Clipping Diário

29 | Janeiro | 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   29/01/2025

Por outro lado, o banco acredita que as siderúrgicas mais expostas à América do Norte terão resultados mais fracos, dados os preços de referência mais baixos no quarto trimestre para aços planos e longos

A temporada de balanços do quarto trimestre para siderúrgicas, mineradoras e empresas de papel e celulose deve ser marcada pelos efeitos do câmbio e pelos preços e volumes mais fortes no período, avalia o Bank of America (BofA).

As siderúrgicas expostas ao minério de ferro devem apresentar números mais fortes no trimestre, pois os resultados da mineração devem melhorar com a combinação do real mais depreciado, preços de referência mais altos e ajustes positivos do mecanismo de preço provisório, avalia o banco.

No caso das mineradoras de cobre, os preços estáveis, em conjunto com volumes mais altos, tendem a melhorar os resultados das companhias, assim como o real depreciado e os preços mais altos devem favorecer as empresas ligadas ao alumínio.

Por outro lado, o BofA acredita que as siderúrgicas mais expostas à América do Norte terão resultados mais fracos, dados os preços de referência mais baixos no trimestre para aços planos e longos, bem como volumes mais baixos devido à sazonalidade. Enquanto isso, no Brasil, os preços se recuperaram no trimestre, o que deve ajudar os resultados do aço, compensando parcialmente os volumes mais fracos.

Sobre as empresas de celulose, o BofA acredita que os resultados devem ser pressionados por preços mais baixos, parcialmente compensados pela depreciação cambial no trimestre.

— Foto: Luis Ushirobira/Valor

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2025

Na semana passada, o presidente Donald Trump não perdeu tempo e lançou ameaças de tarifas contra praticamente todos os parceiros comerciais importantes dos Estados Unidos, em uma demonstração vigorosa do poder Executivo que lembrava seu ataque ao comércio global no primeiro mandato.

Mas a segunda guerra comercial de Trump está se moldando para ser muito diferente da primeira. As ambições do presidente para reordenar o comércio mundial são mais amplas. A oposição, no país e no exterior, é mais fraca. E os riscos econômicos que ele parece estar preparado para correr podem ser maiores.

Nos primeiros dias de seu segundo mandato, Trump prometeu, ou ameaçou, impor tarifas sobre mais de US$ 2 trilhões de produtos estrangeiros, cerca de dois terços de tudo o que os americanos compram do exterior. Ele ordenou que seus adjuntos de gabinete concluíssem uma análise abrangente da política comercial dos EUA até 1º de abril, incluindo os acordos que ele negociou durante seu primeiro mandato com a China, o Canadá e o México; a tributação global; e os valores da moeda, tudo com o objetivo de desenvolver uma nova abordagem “robusta e revigorada”.

No domingo, o presidente anunciou tarifas imediatas sobre os produtos da Colômbia depois que o governo de Bogotá se recusou a permitir a aterrissagem de dois aviões militares dos EUA que transportavam migrantes deportados. Após passar a maior parte do dia em um tenso impasse, as duas nações evitaram, por enquanto, uma guerra comercial depois que a Casa Branca disse, no final do domingo, que a Colômbia concordou em aceitar voos de deportação dos Estados Unidos.

Trump pode ter recuado em relação a essas ameaças comerciais específicas, mas ele tem refletido sobre novos impostos de importação em praticamente todas as aparições públicas desde sua posse. E os estudos que ele encomendou sugerem usos criativos dos poderes presidenciais, incluindo uma possível duplicação da alíquota de impostos para algumas pessoas físicas e jurídicas estrangeiras.

“Acho que a situação está significativamente diferente agora. As ameaças são muito mais amplas. O senso de restrições legais parece muito menor”, disse Ed Gresser, que liderou a unidade de pesquisa econômica do Escritório do Representante Comercial dos EUA durante o primeiro mandato de Trump. “Isso sugere que ele sente que, como presidente, tem o direito de criar um sistema tarifário totalmente novo por conta própria.”

Parece quase certo que Trump agirá mais cedo em seu segundo mandato do que no primeiro, quando esperou um ano inteiro antes de impor tarifas sobre máquinas de lavar e painéis solares fabricados no exterior. Ele ameaçou impor tarifas sobre a China, o Canadá e o México em 1º de fevereiro e sugeriu que a Europa, a Rússia, o Brasil, a Índia e vários outros países também poderiam ter seus produtos taxados.

Mas com suas principais autoridades relacionadas ao comércio ainda aguardando a confirmação do Senado, Trump provavelmente esperará para agir até o prazo final de 1º de abril para a conclusão da revisão comercial em várias partes.

“Parte da estratégia do presidente é criar incerteza”, disse Myron Brilliant, conselheiro sênior do DGA Group, uma empresa de consultoria empresarial.

Uma equipe comercial do governo mais harmoniosa torna mais provável um cronograma acelerado no segundo mandato. O primeiro mandato de Trump foi marcado por brigas amargas entre facções pró e contra tarifas, o que atrasou a ação.

Desta vez, os principais assessores, incluindo Scott Bessent, secretário do Tesouro indicado, e Howard Lutnick, nomeado para ser o secretário de Comércio, apoiam oficialmente os novos impostos sobre as importações, mesmo que discordem dos detalhes da implementação.

“Uma das maiores diferenças é que parece que eles não estão brigando entre si. Parece que há muito mais consenso”, disse Lori Wallach, diretora da Rethink Trade, uma organização sem fins lucrativos. “Não há ninguém que esteja realmente tentando acabar com todo o conceito.”

A equipe do segundo mandato de Trump também difere da formação que ele levou para sua primeira guerra comercial. Robert E. Lighthizer, principal negociador comercial de Trump no primeiro mandato, não tem nenhuma função formal no atual governo, embora continue a assessorar o presidente, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto que falaram sob condição de anonimato para discutir deliberações privadas.

Trump indicou Jamieson Greer, ex-chefe de gabinete de Lighthizer, para ser seu novo representante comercial. Greer, um conceituado advogado especializado em comércio, uma geração mais jovem do que Lighthizer, pediu a ampliação das tarifas sobre produtos chineses para incluir produtos fabricados em outros países por empresas chinesas.

Trump agora está usando as tarifas para atingir um conjunto mais amplo de metas do que durante seu primeiro mandato, quando se concentrou principalmente na redução do déficit comercial e no combate ao que ele descreveu como práticas comerciais injustas da China. Ele iniciou sua ofensiva no segundo mandato concentrando-se em metas não econômicas, como a redução do fluxo ilegal de pessoas e drogas através das fronteiras dos EUA.

Um objetivo primordial é usar as tarifas para arrecadar centenas de bilhões de dólares por ano para compensar a perda de receita do governo decorrente da prorrogação dos cortes de impostos de 2017 que expiram no final deste ano.

Não é que o próprio Trump tenha mudado. Ele continua fixado nos déficits comerciais bilaterais com nações individuais, que a maioria dos economistas considera sem importância. Ele continua falando em incentivar os fabricantes a se mudarem para os Estados Unidos. E algumas de suas metas são contraditórias: ele quer desestimular as importações aumentando seu preço com tarifas. No entanto, ele precisa de altos níveis de importação para obter uma receita significativa.

“Ele agora precisa do dinheiro. Ele não precisava do dinheiro no primeiro mandato. Agora é essencial para o que ele está falando”, disse William Reinsch, especialista em política comercial do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington.

Mas na esteira da vitória de Trump pelo voto popular em novembro e da resposta sem rumo do Partido Democrata, o ambiente que ele enfrenta é mais favorável.

Os oponentes dos planos tarifários de Trump ocupam uma posição mais fraca agora do que após sua primeira eleição. Após a eleição de novembro, executivos de empresas que o criticaram ou foram criticados por ele correram para o resort do presidente em Mar-a-Lago, no sul da Flórida, para fazer as pazes.

Por duas gerações, a maioria dos economistas tradicionais considerou as tarifas, que são impostos que os americanos pagam sobre produtos importados, como economicamente ineficientes. No entanto, o consenso de décadas a favor da integração econômica global, que foi prejudicado durante o primeiro mandato de Trump, sofreu uma erosão ainda maior durante o governo Biden.

Até mesmo alguns dos CEOs americanos mais globais estão acomodando a virada para o nacionalismo econômico. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, que criticou as tarifas do primeiro mandato de Trump, adotou um tom diferente na semana passada quando perguntado sobre as novas taxas de importação.

“Se for um pouco inflacionário, mas for bom para a segurança nacional, que seja. Quero dizer, supere isso”, disse ele no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

As empresas que lutaram vigorosamente contra as propostas de tarifas durante o primeiro mandato de Trump aceitaram amplamente o fato de que mais tarifas estão por vir. Sua esperança agora é menos persuadir o presidente a abandonar seus planos do que ser inteligente ao implementá-los.

“Muito mais pessoas veem isso como parte do novo normal. É onde estamos agora”, disse Stephen Lamar, presidente da American Apparel & Footwear Association. “A conversa não é sobre parar essas políticas. Trata-se de moldar as políticas para que elas tenham o máximo de retorno possível.”

Alguns dos principais alvos estrangeiros do presidente - como a China e a União Europeia - não estão em condições de travar uma guerra comercial total.

Espera-se que a zona do euro cresça a uma taxa anual de apenas 1% este ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.

A perspectiva de crescimento da China é melhor, mas mais precária. Em meio à ressaca de uma bolha imobiliária, a economia chinesa corre o risco de cair em uma armadilha da dívida, em que a demanda fraca faz com que os preços caiam, tornando mais difícil para as empresas e os consumidores pagarem suas dívidas, disse o FMI este mês.

