Clipping Diário

10 | Janeiro | 2025

SIDERURGIA

Diário do Aço - MG   10/01/2025

A reunião entre Usiminas e o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa), que ocorreu na manhã desta quinta-feira (9), terminou mais uma vez sem acordo entre as partes, assim como no encontro de segunda-feira (6).
Siderúrgica e representantes metalúrgicos ainda negociam termos referentes à Campanha Salarial 2024, que tem como data-base o dia 1º de novembro.

Procurada, a Usiminas informou que na negociação foram apresentados o aumento de 20% no valor do Vale-Alimentação e a proposta de reajuste de 5,17% dos salários, que inclui a correção de perdas inflacionárias.

“A empresa segue com diálogo aberto e transparente para concluir o acordo, considerando que a sua proposta está equiparada aos valores negociados pelas demais companhias da indústria do aço brasileiro, mesmo diante dos desafios e do cenário enfrentado e da instabilidade na indústria”, pontua em nota enviada ao Diário do Aço.

Possível estado de greve
Por causa do impasse na negociação, os metalúrgicos aprovaram em assembleia, dia 3/1, a implementação do estado de greve, conforme noticiado pelo Diário do Aço.

O Sindipa defende que a proposta prevê um reajuste salarial real de 0,57%, e que isso tem gerado insatisfação aos trabalhadores.

“O Sindipa, nas reuniões e nos documentos enviados, já registrou que o estado de greve aprovado é válido e a paralisação pode começar a qualquer momento, também não concordamos com o dissídio. A Campanha Salarial deve ser resolvida aqui”, defendeu o sindicato em comunicado.

Conforme a entidade, na próxima semana os trabalhadores serão mobilizados para começar a “Operação Tartaruga”. “Nada de horas extras, nada de entrada antecipada e nada de ritmo alucinante, vamos derrubar a produção através da operação tartaruga”, convocou o sindicato.

Qual é a proposta rejeitada anteriormente
A proposta rejeitada pelos empregados no dia 10 de dezembro de 2024 contemplava, entre outras cláusulas, reajuste salarial de 0,57% de aumento real, além da reposição 4,6%, referente às perdas medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), aumento de R$ 50 no Vale-Alimentação, o que elevaria o benefício a R$ 600. Também foi recusado o parcelamento das férias.

Outra proposta recusada em mesa
Conforme noticiado pelo Diário do Aço anteriormente, no dia 19 de novembro, o Sindipa rejeitou em mesa a proposta apresentada pela Usiminas, não convocando assembleia junto aos empregados.

A empresa ofereceu um reajuste salarial com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a partir de 1º novembro (data-base da categoria); piso salarial R$ 2.031,96 a partir de novembro; divisão de férias em três períodos (se o trabalhador optar); vale-alimentação de R$ 550 a partir de fevereiro e carga extra de R$ 500 a partir de fevereiro.

Diário do Comércio - MG   10/01/2025

A produção de ferro-gusa das usinas independentes de Minas Gerais encerrou 2024 em queda. Dados preliminares do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer) indicam que a baixa foi de 3,2% em relação a 2023. O desempenho negativo decorreu de uma menor demanda do mercado doméstico, já que as exportações avançaram.

O presidente da entidade, Fausto Varela Cançado, diz que as estimativas apontam para cerca de 3,8 milhões de toneladas produzidas no período. Em torno de 70% desse volume foi vendido ao exterior, sendo Estados Unidos (85%) e Países Baixos (10%) os principais destinos. Internamente, as vendas alcançaram as fundições e aciarias do Brasil inteiro.

Ainda que o setor tenha amargado um recuo, a performance poderia ser pior. Anteriormente, o Sindifer projetava uma redução de 5% na produção anual. O executivo ressalta que o movimento de novembro e dezembro ajudou a reverter a situação.

“O resultado não foi o que gostaríamos, porque nosso objetivo era fechar 2024, pelo menos, com a mesma quantidade produzida de 2023, mas conseguimos diminuir a queda”, salienta.

De acordo com Cançado, entre os desafios enfrentados pelas usinas independentes no ano passado, além da concorrência com o mercado de sucata, está a redução do preço do ferro-gusa. Segundo ele, a cotação vinha com uma tendência de baixa iniciada em 2023, apresentou uma ligeira recuperação no início de 2024, mas voltou a cair novamente.

O executivo explica que o impacto da diminuição do preço no setor foi, em parte, amenizado nos últimos meses do ano com a desvalorização do real frente ao dólar.

Terminal fechado no Espírito Santo trouxe insegurança

Na lista de obstáculos de 2024, o maior deles, conforme Cançado, foi a suspensão das atividades do Terminal de Aroaba, localizado próximo de Vitória (Espírito Santo). A infraestrutura era usada para armazenar o ferro-gusa – que sai das usinas mineiras para exportação – até a chegada do navio, uma “retroárea” do Porto de Paul, em Vila Velha.

“Foi um problema que se agravou e gerou muita insegurança no setor. Tivemos que remanejar navios, buscar alternativas para suprir as compras que tinham sido feitas e, em muitos casos, até adiar navios. Isso criou um transtorno muito grande”, enfatiza.

Embora ressalte que não há como mensurar, o executivo pondera que se não houvesse a interrupção das atividades de Aroaba, as exportações do setor poderiam até ser maiores.

O terminal foi fechado em agosto em razão de um litígio na Justiça envolvendo a Vale, proprietária, e a antiga empresa arrendatária da operação. O presidente do Sindifer destaca que a situação está se normalizando. Segundo ele, a mineradora resolveu o problema e arrendou a infraestrutura para outra companhia, que já assumiu os trabalhos.

Otimismo do setor de ferro-gusa do Estado para 2025

As usinas independentes de ferro-gusa de Minas Gerais devem recuperar neste ano o prejuízo do exercício anterior. Essa é a expectativa do Sindifer, que projeta um crescimento na produção de aproximadamente 10% em 2025, de acordo com Cançado. O executivo espera uma melhora na demanda do mercado interno e uma valorização do ferro-gusa.

A confiança também é alta para os próximos anos, já que fatores como a lei que regula o mercado de carbono no País, sancionada em dezembro último, pode fomentar os resultados.

Infomoney - SP   10/01/2025

O Bradesco BBI cortou a recomendação de Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) de compra para neutro. A mudança reflete a cautela do banco em relação ao setor de aço brasileiro, considerando os desafios macroeconômicos atuais. No segmento de metais básicos, apenas a Vale (VALE3) segue com recomendação de compra. Às 11h08 (horário de Brasília), a ação da Usiminas caía 1,64%, cotada a R$ 4,80, enquanto o papel da Gerdau recuava 2,33%, a 17,19, entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (9).

Após a demanda por aço no Brasil ter se aproximado de máximas históricas no ano passado, o BBI prevê crescimento limitado da demanda diante dos desafios macroeconômicos emergentes em 2025, o que deverá resultar em uma queda do poder de precificação das siderúrgicas.

Em sua avaliação, as ações de siderúrgicas brasileiras se tornaram menos atraentes, dado as expectativas de menor momentum de lucros, risco de queda nas estimativas de consenso e ausência de geração de fluxo de caixa (FCF).

O BBI também destaca que discussões sobre novas tarifas e medidas antidumping podem não surgir no curto prazo. Como resultado, o banco optou por reduzir a previsão de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Gerdau para 2025 e 2026 em 13% e o preço-alvo em 24% (o que implica um potencial de valorização limitado de 5%) — negociando a 3,8 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2025 (contra uma média de 5 anos de 4,5 vezes), o que considera justo dado a falta de geração de FCF, ou fluxo de caixa livre (rendimento de 4%).

Quanto à Usiminas, o BBI reduziu a projeção de Ebitda para 2025 e 26 em 35% e o preço-alvo em 45% (o que implica um potencial de valorização de 18%) — negociando a 4,6 vezes EV/Ebitda para 2025 (em linha com sua média de 5 anos), “o que parece justo dado seus números negativos de FCF”.
Gerdau (GGBR4)

O BBI rebaixou a recomendação da Gerdau de compra para neutro e o preço-alvo passou de R$ 25 para R$ 19, refletindo um maior custo de capital no Brasil e um enfraquecimento do momentum de lucros tanto nos EUA quanto no Brasil.

Os analistas acreditam que estamos nos aproximando do pico do ciclo do aço no Brasil, com perspectivas de taxas de juros mais altas e incertezas econômicas, indicando um crescimento mais lento.

O banco também aponta que a demanda doméstica por aço longo cresceu 6% ano a ano nos últimos 11 meses do ano passado, ou 20% acima dos níveis pré-pandemia. Ao mesmo tempo, as iniciativas de corte de custos foram totalmente implementadas ao longo de 2024, implicando ganhos limitados de lucratividade nos próximos trimestres. No geral, o banco projeta um Ebitda no Brasil de R$ 4,5 bilhões, com margem de 16%.

Nos EUA, o BBI prevê que o Ebitda se deteriore ainda mais no 4T24, refletindo a sazonalidade mais fraca e preços mais baixos, com uma recuperação de lucratividade leve apenas em 2025.

Para 2025, analistas projetam Ebitda nos EUA de R$ 3,8 bilhões, com uma margem de 14% contra 19% em 2024. No consolidado, a expectativa é que a Gerdau entregue um EBITDA de R$ 11,0 bilhões neste ano.

Além disso, analistas ponderam que o FCF da Gerdau pode ser prejudicado por exigências ainda altas de capex e números razoáveis de EBITDA, levando a um rendimento de FCF de 3,7% em 2025.

Por fim, o BBI acredita que a empresa tem adotado uma postura mais conservadora em relação à alocação de capital, o que pode implicar que seu rendimento de dividendos permaneça abaixo do potencial, apesar de um balanço sólido (estimamos dívida líquida de 2025 em R$4,1 bilhões contra um limite implícito de aproximadamente R$ 7,0 bilhões — considerando uma meta de dívida bruta de R$12,0 bilhões e um mínimo teórico de R$5,0 bilhões em caixa).

Usiminas (USIM5)

O BBI rebaixou a recomendação da Usiminas (USIM5) de compra para neutro, com preço-alvo caindo de R$ 11 para R$ 6,00 por ação para o final de 2025.

Apesar da recente desvalorização, analistas esperam que uma combinação de baixa visibilidade sobre a evolução dos custos e a desaceleração da economia brasileira dificultará uma reclassificação neste momento.

Com isso, eles projetam um crescimento de volume doméstico de 1,0% ano a ano em 2025 (contra +3% anteriormente) e esperam que os custos do aço permaneçam estáveis no mesmo período (contra queda de 8% anteriormente), o que deve levar o Ebitda de aço a atingir R$ 2,2 bilhões em 2025, abaixo dos R$ 3,2 bilhões previstos anteriomente.

