IstoÉ Dinheiro - SP 14/01/2025
Analistas consultados pelo Banco Central subiram ligeiramente suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, em meio a expectativa também mais alta para o nível da cotação do dólar em 2026, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para o IPCA em 2025 agora é de alta de 5%, de um ganho de 4,99% na semana anterior, no que foi a 13ª semana consecutiva de aumento na previsão.
Para o fim de 2026, a projeção para a inflação é de 4,05%, de 4,03% há uma semana.
As mudanças nas projeções ocorrem na esteira da divulgação do IPCA de dezembro na semana passada, que registrou alta de 0,52% em relação ao mês anterior e ganho de 4,83% na base anual, encerrando o ano de 2024 com a inflação acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central — centro de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sexta-feira, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que a autarquia tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a meta estabelecida após descumprimento do alvo em 2024, apontando que a desvalorização do real ainda pressionará os preços neste ano.
Dólar
Nesse ponto, a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou um aumento na projeção para a cotação do dólar no próximo ano, agora em 6,00 reais, ante 5,90 reais há uma semana. Em 2025, a moeda norte-americana deve fechar o ano também em 6,00 reais, mesma projeção da pesquisa anterior.
A divisa dos Estados Unidos disparou nas últimas semanas de 2024 devido aos receios do mercado com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, particularmente depois do anúncio de um projeto de reforma do Imposto de Renda no fim de novembro que ofuscou a apresentação de medidas de contenção de gastos.
Apesar das medidas fiscais terem sido aprovadas no Congresso e do debate sobre a reforma do IR ter sido adiado, o mercado tem cobrado que o governo anuncie novas medidas para reconquistar a credibilidade fiscal e garantir uma trajetória mais sustentável para a dívida pública.
Investidores também têm apostado que as medidas do novo governo dos EUA, com Donald Trump na Presidência, serão inflacionárias e manterão os juros elevados no país, o que tende a ser favorável para o dólar.
Selic e PIB
No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o nível da taxa Selic em 2025 e 2026, com as projeções indicando que a taxa básica de juros encerrará este ano e o próximo em 15,00% e 12,00%, respectivamente.
Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 2,02% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa é de que a expansão seja de 1,80%, também com manutenção da mediana da pesquisa anterior.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/01/2025
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 667 milhões na segunda semana de janeiro (6 a 12). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 13, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,5 bilhões e importações de US$ 5,833 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 1,331 bilhão. Na primeira semana de janeiro (1 a 5), o saldo positivo foi de US$ 664 milhões.
Até a segunda semana de novembro, a média diária das exportações registrou alta de 10,5% em relação à média diária do mesmo mês de 2024. O resultado se deu devido a queda de US$ 15,63 milhões (-8,1%) em Agropecuária; crescimento de US$ 0,02 milhão (0,0%) em Indústria Extrativa e avanço de US$ 142,28 milhões (22,1%) em produtos da Indústria de Transformação.
Já as importações tiveram crescimento de 23,4% na mesma comparação, com aumento de US$ 14,63 milhões (62,9%) em Agropecuária; alta de US$ 18,14 milhões (33,0%) em Indústria Extrativa e avanço de US$ 183,61 milhões (21,7%) em produtos da Indústria de Transformação.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/01/2025
As exportações da China ganharam impulso em dezembro, com as importações também mostrando recuperação, embora a força no final do ano tenha sido alimentada em parte pelas fábricas que correram com os estoques para o exterior, conforme se preparam para o aumento dos riscos comerciais sob a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.
As exportações têm sido um motor de crescimento vital para a economia chinesa, que ainda está sobrecarregada por uma crise imobiliária prolongada e pela confiança instável do consumidor.
Os exportações aumentaram 10,7% em dezembro em relação ao ano anterior, mostraram os dados da alfândega nesta segunda-feira, superando a previsão de crescimento de 7,3% em uma pesquisa da Reuters com economistas, e melhorando em relação ao aumento de 6,7% registrado em novembro.
As importações surpreenderam positivamente com um crescimento de 1,0%, o desempenho mais forte desde julho de 2024. Economistas esperavam um declínio de 1,5%.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que retornará à Casa Branca na próxima semana, propôs tarifas pesadas sobre os produtos chineses, provocando temores de uma nova guerra comercial entre as duas superpotências.
Além dos desafios, as disputas não resolvidas com a União Europeia sobre as tarifas de até 45,3% sobre os veículos elétricos chineses ameaçam atrapalhar as ambições da China de expandir suas exportações de automóveis e ajudar a lidar com as preocupações deflacionárias de excesso de capacidade.
“A antecipação do comércio tornou-se mais visível em dezembro como resultado dos efeitos do Ano Novo Chinês e da posse de Donald Trump”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. O maior festival da China vai de 28 de janeiro a 4 de fevereiro.
“O crescimento das importações pode ser sustentado pela estocagem de commodities, como cobre e minério de ferro, como parte da estratégia (da China) de ‘comprar na baixa'”, acrescentou.
O superávit comercial da China aumentou para 104,8 bilhões de dólares no mês passado, em comparação com 97,4 bilhões de dólares em novembro. Seu superávit comercial com os EUA subiu para 33,5 bilhões de dólares no mesmo período, de 29,81 bilhões no mês anterior.
Um porta-voz da alfândega chinesa disse a repórteres que ainda há um espaço “enorme” para o crescimento das importações da China este ano.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/01/2025
A chance de os juros dos Federal Reserve (Fed) terminarem o ano no nível atual cresce para mais próximo do ainda predominante cenário de corte de apenas 25 pontos-base (pb) no período, mostra a plataforma do CME Group que monitora o comportamento da curva futura.
Por volta das 13h40 desta segunda-feira, 13, a ferramenta indicava 34,2% de probabilidade de a taxa básica estar na faixa entre 4,25% e 4,50% em dezembro, comparado com 30,5% na última sexta-feira. Já a hipótese de uma redução de 0,25 ponto porcentual no acumulado de 2025 aparecia com 40,4%, praticamente sem alteração ante o quadro do final da semana passada.
Investidores vêm se posicionando para uma postura cada vez mais conservadora do Fed, em meio a indicadores resilientes do mercado de trabalho e preços. Mais cedo, o Federal Reserve (Fed) de Nova York estimou um aumento nas expectativas de inflação no horizonte de 3 anos, embora o de 1 ano tenha ficado inalterado.
Globo Online - RJ 14/01/2025
O diretor de política econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen disse nesta segunda-feira ter pouca dúvida de que a política de juros da autoridade econômica está em um patamar contracionista, e se encaminha para um nível "bastante contracionista".
As declarações foram feitas em evento da Bradesco Asset nesta segunda.
— Tenho pouca dúvida de que a gente está contracionista e está indo para bastante contracionista, quanto a isso tenho pouca dúvida — afirmou Guillen.
Uma política de juros contracionista consiste em aumentar a taxa de juros para tentar reduzir o consumo da população e controlar a inflação.
O diretor também afirmou ser cedo para discutir o momento em que o BC vai interromper o ciclo de alta de juros.
— É difícil dar uma resposta concreta sobre a hora de parar, já que parar é sempre delicado.
Em sua última reunião, em dezembro, o BC decidiu aumentar a Selic, taxa básica de juros, para 12,25% ao ano.
Durante sua apresentação no evento, o diretor do BC disse ainda que o Brasil mostra uma dinâmica diferente da de outros mercados emergentes, por ter expectativas de juros acima dos níveis vistos antes da pandemia.
O dirigente relembrou que a autoridade monetária ainda prevê duas elevações de um ponto na Selic diante de um cenário “adverso”.
— Como migramos de um cenário mais incerto para um mais adverso, com materialização dos riscos, isso nos permitiu dar mais previsibilidade e indicar as próximas decisões e um ciclo maior. Por isso, indicamos duas reuniões à frente, com barra alta para alterar — disse durante participação na live.
Exame - SP 14/01/2025
Impulsionado pelo desempenho robusto da economia dos Estados Unidos e pela possibilidade de novas tarifas comerciais, o dólar deve se valorizar cerca de 5% ao longo de 2025, de acordo com um relatório do Goldman Sachs (GS).
A revisão otimista reflete a força do mercado de trabalho americano, a resistência econômica do país e as potenciais implicações de políticas tarifárias sobre a inflação e as decisões do Federal Reserve (Fed).
O estrategista-chefe do Goldman, Kamakshya Trivedi, explicou que "as tarifas planejadas pelo ex-presidente Donald Trump podem acelerar a inflação e limitar a flexibilização monetária do Fed, criando um cenário favorável para o dólar", segundo a Bloomberg.
Além disso, o relatório destacou que a economia dos EUA segue apresentando crescimento consistente, mesmo diante de taxas de juros elevadas.
Resiliência econômica reforça otimismo sobre o dólar
Na última sexta-feira, 10, um relatório de empregos surpreendeu positivamente, destacando a capacidade do mercado de trabalho americano de se manter aquecido mesmo em um ambiente de política monetária restritiva. Esse desempenho contribuiu para consolidar o dólar como um ativo de refúgio para investidores globais, impulsionando ainda mais a moeda.
Desde setembro, o índice Bloomberg do dólar já acumulou alta de mais de 8%, superando previsões de enfraquecimento que surgiram após sinais de maior flexibilidade por parte do Fed. Apesar disso, o Goldman Sachs alerta que o avanço contínuo da moeda dependerá do impacto das tarifas nas economias mais sensíveis às taxas de juros, como as emergentes.
Outras moedas sob pressão
A projeção para o euro indica que ele pode cair abaixo da paridade com o dólar nos próximos seis meses, atingindo US$ 0,97 (R$ 5,92), nível não registrado desde 2022. Naquele período, a crise energética na Europa, causada pela guerra na Ucrânia, gerou instabilidade econômica no bloco europeu.
A libra esterlina também enfrenta revisões negativas, com estimativa de queda para US$ 1,22, em comparação ao patamar atual de US$ 1,32 (R$ 8,06). O dólar australiano deve atingir US$ 0,62 (R$ 3,79) em três meses, abaixo da previsão anterior de US$ 0,66 (R$ 4,03).
No cenário asiático, moedas como a rupia indiana e o yuan chinês continuam enfraquecidas. A força dominante do dólar na região reflete uma preferência crescente por ativos americanos diante das incertezas econômicas globais.
Impactos e perspectivas para 2025
Dados da Commodity Futures Trading Commission indicam que investidores e fundos de hedge estão cada vez mais posicionados na alta do dólar, com os níveis de otimismo alcançando o maior patamar desde 2019. Essa tendência reforça a confiança na resiliência econômica dos EUA, mesmo em um contexto de desafios globais.
