, ressaltou o executivo.
Lopes destacou a importância de redução do custo Brasil e da implementação da reforma tributária, além de lamentar a inclusão de carvão e minério no imposto seletivo, conhecido como “imposto do pecado”.
Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais, ressaltou que, no Brasil, o setor de ferro e aço é responsável por cerca de 4% das emissões, enquanto globalmente a produção de aço responde por aproximadamente 7%. Isso coloca o Brasil em uma posição de contribuição abaixo da média mundial.
“A China é a responsável pela maior parte das emissões e, em 2030, vai cair um pouco em função do aumento das emissões da Índia. (...). A América Latina representa apenas 2%”, disse Yuan.
R$ 180 bi para atingir neutralidade climática no setor
Para avançar na transição energética, o setor de ferro e aço no Brasil precisa de recursos da ordem de R$ 180 bilhões como forma de atingir a neutralidade climática, segundo avaliação do Instituto Aço Brasil. O segmento tem como meta ser Net Zero até 2050.
Essa meta envolve investimentos em tecnologias de baixo carbono, maior eficiência energética, uso de biocarbono e iniciativas como a substituição gradual do carvão mineral por alternativas mais sustentáveis nos alto-fornos. Além disso, o setor tem defendido a adoção de políticas públicas que favoreçam uma transição equilibrada e viável economicamente.
No entendimento de Mello Lopes, o Brasil precisa ainda ter oferta de sucata, o que demanda um crescimento maior do país; gás natural a preço competitivo; e recursos com custos atrativos para financiar a transição. “A Petrobras não pode estar nesta postura monopolista e nós ficamos nesta busca inglória”, diz Lopes.
O executivo ressalta que países como Brasil, China e Índia, por estarem no mesmo patamar de nações em desenvolvimento, devem ter condições específicas em relação às suas obrigações climáticas. Atualmente, o principal emissor de gases de efeito estufa no Brasil é decorrente das queimadas e do desmatamento. No entanto, segundo Cristina Yuan, a pressão recai majoritariamente sobre a indústria.
“A China é a responsável pela maior parte das emissões e, em 2030, vai cair um pouco em função do aumento das emissões da Índia. (...). A América Latina representa apenas 2%”, diz Yuan.
Infomoney - SP 17/12/2024
O Tesouro dos Estados Unidos informou à Nippon Steel que a comissão que analisa a proposta de compra da U.S. Steel pela companhia japonesa por 14,9 bilhões de dólares ainda não chegou a um acordo sobre uma decisão, publicou o Financial Times no domingo.
O Tesouro, que lidera o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS), escreveu para ambas as empresas no sábado dizendo que as nove agências do painel estão tentando chegar a um consenso antes do prazo final para apresentar uma recomendação ao presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou o jornal, citando várias fontes familiarizadas com as negociações.
O CFIUS, um poderoso comitê encarregado de analisar os investimentos estrangeiros em empresas norte-americanas quanto aos riscos à segurança nacional, tem até 22 de dezembro para tomar uma decisão sobre a aprovação, bloqueio ou extensão do prazo para a análise do negócio, informou a Reuters.
U.S. Steel, CFIUS e Nippon Steel não comentaram o assunto. Representantes do Tesouro dos EUA também não quiseram comentar.
O negócio enfrentou oposição nos EUA desde que foi anunciado no ano passado, com Biden e seu sucessor Donald Trump indicando publicamente suas intenções de bloquear a compra da siderúrgica norte-americana pelo grupo japonês.
O CFIUS disse às duas empresas em setembro que o negócio criaria riscos à segurança nacional porque poderia prejudicar o fornecimento de aço necessário para projetos críticos de transporte, construção e agricultura, de acordo com uma carta vista pela Reuters.
Valor - SP 17/12/2024
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, as medidas comerciais desaceleraram o ingresso de alguns itens, porém não derrubaram a invasão do produto chinês
A escalada do aço chinês entrando no mercado nacional deve se manter firme em 2025, apesar das medidas do governo que começaram a vigorar em junho, a fim de conter a enxurrada de importações do país asiático, e que ainda não surtiram o efeito desejado pelas siderúrgicas locais.
Devido à concorrência do aço proveniente da China e de outros países asiáticos, o governo estabeleceu uma regulamentação para limitar a importação de nove itens (NCMs, ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul) do setor siderúrgico. As cotas de importação foram definidas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), e o excedente estará sujeito a uma alíquota majorada de 25% no Imposto de Importação.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, as medidas comerciais desaceleraram o ingresso de alguns itens, porém não derrubaram a invasão do produto chinês. Para 2025, a previsão é de crescimento de 11,5% nas importações de aço laminado, para mais de 2,3 mil toneladas, enquanto a produção nacional deve ter uma queda de 0,6%.
De acordo com Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, a interação do setor com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) tem sido muito produtiva, porém os volumes importados dos produtos siderúrgicos que foram enquadrados no programa de cota-tarifa do Mdic tiveram uma redução muito pequena.
“O mecanismo cota-tarifa, adotado pelo governo em junho, foi importante para travar a escalada das importações, mas não foi suficiente para reduzi-las. Pedimos a aplicação de mecanismos de defesa para mais quatro NCMs e seguimos monitorando os números”, diz Lopes.
Em 2024, as importações avançam 24%, para 6,2 milhões de toneladas, sendo que as de laminados crescem 15%, para 5,1 milhões de toneladas. Se comparado com a média entre 2020 e 2022, o ingresso de laminados no país crescerá 66%.
Egito e Peru também estão aumentando suas importações, aproveitando-se de acordos comerciais bilaterais. No entanto, o Instituto Aço Brasil avalia que o setor pode ingressar com uma ação antidumping, um instrumento de defesa comercial utilizado para combater práticas desleais de comércio.
Diário do Comércio - MG 17/12/2024
A adoção de um sistema de cotas de importação de aço com tarifa de 25% sobre o volume excedente, ao longo de um ano a partir de junho, conseguiu frear a escalada das importações chinesas, mas não surtiu o efeito esperado de reduzir a entrada de produtos siderúrgicos no mercado brasileiro, disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
Não conseguir o efeito esperado, segundo ele, deve-se, em parte, ao fato de a indústria chinesa reduzir expressivamente os preços a cada nova tarifa imposta. Em coletiva de imprensa do Instituto nesta segunda-feira (16), Marco Polo de Mello Lopes mostrou que a tonelada do aço, exportada da China, registrou uma redução de 13,3% do preço em 2024.
Para Lopes, essa é a comprovação de uma política de estado da potência chinesa, com objetivo de ocupar 30% da produção industrial do mundo em uma década. Ele espera uma renovação do sistema cota-tarifa em maio do próximo ano, com uma revisão da cota de importação, que considera ter sido calculada de forma generosa pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
“Nós queremos renovar o sistema, talvez com uma cota mais realista, com a inclusão de produtos, e, a partir de maio do ano que vem, fazer um sistema mais robusto, com uma mais perto do que seria a realidade”, disse.
Minas Gerais produz 920 mil toneladas de aço em outubro
O setor estuda processos comerciais, como medidas antidumping e salvaguardas, para tentar reequilibrar a competição com o aço chinês. Hoje, a China exporta o equivalente a três vezes a produção total de aço do Brasil.
“Eu brinco que tem que chamar a cavalaria para entrar nessa guerra com tudo, para poder fazer com que o jogo seja equilibrado”, declarou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil.
Ele apontou a necessidade de uma fiscalização maior sobre as NCMs – nomenclaturas comuns do Mercosul para descrever os produtos que possam ser utilizadas como uma espécie de fuga da taxação.
“Nós temos tido uma conversa – que nunca tivemos – muito apropriada com a Receita Federal e com a Secex (Secretária de Comércio Exterior), para poder identificar essas informações”, afirmou Lopes. “Tenho a expectativa de que, com esse conjunto, voltado para fiscalização, a adequação de cotas mais realista, a gente pode enfrentar melhor esse desafio das importações”, completa.
Setor prevê queda na produção de aço em 2025
Com base nos dados até novembro, o Instituto Aço Brasil estima que a produção do setor deve:
fechar o ano com 33,8 milhões de toneladas, crescimento de 5,5% em relação a 2023 as vendas internas chegarão a 21,2 milhões de toneladas, um aumento de 8,4% as exportações devem fechar 2024 em queda de 15,2%, em torno de 9,9 milhões de toneladas por fim, o consumo aparente terá alta de 9,6%, com 26,3 milhões de toneladas
Durante a coletiva, Marco Polo de Mello Lopes lamentou que o desempenho poderia ser ainda maior, não fosse a competição com a importação de aço da China. “É lamentável que poderia ter sido muito melhor, se 20% desse nosso mercado das vendas não tivesse sido ocupada por essas importações predatórias”, ressaltou.
Já em relação ao próximo ano, o Instituto Aço Brasil prevê uma queda de 0,6% na produção, para 33,6 milhões de toneladas. A entidade também espera uma redução de 0,8% nas vendas internas, para 21 milhões de toneladas.
Por outro lado, o setor espera uma alta de 2,2% nas exportações de aço do País, para 2,3 milhões de toneladas, e aumento de 11,5% nas importações de laminados, com 5,6 milhões de toneladas. Segundo o Instituto, em 2025, o consumo aparente no período deve variar 1,5%, para 26,7 milhões de toneladas.
Infomoney - SP 17/12/2024
A indústria siderúrgica estimou nesta segunda-feira (16) que a produção de aço bruto do Brasil em 2025 vai cair 0,6%, para 33,58 milhões de toneladas, enquanto as vendas no mercado interno deverão recuar 0,8%, para 21 milhões de toneladas, informou a entidade que representa as usinas, Aço Brasil.