Na divisão de minério de ferro, BBI espera volumes de 8,6 milhões de toneladas em 2025, já que a instalação de tratamento de minério de Leste agora deve permanecer offline pelo menos até o segundo semestre de 2025.

No geral, a previsão do Ebitda de minério de ferro é de R$ 370 milhões em 2025, levando a um Ebitda consolidado de R$ 2,2 bilhões, abaixo do consenso de R$ 2,7 bilhões.

ECONOMIA

Investing - SP   10/01/2025

As pressões nos preços de alimentos ainda devem ter impulsionado a inflação oficial de dezembro, assim como um dólar forte frente ao real. A expectativa de economistas é de que o ano passado tenha registrado inflação acima do teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados oficiais nesta sexta-feira, 10 de janeiro.

Economistas consultados pelo Banco Central projetam uma inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,89% ao final de 2024, de acordo com o último Boletim Focus, apresentado nesta semana.

No acumulado em doze meses até novembro, o índice atingiu 4,87%, enquanto a meta estabelecida pelo CMN é de 3%, com limite de 1,5 ponto percentual, ou seja, até 4,5%.

Em 2023, o IPCA fechou o ano com alta acumulada de 4,62%. O intervalo era o mesmo, mas não o centro da meta, que era de 3,25%, com teto em 4,75%.
Inflação em alimentos pesando em 2024

Desde a pandemia, o país registrou aumento significativo nos preços de alimentos, detalha Bruno Imaizumi, economista da LCA 4intelligence. “No começo de 2024, a gente tinha uma projeção de uma alimentação do domicílio próximo dos 4%, 5%, e a gente deve fechar o ano de 2024 com 8,7%”, projeta.

Eventos climáticos extremos prejudicaram as safras brasileiras, e condições de preços externas também trazem pressão diante da redução da oferta, como azeite na Espanha e Portugal, além do cacau na Costa do Marfim.

As chuvas no Rio Grande do Sul e incêndios no interior de São Paulo também afetaram as colheitas. “Basicamente foi um ano bem ruim para a inflação de alimentação do domicílio. Para o ano que vem, a gente espera uma desaceleração nesse crescimento do nível de preços, mas ainda assim vai continuar incômodo”, entende o economista.

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Câmbio também pressiona preços durante o ano

Com a desvalorização do real frente ao dólar americano, o câmbio também teve um papel fundamental no aumento dos preços em 2024, de acordo com Mauricio Nakahodo, economista sênior da DA Economics.

“O câmbio, junto com a expectativa de inflação, acaba retroalimentando a própria inflação. Por isso, está a importância do trabalho da própria política monetária, junto com a política fiscal, para amenizar as pressões inflacionárias durante o ano”, detalha o especialista.
Expectativas para leitura do IPCA em dezembro

A inflação de alimentos deve ter sido ponto de pressão em dezembro, principalmente carnes, diante de fatores sazonais, com as festas de final de ano, mas também devido à situação da oferta deste tipo de produto.

“As famílias aqui consomem muita carne, tanto para as festas de Natal quanto de Réveillon”, ressalta André Braz, coordenador da área de preços ao consumidor do Ibre/FGV. Além do efeito sazonal, Braz esclarece que o ciclo da pecuária também pesa.

“Ano passado foi um ano de renovação do rebanho, e normalmente isso obriga o pecuarista a sacrificar vacas reprodutoras, o que mexe com a oferta de carne, sem contar com o aumento da exportação dada a nossa desvalorização cambial, nossos produtos brasileiros ficaram mais baratos e estimulou muito a exportação”, completa. O café também vai aparecer com destaque na inflação de dezembro – e no ano de 2024 como um todo.

Outros produtos devem apresentar valorização de preços mais expressiva, como farinhas, féculas e massas, açúcares, frutas, hortaliças, verduras, ovos, pães, bebidas, enlatados e conservas, segundo a LCA 4intelligence, que estima IPCA de 0,56% em dezembro, com inflação fechando 2024 em 4,87%.

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Além disso, Nakahodo cita os preços das passagens aéreas, com viagens de férias em alta, enquanto os preços de energia tendem a apresentar recuo menor do que na prévia. Com a passagem do mês, a bandeira passa da amarela para a verde. O economista projeta 0,58% para a leitura de dezembro, levando o IPCA para 4,89% em 2024 como um todo.

Apesar da expectativa de alta de 7% em dezembro, Braz ressalta que, no ano, as passagens aéreas recuaram 22%, em média. O especialista do Ibre/FGV estima variação positiva entre 0,45% e 0,5% em dezembro para o IPCA, com inflação em doze meses entre 4,8% e 4,9%.

Infomoney - SP   10/01/2025

O presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, disse nesta quinta-feira que ainda espera que o banco central dos Estados Unidos corte a taxa de juros, mas acrescentou que a trajetória da política monetária está obscurecida por uma considerável incerteza econômica.

“Ainda nos vejo em uma trajetória de redução da taxa de juros”, disse Harker no texto de um discurso a ser proferido na Associação Nacional de Diretores Corporativos.

“Olhando para tudo o que está diante de mim agora, não estou prestes a sair desse caminho ou dar meia-volta”, disse ele, acrescentando que “a velocidade exata com que continuarei nesse caminho dependerá totalmente dos próximos dados.”

Os comentários foram os primeiros de Harker desde a reunião do mês passado, quando o Fed cortou os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%, e reduziu o número de reduções esperadas para 2025, em meio a previsões que veem níveis mais altos de inflação.

Harker não tem direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto neste ano e enfrenta a aposentadoria compulsória devido às regras do Fed.

Em seus comentários, ele disse que “os fundamentos gerais de nossa economia continuam fortes”, mas, mesmo assim, afirmou que “continuamos em tempos muito instáveis”, o que limita o fornecimento de orientações sobre o que está por vir na trajetória da política monetária.

“Em um mundo incerto, a política (monetária) precisa permanecer dependente de dados e melhor posicionada para lidar com os riscos futuros”, disse Harker.

Ele também disse que “os fundamentos de nossa macroeconomia permanecem fortes” e que, embora a inflação permaneça mais alta do que o desejado, o Fed tem tido sucesso em reduzir as pressões dos preços, mas observou que o retorno da inflação à meta de 2% está demorando mais do que o esperado.
Abordagem paciente e gradual em cortes

A presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, disse nesta quinta-feira que a incerteza significativa em relação às perspectivas exige que o banco central dos Estados Unidos aja com cautela nos futuros cortes da taxa de juros.

“Com uma economia que está em uma boa situação geral e a política monetária já mais próxima de uma postura mais neutra, vejo a natureza atual da incerteza como um apelo para uma abordagem gradual e paciente para a definição da política monetária”, disse Collins no texto de um discurso preparado para um evento em seu banco.

Ela disse que, conforme o novo ano começa, “a inflação caiu significativamente em relação ao pico de 2022, e os dados continuam a apontar para uma trajetória gradual, embora desigual, de volta à meta de 2% do Fed”. Ela acrescentou que a inflação mais baixa foi alcançada mesmo com o mercado de trabalho “permanecendo saudável em geral” e se reequilibrando de condições excessivamente quentes.

As falas de Collins foram feitas no momento em que os banqueiros centrais começaram a avaliar a situação da economia e as perspectivas para a política monetária após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do mês passado, na qual o Fed reduziu a faixa da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para entre 4,25% e 4,5%. As autoridades também recuaram no número de cortes projetados para o novo ano em meio às expectativas de que a inflação permanecerá alta por mais tempo do que o esperado.

Infomoney - SP   10/01/2025

O aumento dos preços ao consumidor no Brasil deve ter acelerado em dezembro, quando os custos de energia e bens caíram menos do que no mês anterior, com a inflação acumulada terminando o ano bem acima do teto da meta, mostrou uma pesquisa da Reuters.

Em novembro, as contas de energia caíram com força com a vigência no mês da bandeira tarifária amarela, de custo menor, devido a uma melhora das condições de geração de energia no país. Para dezembro a bandeira foi verde, sem cobrança adicional na conta de luz.

Mas em dezembro a inflação mensal provavelmente acelerou de 0,39% para 0,57%, de acordo com a mediana das estimativas de 20 economistas entrevistados de 2 a 8 de janeiro. Os dados oficiais do IPCA serão divulgados na sexta-feira (9) às 9h (horário de Brasília).

A XP estima que o indicador tenha encerrado 2024 com alta de 4,9%, acima do limite superior do intervalo de tolerância que contém a meta de inflação (4,5%). A expectativa do Itaú também é de alta de 4,9%, com um avanço de 0,57% em dezembro ante novembro.

“O movimento será impulsionado, em grande parte, por itens administrados (onde a deflação de eletricidade, decorrente das tarifas mais baixas das bandeiras, perderá intensidade) e bens industriais, onde o impacto dos descontos da Black Friday começará a desaparecer gradualmente”, escreveram analistas do BTG Pactual em relatório.

Em 12 meses, o IPCA deve ter acumulado alta de 4,88% em dezembro, contra 4,87% em novembro, fechando 2024 acima do limite superior da meta oficial — 3% com margem de 1,5 ponto percentual. Com isso, a inflação volta a estourar o objetivo depois de ter ficado dentro da faixa alvo no ano anterior.

A inflação de alimentos e bebidas provavelmente continuou a liderar o aumento mensal do IPCA. Em particular, a carne bovina ficou mais cara em um momento de forte demanda local impulsionada por um mercado de trabalho aquecido, combinado com fortes exportações apoiadas pela desvalorização do real.

Os preços dos serviços subjacentes provavelmente também avançaram mais no mês passado, disseram analistas do Itaú Unibanco, reforçando uma das principais tendências citadas pelo banco central para justificar seu último aumento na taxas de juros.

Globo Online - RJ   10/01/2025

A inflação ao consumidor na China (CPI) enfraqueceu ainda mais, aproximando-se de zero em dezembro de 2024 e desacelerando pelo quarto mês consecutivo, em um revés para os esforços do governo para combater a deflação e impulsionar a demanda com medidas de estímulo econômico.

No acumulado do ano, os preços ao consumidor subiram apenas 0,2% em relação a 2023, bem abaixo da alta de 1,1% prevista pelos economistas no início de 2024. O índice subiu 0,1% em dezembro em relação ao ano anterior, em linha com a mediana das previsões de economistas consultados pela Bloomberg.

A deflação no setor industrial se estendeu para o 27º mês, embora o índice de preços ao produtor (PPI) tenha registrado uma queda mais moderada de 2,3%, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China nesta quinta-feira.

A persistência das pressões deflacionárias na China está em forte contraste com outras grandes economias, com riscos elevados de inflação sinalizados por autoridades do Federal Reserve (o banco central dos EUA) e o crescimento dos preços na zona do euro acelerando no mês passado.

