Clipping Diário

28 | Fevereiro | 2025

SIDERURGIA

Money Times - SP   28/02/2025

A Justiça de Minas Gerais determinou nesta quinta-feira um salto na multa diária que a CSN (CSNA3) foi condenada a pagar por não ter se desfeito até meados do ano passado de ações da rival Usiminas (USIM5), segundo decisão judicial vista pela Reuters.

O caso, que tramita sob segredo de Justiça, remonta à década de 2010, quando a CSN começou a montar uma participação relevante na Usiminas, algo que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou ao determinar a venda dos papéis da companhia mineira detidos pelo grupo de Benjamin Steinbruch.

Pela decisão desta quinta-feira, a multa diária de R$ 100 mil que a CSN incorre por não ter reduzido sua participação na Usiminas para no máximo 5% até meados do ano passado foi elevada em 10 vezes durante os próximos 90 dias.

Se ao final deste período a CSN não tiver cumprido a ordem de reduzir sua participação na Usiminas, o valor da multa vai ser novamente multiplicado por 10, passando para R$10 milhões diários, durante os 90 dias seguintes.

Assim, o valor da penalidade passaria de R$1 bilhão ao final do período, considerando ainda outros valores que a CSN já foi condenada a pagar anteriormente. A multa terá que ser depositada em juízo, segundo a decisão judicial.

A CSN tem cerca de 13% de participação na Usiminas, empresa cujo valor de mercado atualmente é de cerca de R$7,4 bilhões, segundo dados da LSEG.

“Está claro que a executada (CSN) não pretende cumprir de forma espontânea a obrigação estipulada administrativamente ou pela sentença, de forma que a multa diária fixada, no valor de R$100 mil, se tornou insuficiente”, afirmou o juiz federal substituto Robson de Magalhães Pereira, da 11ª vara federal civil de Belo Horizonte, segundo o documento visto pela Reuters.

Procurada, a Usiminas, autora da ação que gerou a ordem de venda das ações pela CSN, não comentou o assunto. A CSN não se manifestou ao ser procurada pela Reuters nesta quinta-feira.

As ações preferenciais da Usiminas eram cotadas a R$6,01 às 16h53, horário de Brasília. Já os papéis ordinários, de baixa liquidez, eram negociados a R$5,89.

A CSN publicou em 27 de janeiro de 2011 que tinha atingido participação de 5,03% das ações ordinárias da Usiminas e 4,99% das preferenciais e sinalizou na ocasião que poderia chegar a mais de 10% de cada classe. Na época, os papéis eram negociados a R$17,31 e R$14,28, respectivamente.

“Entendo que nenhum nexo de causalidade haveria entre eventual prejuízo sofrido pela CSN e a determinação contida na sentença, pois decorreria de seu próprio comportamento em resistir por mais de 10 anos em cumprir, de forma espontânea e planejada, a redução da participação acionária a que está obrigada, prazo mais que suficiente para que pudesse ter evitado qualquer prejuízo”, disse o juiz na decisão desta segunda-feira.

A sentença da justiça de Minas Gerais veio depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu em dezembro de R$5,5 bilhões para R$3,5 bilhões o valor de uma indenização que a Ternium, atualmente uma das controladoras da Usiminas, tem que pagar à CSN. Essa indenização refere-se à não realização pela Ternium de uma oferta pública de aquisição das ações da siderúrgica mineira detidas pelos acionistas minoritários quando a empresa entrou no grupo de controle da Usiminas em 2011.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2025

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vai conversar nesta sexta-feira, 28, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.

A informação foi antecipada pelo G1 e confirmada pelo Estadão/Broadcast com pessoas a par do assunto. O encontro com o representante de Donald Trump deve ocorrer virtualmente, e a pauta, embora não tenha sido antecipada, deve incluir a já anunciada taxação extra para o aço e o alumínio.

Outras tarifas que podem impactar diretamente produtores brasileiros, como uma sobretaxa sobre o etanol, ainda não foram confirmadas oficialmente, embora a gestão do republicano já tenha sinalizado sua preocupação com a entrada do produto nos Estados Unidos.

Lutnick foi confirmado no cargo na semana passada pelo Senado americano. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo brasileiro aguardava algumas confirmações de indicados por Trump a postos na gestão americana para intensificar as negociações tarifárias com os Estados Unidos.

Somente nesta semana, por exemplo, foi aprovada a indicação de Jamieson Greer como Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), nome que trabalhará com Howard Lutnick na agenda de comércio de Trump.

Alckmin tem pregado o diálogo frente às ameaças do republicano sobre o comércio mundial. Na semana passada, ele reforçou que o Brasil buscaria os Estados Unidos para negociar uma saída à aplicação de tarifas que impactem a exportação de produtos brasileiros. Ele tem defendido a saída negociada pelo País em 2018 com os Estados Unidos, quando os brasileiros escaparam de uma sobretaxa sobre o aço exportando dentro de cotas para os americanos.

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2025

O discurso duro do presidente Trump sobre a China geralmente se concentra nas tarifas. Porém, uma análise mais detalhada das decisões que ele tomou desde que assumiu o cargo mostra que o presidente está considerando um conjunto muito mais amplo de restrições econômicas a Pequim, que podem acelerar a separação dos Estados Unidos de um parceiro comercial fundamental.

Até o momento, o governo Trump propôs a expansão das restrições aos investimentos que fluem entre os Estados Unidos e a China. Ele nomeou autoridades que, devido a preocupações com a segurança nacional, provavelmente pressionarão por mais restrições aos investimentos chineses e às vendas de tecnologia para a China. E Trump introduziu uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas, uma medida que ele chamou de “salva de abertura”.

Após anos em que autoridades de ambos os partidos reduziram gradualmente o relacionamento econômico dos Estados Unidos com a China, as medidas de Trump sugerem que ele está preparado para cortar os laços de forma mais agressiva.

Samm Sacks, membro sênior do Centro Paul Tsai China da Faculdade de Direito de Yale, disse que o memorando de investimento que o governo emitiu na sexta-feira parecia “um chamado para concluir a tarefa inacabada de desfazer totalmente os laços comerciais com a China”.

“Até agora, os pragmáticos prevaleceram na obtenção de uma versão mais restrita da dissociação”, disse Sacks.

Os pronunciamentos podem ser “uma ferramenta de barganha” para que Trump dê início às negociações com o líder chinês, Xi Jinping, disse Sacks. “Mas, se isso fracassar ou não der certo - o que provavelmente é o mais provável -, vejo isso como o plano para concluir o trabalho de dissociação.”

O principal fator de incerteza sobre até onde os Estados Unidos irão parece ser o próprio Trump. O presidente está interessado em potencialmente fechar um acordo com Xi, em parte devido ao fato de a China não ter cumprido os termos de um acordo que os dois líderes assinaram no início de 2020. Conselheiros atuais e antigos dizem que Trump tem uma visão mais transacional de questões como o investimento chinês do que muitos de seus conselheiros mais agressivos, uma posição que poderia resultar na continuidade dos laços econômicos em troca de um acordo que ele considera benéfico para os Estados Unidos.

Em seu discurso no Salão Oval na quarta-feira, Trump disse que tinha um “ótimo relacionamento” com Xi e expressou seu apoio aos investimentos chineses nos Estados Unidos.

“Queremos que eles venham e invistam. Vejo muitas coisas dizendo que não queremos a China neste país desta vez, certo? Queremos que eles invistam nos Estados Unidos. Isso é bom. É muito dinheiro entrando, e nós investiremos na China. Faremos coisas com a China”.

“Teremos um bom relacionamento com a China, mas eles não poderão se aproveitar de nós”, acrescentou.

Trump expressou seu apoio a investimentos estrangeiros nos Estados Unidos que outros republicanos consideram questões de segurança nacional, como uma proposta da Nippon Steel do Japão para investir na U.S. Steel, ou um resgate da TikTok. E, durante a campanha, Trump disse que daria as boas-vindas às empresas chinesas que construíssem fábricas de automóveis nos Estados Unidos, desde que contratassem localmente.

“Vou dizer a eles que se quiserem construir uma fábrica em Michigan, Ohio, Carolina do Sul, eles podem - usando trabalhadores americanos, eles podem”, disse o presidente em um comício em Dayton, Ohio, em março passado.

Durante seu primeiro mandato, Trump desistiu de um plano que teria paralisado a ZTE, uma fabricante chinesa de eletrônicos, depois que Xi ajudou a garantir uma reunião entre Trump e o presidente Kim Jong-un da Coreia do Norte.

Os assessores de Trump dizem que o presidente pode continuar a aumentar a pressão sobre Pequim, já que ele pode ver isso como uma forma de forçar as autoridades chinesas a fazer concessões. Como resultado, as tensões comerciais podem aumentar nos próximos meses.

Trump, que atingiu a China com tarifas durante seu primeiro mandato, impôs uma taxa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas neste mês. O motivo, segundo ele, foi que Pequim não estava fazendo o suficiente para limitar o fluxo de drogas para os Estados Unidos. A China respondeu com suas próprias tarifas sobre as importações americanas. Ela também restringiu a exportação de certos minerais essenciais e iniciou uma investigação antimonopólio sobre o Google.

Um memorando comercial assinado pelo presidente em seu primeiro dia no cargo instruiu seus assessores a estudar outras medidas significativas contra a China, como a revogação das relações comerciais normais permanentes que os Estados Unidos estenderam à China antes de seu ingresso na Organização Mundial do Comércio. Na sexta-feira, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos disse que estava avançando com um caso comercial destinado a proteger o setor de construção naval dos EUA contra a concorrência chinesa.