A expectativa para o consumo aparente, métrica que reúne as vendas no mercado interno de produtos feitos no país e importados, é de avanço de 1,5%, para 26,66 milhões de toneladas, informou a entidade.
O Aço Brasil, que em meados do ano reviu suas projeções de 2024 para um crescimento de 0,7% na produção, ante expectativa anterior de queda de 3%, estimou que o setor deve encerrar este ano com alta de 5,5% no volume produzido, a 33,79 milhões de toneladas.
De janeiro a novembro, o setor produziu 31,17 milhões de toneladas de aço bruto, um crescimento de 5,6% na comparação anual.
O Estado de S.Paulo - SP 17/12/2024
O mercado financeiro voltou a elevar as projeções para a inflação no Brasil. A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela nona semana consecutiva, passando de 4,59% para 4,6% - acima do teto da meta, de 4,5%. Um mês antes, a projeção era de 4,12%. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira, 16.
A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos (1,5% a 4,5%). Se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.
A estimativa intermediária para a inflação de 2024, por sua vez, passou de 4,84% para 4,89%, também acima do teto, de 4,50%. Quatro semanas atrás, estava em 4,64%.
Na última terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA avançou 0,39% em novembro, acima da mediana das expectativas do mercado apuradas pelo Projeções Broadcast, que era de 0,36%.
No Focus, a mediana para a inflação de 2026 continuou em 4%, interrompendo uma sequência de seis semanas de alta. A projeção para 2027 avançou de 3,58% para 3,66%, o segundo aumento consecutivo.
Juros mais altos
A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 saltou de 13,5% para 14%, no primeiro boletim divulgado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 11. O colegiado elevou os juros em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, e sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude - que levariam a taxa a 14,25% em março do ano que vem, o maior nível desde 2016.
A estimativa intermediária para os juros no fim de 2026 subiu de 11% para 11,25%, ante 10% um mês antes. A projeção para o fim de 2027 se estabilizou em 10%, 0,75 ponto porcentual acima do nível de 9,25% esperado quatro semanas atrás.
Na última quarta-feira, o Copom afirmou que a materialização de riscos desde a sua reunião anterior, de novembro, tornou o cenário “menos incerto e mais adverso”. O colegiado aumentou as suas projeções de inflação para 2024 (de 4,6% para 4,9%), para 2025 (3,9% para 4,5%) e para o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária (3,6% para 4%). Mesmo assim, manteve o balanço de riscos assimétrico para cima.
O colegiado afirmou, ainda, que a reação dos agentes ao pacote de ajuste fiscal do governo levou a uma “dinâmica inflacionária mais adversa”, por meio de impactos nas expectativas de inflação, no prêmio de risco e na taxa de câmbio.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”, diz o comunicado da decisão.
Atividade econômica
O relatório Focus trouxe também expectativas mais altas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A mediana para 2024 subiu de 3,39% para 3,42%, a quarta alta consecutiva. Um mês antes, a estimativa era de 3,10%.
Na última sexta-feira, o Banco Central informou que seu índice de atividade econômica (IBC-Br) cresceu 0,14% em outubro. O resultado, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de variação zero, mostrou que a economia brasileira começou o quarto trimestre com fôlego maior do que se esperava. No terceiro trimestre, o PIB cresceu 0,9%, mais do que se previa.
A estimativa intermediária para 2025 passou de 2,0% para 2,01%, ante 1,94% um mês antes. Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 71 e 73 semanas, respectivamente.
Globo Online - RJ 17/12/2024
O Banco Central divulga nesta terça-feira a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acelerou a alta da Selic para 1 ponto percentual, subindo a taxa de 11,25% para 12,25% ao ano. O órgão ainda prometeu mais dois aumentos da mesma magnitude nas reuniões seguintes.
Na reunião da semana passada, o BC entregou o "choque de juros" esperado pelo mercado financeiro em meio à disparada do dólar e das expectativas de inflação. Mas isso na foi suficiente para segurar o dólar e o estresse no mercado.
Se a promessa se materializar nas próximas duas reuniões, a taxa chegaria em março de 2025 a 14,25% em março, o mesmo patamar anual do pico dos juros no governo de Dilma Rousseff.
Com esses dados, o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, assumirá o Banco Central com uma taxa de juros maior que a do início do mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, criticado diversas vezes pelo governo Lula. O máximo de juros que Campos Neto entregou foi 13,75%, em 2022. Já Galípolo terá, no mínimo, 14,25%.
Tudo ou nada
No comunicado da reunião, na semana passada, o BC já havia mandado alguns recados. O primeiro foi direto. Já estão contratados mais 2 pontos percentuais de aperto da Selic. Ou seja, pelo menos os juros sobem até 14,25%. Ou mais. Esse é o piso no momento.
Desde o início do ciclo de alta, em setembro, o BC vinha optando por manter em aberto suas decisões futuras diante de um cenário de incerteza.
Impacto fiscal
O BC também disse claramente que o efeito do anúncio do pacote fiscal pelo governo federal na taxa de câmbio e nas expectativas inflação "contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa".
No último Copom, o BC já havia listado como risco para o aumento da inflação o efeito de "políticas econômicas externa e interna" por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
A autoridade monetária também vinha acompanhando com atenção os desenvolvimentos fiscais e havia alertado em novembro sobre a necessidade de apresentação e execução de medidas fiscais estruturais.
Nova surpresa
O Copom destacou no comunicado o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, cujo crescimento foi de 0,9%.
Para o comitê, com o resultado, houve abertura adicional do hiato do produto (indicador de demanda acima da oferta na economia). Ou seja, a atividade está operando em um nível ainda mais alto do que sua estrutura produtiva suporta, o que tem impacto inflacionário.
Disparada da inflação
Assim como as expectativas de inflação, as projeções oficiais do BC para o IPCA dispararam em relação ao Copom de novembro.
Para 2025, a projeção subiu de uma vez 0,60 ponto percentual, de 3,9% para 4,5%, no limite superior da meta. No horizonte relevante da política monetária, o segundo trimestre de 2026, a alta foi de 3,6% para 4,0%.
"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista."
Efeito Trump
No cenário externo, o Copom retirou do comunicado a palavra "incerta" para se referir à conjuntura econômica dos Estados Unidos. O último encontro ocorreu no mesmo dia do resultado da eleição presidencial norte-americana, que deu vitória a Donald Trump, e resultou em uma surpreendente primeira reação positiva dos mercados.
Com mais tempo de avaliação e analisando os últimos dados da economia americana, o Copom concluiu agora que a conjuntura econômica dos Estados Unidos "suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed".
Exame - SP 17/12/2024
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na manhã desta segunda-feira, 16, que o Brasil é um dos países que mais taxam os produtos americanos e prometeu responder na mesma moeda.
“A palavra 'recíproco' é importante. O Brasil nos taxa muito. Se eles querem nos taxar, tudo bem. Taxaremos de volta”, declarou o líder republicano, durante um evento em Mar-a-Lago, sua residencia na Flórida.
Essa foi a primeira vez que Trump citou o Brasil como alvo explícito de suas ameaças de aumento de tarifas. Segundo ele, a Índia também está no radar da nova política americana.
No fim de novembro, Trump anunciou que pretende impor tarifa extra de 25% sobre todos os produtos do México e do Canadá que entrarem no país, e de 10% sobre os da China, após tomar posse, no dia 20 de janeiro.. Ele disse que as taxas serão mantidas até que os países vizinhos tomem medidas contra a imigração ilegal e o tráfico de fentanil.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, depois da China. Neste ano, desde janeiro, o Brasil exportou US$ 36,5 bilhões aos EUA e importou US$ 37,3 bilhões em produtos americanos, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.
Em 2023, os Estados Unidos compraram US$ 29,9 bilhões em produtos manufaturados brasileiros, como aeronaves, aço, máquinas para construção e mineração, motores e geradores. Além disso, o país exporta muito café em grão e suco de laranja aos EUA. Os produtos agrícolas possuem cotas de importação para poderem ser vendidos no mercado americano.
O Brasil cobra Imposto de Importação sobre produtos dos EUA, que podem chegar a 60% do valor do produto. Além disso, os itens podem ser taxados com IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/Cofins e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a depender do tipo de produto e de vários fatores.
Em dezembro de 2019, o republicano anunciou subitamente que aumentaria tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil, mas recuou da medida em duas semanas, após conversar com o então presidente Jair Bolsonaro. A medida nunca entrou em vigor.
"Acho que o Brasil está mais preparado hoje para amortecer esses tipos de política e há tempo para buscar outros parceiros comerciais", diz Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM. Um exemplo disso foi o avanço do acordo entre União Europeia e Mercosul, fechado no começo de dezembro e que aguarda ratificação pelos europeus.
Investimentos bilionários
O republicano deu as declarações durante um evento em Mar-a-Lago, na Flórida, ao lado do CEO do SoftBank, Masayoshi Son, que anunciou um plano de investir US$ 100 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos.
“Ele está fazendo isso porque se sente muito otimista em relação ao nosso país desde a eleição”, disse Trump, acrescentando que a promessa representava uma "demonstração de confiança no futuro dos Estados Unidos".
O plano inclui uma promessa de criar 100 mil empregos focados em inteligência artificial e infraestrutura relacionada, incluindo investimentos em centros de dados, semicondutores e energia, de acordo com pessoas ligadas ao SoftBank.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/12/2024
Um porta-voz do Ministério do Comércio da China instou os Estados Unidos a cancelar as tarifas adicionais sobre os produtos chineses, em rodada de perguntas e respostas à repórteres. Na ocasião, o representante disse que o país tomará as medidas necessárias para “defender resolutamente os seus direitos e interesses”.