Para Pequim, a preocupação é que um ciclo prolongado de quedas de preços ameace segurar os gastos das famílias por mais tempo e prejudique as receitas corporativas, o que sufoca os investimentos e leva a mais cortes salariais e demissões, desacelerando o crescimento da segunda maior economia do mundo

“A melhora na demanda doméstica é uma condição necessária para a reflação,” disseram os economistas Ji Xinyu e Yu Xiangrong, do Citigroup, em uma nota. “Mas mantemos nossas expectativas realistas para políticas”, pontuaram os economistas, acrescentando que as autoridades provavelmente continuarão a adotar uma abordagem reativa.

Um sinal mais encorajador para os dirigentes do banco central foi o núcleo do CPI — que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis —, que subiu pelo terceiro mês consecutivo para 0,4% em relação ao ano anterior, alcançando o maior nível desde julho.

Dong Lijuan, chefe de estatística do NBS, afirmou que, embora o mercado consumidor tenha se mantido amplamente estável em dezembro, uma queda anual de 0,5% nos preços dos alimentos foi um obstáculo para o índice geral. Ela também atribuiu as quedas mensais no PPI às flutuações nos preços das commodities e à desaceleração sazonal em alguns setores.

As leituras mais recentes de inflação sugerem que o deflator do PIB — uma medida mais ampla dos preços em toda a economia — provavelmente estenderá sua queda pelo sétimo trimestre consecutivo, de acordo com a Bloomberg Economics. É provável que permaneça negativo em 2025 pelo terceiro ano consecutivo, o que seria a sequência mais longa desde o início dos anos 1960, economistas do Citi disseram em uma nota na segunda-feira.

As ações chinesas reduziram as perdas após a divulgação dos dados, com o índice CSI 300 sendo negociado perto da estabilidade após um declínio anterior de 0,5%.

“O fraco relatório de preços de dezembro na China mostra que a economia travou em marcha lenta, apesar do aumento do apoio político desde o final de setembro. Com a falta de especificidades sobre mais estímulos reduzindo novamente a confiança na virada do ano, os dirigentes do banco central precisam entregar rapidamente medidas de suporte para combater os riscos de deflação”, disse o economista Eric Zhu, da Bloomberg Economics.

Autoridades lideradas pelo presidente Xi Jinping definiram no mês passado o aumento do consumo e da demanda doméstica como a principal prioridade deste ano, algo que só ocorreu pela segunda vez em pelo menos uma década. Elas prometeram usar maior endividamento público e gastos, bem como flexibilização monetária, para estimular o crescimento em 2025.

A China também está expandindo um programa de subsídios para produtos de consumo e aumentando o financiamento para modernizações de equipamentos industriais.

No entanto, economistas como Robin Xing, do Morgan Stanley, acreditam que o governo chinês enfrenta uma batalha prolongada para reaquecer a economia e mudar o sentimento do mercado.

“Isso não vai dissipar as preocupações deflacionárias,” disse Michelle Lam, economista para a China do Societe Generale, referindo-se aos preços ao consumidor. “Vimos declínios bastante amplos em itens como bens para o lar, serviços e assistência médica”, acrescentou.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   10/01/2025

Os preços futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian interromperam nesta quinta-feira uma série de quatro dias de perdas, ajudados pela mais recente medida de estímulo da China e pela aceleração das compras de minério pelas usinas siderúrgicas.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,53%, a 754,50 iuanes (102,91 dólares) a tonelada.

O minério de ferro de referência para fevereiro na Bolsa de Cingapura fechou em alta de 0,78%, a 97,20 dólares a tonelada.

A China, maior consumidora mundial de minério, ampliou um esquema de troca de bens de consumo em um esforço para impulsionar a fraca demanda doméstica, de acordo com um documento divulgado na quarta-feira.

“Há algumas boas notícias O recente comunicado sugere que haverá foco maior no apoio ao consumo este ano”, disseram os analistas do ING em nota.

Ainda assim, os metais industriais tiveram um início de ano tímido em meio a tensões geopolíticas, incerteza no rumo da recuperação econômica da China e aumento do protecionismo, disseram os analistas do ING em nota separada.

Dados oficiais divulgados nesta quinta-feira mostraram que a inflação ao consumidor da China desacelerou em dezembro, enquanto a deflação de fábrica se estendeu pelo segundo ano.

Enquanto isso, as usinas siderúrgicas chinesas aceleraram a compra de minério de ferro importado antes do feriado, com estoques atingindo o maior nível em dez meses, informou a consultoria chinesa Mysteel em seu site.

Infomoney - SP   10/01/2025

O ano de 2024 terminou de forma melancólica para as ações da Vale (VALE3), que fecharam com queda de cerca de 23% no acumulado do período, o pior retorno desde 2015. Em dólares, o valor de mercado da mineradora caiu para abaixo de US$ 40 bilhões pela primeira vez desde 2016 (excetuando-se algumas semanas durante a crise da Covid-19), conforme destacou o Citi em relatório desta semana.

2025 também não começa de forma positiva para as ações da VALE3, com queda de 5,5% apenas nas 5 primeiras sessões do ano.

Muito deste desempenho negativo vem do desempenho do minério de ferro, que caiu cerca de 15% em 2024, em um período marcado por queda de preços, devido a fatores como a demanda fraca da China, altos estoques e margens apertadas das siderúrgicas. A tendência se mantém neste ano, com os principais contratos atingindo mínimas em sete semanas em meio a recentes decepções com estímulos da China.

Com este cenário se desenhando, há espaço para ficar otimista com as ações da VALE3?

Para boa parte dos analistas de mercado, sim, ainda que haja mais casos de cautelosos com as ações da companhia.

O Citi ressalta que, mesmo com a queda do minério afetando as ações da Vale, VALE3 oferece dividendos suficientes para compensar o investimento. “À primeira vista, o valor de mercado abaixo de US$ 40 bilhões parece subvalorizado em relação à média de 10 anos”, aponta o banco, que reiterou compra para os ADRs (recibo de ações negociado nos EUA), ainda que reduzindo o preço-alvo dos ativos de US$ 15 para US$ 12, um potencial de alta de 41% frente o fechamento de quarta-feira (8).

O Citi vê os ativos de minério de ferro como subvalorizados pelo mercado e aponta que eles têm sido, de longe, a maior vaca leiteira para a indústria global de mineração nos últimos 50 anos. Períodos de preços baixos são dolorosos, mas acabam por resultar numa oferta reconsolidada, avaliam os analistas.

A estimativa do banco é de que o preço do minério de ferro fique em US$ 95 por tonelada em 2025, uma queda de cerca de 10% frente o fechamento de 2024. Contudo, mesmo com a queda, haverá equilíbrio entre oferta e demanda: “Esse cenário se baseia na suposição de que a produção de aço bruto da China atingiu o pico e haverá diminuição gradual. O fornecimento do Brasil e da Austrália deve ser mais forte novamente em 2025, exigindo cortes em outros lugares.”

De qualquer forma, vê que a Vale deve reverter o pessimismo se acelerar a geração de caixa e a remuneração aos acionistas, avalia.

O Citi estima um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 13,8 bilhões para a Vale em 2025. O banco avalia que o minério pode surpreender as expectativas mais negativas do mercado este ano, o que permitiria um dividend yield (rendimento de dividendos, ou dividendo sobre o preço da ação) de 9% no ano.

O Bradesco BBI também segue otimista com VALE3. O banco atualizou as suas estimativas e os preços-alvo em todo o universo de cobertura de Siderurgia & Mineração, favorecendo a Vale versus siderúrgicas – com a Vale agora sendo a única recomendação de compra – enquanto rebaixou Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) de compra para neutra.

Com as ações da Vale com desempenho inferior ao Ibovespa nos últimos 12 meses (-44% em dólares versus -29% dos pares australianos e -27% do MSCI LatAm), o dilema sobre comprar em retrações surgiu como um tópico importante de discussão entre os investidores, avalia o banco.

“Embora a Vale permaneça altamente dependente da narrativa sobre a China, acreditamos que sua história do micro para macro (bottom-up) melhorou nos últimos meses e um impulso mais forte do fluxo de caixa livre (FCF) pode sustentar o desempenho do preço de suas ações em 2025. Vemos a Vale sendo negociada a um atraente rendimento de FCF de 15% esperado para 2025 (com o preço do minério de ferro em US$ 100/tonelada)”, apontam os analistas do BBI.

No início do ano, em seu radar de preferências, o Itaú BBA trocou a Gerdau pela Vale, ainda que avaliando que o setor de Mineração e Siderurgia atravessa um momento desafiador. Do ponto de vista global, o cenário imobiliário ainda fraco na China está pressionado os preços de minério de ferro e aço. Internamente, a potencial desaceleração do PIB deve resultar em um crescimento de demanda por aço mais fraco. “Dessa forma, neste momento, damos preferência a empresas que possuem melhor perspectiva de geração de caixa, como é o caso da Vale e de Gerdau”, aponta.

A Vale é a ação preferida no setor de Mineração e Siderurgia do BBA em função do valuation mais atrativo e melhor geração de caixa e com dividend yield de 8%. Adicionalmente, destaca a potencial melhora operacional da empresa, impulsionada por crescimento de volumes de vendas e menores custos.

Parte do mercado cética

Por outro lado, há uma parte do mercado que segue sendo cética com as ações, conforme evidenciado pelas recomendações compiladas pela LSEG/Reuters. De 17 casas que cobrem os papéis VALE3, 9 possuem recomendação de compra e 8 possuem recomendação neutra, ainda que com um preço-alvo médio de R$ 81,26 (ou potencial de alta de 58% frente o fechamento de quarta).

O BTG Pactual destacou, em relatório no fim do ano, que a companhia está zerando as suas pendências, mas continua neutro com as ações, com preço-alvo de R$ 65. O banco fez a análise logo após a renegociação considerada positiva da Vale dos contratos de concessão ferroviária da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) com o governo, no fim de 2024.

O banco continua vendo alguns eventos positivos na história da Vale recentemente, como a história melhor para os volumes produzidos de minério de ferro, os desenvolvimentos positivos em relação ao acordo da Samarco (com o valor do acordo definitivo abaixo das nossas expectativas) e agora com as renegociações da concessão ferroviária resolvidas (com apenas um modesto ajuste nas provisões).

“No entanto, estamos optando por esperar por maior clareza no ambiente macro antes de fazer quaisquer mudanças significativas. Além disso, a história macro chinesa continua vulnerável (apesar das recentes discussões sobre estímulos), adicionando pressão em todo o setor siderúrgico e sobre os preços do minério de ferro. Ainda lutamos para ver uma valorização substancial do múltiplo/valuation com ações sendo negociadas a cerca de 4 vezes o Ebitda esperado para 2025 e rendimentos de dividendos na faixa de 5-7%”, avalia a equipe de análise.