Os fabricantes chineses estão produzindo mais mercadorias do que podem vender no país. Os exportadores estão cortando os preços para aumentar as vendas para os americanos e europeus de tudo, desde brinquedos até produtos de energia limpa. A crescente dependência da China em relação às exportações a deixa vulnerável às tarifas adicionais de 10% a 60% propostas por Trump.

Nem todas as mudanças pós-2018 favorecem Trump. A economia global, por exemplo, é mais suscetível à inflação do que era quando Trump procurou remodelar os fluxos comerciais pela primeira vez, tornando a imposição de restrições comerciais significativas um risco maior, de acordo com o FMI.

Em 2018, fazia décadas que os consumidores não temiam a inflação. Em geral, as empresas não conseguiam aumentar os preços.

Agora, depois de sofrer a maior inflação em 40 anos, os consumidores estão mais acostumados a ver os preços subirem. Quando os custos das empresas aumentam, elas têm mais condições de repassar os preços mais altos para seus clientes.

Em comparação com 2018, o cenário global atual reflete uma maior preocupação com cadeias de suprimentos frágeis, tensões geopolíticas e fatores estruturais, como o envelhecimento da população e os altos níveis de dívida pública - todos os quais podem contribuir para o aumento da inflação, de acordo com Gregory Daco, economista-chefe da EY-Parthenon.

“Isso nos coloca em um ambiente muito diferente daquele em que estávamos em 2018”, disse Daco. “As bases fundamentais da economia global mudaram.”

Globo Online - RJ   29/01/2025

O presidente Donald Trump declarou que deseja impor tarifas generalizadas “muito maiores” que 2,5%, em mais um sinal de que está preparando uma série de medidas para reestruturar as cadeias de suprimentos dos EUA.

— Eu já tenho em mente qual será o valor, mas ainda não vou defini-lo. Porém, será suficiente para proteger nosso país — disse Trump a repórteres na noite de segunda-feira.

Perguntado sobre um relatório que afirmava que o novo secretário do Tesouro, Scott Bessent, era a favor de começar com uma taxa global de 2,5%, Trump afirmou não acreditar que Bessent apoie essa ideia e declarou que ele mesmo não a apoiaria. Segundo o presidente, ele deseja uma taxa “muito maior” que 2,5%.

Trump falou a bordo do Air Force One enquanto retornava a Washington após um discurso na Flórida, onde prometeu tarifas em setores específicos, como semicondutores, produtos farmacêuticos, aço, cobre e alumínio.

Ele também deu a entender fortemente que poderia impor tarifas sobre automóveis vindos do Canadá e do México, países que ele já ameaçou com tarifas generalizadas de 25% a partir de 1º de fevereiro. Na semana passada, em seu segundo dia de volta à Casa Branca, Trump havia ampliado suas ameaças tarifárias para incluir a China e a União Europeia.

— À medida que as tarifas sobre outros países aumentam, os impostos sobre os trabalhadores e empresas americanas irão diminuir, e um número massivo de empregos e fábricas voltará para casa — disse Trump em um encontro com republicanos da Câmara em seu resort Doral, em Miami, durante um discurso em que elogiou a abordagem tarifária dos EUA no início do século XX.

—Lembrem-se, novamente, da palavra ‘tarifa’. Vamos proteger nosso povo e nossas empresas, e vamos proteger nosso país, com tarifas — acrescentou Trump, que já teria mencionado anteriormente tarifas de até 20%.

O cobre caiu após o aviso de Trump sobre tarifas setoriais para metais importados, enquanto o dólar subiu em relação às principais moedas devido às preocupações mais amplas sobre barreiras de importação nos EUA. O dólar vinha operando mais fraco nos últimos dias, depois que Trump se absteve de iniciar guerras comerciais imediatas em sua primeira semana de volta ao cargo.

As declarações de segunda-feira aos legisladores são mais um sinal de que Trump vê as tarifas como um pilar da estratégia republicana para também reformar o sistema tributário. Ele repetiu um apelo para que os republicanos reduzam a alíquota do imposto corporativo para 15%, ante os atuais 21%, para empresas que fabricam seus produtos nos Estados Unidos.

Tarifas sobre Chips

De forma integrada, Trump quer aumentar os custos das importações por meio de tarifas e reduzir os impostos sobre a produção doméstica, embora os detalhes ainda sejam vagos — a manufatura dos EUA depende fortemente de peças e materiais importados.

A ameaça de Trump de impor tarifas sobre semicondutores também surgiu horas após preocupações dos investidores com a startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek, o que abalou os mercados e reduziu bilhões da capitalização de mercado da Nvidia.

Trump argumentou que as tarifas ajudarão a manter e expandir a fabricação de chips avançados nos EUA, em comparação com um programa de subsídios defendido pelo ex-presidente Joe Biden.

O modelo mais recente da DeepSeek causou ondas de choque quando testes independentes mostraram que ele é competitivo com os modelos de alta demanda de recursos da OpenAI e da Meta.

As declarações de Trump contrastaram fortemente com a especulação do mercado de que sua abstenção de tarifas imediatas na semana passada, quando assumiu o cargo, era um sinal de que ele poderia suavizar sua postura.

— Se você quiser parar de pagar impostos ou tarifas, terá que construir sua fábrica aqui mesmo, na América. É isso que vai acontecer em níveis recordes — disse ele.

O discurso de Trump veio após um fim de semana em que ele ameaçou tarifas de até 50% sobre a Colômbia, depois que o governo do país inicialmente recusou aceitar migrantes deportados pelos EUA em aviões militares. Trump concordou em recuar apenas depois que o governo sul-americano cedeu.

O novo presidente reiterou aos republicanos da Câmara que qualquer país que se recusar a aceitar seus deportados estará sujeito à mesma ameaça de tarifas e sanções que a Colômbia conseguiu evitar por pouco.

Um dos principais assessores econômicos de Trump indicou na segunda-feira que o foco nas tarifas faz parte de um plano mais amplo. O diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, citou o exemplo da Colômbia — um sinal de que Trump está considerando várias vertentes de tarifas que podem somar taxas mais altas em alguns setores ou países — e sugeriu que o presidente ainda está avaliando tarifas abrangentes.

— Qualquer tarifa que possa surgir será adicional a qualquer medida futura do presidente Trump, quando ele pensar em uma tarifa geral — disse Hassett em uma entrevista ao apresentador Larry Kudlow, da Fox Business, que ocupou o mesmo cargo de Hassett no primeiro mandato de Trump. —Se você observar as tarifas como parte de uma estratégia geral, verá, como diz o presidente Trump, uma era dourada, e será a maior reforma do lado da oferta que os EUA já viram — afirmou Hassett.

Trump destacou vários setores em seu discurso aos legisladores. Ele reclamou extensivamente sobre importações de automóveis do Canadá e do México.

— Eles nos enviam milhões de carros; não precisamos disso — disse ele sobre o Canadá, o maior mercado de exportação dos EUA. —Queremos que os carros sejam fabricados em Detroit, na Carolina do Sul ou em muitos outros locais.

Trump acrescentou:

—Os trabalhadores automotivos votaram em mim, e tenho a obrigação de fazer o que é certo, e vou fazer isso.

O presidente americano elogiou as tarifas sobre o aço que implementou em seu primeiro mandato e disse que “vai impor tarifas sobre aço, alumínio, cobre e coisas que precisamos para o nosso setor militar,” sem entrar em detalhes:

— Precisamos trazer a produção de volta ao nosso país.

Chegada da DeepSeek

Trump também saudou as notícias sobre o progresso aparente da DeepSeek em inteligência artificial como “positivo”, mas também deixou um alerta.

— O lançamento da DeepSeek AI por uma empresa chinesa deve ser um alerta para nossas indústrias de que precisamos estar focados como laser para competir e vencer. Porque temos os melhores cientistas do mundo, até a liderança chinesa me disse isso. Disseram que temos os cientistas mais brilhantes do mundo.

CNN Brasil - SP   29/01/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou o Brasil em uma lista de países que ele afirmou que “querem prejudicar os EUA” e “são tremendos criadores de tarifas”.

“Vamos impor tarifas a países e pessoas externas que realmente quem nos prejudicar. Eles querem nos prejudicar, mas basicamente querem tornar seu país bom. Veja o que os outros fazem: a China é um tremendo criador de tarifas, a Índia, o Brasil e tantos países.”, disse Trump em um evento de republicanos na segunda-feira (27).

“Então não vamos mais deixar isso acontecer, porque vamos colocar a América em primeiro lugar. Vamos estabelecer um sistema muito justo onde o dinheiro entrará em nossos cofres e a América ficará muito rica novamente”, o presidente americano acrescentou.

Trump fez os comentários em um discurso aos republicanos da Câmara dos Representantes reunidos em seu resort em Miami, para discutir como transformar as prioridades políticas do presidente em uma agenda legislativa.

No evento, Trump disse que planeja impor tarifas sobre chips de computador, produtos farmacêuticos e aço importados, em um esforço para fazer com que eles sejam produzidos dentro do território norte-americano.

O anúncio vem na esteira da agenda protecionista prometida por Trump ao longo de sua campanha de retorno à Casa Branca.

O presidente afirmou que também imporia tarifas sobre alumínio e cobre – metais necessários para produzir equipamentos militares dos EUA. “Temos que trazer a produção de volta ao nosso país”, disse.

Globo Online - RJ   29/01/2025

Escolhido para a liderança do Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabriel Galípolo dará a largada no comando do Comitê de Política Monetária (Copom) com a expectativa de um movimento que costuma ser alvo de críticas do petista: uma nova alta da taxa Selic.