A equipe de Trump também está discutindo maneiras de reforçar os controles de exportação dos EUA, inclusive corrigindo brechas percebidas nas regulamentações sobre chips e equipamentos de fabricação de chips. As autoridades de Trump se reuniram recentemente com seus homólogos no Japão e na Holanda para discutir a cooperação para manter a tecnologia fora da China, dando continuidade às reuniões regulares do governo Biden, disseram pessoas familiarizadas com o incidente.

As nomeações de pessoal também apontam para uma postura mais rígida em relação ao investimento chinês e às vendas de tecnologia. Dentro do Departamento de Comércio, que lidera os esforços para limitar as vendas de tecnologia para a China, o governo Trump recentemente demitiu vários funcionários de longa data, incluindo Matthew S. Borman, ex-subsecretário adjunto para administração de exportações, em favor de novas nomeações. Um indicado para secretário assistente de comércio, Landon Heid, defendeu restrições mais rígidas às vendas para empresas de tecnologia chinesas quando estava no Departamento de Estado.

Em termos de investimento, a diretriz de Trump foi um memorando presidencial e não uma ordem executiva, o que significa que não afetou imediatamente nenhuma política. No entanto, em termos gerais, ela instruiu o Departamento do Tesouro e outras agências a estabelecerem novas regras para impedir que empresas e investidores dos EUA façam investimentos que ajudem os avanços militares da China e para impedir que pessoas afiliadas à China “comprem empresas e ativos americanos essenciais”.

O memorando dizia que o governo Trump criaria um “processo acelerado” para investimentos de aliados dos EUA e que os Estados Unidos acolheriam todos os investimentos “passivos” de estrangeiros, ou seja, investimentos nos quais eles não têm participação de controle ou influência gerencial.

Mas propôs restrições mais severas a determinados adversários estrangeiros, como a China, que, segundo o documento, estavam investindo sistematicamente nos Estados Unidos para obter tecnologia, propriedade intelectual e alavancagem em setores estratégicos como agricultura, minerais e transporte.

O memorando dizia que o governo Trump expandiria as autoridades do Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, ou CFIUS, um órgão que analisa os investimentos recebidos em busca de ameaças à segurança nacional, para incluir o “investimento greenfield” - novas instalações construídas do zero. Ele também ordenou que o CFIUS parasse de usar acordos de “mitigação”, nos quais as empresas fazem mudanças na propriedade ou na tecnologia para tentar diminuir as preocupações com a segurança nacional e permitir que as aquisições sejam realizadas.

Trump instruiu seus assessores a considerar a ampliação das restrições às tecnologias emergentes, bem como a aplicação de limites a mais tipos de investimentos, como fundos de pensão e fundos patrimoniais de universidades. Ele também ordenou que eles analisassem a estrutura especial que as empresas chinesas normalmente usam para se listar nas bolsas de valores dos EUA, o que, segundo os críticos, limita os direitos de propriedade e as proteções para os investidores americanos.

Os críticos dizem que os fluxos de investimento entre os países ajudaram o governo e as forças armadas chinesas, inclusive financiando atividades contrárias à segurança nacional dos EUA e ajudando o fluxo de tecnologia dos EUA para a China.

A Coalition for a Prosperous America (Coalizão para uma América Próspera), um grupo comercial que apoia medidas protecionistas, elogiou o memorando presidencial. Em uma declaração, ela disse que o dinheiro dos investidores americanos permitiu que a China “financiasse seu genocídio patrocinado pelo Estado, sua agressão militar, seu aparato estatal de vigilância e outras atividades malignas”.

Roger Robinson Jr., conselheiro sênior do grupo, chamou a declaração de “um avanço histórico”.

“Esperamos que o Congresso faça sua parte ao tornar ilegais várias práticas de investimento imprudentes e indefensáveis de Wall Street que beneficiam os maus atores corporativos controlados pelo Estado chinês em nosso detrimento”, disse Robinson.

Mas alguns analistas disseram que o impacto econômico poderia ser limitado e que a ordem poderia estar sujeita a contestações legais.

Ling Chen, professora da Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins, em Washington, disse que o investimento chinês nos Estados Unidos já havia caído drasticamente desde 2017. Como resultado, disse ela, não espera muita flutuação ou muita influência sobre a China.

“Não espero ver nenhuma mudança surpreendente na tendência geral”, disse ela.

Jim Secreto, ex-conselheiro de segurança de investimentos do Departamento do Tesouro, disse que algumas das ideias do memorando, como revisões de projetos greenfield, “ultrapassam as autoridades existentes da CFIUS e podem ser contestadas no tribunal”.

“O governo Trump seria sábio se procedesse com cuidado para evitar desafios de implementação que poderiam acabar prejudicando a segurança nacional”, disse Secreto.

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2025

As contas do Governo Central registraram superávit primário em janeiro. Neste mês, a diferença entre as receitas e as despesas ficou positiva em R$ 84,882 bilhões. O resultado sucedeu o superávit de R$ 24,026 bilhões em dezembro.

O saldo em janeiro — que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — foi o melhor desempenho em termos reais para o mês desde janeiro de 2023 — a série histórica do Tesouro, iniciada em 1997. Em janeiro de 2024, o resultado havia sido positivo em R$ 79,462 bilhões.

O resultado do primeiro mês do ano veio abaixo da mediana das estimativas das instituições consultadas pelo Estadão/Broadcast, que era de superávit de R$ 87,35 bilhões. O intervalo das estimativas, todo positivo, variava de R$ 67,080 bilhões a R$ 97,500 bilhões.

Em janeiro, as receitas tiveram alta de 3,5% em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas subiram 4,4% em janeiro, já descontada a inflação, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 12 meses até janeiro, o Governo Central apresenta déficit de R$ 42,2 bilhões, equivalente a 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB). Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos.

No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, as despesas obrigatórias somaram 17,12% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias (não obrigatórias) do Executivo alcançaram 1,56% em relação ao PIB no mesmo período.

Para 2025, o governo almeja um resultado primário neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 31 bilhões. O limite de despesas para 2025 é fixo em R$ 2,249 trilhões neste ano.

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2025

O Brasil teve déficit de US$ 8,655 bilhões na conta corrente em janeiro, informou o Banco Central nesta quinta-feira, 27. Em dezembro, o déficit foi de US$ 9,033 bilhões.

O rombo de janeiro esteve alinhado ao que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, negativa em US$ 8,50 bilhões. O intervalo das estimativas, todas deficitárias, ia de US$ 10,7 bilhões a US$ 7,4 bilhões.

O déficit de janeiro foi o maior para o mês desde 2020, quando as transações correntes tiveram saldo negativo de US$ 10,777 bilhões. No acumulado de 12 meses, o rombo passou de 2,79% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro para 3,02%, o maior nível desde setembro de 2022.

A balança comercial teve superávit de US$ 1,223 bilhão no mês passado, segundo a metodologia do BC. A conta de serviços teve déficit de US$ 4,552 bilhões. A conta de renda primária ficou negativa em US$ 5,613 bilhões, e a conta financeira, negativa em US$ 9,976 bilhões.

O BC espera um déficit de US$ 58,0 bilhões nas transações correntes este ano, o equivalente a 2,7% do PIB, segundo o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Dívida externa

O Banco Central estima que a dívida externa brasileira atingiu US$ 350,349 bilhões em janeiro. A dívida externa era de US$ 345,964 bilhões em dezembro, calcula a autarquia.

A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 262,398 bilhões em janeiro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 87,951 bilhões.

Já a conta de viagens internacionais teve déficit de US$ 979 milhões em janeiro. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram no exterior e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil. Em janeiro de 2024, o déficit nessa conta foi de US$ 865 milhões.

Os brasileiros gastaram US$ 1,784 bilhão no exterior no mês passado. Os gastos dos estrangeiros com viagens ao Brasil ficaram em US$ 805 milhões.

A conta de viagens internacionais teve déficit de US$ 12,330 bilhões em 2024.

IstoÉ Dinheiro - SP   28/02/2025

O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou no quarto trimestre, confirmou o governo nesta quinta-feira, 27, e a perda de ímpeto parece ter persistido no início deste trimestre em meio a temperaturas frias e preocupações de que as tarifas prejudiquem os gastos por meio de preços mais altos.

O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anualizada de 2,3% no último trimestre, depois de acelerar a um ritmo de 3,1% no trimestre de julho a setembro, informou o Escritório de Análise Econômica do Departamento de Comércio em sua segunda estimativa do PIB para o quarto trimestre nesta quinta-feira.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB dos EUA não fosse revisado. O dado foi revisado para cima em menos de 0,1 ponto percentual, o que, após o arredondamento, correspondeu à taxa de 2,3% estimada no mês passado.

Os aumentos nos gastos do governo e nas exportações foram parcialmente compensados por revisões para baixo nos gastos do consumidor e nos investimentos. No entanto, os gastos com consumo, que representam mais de dois terços da economia, cresceram a uma taxa de 4,2% no último trimestre, após o arredondamento, igualando o ritmo estimado anteriormente.

PIB no ano

A economia cresceu 2,8% em 2024, após uma expansão de 2,9% em 2023.

Ela está expandindo bem acima da taxa de 1,8% que as autoridades do Federal Reserve consideram como o ritmo de crescimento não inflacionário.

No entanto, há sinais de que a expansão esfriou ainda mais no início do primeiro trimestre.

As tempestades de neve e as temperaturas frias fora de época que cobriram muitas partes do país em janeiro pesaram sobre as vendas no varejo e o mercado imobiliário, além de terem restringido o crescimento do emprego.