Contudo, o fortalecimento do dólar traz preocupações, especialmente para economias emergentes que enfrentam aumento nos custos de importação e pressão sobre suas moedas locais. Além disso, a implementação de tarifas comerciais pode impactar negativamente as cadeias globais de fornecimento.
Infomoney - SP 14/01/2025
No fechar das cortinas de 2024, o dólar rompeu o limite psicológico de R$ 6 e desde então renovou recordes nominais e não voltou à faixa de R$ 5. O nível atual do câmbio é 26% acima da média histórica de preço da moeda americana em relação ao real, um desvio significativo em relação aos pares internacionais e emergentes.
As contas públicas do governo e a volta de Donald Trump à Casa Branca são apontadas como as principais causas dessa disparada do dólar. Para os especialistas consultados pelo InfoMoney, o cenário é complexo e difícil para uma valorização do real que retome o nível de câmbio anterior, nem mesmo para os R$ 5,90.
Segundo a análise de Rodolfo Margato e Luíza Pineze, da XP, a condução da política fiscal local pelo governo federal levanta muitas dúvidas nos agentes financeiros internos e externos, principalmente após a frustração com o pacote de corte de gastos anunciado que não dá uma perspectiva de estabilização da dívida pública nos próximos anos.
André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online, afirma que é muito difícil desvincular a performance do câmbio desses elementos políticos, já que a variação do dólar é muito impactada pelas expectativas futuras.
“A economia está aquecida. O crescimento do PIB deve ser forte, o mercado de trabalho apresenta boas taxas, as empresas estão com produção em alta e o consumo também vai bem. Mas o mais curioso de tudo isso é que a visão atual é de que todo esse estímulo não é suficiente para dizer que a perspectiva futura do país é positiva”, diz Galhardo.
O consultor aponta para a projeção de juros e inflação como exemplo. O relatório Focus do Banco Central já prevê uma taxa Selic de 15% ao fim de 2025, com uma inflação em 5%, acima do teto da meta de 4,5%. Já para o câmbio, o relatório do BC joga em R$ 6,00. Pouco tempo atrás, no início de outubro, as projeções eram menos negativas: Selic em 11,75%, inflação em 4,38% e câmbio em R$ 5,40.
“Selic em 15% é um salto muito significativo. E é uma resposta para a projeção da inflação, para o risco das contas públicas. Então, de modo geral, a visão é de que há espaço para a economia deteriorar caso nada seja feito. É um pessimismo que está se generalizando”, diz Galhardo.
Exterior não ajuda
Além de todo o contexto interno, a chegada de Donald Trump à Casa Branca não ajuda a tese do Brasil. O índice DXY, que mede o valor da moeda dos EUA em relação a uma cesta de outras moedas fortes, subiu 8% no ano passado (de 101 para 109), em linha com a manutenção de juros altos por mais tempo no país e expectativas relacionadas ao novo governo republicano.
“Há um rearranjo que está sendo desenhado das cadeias globais de valor e também um rearranjo comercial. Há uma grande expectativa sobre como se dará esse novo momento protecionista de que tanto se fala, de tarifas mais altas de importação, se isso vai impulsionar ou desestimular o comércio internacional”, diz Galhardo.
O corte de juros que se iniciou em setembro nos EUA não deve continuar neste começo de 2025, segundo as projeções do mercado. A economia americana continua aquecida e o banco central do país já sinalizou suas preocupações inflacionárias. Essa manutenção de juros favorece o fluxo financeiro em dólar, não só por ser a moeda de refúgio em momentos de incertezas, mas também pelo rendimento seguro.
Isso leva investidores estrangeiros e locais a optarem pelo dólar, por uma questão de segurança e proteção da carteira. “A alta demanda faz com que a moeda fique mais cara e não vejo gatilhos no curto e médio prazo que fariam o câmbio voltar para abaixo de R$ 6”, diz o consultor.
Nem juros, nem exportações
A XP também não vislumbra uma queda no câmbio. A equipe de macro do banco reviu suas projeções para 2025 e aumentou o dólar para R$ 6,20 ao fim de 2025 e a R$ 6,40 ao fim de 2026. Anteriormente, as projeções eram de R$ 5,85 e R$ 6,00, respectivamente.
“A nosso ver, os fatores que levaram à depreciação recente do real não se dissiparão no curto prazo, mantendo elevados os prêmios de risco nos preços dos ativos financeiros. Ademais, incertezas em torno das políticas fiscal e parafiscal podem ser ampliadas à medida em que se aproxima o período eleitoral de 2026”, diz o relatório.
Mesmo o aumento de juros pelo Banco Central, que pode atrair investimentos estrangeiros, não é visto como um catalisador tão potente, mas como um estabilizador para evitar uma depreciação maior do câmbio, segundo a XP.
Para Galhardo, o dólar tem viés de alta em relação ao real em 2025, e o consultar também espera a moeda na faixa dos R$ 6,20 ao fim do ano.
Infomoney - SP 14/01/2025
Os contratos futuros de minério de ferro atingiram nesta segunda-feira o maior valor em mais de uma semana, com o sentimento do mercado impulsionado pelas esperanças renovadas de mais estímulos econômicos por parte da China, principal mercado consumidor do minério.
O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,92%, a 768,5 iuanes (104,82 dólares) a tonelada.
No início da sessão, atingiu o nível mais alto desde 3 de janeiro, em 772,5 iuanes por tonelada.
O minério de ferro de referência para fevereiro na Bolsa de Cingapura ganhou 1,75%, para 98,85 dólares a tonelada, depois de atingir 100,25 dólares, o maior valor desde 3 de janeiro, no início do dia.
O chefe do banco central da China disse nesta segunda-feira que o governo apoiará uma política monetária moderadamente frouxa para manter a ampla liquidez, melhorando o sentimento geral dos investidores.
Isso ocorreu depois que a Reuters informou, na sexta-feira passada, que o banco central da China provavelmente implantará suas táticas monetárias mais agressivas em uma década este ano, em uma tentativa de estimular a economia e suavizar o golpe dos iminentes aumentos de tarifas por parte dos EUA.
Pei Hao, analista sênior da corretora internacional Freight Investor Services (FIS), atribuiu o aumento do preço do minério à ressonância das commodities causada pela alta do preço do petróleo após as últimas sanções contra o petróleo russo.
“No médio prazo, tanto o espaço de alta quanto o de baixa para os preços do minério serão limitados, uma vez que os consumidores travaram os preços e a demanda.”
Os preços do aço e dos ingredientes siderúrgicos registraram perdas até agora neste mês, uma vez que a demanda registrou desaceleração sazonal e as siderúrgicas e consumidores de aço já quase concluíram a reposição de matérias-primas e produtos siderúrgicos para atender às necessidades de produção durante e após os feriados do Ano Novo Chinês, disseram analistas.
O Ano Novo Chinês começa em 28 de janeiro.
As importações de minério de ferro da China em 2024 alcançaram recorde pelo segundo ano consecutivo, com os preços mais baixos estimulando a compra, enquanto a demanda permaneceu resiliente principalmente devido às fortes exportações de aço que estão inflamando as tensões comerciais.
Investing - SP 14/01/2025
As importações de minério de ferro pela China em 2024 atingiram recorde pelo segundo ano consecutivo, mostraram dados alfandegários nesta segunda-feira, conforme os preços mais baixos estimularam as compras, enquanto a demanda permaneceu resiliente principalmente devido às fortes exportações de aço que estão inflamando as tensões comerciais.
A China, maior consumidora de minério de ferro do mundo, importou cerca de 1,24 bilhão de toneladas de minério no ano passado, mostraram dados da Administração Geral de Alfândega, um aumento de 4,9% em relação a 1,18 bilhão de toneladas em 2023, quando houve alta anual de 6,6%.
As importações de minério de ferro da China também devem atingir recorde em 2025, uma vez que os comerciantes estão estocando minério barato, apesar de uma crise imobiliária prolongada seguir pesando sobre a demanda doméstica de aço.
A produção de aço caiu 2,7% em relação ao ano anterior nos primeiros 11 meses de 2024 e caminhava para um declínio anual, mas isso refletiu em grande parte a produção fraca de siderúrgicas que utilizam fornos elétricos, que fornecem para o setor de construção e usam sucata de aço em vez de minério de ferro como insumo.
A demanda por minério de ferro permaneceu sólida entre as siderúrgicas de alto-forno da China, que conseguiram manter a competitividade de custos.
Entretanto, muitas siderúrgicas de fornos elétricos tiveram que realizar manutenção ou reduzir a produção em meio a restrições persistentes no fornecimento de sucata.
Além disso, os comerciantes que compraram minério de ferro de alto custo no início do ano passado continuaram adquirindo o ingrediente para diluir seus custos gerais de produção e reduzir as perdas, disseram os analistas.
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O crescimento das importações de minério de ferro contribuiu para a queda dos preços e para o aumento dos estoques nos portos, que subiram 28% em relação ao ano anterior, atingindo 146,85 milhões de toneladas em 27 de dezembro, segundo dados da consultoria Steelhome.
As exportações de aço da China atingiram um recorde de 110,72 milhões de toneladas em nove anos em 2024, um aumento de 22,7% em relação a 2023, alimentando as tensões comerciais globais. Vários países, incluindo a Turquia e a Indonésia, impuseram taxas antidumping, argumentando que uma enxurrada de aço chinês barato está prejudicando os fabricantes nacionais.
Valor - SP 14/01/2025
Monitoramento está disponível aos 100 mil veículos conectados da marca na América do Sul
Djalma Brighenti: “É nos serviços de pós-venda e manutenção que o cliente pode perceber como a IA pode ajudá-lo” — Foto: Rogerio Vieira/Valor
Milhares de motoristas entram em seus carros diariamente sem se darem conta de que está a bordo um copiloto atento não só à direção, mas aos sistemas do veículo, condições das ruas e estradas e, ao mesmo tempo, interagindo com a montadora e seus parceiros de negócios. As aplicações de inteligência artificial (IA) têm avançado nos veículos em todo o mundo, enquanto assumem outras funções nas fábricas e nos centros de operações. A Ford, por exemplo, tem mais de 100 mil veículos rodando na América do Sul, conectados a uma central de tecnologia da montadora.
O monitoramento com IA nos veículos que circulam na região começou há quase cinco anos, processo que se acelerou nos últimos três, conta o diretor de tecnologia da informação da Ford América do Sul, Djalma Brighenti.
A montadora utiliza a IA preditiva, que identifica padrões, antecipa comportamentos e prevê eventos futuros com base em análise estatística e aprendizado de máquina. Antes da IA, esse tipo de serviço preventivo não era fornecido. Usa também a IA generativa, que pode aprender com os dados e gerar novas instâncias de dados, como explica a IBM.