“Os Estados Unidos deveriam corrigir imediatamente os seus erros e cancelar as tarifas adicionais impostas à China”, afirmou, em referência a tarifas anunciadas contra tungstênio, polissilício e outros produtos. Segundo o porta-voz, a Organização Mundial do Comércio (OMC) já informou que as tarifas americanas sobre importações chinesas violam as regras da OMC.
“As medidas tarifárias dos Estados Unidos não resolverão os problemas do déficit comercial e da competitividade industrial no país, e aumentarão a inflação americana, prejudicando os interesses dos consumidores e minando seriamente a ordem econômica e comercial internacional”, pontuou.
Monitor Digital - RJ 17/12/2024
A produção industrial da China manteve uma expansão estável em novembro em meio a medidas para atualizações de equipamentos industriais, apresentou dados oficiais divulgados nesta segunda-feira.
O Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) informou que a produção industrial de valor agregado, um importante indicador econômico, cresceu 5,4% ano a ano em novembro.
Falando em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do DNE, Fu Linghui, disse que a produção industrial apresentou um crescimento estável, impulsionado pelas atualizações de equipamentos em larga escala e programas de substituições de bens de consumo.
Os dados do DNE mostraram que a produção do setor de fabricação de equipamentos subiu 7,6% em novembro em termos anuais, 1% a mais do que no mês anterior, contribuindo com quase metade do crescimento geral da produção industrial.
A indústria manufatureira de alta tecnologia também registrou um desempenho espetacular, com sua produção subindo 7,8% ano a ano no mês passado. O ritmo de crescimento superou a produção industrial geral em 2,4%.
Em particular, no mês passado, a produção chinesa de veículos de nova energia, robôs industriais e produtos de circuitos integrados aumentou 51,1%, 29,3% e 8,7%, respectivamente.
Em uma base mensal, a produção industrial subiu 0,46% em novembro em relação ao mês anterior, mostraram dados do DNE. Durante o período de janeiro a novembro, recrutou anualmente 5,8%.
A produção industrial mede a atividade de empresas, cada uma com uma receita anual proveniente dos negócios principais de pelo menos 20 milhões de yuans (cerca de 2,8 milhões de dólares americanos).
O índice de gerentes de compras (PMI) para o setor manufatureiro ficou em 50,3|% no mês passado, representando um aumento mensal de 0,2% e superando a linha de expansão de 50 pela segunda vez desde que voltou à expansão em outubro, após cinco meses consecutivos de contração.
Impulsionada por uma série de medidas políticas, a economia chinesa alcançou um crescimento geralmente estável enquanto progredia, com fatores positivos se acumulando ainda mais, disse Fu.
O Estado de S.Paulo - SP 17/12/2024
O relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 no Congresso Nacional vai trazer um dispositivo que obriga o governo federal a mirar apenas no centro da meta fiscal até outubro de 2025, sem considerar o piso inferior da banda que permite um ajuste mais frouxo nas contas públicas.
A meta de resultado primário (saldo entre receitas e despesas, sem considerar os juros da dívida) estabelece um déficit zero nas contas públicas em 2025. Mas há uma tolerância equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para mais ou para menos – o que, na prática, permite um déficit de R$ 30,97 bilhões no ano que vem.
Em 2024, o governo usou essa tolerância para diminuir a necessidade de congelamento de despesas, afrouxando o controle das contas públicas. Essa prática de mirar no limite inferior da meta vem recebendo críticas de analistas do mercado, de consultorias de Orçamento do Congresso e do próprio Tribunal de Contas da União (TCU).
A cada dois meses, o governo faz uma avaliação do comportamento das receitas e despesas para definir se há necessidade de congelamento no Orçamento (contingenciamento, como é chamado tecnicamente) para cumprir a meta fiscal. Esse congelamento acontece, por exemplo, quando a arrecadação não vem como era esperado, como ocorreu ao longo deste ano, e só se desfaz quando as contas voltam a ficar em dia.
Com a nova regra da LDO, até o quinto bimestre do ano, ou seja, até outubro de 2025, o governo terá de mirar no centro da meta, ou seja, no déficit zero, o que poderá exigir cortes maiores. O governo só poderá considerar a banda inferior a partir desse período.
O projeto da LDO deve ser votado nesta terça-feira, 17, pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e depois seguirá para o plenário do Congresso Nacional, com previsão de votação até quinta-feira, 19.
O dispositivo foi incluído pelo relator da LDO, senador Confúcio Moura (MDB-RO), após pedido do líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN). O esboço do parecer foi concluído no domingo, 15, e deve ser apresentado na íntegra até esta terça-feira, 17.
“Observou-se ao longo do ano (de 2024), por ocasião das apresentações dos Relatórios de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, que o Poder Executivo não podia se orientar pelo centro da meta, promovendo ajustes mais vigorosos quando necessários, em virtude da falta de ordenamento normativo nesse sentido”, diz o parecer do relator. “De modo a suprir essa lacuna, acolhemos emenda para que o cumprimento da meta de resultado primário somente possa ser baseado no limite inferior a partir da avaliação relativa ao quinto bimestre do exercício financeiro.
O Congresso, por outro lado, quer proteger uma série de despesas do congelamento do governo, proibindo que determinadas áreas sejam alvo do contingenciamento. Entre as áreas ressalvadas estão as universidades federais.
Na prática, essa blindagem engessa o Poder Executivo, que teria menos opções na hora de escolher os programas atingidos. Todos os anos, o Legislativo costuma incluir um rol de despesas que não podem ser congeladas; mas, na prática, o governo acaba vetando essa parte da LDO.
Investing - SP 17/12/2024
Os preços dos contratos futuros de minério de ferro se recuperaram nesta segunda-feira, com o retorno das esperanças de flexibilização monetária na China superando a demanda vacilante de curto prazo e os dados desanimadores sobre imóveis.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,5%, a 802,5 iuanes (110,23 dólares) a tonelada.
No início da sessão, o contrato caiu para o nível mais baixo desde 6 de dezembro, para 788 iuanes por tonelada.
O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Cingapura subia 0,92%, a 104,85 dólares a tonelada, depois de ter caído mais cedo para o nível mais baixo desde 9 de dezembro, a 103,2 dólares a tonelada.
Uma série de dados industriais relativamente fracos manteve vivos os apelos para que Pequim intensifique estímulos voltados para o consumidor, enquanto formuladores de políticas se preparam para mais tarifas comerciais dos EUA em um segundo governo Trump.
A China tem espaço para reduzir ainda mais a taxa de reserva obrigatória (RRR) -- a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas, disse uma autoridade do banco central no sábado, de acordo com a emissora estatal CCTV.
"No curto prazo, os olhos estão voltados para o momento de um possível corte na taxa de juros e no RRR", disse Cheng Peng, analista da Sinosteel Futures.
Os ganhos de preço, entretanto, foram limitados pelos fundamentos fracos de mercado do principal ingrediente da fabricação de aço.
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A produção de aço bruto da China no mês passado caiu 4,3% em relação a outubro, prejudicada por margens mais apertadas e pelo enfraquecimento sazonal do consumo de aço downstream, enquanto analistas esperam que o volume de dezembro caia ainda mais.
O investimento imobiliário na China recuou 10,4% nos primeiros 11 meses de 2024 em relação ao ano anterior, depois de cair 10,3% em janeiro-outubro, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) na segunda-feira.
Valor - SP 17/12/2024
Após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que causou a morte de 19 pessoas e um desastre ambiental, a Samarco ficou com as atividades paralisadas por 5 anos
A mineradora Samarco, que tem como sócias Vale e BHP, concluiu mais uma etapa em seu plano de retomada operacional, nesta segunda-feira (16), com a reativação do concentrador 2 e a implementação de mais uma unidade de filtragem de rejeitos no complexo de Germano (MG). A companhia também espera obter aval da Justiça e dos administradores judiciais para sair da recuperação judicial.
Com reativação do concentrador 2, a Samarco vai alcançar produção de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério em 2025. Esse volume é o dobro da produção que a companhia obteve quando retomou suas atividades em 2020.
Após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que causou a morte de 19 pessoas e um desastre ambiental sem precedentes, a Samarco ficou com as atividades paralisadas por cinco anos.
Atualmente, a Samarco opera com 60% da capacidade instalada, o que corresponde a 9 milhões de toneladas por ano. O presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga Vilela, diz que a produção neste ano deve ficar entre 9,3 milhões de toneladas e 9,4 milhões de toneladas de pelotas, por conta da reativação da usina de pelotização, no Complexo de Ubu (ES), em agosto.
A Samarco investiu R$ 1,6 bilhão na atualização tecnológica da usina de pelotização 3 e do concentrador 2. O complexo de Germano também conta com uma unidade nova de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco, o que aumenta a segurança da operação e permite o reúso da água na operação.
“A perspectiva agora é começar a rodar a segunda linha de produção e fazer a aceleração até março de 2025 para chegar a 15 milhões de toneladas por ano”, afirma Alvarenga. A próxima etapa será atingir 100% da capacidade produtiva instalada até 2028, com a retomada da operação do concentrador 1, em Germano, e das usinas de pelotização 1 e 2 em Ubu, além da construção de uma planta de filtragem em Minas Gerais.
Alvarenga diz que menos de 2% da produção ficam no mercado brasileiro, quase toda a produção é exportada, tendo como principais destinos Américas, Europa e Japão. O executivo acrescenta que, ainda que o mercado internacional apresente incertezas, a Samarco vai manter inalterado o plano de retomada gradual da operação aprovado com os credores.