As tarifas sobre as importações, já impostas ou planejadas pelo presidente Donald Trump em seu primeiro mês no cargo, corroeram a confiança dos consumidores e das empresas. Aumentam os temores de que as tarifas aumentem os preços dos produtos e limitem a capacidade do Federal Reserve de continuar reduzindo a taxa de juros.

Os esforços do governo Trump para cortar gastos e reduzir o governo, que resultaram em demissões sem precedentes de funcionários federais, também são vistos como um risco para os gastos, o principal motor da economia. Fornecedores federais também foram afetadas pelos cortes de gastos.

Uma medida da demanda doméstica, as vendas finais para compradores domésticos privados – excluindo estoques, comércio e governo – aumentaram a uma taxa de 3,0%. Estimava-se anteriormente que as vendas finais privadas tivessem crescido 3,2%.

O índice de preços PCE, excluindo alimentos e energia, aumentou em um ritmo revisado para cima de 2,7%, de 2,5% informados antes. O núcleo do PCE é uma das medidas de inflação monitoradas pelo banco central dos EUA para sua meta de 2%.

O Banco Central dos EUA, o Fed, parou de cortar as taxas de juros em janeiro, tendo reduzido sua taxa de referência em 100 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%, desde setembro.

Agência Brasil - DF   28/02/2025

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado para reajustar alguns contratos de aluguel, registrou inflação de 1,06% em fevereiro deste ano. O resultado ficou acima do mês anterior (0,27%). Em fevereiro do ano passado, o IGP-M teve uma deflação (queda de preços) de 0,52%. Informação foi divulgada hoje, (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com o resultado de fevereiro, o IGP-M acumula taxa de inflação de 8,44% em 12 meses, bem acima da taxa acumulada em fevereiro de 2024 (-3,76%).

O avanço da taxa de inflação de janeiro para fevereiro foi puxado pelos preços no atacado e no varejo. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), subíndice que analisa o atacado, passou de 0,24% em janeiro para 1,17% em fevereiro.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que analisa o varejo, subiu de 0,14% para 0,91% no período.

Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) foi o único subíndice componente do IGP-M que apresentou queda da taxa de inflação, ao passar de 0,71% em janeiro para 0,51% em fevereiro.

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2025

Preocupado com a perda de popularidade, o presidente Lula da Silva editará uma medida provisória (MP) autorizando que trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) possam retirar o saldo remanescente do fundo em caso de demissão. Integrantes do governo afirmaram ao Estadão/Broadcast que a MP deve liberar algo entre R$ 10 bilhões e R$ 13 bilhões na economia.

Instituída pela Lei 13.932, de 2019, no governo de Jair Bolsonaro, a modalidade saque-aniversário permite o resgate anual de parte do saldo do fundo, mas, se for demitido sem justa causa, o trabalhador fica impedido de retirar o saldo não sacado. Defensor ardoroso do fim do saque-aniversário, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, teve de recuar de seus planos iniciais, dado que a modalidade caiu no gosto popular.

Nada mais justo que trabalhadores tenham acesso aos recursos que acumulam de forma compulsória no FGTS. Mas a celeuma em torno do saque-aniversário é apenas o sintoma de uma enfermidade que acomete as gestões petistas: o estímulo ao crédito para acelerar a economia. O presidente tem reiterado que vem aí o “maior programa de crédito do País”, em alusão a uma nova modalidade de consignado privado com juros mais baixos, o famoso barato que sai caro.

Embora Lula da Silva queira fazer o brasileiro consumir, tudo o que o Brasil não necessita neste momento é de medidas de caráter pró-cíclico. Se o País estivesse atravessando uma crise, tal qual como ocorreu à época da pandemia de covid-19 ou, antes, em 2008, quando problemas no mercado imobiliário dos Estados Unidos arrastaram o mundo para uma das piores recessões já vistas, medidas de estímulo ao crédito teriam sua razão de ser.

Mas não é esse o caso. A economia brasileira está aquecida, o desemprego está em níveis historicamente baixos e os juros estão acima de dois dígitos justamente para mitigar a inflação. Nesse contexto, o Banco Central parece ser o único ator comprometido com o combate à inflação, que não cede porque o governo é movido à gastança.

A gestão Lula da Silva agora quer dificultar ainda mais a já difícil missão do Comitê de Política Monetária (Copom). Ao optar por mais crédito e injetar dinheiro na economia liberando FGTS, o governo acaba por garantir que a Selic, que já se encontra em patamar elevado, permaneça acima de dois dígitos por tempo prolongado. Ao contrário do que proclamou Lula recentemente, nem a macroeconomia é uma “bobagem”, nem a ilusão do dinheiro fácil salvará os pobres.

Mas Lula é teimoso, razão pela qual os preços continuarão sua trajetória de alta e a população vai se endividar mais, como acontece sempre que o PT aplica suas teorias econômicas. Enquanto isso, os juros altos, que lá estão porque o governo detesta austeridade, vão garantir que a relação dívida/PIB, que encerrou 2024 em 76,1%, seguirá subindo.

Pode até ser que, no curtíssimo prazo, a festança do crédito barato e da liberação do FGTS renda alguma simpatia popular para este combalido governo, mas o custo disso será muito alto para o País.

IstoÉ Dinheiro - SP   28/02/2025

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Filadélfia, Patrick Harker, reforçou que a política monetária dos EUA segue “restritiva o suficiente para continuar colocando pressão descendente sobre a inflação no longo prazo”. Em discurso na Universidade de Delaware, ele destacou que, apesar do progresso em direção à meta de 2% de inflação ter “desacelerado” nos últimos meses, a cautela é essencial. “Precisamos olhar todos os dados e não ser movidos a agir, em qualquer direção, com base em um relatório de um mês”, afirmou.

Harker ressaltou que o Fed está atento aos dados e pronto para reagir na política monetária “se for preciso”. Ele citou que mudanças em políticas nos EUA e em outros lugares do mundo podem afetar a dinâmica da inflação, mas defendeu que a política monetária atual não está impactando negativamente a economia. “Devemos deixar a política monetária continuar a trabalhar”, disse.

O presidente do Fed de Filadélfia também destacou que os mercados de trabalho “retornaram, em grande parte, ao equilíbrio”, com a economia criando empregos em um ritmo próximo ao visto antes da pandemia. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano, embora moderado, “segue em território positivo”. Para Harker, a economia dos EUA entrou em 2025 em uma “posição de força e saúde relativa”, apesar da inflação ainda estar acima da meta.

“Tenho uma perspectiva econômica otimista, com base nos dados, apesar do desafio contínuo de trazer a inflação de volta ao objetivo”, concluiu Harker, reiterando a importância de monitorar as tendências de longo prazo e evitar decisões precipitadas com base em flutuações de curto prazo.

MINERAÇÃO

Brasil Mineral - SP   28/02/2025

Com mais de 100 anos de experiência em mineração, a RWE é uma referência global em energia e atualmente se destaca pela produção de energia a partir de diversas fontes.

A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) visitou a sede da empresa alemã RWE, especializada na geração de energia renovável, em parceira da companhia inglesa Brazil Iron. A visita teve como objetivo o acesso a soluções inovadoras para a mineração sustentável, visando a aplicação de práticas ambientalmente responsáveis no setor mineral da Bahia. Acompanhado pelo vice-presidente de Relações Institucionais da Brazil Iron, Emerson Souza, e do gerente de Projetos Especiais da Brazil Iron, Chris Saxton, Henrique Carballal, presidente da CBPM, se reuniu com o diretor da RWE, Arie Hertzier, e conheceu as avançadas técnicas de mineração sustentável e produção de energia limpa desenvolvidas pela RWE, que serão aplicadas no projeto da Brazil Iron na Bahia, com foco na produção de ferro verde.

Com mais de 100 anos de experiência em mineração, a RWE é uma referência global em energia e atualmente se destaca pela produção de energia a partir de diversas fontes, incluindo termelétricas, parques fotovoltaicos, eólicos e iniciativas em hidrogênio verde. Além disso, a RWE possui um amplo conhecimento em soluções ambientais eficientes, promovendo atividades mineradoras com baixo impacto ambiental. “A mesma técnica e condições que estão sendo aplicadas aqui serão implementadas na mina que a Brazil Iron vai desenvolver na Bahia”, afirmou Carballlal ao citar a importância de incorporar essas tecnologias no projeto da Brazil Iron na Bahia. Entre as tecnologias apontadas estão máquinas que, além de operarem na mineração, são capazes de recompor o solo, promovendo a recuperação ambiental e o reflorestamento das áreas exploradas.

Afirmando estar comprometida com a descarbonização da indústria siderúrgica, a Brazil Iron está desenvolvendo o projeto que prevê o beneficiamento de minério de ferro, construção de ramal ferroviário e instalação de plantas siderúrgicas em solo baiano. Com o uso de 100% de energia renovável e recursos de minério de ferro de alta qualidade, a empresa busca impulsionar a transição da indústria rumo ao carbono zero por meio da produção do chamado ferro verde. Carballal diz que a parceria com a Brazil Iron e a RWE representa um avanço significativo para a mineração sustentável na Bahia, alinhando-se às melhores práticas ambientais e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do estado. “O ferro verde da Brazil Iron tem o potencial de posicionar a Bahia como referência global na produção de minério de ferro sustentável, fortalecendo a transição para uma economia de baixo carbono, que é um dos compromissos do nosso governador, Jerônimo Rodrigues, com o futuro do nosso estado”, completou Carballal.