A previsão da casa é de mais revisões negativas para a empresa em 2025, à medida que os investidores ‘marcam a mercado” um ambiente de preços de minério de ferro materialmente mais fraco à frente.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   10/01/2025

"O mercado dos EUA ainda tem muito potencial para nós, desde automóveis até robótica. Não vejo razão para não podermos crescer aqui", disse Qiu Chunchao, CEO da RoboSense, durante a feira CES em Las Vegas

Fornecedores automotivos da China estão buscando opções de manufatura nos EUA na esperança de aproveitar oportunidades de crescimento lá, apesar da maior vigilância de Washington sobre a tecnologia chinesa e do aumento esperado de tarifas assim que o presidente eleito Donald Trump retornar à Casa Branca este mês.

Empresas chinesas, especialmente montadoras e fornecedores, participaram em grande número da feira anual de tecnologia CES em Las Vegas esta semana. O entusiasmo delas para mostrar sua "última tecnologia ao mundo" ocorre apesar das crescentes tensões entre as duas maiores economias do mundo, que incluem novas sanções dos EUA sobre tecnologias chinesas.

"Tudo se resume aos produtos", disse Qiu Chunchao, CEO da RoboSense, um dos maiores produtores de sensores LiDAR do mundo. "Se seus produtos forem bons o suficiente, os clientes estarão dispostos a navegar pelos ventos geopolíticos com você. Mas, se forem ruins, ninguém nem vai olhar para você."

Os sensores LiDAR, uma tecnologia de detecção e medição por laser, são amplamente utilizados em veículos autônomos.

Em setembro, o governo Biden propôs uma proibição de software e hardware da China para sistemas que permitem que carros se comuniquem externamente ou que possibilitam capacidades de direção autônoma. A regra ainda não foi finalizada, e não está claro quais softwares e hardwares se enquadrariam nas restrições.

Qiu afirmou que não está excessivamente preocupado com a possível proibição, argumentando que o LiDAR não tem funções de comunicação e não apresenta riscos de segurança de dados.

"O mercado dos EUA ainda tem muito potencial para nós, desde automóveis até robótica. Não vejo razão para não podermos crescer aqui", disse Qiu à Nikkei Asia no estande da RoboSense na CES em Las Vegas.

A empresa demonstrou seus produtos mais recentes tanto para veículos quanto para robótica na feira de tecnologia deste ano.

Qiu afirmou que sua empresa já estabeleceu uma cadeia de suprimentos separada para atender às necessidades, incluindo requisitos de segurança, dos clientes em diferentes regiões. Nos EUA, a Lucid Motors já começou a produzir veículos equipados com LiDAR da RoboSense. Outros fabricantes de automóveis americanos estão em discussão com a empresa para adquirir seus produtos, segundo Qiu.

"É difícil prever que tipo de políticas ou proibições o governo Trump pode criar, mas vamos trabalhar com nossos clientes para lidar com isso quando surgir", disse ele.

Com Trump ameaçando aplicar mais tarifas sobre produtos fabricados na China, Qiu afirmou que sua empresa está considerando a possibilidade de fabricar nos EUA para mitigar o impacto das tarifas e de outros desenvolvimentos geopolíticos.

"Grande parte do nosso processo de manufatura é automatizado, o que torna mais fácil transferir a produção para cá", disse Qiu.

Em 2023, três empresas baseadas na China — RoboSense, Hesai Technology e Huawei Technologies — foram responsáveis por mais de 65% das vendas globais de LiDAR, segundo um relatório da S&P Global. O único fornecedor fora da China com uma participação de mercado superior a 20% é a empresa americana Seyond.

Mas mesmo que a proibição final de veículos conectados exclua os fornecedores de LiDAR, as empresas chinesas ainda podem estar sujeitas a outras restrições.

A Hesai, que lançou sua série JT de sensores LiDAR mini-hemisféricos 3D na CES na terça-feira (7), foi reinstalada na lista negra do Pentágono no final do ano passado, por exemplo. A Hesai gerou 40% de sua receita total da América do Norte em 2023 e havia participado da CES seis vezes anteriormente. A empresa disse que não havia recebido nenhuma notificação oficial de que não poderia exibir seus produtos este ano devido à lista negra.

"A Hesai sempre manteve que fomos adicionados erroneamente à lista 1260H, pois nossos produtos são estritamente para uso comercial e civil", disse um porta-voz da Hesai, "e não temos nenhuma conexão com o exército chinês ou qualquer outro corpo militar".

A lista 1260H é uma lista atualizada anualmente compilada pelo Departamento de Defesa dos EUA, identificando empresas ligadas a empresas militares chinesas e que operam direta ou indiretamente nos EUA. A Hesai processou o governo dos EUA em maio após ser adicionada à lista negra. A atualização mais recente inclui o gigante dos jogos Tencent e o fabricante de baterias CATL.

Mesmo para fornecedores automotivos sem conexão com a direção autônoma, as possíveis restrições dos EUA estão na mente deles, à medida que as tensões entre os EUA e a China aumentam.

Yu Xin, vice-presidente da Appotronics, produtora chinesa de projetores a laser para veículos com sede em Shenzhen, disse que era difícil imaginar que sua empresa pudesse estar associada a qualquer questão de segurança nacional, mas acrescentou que também é difícil prever quais políticas ou ventos geopolíticos o governo Trump poderia trazer.

"Fabricamos fontes de luz e dispositivos de exibição em veículos", disse Yu. "Não é para coletar nenhuma informação dos usuários, apenas para uma melhor experiência do usuário, melhor exibição e iluminação. Então, não consigo imaginar isso relacionado à segurança nacional."

Mudando de endereço

A Appotronics mostrou algumas de suas mais recentes tecnologias de projeção para veículos na CES 2025, e Yu disse que a feira oferece à sua empresa a oportunidade de iniciar conversas com montadoras estrangeiras, incluindo as dos EUA.

"O potencial de crescimento nos EUA é enorme, já que poucas montadoras aqui adotaram as últimas inovações em entretenimento dentro do veículo com telas grandes, então estamos definitivamente interessados em expandir aqui", disse Yu, acrescentando que há várias negociações em andamento com montadoras americanas.

Mas com o governo Biden impondo uma tarifa de 100% sobre os veículos elétricos chineses e mais aumentos de tarifas previstos sob Trump, Yu disse que sua empresa também está se preparando para realocar sua cadeia de suprimentos para os EUA e outros países para mitigar o impacto das tarifas. A empresa já estabeleceu uma fábrica na Tailândia.

"Em termos de custo, administrar uma fábrica nos Estados Unidos será mais caro do que na China ou no Sudeste Asiático, com certeza", disse ele. "Mas isso também nos aproxima muito do mercado. Todos esses aumentos de custo serão absorvidos [evitando] as tarifas e também pela logística. Então, ainda vejo que há espaço e potencial para fabricar aqui."

Mesmo os fabricantes de veículos elétricos chineses, sem acesso imediato ao mercado dos EUA devido às tarifas, estão fazendo sucesso no evento de Las Vegas.

A Great Wall Motor participou da CES pela primeira vez este ano, exibindo seu SUV híbrido Blue Mountain e a motocicleta SOUO, com motor flat-eight.

"Estamos aqui para mostrar nossa última tecnologia ao mundo", disse um porta-voz. "Embora não possamos vender nossos veículos nos EUA, há clientes em potencial de outras partes do mundo, já que a CES é a maior feira de eletrônicos e tecnologia."

O porta-voz acrescentou que a empresa está construindo uma planta de montagem no México. Quando perguntado se ele achava que Trump permitiria a entrada de veículos elétricos chineses no mercado dos EUA, ele disse: "Nada é impossível."

Entre os mais de 4.500 expositores na CES 2025, mais de 1.000 são da China, tornando o país, mais uma vez, uma das maiores fontes de expositores.

No entanto, nem todos estão ignorando os ventos contrários.

A WeRide, uma empresa chinesa de direção autônoma que ofereceu test drives de direção autônoma de Nível 4 na CES do ano passado, havia planejado exibir na CES deste ano e já havia pago as taxas de exibição. Mas a empresa decidiu não participar depois que o Departamento de Comércio dos EUA propôs a proibição de software e hardware automotivo chinês, disseram fontes à Nikkei Asia.

Quando questionada, a empresa disse: "A WeRide decidiu não participar da CES principalmente porque concentrou seus esforços no projeto de IPO no segundo semestre de 2024, indo com sucesso para a bolsa no Nasdaq em 25 de outubro de 2024, tornando-se a primeira empresa de Robotaxi a ser listada publicamente."

Outros grandes players chineses de robotaxi, incluindo Pony.ai e Baidu Apollo, também não compareceram à CES deste ano.

IstoÉ Dinheiro - SP   10/01/2025

As vendas de carros na China avançaram fortemente em dezembro, impulsionadas por subsídios do governo e promoções de fim de ano, à medida que as montadoras se mobilizaram para atingir metas anuais no maior mercado de veículos do mundo.

No varejo, as vendas de carros de passeio saltaram 12% em dezembro ante igual mês do ano anterior, a 2,64 milhões de unidades, segundo dados da CPCA, como é conhecida a associação chinesa do setor. Em relação a novembro, houve expansão de 8,7% nas vendas do mês passado.

O forte resultado veio em meio a um programa federal para incentivar a troca de carros, que ajudou a impulsionar a demanda, principalmente nos últimos meses de 2024, em um momento em que as montadoras se esforçaram para cumprir suas metas de desempenho.

Carros elétricos e híbridos representaram 47,6% do total das vendas em 2024, detalhou a CPCA.

Já as exportações de carros da China somaram 404 mil unidades em dezembro, alta de 6% na comparação anual e avanço de 2% em relação a novembro.

A Tesla, montadora americana de veículos elétricos com fábrica em Xangai, vendeu 93.766 carros no mês passado e exportou 10.839 unidades, de acordo com a CPCA. Fonte: Dow Jones Newswires.

Valor - SP   10/01/2025

As vendas da Honda na China caíram 30,9% no ano passado, para 852.269 unidades, para abaixo de 1 milhão pela primeira vez em nove anos, num momento em que as montadoras japonesas continuam a lutar contra a competição de preços com a BYD e outras fabricantes locais.

As vendas da Nissan recuaram 12,2%, para 696.631 unidades, e as da Toyota declinaram 6,9%, para 1.776 mil unidades. Este é o terceiro ano consecutivo em que todas as três empresas ficaram abaixo dos números do ano anterior.

A Honda e a Nissan estão em discussões de fusão. Suas vendas combinadas na China no ano passado foram de 1.548.900 unidades, cerca de metade do pico de mais de 3,1 milhões de unidades em 2019. Enquanto isso, as vendas de automóveis de passeio da BYD na China atingiram 3,83 milhões de unidades no ano passado, 8,5 vezes mais do que em 2019.

As dificuldades das montadoras japonesas na China decorrem de sua lentidão na introdução de veículos elétricos e outros veículos de nova energia, que têm visto alta demanda no maior mercado automotivo do mundo.

A Nissan vende carros na China por meio de uma joint venture com a montadora estatal Dongfeng Motor Group. A Dongfeng Motor vende veículos elétricos, enquanto a Dongfeng Nissan não tem nenhum em sua linha.

As vendas de carros com motor a gasolina na China de janeiro a novembro de 2024 caíram 19% ante 2023, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.

A competição de preços é intensa. A BYD está reduzindo os custos de produção em parte fabricando suas próprias baterias de bordo e baixou os preços de vários modelos em fevereiro. As montadoras japonesas podem não ter escolha a não ser cortar os preços dos carros a gasolina.

O carro de passeio médio no mercado chinês foi vendido por 164.900 yuans (US$ 22.500) em dezembro, queda de 5% ao ano, de acordo com dados da empresa de pesquisa chinesa Autohome.

Entre as empresas japonesas, os preços dos veículos da joint venture da Honda com a Dongfeng perderam 8,1%, para 130.600 yuans, enquanto os preços da Dongfeng Nissan caíram 3%, para 96.200 yuans. O declínio simultâneo no volume de vendas e nos preços minou os lucros.

A Honda e a Nissan têm trabalhado para reduzir a produção e otimizar o pessoal na China desde o ano passado. A Honda fechou uma fábrica em Guangzhou com capacidade para 50 mil veículos em outubro e suspendeu as operações em uma fábrica em Wuhan com capacidade de produção anual de 240 mil veículos em novembro.

A Nissan também fechou uma fábrica em Changzhou com capacidade para 130 mil veículos em junho. Em novembro, em resposta aos lucros fracos, a Nissan anunciou um plano para cortar 9 mil empregos, ou cerca de 7% de sua força de trabalho global, bem como reduzir a capacidade de produção global em 20%, ou cerca de 1 milhão de veículos.

A Nissan tem sete fábricas na China. Especificar medidas de reestruturação é uma condição para a fusão com a Honda. Acredita-se que sua taxa geral de utilização de fábrica na China seja em torno de 50%, e como ela reduz a capacidade de produção na China será um ponto focal das negociações de fusão.

Os veículos de nova energia agora respondem por 40% de todas as vendas de automóveis na China. A eletrificação se estabilizou e, em termos de tecnologia, o foco está mudando para a direção autônoma usando inteligência artificial. A BYD pretende equipar 60% dos novos carros que vende este ano com funções de assistência ao motorista para direção em rodovias, de acordo com a mídia chinesa.

As empresas japonesas estão acelerando os esforços em áreas relacionadas à direção autônoma. A Honda está se unindo à Huawei Technologies para produzir displays, enquanto a Nissan está colaborando com a startup chinesa de direção autônoma Momenta em seu novo sedã energético N7, com lançamento previsto para este ano.

Valor - SP   10/01/2025

Nova lei de emissões muda, e muito, os carros brasileiros

O Proconve L8, nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, que entrou em vigor em 1º de janeiro, traz mudanças significativas para a indústria automotiva brasileira, visando reduzir drasticamente as emissões de poluentes. As normas, baseadas na Resolução 492 de 2018, do Conama, seguem padrões internacionais e impactam diretamente o desenvolvimento de novos veículos, exigindo tecnologias avançadas para atender às metas de sustentabilidade.

Conforme a resolução, veículos produzidos até 31 de dezembro de 2024 poderão ser vendidos sob os parâmetros das normas antigas até o dia 31 de março deste ano. Depois disso, todos os 0 km terão que estar de acordo com as regras do PL8.

As novas diretrizes vão mexer muito com a indústria e serão responsáveis por aposentar motores que há alguns anos eram referência em eficiência energética. Também está por trás de mudanças como o motor híbrido leve flex de Fiat Pulse e Fastback, e novas soluções aerodinâmicas do Volkswagen Nivus 2025.

A principal mudança do Proconve L8 é a redução rigorosa dos limites de emissão de poluentes, que se aproxima das normas europeias. Essa redução se dará em três etapas. A que entrou em vigor agora e outras duas, que virão em janeiro de 2027 e janeiro de 2029.

Segundo Fernando de Oliveira Júnior, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Bosch na América Latina, “houve uma redução substancial nos limites para emissão de gases orgânicos e óxidos de nitrogênio (Nmog + Nox), em cerca de 37%, e para monóxido de carbono (CO) em cerca de 40%”. Desde 2022, quando entrou em vigor o Proconve L7, o Brasil exigia um limite de 80 mg/km de Nmog + Nox para carros de passeio, 140 mg/km para comerciais leves a gasolina ou flex e 320 mg/km para utilitários a diesel. Com o PL8, os números caem para 50 mg/km de Nmog + Nox no caso de automóveis. Por enquanto, os limites para comerciais leves e veículos a diesel serão mantidos. Entretanto, há outras mudanças, como a limitação de 50 mg/l de emissão de vapores durante o abastecimento, válida para 100% dos modelos vendidos no país a partir deste ano. O Proconve L8 torna obrigatória o uso da tecnologia ORVR (Onboard Refueling Vapor Recovery) em todos os veículos novos movidos a gasolina e flex. “Essa tecnologia captura vapores de combustível durante o abastecimento, evitando que eles escapem para a atmosfera, o que é uma inovação significativa para o controle de emissões evaporativas”, diz Oliveira Jr.

Carros fabricados até 31 de dezembro de 2024 só poderão ser vendidos sob os parâmetros das normas antigas até 31 de março de 2025

Por tudo isso, o especialista da Bosch explica que essa diminuição exigirá o uso de tecnologias de última geração, pré e pós tratamento de gases, algo que a legislação anterior não cobria de forma tão rigorosa.

É também o que explica outras mudança, como a troca do motor 2.0 Multijet turbodiesel da Stellantis por outro, 2.2 turbodiesel, já aplicado à Ram Rampage e que em breve estará nas Fiat Toro e Titano.

Para modelos a diesel, os índices de fumaça em aceleração também terão de ser reduzidos para 0,4 decímetros cúbicos a até 2.000 metros de altitude. E os níveis de ruído de todos os veículos leves terão de cair para uma margem entre 70 e 74 decibéis em carros de passeio, e entre 71 e 76 dbA nos comerciais.

Um dos avanços mais importantes é a introdução dos testes de emissões em condições reais de tráfego, conhecidos como Real Drive Emissions (RDE). “A partir de 2025, as emissões em condições reais não poderão exceder o dobro das medidas feitas em laboratório. E, a partir de 2027, esse limite será de 1,5 vez, o que traz mais rigor à legislação”, diz Clayton Barcelos Zabeu, professor de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia.

Isso significa que mais veículos serão submetidos a testes fora do ambiente dos laboratórios, assegurando que as emissões continuem baixas no uso real. Zabeu também explica que a exigência de testes RDE será ampliada para incluir mais modelos dentro de uma família de veículos, o que representa um grande desafio para as montadoras, que precisarão ajustar sua produção para cumprir as normas.

A adaptação às regras exigirá investimentos expressivos das montadoras. Oliveira Jr. ressalta que “a partir de 2025 até 2032, os limites de emissões serão reduzidos a cada dois anos, o que oferece previsibilidade para os fabricantes. Por outro lado, novas tecnologias de pré, pós-tratamento e eletrificação serão necessárias para atender aos requisitos, o que aumenta os custos de desenvolvimento”. As montadoras terão de ajustar laboratórios, adquirir novos equipamentos e investir em tecnologias avançadas. Por exemplo, já prevê que em 2027 o limite de emissões cairá para 40 mg/km de Nmog + Nox nos carros de passeio, sendo 110 mg/km nos comerciais leves a gasolina ou flex. Em 2029, os números cairão para 30 mg/km e 50 mg/km, respectivamente.

O único ponto no qual o Proconve L8 parece menos restrito que o antecessor PL7 é que a nova diretriz prevê o cálculo total de emissões de uma marca ou fabricante com base na média de vendas de todos os seus produtos. É o chamado “limite corporativo”. Ou seja, se um carro emite emissões acima do teto, ele pode continuar à venda desde que a montadora ofereça outro abaixo do limite que compense esse excesso. Antes, todas as versões de qualquer veículo tinham que cumprir o limite. Além disso, os consumidores devem se preparar para um aumento nos preços. Zabeu explica que “os veículos deverão incorporar tecnologias mais avançadas, como sistemas de pós-tratamento e sensores adicionais, além de exigir novos ensaios e ajustes corporativos, o que impacta diretamente os custos”.

Oliveira Jr. concorda, mas pondera que o impacto pode ser mitigado pela escala, já que as tecnologias mais avançadas serão aplicadas globalmente. “Embora as tecnologias para redução de emissões sejam mais custosas, a demanda internacional por essas inovações pode atenuar o aumento dos preços”, afirma. Para atender às exigências do Proconve L8, as montadoras deverão investir em três grandes grupos de soluções tecnológicas: pré-tratamento, pós-tratamento e eletrificação. O primeiro minimiza a geração de poluentes ainda no processo de combustão, com o uso de tanques de combustível menores, cânister e sistemas de armazenamento e alimentação mais eficientes.

Já o segundo transforma gases poluentes em inertes, através do uso de catalisadores, EGR (sistema de recirculação de gases) e tanque de arla (no caso de veículos a diesel). Por fim, a eletrificação consiste no uso de conjuntos híbridos leves, como o da Fiat, híbridos plenos, caso da Toyota, ou híbridos plug-in, como os automóveis da chinesa BYD.

Neste último caso, as emissões são reduzidas na mesma medida em que o motor a combustão tem seu uso parcialmente substituído por um sistema elétrico. E é por causa do Proconve L8 que o Brasil deve ter quase 60 lançamentos de carros híbridos e elétricos ao longo deste ano.

“A eletrificação será uma das grandes apostas das montadoras, especialmente para atender aos limites corporativos de emissões. Tecnologias híbridas e elétricas, como conjuntos de 48 volts, ajudarão as marcas a cumprir as metas com menores emissões de poluentes”, prevê Zabeu, do Instituto Mauá.

Auto Industria - SP   10/01/2025

Balanço divulgado nesta quinta-feira, 9, pela B3, corrobora a avaliação das concessionárias e montadoras quanto à relevância da maior oferta de crédito no desempenho positivo do mercado automotivo em 2024, que cresceu 14% no caso dos automóveis e comerciais leves.

O total de 7,2 milhões de unidades financiadas representou alta de 20,4% sobre 2023, um acréscimo de 1,22 milhão de veículos, entre leves, pesados e motocicletas 0 km e também usados, comercializados a prazo.