“Temos um produto de altíssima qualidade com custo competitivo”, observa Alvarenga. O custo de produção está entre US$ 50 e US$ 53 a tonelada, segundo a companhia.
Nos nove primeiros meses do ano, a Samarco registrou produção de 6,9 mihões de toneladas de pelotas e finos de minério, volume estável em relação ao mesmo período de 2023. As vendas recuaram 3% na mesma base de comparação, para 6,5 milhões de toneladas.
No terceiro trimestre, a produção aumentou 23%, para 2,5 milhões de toneladas. A receita recuou 9%, para US$ 290,1 milhões, resultado da queda nos preços do minério de ferro e das pelotas no período e do aumento do estoque para dar suporte à futura capacidade de produção e vendas aumentadas. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 10%, para US$ 156,2 milhões.
Recuperação judicial
O pedido de decretação do encerramento da recuperação judicial foi feito no dia 25 de novembro. Se for aprovado, a empresa fica dispensada da supervisão das atividades pela Justiça e pelos administradores judiciais Paoli Balbino & Barros Administração Judicial, Inocêncio de Paula Sociedade de Advogados, Bernardo Bicalho Sociedade de Advogados e Wald Administração de Falências e Empresas em Recuperação Judicial. Pela legislação, a fase de supervisão dura dois anos a partir da homologação do plano. No caso da Samarco, esse prazo acabaria em agosto de 2025.
“O plano de recuperação consistia em retomar a operação e fazer a reestruturação da dívida com emissão de dívida nova. Nossa percepção é de que isso foi concluído. A empresa está no processo de validação com a Justiça e com o administrador judicial e a expectativa é que consiga sair da recuperação judicial rapidamente”, afirmou Gustavo de Abreu e Souza Selayzim, diretor de estratégia, financeiro e suprimentos da Samarco.
A Samarco entrou em recuperação judicial em abril de 2021, com dívidas da ordem de R$ 50 bilhões, sendo R$ 26 bilhões com títulos emitidos no exterior e R$ 24 bilhões com os acionistas controladores. Em agosto de 2023, homologou o plano de recuperação, que previa a reestruturação da dívida, além de um empréstimo de US$ 250 milhões feito pelas sócias Vale e BHP.
Foi feita a troca dos títulos internacionais por uma nova emissão de US$ 3,56 bilhões no exterior, com vencimento em 2031. Da dívida com Vale e BHP, US$ 2,2 bilhões seriam convertidos em ações e o restante deve ser pago após o pagamento dos credores financeiros.
Acordo de Mariana
“Estamos conseguindo cumprir o plano de recuperação até antes do esperado, junto com a reparação”, diz Souza. No fim de outubro, Samarco, Vale, BHP, União, governos de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministérios Públicos Federal e Estaduais, Defensorias Públicas da União e Estaduais e outros órgãos fecharam o acordo de repactuação de Mariana, de R$ 170 bilhões.
O acordo garante a continuidade da reparação e compromissos futuros no valor de R$ 132 bilhões. A Samarco deve executar R$ 32 bilhões em ações de indenização, reassentamento e reparação ambiental.
Outros R$ 100 bilhões devem ser repassados pela empresa e suas sócias nos próximos 20 anos aos governos para ações de reparação. Até setembro de 2024, a Fundação Renova, criada em 2016 para coordenar as ações de reparação, havia executado R$ 38 bilhões em ações e indenizações.
Como parte do acordo, a Fundação Renova deixará de existir. A fundação está em fase de liquidação e tem um ano para transferência de todas as obrigações de reparação para a Samarco e os governos. Até 2031, a Samarco poderá usar até US$ 1 bilhão do seu caixa para as despesas com a reparação até 2031. A partir de 2031, será responsável integralmente pelos desembolsos.
Aproveitamento de rejeito
A Samarco informou que os investimentos também englobam projetos para ampliar o aproveitamento do rejeito arenoso na fabricação de concreto, e para aproveitamento do ultrafino em pavimentações ecológicas. A empresa usou mais de 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso gerado nas obras de descaracterização da barragem do Germano entre janeiro e outubro deste ano.
A empresa também passou a usar bio-óleo nas usinas de pelotização no Espírito Santo, projeto desenvolvido para substituição gradual do gás natural na matriz energética da empresa.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 17/12/2024
O mercado de caminhões registrou em novembro o emplacamento de 10.200 veículos, com uma média de 535 unidades por dia.
Esse resultado é 16% inferior aos 12.218 veículos vendidos em outubro deste ano e 10,6% superior aos 9.229 veículos comercializados em novembro de 2023, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Para dezembro, a Anfavea projeta um aumento de 5,3% nas vendas, com 10.700 unidades, e termine o ano de 2024 com 124.200 veículos emplacados, avanço de 15,0% sobre os 108 mil veículos vendidos em 2023.
“Há um crescimento expressivo neste ano em relação a 2023, recolocando o setor de caminhões dentro da normalidade”, disse Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea.
Freitas atribuiu o crescimento nas vendas neste ano a dois fatores. “A base do ano passado foi muito baixa por causa da entrada em vigor do Proconve P8 e ainda tem um movimento positivo do PIB, que ajuda na expansão do setor.”
Produção - A produção de caminhões em novembro atingiu 13.200 unidades, 10,7% inferior aos 14.792 veículos fabricados em outubro deste ano e 31,7% acima do mesmo mês de 2023 (10.3030 unidades). Para dezembro a estimativa da Anfavea é de uma redução de 14,2%, chegando a 11.300 unidades.
“O ano de 2023 foi atípico com queda grande na produção por causa da introdução do Proconve P8 e antecipação de compras em 2022. Agora o segmento de caminhões retomou a normalidade e vai fechar 2024 com 141.900 veículos produzidos, 41% superior a 2023”, disse Freitas.
“Mas quando se compara com 2021 e 2022 o mercado estava num patamar melhor, com 160 mil unidades, o que mostra que tem potencial de crescimento”, destacou o vice-presidente da Anfavea.
Exportações - O vice-presidente da Anfavea revelou que o segmento de veículos pesados, especialmente caminhões, vem perdendo volume de exportação principalmente na região América Latina por falta de competitividade por causa de custos dos produtos, e de falta de condições atrativas de financiamento. Em 2024 a Anfavea calcula que sejam exportados 22 mil veículos pesados e em 2025 tenha aumento de 4,5% com o embarque de 23 mil veículos.
2024 - Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, considerou o ano de 2024 espetacular para o setor automotivo.
“Foi um ano bastante complexo e muito duro de harmonização de tecnologias e do setor, em que cada fabricante tinha suas escolhas tecnológicas e houve uma grande corrida junto ao governo, o poder público para que as regulamentações acabassem adequando os planos de investimentos e aquilo que os consumidores desejaram”, destacou Lima.
O presidente da Anfavea lembrou que 2024 começou com muitas incertezas, com calamidades, enchentes no Rio Grande do Sul, greve do setor e em diversos órgãos públicos que acabaram paralisando a produção. Mas foi também um ano histórico a ser celebrado.
“O setor automotivo teve o maior crescimento desde 2007. O Brasil o maior crescimento entre os 10 principais mercados globais e o maior ciclo de investimentos da história do setor automotivo, de mais de R$ 180 bilhões. No setor de autopeças são mais de R$ 50 bilhões. Isso aponta como o Brasil está direcionando e como estamos indo para a produção de novas tecnologias no país.”
Lima lembrou que o primeiro semestre foi difícil para o setor automotivo, problema de abastecimento, mas o segundo semestre foi o melhor em vendas nos últimos 10 anos. “Em 2024 foi gerado 100 mil novos empregos.”
O Estado de S.Paulo - SP 17/12/2024
Uma alteração feita durante a tramitação da regulamentação da reforma tributária no Senado mudou a taxação do setor automotivo e levou as montadoras que têm fábricas no Brasil a apelar para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), intervenha no que eles consideram ser vantagens concedidas a concorrentes 100% elétricos, principalmente os fabricados pela BYD.
A tendência, conforme apurou o Estadão, é que os deputados restaurarem o texto inicial aprovado pela Câmara e descartem as mudanças feitas pelo Senado.
Entre a última segunda e quarta-feira, intervalo em que apresentou formalmente seu relatório e o dia em que o documento foi levado à votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o relator Eduardo Braga (MDB-AM) alterou discretamente o artigo que trata do Imposto Seletivo, também chamado de “imposto do pecado”, incidente sobre os automóveis.
Em vez de dez critérios para a avaliação do veículo, que terá tributação gradativa, ele manteve apenas cinco. As montadoras instaladas no Brasil reclamam que a retirada de três exigências beneficia diretamente os concorrentes 100% elétricos que têm elevada taxa de importação, a exemplo da BYD.
O vice-presidente sênior da empresa chinesa no Brasil, Alexandre Baldy, afirma ser contra a tributação dos elétricos pelo Seletivo por princípio, mas nega que a retirada dos cinco critérios vá beneficiar especificamente a BYD.
“O Imposto Seletivo não serve para o carro elétrico porque ele não emite poluente. Se a base da reforma tributária é a saúde humana e o meio ambiente, o carro elétrico não deveria participar do Seletivo”, afirma.
“Para nós não faz diferença. Temos contrato de conteúdo local com o Estado da Bahia e com o governo federal”, afirmou o executivo. “O carro que nós mais vendemos hoje é o Dolphin Mini, tem potência menor com resposta energética melhor”.