Nesta quarta-feira, o BC deve elevar novamente os juros básicos da economia brasileira em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano, o maior nível desde agosto de 2023. Essa decisão é esperada por todas as 120 instituições financeiras consultadas pelo Valor Pro.

Apesar do desconforto de Lula com os juros altos, o movimento, se confirmado, será a primeira parte do plano traçado pelo BC em dezembro, para debelar um cenário de inflação mais adverso, o que está no topo das preocupações do governo atualmente, vide as medidas para reduzir os preços de alimentos.

A estratégia ainda inclui um novo aumento de 1 ponto percentual em março, quando a Selic chegaria a 14,25%, retomando o patamar da crise do governo de Dilma Rousseff (2015-2016).

"Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões", disse o BC em dezembro.

Mas o que o mercado espera?

A expectativa no mercado financeiro é de que o Copom mantenha essa sinalização nesta quarta, mas que não termine o trabalho em março.

Isso porque, mesmo com o choque de juros, as expectativas de inflação continuam em forte trajetória de alta em meio à desconfiança com a política fiscal. Desde o Copom de dezembro, a projeção para o IPCA de 2025 no Boletim Focus saltou de 4,59% para 5,50%, já um ponto acima do teto da meta de inflação. O alvo é de 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. As expectativas também subiram para 2026, 2027 e 2028, todas longe de 3,0%.

Além da piora das expectativas, o Copom vai se deparar nesta quarta com uma cotação do dólar mais alta do que em dezembro, mesmo com a queda da moeda americana abaixo de R$ 6 nos últimos dias.

A economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, espera que a projeção oficial do BC para a inflação aumente no horizonte em que o Copom atualmente trabalha para alcançar a meta. Nas contas da economista, a projeção deve subir de 4,2% para 4,3% no terceiro trimestre de 2026. Em dezembro, o BC mirava o segundo trimestre do ano que vem e projetava 4,0% de IPCA no período.

Nesse contexto, Natalie Victal avalia que o BC, além de entregar o aumento da Selic a 13,25% e reforçar nova alta de 1pp em março, deveria indicar que a taxa continuará subindo após o primeiro trimestre.

Para ela, o distanciamento das expectativas de inflação em prazos longos sinaliza a desconfiança vai além da política fiscal e também coloca em dúvida o comprometimento do BC com a meta de inflação. Por isso, o BC deveria enviar uma mensagem dura no comunicado.

— Seria oportuno sinalizar que a Selic a 14,25% não é o ponto de chegada dada a intensidade alarmante deterioração de expectativas. O BC tem a oportunidade de soar um pouco mais duro e se comprometer com uma alta, mas ficar na dependência do ritmo.

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O ritmo, segundo ela, dependeria da evolução dos dados de atividade e inflação, assim como dos desenvolvimentos do cenário externo, especialmente dos efeitos do governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Para ela, a Selic deve subir até 15%.

Grito de alerta fiscal

A economista ainda avalia que o BC terá de atualizar o alerta sobre a política fiscal, que, em dezembro, ficou muito focado no anúncio do pacote fiscal, mal recebido pelo mercado financeiro. A expectativa é que o Copom retome a comunicação anterior, em que indica que é importante a persecução das metas fiscais e que o canal de transmissão para a política monetária é a reação dos agentes à condução das contas públicas.

Decisão deve ser unânime, diz banco

Em relatório, o Itaú Unibanco afirmou que espera que a elevação da Selic de 12,25% para 13,25% nesta quarta seja uma decisão unânime de Galípolo e dos oito diretores do BC. O banco ressalta que o Copom se deparou desde dezembro com novas rodadas de piora das expectativas de inflação, uma taxa de câmbio que segue pressionada e uma composição mais desafiadora para a inflação corrente, já com as primeiras indicações de impacto do dólar, além de pressão em preços de serviços.

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Esse conjunto de fatores apontaria para uma sinalização de aumentos de 1pp para as reuniões de março e maio, segundo o Itaú, mas o banco pondera que os efeitos dos juros sobre a atividade econômica devem ser vistos com mais força a partir do segundo trimestre.

"Diante de tal risco, em meio a elevado grau de incerteza, avaliamos que a reação mais provável da autoridade monetária seja não indicar a magnitude dos movimentos para reuniões além da próxima (março)", disse, no relatório.

IstoÉ Dinheiro - SP   29/01/2025

Apesar da expectativa de aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024, segundo as projeções atualizadas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global, o Brasil caiu da 9ª para a 10ª maior economia do mundo por conta da desvalorização do real frente ao dólar e deve se manter nesta posição também em 2025.

A conclusão é de levantamento da Austin Rating, com base nas projeções do FMI para o PIB dos países em bilhões de dólares correntes e no câmbio médio em 2024.

Os números oficiais do PIB do Brasil em 2024 só serão divulgados pelo IBGE no dia 7 de março. Mas, de acordo com Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a forte desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar no final de 2024 fará com que o Brasil perca a posição de 9ª maior economia do mundo para o Canadá.

Em 2024, o dólar ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 6 reais e acumulou uma alta de 27% frente ao real, a maior dos últimos 4 anos.

“Apesar de o FMI ter aumentado a expectativa de crescimento do PIB brasileiro de 3% para 3,7%, o real se desvalorizou mais do que o estimado. A média anual do câmbio em 2024 foi de R$ 5,39 por dólar, enquanto a estimativa de outubro era de R$ 5,31. Isso resultou em uma queda de 17 bilhões de dólares no PIB brasileiro. Enquanto isso, a queda do PIB canadense foi de 11 bilhões de dólares”, explicou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Ele destaca, porém, que a desvalorização cambial do rublo em relação ao dólar foi ainda maior, fazendo com que o Brasil continue à frente da Rússia na lista de maiores economias, tanto em 2024 como na projeção para 2025: Veja tabela abaixo:
Ranking das maiores economias do mundo

Em 2023, o Brasil ficou na 9ª posição do ranking das maiores economias. O Brasil foi a sétima maior economia do mundo entre 2010 e 2014. Em 2020, saiu do top 10. Em 2022 ficou na 11ª e, no ano passado, retornou para a lista de 10 maiores economias.
Brasil deve crescer menos que a média mundial em 2025 e 2026

O FMI divulgou no dia 17 de janeiro uma nova edição do relatório World Economic Outlook (WEO), em que manteve uma projeção de 2,2% para o PIB do Brasil em 2025, ao passo que a projeção para 2026 foi cortada em 0,1 ponto percentual, para 2,2%. Com isso, a projeção do PIB brasileiro pela instituição fica abaixo da projeção de crescimento econômico global, de 3,3%.

Já a projeção do FMI de alta crescimento de 3,7% em 2024 é melhor do que a do próprio governo, que em novembro projetou avanço de 3,3% do PIB em 2024, e também fica acima da estimativa do Banco Central, de 3,5%.

O Estado de S.Paulo - SP   29/01/2025

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) devem deixar os juros inalterados na primeira vez que se reúnem a portas fechadas em 2025 para debater o rumo da política monetária nos Estados Unidos. Com a decisão amplamente precificada no mercado, a ansiedade de Wall Street gira em torno dos efeitos do aumento de tarifas comerciais com o presidente dos EUA, Donald Trump, além do horizonte que as taxas podem permanecer onde estão, após a pausa de janeiro.

Será a primeira vez que o Fed manterá as taxas inalteradas desde que deu o pontapé inicial no ciclo de flexibilização monetária em setembro do ano passado. De lá para cá, os juros já sofreram três reduções e atualmente estão na faixa de 4,25% e 4,50% ao ano.

“O Federal Reserve sinalizou claramente uma pausa, pois quer avaliar como as mudanças anteriores impactaram o mercado de trabalho e a inflação”, diz o economista-chefe da consultoria Oxford Economics para os EUA, Ryan Sweet.

Desde que o Fed começou a cortar as taxas, a inflação nos EUA passou por um caminho esburacado, rumo à meta de 2% ao ano. Já o mercado de trabalho seguiu surpreendendo a despeito de contratempos como greves e furacões, o que ajudou a acalmar o mercado quanto a temores de uma desaceleração mais abrupta.

Um terceiro componente que entra nesta conta a partir de agora é o risco de Trump elevar as tarifas comerciais em seu segundo mandato, e pressionar a inflação no país. O republicano já ameaçou taxar a China, o México, o Canadá e, no último fim de semana, também estendeu a possibilidade à Colômbia diante do impasse migratório com o presidente Gustavo Petro.

“A China é um grande criador de tarifas, assim como a Índia, o Brasil e muitos outros países. Não vamos permitir que isso continue, porque vamos colocar os Estados Unidos em primeiro lugar”, afirmou Trump, em evento para republicanos na Flórida, na segunda-feira. Ele também disse que quer tarifas universais “bem maiores” que 2,5% a importações globais, como defendeu o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, segundo o britânico Financial Times.

Estímulos, seja via aumento de tarifas ou corte de impostos, podem fazer com que o Fed não faça movimento algum nas taxas neste ano, segundo o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita. O maior banco da América Latina acaba de rever o seu cenário para os EUA, e passou a prever a manutenção dos juros americanos neste ano.

“Chegamos a prever dois cortes, depois um e agora nada. A economia americana não está precisando de estímulo monetário. É bem plausível e até provável que tenha estímulo fiscal. Uma economia que já está indo bem, com condições financeiras expansionistas, é uma razão boa para não cortar juros”, disse o Mesquita, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

O especialista pondera, contudo, que a situação da inflação nos EUA não está “tão tranquila assim”. Aliás, muitos dirigentes do Fed demonstraram preocupação sobre o processo de desinflação no país estagnar na reunião de dezembro. Mas, desde então, os dados vistos indicam “impulsos temporários” e dão a confiança de que a inflação está convergindo para a meta de 2% ao ano, na opinião do Morgan Stanley.