AUTOMOTIVO

O Mecânico - SP   28/02/2025

A BYD comunicou que a produção em sua unidade de Camaçari, na Bahia, sofrerá um atraso, com o início da operação agora previsto para o segundo semestre deste ano. Isso se deve principalmente às denúncias sobre as condições análogas à escravidão e o consequente resgate de empregados da Jinjiang Construction Brazil Ltda, empresa terceirizada contratada para construção da fábrica.

Devido à essa situação, a BYD encerrou o contrato com a prestadora de serviços e foi obrigada a revisar etapas do projeto e ajustar seu cronograma. A estratégia de produção inicial será no formato SKD, com mudança para a montagem CKD sendo implementada posteriormente. Assim, haverá um período de transição até a fabricação completa dos veículos em solo nacional.

Para abastecer o mercado nacional até o início da produção local, a BYD continuará importando os veículos da china. Os pátios dos portos ainda permanecem com muitas unidades de diversos modelos, o que poderá alimentar também as demandas internas. As informações sobre os atrasos previstos foram obtidas por apuração do Autoesporte.

Atualmente, a fabricante oferece modelos híbridos e elétricos, como Dolphin, Yuan, Han, Seal, entre outros. Além disso, ela segue com o planejamento de lançar atualizações de modelos vendidos no país, como o novo Yuan Plus.

 

Exame - SP   28/02/2025

A Mercedes-Benz deve cortar até 15% de sua força de trabalho na China, afetando principalmente as unidades de financiamento e vendas, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. A decisão ocorre em meio à crescente competição no mercado chinês.

A montadora enfrenta dificuldades para rivalizar com bancos estatais chineses, que oferecem condições mais atrativas de financiamento. Os cortes já começaram, com a eliminação de vagas e não renovação de contratos temporários.

Em comunicado, a Mercedes-Benz Group China afirmou que ajusta suas operações conforme as condições do mercado. Em 2023, as vendas da empresa no país caíram 7%.

A decisão reflete um cenário desafiador para montadoras estrangeiras na China. Marcas tradicionais perderam espaço para fabricantes locais, como a BYD, que domina o setor de veículos elétricos. Além disso, a desaceleração econômica tem reduzido o consumo.

Outras montadoras já fizeram cortes na China: em 2023, a Porsche demitiu funcionários e a BMW reduziu de 2% a 5% de sua equipe no país.

Auto Industria - SP   28/02/2025

Nesta quinta-feira, 27, aportou no porto de Aracruz, ES, o Explorer 1, navio próprio da BYD com cerca de 5,5 mil carros trazidos diretamente da China.

Esta é a segunda vez que o gigante de 200 metros de comprimento e 38 metros de largura e que pode transportar até 7 mil carros vem ao Brasil. A primeira foi no ano passado, mas atracou em Recife, PE, com plena carga. Esse cargueiro eÌ o primeiro de um total de oito navios programados pela BYD para dar suporte às suas operações internacionais..

O Explorer navegou durante mais de 40 dias desde Nigbo, província de Zhejiang, trazendo os SUVs Yuan e Song e também os compactos elétricos Dolphin e Dolphin Mini.

A maior novidade, porém, coube às primeiras unidades do Bao 5, SUV da Denza, divisão de luxo da BYD que começará a ser vendida nos próximos meses no mercado interno em rede dedicada.

Por enquanto, a BYD atua no Brasil apenas com modelos importados. A empresa está construindo linha de montagem em Camaçari, BA, que será sua maior operação fora da China, com capacidade para produzir 150 mil veículos por ano na primeira etapa e até 300 mil numa segunda fase.

Novo centro de distribuição

A BYD informou esta semana que até o final deste primeiro semestre terá um segundo centro de distribuição de autopeças e componentes no Brasil. Será em Araçariguama (SP), visando atender sobretudo as regiões Sul e Sudeste, responsáveis pela maior parte das vendas de veículos da marca.

Hoje as autopeças e componentes destinados à reposição na rede de revendas estão concentradas no primeiro centro de distribuição inaugurado n ano passado em Vitória, ES.

Essa primeira unidade, que já foi inclusive ampliada em quatro a cinco vezes nesse curto período, ganhará mais 4,5 mil m² para garantir as operações de pós-venda a marca chinesa por aqui.

Infomoney - SP   28/02/2025

O bilionário Elon Musk viu sua fortuna encolher em US$ 52 bilhões desde o início de 2025, impactado principalmente pela forte desvalorização das ações da Tesla, responsável por mais da metade do patrimônio do empresário.

A montadora de carros elétricos enfrenta uma fase difícil. Suas ações acumulam uma desvalorização de 26% no último mês, com uma queda de 8% na terça-feira (25), e de 4% na quarta (26). A empresa perdeu a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado pela primeira vez desde novembro de 2024.

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A queda nas ações da montadora está atrelada a fatores como a redução da demanda por veículos elétricos nos Estados Unidos, a concorrência crescente na China e o fraco desempenho na Europa.

O baque mais recente veio justamente do continente europeu, que vive um movimento crescente de boicote à Tesla desde que Musk fez uma saudação apontada como nazista, durante a posse de Donald Trump, em janeiro.

No último mês, as vendas da Tesla no continente caíram 45%, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. O cenário negativo foi reforçado pelo resultado das vendas na Alemanha e na França, que atingiram os menores patamares desde 2021 e 2022, respectivamente.

Para além de questões ideológicas e geopolíticas, analistas afiram que também pesa contra Musk a preocupação entre investidores de que ele estaria dedicado tempo demais à administração Trump, ao acumular a função de CEO da Tesla, da SpaceX e do X, além de chefiar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que conduz cortes de gastos federais e reformas administrativas.

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O mercado também tem reagido com ceticismo às novas tarifas impostas por Trump sobre importações do Canadá, México e China. Na terça-feira, quando o governo confirmou os novos impostos, as ações da Tesla recuaram 8,4%, levando a um dos maiores prejuízos diários na fortuna de Musk: uma queda de US$ 22,2 bilhões.

Queda da fortuna irá continuar?

Se depender do desempenho da Tesla, a fortuna de Musk não deverá ter grandes problemas para se recuperar no futuro. Apesar da turbulência, analistas acreditam que a montadora pode superar essa fase negativa.

O diretor global de pesquisa de mercado automotivo da Bloomberg Intelligence, Steve Man, destacou que a empresa ainda lidera avanços tecnológicos no setor e mantém uma base de clientes fiel.

Já um relatório da Wedbush apontou que a preocupação principal dos investidores é o tempo que Musk está dedicando ao governo Trump, o que pode afastar consumidores e afetar a marca Tesla.

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Apesar da queda em 2025, Musk continua sendo a pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio estimado em US$ 380 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. O montante ainda o deixa bem à frente do segundo colocado, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, cuja fortuna está US$ 144 bilhões abaixo da de Musk.

FERROVIÁRIO

IstoÉ Dinheiro - SP   28/02/2025

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 2,4 bilhões para a primeira fase da expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, que hoje liga Vila Madalena a Vila Prudente, com investimentos totais em obras civis de R$ 7,8 bilhões.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 27, em Santos (SP), em evento com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, conforme o banco de fomento.

A primeira fase da expansão corresponde ao trecho de extensão entre as estações Vila Prudente e Penha, permitindo a integração da Linha 2-Verde com a Linha 3-Vermelha, do Metrô, e a Linha 11-Coral, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A operação comercial até a Penha está prevista para iniciar em dezembro de 2028, quando se espera um aumento na demanda de 320 mil passageiros por dia útil, de acordo com o BNDES. Neste projeto, que já se encontra em execução, serão construídos 8,3 km de vias e 8 novas estações, além de uma base de manutenção e estacionamento.

O BNDES informa ainda que, além da primeira fase da expansão, o Metrô-SP conta com outro financiamento do banco de fomento, no âmbito do PAC, de R$ 3,6 bilhões. Contratado em novembro do ano passado, o crédito é destinado à aquisição de 44 trens, ao custo total de R$ 4 bilhões. São 22 composições para operação da Linha 2 e outras 22 para as demais linhas impactadas pela obra.

Após a sua implantação total, a expansão deverá encurtar o tempo médio de viagem de Vila Prudente à Penha em 35%, disse o BNDES, em nota, citando o Metrô-SP. O tempo médio de espera para embarque na Linha 2-Verde tem redução estimada em 22%. Já nas estações Sé, Brás e Luz, a expectativa é que as transferências sejam poupadas em 120 mil passageiros por dia.

A obra deverá aumentar em 30% os pontos comerciais nas dependências da Linha 2-Verde, reduzir a ocupação de passageiros por metro quadrado na Linha 3-vermelha em 38% e evitar a emissão de 41,6 mil toneladas de CO2-equivalente por ano, diz o BNDES.

“Esta obra, incluída no Novo PAC do governo do presidente Lula, reforça o compromisso do BNDES com o apoio à mobilidade urbana”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Além de financiar a expansão da Linha 2 e a aquisição de novas composições, estamos apoiando o Estado de São Paulo com R$ 6,4 bilhões em aportes na PPP da primeira etapa do Trem Intercidades, dos quais R$ 3,2 bilhões já estão contratados, e financiando a capital paulista com R$ 2,5 bilhões para aquisição de 1,3 mil ônibus elétricos”.

Revista Ferroviaria - RJ   28/02/2025

A implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará Luziânia e Brasília, avança com a estruturação do Consórcio interfederativo, que reúne os governos do Distrito Federal e de Goiás para a gestão compartilhada do transporte. O Governo Federal participará com investimentos em infraestrutura. A informação foi compartilhada pela secretária do Entorno do DF de Goiás (SEDF-GO), Caroline Fleury, que participou da reunião do Ministério dos Transportes (MT), nessa terça-feira (25/2).