Desde a semana passada, a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) colocou executivos de grandes montadoras em cena em Brasília para tentar restabelecer as regras na Câmara, com o retorno do texto à Casa para avaliação das modificações feitas pelo Senado.
Executivos estiveram com Arthur Lira e os representantes dos setores auto-peças procuraram os integrantes do grupo de trabalho da reforma na Câmara.
Em nota técnica, a que o Estadão teve acesso, a Anfavea reclama de ”impactos negativos no meio ambiente e à indústria nacional”.
“A alteração levanta sérias preocupações ao setor automotivo, especialmente em relação aos seus impactos negativos no meio ambiente e à indústria nacional. Nesse sentido, é fundamental analisar as consequências dessa alteração à luz de determinados critérios retirados do texto, e que devem ser mantidos, conforme texto original”, diz a nota.
‘Imposto do pecado’ para veículos
O Seletivo foi criado para sobretaxar itens que façam mal à saúde ou ao meio ambiente. Os veículos elétricos, que pela proposta original do Ministério da Fazenda, haviam sido poupados por não emitirem CO2, foram incluídos na lista sujeita à tributação na Câmara dos Deputados.
Na ocasião, como revelou o Estadão à época, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e erviços (MDIC) e as montadoras nacionais pressionaram pela inclusão, alegando que o governo não deveria escolher qual tecnologia tributar e que, se os automóveis fossem sobretaxados, que todas as tecnologias fossem tributadas. A BYD se opôs à iniciativa.
Enquanto estrangeiras como a BYD apostam hoje na venda de veículos 100% elétricos, as montadoras instaladas no Brasil investem nos híbridos flex. Essa opção angariou apoio de parte do governo Lula, principalmente no MDIC, que entende beneficiar indiretamente produtores de etanol.
Mas a BYD tem influência entre parlamentares e auxiliares de Lula, principalmente entre os nordestinos, como o chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Guerra de lobbies na Câmara
Os lobbies dos lados da indústria automotiva deverão se enfrentar na Câmara. Nesta segunda-feira, 16, de manhã, segundo deputado que integra o grupo de trabalho da reforma tributária, a tendência era restabelecer as regras aprovadas na Câmara em julho, como pede a Anfavea.
Pelos critérios originalmente elaborados pelo MDIC na política industrial do setor, chamada de Mover, cada veículo receberá uma pontuação que fará com que ele seja gradativamente tributado se é mais poluente.
Ocorre que Braga cortou da lista os critérios de potência, categoria e execução de etapas fabris no Brasil, o que, na visão da Anfavea, beneficia os elétricos e os importadores. Os outros dois itens são o desempenho estrutural do veículo e a densidade tecnológica.
Embora a chinesa tenha se comprometido a erguer uma fábrica na Bahia e começar a fabricar automóveis no ano que vem, concorrentes e técnicos do governo são céticos sobre as etapas fabris que a BYD adotará no Brasil ou se apenas montará veículos com conteúdo importado da China. Há duas semanas, executivos da empresa informaram o presidente Lula que pretendem fabricar híbridos flex no Brasil e já têm o motor pronto para ser fabricado em larga escala.
O argumento da Anfavea é de que a potência e categoria do veículo (se monovolume ou SUV) são critérios que eram mais punitivos para os importados e elétricos, cujos fabricantes miram carros para consumidores de renda mais alta. Se não forem taxados, ficarão mais competitivos do que os concorrentes, movidos a gasolina e etanol ou híbridos e que podem perder mercado até entre consumidores de renda menor.
A previsão é de que uma análise feita pelo grupo de trabalho da reforma tributária seja entregue aos líderes da Câmara entre hoje e esta terça-feira, 17, para que decidam o que deve ser restaurado da versão aprovada na Casa e o que deve ser referendado. Uma reunião com deputados, técnicos da Fazenda e Lira ocorreu na noite deste domingo, 15, para analisar pontos do texto. A votação está prevista para ocorrer nesta terça-feira.
Além do Seletivo para automóveis, estão na mesa os benefícios alargados para a Zona Franca de Manaus, a retirada das bebidas açucaradas do “imposto do pecado” e o tratamento tributário à atividade de saneamento básico.
Após a conclusão na Câmara, o texto da primeira regulamentação da reforma tributária irá à sanção presidencial.
Investing - SP 17/12/2024
A equipe de transição do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está recomendando mudanças para cortar o apoio a veículos elétricos e estações de recarga e fortalecer medidas que bloqueiam a entrada de carros, componentes e materiais de bateria da China, de acordo com um documento visto pela Reuters.
As recomendações, que não foram relatadas anteriormente, ocorrem em um momento em que a transição dos veículos elétricos dos EUA está estagnada e o setor de veículos elétricos da China, altamente subsidiado, continua a crescer, em parte devido à sua cadeia de fornecimento de baterias superior. Na campanha eleitoral, Trump prometeu flexibilizar as regulamentações sobre carros movidos a combustíveis fósseis e reverter o que ele chamou de mandato de VE do presidente Joe Biden.
A equipe de transição também recomenda a imposição de tarifas sobre todos os materiais de bateria globalmente, uma tentativa de impulsionar a produção dos EUA e, em seguida, negociar isenções individuais com os aliados, mostra o documento.
Em conjunto, as recomendações são um grande afastamento da política do governo Biden, que procurou equilibrar o incentivo a uma cadeia de suprimentos de baterias domésticas, separada da China, com uma rápida transição de VE. O plano da equipe de transição redirecionaria o dinheiro que agora flui para a construção de estações de recarga e para tornar os VEs acessíveis para as prioridades de defesa nacional.
As propostas vieram de uma equipe de transição de Trump encarregada de elaborar uma estratégia para a rápida implementação de novas políticas automotivas. A equipe também pede a eliminação do crédito fiscal de 7.500 dólares do governo Biden para a compra de veículos elétricos pelo consumidor, um plano que a Reuters informou pela primeira vez no mês passado.
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As políticas podem afetar as vendas e a produção de veículos elétricos nos EUA em um momento em que muitas montadoras tradicionais, incluindo General Motors (NYSE:GM) e Hyundai, introduziram recentemente uma gama mais ampla de ofertas de veículos elétricos no mercado norte-americano.
O corte do apoio governamental aos veículos elétricos também poderia prejudicar as vendas da Tesla (NASDAQ:TSLA), de Elon Musk, o principal vendedor de veículos elétricos dos EUA. Mas Musk, que gastou mais de um quarto de bilhão de dólares para ajudar a eleger Trump, disse que a perda de subsídios prejudicaria mais os rivais do que a Tesla.
A equipe de transição pede que sejam recuperados os fundos remanescentes do plano de Biden de 7,5 bilhões de dólares para construir estações de recarga e transferir o dinheiro para o processamento de minerais de bateria e para a "cadeia de suprimentos de defesa nacional e infraestrutura crítica".
Embora as baterias, os minerais e outros componentes de VE sejam "essenciais para a produção de defesa", os veículos elétricos "e as estações de recarga não são", diz o documento.
Nos últimos anos, o Departamento de Defesa tem destacado as vulnerabilidades estratégicas dos EUA devido ao domínio da China na mineração e no refino de minerais essenciais, incluindo grafite e lítio necessários para baterias e metais de terras raras usados em motores de veículos elétricos e aeronaves militares.
A porta-voz da transição de Trump, Karoline Leavitt, disse que os eleitores deram a Trump um mandato para cumprir as promessas de campanha, incluindo o fim dos ataques do governo aos carros movidos a gasolina.
Valor - SP 17/12/2024
“Estamos muito longe de conseguir conciliar as posições divergentes”, disse Thorsten Gröger, principal negociador dos trabalhadores, antes da mesa
O impasse da Volkswagen AG com os líderes trabalhistas parece cada vez mais provável de se arrastar até 2025, negando ao CEO, Oliver Blume, o novo começo que ele busca para recuperar a maior montadora da Europa. A gerência iniciou sua quinta rodada de negociações com o poderoso sindicato IG Metall, nesta segunda-feira(16), enquanto os dois lados permanecem em um impasse sobre como cortar custos na marca homônima da VW para torná-la mais competitiva.
“Estamos muito longe de conseguir conciliar as posições divergentes”, disse Thorsten Gröger, principal negociador dos trabalhadores, antes das negociações.
A reestruturação desorganizada já prejudicou o planejamento de investimentos da empresa, forçando o maior proprietário da Volkswagen a alertar sobre um possível prejuízo não monetário de até 20 bilhões de euros (US$ 21 bilhões). As ações da Volkswagen caíram até 2% nesta segunda-feira e recuaram mais de um quinto neste ano.
Ambos os lados almejam um acordo até o Natal, mas ainda precisam superar profundas divisões sobre potenciais demissões e fechamentos de fábricas sem precedentes na Alemanha. A Volkswagen está lutando com a demanda decrescente por veículos elétricos na Europa e a crescente competição na China de fabricantes locais liderados pela BYD Co.
Dois dias de negociações foram planejados, mas se elas não produzirem resultados, o conselho da IG Metall está preparado para realizar uma votação no final da semana para abrir caminho para greves de 24 horas nas fábricas da VW em janeiro.
Dezenas de milhares de trabalhadores da VW pararam temporariamente de trabalhar em duas ocasiões neste mês, depois que a gerência rejeitou uma proposta do sindicato que incluía a redução do pagamento de dividendos e o corte de alguns bônus.
Arne Meiswinkel, principal negociador da administração, disse que há “necessidade urgente de ação”, acrescentando que mais cortes de custos são necessários para garantir empregos.