O Goldman Sachs afirma que está “otimista” e espera mais progressos na inflação dos EUA em direção à meta, apenas uma modesta reversão da tendência de abrandamento do mercado de trabalho vista em 2024 e crescimento da atividade econômica dos EUA acima do consenso. Nesse cenário, o gigante de Wall Street vê cortes de juros “necessários”, mas não “obrigatórios”.
Powell e Trump

Esse será um dos principais focos das perguntas de jornalistas ao presidente do Fed, Jerome Powell, na entrevista à imprensa, que acontece na sequência da decisão de política monetária. Em Wall Street, há pouca esperança de que o chefe da autoridade dê sinalizações quanto às próximas reuniões, em especial, a de março — o Fed não se reúne em fevereiro. Assim, o Fed deve permanecer “dependente de dados”.

Quem esperar mais, pode sair frustrado. “O Fed manterá os juros inalterados em janeiro, mas deixará as suas opções em aberto para a reunião de março”, diz o time de economistas do Morgan Stanley, liderado por Michael Gapen.

O recente chacoalhão em Wall Street por conta da ameaça chinesa à dominância americana na corrida global da inteligência artificial (IA) também deve estar no radar do Fed, e dos jornalistas. O lançamento de um assistente virtual da startup da China DeepSeek que rivaliza com o ChatGPT da OpenAI causou perdas de bilhões de dólares às ações de empresas de tecnologia nos EUA.

“O Fed permanecerá vigilante. Se isso levar a uma correção mais ampla, o Fed estará muito mais inclinado a cortar as taxas e ficará sob intensa pressão do presidente Trump para fazê-lo”, dizem estrategistas do banco holandês ING.

Na semana passada, Trump pediu a queda dos juros nos EUA. “Vou exigir que as taxas de juros caíam imediatamente”, disse ele, em um discurso virtual no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça.

O Fed divulga a sua primeira decisão de política monetária nesta quarta-feira, 29, às 16h (horário de Brasília). Na sequência, Powell será sabatinado na tradicional entrevista à imprensa, para comentar os motivos da decisão atual e as perspectivas dos juros nos EUA.

Infomoney - SP   29/01/2025

As novas encomendas de bens de capital manufaturados dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em dezembro, mas os gastos das empresas com equipamentos provavelmente foram fracos no quarto trimestre depois que uma greve na Boeing interrompeu as entregas de aeronaves.

Os pedidos de bens de capital não relacionados à defesa, excluindo aeronaves, um indicador observado de perto dos planos de gastos das empresas, aumentaram 0,5% após um ganho revisado para cima de 0,9% em novembro, informou o Departamento de Comércio nesta terça-feira.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,3%, depois de um aumento de 0,4% relatado anteriormente em novembro.
As remessas do núcleo de bens de capital aumentaram 0,6%, depois de terem subido 0,4% em novembro. Os pedidos de bens de capital não relacionados à defesa caíram 7,8%, após queda de 3,2% em novembro. Os embarques desses bens aumentaram 3,5%, depois de terem caído 0,9% no mês anterior.

Essas remessas entram no cálculo do componente de gastos empresariais com equipamentos no relatório do Produto Interno Bruto. Uma greve dos trabalhadores da fábrica da Boeing, que começou em meados de setembro e terminou no início de novembro, interrompeu a produção e a entrega de aeronaves.

As fortes entregas de aeronaves ajudaram a impulsionar os gastos das empresas com equipamentos no segundo e terceiro trimestres, apesar de a taxa de juros mais alta ter prejudicado a fabricação.

Economistas acreditam que os gastos das empresas com equipamentos foram, na melhor das hipóteses, neutros para o PIB no último trimestre. O governo vai publicar sua primeira estimativa de crescimento do PIB para o quarto trimestre na quinta-feira. Uma pesquisa da Reuters com economistas prevê que o PIB aumentou a uma taxa anualizada de 2,6% no último trimestre.

Infomoney - SP   29/01/2025

As grandes economias globais posicionadas em cada extremidade do espectro geopolítico, como Estados Unidos e China, têm negociado menos umas com as outras, enquanto as economias alinhadas de médio porte, como Brasil, Índia e países do Sudeste Asiático, têm aproveitado para ampliar seus mercados.

A conclusão está na mais recente atualização do relatório “Geopolítica e a Geometria do Comércio Global”, do McKinsey Global Institute.

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O estudo destaca que as economias em desenvolvimento, em vez das avançadas, agora respondem pela maioria das importações e exportações da China e que elas continuam a fortalecer os laços comerciais em todo o espectro geopolítico.

Essa é uma estratégia mais ampla do que a opção pela proximidade geográfica ou política, como as táticas de “friendshoring”, “nearshoring”, desacoplamento e redução de riscos.
Brasil

Sobre o Brasil, o relatório destaca que, entre 2017 e 2024, a trajetória geral do comércio do país tem sido de exportações crescentes — particularmente de produtos agrícolas e metais –para a China, complementadas por importações cada vez maiores de produtos manufaturados chineses em troca.

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Essa trajetória das importações brasileiras continuou até 2024 e, em alguns casos, acelerou. “Por exemplo, entre 2022 e 2024, a participação da China nas importações de equipamentos de transporte do Brasil dobrou, de 11% para 22%, impulsionada principalmente pelas importações de veículos elétricos da China, que cresceram mais de seis vezes em valor.”

Da mesma forma, a China ganhou participação nas importações de produtos químicos e maquinário do Brasil em 2024.

No entanto, do lado da exportação, as exportações agrícolas do Brasil para a China caíram em 2024, impulsionadas principalmente por eventos climáticos extremos que afetaram a produção agrícola.

Outra fonte de crescimento comercial na Ásia para o Brasil tem sido o Sudeste Asiático (ASEAN), que está cada vez mais ganhando participação nas exportações brasileiras em todos os setores.

Um exemplo é Cingapura, que se tornou o terceiro maior destino das exportações de recursos energéticos do Brasil, depois da China e dos Estados Unidos. “Com o papel de Cingapura como um centro global de transporte, esses recursos energéticos brasileiros, por sua vez, ajudam a impulsionar a indústria global de transporte”, diz o texto.

Com essa reorientação comercial para a Ásia, a participação do Brasil no comércio com os parceiros intrarregionais, e em particular com a Argentina, continuou a cair, atingindo 15% em 2024.
EUA

Já os Estados Unidos continuam a diversificar seu comércio para longe da China e a negociar mais com ASEAN e o México. O relatório destaca que os EUA reduziram sua participação no comércio de produtos manufaturados com a China em seis pontos percentuais entre 2017 e 2024.

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Ao mesmo tempo, os Estados Unidos aumentaram sua participação nas importações do México e da ASEAN em cerca de dois e quatro pontos percentuais, respectivamente. Como resultado, o México se tornou o maior fornecedor de mercadorias para os Estados Unidos em 2023, posição que a China ocupava desde 2007.

“Em 2024, tanto o México quanto a ASEAN continuaram a registrar ganhos comerciais com a reorientação comercial dos EUA, com ambas as economias ganhando participação no comércio dos EUA mais rapidamente em 2024 do que em média entre 2017 e 2023.”

Enquanto isso, a China perdeu participação nas importações dos EUA em quase todos os setores entre 2017 e 2024, com os declínios mais substanciais em eletrônicos, máquinas e têxteis e vestuário.

Nesses setores, a participação das importações dos EUA da China caiu entre 14 e 16 pontos percentuais no período. “Isso reflete uma mudança nos padrões de fornecimento dos Estados Unidos, em vez de uma mudança no mix ou nos valores de exportação da China. Na verdade, a China aumentou suas exportações globais nesses setores em mais de US$ 500 bilhões desde 2017”.
China

O comércio da China com a América Latina está em uma trajetória ascendente constante, impulsionado pelas importações agrícolas da China da região e pelo crescimento das exportações chinesas de bens manufaturados, abrangendo eletrônicos de consumo e produtos de tecnologia limpa, como células fotovoltaicas, baterias de íons de lítio e veículos elétricos.

Grande parte desse crescimento do comércio foi impulsionado pelo comércio com o Brasil – que em 2024 representou quase 50% de todo o comércio da China com a América Latina, contra pouco mais de 40% em 2017.

No entanto, muitas economias latino-americanas têm experimentado um rápido crescimento do comércio com a China. O valor do comércio entre Brasil e China cresceu cerca de 13% ao ano entre 2017 e 2024. Peru e Colômbia experimentaram uma taxa de crescimento semelhante.

E para algumas economias menores, o crescimento do comércio com a China tem sido ainda mais forte, com o Equador e a Costa Rica, por exemplo, registrando taxas de crescimento do comércio de quase 20% ao ano.

A China também aprofundou os laços comerciais com a Rússia, que tem sido uma fonte crescente de recursos energéticos para o gigante asiático e está emergindo como um destino significativo para os automóveis e outros equipamentos de transporte da China. “Em 2017, apenas 2% das exportações de equipamentos de transporte da China foram para a Rússia. Em 2024, esse número era superior a 10%.”

Outro ponto citado é que, com a reorientação para o mundo em desenvolvimento, a participação da China no comércio com as economias da Europa caiu marginalmente. Isso foi impulsionado principalmente por uma mudança no mix setorial das importações da China, e não pela perda significativa de participação das economias europeias em qualquer setor.

Por exemplo, as economias europeias ganharam participação nas importações de equipamentos de transporte da China entre 2017 e 2024, passando de cerca de 50% para cerca de 60%, diz o texto.

No entanto, o valor total das importações da China neste setor caiu cerca de 4% ao ano, à medida que o setor automotivo doméstico da China continuou a crescer, reduzindo sua dependência de importações.”