“Essa é a melhor marca desde 2011, quando atingimos 7,7 milhões de unidades”, informa Gustavo de Oliveira Ferro, gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado na B3.

Apenas em dezembro, o volume total de financiamentos evoluiu 7,3% no comparativo anual, alcançando 614 mil unidades. “O crédito foi de grande importância em 2024”, comentou o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, ao divulgar o resultados positivo do  varejo no ano passado.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Valor - SP   10/01/2025

O tamanho médio dos aparelhos de TV era de 42 polegadas em 2015, subiu a 75 em 2024 e lançamentos neste ano chegam a 163 polegadas

A televisão ocupa cada vez mais espaço na sala de estar dos brasileiros, enquanto o tamanho das moradias encolhe. Na feira de tecnologia CES 2025, que termina hoje, em Las Vegas, LG, Samsung e TCL lançaram TVs de 98, 115 até 163 polegadas.

Das 73,2 mil moradias lançadas na cidade de São Paulo, em 2023, 42,3 mil, ou 58% do total, tinham entre 30 e 45 metros quadrados de área útil, segundo dados do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP). Em cinco anos, imóveis com menos de 30 metros quadrados passaram de 11% para 17% do total lançado e de 10% para 18% do total vendido em 5 anos na cidade.

Já o tamanho médio das TVs, que era de 42 polegadas em 2015, nos Estados Unidos, subiu para 75 polegadas em 2024, segundo dados das empresas de pesquisas Statista e Circana. Neste ano, as fabricantes estão apostando em telas de até 163 polegadas.

A proposta, segundo as empresas, é atender a um desejo do consumidor de “mergulhar” em telas maiores, com melhor resolução, contraste e cores. “No mundo todo, os consumidores buscam telas cada vez maiores buscando experiências imersivas”, disse o vice-presidente da unidade de negócios de TV da TCL, Bob Zuo, em entrevista ao Valor, durante a CES.

O executivo da gigante chinesa de eletroeletrônicos, segunda maior vendedora de TVs do mundo, atrás da sul-coreana Samsung, informou que a TCL ampliará a fabricação de TVs com telas grandes no Brasil. Segundo Zuo, neste ano a empresa passa a produzir TVs com telas de 98 polegadas na fábrica de Manaus (AM). Atualmente, a linha de produção local vai até 85 polegadas.

A sul-coreana LG já produz TVs de 98 polegadas no país, também em Manaus, e estuda a fabricação de novos modelos de 97 polegadas. Na feira, a empresa também anunciou novos modelos de 98 e 100 polegadas. “Estamos confiantes de que o público brasileiro, que vem expandindo suas percepções sobre o tamanho ideal de uma TV, receberá muito bem essas inovações”, disse o presidente da LG do Brasil e executivo-chefe da LG América Latina, Daniel Song, ao Valor. “O que antes parecia imenso, como as telas de 55 e 65 polegadas, hoje se torna cada vez mais desejado, mesmo em ambientes menores, refletindo uma evolução no estilo de vida e nas preferências dos consumidores.”

Além da tela maior, fabricantes reduzem seus preços para que as TVs gigantes caibam no orçamento dos consumidores, seja qual for o tamanho da sala de estar. “A estratégia é que o consumidor pague menos por telas maiores e com mais recursos”, diz Zuo, da TCL.

No primeiro trimestre de 2024, as vendas de TVs com telas gigantes cresceram 21%, e a receita do setor avançou 4%, nos Estados Unidos, segundo a Circana. “A forte tendência de crescimento para TVs ultragrandes se alinha com o aumento nas vendas de TVs de 65 polegadas de 2018 a 2020, que os consumidores agora estão começando a substituir cinco a seis anos depois”, diz o vice-presidente e consultor de tecnologia de consumo da Circana, Paul Gagnon.

Em um cenário de projeções de desaceleração econômica, um ciclo de troca de aparelhos seria um alívio a um setor que deve ter queda ou empatar a receita de vendas neste ano. O faturamento global de TVs e equipamentos de vídeo deve recuar 0,1% ante 2024, alcançando US$ 384,40 bilhões, em 2025, segundo a Statista.

Entre os novos recursos que embarcam nas TVs anunciadas na CES estão assistentes de inteligência artificial (IA) do Google em TVs da TCL. A TV da Samsung com o assistente CoPilot de IA da Microsoft, anunciada na CES, ainda não tem data de lançamento no Brasil.

“Estamos trabalhando para que a TV com IA tenha melhorias de imagem, som e, futuramente, melhore a interação com outros dispositivos, inclusive para compras on-line”, diz Zou. A TCL trabalha em chips próprios de IA, fabricados pela taiwanesa TSMC, e em uma parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, para aprimorar o software de seus aparelhos.

“Quando a gente coloca a IA dentro da TV, além de melhorar imagem e som, queremos oferecer personalização”, diz a gerente da Samsung para América Latina, Lilian Zampol. “Se você vai assistir um jogo, quer um tipo de contraste, mas se vai ver um filme, quer outra configuração”, explica. “A IA vai permitir que a TV reconheça o conteúdo e adapte a configuração”.

A Samsung estuda vender a TV com tela de 115 polegadas, anunciada nesta semana na CES, no Brasil. “Quando falamos com o consumidor entendemos que ele busca uma experiência mais próxima da realidade”, diz Zampol. “Estamos trabalhando com TVs de telas maiores para dar [ao espectador] essa sensação de ‘vida real’, de estar dentro da cena.”

A Samsung já produz aparelhos de 98 polegadas em Manaus, mas não informou se aumentará o tamanho das telas na linha de produção local neste ano.

Na briga de preços e recursos, as chinesas, como TCL e Hisense, vêm tomando espaço das sul-coreanas Samsung e LG, especialmente na oferta de TVs de alta capacidade, com telas maiores e tecnologias de imagem aprimoradas.

A Samsung tinha 30% do segmento de TVs premium no terceiro trimestre de 2024, ante 43% um ano antes, segundo dados da Counterpoit Research. A chinesa Hisense fechou o terceiro trimestre com 24% das vendas de TVs de alto padrão, ante 14% um ano antes. E a TCL tem 17%, ante 11% no terceiro trimestre de 2023. Na sequência, a LG, com 16%, perdeu quatro pontos de participação em base anual.

A CES também mostrou o uso da IA de forma integrada entre os aparelhos da casa, da TV à lavadora de roupa, passando pelo refrigerador.

Uma das aplicações práticas da IA conectada entre eletroeletrônicos diferentes da casa, foi uma o resultado de uma parceria da Samsung com uma fabricante de dispositivos para monitorar pacientes diabéticos, que traz sugestões de dietas na tela do refrigerador, de acordo com o estado de saúde do paciente e com o que tem na geladeira.

“Antes você se conectava aos produtos e dava comandos básicos, mas agora você cria contextos e cenários com informações e dados”, explica o gerente sênior de linha branca da Samsung para América Latina, Ricardo Tavares. A aplicação apresentada na CES ainda não tem data para chegar ao mercado, mas Tavares ressalta que a aplicação tem demanda, “já foi testada e é viável comercialmente”.

A repórter viajou a convite da TCL

NAVAL

Portos e Navios - SP   10/01/2025

Até o final de 2024, a carteira global de pedidos de navios porta-contêineres atingiu 8,3 milhões de TEUs, superando o recorde anterior de 7,8 milhões de TEUs no início de 2023. Esse aumento ocorreu apesar das entregas de 4,4 milhões de TEUs ao longo do ano, com a capacidade contratada alcançando 2,9 milhões de TEUs em 2024. Navios de grande porte, com capacidade de 8 mil TEUs ou mais, representam 92% do total da carteira, sendo que 46% desta se concentra em embarcações de 12 a 17 mil TEUs. Estaleiros chineses dominam o setor, com 72% da capacidade contratada, seguidos por sul-coreanos (22%) e japoneses (5%).

Operadores de linhas controlam 79% da capacidade, e estima-se que sua participação aumente nos próximos anos. Entre 2025 e 2029, 99% das entregas serão realizadas, com um pico de 2,2 milhões de TEUs previsto para 2027. No entanto, a reciclagem de embarcações permanece baixa, com apenas 166 navios e 256 mil TEUs reciclados nos últimos quatro anos, elevando a idade média da frota em 1,4 anos desde 2020. Hoje, 3,4 milhões de TEUs, equivalentes a 11% da frota, têm 20 anos ou mais. Caso todos esses navios sejam reciclados nos próximos cinco anos, a frota total poderá atingir 35,8 milhões de TEUs até 2029, supondo que nenhuma nova encomenda seja feita para entrega antes de 2030.

Os segmentos menores, abaixo de 8 mil TEUs, enfrentam contração anual média de 4%, enquanto navios maiores têm previsão de crescimento de 7% ao ano. Contudo, a baixa reciclagem, influenciada por limitações como a navegação no Mar Vermelho, deve manter o crescimento médio da frota acima de 3% ao ano.

Valor - SP   10/01/2025

Com acordo entre o sindicato dos trabalhadores portuários da costa leste e do Golfo do México e operadores dos portos a greve marcada para começar no dia 15 de janeiro não mais acontecerá

O sindicato dos trabalhadores portuários dos Estados Unidos da costa leste e do Golfo do México firmaram, na noite de quarta-feira (8), acordo com os operadores dos portos para resolver uma disputa trabalhista que ameaçava provocar uma greve no setor, a segunda em três meses.

As duas partes — a Associação Internacional de Estivadores (ILA) e a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX) — anunciaram, em comunicado conjunto, que chegaram a um acordo preliminar para um novo contrato de seis anos, evitando uma greve marcada para começar no dia 15 de janeiro.

"Este acordo protege os empregos atuais da ILA e estabelece uma estrutura para implementar tecnologias que criarão mais empregos, enquanto modernizam os portos das costas leste e do Golfo, tornando-os mais seguros e eficientes, e criando a capacidade necessária para manter nossas cadeias de suprimento fortes", disseram as partes na declaração.

Os termos do acordo não foram divulgados.

O presidente Joe Biden elogiou o acordo, afirmando, em um comunicado na noite de ontem, que ele "mostra que trabalhadores e empregadores podem se unir para beneficiar os trabalhadores e seus empregadores".

O acordo foi alcançado após os membros da ILA encerrarem uma paralisação de três dias em outubro, ao firmarem um acordo preliminar com a USMX, que, inicialmente, suspendeu a greve até 15 de janeiro. Embora questões relacionadas ao pagamento tenham sido resolvidas, a segurança empregatícia continuava sendo um fator de disputa, com o sindicato buscando garantias de que os portos não usariam tecnologia para substituir trabalhadores.

A ILA argumentou contra o uso de mais automação nos portos, afirmando que a USMX buscava reduzir os custos trabalhistas e aumentar os lucros. Por outro lado, operadores portuários e empresas de transporte marítimo argumentaram que os Estados Unidos estão ficando atrás de portos automatizados como os de Dubai, Roterdã e Cingapura.

O Estado de S.Paulo - SP   10/01/2025

A Transpetro está prestes a embarcar na primeira parceira direta com um porto privado, no Espírito Santo. A subsidiária de transporte da Petrobras assinou com a Imetame um memorando de entendimentos para avaliar o arrendamento de dois berços no Complexo Portuário Multiuso da empresa que está sendo construído em Aracruz. O objetivo é expandir suas operações de transbordo de petróleo e derivados entre navios (ship to ship) a partir do Estado localizado no centro da costa brasileira.

De acordo com o gerente executivo de Desenvolvimento de Novos Negócios e Comercialização da Transpetro, Gustavo Rosindo, a estatal vem buscando a diversificação e fechou 2023 com R$ 600 milhões em novos negócios. No ano passado, foram mais R$ 500 milhões. “Essa é a orientação que a gente tem, de buscar novos negócios. Essa é uma oportunidade que nós temos a intenção, se tudo correr bem nos estudos mais aprofundados, de concretizar essa parceria com a Imetame”, disse Rosindo à Coluna do Broadcast.

Se a parceria for confirmada, o que deve ocorrer até o final do primeiro semestre deste ano, a Transpetro pretende expandir as soluções logísticas a partir do Estado, que tem uma posição estratégica, próxima das bacias de Campos, Santos e do Espírito Santo. A Transpetro é responsável por 70% das operações de transbordo de petróleo e derivados no Brasil. Em 2023, foram realizadas 872 operações, movimentando 44 milhões de metros cúbicos, e em 2024 houve um crescimento de 7,6%, para 939 operações.
Negócio será apresentado ao mercado

O acordo entre as empresas já passou pelas fases de avaliação técnica do empreendimento e negociação das bases comerciais. As etapas seguintes contemplam a apresentação da solução logística ao mercado e serão conduzidas ao longo dos próximos meses.

Segundo Rosindo, as operações de transbordo reduzem o custo logístico porque diminuem o tempo de espera nos terminais portuários e possibilita a consolidação em navios de grande porte, abatendo também os custos de exportação. “Você ganha também cerca de uma eficiência de 30% no custo do transporte marítimo, porque você consolida isso em navios de maior porte para fazer uma rota de longo curso. Em especial, essa operação com a Imetame traz um interesse da Transpetro em concretizar esse estudo e poder avançar, porque a gente acompanha o crescimento não só da Petrobras, de produção de petróleo, como também de outros operadores que estão no Brasil”, explicou.

Porto recebe investimentos de R$ 2,7 bi

As obras do Complexo Portuário Multiuso da Imetame, o primeiro da empresa, começaram em 2021. O projeto prevê 10 berços distribuídos para contêineres, carga geral, grãos, granéis líquidos e granéis sólidos. As obras do terminal de contêineres estão “a pleno vapor e dentro do cronograma”, segundo o CEO Imetame Logística Porto, Gilson Pereira, que prevê o início da operação para 2026. Nesse terminal estão sendo investidos R$ 2,7 bilhões, mas ainda não há estimativa para a parte que interessa a Transpetro, de granéis líquidos, que incluem petróleo, diesel, gasolina, GLP, nafta e óleo combustível.

A partir do terminal, a Transpetro poderá atender também o Norte e o Sul do País por cabotagem. Se o acordo for fechado, a previsão é de que as obras se iniciem em 2026 e o terminal entre em operação a partir de 2028.

“Sendo um Porto Multipropósito, ele assume um papel de grande relevância para o comércio exterior brasileiro. Ele é um porto que tem algumas características bastante interessantes, tem profundidade (calado) de 17 metros, que é uma coisa bastante relevante diante da limitação dos portos do Brasil”, disse Pereira, ressaltando que depois, para operações futuras, está previsto o aumento dessa profundidade até 25 metros. Para efeito de comparação, o Porto de Santos, o maior da América Latina, tem calado de 14,5 metros, segundo o executivo.

Na primeira fase do acordo com a Transpetro, a infraestrutura atenderá embarcações da classe Suezmax, com capacidade de 1 milhão de barris. Na segunda fase, o berço estará apto a receber navios VLCC (Very Large Crude Carrier), com capacidade de 2 milhões de barris e profundidade de 25 metros. O empreendimento será vizinho ao Terminal de Barra do Riacho (TABR), operado pela Transpetro para transporte de GLP. “A expectativa a partir desse memorando com a Transpetro é a gente consolidar as negociações ao longo de 2025 e iniciar as obras do terminal de granel líquido em 2026, o que vai depender do andamento das análises com a Transpetro”, concluiu Pereira.

Portos e Navios - SP   10/01/2025

A indústria naval e o setor portuário brasileiro encerraram 2024 com resultados recordes, impulsionados pelos R$ 30,8 bilhões aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) para mais de 430 projetos. Nos últimos dois anos, somados aos dados de 2023, foram cerca de R$ 45 bilhões destinados a 1.300 iniciativas, abrangendo construção e modernização de embarcações, reparos, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias, promovendo desenvolvimento econômico e geração de empregos.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que os recursos aprovados em 2023 e 2024 foram o dobro do priorizado no governo anterior, com aumento de 70% no número de projetos aprovados. Em 2024, os contratos firmados para expansão da indústria naval somaram R$ 5,33 bilhões, o maior volume desde 2012, destinados principalmente à navegação interior, apoio marítimo e portuário, e cabotagem.

A publicação da Resolução CMN nº 5.189 ampliou os benefícios do FMM, permitindo financiamento de até 90% do valor dos projetos, com foco na descarbonização e fortalecimento da cadeia produtiva. Para 2025, estão disponíveis R$ 18,5 bilhões para novos projetos e entrega de cerca de 100 empreendimentos no setor.

PETROLÍFERO

Valor - SP   10/01/2025

A Europa reduziu drasticamente as importações de gás russo por pipeline desde o início da guerra na Ucrânia, mas tem comprado cada vez mais remessas de GNL de vários países, incluindo a Rússia

A Europa comprou uma quantidade recorde de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia no ano passado, segundo dados da Rystad Energy, divulgados nesta quinta-feira (9). Isso apesar dos esforços da União Europeia (UE) para abandonar os combustíveis fósseis que financiam o governo russo.

Navios transportando 17,8 milhões de toneladas de gás russo ultracongelado atracaram em portos europeus em 2024, um aumento de mais de 2 milhões de toneladas em relação ao ano anterior, informaram analistas da Rystad Energy, segundo “The Guardian”.

Além disso, a Europa trouxe 49,5 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás russo por gasodutos, e mais 24,2 bcm na forma líquida a frio por navios em 2024. Parte do GNL pode ter sido revendida para outros países.

O analista de gás da Rystad Energy, Jan-Eric Fähnrich, informou que os fluxos de GNL não só estavam em ascensão, mas "em níveis recordes".

Guerra na Ucrânia

A Europa reduziu drasticamente suas vastas importações de gás russo por pipeline desde o início da guerra na Ucrânia, mas tem comprado cada vez mais remessas de GNL de vários países, incluindo a Rússia. No ano passado, o continente ultrapassou o Catar como o segundo maior fornecedor de GNL da Europa, atrás dos Estados Unidos.

Os números foram revelados poucos dias depois de a Ucrânia ter interrompido os fluxos de gás russo por seus gasodutos, encerrando uma rota energética da era soviética que havia sobrevivido a três anos de guerra em grande escala entre os vizinhos.

Valor - SP   10/01/2025

Atlanta é o 1º projeto de exploração no país produzido desde o início por uma petroleira independente – em geral, campos de petróleo tendem a ser arrematados em leilões por petroleiras de grande porte

A Brava Energia espera concluir, até meados do ano, a perfuração e interligação dos poços do campo de Atlanta ao navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) do mesmo nome. Situada na Bacia de Campos, a unidade começou a produzir o primeiro óleo no fim de dezembro, com a conexão aos dois primeiros poços de produção.

A expectativa da empresa é que dois novos poços estejam perfurados e conectados ao FPSO até o fim do primeiro trimestre e que os dois últimos estejam concluídos e enviando óleo para a plataforma até o fim do segundo trimestre, disse, ao Valor, o presidente da Brava Energia, Décio Oddone. A Brava Energia é dona de 80% de participação no Campo de Atlanta.

O FPSO tem capacidade de produzir 50 mil barris por dia (barris/dia) de petróleo e, no momento, está com processamento da ordem de 23 mil barris/dia. Atlanta substituiu a antiga plataforma, Petrojarl I, que era afretada e agora será devolvida à Altera, dona do ativo, contou o executivo. “Estamos nos últimos trabalhos de desconexão”, disse Oddone.

Investimentos de US$ 1,23 bilhão

Para o executivo, a operação de Atlanta foi bem sucedida diante do fato de que 98% dos grandes projetos, com orçamento acima de US$ 500 milhões, costumam ter atrasos em relação ao cronograma. A implantação do FPSO Atlanta demandou investimentos de US$ 1,23 bilhão.

“Foi um final de ano promissor. O projeto não só não atrasou como entrou em operação muito rápido, com menos tempo do que se costuma levar para produzir”, disse Oddone.

Sem citar projeções, a expectativa é de um salto na produção da companhia, uma vez que há ainda no radar a abertura e conexão de dois novos poços de produção no campo de Papaterra, o que deve ocorrer até o fim do ano. “Isso coloca a Brava Energia em um outro patamar.”

Papaterra tem uma plataforma com capacidade de 14 mil barris/dia. Ao portfólio da companhia, a Brava adicionou recentemente a fatia de 23% no Parque das Conchas, com a conclusão, no fim de 2024, da aquisição das mãos da Qatar Energy. O negócio adicionará, proporcionalmente, cerca de 6 mil barris/dia na produção da Brava Energia, estima.

Com o dólar mais caro, cotado acima de R$ 6, e uma possível maior produção, a Brava Energia espera uma geração maior de receitas em 2025. Apesar dos ônus para a economia, empresas de commodities tendem a ser beneficiadas pela valorização da moeda americana. E no caso da Brava Energia, segundo o executivo, parte da base de custos está em reais, o que tende a aumentar os ganhos, já que as despesas não crescem na mesma proporção.

Petroleira independente

“Esperamos, com isso, remunerar adequadamente o acionista, acima do mínimo regulatório [de 25% do lucro líquido]”, afirmou. A Brava Energia é a empresa resultante da fusão entre as petroleiras independentes 3R Petroleum e Enauta.