O impasse está segurando a estratégia de investimento de longo prazo da Volkswagen. A montadora informou à Porsche Automobil Holding SE, na sexta-feira (13), que não espera mais concluir seu planejamento corporativo até 31 de dezembro. Isso força a holding a usar as suposições dos analistas para conduzir testes de impairment em seu investimento na montadora.
A Porsche SE disse em um registro que assume um impairment negativo não monetário de 7 bilhões a 20 bilhões de euros no valor contábil de seu investimento na Volkswagen. A holding é majoritariamente de propriedade da família bilionária Porsche-Piëch.
Infomoney - SP 17/12/2024
A chefe do conselho de trabalhadores da Volkswagen na Alemanha disse que as negociações com a companhia sobre cortes de custos devem encontrar uma solução que exclua o fechamento de fábricas ou demissões em massa no país. A última rodada de negociações antes do Natal começa nesta segunda-feira.
Daniela Cavallo afirmou que é preciso chegar a um acordo que seja bom tanto para os trabalhadores quanto para a empresa, durante pronunciamento aos membros do sindicato do lado de fora do hotel onde a quinta rodada de negociações está prevista para começar. “Os trabalhadores não querem entrar no Natal com medo”, disse ela.
Os sindicatos da Volkswagen ameaçam com greve em uma escala sem precedentes a partir de 2025, caso não se chegue a um acordo este ano.
“Se não chegarmos a um resultado dentro de nossas condições, tenho certeza de que os trabalhadores responderão aos apelos do sindicato para uma escalada”, disse Cavallo a jornalistas.
O representante do sindicato, Sascha Dudzik, repetiu a firme oposição dos trabalhadores às demissões em massa e aos fechamentos de fábricas na Alemanha, que a montadora afirmou não poder descartar ao tentar adaptar a capacidade à demanda reduzida.
Ambas as partes estão preparadas para que as conversações durem vários dias, a menos que se torne evidente nesta segunda-feira que estão muito distantes para alcançarem um acordo este ano. Neste caso, as negociações serão interrompidas até 2025.
Na semana passada, mais de 100 mil funcionários de nove fábricas da Volkswagen na Alemanha cruzaram os braços na maior paralisação já vista na montadora, protestando contra a posição da administração de que os salários devem ser cortados e a capacidade reduzida para que a marca VW permaneça competitiva ante rivais asiáticos.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/12/2024
O Produto Interno Bruto (PIB) da Construção deve subir 2,3% em 2025. Se confirmado, isso representará uma desaceleração em relação aos 4,1% estimados para 2024. A projeção foi divulgada nesta segunda-feira, 16, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, disse que há uma expectativa de menor dinamismo da economia brasileira como um todo no ano que vem, marcada pela inflação superior ao teto da meta e pelo ciclo de subida de juros.
Na última semana, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 12,25% ao ano e já indicou que tem pela frente mais duas altas de 1 ponto porcentual, colocando a Selic no patamar de 14,25% nos primeiros meses do ano que vem. “Vemos a alta da Selic como uma grande preocupação para 2025”, afirmou Vasconcelos, durante entrevista coletiva à imprensa.
Por outro lado, há dados positivos no radar, como a manutenção do crescimento do número de pessoas empregadas, com aumento da renda e tendência de que a procura por imóveis siga consistente. “O setor imobiliário deverá continuar positivo”, estimou a economista.
O destaque deve ser o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que conta com juros regulados e que em níveis abaixo dos praticado pelas linhas de financiamento do mercado. Isso tende a garantir a capacidade de acesso da população à compra dos imóveis, citou.
Por sua vez, os empreendimentos de médio e alto padrão devem perder ritmo, uma vez que dependem de financiamento por meio de linhas de mercado cujos juros estão ficando mais altos.
Ela citou também que as obras de infraestrutura serão impulsionadas por investimentos privados já contratados, oriundos de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, por exemplo.
Já o consumo de materiais de construção deve ser afetado pelos juros mais altos, que inibem financiamento e devem acabar postergando boa parte das obras e reformas domésticas.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/12/2024
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, acredita que a elevação dos juros terá como impacto direto uma redução importante nos lançamentos de projetos imobiliários no setor de médio padrão, fora do Minha Casa Minha Vida (MCMV).
O segmento abarca imóveis com preços acima de R$ 350 mil. Nesta modalidade, o financiamento bancário para a compra e a construção das moradias vem das cadernetas de poupança, onde os recursos estão escassos.
A saída dos bancos tem sido recorrer a outras fontes de recursos, como emissão de títulos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). No entanto, os custos desses títulos acompanham a Selic. Ou seja, estão em alta.
“Acreditamos que em 2025 deve ter bem menos lançamentos no setor de classe média”, estimou Correia. Com a escassez de recurso, os bancos têm priorizado liberar crédito para a pessoa física fazer a compra dos imóveis, enquanto as construtoras têm sido direcionadas a outras modalidades de financiamento.
O presidente da CBIC concorda com essa postura dos bancos, mas vê consequências. “Para a empresa, ser levado a usar recursos fora de FGTS e SBPE para financiar a obra é algo que representa um aumento de custo financeiro”, citou. “Isso estreita a margem das empresas, que restringe os lançamentos. Muitos empresários vão aguardar as coisas se encaixarem de novo para voltar a lançar”, estimou Correia.
Na última semana, o Banco Central elevou a Selic para 12,25% ao ano e já indicou que tem pela frente mais duas altas de 1 ponto porcentual cada, colocando a Selic no patamar de 14,25% nos primeiros meses do ano que vem.
“A alta da Selic é uma grande preocupação para 2025. E o indicativo de subida de 2 pp é uma surpresa, é uma alta é muito rápida. Isso é muito danoso para investimento em infraestrutura e habitação”, afirmou o presidente da CBIC.
Veja - SP 17/12/2024
Em 2024, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), lançou o programa de incentivo para expansão do transporte de passageiros por ferrovias em todo o território paulista. Denominado SP nos Trilhos, são mais de 40 projetos entre Trens Intercidades (TICs), veículos leve sobre trilhos (VLTs), trens urbanos e metrô. Ao todo, as iniciativas estão estimadas em 194 bilhões de reais em mais de 1 mil km de extensão de trilhos na Grande São Paulo, interior e litoral, com potencial para a geração de 150 mil empregos.
Petro Notícias - SP 17/12/2024
A edição de hoje (16) da série especial Perspectivas 2025 traz notícias animadoras para a indústria naval, com possibilidades de novas encomendas para os estaleiros brasileiros. A Transpetro, braço logístico da Petrobrás, lançou neste ano o seu programa de renovação de frota, o TP 25. Como já é de conhecimento do mercado, a meta da companhia é aumentar em 25% a sua capacidade logística com os navios previstos no programa. As primeiras licitações já foram lançadas, inclusive com o início de negociações com o estaleiro Rio Grande para contratação de quatro novos navios de classe Handy. “Estamos na reta final do processo e temos perspectiva de poder concluir a aquisição dos primeiros navios em breve”, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, nosso entrevistado desta segunda-feira. Para 2025, a companhia deve lançar mais três licitações para a aquisição de novos navios. “Logo no início de 2025, iremos ao mercado para adquirir oito gaseiros. Nosso programa é robusto e marca a retomada da ampliação da nossa frota própria”, acrescentou.
Como foi o ano de 2024 para sua empresa e seu segmento de atuação?
O ano de 2024 foi emblemático e muito importante para a Transpetro. Consolidamos o direcionamento estratégico de retomada e crescimento dos investimentos e das atividades, reforçando nossa posição de maior empresa logística de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina. A Transpetro deu início ao Programa de Renovação e Ampliação da Frota, o TP 25, com o lançamento da primeira licitação para aquisição de 4 navios handy, um dos marcos da nossa gestão. Estamos na reta final do processo e temos perspectiva de poder concluir a aquisição dos primeiros navios em breve.
Se fosse consultado, quais sugestões daria (ao governo ou à própria indústria) para melhorar o ambiente de negócios no seu setor?
O governo Lula, a Petrobras e a Transpetro estão comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico do país. Estamos alinhados nesse propósito. No que diz respeito ao ambiente de negócios, o governo reestabeleceu aproximação com os principais segmentos produtivos do país, aprofundou o diálogo e vem desenvolvendo ações para tornar o cenário interno mais seguro e atraente a novos investimentos.
A seu ver, de que forma os recentes acontecimentos no cenário político internacional podem influenciar os negócios no Brasil?
O cenário internacional atual é, sem dúvida, desafiador, mas o governo do presidente Lula tem atuado de forma diligente para garantir a estabilidade interna e o crescimento econômico. O país está seguindo uma linha de desenvolvimento.
Por fim, quais são as perspectivas de sua empresa para o ano de 2025?
As perspectivas para 2025 são extremamente positivas. A Transpetro vai consolidar as ações do TP 25, lançando mais três licitações para a aquisição novos navios. Logo no início de 2025, iremos ao mercado para adquirir oito gaseiros. Nosso programa é robusto e marca a retomada da ampliação da nossa frota própria.
Portos e Navios - SP 17/12/2024
A Vale realizou seu primeiro teste com energia eólica no Sohar Max, considerado o maior navio mineraleiro do mundo, com 362 metros de comprimento e capacidade para 400 mil toneladas. Atracado no Porto de Tubarão, em Vitória (ES), o Valemax recebeu cinco velas rotativas de 35 metros de altura e 5 metros de diâmetro, desenvolvidas pela Anemoi Marine Technologies. A tecnologia utiliza o efeito Magnus para transformar a força do vento em propulsão, reduzindo o consumo de combustível e emissões de CO2. A expectativa é de ganhos de eficiência de 6% e corte anual de até 3 mil toneladas de CO2 equivalente por embarcação.