Na reunião, coordenada pela Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (SNTF) do MT, discutiu-se a fase preparatória para a execução do projeto dentro do Plano Nacional de Ferrovias. Entre as sete prioridades do programa, está a implantação do VLT na região do Entorno Sul. Segundo o Leonardo Cezar Ribeiro, secretário da SNTF, a proposta está em fase de levantamentos preliminares, e o próximo passo será apresentar a modelagem da integração física e tarifária do sistema.

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A secretária Caroline Fleury destacou a importância do consórcio para garantir segurança jurídica e viabilizar a concretização do projeto. “A mobilidade entre o Entorno e o Distrito Federal é um dos grandes desafios que enfrentamos. O VLT entre Luziânia e Brasília representa um avanço estruturante, e o consórcio é fundamental para transformar esse projeto em realidade”, afirmou.

Também presente na reunião, o secretário de Mobilidade Urbana do DF, Zeno Gonçalves, enfatizou a necessidade de definição da participação federal para a formalização do consórcio. “Estamos com o grande desafio do Consórcio interfederativo. Queremos saber como o governo federal vai participar. Goiás e Brasília já estão com as minutas prontas, e precisamos da definição do Ministério dos Transportes”, declarou.

O projeto do VLT entre Luziânia e Brasília integra o Plano Nacional de Ferrovias, que prevê sete iniciativas de transporte ferroviário de passageiros no país, com execução por meio de parcerias público-privadas (PPPs). Além da proposta do VLT, também está em fase de estudo técnico o BRT (Bus Rapid Transit) entre Luziânia e Brasília. A proposta foi uma das prioridades escolhidas pelo Governo de Goiás no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

NAVAL

TN Petróleo - RJ   28/02/2025

A Transpetro registrou lucro de R$ 866 milhões em 2024, 74% superior a 2023, com faturamento superior a R$ 13,88 bilhões, cerca de 7,8% a mais que no ano anterior. Com a orientação estratégica de ampliar os negócios, neste ano a empresa dará início a investimentos para atuar no modal rodoviário e no transporte de bunker por meio de barcaças.

A companhia registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 5,15 bilhões, 4,5% superior ao ano anterior. Em 2024, a Transpetro realizou R$ 420 milhões em investimentos, evidenciando o horizonte de crescimento da empresa.

"Esse resultado decorre principalmente das receitas com novos negócios e da renegociação de alguns contratos. O aumento do lucro líquido comprova nossa eficiência e evidencia a orientação estratégica que demos para ampliar a oferta de serviços logísticos. Nesse sentido, estamos ampliando nossa frota de navios e vamos investir para atuar em mais modais logísticos atendendo a Petrobras, nossa holding, e outros clientes privados", explica o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.

Em 2024, a Transpetro lançou o Programa de Renovação e Ampliação da Frota (TP 25), que visa a aquisição de 25 novas embarcações, das quais 16 já estão aprovadas no Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras.

Por meio do TP 25, já foram contratados quatro navios da classe handy e foi lançada uma nova licitação para aquisição de oito navios gaseiros, que futuramente permitirão que a Transpetro transporte amônia.

Também está prevista para esse ano uma licitação para aquisição de pelo menos sete barcaças. "Essa é mais uma expansão dos negócios, vamos entrar no mercado de transporte de bunker (combustível de embarcações)", explica Bacci.

A Transpetro também inicia em 2025 os investimentos para atuar no modal rodoviário, visando atender a logística de derivados de petróleo nas instalações da Petrobras, com potencial de movimentação de aproximadamente 2,4 milhões de metros cúbicos por ano.

A entrada da companhia no modal rodoviário também visa conectar suas operações de bases democráticas de carregamento de derivados de petróleo, que podem ser acessadas por todos os clientes. Já há 23 bases operando em 12 estados.

"A Transpetro está crescendo e se consolidando como maior operador logístico de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina", afirma Bacci.

Atuação social

Em 2024, a Transpetro ampliou seus investimentos em responsabilidade social, impactando mais de 70 mil pessoas em todo o país no entorno de suas operações e investindo cerca de R$ 6 milhões em convênios e ações que visam melhorar a vida dos brasileiros.

"Nossa atuação junto às comunidades deve crescer nos próximos anos e atingir investimentos de aproximadamente R$ 30 milhões, considerando apenas as ações já contratadas até 2027, impactando cerca de 260 mil pessoas. Nosso papel como empresa estatal inclui apoiar o desenvolvimento econômico e social dos brasileiros", explica Bacci.

Em 2024, a Transpetro também atuou para apoiar os gaúchos no enfrentamento da maior tragédia climática da história do país. Foram investidos mais de R$ 1,4 milhão em doações e medidas para ajudar os desabrigados com itens de primeira necessidade, roupas e alimentação.

Também foi destacada a atuação da empresa na região Norte, que passou por uma severa estiagem, e a Transpetro com o apoio da Marinha garantiu a segurança energética da região transportando Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para os estados nortistas.

Sobre a Transpetro - Operando 48 terminais (27 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 36 navios, a Transpetro é a maior subsidiária da Petrobras. A empresa é a maior companhia de logística multimodal de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina.

A Transpetro presta serviços a distribuidoras, à indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás. A carteira da subsidiária da Petrobras conta com mais de 180 clientes.

IstoÉ Dinheiro - SP   28/02/2025

O governo federal e o governo paulista vão assinar nesta quinta-feira, 27, a renovação antecipada da delegação (modalidade de concessão) do Porto de São Sebastião por mais 25 anos, estendendo sua vigência de 2032 para 2057. A assinatura ocorrerá durante cerimônia com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); entre outras autoridades – durante evento em que ocorrerá o lançamento oficial do edital para construção do túnel entre Santos e Guarujá.

O Porto de São Sebastião é administrado pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), empresa vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo.

O porto tem, em andamento, um processo de arrendamento de um novo terminal, com um investimento estimado de R$ 660 milhões. O novo terminal contará com dois berços de atracação para navios e um pátio de caminhões.

O porto registrou um aumento de 48% no volume de carga movimentada em 2024 na comparação com 2023, alcançando a marca de 1,5 milhão de toneladas. Entre as principais cargas transportadas no ano passado estão o açúcar, com 498,5 mil toneladas; seguido de barrilha (matéria-prima para produção de vidros e embalagens), com 411,4 mil toneladas; o coque de petróleo, com 234,3 mil toneladas; e malte e cevada, com 167 mil toneladas, entre outros. Em setembro, retomou as exportações de café, após 60 anos de interrupção.

PETROLÍFERO

Globo Online - RJ   28/02/2025

Em conferência com analistas, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, destacou que a estatal enfrentou um 2024 desafiador e que entende a frustração do mercado com a distribuição de dividendos a curto prazo.

Ontem, a estatal reportou uma queda de 70,6% em seu lucro lucro líquido no ano passado, quando os ganhos ficaram em R$ 36,6 bilhões. O número veio abaixo do que esperava o mercado, que projetava um resultado de R$ 70 bilhões. As ações da empresa operam em forte queda nesta quinta-feira. Os papéis ON (PETR3) caíam 7,27% e os ON (PETR4) recuavam 5,16% por volta das 13h30.

Com isso, a estatal já perdeu R$ 30 bilhões em valor de mercado no pregão desta quinta-feira. Analistas atribuem à queda sobretudo ao fato de a empresa ter divulgado um pagamento de dividendos - ou seja, a parcela do lucro distribuída aos acionistas - menor do que o previsto.

A Petrobras informou que vai pagar R$ 9,1 bilhões em dividendos ordinários referentes ao quatro trimestre de 2024. As estimativas apontavam para a distribuição de dividendos entre US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,48 bilhões) e US$ 3 bilhões (R$ 17,25 bilhões)

Estamos antecipando caixa

Magda explicou que a estratégia da empresa é ampliar a produção, com aumento dos investimentos através da antecipação da entrada de plataformas de produção. Ela citou o campo de Búzios, que tem perspectiva de chegar a 2 milhões de barris por dia em 2030. Hoje, produz cerca de 800 mil barris diários e deve chegar a 1 milhão neste ano.

— Entendemos a frustração do mercado com os dividendos de curto prazo, mas antecipar o investimento em Búzios é tudo que o investidor pode querer. O que estamos oferecendo é óleo no bolso mais rapidamente. Se fosse possível anteciparíamos todo o capex (investimento) de Búzios para hoje, pois começaríamos produzir todos os FPSOs (navio-plataforma) amanhã e já poderiam contar com produção da ordem de 2 milhões de barris por dia. Mas essa antecipação não é possível. A que foi possível já fizemos. Estamos focados em antecipar investimentos. E foi isso que fizemos

No primeiro resultado anual de Magda, a executiva explicou, em carta aos acionistas, que houve uma “deterioração do ambiente externo com a redução do preço do petróleo e das margens internacionais do segmento de refino, além de menores volume de produção de petróleo”.

Margem Equatorial é essencial

Ela citou ainda a antecipação de uma nova unidade no Parque das Baleias, que fica na Bacia de Campos, estava prevista para este ano e entrou em operação em outubro de 2024. Citou ainda a antecipação de outras unidades, como no campo de Mero, na Bacia de Santos.