Sem fábrica no Brasil desde 2021, quando fechou as instalações de São Bernardo e Taubaté, no Estado de São Paulo, e Camaçari, na Bahia, a única unidade produtiva da Ford mantida na América do Sul fica na Argentina. No ano passado, diz o diretor, a fábrica em General Pacheco, no país vizinho, onde é produzida a picape Ranger, passou por modernização. Além da automação dos processos de produção, como robôs que instalam a caçamba, a linha de montagem passou a contar com sensores e câmeras que, por meio da IA, ajudam no controle de qualidade.
Mas é nos serviços de pós-venda e manutenção que o cliente consegue perceber com mais clareza como a IA pode ajudá-lo. Por trás desse serviço está o Command Center, no escritório da empresa, na Vila Olímpia, em São Paulo. Trata-se de uma plataforma criada pela equipe brasileira que monitora os veículos. O proprietário precisa autorizar o acesso aos dados, o que é concedido pela grande maioria dos motoristas, afirma Brighenti. Menos de 1% não aceita.
Eu tenho dados que podem mostrar onde e como você dirige”
— Djalma Brighenti
Essa autorização pode ser concedida por meio do aplicativo Ford Pass, com diversos recursos acessados via celular, como ligar o ar-condicionado e abrir e fechar o veículo remotamente. “Pode parecer bobo”, diz o diretor, mas é útil quando o motorista percebe que esqueceu de fechar o carro e está longe dele. Quando o carro é vendido, a Ford tenta oferecer o serviço ao novo proprietário.
“Diariamente, o Command Center lê, filtra e cruza 90 milhões de linhas de dados dos veículos conectados da Ford no Brasil e na Argentina, e entrega, em poucos cliques, respostas que levariam ao menos dois dias inteiros de trabalho, se feito manualmente”, diz o gerente global de novos negócios conectados da Ford, Luciano Driemeier, no site da companhia.
Um painel no Command Center mostra como está cada módulo do veículo. Se for detectada alguma anomalia, o sistema alerta a engenharia, que atua proativamente, analisando o caso antes de o problema surgir, explica Brighenti. O mesmo ícone que acende no painel veículo para chamar a atenção do motorista é sinalizado no escritório da Ford.
Brighenti explica que a IA também monitora códigos de falhas severas no veículo e sinaliza no painel. No caso, a montadora entra em contato com o motorista para orientá-lo ou sugerir que agende um serviço de manutenção.
Além disso, em algumas situações, o Command Center consegue identificar, em toda a frota conectada, problemas que podem ser resolvidos por meio de atualização remota do software, sem a necessidade de fazer recall. A área de tecnologia da informação da Ford conta com 200 técnicos.
Mas a Ford não trabalha sozinha. Dentro da área de tecnologia da informação há cerca de meia dúzia de empresas nacionais e multinacionais. Entre os parceiros está a Math, que desenvolveu dicionários de dados para a montadora (veja reportagem ao lado).
Todo esse processo de interação com os veículos gera um volume imenso de dados. Como toda a indústria automobilística, a Ford tem estudado como transformar essas informações em serviços, em uma nova área de negócios. A mineração de dados vale uma fortuna, mas a questão é polêmica por envolver a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
As seguradoras estão entre os mais interessados. “Eu tenho dados que podem mostrar onde e como você dirige”, diz o diretor. O cliente pode até ter interesse em compartilhar as informações se isso lhe render desconto no seguro. Seria uma forma de ampliar a base de dados das seguradoras, limitados hoje a sexo, idade, endereço e se o carro fica em garagem.
O carro conectado deve despertar o interesse de empresas de vários setores, para vender seus produtos. Se o condutor frequentemente passa por determinada lanchonete, por exemplo, esse comércio pode tentar atraí-lo. “Há muito potencial, mas é muito incipiente o que podemos fazer com os dados, que são muito protegidos”, diz Brighenti. “Estamos estudando como monetizar esses dados, trazendo receita para a Ford e valor para o cliente.”
O Estado de S.Paulo - SP 14/01/2025
O mercado de veículos elétricos nos Estados Unidos funciona, em grande parte, com base em políticas democratas. Há créditos fiscais federais para compradores de carros; subsídios para a fabricação de baterias; empréstimos baratos para construir fábricas de carros elétricos; subsídios para carregadores, e regulamentações que incentivam os fabricantes de automóveis a vender mais veículos sem emissões de escapamento.
Todo esse apoio, de centenas de bilhões de dólares, poderá desaparecer logo após a posse do presidente eleito Donald Trump, apesar de sua estreita associação com Elon Musk, CEO da montadora de carros elétricos Tesla.
Trump e os republicanos no Congresso dizem que planejam eliminar a maior parte da ajuda federal para carros e caminhões elétricos e reverter as regras de emissões, levantando dúvidas sobre o futuro desses veículos e os bilhões de dólares que as montadoras investiram para projetá-los e construí-los.
Ainda assim, muitos especialistas em automóveis afirmam que as forças do mercado e o progresso tecnológico acabarão por impulsionar uma transição de longo prazo para os veículos elétricos, independentemente de até onde os republicanos vão para desfazer a agenda climática do presidente Joe Biden.
Os preços das baterias, a parte mais cara de um veículo elétrico, estão caindo rapidamente. Muitos carros elétricos já não custam mais do que modelos comparáveis a gasolina quando considerada a economia de combustível e a manutenção.
A tecnologia está melhorando rapidamente. As baterias estão se tornando cada vez mais leves e menores, permitindo um carregamento mais rápido e distâncias de viagem mais longas. E mais de 12 mil carregadores públicos de alta tensão foram adicionados nos Estados Unidos em 2024, um aumento de 33% em relação a 2023, segundo a Rho Motion, uma empresa de pesquisa.
Os fabricantes de automóveis têm um grande interesse financeiro em promover os veículos elétricos, independentemente de quem esteja na Casa Branca. Elas precisam obter um retorno sobre os investimentos que fizeram nas instalações de produção. E, se não conseguirem acompanhar a tecnologia, poderão ficar vulneráveis aos concorrentes chineses emergentes que estão apostando tudo nos veículos elétricos.
“Independentemente das mudanças de políticas apresentadas pelo novo governo, nós as cumpriremos e faremos os ajustes necessários”, disse Randy Parker, CEO da Hyundai Motor America, durante uma recente teleconferência. “Não se engane sobre isso”, acrescentou, “estamos comprometidos com a eletrificação”.
A Hyundai começou recentemente a produzir seu popular carro Ioniq 5 em uma nova fábrica de US$ 7,6 bilhões perto de Savannah, na Geórgia. Esse carro e um grande SUV elétrico são os primeiros da montadora sul-coreana que se qualificarão para um crédito fiscal federal de US$ 7,5 mil. O complexo fabril, que empregará 8,5 mil pessoas, inclusive nos fornecedores da Hyundai, quando atingir sua capacidade, é um dos maiores exemplos de empregos e investimentos gerados pelos veículos elétricos.
Não há dúvida de que as vendas de carros movidos a baterias, que geralmente custam mais do que carros a gasolina comparáveis, serão prejudicadas se os republicanos revogarem a Lei de Redução da Inflação, a legislação que inclui o crédito de US$ 7,5 mil e subsídios para a fabricação de baterias, instalação de carregadores e ônibus escolares elétricos.
O deputado republicano Mike Johnson, um grande produtor de petróleo e gás, repetiu a ameaça após ser reeleito como presidente da Câmara este mês. “Vamos salvar os empregos de nossos fabricantes de automóveis e faremos isso acabando com os ridículos mandatos de veículos elétricos”, disse ele.
Os analistas observam que as vendas de veículos elétricos na Alemanha despencaram 27% no ano passado depois que o governo do país cortou os incentivos para os compradores de carros.
“Se os incentivos acabarem, isso definitivamente afetará as vendas”, disse Stephanie Valdez Streaty, diretora de percepções do setor da Cox Automotive.
Em média, um carro elétrico nos Estados Unidos foi vendido por US$ 55.105 em 2024, em comparação com US$ 48.165 para um carro a gasolina, segundo a Cox.
Mas a diferença de preço é a metade do que era há dois anos. Vários modelos mais acessíveis estão chegando este ano, e muitos analistas esperam que os veículos elétricos custem o mesmo ou menos que os carros com motor a combustão até o final da década.
A General Motors vende um Chevrolet Equinox elétrico por cerca de US$ 35 mil e planeja relançar o Chevrolet Bolt este ano por um preço mais baixo. Ainda este ano, a Honda começará a produzir carros elétricos em Ohio. A empresa japonesa não anunciou um preço, mas é conhecida por seus veículos econômicos.
A Tesla disse que começará a vender um veículo mais barato até o meio do ano, mas forneceu poucos detalhes. Ainda este ano, a Volvo planeja começar a vender uma versão de seu EX30 que deverá custar menos de US$ 37 mil.
“Seremos capazes de reduzir o custo dos veículos elétricos para valores inferiores aos dos veículos com motor de combustão interna”, disse Kurt Kelty, vice-presidente da GM responsável pelas baterias. “É isso que estamos buscando.
Muitos Estados, incluindo Colorado, Nova York e Washington, oferecem subsídios para veículos elétricos que permanecerão em vigor. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse que o Estado reviverá seus incentivos se os créditos fiscais federais forem revogados.
De qualquer forma, apenas um pequeno número de carros se qualifica para o crédito fiscal federal para compradores. A Lei de Redução da Inflação limitou a qualificação para os créditos fiscais a veículos que tenham uma determinada porcentagem de componentes fabricados nos Estados Unidos ou em seus aliados comerciais. As exigências se tornam mais rigorosas a cada ano, forçando alguns veículos a sair da lista. A partir de 1º de janeiro, vários modelos, incluindo o Volkswagen ID.4 e o Ford Mustang Mach-E, não são mais elegíveis.
Espera-se que os republicanos também visem a uma cláusula que permite que as empresas de leasing recebam o crédito de US$ 7,5 mil para todos os carros movidos a bateria, independentemente de onde forem fabricados. Normalmente, as empresas de leasing repassam a economia para os clientes.
A eliminação dos créditos reduziria as vendas de carros elétricos em mais de 300 mil veículos por ano, o equivalente a cerca de três meses de vendas em 2024, de acordo com um estudo publicado em outubro por professores da Universidade de Stanford; da Universidade de Chicago; da Universidade da Califórnia, Berkeley; e da Universidade Duke.
Não é certo que os republicanos revogarão todas as políticas democratas para veículos elétricos, porque muitas delas apoiaram novas fábricas em Estados como Tennessee, Kentucky e Carolina do Sul. Os republicanos estariam matando empregos em seus próprios redutos.