O teste é o maior projeto global de energia eólica em navios e integra o programa Ecoshipping da Vale, que visa à descarbonização do transporte marítimo de minério de ferro. Desde 2021, a empresa também testa velas rotativas em outros navios, como o Guaibamax Sea Zhoushan, e apoia cinco iniciativas semelhantes. Outros dois projetos serão lançados até 2025.
Além das velas, a Vale implementa tecnologias como tintas de silicone, inversores de frequência e dispositivos hidrodinâmicos para aumentar a eficiência energética. Segundo o diretor de navegação da Vale, Rodrigo Bermelho, as iniciativas reforçam o compromisso da empresa com inovação e sustentabilidade, alinhadas às metas da Organização Marítima Internacional (IMO) de redução de emissões no setor naval.
Valor - SP 17/12/2024
FPSO tem previsão de iniciar a produção em Mero em 2025, no pré-sal da Bacia de Santos, e tem capacidade de processar 180 mil barris de petróleo por dia e de comprimir 12 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural
O navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Alexandre de Gusmão deixou a China nesta segunda-feira (16) em direção ao campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, informou a Petrobras em comunicado.
Segundo a estatal, o FPSO tem previsão de iniciar a produção em Mero em 2025. A unidade tem capacidade de processar 180 mil barris de petróleo por dia e de comprimir 12 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás natural.
Com o FPSO Alexandre de Gusmão, a produção do campo de Mero crescerá em 31%, para 770 mil barris/dia. A plataforma vai se juntar a outras quatro unidades que operam no campo: Pioneiro de Libra, Guanabara, Sepetiba e Marechal Duque de Caxias, como salienta a diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos.
Diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos — Foto: Divulgação/Roberto Farias/Petrobras
“O FPSO Alexandre de Gusmão será a quinta plataforma a ser instalada no campo de Mero, com expectativa de início de produção em meados de 2025”, disse Anjos, no comunicado.
Mero está localizado a 180 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro, a uma profundidade de água de 2.100 metros, e é operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA), com 3,5%.
Ainda de acordo com a Petrobras, o FPSO Alexandre de Gusmão está preparado para receber o HISEP, tecnologia patenteada pela estatal que viabiliza a separação submarina entre o petróleo e o gás associado, que é rico em CO2. O gás é reinjetado diretamente no reservatório a partir do leito marinho.
Investing - SP 17/12/2024
A produção das refinarias da China em novembro registrou seu primeiro aumento em oito meses, segundo dados oficiais divulgados na segunda-feira, uma vez que as medidas de estímulo econômico de Pequim começaram a sustentar a atividade industrial e a demanda por petróleo.
As refinarias processaram 58,51 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto no mês passado, segundo dados do National Bureau of Statistics, o equivalente a 14,24 milhões de barris por dia (bpd).
Isso representou um aumento anual de 0,2%, interrompendo uma série de quedas consecutivas desde abril. O dado de outubro foi de 14,02 milhões de bpd.
"Uma série de pacotes de estímulo de Pequim ajudou a expandir a atividade industrial e a construção de infraestrutura, apoiando a demanda de diesel", disse Ye Lin, analista da Rystad Energy em Pequim.
Como resultado, as taxas operacionais de muitas refinarias independentes também melhoraram, acrescentou ela.
Dados divulgados na segunda-feira mostraram que o crescimento da produção industrial da China acelerou ligeiramente em novembro, em linha com relatórios anteriores que mostraram expansão na atividade industrial e de serviços na segunda maior economia do mundo.
A mais nova refinaria do país, a Yulong Petrochemical, estava operando sua unidade de petróleo bruto de 200.000 barris por dia (bpd) em cerca de 90% em novembro, em comparação com cerca de 60-70% no final de setembro, quando entrou em operação, disseram fontes comerciais no mês passado.
A produção de petróleo da China em novembro aumentou 0,2% em relação ao ano anterior, para 17,25 milhões de toneladas métricas, de acordo com os dados.
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No acumulado do ano, a produção de petróleo foi de 194,92 milhões de toneladas métricas, um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior.
A produção de gás natural aumentou 3,1% em novembro em relação ao ano anterior, para 20,7 bilhões de metros cúbicos (bcm). A produção do ano até o momento foi de 224,6 bcm, um aumento de 6,4%.
TN Petróleo - RJ 17/12/2024
A Petrobras foi aceita no programa de Early Adopters (primeiros usuários) da missão NISAR (Nasa-ISRO Synthetic Aperture Radar), um projeto conjunto da agência espacial americana e a Organização Indiana de Pesquisa Espacial para desenvolvimento e lançamento, em 2025, de um sistema inédito de coleta de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética), por satélite, de observação da Terra. As imagens serão utilizadas pela Petrobras no projeto Observatório Geoquímico Ambiental da Margem Equatorial Brasileira (ObMEQ), com início previsto para o próximo ano, para monitorar o ambiente marinho e costeiro da Margem Equatorial, no trecho Amapá-Pará-Maranhão e atualizar o mapeamento desse litoral. O ObMEQ é um dos 13 projetos de sustentabilidade e meio ambiente do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes) para a Margem Equatorial, os quais são desenvolvidos em rede por diversas instituições, com envolvimento de universidades e outros grupos da região, como é usual nas parcerias de pesquisa da Petrobras.
“Há interesses científicos convergentes entre as iniciativas NISAR e ObMEQ, razão pela qual foi estabelecida uma cooperação formal do Cenpes com a missão espacial, com o objetivo de conectar os membros da equipe brasileira com especialistas Nisar, que possam assessorar no plano de observação para o ObMEQ, e se beneficiar da troca de informações de campo na costa da Margem Equatorial e regiões oceânicas adjacentes”, explica Renata Baruzzi, diretora de engenharia Tecnologia e Inovação da Petrobras.
“Tal colaboração será muito importante para a obtenção do conhecimento científico necessário para o monitoramento ambiental sistemático da zona costeira de manguezais ao longo da Margem Equatorial. Estamos entusiasmados com a oportunidade da Petrobras obter dados tão importantes e inéditos sobre tal ecossistema”, acrescenta Baruzzi.
A missão espacial medirá padrões de mudanças nos ecossistemas, superfícies e massas de gelo da Terra, fornecendo informações sobre biomassa, riscos naturais, aumento do nível do mar e águas subterrâneas. Também será dada atenção especial aos manguezais, ecossistema costeiro importante no contexto das alterações climáticas.
A tecnologia utilizada permitirá o mapeamento periódico de alterações como erosão e deposição de sedimentos na costa, correntes oceânicas, velocidades do vento, localização dos navios e até sinais de petróleo nas águas.
O satélite é ideal para o monitoramento de regiões tropicais pois opera na faixa de micro-ondas, em que a atmosfera é transparente, possibilitando a coleta de dados mesmo com ocorrência de nuvens. Com fonte própria de energia, o equipamento funciona ininterruptamente, mapeando dados mesmo com pouca incidência de luz como à noite ou no fim da tarde.
Na execução do ObMEQ, serão utilizadas técnicas de sensoriamento remoto com imagens SAR de diferentes satélites e realizados de trabalhos de campo para coleta de amostras visando estabelecer o panorama geoquímico ambiental para a região costeira. Os dados obtidos com esses materiais serão disponibilizados em um sistema com interface web contendo os resultados das análises geoquímicas dos compostos encontrados em campo.
Transparência
O projeto fornecerá a configuração sempre atualizada do litoral da MEQ, disponível para utilização pelas diversas áreas da Petrobras, órgãos ambientais e sociedade, de acordo com as respectivas necessidades. Uma utilização adicional dos dados da Missão NISAR diz respeito à detecção de manchas de óleo na superfície do mar, tanto de origem natural (exsudações) como antrópica (derrames).
O projeto ObMEQ, é resultado de uma parceria entre o Centro de Pesquisas da Petrobras e um ecossistema de universidade e instituições do Norte-Nordeste, liderados pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A participação do Cenpes no Early Adopters Program da Missão NISAR é um selo de qualidade científica para o Projeto ObMEQ, uma prova de que a Petrobras e seus parceiros acadêmicos no Brasil estão articulados com o que há de mais avançado na comunidade científica internacional. A colaboração entre os cientistas brasileiros e da Nasa será uma importante contribuição à aquisição do conhecimento científico necessário para o monitoramento ambiental sistemático da zona costeira de manguezais ao longo da Margem Equatorial.
Valor - SP 17/12/2024
Contrato envolve perfuração e análise de 70 a 75 poços de petróleo e gás no Brasil, entre outras atividades
A empresa de tecnologia para a indústria de óleo & gás SLB assinou contrato com a Petrobras para perfuração e análise de 70 a 75 poços de petróleo e gás no Brasil, entre outras atividades. O acordo foi renovado após a empresa vencer uma licitação da estatal para prestação do serviço. O contrato tem três anos de duração, com início de vigência previsto para abril de 2025, e soma cerca de US$ 800 milhões (R$ 4,8 bilhões, na cotação atual). Antes denominada Schlumberger e de origem francesa, a SLB é uma das principais empresas globais de perfuração de poços e tem operações no Brasil.
O serviço de perfuração será dividido com a americana Halliburton, que será responsável, a princípio, pela abertura de outros 45 a 50 poços da companhia. De acordo com a Petrobras, que respondeu à reportagem por meio de nota, não há uma divisão exata de campos a serem perfurados entre as duas empresas. O contrato, na prática, é a continuação de um vigente, atualizado com a inclusão de outros poços, cuja perfuração é necessária por causa da chegada de novas plataformas ao país.