— E com isso estamos antecipando caixa. Enfrentamos o desafio do crescimento da produção. E o que estamos apresentando é crescimento da produção e das reservas. Repor reserva é fundamental para a Petrobras manter sua relevância. Por isso, entendemos como revelante, essencial e importante a exploração da margem equatorial de forma responsável. É uma área que entendemos de alto potencial — afirmou ela aos analistas.

Citou ainda a Bacia de Pelotas, onde está sendo feito sísmica.

— Esperamos um futuro proveitoso em termos de produção e recorde.

Dólar influenciou nos resultados da empresa

Em mensagem aos acionistas, Magda disse que o lucro menor ocorreu por “uma questão de natureza contábil que não afeta o caixa” por conta da variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. Sem isso, o lucro líquido seria de R$ 103 bilhões, disse a estatal.

Segundo a Petrobras, com a desvalorização do câmbio, o resultado financeiro do ano passado foi negativo em R$ 82,5 bilhões. O avanço do dólar foi o principal responsável pelo prejuízo no quarto trimestre do ano passado, afirmou.

Ao destacar o prejuízo no quarto trimestre de 2024, Magda disse que o dólar cedendo representa lucro liquido. Disse que, apenas em variação cambial, o lucro contábil pode chegar a R$ 11 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ou US$ 2 bilhões.

— Reportamos um prejuízo no quatro trimestre causado por um efeito contábil por conta da variação cambial. Foi de R$ 59 bilhões e afeta o resultado contábil, mas não gera desembolso no caixa da empresa. E com o dólar cedendo será lucro no primeiro trimestre.

Resultados de 2024

Do lado operacional, Magda, em carta, destacou as metas de produção de óleo e gás, a antecipação da entrada em operação de FPSOs (plataformas) e o aumento do fator de utilização das refinarias para 93%, o maior em dez anos.

“Toda gota de óleo que gera lucro para a companhia importa. Portanto, a realização das metas de produção é fundamental para a Petrobras, porque nos permite maximizar a geração de valor por meio da melhor integração com os nossos ativos.”

Assim, a divida líquida da empresa subiu 16,9%, para US$ 52,240 bilhões

Baixa contábil

A estatal destacou ainda que no quarto trimestre de 2024 foram declaradas baixas contábeis (impairment de ativos e de investimentos) de R$ 9,626 bilhões. Porém, a empresa não detalhou em que ativas. Além disso, as perdas com a variação cambial chegaram a R$ 27,487 bilhões entre outubro de dezembro de 2024.

Além dos impactos no lucro, a produção e as vendas menores afetaram as receitas em 2024, que caíram 4,1%, para R$ 490,829 bilhões. Por outro lado, os investimentos somaram US$ 16,621 bilhões, alta de 31,2% em relação ao ano passado.

Analistas destacaram a redução de 3,8% na produção em 2024, puxada pelas paradas para manutenção em campos do pré-sal no fim do ano passado e pelo declínio natural dos campos do pós-sal, com queda de 20%. Chamou a atenção ainda o recuo de 1,4% no volume total de vendas no mercado interno, para 1,719 milhão de barris por dia. O resultado foi influenciado pela queda de 4,1% na gasolina e pela retração de 2,8% no diesel.

Em carta aos acionistas, Magda aproveitou ainda para ressaltar a importância de buscar mais reservas de petróleo. Ela citou a Margem Equatorial, que depende do aval do Ibama. Nas últimas semanas, o presidente Lula se mostrou incomodado com a demora e cobrou explicações do próprio Ibama e do Ministério do Meio Ambiente.

“Os campos de petróleo e gás natural, por mais produtivos que sejam, são finitos e, portanto, se exaurem naturalmente. Por isso, perseguir a reposição de suas reservas de óleo e gás é fundamental para que a Petrobras mantenha sua posição de destaque nas próximas décadas. Avulta, assim, a importância da exploração responsável da Margem Equatorial, sempre em linha com os compromissos firmados com os órgãos ambientais”, disse Magda.

A presidente da Petrobras citou ainda a busca por novas frentes. “Na mesma linha, priorizaremos nossos esforços exploratórios na Bacia de Pelotas (no Sul) e nos demais ativos do nosso portfólio.”

A XP destacou a redução dos preços dos derivados em dólar, resultante da depreciação do real.

— Há uma combinação de preço menor do petróleo e apreciação do real — resume o analista de investimento independente Pedro Galdi.

Magda aproveitou para dar algumas indicações para o ano de 2025:

Alta de 25 mil barris de petróleo por dia na capacidade de processamento com a conclusão da revitalização da primeira unidade da Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

Investimento de US$ 18,5 bilhões, com uma variação de 10% para cima ou para baixo.

Aumento da produção de petróleo em 100 mil barris por dia (bpd), avançando para 2,5 milhões de bpd em 2027.

Início da operação do segundo módulo da unidade de processamento de gás do Complexo Boaventura (Comperj), com capacidade para processar 10,5 milhões de metros cúbicos por dia, totalizando 21 milhões de metros cúbicos por dia de capacidade total. A meta é que a oferta de gás chegue a 50 milhões de metros cúbicos por dia em 2026.

Entrada de três novas unidades de produção no pré-sal para adicionar capacidade de produção de petróleo de 585 mil bpd.

Petro Notícias - SP   28/02/2025

A diretoria da Petrobrás se reuniu na tarde desta quinta-feira (27) na sede da companhia, no Rio de Janeiro (RJ), para conceder uma coletiva de imprensa e detalhar os resultados financeiros e operacionais de 2024. O Petronotícias publica a seguir alguns dos principais pontos comentados na entrevista, dando destaque especialmente às falas sobre a recomposição de reservas e as novas licitações para contratações de FPSOs. A presidente da companhia, Magda Chambriard, destacou que não existe incorporação de reservas sem pensar em atividade exploratória. Contudo, falou também que investimentos em campos mais maduros, já desenvolvidos, geram reservas e novos projetos que trazem petróleo novo. Já a diretora Sylvia dos Anjos afirmou que o campo de Tupi, na Bacia de Santos, voltará a produzir 1 milhão de barris. Além disso, a Bacia de Campos também tem o objetivo de alcançar esse mesmo patamar de produção. Já a diretora Renata Baruzzi trouxe uma atualização sobre as licitações de novos FPSOs e revelou que a nova concorrência para Barracuda-Caratinga será lançada ainda neste semestre, agora na modalidade BOT.

Poderia começar com uma mensagem inicial sobre o resultado do quarto trimestre?

Magda Chambriard – Havia uma expectativa de um lucro um pouco maior da Petrobras. Quero destacar que, apenas em função da variação cambial, tivemos um impacto de R$ 59 bilhões no lucro. No entanto, esse efeito não afetou o caixa da companhia nem o fluxo de caixa livre. Esse impacto resulta das variações nas dívidas entre diferentes atores dentro do sistema Petrobrás. Temos operações entre a holding Petrobrás e suas partes relacionadas, tanto no Brasil quanto no exterior. Quando analisamos o fluxo de dinheiro dentro desse sistema, percebemos que a desvalorização cambial ao longo de 2024 afetou o lucro da companhia em R$ 59 bilhões.

Fechamos o quarto trimestre com o dólar a R$ 6,19. Considerando que, atualmente, o câmbio está entre R$ 5,75 e R$ 5,80 – e usando uma média de R$ 5,75 –, já teríamos um efeito positivo no lucro de cerca de R$ 11 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Ou seja, estamos falando de impactos contábeis que não afetam diretamente o caixa da companhia, mas que refletem as obrigações de uma empresa multinacional. Se não fossem esses eventos pontuais, como o acordo tributário do segundo trimestre, nosso lucro líquido [anual] teria sido da ordem de R$ 103 bilhões. É importante destacar que, se a valorização do real frente ao dólar continuar ou até se intensificar, esse movimento representará um lucro no primeiro trimestre de 2025.

Quais são as perspectivas para este ano?

Magda Chambriard – Estamos confiantes de que 2025 será um ano de excelentes resultados para a companhia. Temos plataformas de grande porte entrando em operação e outras em fase de ramp-up. Quero destacar a plataforma Almirante Tamandaré. Embora sua chegada ao Brasil estivesse prevista para 2025, conseguimos antecipá-la para 2024. Como resultado, já conectamos o primeiro poço da unidade, que está produzindo entre 30 e 40 mil barris por dia em ramp-up, com potencial para atingir 70 mil barris sozinho. Isso indica que, se outros dois poços apresentarem desempenho semelhante, a plataforma poderá operar próxima de sua capacidade máxima de 225 mil barris por dia com apenas três poços.

Isso reforça o grande potencial do pré-sal, especialmente nos campos de Búzios e Sépia, além de outras áreas que planejamos desenvolver até 2030. Estamos acelerando nossa produção e não vamos parar.

Falando agora sobre novos projetos, recentemente foi publicada na imprensa uma notícia de que técnicos do Ibama teriam voltado a recomendar uma negativa para a perfuração. A Petrobras já recebeu essa informação oficialmente?

Círculo em vermelho destaca o local onde o poço da Petrobrás será perfurado, a 500 km da foz do Rio Amazonas

Clarice Coppetti – Assim que a matéria foi publicada pelo jornal O Globo, nós consultamos o sistema do IBAMA, onde são registrados todos os pedidos de licenciamento e seus respectivos posicionamentos técnicos. Não encontramos nada novo lá. Além disso, de acordo com o regimento do IBAMA, a diretoria de licenciamento é a responsável por consolidar as avaliações e emitir um parecer final. Como esse posicionamento técnico não foi registrado no sistema e O Globo também não divulgou maiores detalhes, seguimos aguardando o acesso à informação oficial.