Atlanta é o primeiro projeto de exploração de petróleo no país produzido desde o início por uma petroleira independente – em geral, campos de petróleo tendem a ser arrematados em leilões e desenvolvidos por petroleiras de grande porte (as “majors”), como Petrobras, Shell e Equinor.

Infomoney - SP   10/01/2025

Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta quinta-feira, enquanto o clima frio atinge partes dos Estados Unidos e da Europa e aumenta a demanda por combustíveis de inverno.

Os preços futuros do petróleo Brent subiram 0,76 dólar, ou 1%, 76,92 dólares por barril. Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiram 0,60 dólar, ou 0,82%, a 73,92 dólares.

Na quarta-feira, ambos os índices de referência caíram mais de 1%.
O aumento desta quinta-feira é “definitivamente o início da demanda de combustível de inverno aqui nos EUA”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.

Partes do leste do Texas até o oeste da Virgínia estavam sob um alerta de tempestade de inverno nesta quinta-feira, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, cobrindo grandes áreas do Arkansas, Tennessee e Kentucky.

Os futuros do diesel com teor de enxofre ultrabaixo estavam sendo negociados a cerca de 2,38 dólares o galão, o valor mais alto desde 8 de outubro, de acordo com dados da LSEG.

Os analistas do JP Morgan estimam que, nos Estados Unidos, Europa e Japão, para cada grau Fahrenheit que a temperatura cai abaixo da média de 10 anos, há um aumento de 113.000 barris por dia (bpd) na demanda por óleo para aquecimento e propano “à medida que as temperaturas mais baixas levam os consumidores a aumentar o aquecimento”.

Condições extremas de inverno podem levar a interrupções na oferta de petróleo, já que as temperaturas congelantes podem causar congelamentos temporários e cortes na produção, disseram os analistas do JP Morgan.

RODOVIÁRIO

Globo Online - RJ   10/01/2025

Os leilões de concessões, privatizações e parcerias público privadas (PPPs) realizados na B3, no ano passado, bateram recorde tanto em número quanto em investimentos contratados. Foram feitos 64 leilões e concedidos à iniciativa privada 83 ativos públicos, com destaque para rodovias. Foram contratados R$ 186 bilhões em investimentos (incluindo obras, ampliações, e despesas operacionais) para os próximos anos, com potencial de geração de cerca de 800 mil empregos diretos e indiretos.

Até então, o recorde de leilões realizados na B3 havia sido em 2022, com 50 certames e contratação de investimentos da ordem de R$ 113,9 bilhões.

— Os números mostraram que o setor de infraestrutura está aquecido — disse Guilherme Peixoto, superintendente de relacionamento e governança em licitações da B3.

Um levantamento feito pela B3 mostrou que o setor que mais se destacou foi o de rodovias. Foram dez leilões, sendo sete do Governo Federal e três do estado de São Paulo. Foram concedidos 4 mil quilômetros de rodovias. No total, esses certames contrataram R$ 106,6 bilhões em investimentos.

Na área de saneamento, também foram dez leilões, sendo cinco no Nordeste do país. Os investimentos previstos para esses projetos são de R$ 25 bilhões. No setor de energia, foram realizados quatro leilões. Foram dois leilões de transmissão de energia feitos pela Aneel, além de duas privatizações: a venda de ações da Emae pelo Estado de São Paulo e a venda de quatro ativos de geração de energia elétrica pela Cemig, de Minas Gerais.

No setor portuário, o grande destaque foi o maior leilão da história da Antaq, agência reguladora de portos, que ocorreu em dezembro e vai gerar R$ 3,6 bilhões em investimentos. Ao todo, foram oito áreas arrendadas no ano, com o total em R$ 3,7 bilhões previstos em investimentos.

Iluminação pública e cidade inteligente

Também houve concessões em iluminação pública, com dez projetos oferecidos à iniciativa privada por diferentes prefeituras. O valor de investimentos contratados é de R$ 1 bilhão e cerca de 170 mil pontos de iluminação serão atualizados para tecnologia led, beneficiando aproximadamente três milhões de pessoas em todas as regiões do Brasil.

Também foi realizada a primeira Parceria Público Privada (PPP) de cidades inteligentes. Feito pelo município de Goiânia, o projeto agrega, em uma mesma concessão, a modernização do parque de iluminação pública, a geração de energia fotovoltaica, o fornecimento de wi-fi e videomonitoramento.

Foram concedidos ainda quatro parques para conservação das áreas e visitação sustentável em projetos estruturados pelo BNDES. Os investimentos previstos são de R$ 1,7 bilhão. Em infraestrutura social, foram três PPPs: duas de escolas, para construção, manutenção e operação de 33 unidades escolares no estado de São Paulo, e outra para construção, gestão, operação e manutenção do novo Hospital da Mulher e Maternidade Estadual, localizado em Palmas, no Tocantins. Os três projetos têm investimentos contratados de R$ 6,2 bilhões.

O ano também foi marcado pela expansão das PPPs e concessões a diferentes ramos da infraestrutura, com investimentos em loterias, mobiliários urbanos, locações de ativos e escolas.

A B3 organizou, pela primeira vez, um leilão híbrido em sua Plataforma de Leilões. Os documentos necessários à participação no leilão foram entregues via sistema, digitalmente, e o leilão foi feito de forma presencial. O certame foi estruturado pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), estatal federal, e comercializou para a União mais de 37,5 milhões de barris de petróleo, com estimativa de arrecadação de R$ 17 bilhões aos cofres públicos.

Valor - SP   10/01/2025

O Governo de São Paulo vai divulgar nesta sexta-feira (10) o projeto da terceira pista da rodovia dos Imigrantes, principal ligação entre a capital e a Baixada Santista e cuja ampliação promete desafogar o acesso ao porto de Santos.

A reportagem teve acesso ao traçado da nova rodovia, que terá 21 quilômetros de extensão e uma inclinação menor que a atual via de descida, possibilitando o tráfego de veículos pesados no sentido litoral paulista.

Em razão do aclive e dos longos túneis, os 20 mil caminhões que acessam diariamente o porto de Santos não podem usar a Imigrantes, apenas a Anchieta. Por isso, a terceira pista é considerada uma das principais soluções para resolver os gargalos de acessibilidade da principal porta de saída das exportações do país, que vive sob o risco de colapso.

Com o novo trecho, o governo paulista estima que a capacidade de tráfego de veículos pesados no sistema Anchieta-Imigrantes aumentará em 145%. Considerando todos os automóveis, a ampliação será de 25%.

De acordo com a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos), o custo da construção ainda não foi definido, mas a estimativa é de algo entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões, com prazo de conclusão para 2031.

O projeto que será apresentado nesta sexta prevê uma nova pista no trecho de serra com 21,5 quilômetros de extensão, compostos principalmente por túneis, que somam 17 quilômetros, além de 4 quilômetros de viadutos. A estimativa é que um dos túneis tenha 6 quilômetros de extensão, o que faria dele o maior do Brasil.

Com duas faixas de rolamento e um acostamento com possibilidade de ser revertido em faixa de tráfego, a terceira pista terá início no quilômetro 43 da rodovia dos Imigrantes. Na Baixada Santista, a conexão será no quilômetro 265 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), próximo ao Polo Industrial de Cubatão.

O foco do projeto é permitir a descida de veículos pesados. Automóveis de passeio também poderão usar o trecho, mas o trajeto para Baixada Santista ficará um pouco mais longo em relação à via atual.

"Quem vai para o litoral sul, Santos, Praia Grande, São Vicente, Itanhaém, Mongaguá vai pegar a pista atual. Quem vai para o litoral norte, Guarujá, Bertioga, São Sebastião pegará a nova", diz Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos.

O anúncio vem um ano após o governo estadual autorizar a Ecovias, concessionária responsável pelo sistema Ancheita-Imigrantes, a elaborar o projeto executivo, que deve ficar pronto em 2026. Esse documento terá todas as diretrizes da obra, indicação de técnicas de construção, prazo de execução e custo total do empreendimento.

Benini explica que a nova pista entrará no contrato da Ecovias, que será responsável pela execução da obra. Posteriormente, o governo fará um aditivo para reequilibrar os valores pagos pela concessionária.

Os caminhos possíveis para esse reajuste contratual são: aumento de tarifa, extensão do prazo de concessão, aporte de recursos públicos ou destinação da receita pelo aumento de tráfego para o governo.

Em nota, a Ecovias disse estar orgulhosa por fazer parte desse projeto, "que será de grande importância para o desenvolvimento do estado de São Paulo e do Brasil".

Segundo a concessionária, as etapas do empreendimento ocorrem conforme o prazo previsto e, no momento, a empresa está dedicada ao desenvolvimento dos projetos funcional, básico e executivo, que trarão todos os detalhes da obra.

Atualmente, o sistema Anchieta-Imigrantes está no limite diante do alto fluxo de veículos. Só nesta operação verão, que vai de dezembro a fevereiro, a expectativa é que 3,6 milhões de veículos trafeguem pelas rodovias.

Por se tratar de um acesso importante para o litoral e para o porto de Santos, parlamentares defendiam a necessidade de uma terceira pista para ligar a Baixada Santista à capital.

"Tenho certeza que esse é o projeto mais importante para o desenvolvimento do porto de Santos e para diminuir os gargalos que a gente sofre na chegada e na saída dos caminhões na Baixada Santista", diz a deputada estadual Solange Freitas (União Brasil), que preside a frente parlamentar da 3ª Pista da Imigrantes.

Segundo ela, a preocupação agora é com as obras complementares, pois não adianta fazer mais uma rodovia se, na Baixada Santista, não forem executados projetos adicionais, como o segundo viaduto da Alemoa, bairro onde está localizado o porto, e as avenidas perimetrais.

Para o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, o anúncio é a notícia mais importante que o porto e o agro brasileiro poderiam ter. Segundo ele, os terminais devem fechar com uma movimentação de 180 milhões de toneladas.

"Ainda hoje, 60% do modal que utiliza o porto, o rodoviário, desce a Serra do Mar pela histórica Via Anchieta, já que a rodovia dos Imigrantes, por sua inclinação de 6%, não permite a descida de caminhões pesados. A solução da ligação Planalto-Baixada é também a principal solução para o gargalo rodoviário que afeta o mais importante porto do hemisfério sul", afirma.

Valor - SP   10/01/2025

O governo ampliou de cinco para 30 anos o prazo de prorrogação do novo contrato de concessão da BR-040/495, entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro (RJ). O trecho rodoviário está previsto para ir a leilão em março deste ano.

A concessão será negociada no leilão com prazo de 30 anos. A alteração do período adicional, caso aprovada em futura negociação com o governo, consta em resolução do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), publicada na edição desta quinta-feira (9) do “Diário Oficial da União”.

O documento é assinado pelos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Renan Filho (Transportes).

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