O círculo íntimo de Trump inclui Musk, cuja empresa de carros elétricos, a Tesla, é responsável por quase metade dos veículos elétricos vendidos nos Estados Unidos e se beneficia dos créditos. Musk apoiou a revogação dos subsídios para carros elétricos, mas não está claro como ele usará sua influência quando Trump se tornar presidente. A Tesla não respondeu a um pedido de comentário.
As promessas de campanha de Trump incluíam “interromper os ataques aos carros movidos a gasolina”, disse Karoline Leavitt, porta-voz da transição do presidente eleito, em um e-mail. Ela sugeriu que ele teria uma abordagem mais equilibrada. “O presidente Trump apoiará a indústria automobilística”, disse ela, “permitindo espaço tanto para carros a gasolina quanto para veículos elétricos”.
Exame - SP 14/01/2025
A Tesla alcançou um marco histórico em 2024, ultrapassando a Audi, uma das marcas premium mais renomadas da Alemanha, em vendas globais de veículos. O resultado, reportado pela Bloomberg, evidencia a ascensão meteórica da Tesla no mercado automotivo global, impulsionada pela crescente demanda por veículos elétricos, mesmo em um ambiente de negócios competitivo.
Com impressionantes 1,79 milhão de unidades entregues, a fabricante de carros elétricos liderada por Elon Musk deixou para trás a Audi, que registrou 1,67 milhão de vendas, uma queda de 12% em relação ao ano anterior.
A queda nas vendas da Audi reflete mudanças profundas e desafios globais enfrentados pelas montadoras alemãs. Além da Audi, marcas como Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW sentem o impacto de uma recuperação lenta no mercado chinês, um dos maiores para o segmento automotivo. Paralelamente, fabricantes locais na China avançam no mercado de luxo, acirrando ainda mais a competição.
Na Europa, a redução de subsídios para a compra de veículos elétricos afetou negativamente o desempenho das montadoras. A Audi, por exemplo, registrou um declínio de 8% nas vendas de modelos totalmente elétricos, somando cerca de 164 mil unidades em 2024. Como resposta, a empresa começou a ajustar sua capacidade de produção, incluindo o anúncio do fechamento de sua fábrica em Bruxelas, devido à baixa demanda pelo SUV elétrico Q8 e-tron.
Mesmo com seu avanço, a Tesla também enfrentou obstáculos em 2024. Pela primeira vez em mais de uma década, a empresa registrou uma queda anual nas entregas. Apesar disso, a Tesla consolidou sua posição como líder global em vendas de carros totalmente elétricos, superando a concorrente chinesa BYD por uma margem estreita.
Diário do Comércio - MG 14/01/2025
O polo automotivo da Stellantis em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), alcançou, em 2024, a maior produção de veículos da planta desde a criação do grupo automotivo, em 2021. A produção do complexo industrial cresceu 7,9% no ano. No acumulado dos quatro anos de Stellantis, a produção da planta de Betim aumentou 27%.
Em 2024, foram fabricados mais de 468,6 mil automóveis no local – a fabricante superou todo a produção de 2023 (434 mil veículos) ainda em novembro do ano passado, quando alcançou 436,1 mil automóveis fabricados.
No polo automotivo da RMBH, o grupo obteve sucessivos recordes de produção mensal desde julho do ano passado. Naquele mês, foi alcançado o maior volume da planta em um mês após a criação da empresa (43 mil veículos). Em 2021, a fusão das montadoras Peugeot Citroën (Grupo PSA) e Fiat Chrysler Automobiles (FCA) criou o grupo Stellantis.
A partir do mês seguinte – agosto – a Stellantis sempre produziu mais de 45 mil veículos/mês na unidade. Patamar que jamais tinha sido alcançado no complexo industrial desde 2021.
Stellantis investirá R$ 14 bilhões até 2030 no complexo em Betim
O resultado do polo automotivo de Betim, ainda em agosto de 2024, ajudou a montadora a registrar o melhor mês de sua história na América do Sul em termos de quantidade de veículos fabricados. Naquele mês, a empresa produziu 88,7 mil automóveis em todo o continente.
A previsão da empresa era fechar o ano de 2024 com uma produção de 761,7 mil veículos no País. No Brasil, além de Betim, a companhia tem plantas em Goiana (PE) e Porto Real (RJ). Caso a expectativa tenha se confirmado, a planta da Stellantis na RMBH terá sido responsável por 61,5% da produção total do grupo automotivo em território nacional.
O presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, disse ao Diário do Comércio, em dezembro, que a expectativa da montadora para 2025 é que o mercado mantenha a tendência de crescimento e acompanhe o ritmo do ano de 2024, apoiado por um ambiente macroeconômico que deve estimular o consumo e impulsionar o setor.
O complexo de Betim é considerado estrategicamente importante para o Brasil e para o grupo. É uma das maiores plantas da Stellantis no mundo e possui autonomia tecnológica na América do Sul. A unidade mineira produz basicamente a linha de automóveis da Fiat, com destaque para a picape Fiat Strada, que segue como o carro mais vendido do Brasil.
A Stellantis pretende investir R$ 14 bilhões no local entre 2025 e 2030, o maior investimento nos quase 50 anos de história do complexo industrial. A inversão programada para a unidade faz parte dos R$ 32 bilhões que o grupo vai investir na América do Sul durante o período.
O valor servirá para impulsionar, justamente, o lançamento de 40 novos produtos e oito powertrains (sistema de tração elétrica do veículo) e apoiar o desenvolvimento de tecnologias bio-hybrid (com motor híbrido flex), inovações para a descarbonização da cadeia de suprimentos automotivos e a criação de novas oportunidades estratégicas de negócios.
Stellantis consolida liderança nas vendas
Líder no mercado de automóveis e veículos comerciais leves no Brasil, Argentina e América do Sul, a Stellantis também demonstra otimismo em relação às vendas. Em 2024, a Fiat emplacou 520,2 mil veículos e alcançou 20,9% de participação no mercado nacional. Foram emplacadas 45 mil unidades a mais do que o exercício anterior. A marca conquistou a primeira colocação do setor pelo quarto ano consecutivo.
O Fiat Strada foi o carro mais vendido do País em 2024. A picape encerrou o ano com 144,6 mil unidades vendidas e 5,8% de market share, alta de 0.3 ponto percentual (p.p) em relação a 2023. A Strada, junto da Toro e Titano, fizeram a Fiat liderar o segmento de picapes com 43,1% de participação no segmento. A marca também liderou os segmentos de hatches e vans.
Já o Fiorino foi o carro mais vendido na categoria B-Vans em 2024 e obteve a liderança nesse segmento, no geral, pelo 11º ano consecutivo. O furgão Scudo liderou as vendas na categoria D-Van em 2024. O modelo, lançado em 2022, foi o furgão mais vendido da categoria pelo segundo ano consecutivo. A Fiat lidera o segmento de vans desde 2010 e obteve 36,7% de market share no segmento em 2024.
Canal Rural - SP 14/01/2025
Considerada o maior projeto nacional de infraestrutura logística, a ferrovia é estratégica para o transporte de alimentos e insumos, atendendo tanto o mercado interno quanto a exportação. Segundo o Ministério dos Transportes, o empreendimento é uma prioridade do Governo Federal.
“As obras da Transnordestina retomaram o ritmo em 2023, com a volta de investimentos federais. O empenho do governo é para que a entrega da Fase 1 da ferrovia ocorra até 2027 e até 2029 a Fase 2”, informou a pasta.
A Transnordestina, quando concluída, cruzará os estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. O repasse de recursos será realizado por meio de crédito do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
Retomada no ramal pernambucano
O Ministério dos Transportes também destacou que, em 2021, por inviabilidade financeira, o governo da época excluiu o ramal pernambucano da Transnordestina do contrato de concessão. No estado, as obras haviam avançado até Custódia, no Sertão.
Agora, o governo federal planeja retomar o trecho entre as cidades de Salgueiro e o Porto de Suape como uma obra pública, integrando o projeto ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), com prioridade na destinação de recursos.
A Infra S.A. é a responsável pela elaboração do projeto executivo. Segundo o Ministério dos Transportes, a previsão é de que o planejamento seja concluído até o segundo semestre de 2025. “O Governo Federal destinou inicialmente R$ 450 milhões ao segmento, com possibilidade de ajustes após a finalização do projeto”, informou a nota oficial.
Investing - SP 14/01/2025
O setor naval brasileiro recebeu autorização para R$ 30,8 bilhões em investimentos em 2024, maior volume desde 2012. Os recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) contemplam 430 projetos, entre construção de embarcações, reparos navais e obras portuárias. Somados aos valores de 2023, os recursos autorizados nos últimos dois anos alcançaram R$ 45 bilhões. O período registrou 1.300 projetos aprovados pelo FMM, contra 768 entre 2019 e 2022.
Os contratos assinados em 2024 para expansão da indústria naval somaram R$ 5,33 bilhões. Os recursos financiaram 548 obras no setor, com maior concentração na navegação interior, que recebeu 415 projetos. O restante foi distribuído entre apoio marítimo (94), apoio portuário (37) e cabotagem (2). O montante aplicado em novos empreendimentos nos últimos dois anos chegou a R$ 6,36 bilhões, segundo dados do Ministério de Portos e Aeroportos.
Nos últimos 2 anos, o total de projetos aprovados pelo FMM foi 70% maior que o número registrado entre 2019 e 2022, passando de 768 (em 4 anos) para 1.300 nos últimos 2 anos.
“Não tenho dúvidas de que estamos no caminho certo para retomar o protagonismo da indústria naval e do setor portuário. E digo isso com base nos resultados que alcançamos durante o governo do presidente Lula. Nos últimos dois anos, aprovamos, por meio do Fundo da Marinha Mercante, quase R$ 45 bilhões em projetos de modernização e construção no setor naval. Esse valor é o dobro do que foi investido nos quatro anos do governo anterior. Isso significa mais crédito, mais investimento, fortalecimento do setor portuário e de navegação, o que representa desenvolvimento econômico, geração de empregos e aumento de renda para os brasileiros”, disse o ministro.
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Expansão
Outro dado expressivo foi o valor destinado à realização de obras para expansão da indústria naval. De janeiro a dezembro de 2024, foram firmados contratos no valor de R$ 5,33 bilhões, o maior volume desde 2012. Esses recursos financiaram 548 novas obras, sendo a maior parte para a navegação interior (415), seguidas por apoio marítimo (94), apoio portuário (37) e cabotagem (2). Somados aos recursos aplicados em 2023, o governo destinou R$ 6,36 bilhões para novos empreendimentos, aumento de 326% em comparação ao período da gestão anterior (2019 a 2022).
De acordo com resolução do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), as empresas que tiverem seus projetos priorizados estão habilitadas a contratar financiamento por meio dos agentes financeiros conveniados — Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco da Amazônia (Basa). Os recursos são liberados conforme o andamento dos projetos e suas fases de implantação. A primeira reunião do CDFMM está prevista para o dia 27 de março próximo.
Investing - SP 14/01/2025
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concluiu que a China usa políticas e práticas injustas para dominar os setores marítimo, logístico e de construção naval globais, disseram à Reuters três fontes familiarizadas com os resultados de uma investigação comercial que durou meses.
A Representante de Comércio dos EUA (USTR), Katherine Tai, lançou a investigação em abril de 2024 a pedido do United Steelworkers e de quatro outros sindicatos dos EUA, de acordo com a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite que os EUA penalizem países estrangeiros que se envolvam em atos "injustificáveis" ou "irracionais" ou que sobrecarreguem o comércio dos EUA.
Os investigadores concluíram que a China tem como objetivo o domínio do setor de construção naval e marítimo, usando apoio financeiro, barreiras para empresas estrangeiras, transferência forçada de tecnologia e roubo de propriedade intelectual e políticas de aquisição para dar vantagem ao seu setor de construção naval e marítimo, disse uma das fontes.
Pequim também "suprimiu severa e artificialmente os custos trabalhistas da China nos setores marítimo, de construção naval e de logística", acrescentou a fonte, citando trechos do relatório.
Nenhum comentário imediato foi disponibilizado pelo USTR, pela Casa Branca ou pela equipe de transição do presidente eleito Donald Trump. Autoridades chinesas não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
A investigação cita dados que mostram que a participação da China no setor global de construção naval de 150 bilhões de dólares aumentou de cerca de 5% em 2000 para mais de 50% em 2023, em grande parte graças aos subsídios do governo chinês, enquanto os construtores navais norte-americanos, antes dominantes, viram sua participação cair para menos de 1%. A Coreia do Sul e o Japão são os próximos maiores construtores navais.
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O relatório fornece um novo argumento para o novo governo atacar a China e pode abrir caminho para tarifas ou taxas portuárias sobre embarcações construídas na China, conforme proposto pelos sindicatos. Tal medida provavelmente ocorreria após um período de comentários públicos, disseram eles.
Trump usou o mesmo estatuto da Seção 301 para impor tarifas sobre centenas de bilhões de dólares de importações chinesas durante seu primeiro mandato, depois que uma investigação do USTR descobriu que a China estava se apropriando indevidamente da propriedade intelectual dos EUA e coagindo a transferência de tecnologia dos EUA para empresas chinesas.
O USTR divulgará suas conclusões no final desta semana, dias antes de Biden, um democrata, deixar o cargo em 20 de janeiro, disseram as fontes.
O relatório vem na esteira das fortes críticas dos EUA e de outras potências ocidentais às políticas industriais agressivas da China e à superprodução de commodities como aço, e reflete um raro acordo bipartidário sobre a necessidade de apoiar a construção naval dos EUA. A China nega qualquer irregularidade.
O relatório segue quatro anos de esforços do governo Biden para reduzir o domínio da China, dando continuidade às tarifas da era Trump, acrescentando novas tarifas, inclusive sobre veículos elétricos, e impondo uma série de controles de exportação.
No mês passado, o gabinete de Tai anunciou uma investigação comercial de última hora sobre os chips mais antigos fabricados na China, que poderiam aumentar as tarifas dos EUA sobre os microprocessadores da China que equipam produtos de uso diário, de automóveis a máquinas de lavar e equipamentos de telecomunicações.
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Especialistas concordam que a reconstrução do outrora vibrante setor de construção naval e marítimo dos EUA levará décadas e custará dezenas de bilhões de dólares. Segundo eles, apenas as tarifas não serão suficientes.
"O fato de a China ter como alvo os setores marítimo, logístico e de construção naval para dominar é a maior barreira para a revitalização das indústrias americanas nesses setores", conclui o relatório, de acordo com um trecho compartilhado com a Reuters.
Scott Paul, presidente da American Alliance for Manufacturing, uma parceria sem fins lucrativos entre trabalhadores e empresas, disse que entende que as conclusões são convincentes.
"Meu entendimento é que (...) será estabelecido um processo para tentar deter a erosão de nossa base industrial de construção naval e fazê-la crescer novamente", disse ele.
Trump, que disse que aumentará as tarifas sobre os produtos chineses para 60%, na semana passada criticou as ações do país asiático para dominar a construção naval comercial e militar, dizendo ao apresentador de rádio Hugh Hewitt que os EUA "sofreram tremendamente" e que o precisa mudar de rumo.
Ele também sugeriu que os EUA talvez tenham que recorrer a aliados para construir as embarcações navais necessárias para as forças armadas norte-americanas.
O novo assessor de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, também se envolveu profundamente na questão, elaborando um projeto de lei bipartidário com o senador democrata Mark Kelly para revitalizar o setor de construção naval dos EUA antes de renunciar ao Congresso.
"Somos muito dependentes da China, em particular. Não temos capacidade de aumento. Temos muito pouca capacidade de construção naval e, para uma superpotência, isso é totalmente inaceitável", disse Paul.
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Atualmente, os EUA têm apenas 20 estaleiros públicos e privados, em comparação com os mais de 300 estaleiros norte-americanos no início da década de 1980. Especialistas afirmam que a demanda por embarcações civis e militares é forte e crescente.
Valor - SP 14/01/2025
Brasileira não teria realizado reparos previstos no contrado de compra e venda de campos terrestres; acusação é negada pela estatal
A Petrobras enfrenta um contencioso milionário envolvendo a venda de campos terrestres de petróleo, prioridade da empresa no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O plano previa que a estatal se desfizesse de áreas “maduras”, em declínio de produção. Na ocasião, a estatal vendeu campos maduros para centrar esforços em áreas do pré-sal e em negócios considerados mais rentáveis. A estratégia era parte de um plano maior de venda de ativos da Petrobras. No atual governo, porém, houve uma mudança de orientação e a estatal suspendeu o plano de prosseguir com os desinvestimentos dos campos terrestres, mantendo os negócios cujos contratos estavam assinados.
Mesmo assim surgiram problemas. No fim de dezembro, a Seacrest Petróleo, uma petroleira independente com origem na Noruega que comprou parte dos campos da estatal, entrou com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) alegando quebra de contrato pela Petrobras na venda dos campos Norte Capixaba e Cricaré, no Espírito Santo. A estatal, diz a Seacrest, não teria realizado reparos em oleodutos submarinos, o que constava do contrato de compra e venda dos campos terrestres. A Petrobras nega ter descumprido o contrato e diz estar executando os serviços de manutenção previstos.
Em 26 de dezembro, o desembargador Jose Roberto Portugal Compasso, da 8ª Câmara de Direito Público do TJRJ, concedeu liminar em favor da Seacrest impedindo a estatal de tomar qualquer medida, por 30 dias, para cobrar US$ 70,5 milhões (R$ 430,3 milhões) da empresa norueguesa. O montante era de parcelas pendentes da compra dos campos Norte Capixaba e Cricaré. O pagamento devia ocorrer até 31 de dezembro de 2024. Do total, US$ 59,5 milhões (R$ 363,2 milhões) correspondiam ao campo Norte Capixaba e US$ 11 milhões (R$ 67,1 milhões) a Cricaré.
A transação entre Petrobras e Seacrest foi anunciada em fevereiro de 2022, quando a petroleira norueguesa assinou contrato de compra e venda do Polo Norte Capixaba e pagou valor inicial de US$ 35,85 milhões (R$ 218,7 milhões na cotação atual). A conclusão da venda ocorreu em abril de 2023, com pagamento à vista de US$ 426,6 milhões (R$ 2,6 bilhões em valores atuais). Na ocasião, se acordou que ainda haveria o desembolso adicional de US$ 66 milhões, “a depender das cotações futuras do Brent”, segundo comunicado da Petrobras na época. Com ajustes, o valor no fechamento da operação corresponderia aos US$ 70,5 milhões em discussão.
Em paralelo, a Seacrest recorreu a uma arbitragem contra a Petrobras. O pedido para a resolução arbitral foi impetrado, em 5 de janeiro, junto à Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC). “Como parte do contrato de compra e venda do Polo Norte Capixaba, a Petrobras se comprometeu a concluir os reparos [dos oleodutos], mas durante o período de 20 meses desde o fechamento de abril de 2023 falhou repetidamente em fazê-lo”, disse a Seacrest em comunicado na Noruega em 6 de janeiro.
No documento, a Seacrest informou que em 16 de abril de 2024 havia enviado carta à Petrobras com pedido de indenização de US$ 38,78 milhões. O valor é relativo a supostos “danos sofridos” pela companhia. Em 13 de dezembro do ano passado, em outra carta à estatal, a petroleira norueguesa atualizou o valor da indenização para US$ 71,2 milhões.
A Seacrest é uma empresa norueguesa com sede nas Bermudas e ações listadas na Bolsa de Oslo, na Noruega. A Seacrest começou operações no Brasil em 2020, quando adquiriu da Petrobras 27 campos de petróleo do Polo Cricaré e, em 2022, expandiu o negócio com a compra dos campos do Polo Norte Capixaba. A produção da Seacrest no país é 8 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia).
Segundo o processo na Justiça, ao qual o Valor teve acesso, a Seacrest alegou que o contrato de venda dos ativos obrigava a Petrobras a reparar dutos submarinos do Terminal Norte Capixaba, instalação que escoa e armazena a produção de Norte Capixaba e Cricaré. Os consertos deveriam ser concluídos “preferencialmente” até o fechamento da venda dos ativos, afirmaram fontes a par do tema. Se os reparos não fossem finalizados até a conclusão do negócio, a Seacrest aguardaria medidas de “mitigação de danos”, o que nunca ocorreu, segundo a empresa, que no processo é representada pelo escritório de advocacia Mattos Filho.
Sem solução para o impasse, a Seacrest buscou sustar o pagamento dos US$ 70,5 milhões. A empresa conseguiu uma primeira liminar no plantão judiciário de 26 de dezembro de 2024, que impediu a estatal de tomar qualquer ação, por 30 dias, da cobrança dos US$ 70,5 milhões. Em 27 de janeiro, a Seacrest afirmou em comunicado que sofreu “danos cumulativos” com a falta dos reparos no oleoduto pela Petrobras: “A falha da Petrobras em cumprir suas obrigações e reparar os oleodutos forçou a companhia a vender uma mistura fora das especificações de sua produção com descontos significativos para o Brent”, disse a Seacrest. Com preços de venda menores, a Seacrest perdeu receita e repassou menos royalties a municípios, ao Espírito Santo e à União, disseram fontes.
Na noite da quarta-feira (8), a Seacrest obteve uma segunda decisão, desta vez da 11ª Vara Cível da Comarca da Capital, que ampliou o escopo da primeira liminar: manteve suspenso o pagamento dos US$ 70,5 milhões e impediu que a Petrobras a incluísse em cadastros de inadimplentes, públicos ou privados, além de aplicar penalidades contratuais, declaração de vencimento antecipado de obrigações ou medidas que caracterizem mora ou “default”.
Procurada, a Petrobras afirmou, em nota, que está adotando as medidas contratuais e legais cabíveis para a defesa dos interesses da companhia no processo e “para a cobrança dos valores determinados e incontestavelmente exigíveis da Seacrest pelo não cumprimento de obrigação contratual de pagamentos relacionados à venda de campos terrestres no Polo Cricaré e Polo Norte Capixaba.” Sobre os reparos dos oleodutos, a Petrobras disse que “está cumprindo a obrigação contratual, executando os serviços previstos. Eventuais pleitos da Seacrest são analisados e, em caso de desacordo, acionados os mecanismos previstos no contrato, no caso a arbitragem.” Procurada, a Seacrest não comentou até o fechamento desta edição.
Valor - SP 14/01/2025
Pós convite para integrar Opep+, país tenta entrar em órgão internacional de energia limpa
Ministro Alexandre Silveira: não há contradição em buscar as duas cooperações internacionais, e sim convergência — Foto: Divulgação/Irena
Ainda que pareçam campanhas opostas, o Brasil tem buscado participar tanto de grupos a favor dos combustíveis fósseis quanto das iniciativas que pregam as energias renováveis e a descarbonização.
No sábado (11), o Ministério de Minas e Energia (MME) informou a retomada do processo de adesão do país à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), sediada em Abu Dhabi. A organização, formada por 169 países além da União Europeia, promove a cooperação internacional para adoção sustentável de diferentes formas de energia renovável, como solar, eólica, biomassa e hidrelétrica.
Na outra face, o Brasil foi convidado, em novembro de 2023, a aderir ao grupo de aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), sem participar dos acordos de cotas de produção.
O debate sobre a convivência de fósseis e renováveis no Brasil tem ganhado força à medida que se aproxima a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em novembro, em Belém (PA). A discussão é alimentada pelo fato de a Petrobras estar aguardando, desde 2023, o licenciamento ambiental, por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), para explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas, a 175 quilômetros da costa do Amapá, que faz parte da Margem Equatorial.
A exploração da Foz do Amazonas enfrenta resistências dentro do governo, em especial da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, e do próprio Ibama. Oficialmente, a ministra e órgão têm dito que o tema será tratado tecnicamente. Em novembro, a Petrobras recorreu a mais uma resposta negativa por parte do órgão ambiental para iniciar a atividade na região.
Debate sobre convivência de fósseis e renováveis no Brasil ganha força com COP30 no país
Ao participar da assembleia anual da Irena em Abu Dhabi no domingo (12), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ao Valor que não há contradição em buscar as duas cooperações internacionais. Na visão do ministro, há convergência: “Temos que investir na pluralidade e conciliar as diferentes fontes.” Silveira cumpriu agenda nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita para encontros com representantes do setor de hidrocarbonetos, incluindo a saudita Aramco, e lideranças da Irena. Silveira também se reuniu com Mubadala, dos Emirados Árabes, que atua em diversas frentes no Brasil, incluindo a Acelen, dona da Refinaria de Mataripe (BA).
“A Aramco tem um modelo para que a gente possa ajudar a implementar de forma global a descarbonização do processo de produção de petróleo”, disse Silveira, que completou: “O petróleo tem que ser olhado desde a produção até o consumo. O Brasil, liderando países do Sul global, tem feito investimentos para que a mudança [em busca da descarbonização] se dê o mais rápido possível. Há uma omissão clara dos países desenvolvidos e industrializados.”
A eventual entrada do país na Opep está em fase de análise pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A adesão à Irena, que Silveira diz esperar seja aprovada antes da COP30, entrará em fase burocrática de documentos. A Irena não deu data para a entrada definitiva do Brasil no grupo e disse que o procedimento leva tempo. O diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, tem previsão de visitar o Brasil em fevereiro.
“Nossa possível entrada na Opep é para termos acesso a diferentes ideias de descarbonização”, disse Silveira. “Sem desenvolvimento econômico não há solução para as graves demandas sociais. E sem sustentabilidade não há solução para o desenvolvimento econômico perene”, disse o ministro.
Sobre a aprovação da licença do Ibama para exploração de petróleo na Foz do Amazonas, Silveira reafirmou a expectativa de que a situação se encaminhe este ano. Na visão dele, uma possível aprovação não geraria danos à realização da COP30: “O Brasil tem a legislação ambiental mais rigorosa do mundo. Quero acreditar que, atendidos os requisitos legais, não há motivo [para negar a licença].”
A jornalista viajou a convite da Irena
Petro Notícias - SP 14/01/2025
Agora faltam poucos dias para que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assuma o cargo mais importante do Globo. Dia 20 é logo ali e, depois dele, muita coisa no mundo vai mudar. Por aqui nos Estados Unidos, muito mais. Mas os reflexos dessas mudanças serão as sementes de um novo ciclo global. No campo do petróleo, o Texas, maior produtor de petróleo da América, parece estar com aquele frio na barriga à espera da posse. Durante a campanha Trump sempre disse: “perfurar, baby, perfurar” e é o que promete repetir no primeiro dia de sua próxima administração. Ele quer, como diz seu site, que os EUA sejam “o produtor de energia dominante no mundo, de longe”. No início deste ano, a Texas Oil & Gas Association, o principal grupo industrial do estado, relatou que o Texas forneceu 42% do petróleo do país em 2023. O Texas quebrou recordes no ano passado, quando os operadores perfuraram quase 2 bilhões de barris de petróleo e 12 trilhões de pés cúbicos de gás natural. E foi um ano de destaque para o petróleo e gás nos EUA, que produziram 12,9 milhões de barris de petróleo por dia. O recorde anterior era de 12,3 milhões de barris de petróleo por dia em 2019. A Energy Information Administration já está projetando que as empresas produzirão em média 13,2 milhões de barris por dia este ano e 13,7 milhões de barris por dia em 2025.
Nenhum outro país chega perto de produzir a quantidade de petróleo que os Estados Unidos produzem. A Rússia, o segundo maior produtor do mundo, estimou cerca de 9 milhões de barris por dia no mês de junho, em 2024. Mas, nem sempre foi assim. Durante a década de 1990 e o início dos anos 2000, os EUA ficaram atrás da Arábia Saudita e da Rússia. Em 2018, assumiram a liderança. De acordo com alguns analistas da indústria aqui nos Estados Unidos, o Texas está novamente pronto para contribuir com bilhões de galões de petróleo este ano. E no próximo. E no seguinte. Vários fatores influenciam a quantidade que as empresas de petróleo e gás devem fornecer em qualquer ponto para atender à demanda, mas não há dúvida de que a indústria está repleta de petróleo, dizem os analistas. E embora o presidente Trump possa estar encorajando mais perfurações, sempre será o mercado que definirá os padrões de produção. No entanto, a indústria acolheria com satisfação menos regulamentação, o que seria mais provável em qualquer administração republicana. O governo Biden orquestrou ações que seria “para combater as mudanças climáticas”, incluindo regras federais para reduzir as emissões de metano, bloqueando mais do que meio milhão de hectares federais no Alasca para perfuração, interrompendo temporariamente as exportações de gás natural liquefeito, apontando um “lagarto do deserto” como ameaçado de extinção e protegê-lo dela. Nem assim, disseram os analistas, nenhuma das medidas impactou significativamente a produção. O lagarto que já nem era conhecido, mesmo depois disso, continuou desconhecido.
As medidas mesmo só serviram para azedar o relacionamento com a indústria de petróleo e do gás. Assim como aí no Brasil, os “ambientalistas” de plantão, sempre querem salvar o mundo tentando atrapalhar o progresso. O atraso da exploração da Margem Equatorial brasileira que o diga. Eles são “mestres” nas políticas que prejudicam a produção. Em contraste, Trump prometeu eliminar quaisquer obstáculos à perfuração. A maior parte do petróleo do estado vem da Bacia do Permiano, uma área de 75.000 milhas quadradas entre o Texas e o Novo México, onde os maiores nomes da indústria de energia — incluindo Chevron, ExxonMobil e ConocoPhillips — estão perfurando. A parte do Texas na Bacia do Permiano é de propriedade do estado e de proprietários privados, de acordo com o Federal Reserve Bank of Dallas. Restrições federais à perfuração afetariam principalmente o Novo México, onde metade da produção que ocorre em seu solo é de propriedade federal.
Essas empresas e inúmeras outras bombearam mais petróleo em 2023 do que os nove principais estados produtores do país juntos, mostram os dados do Texas 2036. Os perfuradores extraíram 2 bilhões de barris de petróleo. Os outros estados, que incluem Pensilvânia, Novo México, Oklahoma e Dakota do Norte, bombearam cerca de 1,8 bilhão de barris. Jeremy Mazur, consultor sênior de políticas do Texas 2036, acredita que a magnitude da produção de petróleo e gás vinda do Texas é fora do comum. Só em 2024, o regulador de petróleo e gás do estado aprovou cerca de 4.500 novas licenças de perfuração. Para perfurar no Texas, as empresas devem primeiro buscar aprovação da comissão, que tem 46 dias para aprovar uma solicitação. Não há nenhuma lei federal que limite quantas solicitações a comissão pode aprovar. Um bom exemplo para o IBAMA de Marina Silva que demora mais de dois anos para aprovar uma licença para explorar um campo maduro, que recebeu também uma licença para iniciar a sua exploração.
Investing - SP 14/01/2025
As refinarias chinesas e indianas estão buscando suprimentos alternativos de petróleo, uma vez que as novas sanções impostas pelos EUA aos produtores e navios-tanque russos devem ser as mais eficazes até o momento para conter os embarques para os maiores clientes de Moscou, disseram vários traders na segunda-feira.
Na sexta-feira, o Tesouro dos EUA impôs sanções aos produtores de petróleo russos Gazprom Neft e Surgutneftegaz, bem como a 183 embarcações que transportaram petróleo russo, pois tem como alvo as receitas que Moscou usa para financiar sua guerra com a Ucrânia.
Muitos dos navios-tanque foram usados para transportar petróleo para a Índia e a China, já que as sanções ocidentais e um teto de preço imposto pelo Grupo dos Sete países em 2022 transferiram o comércio de petróleo russo da Europa para a Ásia. Além disso, alguns navios-tanque transportaram petróleo do Irã, que também está sob sanções.
Na segunda-feira, a China reiterou sua oposição às sanções unilaterais dos EUA.
Embora as refinarias chinesas e indianas tenham se adaptado às sanções anteriores, a severidade das novas medidas fez com que elas se voltassem a vendedores de petróleo de países que não têm restrições, elevando os prêmios do óleo produzido no Oriente Médio, África e o Brasil.
Os futuros globais do petróleo Brent também subiram. Na segunda-feira, eles subiram acima de 81 dólares por barril, atingindo o valor mais alto desde agosto. [O/R]
Em um cenário inicial do impacto sobre a atividade de transporte marítimo, cinco navios-tanque sob sanções foram ancorados ao largo da província de Shandong desde sexta-feira, segundo dados de transporte do LSEG Workspace. Outro está a caminho.
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Os comerciantes disseram que os navios não têm permissão para descarregar petróleo depois que o Shandong Port Group proibiu os navios-tanque sob sanções dos EUA de fazer escala em seus portos.
No fim de semana, a nova refinaria chinesa Yulong Petrochemical comprou 4 milhões de barris do carregamento de petróleo Upper Zakum de Abu Dhabi em fevereiro e março da Totsa, o braço comercial da empresa francesa TotalEnergies, disseram os comerciantes.
As cargas são para seu complexo de refino de 400.000 barris por dia (bpd) em Yantai, na província de Shandong, no leste do país, que começou a ser testado em setembro.
A Yulong, que já comprou petróleo bruto russo ESPO Blend, adquiriu petróleo angolano e brasileiro nas últimas semanas, disseram os traders, e está em negociações para comprar mais petróleo da África Ocidental e do Canadá.
A refinaria comprou 2 milhões de barris de petróleo bruto angolano Girassol e Nemba e também 2 milhões de barris de petróleo brasileiro Búzios e Tupi, disseram eles.
As diversas fontes com as quais a Reuters conversou não quiseram ser identificadas, pois não estavam autorizadas a falar com a mídia. A Yulong e a Totsa normalmente não fazem comentários sobre acordos comerciais.
As refinarias indianas, que compraram petróleo do Oriente Médio na semana passada antes do anúncio das sanções, estão procurando mais cargas, disseram os comerciantes.
A empresa indiana Bharat Petroleum Corp Ltd comprou 2 milhões de barris de petróleo bruto de Omã para carregamento em fevereiro da Totsa por meio de uma licitação na semana passada, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto.
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A Índia permitirá que as cargas de petróleo russo reservadas antes de 10 de janeiro sejam descarregadas nos portos, disse a fonte aos repórteres, acrescentando que o fornecimento continuará a fluir durante uma isenção de sanções em vigor até março.
A fonte disse que a Rússia pode aumentar os descontos para as exportações de petróleo para a Índia para cumprir o limite de preço de 60 dólares por barril, permitindo que elas continuem.
A forte demanda está ajudando a Totsa a reduzir o excesso de oferta de petróleo do Oriente Médio, depois de ter acumulado cargas por meio da plataforma de negociação da S&P Global Platts nos últimos quatro meses, disseram os traders.
Os prêmios spot para os tipos de referência do Oriente Médio saltaram mais de 70%, para cerca de 3 dólares por barril na segunda-feira, disseram os traders, atingindo o valor mais alto desde outubro de 2023. [CRU/M]
Os prêmios para os tipos "sweet" também aumentaram, com o petróleo brasileiro para entrega em março sendo negociado a prêmios de mais de 3 dólares por barril em relação ao Brent datado na semana passada, cerca de 2 dólares acima dos níveis observados no início de dezembro, disse um dos traders.
Com o tempo, é provável que o mercado veja um número crescente de intermediários comercializando petróleo da Gazprom Neft e da Surgutneftegaz, e haverá mais pagamentos em iuan por meio do Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS) da China, disse o executivo.
Também foram incluídas no documento de sanção de sexta-feira duas empresas chinesas de logística de petróleo -- a Shandong United Energy Pipeline Transportation Co Ltd e a Guangrao Lianhe Energy Pipeline Conveyor Co -- ambas sediadas na província de Shandong, no leste da China, um centro de refino e o principal destino da China para o petróleo sob sanções.
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Como essas empresas transportam principalmente petróleo de tanques de armazenamento para refinarias domésticas com pagamentos em iuan, haveria pouco impacto das sanções, acrescentou o executivo comercial.
Valor - SP 14/01/2025
Entendimento com a Saudi Aramco prevê transferência de conhecimentos nas áreas de IA, descarbonização da operação, estudo sismológico do fundo do mar e segurança na pesquisa e exploração
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PDS-MG), firmou entendimento com a estatal Saudita Saudi Aramco para transferência de conhecimentos nas áreas de inteligência artificial, descarbonização da operação de óleo e gás, estudo sismológico do fundo do mar e segurança na pesquisa e exploração.
Além dos acordos firmados, a pasta estabeleceu aperfeiçoamento de estudos e projetos de impacto ambiental. A visita de Silveira a Riade tem como objetivo, entre outras coisas, fortalecer a cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil, com a meta de elevar o conteúdo local para pelo menos 40%. O ministro ressaltou a experiência da Arábia Saudita, que já alcançou cerca de 70% de produção local no setor.
“Estamos buscando, em parceria com outros países, mecanismos e tecnologias avançadas, como o acordo firmado com a Saudi Aramco, que prevê a transferência de tecnologia para descarbonizar a produção de petróleo em escala global. É fundamental avançarmos cada vez mais na transição energética, assegurando que ela seja justa, inclusiva e equilibrada. Isso inclui o fortalecimento do conteúdo local, uma prioridade defendida pelo presidente Lula, que contribui para a competitividade das empresas que investem no Brasil, incluindo a Petrobras. Esse fortalecimento é crucial para garantir o suprimento energético diante dos desafios naturais e geopolíticos que afetam o planeta atualmente, sustentando a operação dessa importante indústria”, disse o ministro ao Valor.
A parceria com o país árabe ocorre no contexto de encontros estratégicos do setor de mineração promovido pelo Future Minerals Forum, evento que reúne as principais empresas de mineração do mundo. Silveira destaca que o Brasil voltou a ter diálogo com mundo e ser reconhecido como líder da transição energética.
“Tivemos a experiência no maior complexo portuário, no maior complexo de estaleiros para poder dar manutenção e construir novos navios, valorizando o conteúdo local da indústria de petróleo e gás”, disse. “Acabamos de anunciar, esta semana, que a indústria de petróleo e gás no Brasil foi a que mais contribuiu com o PIB nacional, mais de R$ 10 bilhões arrecadados, graças a uma indústria que é cada vez mais descarbonizada”, acrescenta.
Silveira também esteve em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde anunciou a retomada do processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês). O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro havia interrompido as tratativas para a adesão brasileira.
“Restabelecemos a relação com a Agência Internacional de Energia Renovável, fundamental para projetos de eólica, solar, biomassa, projetos que descarbonizem o planeta e fortaleçam a nova economia. Não há salvação fora dela, que é a economia verde. É o Brasil dialogando com o mundo.”
*O repórter viajou a convite do Future Minerals Forum
Infomoney - SP 14/01/2025
Os contratos futuros de petróleo fecharam novamente em forte alta nesta segunda-feira, 13, ainda repercutindo as novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia e deixando em segundo plano o possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro fechou em alta de 2,93% (US$ 2,25), a US$ 78,82 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,56% (US$ 1,25), a US$ 81,01 o barril.
A commodity alcançou nesta segunda-feira os maiores níveis desde agosto do ano passado. Em resposta às sanções dos EUA – que incluem bloqueios a grandes empresas de petróleo e gás -, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia procurará maneiras de reduzir seus efeitos sobre seu setor.
Os analistas da Citi estimam que as medidas poderiam cortar o fornecimento em 800 mil barris por dia (bpd) no pior cenário, mas, embora seja difícil, a Rússia conseguiria atenuar o impacto para uma perda de 300 mil bpd se operar suas refinarias com mais força.
Há um potencial de aumento dos preços do petróleo após o anúncio das novas sanções, já que a possível queda na oferta cria um risco de alta nos preços, diz o Morgan Stanley. Os analistas do banco agora preveem que o Brent terá uma média de US$ 77,50 o barril no primeiro trimestre e US$ 75 o barril no segundo trimestre, ambos com um aumento de US$ 5 em relação à perspectiva anterior, acrescentando mais evidências à teoria de que 2025 será um ano de alta para o petróleo.
Investidores acompanham também os desdobramentos do possível acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que pode resultar na soltura de 33 pessoas em sua primeira fase, além da retirada gradual das forças de defesa israelenses de Gaza. Todavia, o ministro das Finanças de Israel chamou o possível acordo de “catastrófico” e defendeu “força total” até a rendição do Hamas.
A Tribuna - SP 14/01/2025
Vista como solução logística para evitar o colapso do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), já à beira da saturação devido, principalmente, ao alto fluxo de caminhões com destino ao Porto de Santos, a terceira pista da Rodovia dos Imigrantes, que ligará São Paulo à Baixada Santista, deverá custar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões, com entrega prevista para 2031. Em entrevista concedida durante visita ao Grupo Tribuna, o secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, comentou sobre a obra ligando o Planalto à região, cujo traçado foi divulgado por A Tribuna na última sexta-feira (10), além de falar sobre o túnel imerso Santos-Guarujá, os investimentos na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega e o projeto de concessão das travessias de balsas à iniciativa privada, com a exigência de frota elétrica ao futuro administrador do serviço.
Qual é a previsão de entrega da terceira pista da Rodovia dos Imigrantes?
Na semana que vem, daremos entrada no protocolo para a licença prévia na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), para fazer as medições de campo, poder finalizar o projeto executivo e obter a licença de instalação até o final do primeiro semestre de 2026. Com isso, a gente vai fechar um aditivo contratual com Ecovias, também nesse prazo, para que as obras comecem ainda no segundo semestre de 2026 e fiquem prontas no começo de 2031.
Qual o custo estimado da obra?
A gente imagina que a obra da terceira pista custe em torno de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões.
O senhor pode detalhar o projeto e o aumento da capacidade de fluxo de veículos no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)?
Com a terceira pista, esperamos um aumento de 25% na capacidade do sistema e de 145% no fluxo de veículos comerciais na descida. A pista terá 21,5 quilômetros, sendo 17 quilômetros de túneis — um com 6 quilômetros, o maior do Brasil —, e quatro quilômetros de viadutos. A nova rodovia começará no km 43 da Imigrantes e, na Baixada Santista, será conectada à Cônego Domênico Rangoni no km 265, onde fica a balança.
O objetivo é eliminar os congestionamentos na entrada de Santos e nos acessos às duas margens do Porto de Santos. Com isso se dará na prática?