Estamos confiantes de que a Petrobras está cumprindo integralmente os manuais e exigências do IBAMA. Nossa estrutura para a campanha exploratória em Amapá Águas Profundas conta com o maior plano de resposta a emergências do mundo na indústria de petróleo. Não há nada similar. Além disso, confiamos na análise dos nossos técnicos e dos especialistas do IBAMA.

É importante ressaltar que, mesmo quando há um parecer técnico, o processo dentro do IBAMA ainda passa por diversas etapas antes da decisão final do instituto.

Magda Chambriard – É importante que se diga que sequer sabemos se essa informação divulgada é real.

Ontem, na divulgação dos resultados da Transpetro, foi mencionado um investimento no modal rodoviário. Isso sugere que a Petrobras está se estruturando para essas vendas diretas por meio da Transpetro? Existe a possibilidade de uma nova “BR Distribuidora” surgindo a partir desse movimento?

Magda Chambriard – Não estamos montando outra distribuidora. Quando vendemos a BR Distribuidora, assumimos um acordo de não concorrência, que nos impede de atuar na revenda de combustíveis, pelo menos até 2029. No entanto, esse acordo permite a venda direta para grandes consumidores. Esse modelo exige infraestrutura, parte da qual já temos, e parte precisaríamos desenvolver, avaliando se vale a pena. Como sempre, analisamos todas as oportunidades de negócio dentro dos critérios de governança e rentabilidade da Petrobras.

Claudio Schlosser – A Petrobras já realiza vendas diretas de produtos como enxofre, asfalto e coque. Isso é sempre uma oportunidade interessante. No caso dos combustíveis, há uma regulação específica. O diesel A (sem adição de biodiesel) deve ser vendido para distribuidoras, conforme a Resolução 852 da ANP. No entanto, essa mesma norma permite que a Petrobras adicione o biodiesel e comercialize o diesel B diretamente para o mercado. A venda direta nos dá uma oportunidade estratégica de conhecer melhor o mercado, entender as necessidades dos consumidores e expandir nossa presença comercial.

Outro ponto importante é o diesel R5, um combustível de consumo voluntário. Em outubro do ano passado, firmamos uma parceria com a Vale para fornecer esse diesel diretamente para caminhões off-road e locomotivas. A Petrobras também avançou no B24, um combustível sustentável. O interessante é que alguns clientes compram o B24 justamente porque também querem adquirir o combustível fóssil tradicional, alinhando essa compra com sua estratégia de transição energética.

Desde 2023, a Petrobras tem enfrentado dificuldades nas licitações, tanto na contratação quanto na competição. Gostaria de saber se, apesar da antecipação de investimentos, especialmente em Búzios, podemos esperar que, no médio prazo, o resultado não seja tão positivo devido a atrasos em cronogramas de outros projetos.

Renata Baruzzi – Quando refizemos nosso planejamento estratégico, já incorporamos esses insucessos [nas licitações mais recentes]. Estamos com a licitação da P-86 na rua. Já em relação a Albacora Leste, estamos a aguardando autorização do parceiro [para lançar a licitação]. Já as concorrências de Sergipe Águas Profundas (SEAP) 1 e 2 estão na rua. Em relação ao projeto de Barracuda-Caratinga, cancelamos a licitação devido à inviabilidade do projeto e à modalidade de afretamento, mas vamos relançar a licitação ainda este semestre.

Por outro lado, antecipamos alguns projetos. O FPSO Alexandre de Gusmão vai chegar semana que vem ao Brasil, com destino ao campo de Mero. O FPSO Marechal Duque de Caxias, por exemplo já bateu 100 mil barris, após três meses de produção. E o FPSO Almirante Tamandaré também já contribuiu o campo de Búzios alcançar a marca de 800 mil barris.

Qual o impacto do cancelamento da licitação de Barracuda-Carantiga?

Renata Baruzzi – O impacto do cancelamento de Barracuda-Caratinga será pequeno frente aos outros projetos mencionados. Ainda não temos a data de entrada em operação, mas como comentei no webcast com investidores, estamos fazendo de tudo para antecipar projetos. Para Barracuda e Caratinga, vamos seguir com o modelo BOT, como já prevíamos, caso não conseguíssemos avançar com o modelo anterior.

Magda Chambriard – E, é importante destacar, a alteração feita no edital de SEAP prevê que o vencedor da primeira plataforma também poderá fornecer a segunda. Se tudo ocorrer conforme o planejado, podemos recuperar o atraso, embora seja cedo para garantir isso.

Para além da Margem Equatorial e da Bacia de Pelotas, existe hoje algum plano, a curto e médio prazo, para aumentar as reservas?

Navio-sonda ODN II está atualmente na Bacia Potiguar e deve ser usado na Bacia da Foz do Amazonas após liberação da licença do Ibama

Magda Chambriard – Primeiro, não existe incorporação de reservas sem pensar em atividade exploratória. A atividade exploratória é inerente e é a base para a recomposição de reservas. Além disso, temos a melhoria da recuperação de campo. Ou seja, investimentos em campos mais maduros, já desenvolvidos, geram reservas e novos projetos que trazem petróleo novo. Portanto, estamos focados nas duas frentes. Temos um esforço grande, inclusive na Bacia de Campos, que tem sido enfatizado, para aproveitarmos ainda mais os ativos dessa bacia. E estamos também repaginando a atividade exploratória da Petrobras, olhando ativos no exterior.

Sílvia dos Anjos – Boa tarde. Como a presidente mencionou, em termos de reservas, estamos sempre buscando novas reservas. Sabemos que teremos um pico de produção até 2030- 2031, com declínios naturais. Por isso, nossa busca por novas reservas, novos campos e exploração continua. Um grande potencial que já discutimos bastante é a Margem Equatorial. Na área do Amapá, por exemplo, temos seis blocos e oito poços a perfurar, com investimentos previstos de 3 bilhões de dólares entre 2025 e 2029, visando a aquisição de novas reservas.

FPSO Almirante Barroso, no Campo de Búzios

Além disso, a presidente falou muito bem sobre cuidar do que já temos, como Tupi e Mero, que são campos gigantes, os quais vamos tratar com muito cuidado para evitar um declínio tão acentuado como o da Bacia de Campos. O campo de Tupi, por exemplo, voltará a produzir 1 milhão de barris com o programa Tupi+, que inclui várias iniciativas de melhorias, como aproveitamento das plataformas e novos revites.

Temos também a própria Bacia de Campos, com a meta de voltar a produzir 1 milhão de barris nos próximos 10 anos. E Búzios, que atingirá 1 milhão de barris em breve. Ou seja, nossa estratégia é produzir mais do que já temos, aumentando a produção de campos maduros e desenvolvidos.

Além disso, tivemos um ganho significativo com a lei que permite a prorrogação dos contratos de partilha. Antes, não era possível estender a produção de campos de partilha após 35 anos. Com a nova legislação, podemos fazer investimentos para garantir a vida longa de campos como Mero, Búzios, Itapu, Atapu e Sépia, o que resulta em aumento das reservas.

Valor - SP   28/02/2025

Técnicos do órgão ambiental emitiram novo parecer que recomenda rejeição do pedido da petroleira para explorar a Foz do Amazonas

Magda Chambriard: Pedido do Ibama, de construir centro de proteção à fauna em Oiapoque, está sendo cumprido — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A discussão entre a Petrobras e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas (AP) teve mais um capítulo nesta quinta-feira (27). Ontem, o jornal “O Globo” revelou que a área técnica do Ibama produziu novo parecer que recomenda a rejeição do pedido de licenciamento ambiental da Petrobras para perfurar a área. A decisão final cabe ao presidente do instituto, Rodrigo Agostinho. Na noite de ontem o parecer seguia sob sigilo.

Mais cedo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em teleconferência sobre os resultados da empresa, tinha voltado a fazer uma defesa enfática da exploração na área: “Atendemos todas as demandas do Ibama sobre a Foz do Amazonas. Entendemos que o Ibama não tem mais o que pedir”, disse Chambriard.

Logo em seguida, em encontro com jornalistas, a executiva comentou a informação sobre o documento do Ibama. Disse não ter conhecimento oficial sobre o assunto e que o parecer não constava no sistema do órgão ambiental. Chegou a questionar a divulgação no dia em que a Petrobras detalhava os resultados do ano passado.

As últimas movimentações do processo de licenciamento da Foz do Amazonas, que apontam para a conclusão do parecer, vazaram sem que parte da diretoria do instituto estivesse avisada. Agostinho se manifestou outras vezes sobre os riscos da exploração de reservas de petróleo e gás na região. A ministra Marina Silva tem feito o esforço de blindar o Ibama das pressões do governo e da Petrobras para agilizar a liberação do projeto, defendendo que o órgão fará uma análise estritamente técnica.

A nova recomendação não significa uma rejeição final pelo Ibama, uma vez que a decisão ainda vai passar pela presidência do órgão. O novo parecer do Ibama foi concluído na quarta (26) e aguarda a assinatura do chefe de divisão para ser remetido à diretoria do órgão ambiental, conforme apuração da reportagem. O Valor tentou contato com Agostinho, mas não teve retorno. No fim de janeiro, Agostinho disse a este jornal que o pedido da Petrobras só avançaria depois de março, com a conclusão da obra da unidade de proteção à fauna na região. Procurados, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima não quiseram se manifestar.