Como resultado, o valor das exportações de equipamentos de transporte da Europa para a China estagnou – a fatia maior não compensou o encolhimento do bolo. Um padrão semelhante pode ser visto nas exportações europeias para a China de têxteis e vestuário e, até certo ponto, produtos químicos e farmacêuticos.”

MINERAÇÃO

Brasil Mineral - SP   29/01/2025

A produção de minério de ferro alcançou 328 milhões de toneladas em 2024, superando o guidance original, que era de 310-320 milhões toneladas no ano.

A Vale informa que sua produção de minério de ferro alcançou 328 milhões de toneladas em 2024, superando o guidance original, que era de 310-320 milhões toneladas no ano. Isto foi possível, segundo a empresa, devido a uma maior estabilidade operacional e o início de projetos importantes, como Vargem Grande e Capanema, ambos no estado de Minas Gerais.

No último trimestre do ano, a produção de minério de ferro da empresa somou 85,3 milhões t, uma redução de -5% em relação a igual período do ano passado. Esta redução foi planejada, uma vez que a Vale priorizou a produção de minérios que permitem maior margem financeira, como parte da estratégia de otimizar o seu portfólio. Em razão disto, a produção do Sistema Sul diminuiu, enquanto a do complexo S11D aumentou, alcançando níveis recordes.

A produção de pelotas somou 9,2 milhões de toneladas no trimestre, o que representa uma redução de -7%, ou 700 mil toneladas a menos no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Já as vendas de minério de ferro no trimestre foram de 81,2 Mt, uma queda de -10% sobre igual período de 2023, devido à decisão de reduzir as vendas de produtos de alta sílica no trimestre, melhorando os prêmios all-in. A média de preços obtidos pela Vale para o minério de ferro em 2024 foi de US$ 95,3 por tonelada, contra US$ 108,1/t em 2023, com uma queda de -11,8%.

Com relação ao cobre, a produção totalizou 101,8 mil t no quarto trimestre de 2024, com uma alta de 3% sobre o mesmo período do ano passado, em razão do melhor desempenho operacional e Salobo e Sudbury e o ramp up das minas subterrâneas de Voisey’s Bay. No ano, a produção de cobre foi de 348,2 mil toneladas.

Já a produção de Níquel totalizou 45,5 mil t no quarto trimestre de 2024, um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior, como reflexo da maior produção em Onça Puma após a reforma do alto forno e o melhor desempenho em Sudbury e Voisey's Bay. No ano, a Vale produziu 159,9 mil toneladas de níquel.

Infomoney - SP   29/01/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde de terça-feira (28) com o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, no Palácio do Planalto. O encontro não constava inicialmente na agenda de Lula, mas foi incluído no mesmo dia.

De acordo com a divulgação do governo, a reunião aconteceu às 15h. Horas depois, a empresa divulgou seu relatório de produção e venda, a prévia do resultado operacional, com dados do quarto trimestre de 2024 e do consolidado do ano.

A produção de minério de ferro da Vale no quarto trimestre de 2024 diminuiu 4,6% ante o mesmo período de 2023, alcançando 85,3 milhões de toneladas (Mt). No total de 2024, a produção atingiu 327,675 Mt, 2% acima do resultado do ano anterior e em linha com o guidance (328 Mt) para o período, divulgado em dezembro.

AUTOMOTIVO

Infomoney - SP   29/01/2025

A General Motors (GM) teve prejuízo líquido de US$ 2,96 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o ganho de US$ 2,10 bilhões apurado em igual período do ano anterior, de acordo com balanço divulgado nesta terça-feira (28).

Em termos ajustados, a montadora americana teve lucro por ação de US$ 1,92 entre outubro e dezembro, bem acima do consenso de analistas consultados pela FactSet, de US$ 1,85.

A receita da GM teve expansão anual 11% no trimestre, a US$ 47,70 bilhões, superando de longe a previsão da FactSet, de US$ 44,98 bilhões.
Segundo a empresa, o prejuízo no último trimestre de 2024 reflete suas decisões de reestruturar operações na China e de abandonar ambições de robotaxi, prejudicando resultados de um ano relativamente forte de vendas de carros na América do Norte.

O lucro EBIT da GM – antes de impostos e excluindo itens únicos – aumentou 21% no trimestre, para um recorde de 14,9 bilhões.

Após o balanço, a ação da GM subia 1% no pré-mercado em Nova York, às 8h43 (de Brasília), arrefecendo o salto inicial de quase 4%.

Valor - SP   29/01/2025

Grupo alemão reduz produção enquanto luta contra queda na demanda e muda para veículos elétricos

A Volkswagen (VW) está aberta a permitir que montadoras chinesas assumam suas linhas de produção excedentes na Europa, enquanto enfrenta uma queda na demanda e um aumento da concorrência das mesmas companhias que estão de olho em suas fábricas.

Executivos da Audi e da marca homônima da VW disseram ao “Financial Times” que a parceria com fabricantes chinesas de veículos elétricos, que estão tentando ampliar presença na Europa, é uma opção para enfrentar a queda das vendas na região.

“Com certeza é possível pensar nisso”, disse Gernot Döllner, executivo-chefe da Audi. Tal iniciativa reduziria as barreiras de entrada a esses concorrentes. “Acredito no livre comércio”, acrescentou ele.

A Audi fez uma parceria com a Morris Garages, que pertence ao grupo chinês SAIC Motor Corporation, para produzir veículos na China que agradem aos consumidores locais - um tipo de colaboração que, segundo Döllner, as marcas chinesas também podem tentar repetir na Europa.

Em uma entrevista separada, David Powels, diretor financeiro da marca VW, também não descartou a ideia de montadoras chinesas assumirem linhas de produção ociosas nas fábricas da companhia na Alemanha. “Estamos abertos a qualquer discussão sobre qualquer assunto com qualquer parceiro”, disse ele. “Em um mundo dinâmico, é preciso manter todas as opções em aberto.”

Os comentários surgem no momento em que as montadoras tradicionais da Europa se apressam na transição para os veículos elétricos, um segmento em que marcas chinesas como BYD estão produzindo aqueles que são considerados os veículos mais avançados tecnologicamente, ajudados por subsídios de Pequim e uma base de custos mais baixa.

Por décadas, a China foi o mercado mais lucrativo da VW, mas, nos últimos cinco anos, a participação de mercado de sua principal marca caiu quase pela metade devido à fraca posição no mercado de veículos elétricos, que vem crescendo rapidamente.

A maior montadora da Europa também foi atingida pelo encolhimento do mercado automobilístico em sua região, onde 2 milhões de carros a menos foram vendidos no ano passado, em comparação com cinco anos antes.

No mês passado, a VW firmou um acordo com trabalhadores de sua marca principal para reduzir a capacidade de produção em toda a Alemanha, evitando um plano mais drástico que envolveria o fechamento de pelo menos três fábricas no país.

O fechamento de linhas de produção da marca VW - que responde por cerca de metade das vendas do grupo em volume - foi elaborado para reduzir sua capacidade anual de produção em cerca de 730.000 carros, de um total de cerca de 1,5 milhão, até 2030, segundo disse a montadora.

O excesso de capacidade começou a aumentar durante a pandemia de covid-19, quando a VW cancelou turnos noturnos devido à menor demanda, com a marca produzindo cerca de 900 mil veículos na Alemanha em 2024.

As fábricas da VW terão que atingir novas metas não reveladas de produtividade para lutar pela capacidade restante e aquelas que não conseguirem atingi-las serão consideradas para “uso alternativo” - e que poderão ser colocadas à venda.

Algumas montadoras chinesas veem o uso do excesso de capacidade na Europa como maneira de reforçar sua presença o bloco.

A Stellantis, por exemplo, adquiriu participação de 20% na startup chinesa Leapmotor, dando a ela direitos exclusivos para fabricar e vendas carros fora da China por meio de joint venture. Se as vendas da Leapmotor crescerem na Europa, a Stellantis poderá usar mais capacidade ociosa em suas fábricas e evitar fechamentos politicamente controvertidos.

Döllner disse que a Audi também se opôs às tarifas mais altas da União Europeia sobre as importações de veículos elétricos chineses, afirmando que medidas protecionistas acabariam prejudicando sua posição.

A China continua sendo um mercado crucial para muitas montadoras de outros países, com várias companhias fabricando veículos no país e depois importando-os de volta para a Europa.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   29/01/2025

A Volvo CE, pioneira por trás do primeiro caminhão articulado do mundo 'Gravel Charlie' em 1966, anuncia o lançamento de uma nova linha de caminhões articulados de classe mundial, que deve ser introduzida gradualmente nos mercados globais durante 2025.

Os modelos atualizados marcam um salto tecnológico significativo graças a inovações importantes, como um novo sistema eletrônico e uma transmissão desenvolvida internamente, proporcionando melhorias de eficiência de combustível de até 15%, dependendo do modelo e da aplicação industrial. Além disso, o novo design de última geração das máquinas foi construído de forma a se adaptar ao longo do tempo para se adequar a futuros sistemas de transmissão.

Um destaque deste lançamento é o novo modelo A50, que expande as oportunidades dos clientes no exigente segmento de caminhões. "Essa adição, disponível em mercados selecionados, ressalta o compromisso da Volvo CE em atender às crescentes necessidades de seus clientes, aprimorando as capacidades operacionais e oferecendo mais opções", diz Melker Jernberg, presidente da Volvo CE

O resultado são máquinas de ponta, seguras e produtivas que foram construídas especificamente para reduzir o custo total de propriedade e responder aos desafios de hoje e de amanhã nos locais de trabalho mais difíceis, "especialmente quando combinadas com as soluções digitais pioneiras da Volvo CE, como o Haul Assist com pesagem a bordo", afirma Jernberg.

Uma abordagem circular - Desenvolvidos para estar entre as soluções de transporte mais eficientes em termos de combustível do mercado, os novos modelos também foram construídos com foco na sustentabilidade. Isso inclui a introdução de aço de baixa emissão de carbono – feito de materiais reciclados e produzido usando eletricidade e biogás livres de combustíveis fósseis – na produção em série de caminhões fabricados na unidade de Braås.

"Dado que o aço é um componente importante nos produtos Volvo CE – e tradicionalmente gera emissões significativas de carbono – a circularidade do material é outro exemplo da Volvo CE tomando medidas em suas operações para atingir emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2040", explica o executivo.

Futuro - Este lançamento faz parte da mais extensa revisão do portfólio de produtos da Volvo CE em décadas, com mais de 35% de sua gama renovada nos últimos 12 meses.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   29/01/2025

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,51% para 0,71% na passagem de dezembro para janeiro, informou nesta terça-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula alta de 6,85%.

Entre dezembro e janeiro, houve aceleração em Mão de Obra (0,53% para 1,13%), enquanto foi registrada desaceleração em Materiais, Equipamentos e Serviços (0,49% para 0,42%).

Influências

As principais influências para cima no INCC-M partiram de pedreiro (0,37% para 1,25%), engenheiro (0,74% para 1,80%), eletricista (0,81% para 1,25%), bombeiro (1,12% para 1,20%) e vergalhões e arames de aço ao carbono (0,30% para 0,64%).

Na outra ponta, puxaram o índice para baixo tubos e conexões de PVC (3,44% para -2,17%), eletrodutos de PVC (2,01% para -1,70%), bandeja de proteção (0,43% para -0,95%), conta de energia (-4,92% para -0,86%) e cimento portland comum (-0,22% para -0,17%).

Valor - SP   29/01/2025

Construtoras chinesas estão oferecendo vantagens não convencionais para atrair compradores de imóveis à medida que a crise do mercado se estende pelo quinto ano. Baixos valores de entrada, iPhones grátis e benefícios ainda mais exóticos.

No início deste mês, um desenvolvedor na cidade de Zhongshan, no sul da China, anunciou uma entrada de apenas 9,9 yuans (US$ 1,4), refletindo a "guerra de preços de 9,9 yuans" que se espalhou pelo mercado consumidor chinês.

Algumas promoções surgiram antes do Ano Novo Lunar, um feriado de uma semana que começou nesta terça-feira (28) em que centenas de milhões de chineses retornam às suas cidades natais. As incorporadoras torcem para que essas visitas impulsionem a venda de propriedades.

A filial de Shenyang da construtora Cifi Holdings Group, cujas vendas contratadas caíram mais de 50% em 2024, prometeu distribuir um iPhone 16 e reembolsar passagens aéreas para qualquer pessoa que retornasse à cidade e comprasse um apartamento. Em Suzhou, a Longfor Group Holdings estava oferecendo "fundos de viagem" para Harbin, um ponto turístico badalado no norte da China, para aqueles que comprarem apartamentos em dois empreendimentos.

Esses acordos seguem uma série de campanhas incomuns nos últimos meses. Autoridades do governo em Ziyang, uma pequena cidade no centro da China, prometeram em outubro recomendar pelo menos três oportunidades de emprego a cada trimestre para novos proprietários em busca de trabalho.

E no verão passado, a filial de Nanquim da construtora China Merchants Shekou Industrial Zone Holdings causou comoção nas mídias sociais chinesas quando ofereceu aos novos compradores de imóveis propriedade parcial de jatos particulares e treinamento para serem pilotos.

Essas táticas, que atraíram a ira das autoridades nos últimos anos, persistem entre as construtoras muito endividadas. A recordista em dívidas, Country Garden Holdings, continua sofrendo com vendas desanimadoras. As campanhas de disseminação também sugerem que os últimos esforços de Pequim para colocar um piso no mercado imobiliário desde o outono passado ainda não aliviaram a crise de liquidez das construtoras.

Ao mesmo tempo, analistas do setor dizem que a demanda por casas está mudando para unidades existentes e tem se concentrado em megacidades como Xangai e Shenzhen, tendências que correm o risco de piorar o excesso de novas casas vazias em cidades chinesas menores, mais afetadas pela desaceleração econômica do país e saídas de população.

"Os desenvolvedores não colhem benefícios diretamente das vendas secundárias", escreveu Esther Liu, da S&P Global Ratings em um relatório na semana passada. "A demanda secundária pode canibalizar as vendas primárias, reduzindo o fluxo de caixa dos desenvolvedores e a capacidade de pagamento de dívidas."

A estabilização do setor imobiliário da China, que já foi responsável por um quarto da atividade econômica geral e armazena a maior parte da riqueza das famílias, é considerada crucial para evitar que a confiança do consumidor diminua ainda mais. Os formuladores de políticas chinesas prometeram aumentar a demanda doméstica este ano, mas por outro lado se preocupa com possíveis tarifas mais altas aplicadas pelos Estados Unidos, agora novamente sob gestão de Donald Trump.

O setor imobiliário entrou em parafuso em 2021, quando as autoridades chinesas restringiram o acesso de desenvolvedores a novos empréstimos bancários como parte de esforços mais amplos para reduzir o papel descomunal do mercado imobiliário na economia. Desde então, as empresas foram forçadas a depender da descarga de estoques para coletar a receita necessária para concluir projetos inacabados e pagar dívidas crescentes.

Depois que uma série de construtoras deixaram de pagar empréstimos, incluindo a China Evergrande — que foi liquidada em Hong Kong — o governo agiu para conter os riscos de contágio. Mas o apetite dos consumidores por novas moradias tem demorado a retornar.

As vendas de novos apartamentos despencaram e continuaram caindo no ano passado, de acordo com cálculos do “Nikkei Asia” com base nas últimas divulgações dos desenvolvedores.

Em 2020, o ano anterior às restrições de Pequim, as empresas imobiliárias tiveram entradas de caixa totais de 19,3 trilhões de yuans. Em 2024, o valor despencou para 10,8 trilhões de yuans.

Havia 43 construtoras listadas com vendas contratadas anuais superiores a 100 bilhões de yuans em 2020. Esse número caiu para apenas sete no ano passado. O Longfor Group era o único desenvolvedor privado restante no clube de 100 bilhões de yuans.

A classificação dos desenvolvedores listados com base nas vendas contratadas mudou drasticamente ao longo desses anos. As antigas líderes Evergrande, Sunac China Holdings e Country Garden, todas privadas, perderam seus lugares. As três primeiras agora são unidades listadas de "empresas centrais" — empresas estatais sob o controle direto do governo central — lideradas pelo Poly Developments and Holdings Group, que tem um histórico militar.

A China Vanke, na qual o Shenzhen Metro Group, estatal, detém uma participação de 27%, não deixou de pagar suas dívidas e continua em quarto lugar. Mas na segunda-feira a empresa anunciou a renúncia de seus dois principais executivos e sinalizou seu primeiro prejuízo líquido desde que abriu o capital em 1991. As ações da Vanke listadas em Hong Kong fecharam a sessão de meio dia de terça-feira a HK$ 5,78, ou 2,1% a mais do que no dia anterior.

Financeiramente encurralados com seu fluxo de caixa obstruído, os desenvolvedores estão recorrendo a promoções pouco ortodoxas. Analistas dizem que as vantagens podem ser vistas como uma maneira de contornar as restrições do governo sobre os descontos que os desenvolvedores podem oferecer. Embora as autoridades tenham afrouxado as regras até certo ponto, muitos compradores permanecem em cima do muro.

"Em algumas cidades, as autoridades agora podem permitir descontos de 15% nos preços de casas novas em comparação com 10% anteriormente, mas isso ainda não é suficiente para gerar demanda", disse Yan Yuejin, vice-presidente do E-House China Real Estate Research Institute, com sede em Xangai, ao “Nikkei Asia”.

A blitz de promoções trouxe outras ideias criativas e até mesmo extravagantes para estimular a demanda.

Em janeiro de 2024, compradores de apartamentos em nove empreendimentos no distrito suburbano de Jinshan, em Xangai, receberam viagens gratuitas de metrô para trabalhar pelos próximos cinco anos, de acordo com uma declaração publicada no site do governo de Jinshan.

Empresas imobiliárias em cidades menores na província de Henan permitiram que compradores em potencial usassem alho, pêssegos e trigo como parte de seus pagamentos iniciais em anos anteriores. Outro empreendimento da Seazen Holdings em Nanquim permitiu que compradores usassem melancia para reduzir seus pagamentos iniciais em 2022.

A promoção do jato particular da China Merchants Shekou foi uma das mais chamativas. A construtora anunciou em sua conta oficial no Weibo que novos compradores de imóveis poderiam ganhar um pacote no valor de 200 mil yuans que incluía uma participação de 5% em um jato particular, aulas de voo e 100 horas de voo. Os compradores também poderiam escolher converter o pacote em um crédito de 200 mil yuans contra seu pagamento.

Agora, mais construtoras estão entrando na onda. Mas analistas dizem que tais táticas dificilmente mudarão a sorte.

As vendas de imóveis devem ficar estáveis em cerca de 17 trilhões de yuans este ano, embora as vendas no mercado primário caiam para até 8 trilhões de yuans, em comparação com 9,7 trilhões de yuans em 2024, de acordo com analistas da S&P Global Ratings.

"Eles continuarão a competir por uma fatia de um mercado primário em declínio", escreveram.

As campanhas peculiares "certamente ajudam a elevar o perfil das construtoras, mas isso não se traduziu em uma forte recuperação nas vendas", disse Yan, da E-House. "Isso mostra o quão desesperados os construtores ficaram ao tentar se manter à tona."

CNN Brasil - SP   29/01/2025

O governo federal celebrou 698.582 financiamentos de unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida, em 2024, segundo apuração da CNN.

O número é o maior registrado em 11 anos, de acordo com o Ministério das Cidades. Segundo dados da pasta, 605.538 unidades habitacionais foram financiadas via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); enquanto as outras 93.044 foram via subsídios da União.

De acordo com fontes do Ministério, 40% dos contratos foram para famílias de baixa renda, aquelas que ganham até R$ 2.840,00.

Se somados aos números de 2023 – quando pouco mais de 490 mil unidades foram financiadas -, desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram realizados quase 1,2 milhão de financiamentos por meio do programa.

A meta do governo é chegar até 2026 com 2 milhões de unidades habitacionais financiadas. Após uma participação no G20, ocorrido em novembro, o ministro das Cidades, Jader Filho, chegou a dizer que é possível ultrapassar esse valor.

“Já ultrapassamos a metade da meta para 2026, tínhamos até anteontem 1,135 milhão de novas unidades contratadas, fora a retomada de obras que estavam paralisadas. E essa meta de 2 milhões deve sim ser ultrapassada. Acreditamos que podemos chegar a 2,3 milhões”, afirmou a jornalistas na ocasião.

Um dos principais símbolos das gestões petistas na área social, o MCMV foi recriado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início de 2023.

Na nova versão do programa, o governo aumentou os subsídios dados à compra de imóveis e reajustou o valor máximo da renda familiar bruta para enquadramento dos beneficiários.
Ampliações

O ministério das Cidades também divulgou que 391 municípios de 24 estados foram habilitados para apresentar propostas de projetos habitacionais. A expectativa é de que sejam construídas 26.385 moradias, com investimentos realizados por meio do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

As novas unidades habitacionais deverão atender critérios rigorosos de localização e infraestrutura, garantindo acesso a redes de saneamento e elétrica, escolas, hospitais, comércios e transporte público coletivo.

Valor - SP   29/01/2025

Apesar de o volume de crédito concedido com dinheiro da poupança ter aumentado 23% no acumulado do ano, há visão, no mercado, de que esse recurso será cada vez mais escasso

A percepção de que a classe média tem cada vez mais dificuldade para comprar imóvel novo tem levado as incorporadoras a apostar nos extremos do mercado, com mais lançamentos nos segmentos de baixa renda e alto padrão. Nas prévias operacionais do quarto trimestre, a incorporadora EZTec, majoritariamente de médio e alto padrão, anunciou a volta ao segmento econômico, incluindo o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Em dezembro, lançou um projeto da sua marca FitCasa com a incorporadora Conx.

A Cyrela, que também tem marca para o MCMV, a Vivaz, ampliou o valor geral de venda (VGV) dos lançamentos no segmento em 105% no ano passado, na comparação com 2023, para R$ 3 bilhões. As vendas da Vivaz cresceram 52% no mesmo intervalo, para R$ 2,5 bilhões. A marca trabalha com as faixas 2 e 3 do programa, para famílias com renda entre R$ 2.640 e R$ 8.000.

“Temos um vácuo na classe média, estamos atuando bem na classe alta, de [unidades] de R$ 1 milhão para cima, ou no segmento econômico”, afirmou, ao Valor, Jorge Cury, CEO da Trisul, na divulgação das prévias da incorporadora. A empresa também reforçou seus projetos para a baixa renda, embora Cury afirme que o “carro-chefe” de companhias como a sua — o que inclui EZTec e Cyrela — é a classe média.

O problema é a perda de poder de compra do cliente, que, ao menos em São Paulo, busca financiamento para acessar imóveis entre R$ 350 mil, o teto do MCMV, e cerca de R$ 1 milhão. Nas contas de Cury, os clientes perderam “quase um terço” do seu poder de compra desde o momento de baixa da Selic, em 2020.

De janeiro a novembro do ano passado, a poupança teve saldo negativo de R$ 24,4 bilhões – é de lá que vem a maior parte dos recursos para financiar o comprador de classe média.

Apesar de o volume de crédito concedido com dinheiro da poupança ter aumentado 23% no acumulado do ano, há uma visão, no mercado, de que esse recurso será cada vez mais escasso. Atrelado a isso, e aos aumentos recentes da taxa Selic, os bancos têm elevado as taxas do crédito imobiliário aos clientes, como fez a Caixa no início deste ano. O banco público, maior fornecedor de crédito imobiliário do país, já havia aumentado a entrada exigida nos contratos.

O resultado tem sido, também, uma maior concorrência no MCMV. A competição não é só pelo cliente — o déficit habitacional do país faz com que existam milhões de interessados em comprar um imóvel do programa —, mas, principalmente, pelos recursos do FGTS, que financiam as construtoras e os compradores do MCMV.

“Entendemos que em 2025 não vai ter funding do FGTS o ano todo”, afirma Pedro Donadon, CEO da incorporadora ADN, que constrói prédios do MCMV no interior paulista.

Em 2024, sua empresa lançou mais na faixa 3 do MCMV e fora dela, mas, para este ano, o plano é focar nas faixas 1 e 2, que apresentam maior velocidade de venda. Donadon quer lançar e vender o máximo possível até o meio do ano, para garantir que consiga os recursos para seguir com os projetos. “Teremos que ser muito eficientes nas contratações”, diz.

O conselho curador do FGTS aprovou R$ 123,5 bilhões para o orçamento do MCMV em 2025. O valor fica abaixo dos R$ 127,6 bilhões de 2024. Esse valor, no entanto, já conta com um suplemento de R$ 22 bilhões liberado em agosto. A expectativa das empresas é que novos complementos possam ser feitos neste ano.

Globo Online - RJ   29/01/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira a grandes construtoras que atuam no Minha Casa Minha Vida que participem mais de projetos do programa habitacional com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), destinado a financiar moradia a famílias mais vulneráveis, com renda familiar mensal de até R$ 2.600. Em resposta, ouviu sinalizações positivas, mas também uma série de pedidos do segmento, formulados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e pelos presidentes das maiores construtoras do país.

O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) hoje tem, na prática, duas faixas de entrada: a ligada ao FAR, que é quase totalmente subsidiada com recursos da União, em que os contemplados pagam parcelas simbólicas; e a faixa 1 financiada com recursos do FGTS. Lula tem manifestado a integrantes do governo a intenção de aumentar o número de imóveis na faixa do FAR, que tem maiores subdídios.

Reservadamente, participantes da reunião dizem que as construtoras sinalizaram ampliar a participação em projetos com recursos do FAR, mas pediram ajustes no programa, principalmente garantias financeiras.

Hoje, a atuação de grandes empreiteiras nos projetos voltados a populações mais vulneráveis é pequena, em boa medida porque as companhias consideram esses projetos pouco rentáveis na comparação com empreendimentos das demais faixas do MCMV. Há, ainda, certa aversão ao risco de que, como os projetos do FAR são financiados com recursos da União, haja atrasos das empreiteiras para receber pelas obras, como já ocorreu em 2014 e 2015.

A reunião de Lula teve a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Jader Filho (Cidades), da secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e de representantes do setor privado. Além do presidente da Abrainc, Luiz França, foram recebidos por Lula os empresários Rubens Menin (MRV), Ricardo Valadares Gontijo (Direcional Engenharia), Rodrigo Osmo (presidente da Tenda), Régis Guimarães Campos (Emccamp), Ronaldo Cury (Cury Construtora), Victor de Almeida (Pacaembu) e Rodrigo Luna (Plano&Plano).

O governo considera a participação das maiores construtoras, que hoje atuam essencialmente nas faixa 1 com o financiamento do FGTS, além das faixas 2 e 3 do MCMV, é tida como crucial. Na reunião, ficou acertada a criação de um grupo de trabalho entre o setor e as áreas técnicas da Fazenda e das Cidades para estudar ajustes no programa e a viabilidade dos demais pleitos do setor. Uma nova reunião com Lula deve ser marcada, então, nas próximas semanas para bater o martelo.

De acordo com um executivo do setor, o maior entrave para a participação de grandes construtoras no Minha Casa, Minha Vida - FAR é o receio de que, devido à crise fiscal, haja atrasos nos pagamentos das obras por parte da União. Para contornar o problema, o setor pede que 100% da verba seja alocada na largada dos projetos e que seja e gerenciada por um terceiro, como a Caixa Econômica Federal.

Outro problema é que os projetos do FAR têm tramitação mais lenta na comparação com o desenvolvimento de um projeto imobiliário financiado pelo FGTS. Além disso, os imóveis construídos no âmbito do FAR também têm mais exigências técnicas que os das demais faixas do Minha Casa, Minha Vida que encarecem o projeto, de acordo com um executivo do mercado. Enquanto apartamentos da faixa 1 com financiamento do FGTS podem ser entregues apenas com o contrapiso, os imóveis com maior subsídio da União exigem a instalação de pisos completos, por exemplo.

Entre os pedidos do setor, está ainda a liberação do recolhimento compulsório da poupança, mecanismo do Banco Central que retém parte dos depósitos para criar um colchão de liquidez a ser usado pelas instituições financeiras em situações emergenciais, como crises sistêmicas. A alíquota atual, vigente desde 2021, é de 20% e o setor imobiliário pleiteia há anos a liberação do recurso, com a redução dessa alíquota.

Também foi solicitada uma nova redução do prazo de carência das LCIs, as Letras de Crédito Imobiliário, papéis vendidos no mercado a investidores para o financiamento de projetos imobiliários. Em agosto de 2024, o Conselho Monetário Nacional (CNM) já havia reduzido esse prazo de 12 meses para 9 meses, equiparando-o ao das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).