De acordo com o diretor-geral da SLB no Brasil, Thomas Filiponi, os serviços serão realizados, em sua maioria, em áreas no pós-sal e no pré-sal, nas bacias de Campos, Espírito Santo e Santos. A grande maioria dos poços que serão perfurados é de produção, para obter novas saídas de petróleo das jazidas para os navios-plataforma (FPSO, na sigla em inglês).
Também está prevista a perfuração de poços em projetos de revitalização de campos maduros na Bacia de Campos, segundo a Petrobras, com a entrada de novos sistemas de produção e extensão da extração de sistemas existentes.
Mas também poderão ser realizadas aberturas de poços para exploração, muitas ainda a serem feitas no polígono do pré-sal. O contrato também abre espaço para o atendimento de futuras demandas da Petrobras em novas fronteiras, como a Margem Equatorial, área exploratória que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. Caso a empresa seja autorizada a perfurar o bloco localizado na Bacia da Foz do Amazonas (AP), não será necessário um novo contrato, disse Filiponi.
“Quando ocorrer a liberação [da licença] da Margem Equatorial pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e a Petrobras conseguir finalmente explorar as áreas necessárias, esse contrato já cobre as atividades.”
A Petrobras afirmou: “O contrato prevê operações na Margem Equatorial e pode ser usado para perfurações de poços na Bacia de Pelotas, que somente serão perfurados se houver permissão.”
Poços exploratórios são abertos com o objetivo de avaliar o potencial de reservas de petróleo ou gás numa região. É o que pretende ser feito, por exemplo, na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Já o poço produtivo é perfurado para ampliar a extração num campo. Acontece, por exemplo, quando novos FPSOs chegam a um campo.
Para executar o serviço, a SLB realizará investimento de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para a compra de equipamentos e contratação de 200 profissionais, entre os quais especialistas de campo, engenheiros e operadores, de modo que o percentual de conteúdo local para atendimento do contrato seja de 60%, disse Filiponi.
Valor - SP 17/12/2024
Estatal atingiu processamento de 104 mil barris/dia em outubro, 4,4% acima do verificado em setembro
A produção de petróleo no pré-sal cuja parcela pertence à União ultrapassou pela primeira vez a marca de 100 mil barris por dia (barris/dia), ao registrar em outubro o processamento de 104 mil barris/dia, informou nesta segunda-feira (16) a Pré-Sal Petróleo (PPSA).
Segundo a estatal, o volume é 4,4% acima do verificado em setembro, quando produziu 99 mil barris/dia, e 112,2% acima dos 49 mil barris/dia apurados um ano antes.
"A principal razão para o crescimento foi o maior excedente em óleo para a União no Campo de Sépia", informou a PPSA, em comunicado.
A PPSA registrou ainda uma parcela de 255 mil metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás natural, volume considerado recorde para a União, 57% maior do que o registrado em setembro e 254,2% acima do total registrado em outubro de 2023.
Desde 2017, a produção acumulada de petróleo parcela da União já soma 62,5 milhões de barris e 277 milhões de metros cúbicos de gás natural, ainda de acordo com a PPSA.
Contratos de partilha
No contrato de partilha de produção, a União é proprietária do petróleo e gás natural produzidos em áreas do pré-sal, de modo que as petroleiras atuam como operadoras. A PPSA é a responsável pela gestão de 17 contratos no regime de partilha.
Nos leilões passados e na chamada oferta permanente de partilha (OPP), as petroleiras disputam áreas no pré-sal e o critério para vitória é da oferta à União do excedente em óleo.
Excedente em óleo é a parcela da produção de petróleo e/ou gás natural a ser repartida entre a União e a empresa vencedora, segundo critérios definidos no contrato e o percentual ofertado na rodada.
Infomoney - SP 17/12/2024
A produção de petróleo do Brasil deverá alcançar 3,6 milhões de barris por dia (bpd) em 2025, uma alta de aproximadamente 6% ante a média acumulada de 3,4 milhões de bpd neste ano até outubro, segundo dados do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), publicados nesta segunda-feira (16).
“Estamos nos tornando um país cada vez mais relevante não só como potência energética, somos também nas fontes tradicionais de energia”, disse Roberto Ardenghy, presidente do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, como Petrobras, Shell, Equinor e TotalEnergies.
A estimativa, entretanto, é inferior à projeção realizada pelo Plano Decenal de Expansão (PDE) de Energia da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no horizonte até 2034, que está em consulta pública, que aponta para um crescimento de mais de 10% da produção no país, para mais de 4 milhões de bpd.
Questionados, representantes do IBP explicaram que a diferença nas projeções pode estar associada às fontes das informações e do processamento das análises, mas pontuaram que o PDE ainda está em consulta pública e que o IBP também está revisando seus dados.
Para a sua análise, o IBP conta com informações da S&P Global, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), além de seus próprios levantamentos.
A Petrobras (PETR4), maior produtora de petróleo do Brasil, deverá colocar duas grandes plataformas em operação no país em 2025, Alexandre de Gusmão, no campo de Mero, e P-78, no campo de Búzios, ambas no pré-sal da Bacia de Santos.
Uma terceira plataforma, chamada Almirante Tamandaré, também está prevista para o próximo ano no campo de Búzios, mas a Petrobras anunciou anteriormente ter a expectativa de colocá-la em produção ainda em dezembro deste ano.
Em 2024, a Petrobras colocou até agora duas novas plataformas em operação: Maria Quitéria, no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, e Marechal Duque de Caxias, em Mero.
O IBP também divulgou estimar arrecadação do Brasil de R$ 120 bilhões com royalties, participações especiais e lucro-óleo da atividade de petróleo e gás em 2025, com o número subindo para cerca de R$ 170 bilhões em 2028.
Infomoney - SP 17/12/2024
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, seguindo uma semana de altas para a commodity. Com níveis de atividade apresentando fraqueza na China, há pouco apoio para a demanda, que encontra um mercado bastante abastecido. Neste cenário, analistas destacam que o futuro da produção na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) e eventuais disrupções geopolíticas tendem a ser os drivers com maior capacidade de alterar a trajetória dos preços.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 0,81% (US$ 0,58), a US$ 70,71 o barril, enquanto o Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,78% (US$ 0,58), a US$ 73,91 o barril.
“Sentimos que os eventos da semana passada foram precificados de forma adequada e que esta semana trará menos itens capazes de sustentar os preços do petróleo”, afirma a Ritterbusch. O impacto da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros desta semana viria provavelmente de um dólar mais fraco no curto prazo, o que poderia abrandar as descidas dos preços do petróleo, acrescenta a empresa.
A Fitch tem uma perspectiva neutra para o petróleo a nível mundial no próximo ano, que se baseia em um mercado equilibrado, com os preços do Brent previstos em US$ 70 por barril, refletindo a grande capacidade disponível da Opep+ e o crescimento moderado da demanda. “Esperamos que as empresas continuem gerando fortes fluxos de caixa e mantenham baixa alavancagem devido à alocação disciplinada de capital e às estratégias de gestão de custos. Projetamos que a produção upstream cresça, contribuindo para métricas de crédito estáveis em todo o setor”, avalia.
A elevada capacidade de produção disponível da Opep+ e a sua potencial decisão de afrouxar as restrições à produção poderão afetar negativamente os preços do petróleo, lembra a Fitch. Os desenvolvimentos geopolíticos, como a escalada de tensões no Oriente Médio ou as alterações nas sanções internacionais, podem perturbar as cadeias de abastecimento e afetar a estabilidade do setor, alerta. “Uma desaceleração no crescimento da demanda, especialmente devido à procura chinesa mais fraca do que o esperado, também poderá pesar sobre os preços do petróleo”, destaca ainda.
Valor - SP 17/12/2024
Projeto prevê investimento de R$ 12,67 bilhões e vinha sendo considerado o mais desafiador entre os leiloados em dezembro, pelo porte do contrato
O Lote 6 de rodovias do Paraná deverá ter uma proposta, da EPR, plataforma de rodovias da Equipav e da Perfin. Nesta segunda-feira (16), representantes do grupo estiveram presentes na entrega de propostas. O leilão, o último de 2024, está marcado para esta quinta-feira (19).
O projeto prevê investimento de R$ 12,67 bilhões e vinha sendo considerado o mais desafiador entre os leiloados neste mês de dezembro, pelo porte do contrato. O lote inclui 662 km de estradas, que fazem a ligação de Guarapuava até a Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai, além de um trecho entre Cascavel e Pato Branco, no sudoeste do Estado.
Entre as obras previstas, estão a duplicação de 462,5 km. Também estão previstos R$ 7,4 bilhões de custos operacionais, ao longo dos 30 anos da operação. Na concorrência, o critério de disputa é o maior desconto sobre o pedágio. O valor máximo estabelecido no edital foi de R$ 0,17578/km.
Na semana passada, o governo federal licitou duas concessões, com forte competição. O Lote 3 de rodovias do Paraná ficou com a CCR, que superou as ofertas de EPR, Pátria e consórcio da 4UM com o Opportunity. Antes disso, o leilão da Rota da Celulose, do Mato Grosso do Sul, que estava marcado para o início de dezembro, foi cancelado por falta de interessados.
A EPR já havia conquistado, no ano passado, o Lote 2 de rodovias do Paraná. O grupo, formado em 2022 após a conquista de concessões estaduais de Minas Gerais, se tornou presença constante nos leilões rodoviários e além dos projetos de Minas e do Lote 2, também já conquistou a concessão da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora.