Clipping Diário

09 | Janeiro | 2025

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   09/01/2025

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que põe fim à disputa judicial sobre a condenação imposta pelo Cade à siderúrgica em 2005 por participação em cartel formado no mercado de vergalhões de aço.

É mais uma empresa que consegue rever os termos da condenação do órgão antitruste por meio do Desenrola Agências Reguladoras, programa criado pelo Congresso para aumentar a arrecadação federal e compensar parte da desoneração da folha de pagamentos. Com a revisão do caso, a Gerdau pagou a multa imposta pelo Cade há 20 anos com desconto de 65%, valor quitado no dia 30 de dezembro em R$ 256 milhões.

A primeira a fechar um acordo desse tipo no âmbito do Cade foi a Votorantim Cimentos, como antecipado pelo Estadão/Broadcast. Pelas regras do Desenrola, valores inscritos na Dívida Ativa há dez anos ou mais têm desconto de 65% se pagos à vista. Essa transação é negociada junto à Advocacia-Geral da União (AGU).

Mas, assim como no episódio da empresa de cimento, a transação pecuniária (multa) da Gerdau foi aliada a um acordo que mexe na condenação não pecuniária definida pelo órgão antitruste – ou seja, nas restrições pró-concorrenciais impostas pelo Cade.

Com o novo acordo, se manteve apenas uma obrigação de a companhia publicar “esclarecimento público” por comunicado ao mercado sobre o caso. Na condenação pelo Cade feita há 20 anos, entre os remédios definidos – como são chamadas as imposições pró-concorrenciais que a empresa precisar seguir –, a Gerdau teria de se abster da prática de divisão de mercado, por meio de fixação de preços de revenda aos seus distribuidores e compradores diretos.

Também teria de se abster de qualquer ação retaliatória aos distribuidores que optarem pelo abastecimento alternativo de seus estoques no mercado internacional.

Contudo, a empresa recorreu da decisão do órgão e conseguiu a suspensão das obrigações antes que a condenação produzisse efeitos. Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou um recurso especial da siderúrgica e chegou a anular o processo administrativo, segundo a companhia.

Contra a decisão, o Cade apresentou recurso no STF, distribuído para relatoria do ministro Gilmar Mendes em março do ano passado, sem que houvesse até o momento uma decisão do magistrado sobre as considerações do órgão antitruste. Em razão das negociações entre a empresa, o Cade e a AGU, Gilmar não precisou decidir sobre o recurso. Foi seu papel, por sua vez, homologar os efeitos do acordo. A decisão do ministro foi assinada nesta terça-feira, 7, e divulgada nesta quarta-feira, 8.

O acordo com o órgão antitruste prevê que as imposições concorrenciais impostas pelo Cade em 2005 “perderam o objeto”. Por isso, se manteve apenas a obrigação de a Gerdau publicar esclarecimento público.

Um dos trechos do acordo também esclarece que o tratado não entra na análise de mérito sobre a licitude das condutas da Gerdau, mas também não deve ser interpretado como admissão de irregularidade por parte da siderúrgica. Além disso, prevê o Cade fica comprometido a não considerar o processo administrativo contra a Gerdau para fins de reincidência ou agravamento de pena em qualquer outro processo dentro do órgão.

O documento foi firmado pelo presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, a Gerdau e a Procuradoria-Geral Federal em 30 de dezembro, mesmo dia em que o boleto da multa com desconto foi liquidado. O ato chegou a ser comunicado ao mercado pela companhia, destacando que a celebração do termo com o órgão antitruste ainda estava condicionada à homologação judicial.

Com essa etapa final cumprida, o acordo já é considerado válido, mas como a última sessão do tribunal do Cade foi realizada em 11 de dezembro, o documento deve ser levado aos demais conselheiros num ato de formalização, o que será feito nas primeiras sessões do ano, apurou a reportagem.

No caso da Votorantim, o acordo foi validado pelo tribunal do Cade na última sessão do ano passado. Como mostrou o Estadão/Broadcast à época, houve um voto contrário do conselheiro Gustavo Augusto, para quem o interesse público primário deveria ser o cumprimento da decisão do órgão quando condenou a empresa. Para ele, houve uma inversão dessa prioridade no momento em que o poder público privilegiou o recebimento da multa.

Valor - SP   09/01/2025

A US Steel é a terceira maior produtora de aço do país, atrás da Nucor e da Cleveland-Cliffs, sendo uma produtora-chave para os setores energético, militar e de transporte dos EUA

A Nippon Steel e a U.S. Steel estão apostando que Donald Trump pode ser persuadido a apoiar sua transação de US$ 15 bilhões e acusam o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de ter vetado o negócio para ganhar apoio sindical na eleição presidencial de 2024.

A duas companhias, há mais de um ano batalhando contra opositores ao negócio, acreditam que os processos que abriram nesta semana contra Biden convencerão seu sucessor a apoiar a transação quando ele voltar à Casa Branca neste mês.

Segundo uma fonte a par da estratégia dos processos, a Nippon Steel, de Tóquio, que propôs a aquisição da U.S. Steel no meio da corrida presidencial de 2024, tem a esperança de que a tendência de Trump em desfazer as políticas de Biden possam levar a uma reversão da decisão. Durante a campanha, Trump disse opor-se à compra.

“Você pode imaginar um cenário em que o presidente Trump não queira defender as práticas corruptas de seu predecessor”, disse a fonte. “Nesse cenário, [a decisão sobre] esta transação nem deveria chegar à mesa do presidente.”

Biden citou motivos de segurança nacional ao vetar o acordo na sexta-feira (3), cumprindo uma promessa feita em 2024 de impedir que a empresa de 123 anos, símbolo da região industrial dos Estados Unidos conhecida como “cinturão da ferrugem”, caísse nas mãos de uma empresa estrangeira.

A decisão do presidente veio na esteira de uma análise inconclusiva sobre o negócio feita pela Comissão de Investimentos Estrangeiros nos EUA (Cfius, na sigla em inglês), um órgão governamental responsável por avaliar aquisições empresariais em questões de segurança nacional.

“O processo foi corrupto”, disse o executivo-chefe da U.S. Steel, David Burritt, em entrevista à rede de TV CNBC, na terça-feira. “Deus sabe que este processo esteve contaminado desde o início e precisamos consertar isso. Isso não deveria ter ocorrido.”

As empresas agora tentam “corrigir os erros deste presidente e assegurar que a Cfius seja realmente seguida”, acrescentou Burritt.

Em uma ação judicial movida na segunda-feira, as empresas acusaram o governo Biden de vetar o acordo para atender à “agenda política pessoal” do presidente.

A ação, apresentada em um tribunal federal de recursos em Washington, também criticou membros da Cfius, como a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o secretário de Justiça, Merrick Garland, argumentando que o processo foi uma farsa”.

Segundo o Conselho de Segurança Nacional, a Cfius concluiu que o acordo “criaria riscos para a segurança nacional dos EUA”.

“O presidente Biden nunca hesitará em proteger a segurança desta nação, sua infraestrutura e a resiliência de suas cadeias de suprimentos”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

Uma segunda ação judicial tem como alvo a produtora de aço rival Cleveland-Cliffs, seu executivo-chefe, Lourenço Gonçalves, e o presidente do sindicato United Steelworkers (USW), David McCall, acusando-os de “ações ilegais e coordenadas destinadas a impedir a transação”. A Cleveland-Cliffs ficou em segundo lugar no leilão de 2023 pela U.S. Steel.

A oferta da Nippon para comprar a siderúrgica tornou-se uma questão central durante a campanha presidencial americana, uma vez que Trump e Biden disputavam os votos de trabalhadores da classe operária no crucial Estado da Pensilvânia, onde a U.S. Steel tem sede.

O sindicato USW trabalhou para vetar o acordo, embora a U.S. Steel tenha avisado que o fracasso da compra resultaria em cortes de empregos.

Na segunda-feira, Trump reiterou sua oposição à compra pela Nippon Steel. “Por que eles querem vender a U.S. Steel agora, quando as tarifas a tornarão uma empresa muito mais lucrativa e valiosa?”, disse na plataforma de relacionamento social on-line Truth Social, referindo-se a seu plano de impor tarifas sobre importações.

A US Steel é a terceira maior produtora de aço do país, atrás da Nucor e da Cleveland-Cliffs, sendo uma produtora-chave para os setores energético, militar e de transporte dos EUA.

“[A venda para a Nippon Steel] criaria riscos para nossa segurança nacional e nossas cadeias de suprimentos críticas”, disse Biden.

Trump já foi persuadido a voltar atrás em suas posições em questões comerciais de alta visibilidade, como os esforços recentes para impedir a tentativa do governo dos EUA de proibir o TikTok — algo que apoiou durante seu primeiro mandato.

“Existe um cenário no qual isso volta para Trump", disse Stephen Heifetz, sócio da banca de advocacia Wilson Sonsini, que já trabalhou na Cfius. Apenas uma outra empresa, a chinesa Ralls, conseguiu processar a Cfius com sucesso por infringir o devido processo. “Eu destacaria que estamos em território completamente inexplorado. Qualquer coisa pode acontecer.”

Aimen Mir, sócio da banca de advocacia Freshfields e ex-integrante da Cfius, considera haver poucas evidências de que a Nippon Steel, com sede em um país aliado dos EUA, represente um risco à segurança nacional. Esta é a primeira vez que uma aquisição sem relações com a China e sem implicações militares é vetada, segundo Mir.

“A decisão de [Biden] parece, na melhor das hipóteses, fundamentada em argumentos de segurança nacional falhos e, na pior, em motivações políticas”, disse Mir.

Burritt, da U.S. Steel, alertou para a possibilidade de cortes de empregos e fechamento de instalações sem o investimento de US$ 2,7 bilhões que a Nippon Steel faria caso o negócio siga adiante.

“A indústria [siderúrgica] dos EUA costumava estar entre as melhores do mundo. Agora, é uma retardatária”, disse Todd Tucker, diretor do programa de comércio exterior e políticas industriais do centro de estudos Roosevelt Institute.

Em novembro, Burritt disse que houve queda anual no lucro da empresa, afetado pelo declínio dos preços do aço, mas ressaltou que a empresa "demonstrou resiliência" em seu modelo de negócios.

O acordo original de compra pela Nippon Steel prevê que a companhia japonesa pagará uma multa de US$ 565 milhões se o negócio for vetado. (Colaborou Demetri Sevastopulo, em Washington. Tradução de Sabino Ahumada)

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   09/01/2025

O ano de 1974 viu um avanço na produção de aço quando a siderúrgica SSAB lançou o primeiro aço antidesgaste com características estruturais do mundo.

Uma combinação exclusiva de dureza e tenacidade ajudou a resolver o problema de fragilidade dos aços convencionais de alta resistência à abrasão, que eram quase impossíveis de dobrar e não suportavam impactos fortes durante o uso.

Em 1983, a fábrica da SSAB em Oxelösund, na Suécia, criou uma chapa antidesgaste realmente resistente que recebeu a marca Hardox® – um nome que descreve perfeitamente sua resistência. Hoje, ela ainda é orgulhosamente produzida na Suécia, nos EUA e na Finlândia.

História –Tudo começou com o Hardox 400, lançado em 1974. Foi a primeira chapa antidesgaste de fácil utilização, com propriedades mecânicas que permitiam que fosse cortada, dobrada, soldada e usinada na fabricação, sem apresentar nenhum problema.

Depois veio o Hardox 450, que posicionou ainda mais o Hardox no mercado como o aço resistente ao desgaste. Depois desse revolucionário aço, veio uma grande variedade de graus para atender a quase todos os desafios imagináveis em diferentes segmentos: O Hardox 500 Tuf, o Hardox HiAce e o Hardox HiTemp.

"Quando o Hardox 500 Tuf foi lançado, ele foi rapidamente adotado como a nova referência em chapas antidesgaste. Com sua dureza e tenacidade excepcionais, ele oferece desempenho incomparável, mesmo em condições abaixo de zero, e pode ser usado em praticamente qualquer aplicação", afirma a fabricante.

A linha completa de produtos também inclui o extra-resistente Hardox HiTuf e, para peças e revestimentos antidesgaste que precisam de dureza excepcional, os clientes podem escolher entre os graus Hardox 500, Hardox 550, Hardox 600 e Hardox Extreme.

Pioneiro no futuro dos aços – A história de progresso já tem 50 anos, afirma a empresa, e com isso, apresenta a linha Hardox, agora como o primeiro aço produzido com zero emissões este ano: O Hardox 450 feito em SSAB Zero.

Segundo a empresa, esta nova versão da chapa antidesgaste Hardox possui todas as qualidades que fizeram do Hardox 450 a referência global em chapa de desgaste premium.

"O SSAB Zero é produzido usando aços reciclados em um processo alimentado por eletricidade e biogás, sem empregar combustíveis fósseis, resultando em praticamente nenhuma emissão de carbono durante o seu processo de fabricação", afirma.

Esse aço pode reduzir ainda mais a carga ambiental da produção siderúrgica.

Valor - SP   09/01/2025

O governo da Argentina anunciou nesta quarta-feira (8) que vai vender suas ações da empresa Impsa (Industrias Metalúrgicas Pescarmona), marcando a primeira privatização desde que o presidente Javier Milei chegou ao poder.

As fatias da empresa que pertenciam ao Estado serão transferidas para o consórcio IAF (Industrial Acquisition Fund), com sede nos Estados Unidos e cujo principal sócio é a Arc Energy, companhia do setor de petróleo e gás.

A única proposta recebida foi analisada por uma comissão do governo, que recomendou a concessão das ações do governo federal e da província de Mendoza após o grupo melhorar a oferta inicial.

Fundada em 1907, a Impsa fabrica equipamentos como turbinas, guindastes e reatores para os setores de metalurgia, geração de energia e tecnologia.

O site oficial da empresa destaca sua presença na maior parte dos países da América do Sul, nos Estados Unidos e no sudeste asiático. No Brasil, a empresa tem projetos no porto de Santos, em usinas eólicas no Sul e no Nordeste e em hidrelétricas.

O IAF propôs um investimento de capital de US$ 27 milhões e solicitou até 31 de janeiro para garantir o refinanciamento da dívida de US$ 576 milhões da Impsa com seus credores, segundo comunicado do governo argentino.

Segundo o site Infobae, a empresa registrou prejuízo de cerca de 56 bilhões de pesos (cerca de US$ 54 milhões) até setembro de 2024.

As ações do governo argentino na empresa são de classe C, sem direito a voto e equivalentes às ações preferenciais no Brasil, e somam 84,9% do capital da Impsa. Da fatia, 63,7% pertencem ao Fondep (Fundo Nacional de Desenvolvimento Produtivo) e 21,2% à província de Mendoza, que também foi favorável à venda.

O restante está nas mãos da família Pescarmona, com 5,3% (classe A), e dos credores, com 9,8% (classe B).

A empresa deve obter a aprovação dos credores para renegociar a dívida antes que o contrato de compra e transferência de ações seja finalizado.

A campanha de Milei, cujo governo completou seu primeiro ano em dezembro, prometeu reduzir gastos públicos, privatizar estatais e cortar o financiamento estatal para empresas privadas como parte do objetivo de alcançar o déficit zero e controlar a inflação.

"A decisão de se desfazer das ações em poder do setor público está alinhada com o objetivo de déficit zero do governo federal e com a não alocação de recursos federais a empresas privadas, abrindo assim a possibilidade de que a companhia continue a atividade de forma saudável em um marco de economia de mercado", diz comunicado do governo argentino.

Pelo X, o ministro da Economia, Luis Caputo, definiu a privatização como um "grande trabalho".

Portal Fator Brasil - RJ   09/01/2025

A tecnologia evolui no agronegócio brasileiro no mesmo ritmo de seu crescimento. Entre os avanços tecnológicos deste gigantesco setor, os cabos de aço se destacam pela transformação que promovem nas operações agrícolas e pecuárias. Sua durabilidade, flexibilidade e resistência os tornam perfeitos para variadas aplicações que vão de sistemas de irrigação e maquinários agrícolas a uso em currais.

Quer na agricultura ou na pecuária, os cabos de aço tornaram-se imprescindíveis e uma forma ágil de aumentar sua produtividade, eficiência e lucratividade, além da segurança de seus trabalhadores. O desempenho do agribusiness não apenas contribui expressamente com a economia nacional, mas também situa o País como um importante player no panorama mundial, proporcionando segurança alimentar, estimulando o desenvolvimento sustentável e garantindo a seguridade no campo.

Expansão de agronegócio alavanca indústria de cabos de aço — Conforme o Ministério da Agricultura, a estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária brasileira em 2024 é de R$1,196 trilhão, sendo a agricultura responsável por 68% disso (R$808,8 bilhões) e a pecuária, por 32% (R$ 387,2 bilhões). Embora esse montante represente uma queda de 2,2% sobre o último ano, este setor avança a passos largos se examinados os últimos vinte anos, com um expressivo crescimento médio anual de 8%, dado que, em 2003, o VBP foi de apenas R$ 250 bilhões. O VBP é o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais, considerando as produções agrícolas e pecuárias. Tamanho volume movimenta, em igual medida, o segmento de cabos de aço, que são largamente utilizados no campo, deles dependendo parte de sua eficácia produtiva. Portanto, se o agribusiness cresce, a indústria de cabos também avança.

Cabos de aço garantem maior eficiência nas atividades agrícolas — No setor agrícola, determinadas etapas do cultivo e equipamentos dependem totalmente dos cabos de aço para sua execução. Por exemplo, eles servem como sustentação de parreiras, facilitando a produção de uvas, sucos e vinhos. São essenciais na movimentação e posicionamento preciso de equipamentos de irrigação pensados para obter uma distribuição uniforme de água nas culturas e assegurar uma quantidade precisa para cada planta, evitando desperdício.

São usados também em diversos maquinários agrícolas, de colheitadeiras a tratores, nas mais variadas aplicações como reboque, levantamento e movimentação de carga. Igualmente, conferem resistência e estabilidade a estufas, silos e armazéns, auxiliando no enfrentamento das intempéries climáticas e na manutenção da segurança de insumos e produtos agrícolas. No segmento de cana-de-açúcar, os cabos de aço desempenham importante função operacional na movimentação de maquinário por meio de pontes rolantes e na operação de tombadores para descarregamento de caminhões e treminhões.

Cabos de aço aumentam produção agrícola e elevam segurança no campo — Os cabos de aço são um dos principais responsáveis pela produtividade, eficiência e segurança no campo, o que se traduz também em retorno financeiro. Eles permitem que o trabalho agrícola seja executado de forma rápida, em menor tempo e com menos esforço físico. Suas características como resistência, flexibilidade, durabilidade e versatilidade permitem a operação de maquinários e o manuseio de cargas pesadas com segurança, reduzindo os acidentes com trabalhadores nas fazendas. Por serem resistentes à corrosão e ao desgaste, os cabos de aço têm vida útil longa e exigem pouca manutenção, levando a uma maior economia e rápida recuperação do investimento inicial.

Modernização de currais na pecuária — Os currais são construções usadas na pecuária para a contenção, engorda e manejo do rebanho. Os mais modernos são feitos com estacas de madeira e cabos de aço galvanizado, também chamados de cordoalhas. Em relação aos tradicionais, totalmente construídos de madeira, os currais com cercas de cabos de aço são mais duráveis, seguros e de menor preço por m², pois diminuem em até 60% a quantidade de madeira utilizada, garantindo melhor custo-benefício.

Um curral bem construído evita o estresse dos animais confinados, facilitando o manejo e evitando escoriações no couro e redução de peso. Além disso, os cabos de aço também são utilizados em áreas de remangas, que ligam os locais de criação dos animais ao curral de manejo.

O agribusiness descobriu nos cabos de aços uma maneira fácil de obter maior produtividade, retorno financeiro e segurança no campo.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   09/01/2025

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro já cresce acima da sua capacidade há sete trimestres consecutivos. Esse descompasso é chamado por economistas de hiato do produto, uma diferença entre o crescimento realizado (PIB corrente) e quanto era o potencial considerando a infraestrutura instalada (PIB potencial).

No terceiro trimestre de 2024, esse hiato do produto ficou positivo em 4%, resultado mais elevado em quase três décadas, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), obtidos com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

“Esse é o maior hiato positivo dos últimos 30 anos”, ressaltou Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre/FGV.

A última vez em que o hiato esteve mais positivo foi no primeiro trimestre de 1995, em 5,5%, diz o estudo do Ibre/FGV conduzido por Claudio Considera e pela pesquisadora Elisa Andrade.

Quanto mais positivo o hiato, maior a pressão sobre os preços, com a demanda maior do que a oferta. Essa situação foi apontada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central como um dos motivos para a intensificação na alta da taxa básica de juro da economia, a Selic, para tentar retomar o controle sobre a inflação.

“Você tem um excesso de demanda realmente. O Banco Central não está errado na interpretação dele de que há um excesso de demanda”, confirmou Considera.

Depois de passar mais de oito anos operando com ociosidade, a economia brasileira tem rodado acima da sua capacidade máxima produtiva desde o primeiro trimestre de 2023 e, a cada trimestre, o PIB brasileiro tem renovado patamares recordes, sustentado por um consumo também em níveis históricos.
Especialista reforça importância de ajuste fiscal

“Isso mostra uma economia muito aquecida. Isso é bom? É bom, porque tem mais emprego, mas tem mais inflação. Então, se o governo não segura o gasto dele, a inflação vai acontecer mesmo. A única solução que a gente tem para não ficar enfrentando esse dilema é fazer um ajuste fiscal crível, que o mercado acredite que vai dar certo”, sugeriu o coordenador do Ibre/FGV.

Na ata do Copom publicada pelo BC no mês passado — após ter elevado a Selic em 1,0 ponto porcentual, para 12,25% ao ano —, os integrantes mencionaram que o desempenho do PIB do terceiro trimestre mostrou um hiato do produto mais positivo do que o estimado.

“Analisando o período corrente de atividade econômica, persiste um cenário de atividade resiliente com dinamismo maior do que esperado, como evidenciado na divulgação do PIB do terceiro trimestre, levando a nova reavaliação de um hiato mais positivo”, diz a ata do Copom.

O cenário fez o Copom já contratar mais duas altas de 1 ponto porcentual para as primeiras reuniões deste ano. Segundo Claudio Considera, do Ibre/FGV, o atual quadro fiscal tem obrigado o BC a agir de forma mais contundente contra as pressões inflacionárias, elevando significativamente a taxa básica de juros, de forma que contenha a atividade econômica.

“A questão é que o Brasil está precisando crescer”, ponderou Considera.

A solução para um crescimento econômico sem uma abertura maior do hiato, disse o pesquisador do Ibre/FGV, passaria por mais investimentos em bens de capital, que elevassem a capacidade produtiva, e em ferramentas que permitissem um aumento da produtividade da mão de obra já sobreutilizada. Como o atual ciclo de elevação de juros inibe essas duas possibilidades, o ajuste fiscal seria imperativo, afirmou.

“Uma coisa boa é que aumentou o investimento. E o consumo não é ruim, mas você tem que garantir que o ajuste fiscal vai existir. Você tem que tirar o governo da demanda, e deixar o privado ocupar”, explicou Considera.

Os dados mais recentes das Contas Nacionais Trimestrais, apurados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024 ante o trimestre imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais, completando assim 13 trimestres de avanços consecutivos.

Sob a ótica da demanda, o consumo das Famílias expandiu 1,5% no terceiro trimestre de 2024, também a 13ª taxa positiva consecutiva. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (medida dos investimentos no PIB) aumentou 2,1%, quarto trimestre seguido de elevações.

Infomoney - SP   09/01/2025

Ao lançar dúvidas sobre os números oficiais da economia chinesa em um fórum em Washington no mês passado, o economista Gao Shanwen despertou a fúria do presidente do país, Xi Jinping. O economista-chefe da estatal SDIC Securities disse que a economia da China pode ter crescido a menos da metade do ritmo de aproximadamente 5% alardeado pelas autoridades.

Ao saber do questionamento, Xi determinou que fosse aberta uma investigação contra Gao, que frequentemente aconselha o governo sobre políticas econômicas e financeiras. Xi então ordenou que as autoridades o disciplinassem.

Dois comentários que Gao fez no fórum, organizado em conjunto pelo Peterson Institute for International Economics e um think tank chinês, irritaram Xi, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Primeiro, o economista questionou a confiabilidade dos dados de crescimento chinês. “Não sabemos o número real do crescimento real da China”, disse Gao no evento do dia 12 de dezembro. “Minha própria especulação é que nos últimos dois a três anos, o número real em média pode ser em torno de 2%, embora o número oficial esteja próximo de 5%.”

Gao também duvidou da capacidade de Pequim de tomar as medidas necessárias para impulsionar o crescimento e chamou os esforços anunciados por Xi de “oportunistas”.

Os questionamentos foram feitos em um momento em que a China tenta acalmar preocupações sobre uma possível recessão prolongada, motivada pelo colapso imobiliário. Críticas aos dados oficiais do país são comuns.

Infomoney - SP   09/01/2025

A China ampliou o escopo de um esquema para troca de bens de consumo e dará mais subsídios para compras digitais este ano, em um esforço para reanimar a demanda doméstica, segundo um documento oficial nesta quarta-feira.

As medidas seguem uma série de anúncios de políticas fiscal e monetária feitos desde setembro para consolidar o crescimento econômico em torno de 5% em 2024 e 2025 e amenizar o impacto de um aumento esperado nas tarifas comerciais dos EUA.

Veja abaixo uma lista das medidas recentes:

Janeiro de 2025 – Milhões de funcionários públicos em toda a China receberam aumentos salariais inesperados. O pagamento imediato equivaleria a uma injeção única na economia de cerca de 12 bilhões a 20 bilhões de dólares.

24 de dezembro – A Reuters informa que as autoridades concordaram em emitir 3 trilhões de iuanes (409,19 bilhões de dólares) em títulos especiais do Tesouro em 2025, o maior valor anual já registrado.

17 de dezembro – A Reuters informa que Pequim terá como meta um déficit orçamentário de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, enquanto mantém uma meta de crescimento econômico de cerca de 5%.

12 de dezembro – Os principais líderes da China prometem aumentar o déficit orçamentário, emitir mais dívidas e afrouxar a política monetária para manter uma taxa de crescimento econômico estável, de acordo com um resumo da Conferência Central de Trabalho Econômico.

11 de dezembro – A Reuters relata que os principais líderes da China estão avaliando permitir que o iuan se enfraqueça em 2025, enquanto se preparam para tarifas comerciais mais altas dos EUA.

9 de dezembro – A China passa de uma postura “prudente” para uma política monetária “adequadamente frouxa”, a primeira mudança desse tipo em cerca de 14 anos, de acordo com o relatório de uma reunião das autoridades do Partido Comunista.

13 de novembro – A China anuncia incentivos fiscais para transações de casas e terrenos, com o objetivo de apoiar o mercado imobiliário, aumentando a demanda e aliviando as dificuldades financeiras das incorporadoras.

8 de novembro – A China divulga um pacote de dívida de 10 trilhões de iuanes (1,36 trilhão de dólares) para aliviar as tensões de financiamento dos governos locais e estabilizar o crescimento.

21 de outubro – A China reduz suas taxas de empréstimo de referência em 25 pontos-base.

17 de outubro – A autoridade habitacional anuncia planos para expandir a lista de projetos inacabados elegíveis para financiamento e aumentar os empréstimos bancários para 4 trilhões de iuanes até o final do ano.

12 de outubro – O Ministério das Finanças se compromete a “aumentar significativamente” a dívida, apoiar os governos locais endividados e oferecer subsídios às pessoas de baixa renda.

29 de setembro – Guangzhou torna-se a primeira cidade de alto nível a suspender todas as restrições à compra de casas. Pequim, Xangai e Shenzhen também flexibilizaram as restrições às compras por compradores não locais.

27 de setembro – O banco central reduz a taxa de compulsório em 50 pontos-base e também reduz a taxa de referência dos acordos de recompra reversa de sete dias em 20 pontos-base.

26 de setembro – Os líderes chineses prometem implementar “gastos fiscais necessários” para estimular o crescimento, de acordo com uma reunião do Politburo sobre a situação econômica.

24 de setembro – O banco central divulga as medidas de estímulo monetário mais agressivas desde a Covid-19, anunciando amplos cortes nas taxas de juros, inclusive nas hipotecas existentes, reduzindo a taxa mínima de entrada para 15% para todos os tipos de compradores e novos financiamentos para compras de ações.

O Banco do Povo da China também introduziu duas novas ferramentas para apoiar os mercados de capitais. A primeira – um programa de swap com um tamanho inicial de 500 bilhões de iuanes – permite que fundos, seguradoras e corretores tenham acesso mais fácil a financiamento para comprar ações. A segunda fornece até 300 bilhões de iuanes em empréstimos baratos do banco central a bancos comerciais para ajudá-los a financiar a compra e recompra de ações de outras entidades.

Exame - SP   09/01/2025

Banqueiros e empresários da construção civil ouvidos pela EXAME afirmaram que esperam maior disposição do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para debater e reduzir as alíquotas de depósitos compulsórios que incidem sobre a poupança para aumentar a oferta de crédito imobiliário.

O debate ganha ainda mais força com o resultado da poupança registrado no ano passado, quando os saques superaram em R$ 15,5 bilhões os depósitos, o quarto saldo negativo anual consecutivo. Em 2024, a poupança "andou de lado" e permaneceram nas cadernetas R$ 1,03 trilhão.

As instituições financeiras e os construtores pleiteiam uma redução da alíquota de cinco pontos percentuais, dos atuais 20% para 15% para dar fôlego à oferta de crédito imobiliário no Brasil. Nas contas do sistema financeiro, essa redução injetaria entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões ao financiamento da casa própria.

Os depósitos compulsórios incidem sobre as cadernetas de poupança, que são fonte de financiamento para o mercado habitacional. Na prática, ao liberar uma parcela dos depósitos compulsórios das cadernetas, o BC abre espaço para a concessão de mais empréstimos imobiliários com recursos das cadernetas. E essa decisão é exclusiva da diretoria colegiada da autoridade monetária e não depende de ato do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Proposta será construída pelo diretor de Regulação

Segundo técnicos do BC que acompanham esse debate, uma solução técnica para esse tema ficará a cargo do diretor de Regulação da autoridade monetária, Gilneu Francisco Astolfi Vivan. Servidor de carreira desde 1994, Vivan era responsável pelo Departamento de Regulação do sistema financeiro antes de assumir um posto na diretoria colegiada.

As normas estabelecidas pelo departamento abrangem definição de produtos bancários, tarifas, gestão, governança, controles internos, critérios para autorização, regras de direcionamento, normas contábeis, a regulação do Open Finance, entre outros temas.

Durante onze anos, foi responsável pelo monitoramento da estabilidade f inanceira do Sistema Financeiro Nacional. Essa área tem como missão realizar análises para identificar comportamentos e tendências que podem colocar em risco a estabilidade financeira ou a integridade de alguma instituição.

Entre as atividades realizadas, destacam-se a mensuração do risco sistêmico e do risco de contágio, e a condução de testes de estresse. Os resultados dessas análises são apresentados no Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) e no Relatório de Estabilidade Financeira (REF).

Reservadamente, um técnico da área de regulação do BC afirmou que o debate sobre a redução do compulsório das cadernetas sempre ganha força em momentos em que a poupança “anda de lado”, com os saques superando os depósitos.

Fontes de financiamento do setor imobiliário

Os recursos da caderneta de poupança, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são as principais fontes de financiamento do setor imobiliário.

No caso da poupança, com saques superando os depósitos, o BC informou no último REF que as cadernetas registram um crescimento de 3% no primeiro semestre de 2024, mas o tema segue como “ponto de atenção para o funding do crédito imobiliário”.

Além disso, os dados do BC mostram uma queda nas captações de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) de janeiro a junho de 2024 em comparação com o mesmo período no ano passado. Nos seis primeiros meses de 2023, as instituições captaram R$ 334,5 bilhões e de janeiro a junho deste ano o volume caiu para R$ 254,7 bilhões. Essa queda decorreu da decisão do governo de elevar de 3 meses (90 dias) para 9 meses (275 dias) o prazo mínimo para resgate de investimentos em LCIs.

Redução de carência das LCI's

Como mostrou a EXAME, sem perspectivas de que o BC reduza, no curto prazo, as alíquotas dos compulsórios da poupança, banqueiros e donos de construtoras pediram ao governo que o Conselho Monetário Nacional (CMN) diminua de 9 meses (275 dias) para 3 meses (90 dias) o prazo mínimo para resgate de investimentos em LCIs.

O governo, entretanto, não tem sinalizado disposição em mudar essa regra. As LCIs são isentas de Imposto de Renda e, com as novas regras, os investidores têm optado por outros produtos que têm incidência de tributos, o que favorece a arrecadação federal.

Diante da importância do tema, parlamentares pressionam o governo pela alteração. O projeto de lei 952/24, em tramitação na Câmara dos Deputados, determina que o prazo mínimo de vencimento da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e da LCI será de 90 dias.

O projeto, que aguarda designação de relator, será analisado em caráter conclusivo nas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Com isso, o texto não precisa passar pelo plenário da Câmara. Para virar lei, a proposta também precisa ser analisada pelo Senado.

Globo Online - RJ   09/01/2025

A inflação teve uma pequena aceleração na primeira semana do ano, em relação à última de 2024: 0,34% contra 0,31%, mostram os dados do IPC-S, divulgados nesta quarta-feira pelo FGV Ibre. Cinco das oito classes de despesas componentes do índice avançaram. A maior contribuição, mais uma vez, veio do grupo Alimentação, que acelerou de 1,14%, na quarta quadrissemana de dezembro de 2024, para 1,42% na primeira quadrissemana de janeiro de 2025. André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, pontua que é cedo para tirar uma tendência de preços de alimentos e que a alta vista agora tem um efeito sazonal. Na avaliação do economista, a tendência é que a pressão dos alimentos sobre a inflação se reduza este ano.

- Os alimentos in natura, hortaliças, legumes e frutas, registrarão aumento em seus preços neste mês, como acontece tradicionalmente devido ao calor. É um efeito sazonal que vai impactar o índice. O IPC de janeiro sofre ainda o impacto do aumento das mensalidades, das tarifas de ônibus e de outras modalidades de transporte público. De outro lado, a queda no preço da energia, dado o bônus de Itaipu, deve fazer o índice recuar quase 0,50 ponto percentual, o que ajudará a conter muito a inflação de janeiro. A tendência deste ano é mesmo que os alimentos aliviem a pressão que exerceram sobre a inflação em 2024 - explica Braz.

No acumulado em 12 meses, o IPC desacelerou de 3,99% para 3,71%.

IstoÉ Dinheiro - SP   09/01/2025

É pouco provável que eventuais aumentos de tarifas, quando Donald Trump assumir como presidente dos Estados Unidos, tenham um efeito “significativo ou persistente” sobre a inflação, estimou nesta quarta-feira (8) um alto funcionário do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Trump delineou várias propostas, incluindo um plano para aumentar as tarifas sobre todas as mercadorias que entram no país, algo criticado por muitos economistas, que temem efeitos inflacionários com o encarecimento dos produtos.

No entanto, em uma apresentação na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris, o governador do Fed Christopher Waller – que não mencionou especificamente Trump –, sugeriu que as preocupações sobre esse tipo de medida podem ser exageradas.

“Se, como espero, as tarifas não tiverem um efeito significativo ou persistente sobre a inflação, provavelmente não afetarão minha visão sobre a política monetária” a ser seguida, disse Waller, que é membro com direito a voto permanente no Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC), o órgão que define as taxas básicas de juros nos Estados Unidos.

“Não acredito que essas tarifas draconianas, das quais todos falam, serão necessariamente implementadas”, acrescentou, em uma clara referência às ameaças do magnata republicano.

Waller afirmou ainda que considera que “a inflação continuará se moderando em direção ao objetivo de 2%” anual do Fed “no médio prazo, e novos cortes [nas taxas de juros] serão apropriados”.

Se a evolução da economia for como o esperado, Waller apoiará novos cortes ainda este ano.

Os operadores de futuros aumentaram sua expectativa de que o Fed faça uma pausa nos cortes de taxas em sua reunião do próximo mês, de acordo com dados coletados pelo CME Group: agora, 95% deles acreditam que não haverá redução no próximo encontro.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   09/01/2025

Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian caíram pela quarta sessão consecutiva nesta quarta-feira, já que as últimas medidas de estímulo da China deixaram os investidores decepcionados e as perspectivas do mercado de aço permaneceram fracas.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,73%, a 747,5 iuanes (101,96 dólares) a tonelada.

No início do dia, o contrato atingiu uma nova mínima de sete semanas, de 743,5 iuanes.

O minério de ferro de referência para fevereiro na Bolsa de Cingapura subiu 0,29%, para 96,90 dólares a tonelada.

A China expandiu um esquema de troca de bens de consumo e dará mais subsídios para compras digitais este ano, em um esforço para reanimar a lenta demanda doméstica, segundo um documento oficial emitido nesta quarta-feira.

Essas medidas seguem uma série de anúncios feitos desde setembro para consolidar o crescimento econômico e amenizar o impacto de um aumento esperado nas tarifas comerciais dos EUA.

Pequim espera estimular o crescimento doméstico este ano, depois que uma grave crise imobiliária corroeu a riqueza dos consumidores e afetou os gastos das famílias.

Porém, os investidores não encontraram muitos motivos para se animar com os anúncios desta quarta-feira, com o setor de consumo caindo 1,3%.

No mercado siderúrgico, a demanda downstream enfraqueceu, as empresas siderúrgicas elevaram as manutenções dos altos-fornos e a produção de ferro fundido diminuiu ainda mais, disse a consultoria chinesa Hexun Futures em nota.

“As usinas siderúrgicas limitaram a reposição de estoques, o volume de desembaraço portuário diminuiu e os fundamentos continuam a enfraquecer”, disse a Hexun.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   09/01/2025

As vendas de veículos novos no País tiveram crescimento de 14,2% no ano passado, chegando a 2,63 milhões de unidades, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 8, pela Fenabrave, a entidade que representa as concessionárias.

Na esteira da expansão do crédito, da renda e do emprego, o resultado superou as previsões iniciais tanto da Fenabrave, que começou 2024 traçando crescimento de 12%, quanto das montadoras, representadas pela Anfavea, cuja primeira projeção, de alta de 6,1%, foi ainda mais modesta. As entregas às locadoras, que compraram um a cada quatro carros vendidos no ano passado, também sustentaram o desempenho positivo.

Embora tenha voltado a experimentar níveis mensais de antes da pandemia durante o segundo semestre, o mercado terminou 2024 5,5% abaixo do volume de 2019. Para 2025, as projeções anunciadas pela Fenabrave apontam a um crescimento de 5% do mercado, para 2,77 milhões de unidades.

No mês passado, a Anfavea divulgou previsão um pouco mais otimista, de mais de 2,8 milhões de veículos em 2025, o que, se confirmado, será o maior número em 11 anos. Os prognósticos consideram a tendência de desaceleração do crescimento em razão do aumento dos juros.

Somente em dezembro, as vendas subiram 3,6% no comparativo com o mesmo mês de 2023, somando 257,4 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Foi o melhor dezembro em cinco anos. Frente a novembro, a alta foi de 1,6%.
Vendas de motos

As vendas de motos tiveram crescimento de 18,6% no ano passado, refletindo a expansão do crédito, do emprego e da renda, além da demanda vinda do crescimento dos serviços de entrega (delivery). A busca dos consumidores por veículos mais baratos e econômicos em combustível também continuam impulsionando o segmento.

No total, 1,88 milhão de motos foram vendidas em 2024, segundo balanço da Fenabrave. Em dezembro, as vendas, de 151,9 mil motos, subiram 14,4% ante o mesmo mês de 2023.

Na comparação com novembro, a alta foi de 3,3%. O resultado de 2024 superou a previsão inicial da Fenabrave, que iniciou o ano passado projetando crescimento de 16% nas entregas de motocicletas.

Auto Industria - SP   09/01/2025

No ano passado, o mercado transportador de carga absorveu 122.099 caminhões, volume 17,4% maior em relação a 2023, quando acumulou 103.994 unidades. De acordo com a Fenabrave, a federação que representa as concessionárias, foi o maior índice de crescimento desde 2021, o primeiro ano após a pandemia.

Para Arcelio Junior, novo presidente da Fenabrave, o mercado de caminhões iniciou 2024 com resultados moderados e experimentou maior demanda na segunda metade do ano. O período também marcou a consolidação do Proconve P8, equivalente ao Euro 6, principal responsável pelo desaquecimento nas vendas do segmento em 2023, quando entrou em vigor.

“O desempenho foi impulsionado pela recuperação de setores como a construção civil, agronegócio, infraestrutura urbana e de setores como papel e celulose. O volume só não foi maior em função dos pedidos ainda pendentes de efetivação ocorridos durante a Fenatran, em novembro.”

Valor - SP   09/01/2025

Segmento apresentou queda de 11,5% no mês após dois meses de alta

A queda de 11,5% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias em novembro foi a principal influência para a queda da produção industrial no mês frente ao anterior.

O segmento vinha de uma alta de 9,7% em outubro. A despeito da queda de novembro, o segmento registrou expansão de 15,7% ante novembro de 2023. No ano até novembro, a produção de veículos aumentou 12,4% e foi o principal impacto positivo na indústria em geral, que avança 3,2% por essa base de comparação.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a queda do segmento em novembro está ligada a uma base de comparação elevada – após dois meses de alta –, mas também pela perda disseminada dentro do setor, que alcança os principais produtos (automóveis, caminhões e autopeças).

“Destaco que essa atividade, mesmo com redução de 11,5% neste mês, ainda está 14,2% acima do patamar que havia terminado o ano de 2023”, diz.

Os dados do setor automotivo são divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) antes dos números da indústria em geral pelo IBGE.

Auto Industria - SP   09/01/2025

Ao contrário do ano passado, quando estava mais otimista do que a Anfavea, a Fenabrave fez projeções para as vendas no mercado interno este ano ligeiramente mais modestas do que a entidade das montadoras, que estima para o mercado interno expansão de 5,6%.

Na avaliação da federação dos concessionários, o crescimento será de 5% na média do mercado de veículos leves e pesados, com idêntico índice no caso dos carros e comerciais  leves, de 4,5% no segmento de caminhões e de 6% nos ônibus.

“Fomos conservadores em nossa projeções, que contemplam o cenário macroeconômico e também o  feeling do balcão”, comentou Arcelio Junior, que assumiu a presidência da Fenabrave no último dia 1º.

Há um ano, a Fenabrave estimava alta de 13% nas vendas internas, número revisado para 16,8% em outubro. No caso da Anfavea, a projeção inicial era de 6,1%, índice que subiu para 10,9% em julho.

O balanço de 2024, divulgado nesta quarta-feira, 8, mostra que a entidade dos concessionários foi mais assertiva do que a da indústria. Foram vendidos 2.634.514 veículos em 2024, alta de 14,1% sobre 2023. No caso dos leves, o crescimento ficou em 14%, com 2.484.740 emplacamentos.

Arcelio Jr atribui o desempenho positivo de 2024 à maior oferta de crédito – cuja expansão para a pessoa física no setor automotivo foi de 31% – e à constante diversificação de produtos em todos os segmentos do mercado nacional.

Com relação a este ano, a expectativa é de juros maiores já neste primeiro semestre é de uma ampliação menor na oferta de crédito, em torno de 14% no caso dos veículos leves. Ou seja, incertezas e variáveis da macroeconomia contribuem para uma projeção de uma evolução mais moderada do que o do ano passado.

“Itens como câmbio, renda, crédito e outros fatores conjunturais, de contexto econômico e político, influenciam nos negócios do setor, o que dificulta, neste momento, fazer prognósticos precisos para os próximos 12 meses”, avalia o presidente da Fenabrave.

Ele destacou, contudo, que a entidade revisa as projeções a cada trimestre, dependendo das condições do mercado, e do cenário macroeconômico e político, nacional e internacional.

Infomoney - SP   09/01/2025

A 30 quilômetros de Corpus Christi, Texas — uma área tão seca que a empresa local de água distribui cronômetros de chuveiro em jogos de futebol de escolas do ensino médio — o homem mais rico do mundo está quase terminando a construção de uma refinaria de lítio que pode exigir até 30 milhões de litros de água por dia.

Em uma atualização pública rara sobre o projeto de US$ 1 bilhão, a Tesla anunciou em dezembro que estava começando a testar a capacidade de processar lítio na nova fábrica. Mas a montadora ainda não possui um contrato para a água necessária para operar a instalação, o que representa um obstáculo para o objetivo do CEO Elon Musk de transformar lítio em produtos químicos usados na fabricação de baterias para veículos elétricos.

A fábrica, onde a Tesla aspira iniciar a produção este ano, faz parte de um esforço mais amplo de Musk para aliviar gargalos e construir uma cadeia de suprimentos doméstica mais robusta desse material crítico. Isso também gerou alarme entre alguns moradores da pequena cidade do Texas, que estão preocupados em ter água suficiente para viver, quanto mais para ajudar a abastecer uma grande fábrica.

Refinaria de lítio da Tesla em construção em Robstown, Texas, em 18 de setembro. Fonte: Kara Carlson/Bloomberg.

Em 2022, a Tesla estimou que precisaria de 1,5 milhão de litros por dia para operar a planta de lítio, aumentando para 3 milhões de litros por dia em uso máximo. Dois anos depois, um funcionário da Tesla disse a uma empresa de consultoria, a Raftelis, que a previsão disparou para até 30 milhões de litros por dia, de acordo com registros da South Texas Water Authority obtidos pela Bloomberg News por meio de um pedido de registros públicos.

A South Texas Water Authority controla a água, mas não a vende diretamente para a Tesla, que está negociando um contrato de água com a Nueces Water Supply, uma empresa de utilidade de água. A Nueces Water Supply não respondeu a pedidos de comentário. A South Texas Water Authority não forneceu um comentário para esta matéria.

É difícil determinar qual seria o impacto da fábrica da Tesla sobre o fornecimento de água da área. Mas a família americana média usa cerca de 11 mil litros de água por dia ou 400 mil litros por ano, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

Para Robstown, que tinha 3.804 domicílios em 2023, isso equivaleria a cerca de 4 milhões de litros por dia. Na estimativa mais alta de 30 milhões de litros por dia, a Tesla estaria usando oito vezes o uso médio de água residencial de Robstown. Isso é água suficiente para encher oito piscinas de 3 metros de profundidade, que são quase do tamanho de um campo de futebol, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA.
Níveis de seca

Sempre foi seco neste canto quente do sul do Texas, mais conhecido por suas praias e exportações de energia — mas hoje há ainda menos água disponível do que quando a Tesla começou a construção em maio de 2023. O status de seca da área foi recentemente atualizado para o estágio 3 — urgente — o que significa desligar o uso de água não essencial em instalações e parques e adicionar novas restrições ao lavagem de carros, irrigação de jardins e operação de fontes decorativas.

“Eles estão nos dizendo para tomar banhos mais curtos e fechar a torneira enquanto escovamos os dentes”, disse Marie Lucio, uma residente do bairro próximo de Lost Creek. A área já enfrenta problemas frequentes com a qualidade da água, incluindo baixa pressão e uma coloração leitosa, e ela está preocupada que os canos de água envelhecidos da região não consigam acompanhar a nova demanda, como a da fábrica da Tesla. “Não estamos equipados para fornecer água para essas indústrias.”

Um tanque de água está localizado no bairro Lost Creek, perto da refinaria da Tesla. Fotógrafo: Kara Carlson/Bloomberg.

Cerca de um ano após o início da construção, o gerente da planta da Tesla, Jason Bevan, disse a um juiz do condado que a empresa tinha “dificuldades em avançar nas discussões” sobre acordos de água, conforme um e-mail obtido pela Bloomberg News. “Estou em um estágio agora em que precisamos escalar a urgência em torno da finalização deste acordo”, escreveu ele na época. A Tesla não respondeu a um pedido de comentário adicional.

Mesmo sem um acordo de água, a Tesla avançou. No verdadeiro estilo Musk, o bilionário prosseguiu com a construção de outras infraestruturas e realizou um evento no mês passado para apresentar a planta à comunidade.

Musk é conhecido por se opor a regulamentações, frequentemente dizendo que elas atrasam projetos. E agora ele tem um novo aliado político no presidente eleito Donald Trump, que se juntou ao CEO da Tesla em criticar a regulamentação governamental. Trump recentemente proclamou que qualquer pessoa ou empresa investindo um bilhão de dólares em um projeto nos EUA deveria receber aprovações e permissões aceleradas. Musk repostou a ideia com um emoji de bandeira americana, um emoji de foguete e três palavras: “Isso é incrível”.

Uma maneira de acelerar projetos tem sido construir fábricas em zonas de amortecimento de cidades do Texas ou em áreas não incorporadas que têm menos regras e supervisão governamental em comparação com cidades maiores.

O local da Musk em Robstown se encaixa nesse perfil. A fábrica está situada em uma antiga área agrícola em uma parte não incorporada do Condado de Nueces, no sul do Texas. A área está se industrializando, com o Porto de Corpus Christi e outras empresas comprando espaço na região e aumentando a demanda por água.

Mesmo na menor demanda estimada, as necessidades de água da Tesla estão levantando preocupações entre os moradores locais. “É apenas frustrante que ainda estejamos concedendo contratos de água quando estamos em uma situação tão crítica”, disse Myra Alaniz, uma residente do Condado de Nueces que vive logo fora de Robstown.

Apesar das reclamações, os oficiais locais fizeram pouca resistência pública.

A instalação deve gerar cerca de 250 empregos permanentes, com salários médios em torno de US$ 80 mil em uma área onde a renda média é menos da metade disso. Para estimular o investimento, os comissários do condado votaram em 2022 para tornar o local uma zona de reinvestimento de incremento de impostos, uma área designada que reserva uma parte dos impostos sobre propriedade para reurbanização. No mesmo ano, o Distrito Escolar Independente de Robstown aprovou sua própria extensão de isenção fiscal.

Em dezembro, a South Texas Water Authority aprovou um acordo de infraestrutura que permitirá à Nueces Water Supply vender os direitos do tubo que a Tesla precisará para obter água, o que foi um dos obstáculos para um acordo de água. Em uma reunião no mês passado, o conselho da Nueces Water Supply autorizou a administração a “tomar todas as ações necessárias ou convenientes” para chegar a um acordo para fornecer à Tesla a água que ela precisa.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Globo Online - RJ   09/01/2025

A cozinha já não é mais a mesma. Os principais fabricantes de eletrodomésticos do mundo apostam em uma combinação que vai além do design futurista e da conectividade. Para a próxima temporada de lançamentos, geladeiras e fogões ganham alto-falantes que reproduzem músicas, telas superiores a 30 polegadas e inteligência artificial capaz de executar diversos comandos já comuns nos smartphones, em uma lista que já conta com sistemas de câmeras capazes de reconhecer alimentos.

A estratégia envolve ainda a criação de hubs que conectam os produtos entre si, de olho na maior eficiência energética.

Durante a CES 2025, maior feira de eletroeletrônicos do mundo, que acontece esta semana em Las Vegas, a Samsung batizou essa estratégia de “telas em todos os lugares” com o lançamento da plataforma Home IA, que conecta todos os seus produtos em um mesmo aplicativo no smartphone.

Foram demonstradas, por exemplo, algumas funções como o “Map View”, que permite que o consumidor, mesmo distante dos aparelhos, controle a temperatura interna da geladeira, obtenha informações sobre o ciclo de lavagem, além de poder acionar aspiradores robôs e aparelhos de ar-condicionado de forma a reduzir o consumo energético.

Além disso, todos os produtos já saem de fábrica com telas acopladas de até nove polegadas.

— É um esforço para melhorar a usabilidade. Estamos expandindo as opções do consumidor, desenvolvendo telas de diferentes tamanhos para elevar as experiências dos consumidores com novos recursos — diz Jeong Seung Moon, chefe da Equipe de P&D para Negócios de Aparelhos Digitais da Samsung Electronics.

Segundo Ricardo Tavares, gerente sênior de Produto de Linha Branca para América Latina da Samsung, a ideia é que a nova plataforma aprenda com os hábitos e se adapte às rotinas individuais para proporcionar uma experiência mais pessoal de casa inteligente.

Além disso, os eletrodomésticos ganharam uma atualização do SmartThings, de conexão entre aparelhos. Agora, serão capazes de entender o ambiente e o contexto do usuário, analisando até movimentos das pessoas e dos sons do ambiente. Dessa forma, a assistente de voz da marca, chamada Bixby, vai exibir textos e guia de voz nos produtos nas telas.

— Com isso, vai poder ouvir, ver filme e consultar Internet e ter acesso à agenda através de comandos de voz através da Bixby, que foi atualizada para permitir uma conversa mais fluida, podendo pedir até para abrir a porta da geladeira. No caso da máquina de lavar, em vez de ler o manual, já será possível perguntar o tipo de função ideal para lavar determinado tipo de roupa. Agora todos os benefícios de IA se tornam tangíveis.

Geladeira com tela transparente

A LG também investe em novidades de sua plataforma de casa inteligente, o LG ThinQ. A coreana anunciou que está abrindo seu sistema para produtos de outras marcas. O objetivo é que desenvolvedores de todo o mundo tenham acesso às ferramentas para criar soluções de automação residencial personalizadas utilizando os 26 eletrodomésticos da marca que contam com inteligência artificial.

A plataforma da LG também vai incorporar tecnologias de outras empresas. Para isso, a companhia comprou a Athom, a empresa responsável pelo hub de casa inteligente Homey, que conecta mais de 50 mil dispositivos.

— Queremos expandir parcerias no segmento. Essa iniciativa nos ajudará a consolidar ecossistemas de casas inteligentes, elevando a experiência dos consumidores em múltiplos pontos de contato — afirma Kim Kun-woo, vice-presidente da Home Appliance Solution Company da LG.

A empresa apresentou uma geladeira com tela transparente de 36 polegadas que permite a criação de hologramas, misturando o virtual com o real. Além disso, o produto, que já tem câmeras em seu interior que reconhecem alimentos, conta agora com alto-falantes que reproduzem músicas sempre que o usuário estiver na cozinha.

Micro-ondas que grava o cozimento

O micro-ondas exibido no evento também conta com alto-falantes e uma tela de 27 polegadas. Além disso, a novidade é um conjunto de três câmeras embutidas que permitem a criação de um lapso de tempo, que pode ser controlado pelo hub da companhia através de um aplicativo.

Geladeira que cozinha alimentos

Já a americana Eatfigo apresentou sua primeira geladeira que cozinha, chamada Smart Sous Vide. A tecnologia combina cozimento com refrigeração avançada, permitindo que os usuários programem refeições que se cozinham sozinhas.

Funciona assim: os usuários precisam selar os alimentos com o selador a vácuo que vem incluso no aparelho, encher o equipamento com água e definir o cronograma de cozimento pelo aplicativo.

— Queremos redefinir a conveniência na culinária caseira saudável — disse Robert Nappi, fundador e CEO da Eatfig. (*O repórter viajou a convite da Samsung)

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   09/01/2025

“O mercado imobiliário no Brasil é muito resiliente. Tivemos várias crises no país e situações críticas na economia e o mercado se recuperou rapidamente. Depois veio a pandemia, o mercado despencou, mas, com a mesma rapidez, subiu novamente e, em menos de dois meses, estava ativo. Fechamos 2020 no mesmo patamar de 2019, ou seja, não perdemos nada. Em 2021 crescemos 26%, um grande crescimento em relação ao primeiro ano da pandemia. Em 2022 nós crescemos 12% e 2023 em torno de 20%. Tenho convicção absoluta que, em relação à 2024, haverá um crescimento em torno de 20%”, disse o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro.

Segundo o executivo, mesmo com a Selic já ultrapassando a casa dos 10%, o mercado irá se adaptar.

“Houve épocas em que tivemos um grande crescimento com casas populares, por meio do programa do governo Minha Casa Minha Vida, mas, agora, com os recursos escassos, o segmento de alta renda se sobrepõe e puxa esse percentual de desenvolvimento”, explica.

Já de acordo com o CEO da B2B Gestão de Lançamentos Imobiliários, Luciano Castilhos, para o este ano, a perspectiva é que as empresas do setor imobiliário escalem ainda mais seus esforços em programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida. Para ele, a combinação de demanda reprimida, incentivos governamentais e potencial de crescimento sustentado coloca o Minha Casa, Minha Vida no centro das atenções de construtoras interessadas em aproveitar o momento.

“A estimativa é que esse déficit habitacional brasileiro ainda seja superior a sete milhões de unidades e o programa pode ser fundamental para reduzir essa lacuna. Ou seja, ao ampliar o acesso à casa própria, contribui para a inclusão social e melhora a qualidade de vida de milhões de famílias brasileiras”, comenta o executivo.

Segundo ele, embora o programa exija flexibilidade para lidar com margens mais apertadas e o ambiente desafiador, as oportunidades de longo prazo são contundentes. “Apesar de todos estes desafios, o programa continua sendo uma alternativa valiosa de crescimento e consolidação no setor imobiliário brasileiro.”

Além do impacto social, o programa também traz benefícios para as construtoras. Segundo o executivo da B2B, ao direcionar os esforços para o Minha Casa, Minha Vida, as construtoras podem aumentar sua produção e, com isso, consolidar sua posição no mercado.

“Apesar de todos estes desafios, o Minha Casa, Minha Vida continua sendo uma oportunidade de crescimento para o setor imobiliário brasileiro e as construtoras que souberem aproveitar as vantagens do programa e se adaptarem às suas exigências poderão se destacar no mercado e contribuir para o desenvolvimento do país”, destaca Luciano.

Para além dos números, o impacto social do Minha Casa, Minha Vida se mantém como um diferencial importante. Desde sua criação, o programa vem sendo um divisor de águas no setor imobiliário direcionando subsídios e condições especiais de financiamento para famílias de baixa renda.

Para Castilhos, em 2025 essa dinâmica promete se intensificar graças à ampliação das faixas de renda atendidas pelo programa, que atualmente contempla famílias com rendimentos de até R$ 8 mil. “A inclusão desta faixa mais ampla de público elevou o protagonismo do Minha Casa, Minha Vida como catalisador de novos lançamentos imobiliários, que hoje representam mais de 50% de todos os projetos residenciais no país”, finaliza Luciano.

Valor - SP   09/01/2025

Abecip pontua que o saldo de R$ 1,032 trilhão inclui o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a poupança rural, que não é utilizada para crédito imobiliário

O saldo da caderneta de poupança fechou 2024 em R$ 1,032 trilhão, maior nível nominal desde dezembro de 2020. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central. Entretanto, isso não significa um alívio para o setor imobiliário, diante da escassez de recursos para o financiamento de imóveis.

O comportamento da poupança é acompanhado de perto pelo mercado imobiliário, já que é utilizada como funding. Durante o ano passado, atores do mercado, como a Caixa, pleitearam a redução dos depósitos compulsórios para possibilitar a liberação de mais crédito.

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) pontuou que o saldo de R$ 1,032 trilhão inclui o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a poupança rural, que não é utilizada para crédito imobiliário.

"Considerando só a poupança SBPE, o saldo cresceu praticamente 3,53% sobre 2023. Entretanto, esse crescimento modesto, embora ajude, não alivia substancialmente para os agentes financeiros que estão, em sua maioria, super aplicados, e precisam de mais recursos para atender a demanda [imobiliária]".

O saldo da poupança foi aumentando ao longo do ano, depois de terminar 2023 em R$ 983,034 bilhões. Em 2024, foram quatro meses de entradas líquidas na poupança, contra apenas dois em 2023, o que contribuiu para que o saldo superasse o patamar de R$ 1 trilhão em junho, algo que não acontecia desde julho de 2022.

A última vez que um ano terminou com o saldo da poupança acima de R$ 1 trilhão foi 2021, quando o resultado foi de R$ 1,031 trilhão. Já no ano anterior, o saldo havia sido de R$ 1,036 trilhão. Os valores são nominais.

Matheus Pizzani, economista da CM Capital, aponta que a elevação do saldo da poupança pode ser atribuída ao aumento dos depósitos, que em três dos quatro trimestres de 2024 teve taxa de crescimento superior à das retiradas. Os depósitos somaram R$ 4,197 trilhões em 2024 contra R$ 3,827 trilhões em 2023. Já os saques subiram de R$ 3,915 trilhões em 2023 para R$ 4,213 trilhões no ano passado. “Desta forma, mesmo com a queda de 12% na taxa de variação do rendimento da poupança entre 2024 e 2023, a poupança como um todo terminou o ano com um saldo final 5% superior na comparação anual.”

Em 2024, a saída líquida de recursos da poupança, saques menos depósitos, foi de R$ 15,467 bilhões, menor que o patamar de R$ 87,819 bilhões de 2023. O volume de saída líquida também foi menor que 2022 e 2021. A última vez que a poupança registrou mais depósitos que saques foi em 2020, quando o saldo líquido foi positivo em R$ 166,310 bilhões.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, explica que a saída menor de recursos da poupança tem relação com o mercado de trabalho aquecido, que impulsiona a renda das famílias, principalmente de menor renda, e “leva a uma menor necessidade de saques das aplicações financeiras para financiar o consumo e a quitação de dívidas”. Borsoi destaca, no entanto, que não acredita que o investimento em poupança é motivado pelo rendimento potencial, porque existem alternativas com perfil de risco parecido e com retorno mais atrativo.

Apesar de estar em patamar inferior ao registrado em 2023, quando o rendimento foi de R$ 73,083 bilhões, o rendimento da poupança de R$ 64,284 bilhões em 2024 contribuiu para o aumento do saldo do ano. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, os depósitos de poupança são remunerados a 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). A Selic está acima desse patamar desde dezembro de 2021.

Para avaliar como será o comportamento da caderneta em 2025, Pizzani destaca a relação entre mercado de trabalho e poupança. Ele diz que projetar a direção do mercado de trabalho neste ano é um dos principais desafios para os economistas.

Pizzani aponta fatores como a política monetária restritiva por um lado e, por outro, as injeções fiscais que já foram contratadas, como o reajuste do salário mínimo e o pagamento de precatórios, que podem ajudar a manter a demanda agregada aquecida. “Logo, a demanda por mão de obra de trabalhadores dos estratos sociais que mais contribuem para o crescimento da poupança será nevrálgica para seu desempenho no decorrer do ano”, disse.

Já Borsoi, da Nova Futura Investimentos, avalia que a conjuntura de um menor crescimento econômico, inflação elevada, juros bancários mais altos e endividamento elevado das famílias sugere que o saques da poupança devem aumentar neste ano. “É provável que o estoque aumente devido à elevação da remuneração da poupança, mas a captação deve seguir negativa.”

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   09/01/2025

O governo de São Paulo autorizou a empresa Acciona, um conglomerado espanhol, a iniciar estudos para a implantação da Linha 16-Violeta do metrô. De acordo com a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), serão investidos R$ 42,3 milhões para verificar a viabilidade técnica, jurídica e econômico-financeira de uma parceria público-privada (PPI) na construção do novo ramal metroviário.

Batizada de “Linha dos Parques”, a nova ligação do metrô terá 32 km de extensão, 25 estações, que conectarão as zonas Oeste e Leste, e oito integrações. Haverá pontos de embarque e desembarque próximos aos parques Ibirapuera, Aclimação e Independência.

A nova linha do metrô faz parte do Programa de Parcerias e Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). O projeto inclui a construção, manutenção e operação do futuro ramal. Depois dos estudos, será necessário fazer a modelagem da obra, audiência e consultas públicas, publicação de um edital e, por fim, o leilão para a concessão do serviço.

A previsão do governo é que o ramal beneficie mais de 200 milhões de passageiros por ano. O investimento total é estimado em R$ 38,4 bilhões e a concessão terá prazo de 30 anos - oito para obras e 22 para operação.

NAVAL

Valor - SP   09/01/2025

Projetos supera R$ 30 bilhões, valor equivalente aos de 2011, quando programa não atingiu resultados consistentes

Ministro Silvio Costa Filho: “Não tenho dúvidas que estamos no caminho certo para retomar o protagonismo da indústria naval e do setor portuário" — Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O governo federal fechou 2024 com a aprovação de 435 projetos dedicados a fortalecer a indústria naval por meio de financiamentos com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). As ações totalizam R$ 30,87 bilhões, que ainda vão passar pelas fases de contratação de crédito.

As iniciativas envolvem a contratação de 330 novas embarcações, ações de reparo, docagem e modernização de 98 embarcações existentes, construção de cinco novas infraestruturas portuárias e ampliação de dois estaleiros.

Mesmo com o esforço de acelerar a aprovação de projetos, a contratação dos financiamentos e a liberação de recursos andam em ritmo mais lento. No ano passado, os contratos totalizaram R$ 5,33 bilhões, enquanto o recurso liberado deve girar em torno de R$ 1,5 bilhão, conforme projeção.

Técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos ressaltam que o processo de aprovação de projeto não está ligado ao de contratação e de liberação dos recursos.

Como fonte de receita, o FMM conta com a cobrança de taxa sobre o frete em operações de importação (AFRMM), e fluxo de amortização. A arrecadação está em R$ 6 bilhões por ano.

O valor dos projetos selecionados no ano passado equivale ao maior montante anual registrado (R$ 31,97 bilhões, em 2011). Na época, a então presidente Dilma Rousseff (PT) também tinha o plano de erguer indústria naval brasileira.

Na ocasião, os contratos bilionários, que aproveitariam a onda de investimento no início do pré-sal, não levaram aos resultados esperados. Parte dos esforços estava no consórcio Sete Brasil, criado para construir sondas, que passou por recuperação judicial e faliu ano passado. Havia ainda dificuldade com grandes encomendas de navios, em meio a denúncias de corrupção e prisões como consequência das investigações da Lava-Jato, da Polícia Federal.

Agora, o governo avalia que passa por um novo momento, com mudanças na estratégia, nos mecanismos de controle e na própria governança da Petrobras e sua subsidiária, a Transpetro, que lançou programa de renovação de frota (TP 25), com previsão de construir 25 navios.

“Não tenho dúvidas que estamos no caminho certo para retomar o protagonismo da indústria naval e do setor portuário. E digo isso com base nos resultados que conseguimos durante o governo do presidente Lula”, informou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em posicionamento enviado ao Valor.

O ministro ressalta que, nos dois primeiros anos, o governo alcançou quase R$ 45 bilhões para os projetos. “É o dobro do que foi investido nos quatro anos do governo anterior. Isso significa mais crédito, mais investimento, fortalecimento do setor portuário e de navegação, o que representa desenvolvimento econômico, geração de emprego e crescimento da renda dos brasileiros”, disse.

Procurada, a Transpetro informou que “segue todas as normas internas de governança do Sistema Petrobras e a aquisição de navios”. A empresa ressaltou que o Plano Estratégico da Petrobras, que prevê a renovação da frota, é “aprovado por todas as instâncias de governança e integridade da Petrobras, pelo comitê de investimento da empresa e por seu conselho de administração”.

Portos e Navios - SP   09/01/2025

Os portos brasileiros reafirmaram sua relevância estratégica no comércio exterior em 2024, movimentando 97,2% do volume total de exportações e importações do país. Em termos de valor FOB, a representatividade foi de 82,1%, segundo estudo da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP). O transporte marítimo foi responsável por uma corrente de comércio de US$ 492,5 bilhões, registrando um crescimento de 2,24% em relação a 2023, apesar de uma queda de 12,9% na balança comercial marítima devido à pressão de maiores importações e menores valores médios de commodities como soja (-16,5%), combustíveis minerais (-4,07%) e minérios (-3,06%).

Produtos como café e celulose se destacaram positivamente, com crescimentos de 52,7% e 34,8%, respectivamente, em valor FOB. O presidente da ATP, Murillo Barbosa, enfatizou a importância dos terminais portuários para o desempenho econômico do país e apontou a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura para manter a competitividade global do Brasil.

“Para sustentar esse protagonismo, investimentos contínuos em infraestrutura e eficiência serão cruciais, garantindo que o Brasil mantenha sua competitividade e explore novas oportunidades no mercado internacional”, afirmou.

Fundada em 2013, a ATP representa 35 grandes empresas e 69 terminais privados, responsáveis por 60% da carga portuária brasileira e por 47 mil empregos diretos e indiretos, destacando seu papel essencial na economia nacional.

PETROLÍFERO

Investing - SP   09/01/2025

O mercado global de petróleo passou por uma significativa reorganização em 2024, com queda de 2% no volume de exportações, a primeira redução desde a pandemia de Covid-19. As exportações do Oriente Médio para a Europa registraram recuo de 22%, enquanto os Estados Unidos expandiram sua participação para 9,5% do comércio global, ficando atrás apenas da Arábia Saudita e da Rússia. As informações são da agência Reuters.

A reconfiguração das rotas comerciais foi influenciada por conflitos geopolíticos, como a guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio, além de ataques a navios no Mar Vermelho.

De acordo com a agência, o petróleo russo, antes destinado aos países europeus, encontrou novos mercados na Índia e na China. Em contrapartida, a Europa aumentou as importações dos Estados Unidos, que atingiram 4 milhões de barris por dia, e da América do Sul, especialmente da Guiana.

Novos investimentos em infraestrutura também impactaram o mercado global de petróleo em 2024, como a inauguração da refinaria Dangote na Nigéria e a expansão do oleoduto Trans Mountain no Canadá. A produção mexicana registrou queda no período.

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SEGS.com.br - SP   09/01/2025

A indústria do petróleo desempenha um papel fundamental na economia e na matriz energética do Brasil, impulsionando o desenvolvimento e o progresso nacional. Com recordes de produção e investimentos bilionários, o setor gera milhões de empregos, o que consolida sua importância socioeconômica. Para fins de análise e reflexão, somente no ano passado, por exemplo, o país registrou recorde na produção média de petróleo e gás totalizando mais de quatro milhões de barris de óleo por dia, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Soma-se ainda os bilhões de reais investidos por ano e outros milhões de empregos diretos e indiretos gerados.

É importante observar a disparidade na distribuição das matrizes energéticas entre diferentes regiões, como Europa, EUA e Brasil. Enquanto a Europa diversifica suas fontes de energia, os EUA ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis, e o Brasil se destaca por sua matriz majoritariamente renovável, sendo uma das mais limpas do mundo. Com baixas emissões de CO2 na exploração e produção de petróleo, essa realidade coloca o país em uma posição de vanguarda na busca por um futuro energético sustentável e em um lugar promissor na transição energética global que é, sem dúvida, essencial para mitigar as mudanças climáticas, mas exige uma abordagem gradual, estratégica e, acima de tudo, sem hipocrisia.

Argumentos a favor da produção de petróleo durante a transição energética:

- Estabilidade econômica e energética: o petróleo garante estabilidade, principalmente em regiões dependentes da indústria.

- Tecnologia de mitigação de emissões: investimentos em tecnologias como Captura e Armazenamento de Carbono (CAC) podem reduzir as emissões.

- Impacto econômico e social: a indústria petrolífera gera empregos e receitas importantes para diversos países.

- Fornecimento de energia confiável: o petróleo oferece confiabilidade, enquanto energias renováveis ainda enfrentam desafios de intermitência.

- Inovação: investimentos em pesquisa e desenvolvimento podem tornar a produção e o uso do petróleo mais eficientes e sustentáveis.

É preciso desmistificar a ideia de que a produção de petróleo é intrinsecamente incompatível com a sustentabilidade. Com sua experiência e compromisso com o meio ambiente, o Brasil pode liderar um novo modelo de desenvolvimento energético, conciliando prosperidade econômica, justiça social e responsabilidade ambiental. Uma ruptura abrupta com a indústria do petróleo pode gerar graves consequências socioeconômicas, especialmente para as populações mais vulneráveis. Além disso, é crucial lembrar que as tecnologias de energia limpa também apresentam impactos ambientais. A produção, operação e descarte de equipamentos como painéis solares, turbinas eólicas, baterias e hidrelétricas podem gerar problemas como desmatamento, uso de recursos naturais, emissões de GEE, resíduos tóxicos e impactos sobre a vida selvagem.

Pontos-chave para uma discussão honesta e transparente sobre o futuro da energia:

- Reconhecimento da realidade: existem disparidades de desenvolvimento e recursos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. É preciso, ainda, considerar que o Brasil se destaca por sua matriz energética verde e pela produção de petróleo com baixas emissões na busca por soluções globais;

- Combinação estratégica de fontes: a transição energética não precisa ser radical. A produção de petróleo, com tecnologias de mitigação de emissões, pode coexistir com a expansão das energias renováveis, garantindo segurança energética e desenvolvimento econômico;

- Transparência: atribuir metas ambiciosas, realistas e acompanhadas de planos concretos de implementação;

- Inovação e tecnologia: investimentos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para tornar a produção e o uso do petróleo mais eficientes e sustentáveis, além de impulsionar avanços em tecnologias limpas;

- Justiça social e inclusão: as políticas de transição energética devem priorizar a proteção social das populações mais vulneráveis, a criação de empregos verdes e o acesso à energia para todos;

- Abordagem holística: integração da transição energética com políticas de desenvolvimento econômico, saúde, educação e infraestrutura;

- Cooperação internacional: deve ser priorizado o fortalecimento de acordos multilaterais para pesquisa, desenvolvimento e implementação de tecnologias limpas. Em especial, para a troca de conhecimento e tecnologia entre países desenvolvidos e em desenvolvimento visando uma transição global justa e eficaz;

- Responsabilidade histórica: países desenvolvidos devem liderar os esforços de transição, oferecendo suporte financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.

Por fim, vale ressaltar que a discussão sobre a transição energética global exige uma análise abrangente e isenta de preconceitos. É preciso reconhecer as diferentes realidades, os desafios e as oportunidades de cada país, buscando soluções inovadoras e colaborativas para um futuro mais sustentável.

Petro Notícias - SP   09/01/2025

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está confiante na liberação, ainda neste ano, da licença ambiental para a exploração da Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Falta apenas dizer se já combinou isso com sua colega de Esplanada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, dois personagens centrais na demora para a emissão da licença. Silveira afirmou ainda que a Petrobrás já sanou todos os questionamentos ambientais referentes ao projeto.

“Tenho confiança de que a exploração da Margem Equatorial saia este ano. A Petrobrás sanou todas as dúvidas do Ibama. Isso não é uma questão ideológica, é uma questão mercadológica”, disse Silveira durante evento em Brasília nesta quarta-feira (8). Ao ser questionado sobre a possibilidade de o Ibama impor novos obstáculos, Silveira mostrou-se tranquilo. “Espero que quaisquer entraves apresentados estejam em conformidade com a legislação”, afirmou.

Para lembrar o Ibama negou a primeira tentativa de licenciamento da Petrobrás no projeto em maio de 2023. Logo em seguida, a petroleira entrou com um pedido de reconsideração no instituto, comprometendo-se a ampliar a sua infraestrutura de apoio e resposta a emergências. Em novembro do ano passado, um parecer técnico do Ibama recomendou negar a licença ambiental para a Petrobrás, além de ter sugerido também o arquivamento do processo. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, no entanto, preferiu pedir esclarecimentos adicionais à petroleira.

Como noticiamos, as bacias da Margem Equatorial podem angariar a maior parte dos investimentos em exploração no Brasil ao longo dos próximos anos. A região, que se estende entre os litorais do Amapá e do Rio Grande do Norte, abriga as bacias Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará, Potiguar e Foz do Amazonas. Ao todo, a Margem Equatorial receberá R$ 11,1 bilhões em recursos entre 2024 e 2026. É quase o dobro em comparação com o montante estimado para as bacias da Margem Leste (R$ 6,3 bilhões).

Na Bacia da Foz do Amazonas, em especial, uma recente projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o o volume de óleo in place na área é de 23,1 bilhões de barris de petróleo, sendo 10 bilhões de barris recuperáveis.

JABUTIS DO PL DAS EÓLICAS OFFSHORE

O ministro Alexandre Silveira afirmou também que os chamados “jabutis” incluídos no Projeto de Lei (PL) 576/2021, que estabelece o marco regulatório da energia eólica offshore, serão vetados. Ele declarou também que há consenso no governo em relação ao tema.

Ontem (7), o presidente Lula reuniu-se com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (MME), Geraldo Alckmin (MDIC) e Rui Costa (Casa Civil) para discutir o tema. Também participaram do encontro a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

“Conversamos ontem e está claro para o presidente Lula, que tem até sexta para tomar a decisão. Contudo, a reflexão unânime no governo é de que a recomendação será pelo veto”, declarou Silveira.

O Plenário do Senado aprovou em dezembro o PL 576/2021, que regulamenta a exploração de energia eólica offshore no Brasil. Entretanto, o texto foi aprovado com emendas, conhecidas como “jabutis”, que incluíram regras relacionadas à produção de energia gerada a partir de gás natural e carvão mineral.

“Não é viável implementar tantas mudanças estruturais sem uma base sólida de planejamento. A energia é um insumo essencial para o crescimento do país, e seu custo deve ser avaliado com atenção”, reforçou o ministro.

Infomoney - SP   09/01/2025

Os preços do petróleo caíram mais de 1% nesta quarta-feira, com pressão de um dólar mais forte e de grandes aumentos nos estoques de combustíveis dos Estados Unidos na semana passada, revertendo os ganhos anteriores.

O petróleo Brent caiu 0,89 dólar, ou 1,16%, a 76,23 dólares por barril. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA caiu 0,93 dólar, ou 1,25%, a 73,32 dólares.

Ambos os índices de referência haviam subido mais de 1% no início da sessão.

“O mercado de petróleo está sendo prejudicado pelos aumentos significativos nos estoques de gasolina e diesel que vimos nas últimas semanas”, disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates. Os estoques de combustíveis aumentaram à medida que as refinarias continuaram a aumentar a produção, acrescentou ele.

Os estoques de gasolina aumentaram em 6,3 milhões de barris na semana passada, para 237,7 milhões de barris, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de um aumento de 1,5 milhão de barris, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela Administração de Informações sobre Energia dos EUA.

Os estoques de derivados aumentaram em 6,1 milhões de barris na semana, para 128,9 milhões de barris, em comparação com as expectativas de um aumento de 600.000 barris.

“Eu ficaria preocupado se víssemos aumentos mais substanciais de produtos nas próximas semanas. Enquanto isso, a onda de frio pode restringir a oferta de petróleo e aumentar a demanda de óleo para aquecimento”, disse Josh Young, diretor de investimentos da Bison Interests.

Os estoques de petróleo caíram em 959.000 barris, para 414,6 milhões de barris na semana, em comparação com as expectativas dos analistas de uma queda de 184.000 barris.

Um dólar mais forte também pressionou os preços, tornando o petróleo mais caro para os detentores de outras moedas.

Money Times - SP   09/01/2025

Os dados da prévia operacional da Prio (PRIO3) referentes ao mês de dezembro, divulgados nesta terça-feira (8), ficaram aquém da expectativa de analistas. A companhia fechou o ano com produção de 106 mil barris de petróleo equivalentes diários (boepd), alta de 38% em relação a novembro e o melhor mês do ano.

No quarto trimestre, a companhia produziu 87 mil barris por dia, maior que os 70 mil do terceiro trimestre. A petroleira fecha o ano com produção de 84 mil barris diários.

Analistas da XP Investimentos pontuam que o aumento foi impulsionado pela consolidação da participação de 40% no campo de Peregrino, que contribuiu com 32,6 mil bpd em dezembro.

“No entanto, a produção excluindo Peregrino diminuiu em 4% em relação a novembro, principalmente devido ao desempenho de Albacora Leste (ABL), que foi afetado pela substituição de uma turbina e manutenção no sistema de compressão de gás”, ponderam.

Na avaliação da casa, a prévia mostrou um grande aumento sequencial, mas marginalmente negativo em relação às expectativas.

O BTG Pactual recorda que as ações da Prio caíram 31% (em dólares) em 2024, enquanto os preços do petróleo caíram 3% (em dólares) durante o período, e a greve do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atrasou licenças ambientais essenciais, que impactaram as operações diária da companhia e o primeiro petróleo de seu principal motor de crescimento, o campo Wahoo.

O banco estima que este campo deve produzir em média 40kb/d na capacidade total, aumentando a produção atual da Prio em cerca de 50%.

“Além disso, o sentimento em relação ao mercado de ações do Brasil atingiu mínimas históricas em meio a preocupações sobre riscos fiscais e uma trajetória de dívida que provavelmente manterá o custo de capital elevado por mais tempo. Apesar desses fatores, acreditamos que o desempenho mais fraco é exagerado e a Prio continua sendo uma oportunidade de investimento atraente para 2025”, avaliam.

Por que comprar Prio?

Analistas do BTG Pactual defendem que, ainda que a Prio seja frequentemente vista como uma história de alto crescimento e alto risco, a assimetria da tese de investimento decorre principalmente de aspectos menos discutidos, como retornos aos acionistas por meio de recompras e exposição ao dólar.

Para os analistas do banco, embora a dependência da empresa em atingir um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 28% até 2027 possa não ser atraente para investidores conservadores, o ambiente macro e as vantagens competitivas da companhia — como baixos custos de produção e alavancagem menor — continuarão a promover geração substancial de caixa e redução da dívida, mesmo com uma produção abaixo da média.

A Prio ainda não é a top pick do BTG, mas é apontada como uma “compra de alta convicção”. Para o BTG, a Prio apresenta um ponto de entrada atraente. O preço-alvo do banco é de R$ 72 por ação, que represena um potencial de alta de 73%. A previsão de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de US$ 2 bilhões para 2025.

Com as ações da mostrando um risco de queda limitado com base em fundamentos e poucos motivos para duvidar que as licenças serão emitidas no curto prazo — ainda que seja esse o caso há vários meses — , agora os analistas defendem de forma mais relevante a aquisição de posição em Prio.

“Assim que as licenças forem concedidas e a perfuração em Wahoo puder confirmar uma data para o primeiro óleo, achamos que o mercado rapidamente precificará o retorno do campo e da empresa, desencadeando uma rápida valorização”, afirmam.

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