Esse ponto de conexão com a Cônego tem a mesma distância para as duas margens do Porto de Santos. Então, o caminhão que for para a Direita (Santos) usará a Via Anchieta e o que for para a Margem Esquerda, a nova pista.
Além de mais segura do que as outras rodovias do sistema, com inclinação média de 4%, a Imigrantes 3 será reversível, ou seja, poderá ser usada para a subida ao Planalto. Na prática, quais serão as facilidades?
Hoje, na entrada da Rodovia dos Imigrantes, junta o pessoal que vem de Santos, do Litoral Norte e do Litoral Sul, saindo de sete pistas para três pistas na Serra, virando aquele caos. Na reversão, com essa pista na subida, reduz-se o trânsito e aumenta a fluidez, inclusive na Baixada Santista.
A concessionária Ecovias fará todos os estudos, os projetos funcional, básico e executivo e a obra. O contrato será alterado?
O contrato da Ecovias vai até 2034 e a gente espera que ela entregue a obra antes disso. A gente vai fazer um aditivo para incluir o projeto e obra no contrato para o reequilíbrio econômico-financeiro.
Então o contrato da Ecovias será estendido?
O governador (Tarcísio de Freotas, Republicanos) já falou que quer colocar dinheiro público nessa obra, então, uma parte será financiada com o orçamento estadual e a outra parte pela Ecovias, com extensão de prazo. Lembrando que o fluxo de tráfego também ajudará a pagar a obra.
Uma das premissas do projeto é a redução de impacto ambiental. Como isso se dará na prática?
A ideia é justamente ter o menor impacto possível, tanto ambiental quanto social. Por isso a escolha do traçado, com os 17 quilômetros de túnel e o aproveitamento da estrada de serviço que foi usada para a construção da segunda pista da Imigrantes. Inclusive, vamos diminuir o máximo possível as desapropriações, por isso, a gente chega na balança, que já é uma área da rodovia (Cônego).
Quantos empregos devem ser gerados nessa obra?
Estimo mais de 1 mil empregos gerados na fase de construção.
A terceira pista terá cobrança de pedágio? A conexão no km 43 da Imigrantes é um pouquinho depois da interligação, vai ter outro pedágio?
(O usuário) já vai pagar o pedágio antes de pegar essa nova pista. Então, não.
A via beneficiará o transporte rodoviário de produtos trazidos do Interior para exportação no Porto de Santos?
O principal benefício é trazer os grãos, mas principalmente, o café, por causa da ligação da Rodovia Fernão Dias com o Rodoanel Mário Covas, saindo no Sistema Anchieta-Imigrantes. Poderemos escoar os produtos de Minas Gerais para o Porto de Santos sem precisar atravessar São Paulo, sem entrar na Rodovia Dutra.
O Ministério de Portos e Aeroportos planeja licitar o túnel Santos-Guarujá no fim do ano e o Governo do Estado deseja fazer isso em fevereiro. O projeto está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Como São Paulo pretende antecipar o cronograma?
Pretendemos mostrar ao TCU que o projeto está conforme e, com isso, ganhar a permissão para soltar o processo por aqui (São Paulo). Afinal, quem vai administrar, fiscalizar e regular o túnel, dentro do nosso acordo com o Governo Federal, é o Estado de São Paulo. Isso agilizaria bastante.
Estado e proprietários de imóveis do Macuco, em Santos, chegaram a um consenso sobre uma solução chamada de ‘superquadra’, visando desapropriar o menos possível, e evitar transtornos durante as obras de acesso ao túnel. O que acontece se o TCU rejeitar esse traçado?
A coisa mais importante tanto para o Estado quanto para a Baixada Santista era ter a ligação para a passagem do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O TCU não pode rejeitar questões técnicas, do Executivo, e sim questionar se os valores estão corretos.
Havia sido estipulado um valor de R$ 10,8 mil o metro quadrado do imóvel, que englobaria o valor de mercado imobiliário mais indenização por desapropriação. Esse valor está mantido?
Não, o valor ficou um pouco menos do que isso, por volta de R$ 6 mil a R$ 7 mil o metro quadrado. A gente expandiu a área de pesquisa para chegar a um preço mais justo para a população.
O Estado tem a intenção de arcar com as indenizações, caso o concessionário não possa cumprir com essa obrigação?
Nós colocamos a obrigação dentro do projeto para que o privado tenha o incentivo de fazer as desapropriações o mais rápido possível, começar as obras e receber a remuneração o mais rápido possível. É um alinhamento de interesses importantes.
Quando o Consórcio Litoral, novo concessionário do Lote Litoral, iniciará as obras na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, que englobam duplicação e ciclovias no trecho de Bertioga a Santos e ciclovias nos trechos Itanhaém-Peruíbe e Peruíbe-Miracatu?
A concessionária acabou de assumir e está providenciando o projeto executivo e o licenciamento ambiental. A gente espera que as obras comecem no segundo semestre desse ano.
As travessias litorâneas terão balsas elétricas no processo de concessão?
Fizemos a audiência e a consulta pública e, agora, a gente espera publicar o edital no segundo trimestre e fazer o leilão no terceiro para o novo concessionário assumir no quarto. A ideia é substituir todas as balsas existentes por elétricas, em até cinco anos, nas travessias Santos-Guarujá, Guarujá-Bertioga, Cananeia-Ilha Comprida e São Sebastião-Ilhabela. A empresa terá cinco anos para fazer essa troca e investir nas adequações dos atracadouros, que terão dispositivos de eletricidade para o carregamento das embarcações quando estiverem paradas, durante os embarques de veículos. São quase 100 balsas que serão substituídas, aumentando inclusive a disponibilidade. Na travessia Santos-Guarujá, onde pretendemos manter sete balsas operando, mesmo com o túnel, a disponibilidade por hora de operação aumentará 40%.
As embarcações elétricas também reduzem os impactos ambientais, correto?
Haverá menor emissão de CO2 particulado, menor contaminação do leito, com a eliminação de uso de combustível. Para a população, diminui a exposição ao material particulado, à fumaça, barulho.
Qual é o custo-benefício em comparação às balsas tradicionais?
A balsa elétrica, na verdade custa a mesma coisa do que reformar as antigas. Além, disso, tem um custo menor de operação no longo prazo, porque, hoje, 80% do custo da balsa é diesel. Resumindo, a balsa elétrica traz redução de custo, aumento de eficiência, redução de poluição sonora e de gás carbônico.
Globo Online - RJ 14/01/2025
A nova modelagem prevista no edital de concessão do trecho da BR-040 que liga o Rio de Janeiro a Juiz de Fora poderá elevar o pedágio em 40% e retardar a conclusão de uma obra que já soma 7 anos de atraso, alertam empresários fluminenses.
Nas últimas semanas, um grupo de entidades empresariais encabeçado pela Federação das Indústrias do Rio (Firjan) enviou ofícios para o diretor geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Rafael Vitale, questionando diversos pontos do edital e solicitando uma reunião técnica para discutir soluções para a rodovia, que inclui o trecho da nova subida da Serra de Petrópolis.
A modelagem da nova concessão do trecho da Rodovia BR-040 foi aprovada em novembro pelo Tribunal de Contas da União. O TCU rejeitou um pedido de renegociação do contrato com a atual concessionária, a Concer, que administra o trecho da rodovia desde 1995. Dentre outros pontos, o TCU determinou a realização de novos estudos de demanda e incluiu no projeto a construção de um túnel auxiliar de emergência. Com isso, a previsão de entrega da nova subida da serra ficou para 2031, dentro de um cenário otimista, com uma tarifa inicial de R$ 20. O valor é 38% maior do que o valor pago atualmente pelos usuários.
A Concer tentou repactuar o contrato e propôs entregar a obra em 33 meses, mas não houve acordo.
Além da Firjan, o movimento tem o apoio da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga), do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindaerj), da Associação de Empresários e Amigos da Rua Teresa de Petrópolis e Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (ACEP).
Exame - SP 14/01/2025
O agronegócio de São Paulo registrou um crescimento de 5,8% em 2024, alcançando de US$ 25 bilhões de superávit, segundo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado, divulgados nesta segunda-feira, 13, pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).
De acordo com a pasta, o setor exportou um total de US$ 30,64 bilhões, um aumento de 6,8% em relação a 2023. Por outro lado, as importações somaram US$ 5,65 bilhões, com crescimento de 11,9% no período.
As exportações do agronegócio paulista representaram 43,2% do total embarcado pelo estado, enquanto as importações setoriais corresponderam a 7,4%.
Na balança comercial, os embarques de São Paulo, excluindo o agronegócio, somaram US$ 40,27 bilhões em 2024, enquanto as importações chegaram a US$ 70,19 bilhões, resultando em um déficit comercial de US$ 29,92 bilhões.
Segundo a Secretaria de Agricultura, o déficit no comércio exterior paulista seria ainda maior sem o desempenho positivo do agronegócio, que continua a ser um pilar importante para a balança comercial do estado.
De acordo com o secretário Guilherme Piai, em 2025 o estado de São Paulo deve se consolidar como a maior potência agroambiental do país. No radar, segundo Piai, está o pedido de R$ 1 bilhão em financiamento ao Banco Mundial para o programa "Microbacias III", que será analisado pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex).
"O governo paulista investirá mais ainda em políticas públicas, como irrigação, crédito e seguro rural, regularização ambiental e fundiária, incentivando a produção de alimentos para abastecer o País e preços competitivos no mercado internacional", afirma Piai.
Produtos exportados pelo agro de São Paulo
As exportações do agronegócio de São Paulo em 2024 foram lideradas pelo complexo sucroalcooleiro, que representou 40,1% do total, com receitas de R$ 74,16 bilhões. O açúcar foi o principal produto do setor, correspondendo a 93% desse valor, enquanto o etanol contribuiu com 7%.
O segmento de carnes ocupou a segunda posição, com 11,6% de participação e exportações totalizando R$ 21,52 bilhões, sendo a carne bovina responsável por 84,2% do montante.
Na terceira colocação, os produtos florestais responderam por 10,2% das exportações, com R$ 18,93 bilhões em receitas — a celulose destacou-se, representando 54,9% do setor, seguida pelo papel, com 37,4%.
O grupo de sucos alcançou 9,6% de participação, somando R$ 17,78 bilhões, com o suco de laranja dominando o segmento e representando 98,1% das exportações.
O complexo soja respondeu por 7,4% do total, com R$ 13,68 bilhões, sendo a soja em grão responsável por 78,9% do valor exportado.
Tradicionalmente relevante, o grupo de café ocupou a sexta posição, com vendas totais de R$ 7,71 bilhões. Deste valor, 71% corresponderam ao café verde, enquanto 24,8% foram de café solúvel — os cinco principais grupos de produtos representaram 78,9% das exportações setoriais paulistas.