Há, ainda, um pedido para que haja maior regulamentação do saque-aniversário do FGTS e do crédito consignado que tem como garantia esses saques. Há entre os empresários a preocupação de que parte da dívida esteja sendo usada, por exemplo, para o pagamento de apostas esportivas. O FGTS é uma das principais fontes de financiamento de imóveis no país.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   29/01/2025

Os novos projetos de concessões de ferrovias desenhados pelo Ministério dos Transportes serão submetidos a uma primeira rodada de conversas com investidores interessados em entrar no setor.

As primeiras reuniões para apresentar os projetos vão acontecer nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro, em São Paulo. Os encontros vão colocar na mesma mesa representantes de empresas e investidores, membros do Ministério dos Transportes e do BNDES.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

Informações obtidas pela Folha mostram que 19 companhias já estão com encontros confirmados para obter informações sobre os projetos.

Do Brasil, os interessados são Rumo Logística, VLI , Grupo CCR, MRS Logística e Vale, todas já atuam no setor ferroviário. A relação de brasileiros inclui ainda Arteris, EPR, Prumo e Portonave.

Bancos de investimento também estão presentes. São eles: BTG Pactual, XP Asset, Opportunity, Pátria Investimentos e Prisma Capital.

Da China, já há confirmação de presença de representantes do gigante CRCC (China Railway Construction Corporation) e da Concremat/CCCC, reunindo Brasil e China.

Dos Emirados Árabes Unidos, foi confirmado um encontro com membros do Mubadala Capital, um dos principais investidores de infraestrutura daquele país. Complementa a lista duas empresas de origem espanhola, a Acciona e a Sacyr.

O primeiro projeto que será detalhado pelo governo neste encontro é o do chamado “Anel Ferroviário do Sudeste”, como foi batizada a EF-118. A nova ferrovia, que tem traçado previsto de 300 quilômetros, pretende ligar Vitória (ES) a Itaboraí (RJ).

O projeto vai conectar a malha da Ferrovia Vitória-Minas (EFVM), da Vale, à rede operada pela MRS Logística, chegando ao complexo portuário do Comperj, no Rio de Janeiro. Para a MRS, por exemplo, que já opera com grande volume de exportações pelos portos de Itaguaí e Santos, o acesso ao porto de Vitória oferece uma nova alternativa estratégica para o escoamento de cargas.

Em março, serão realizados encontros para fazer o detalhamento dos traçados da Fico (Ferrovia do Centro-Oeste) e da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste). Trata-se de um traçado com cerca de 2.400 quilômetros, que sairia de Lucas do Rio Verde (MT), para chegar a Água Boa (MT) e Mara Rosa (GO). A partir daí, avançaria até Barreiras (BA) e Caetité (BA).

A concessão do último trecho dessa malha, que liga Caetité a Ilhéus (BA) e já tem cerca de 400 quilômetros de malha concluídos, pertence hoje à Bamin, mas esse contrato tem sido negociado com a Vale, que tem interesse em assumir a mina de ferro em Caetité e controlar a ferrovia até Ilhéus, onde será construído um novo terminal portuário.

A meta do governo, depois de colher aperfeiçoamentos em audiências públicas e nos encontros com empresários —eventos conhecidos como ‘market sound’— é enviar o material ao TCU (Tribunal de Contas da União) até abril e publicar o primeiro edital do Anel Ferroviário do Sudeste entre junho e julho. Já o edital da Fico-Fiol está previsto para o último trimestre de 2025.

Como mostrou a Folha, o governo federal fecha os últimos detalhes do Plano Nacional de Ferrovias, voltado para a concessão de novos trechos de estradas de ferro, com empreendimentos que cortam as regiões Sudeste, Norte e Nordeste do país.

Ao todo, o pacote prevê a oferta de aproximadamente 4.700 quilômetros de ferrovias para a iniciativa privada. A previsão do governo é que esses projetos atraiam investimentos na ordem de R$ 100 bilhões. Para garantir a viabilidade de cada operação, o governo pode entrar com uma fatia de recursos públicos equivalente a 20% de cada projeto.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   29/01/2025

A Petrobrás atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu Plano Estratégico 2024-2028+, dentro do intervalo de ±4%. A produção total de óleo e gás natural alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). A produção comercial de óleo e gás natural alcançou 2,4 milhões de boed e a produção de óleo foi de 2,2 milhões de barris por dia (bpd). A companhia estabeleceu novos recordes anuais de produção total própria e operada no pré-sal, com 2,2 milhões de boed e 3,2 milhões de boed, respectivamente. O volume de produção no pré-sal representa 81% da produção total da companhia.

A empresa destaca a entrada em operação de duas novas plataformas em 2024: o FPSO Maria Quitéria, localizado no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, cuja previsão inicial era começar a operar em 2025; e o FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. Ao longo do ano, foi alcançada a capacidade máxima de produção de óleo da plataforma FPSO Sepetiba, no campo de Mero, após oito meses de operação. O ramp up dessas plataformas compensou parcialmente as perdas decorrentes de paradas para manutenção e do declínio dos campos maduros, além do impacto na produção por conta de paradas não programadas determinadas pela ANP e os efeitos da greve do Ibama. Apesar destes fatores externos, a companhia conseguiu fechar o ano de 2024 dentro do planejado.

Outro destaque que a companhia chama a atenção foi o início da operação comercial da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), situada no Complexo de Energias Boaventura (Itaboraí/RJ), em novembro, com capacidade de processar 10,5 milhões de m³/dia de gás, por meio de seu primeiro módulo. “Estes resultados foram alcançados graças ao esforço integrado de toda a companhia, reforçando o compromisso da Petrobras com os investidores e com a sociedade brasileira”, informa o comunicado.

Infomoney - SP   29/01/2025

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira (28) invertendo sinal perto do fechamento após falas de líderes globais sobre a guerra da Ucrânia. Mais cedo, a commodity ficou pressionada pela suspensão de protestos em portos de exportação da Líbia. O mercado também se mantém na expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), a ser anunciada na quarta-feira, 29.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em alta de 0,82% (US$ 0,60), a US$ 73,77 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,40% (US$ 0,31), a 76,49 o barril.

No período da tarde, segundo a AFP, a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, e o novo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, concordaram em manter “pressão máxima” sobre o líder russo Vladimir Putin para acabar com a guerra na Ucrânia.
Mais cedo, Putin relatou à televisão estatal russa que, se Ucrânia decidir negociar, há uma maneira legal de fazê-lo, mas que não vê disposição por parte de Kiev para se envolver.

A commodity caiu no começo da tarde com os relatos de que os protestos que estavam impedindo o carregamento de navios petroleiros na Líbia foram suspensos por duas semanas.

Segundo Alex Hodes, da StoneX, os protestos nos portos “trazem à tona um risco de fornecimento quase constante no mercado, já que o governo líbio continua dividido”.

Investidores também ainda estão digerindo as implicações do governo Trump, que está enviando sinais contraditórios com uma combinação de tarifas, ameaças de sanções mais rígidas e pressão sobre os produtores de petróleo para que aumentem a produção tanto nos EUA quanto na Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), acrescenta ele.

RODOVIÁRIO

A Tribuna - SP   29/01/2025

O Ministério dos Transportes apresentou nesta terça-feira, 28, o plano de leilões de concessões de rodovias para 2025. São 12 projetos novos e três disputas por contratos em curso que recentemente foram repactuados. Os investimentos, somando obras, operações de pedágios e manutenções, totalizam R$ 161 bilhões.

Conforme o ministro dos Transportes, Renan Filho, a estratégia de conceder as rodovias busca garantir investimentos que não dependam dos cofres públicos. "Dessa forma, cada vez mais, poderemos avançar com menos esforço do erário", diz.

Com 15 projetos, o ano pode encerrar com mais que o dobro do recorde atual de certames desse tipo realizados em um único ano - a maior marca é sete.

O calendário indica que o primeiro do ano será realizado no final de fevereiro. Depois disso, o plano é de quatro em maio, um em junho, dois em agosto, um no mês de setembro e o último, entre os novos projetos, em dezembro.

"É o momento de demonstrar uma dependência menor dos recursos do Tesouro para a infraestrutura rodoviária. Isso vai ser um divisor de águas", afirma o ministro.

Desde o início da atual gestão, o Ministério dos Transportes realizou nove leilões. O consolidado dos dois primeiros anos - 2023 e 2024 - é de R$111 bilhões em investimentos voltados à infraestrutura. A meta é de 35 até dezembro de 2026, último mês do atual governo Lula.

O volume recorde de projetos colocados à disposição da iniciativa privada se defronta com desafios como a conjuntura econômica do País. Para Renan Filho, a expectativa é a de que a atual curva de juros passe a cair ainda este ano e alcance estabilidade em 2026. Disse também que as taxas de retorno dos projetos poderão ser ajustadas caso necessário para manter o interesse dos investidores.

"A meta deste ano é realizar 15. Se nós realizarmos 12, será o maior volume de leilões da história do Brasil em um ano", afirmou o ministro.

Ele aponta que entre os obstáculos para efetivação de um leilão estão as análises prévias que cabem ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Dos 15 leilões previstos para este ano, três serão disputas por contratos já existentes, que foram repactuados com anuência do TCU durante o ano passado.

MSVia, Fluminense e ECO101 reclamam de contratos desequilibrados e tiveram acordos que aceleram obras em troca de maior tempo de exploração. Contudo, esses contratos repactuados serão disputados entre a atual concessionária de cada trecho e outros eventuais interessados.

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