Ávido por notícias positivas para melhorar a aprovação do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem criticado o Ibama sobre o caso. Este mês Lula disse que o instituto estaria, supostamente, atuando “contra o governo”, e avaliou que há “lenga-lenga” por parte do órgão. “É isso que queremos [pesquisar se há petróleo]. Se depois vamos explorar, é outra discussão. O que não dá é ficar nessa lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, disse Lula a uma rádio do Amapá.

Atendemos todas as demandas do Ibama sobre a Foz. Entendemos que não há mais o que pedir”

— Magda Chambriard

O último pedido do Ibama à Petrobras foi para que a empresa construísse uma unidade de proteção à fauna na cidade de Oiapoque (AP), o que está sendo feito. Segundo a Petrobras, o centro deve ser concluído no fim de março. A diretora de assuntos corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, visitou a unidade e disse que o Ibama ainda precisa vistoriar o local para autorizar a realização da Avaliação Pré-Operacional (APO). A APO é um teste em que a empresa faz a simulação de vazamento de óleo e demonstra a capacidade de resolver o problema, com equipes e embarcações. É a última etapa para obter a licença ambiental.

A Foz do Amazonas é uma das bacias que compõem a Margem Equatorial, a qual se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. A área que a Petrobras pretende perfurar fica a 175 quilômetros da costa do Amapá. A Petrobras vem recebendo respostas negativas do Ibama desde maio de 2023.

O advogado Renato Fernandes de Castro, do Almeida Prado & Hoffmann Advogados, disse que a sinalização de um novo parecer contrário ao projeto pode indicar que a área técnica não aprovará o plano da Petrobras de proteção à fauna e, portanto, o licenciamento: “O Ibama tem sido consistente nas exigências, garantindo que a exploração ocorra de maneira sustentável e minimizando impactos ambientais.”

RODOVIÁRIO

Valor - SP   28/02/2025

Ministro reforçou a importância de parcerias entre o setor público e privado para tirar do papel projetos de infraestrutura

O ministro dos Transportes, Renan Filho, espera “concorrência ampla” nos dois próximos leilões de rodovias. Tratam-se das concessões da BR-040, conexão entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, e da ponte rodoviária binacional do Rio Uruguai, que liga as cidades de São Borja (RS), no Brasil, e Santo Tomé, na Argentina. “É um trecho com muito movimento, passando pela Baixada Fluminense, pela cidade de Duque de Caxias e outras cidades subindo a Serra de Petrópolis. A gente espera concorrência ampla nesse trecho e também na ponte”, declarou.

Segundo ele, os aportes do setor privado são importantes para garantir a modernização da ponte binacional, que precisa de melhorias. “Vale dizer que essa ponte, há anos, passou por muitos governos diferentes com contrato precário, com contratação direta de uma empresa privada para gerir, sem leilão.”

As declarações foram feitas a jornalistas após o leilão da concessão rodoviária da Rota Agro Norte, nesta quinta-feira (27), realizado na sede da B3.

Em um certame sem concorrência, o consórcio formado pela 4UM e pela Opportunity conquistou o trecho da BR-364 entre Porto Velho e Vilhena, em Rondônia. “Houve alguns pedidos ao ministério para que a gente adiasse, por alguns dias, o edital para outros concorrentes entrarem. Nós não vamos adiar a agenda. A agenda é pública e garantida no edital, então não adianta solicitar à ANTT e ao Ministério dos Transportes, adiamento de edital para participar de leilão”, ressaltou.

Segundo Renan Filho, a pasta já acatou sugestões do mercado para evitar adiamentos, como a ampliação do prazo entre a publicação do edital e do leilão de 30 para 100 dias. “Dá tempo de todo mundo estudar. A carteira de leilões que vão ser realizados este ano está publicada desde o ano passado.”

Em seu discurso, o ministro reforçou a importância de parcerias entre o setor público e privado para tirar do papel projetos de infraestrutura. Segundo ele, o governo Lula já investiu cerca de R$ 32 bilhões na área, mesmo montante dos quatro anos do governo anterior. “Mas o investimento público é bem distante dos R$ 123 bilhões que já foram leiloados aqui. Ou seja, esses R$ 123 bilhões leiloados representam quase dez anos de investimento público. Por isso é tão significativo a gente somar esforços”, afirmou.

— Foto: Fernando Martinho/Valor

Valor - SP   28/02/2025

O grupo ofereceu um desconto de 0,05% sobre a tarifa básica de pedágio; com a vitória, o consórcio deverá administrar por 30 anos o trecho de 687 km

Em um leilão sem concorrência, o consórcio formado pela 4UM e pela Opportunity conquistou a concessão rodoviária da Rota Agro Norte, que inclui o trecho da BR-364 entre Porto Velho e Vilhena, em Rondônia. A sessão foi realizada na sede da B3, em São Paulo, nesta quinta-feira (27).

O grupo ofereceu um desconto de 0,05% sobre a tarifa básica de pedágio, cujo valor máximo era de R$ 0,19115 por km.

Com a vitória, o consórcio deverá administrar por 30 anos o trecho de 687 km. Estão previstos investimentos de R$ 6,35 bilhões, que incluem cerca de 108 km de duplicações e 191 km de faixas adicionais. Também foram estimados outros R$ 3,9 bilhões em custos operacionais.

Este é o segundo contrato rodoviário da 4UM, que em agosto de 2024 venceu o leilão da BR-381 em Minas Gerais, a chamada Rodovia da Morte. A gestora, antiga J.Malucelli, formou um fundo de investimentos que, além da família Malucelli, tem como cotistas as famílias Salazar, Federmann e Backheuser, donas das construtoras Aterpa, Senpar e Carioca Engenharia, respectivamente.

Já a Opportunity faz sua estreia no setor, após algumas tentativas de aquisição e de leilões rodoviários. O grupo chegou a concorrer contra a 4UM no leilão da BR-381, sem sucesso. Depois disso, as duas empresas se associaram e participaram em consórcio de outras duas licitações de rodovias federais, da Rota dos Cristais (BR-040 entre Minas Gerais e Goiás) e do Lote 3 do Paraná, mas, nos dois casos, saíram perdedoras das competições.

A Tribuna - SP   28/02/2025

A logística de acesso ao Porto de Santos chegou a um ponto crítico. O estrangulamento das vias tem causado atrasos inaceitáveis, com navios aguardando dias para carregar e descarregar, gerando prejuízos ao setor produtivo e exportador. Grandes transportadores marítimos indicam que, especialmente em 2024, cresceu a necessidade de navios extras para mitigar o problema, refletindo a insuficiência da infraestrutura portuária.

Recentemente, discussões em câmaras setoriais da Associação Comercial de Santos (ACS) evidenciaram a gravidade da situação. O gargalo logístico compromete a competitividade do maior porto da América Latina, que perde cargas para alternativas mais eficientes em outros estados.

A crise não é nova. Nos anos 1950, a industrialização de São Paulo exigiu a construção da Rodovia Anchieta, uma decisão visionária do governador Ademar de Barros. Mas os tempos mudaram, e o volume de cargas de 2025 supera a capacidade da infraestrutura existente.

Uma solução urgente se faz necessária. O governo estadual propôs uma terceira pista na Rodovia dos Imigrantes, mas a medida é paliativa e cara, exigindo túneis e viadutos em um trecho congestionado. A ACS também defende a construção de uma nova rodovia exclusiva para cargas, margeando a Serra do Mar desde Cubatão e ligando-se ao Rodoanel para as regiões de Cotia ou Mogi das Cruzes. Isso separaria o tráfego de caminhões do fluxo urbano e turístico, desafogando as rodovias existentes.

Essa via é um investimento estratégico e viável. Diferente da terceira pista da Imigrantes, a nova rodovia não exigiria túneis complexos e teria custo menor, dada a topografia favorável. Além disso, permitiria a expansão do porto, mantendo Santos como principal porta de entrada e saída do comércio exterior. O impacto positivo vai além do setor portuário. A nova rodovia facilitaria o escoamento de grãos, beneficiando produtores e exportadores, e reduziria o tráfego nas rodovias, impulsionando o turismo.

Diante da urgência, apelamos ao Governo do Estado para priorizar esse projeto. Recursos podem ser captados junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), já que infraestrutura logística é essencial à economia nacional.

O Porto de Santos não pode parar. O Brasil não pode perder competitividade por falta de planejamento. Como representante da ACS, reforço a necessidade de um esforço conjunto para tirar essa nova rodovia do papel. A história mostra que decisões visionárias, como a construção da Anchieta, foram fundamentais para o progresso. Agora, cabe a nós garantir o futuro da infraestrutura portuária.

*Luiz Roberto Colombo Barboza. Professor emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Academia Nacional de Medicina e presidente do Hospital Oftalmológico Visão Laser

Veja - SP   28/02/2025

O presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estarão no mesmo palanque na manhã desta quinta-feira, na cerimônia de lançamento do edital para a construção do túnel submerso que ligará Santos ao Guarujá. A obra tem investimento estimado em cerca de 6 bilhões de reais e é a obra mais cara do Novo PAC, do governo federal. O evento acontecerá no Parque Valongo, no Porto de Santos, a partir das 10h30.

Nesta quarta-feira, o TCU decidiu que órgãos estaduais irão fiscalizar o contrato e a obra, permitindo a publicação do edital para a Parceria Público-Privada (PPP) que irá construir o túnel, o primeiro imerso do Brasil e o maior do tipo na América Latina. O lançamento será oficializado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nesta quinta.

A obra de 1.500 metros, sendo 870 submersos, tem como objetivo garantir maior eficiência logística para a Baixada Santista. A travessia, que hoje pode durar até duas horas em balsas, será feita em apenas cinco minutos, sem interrupções, de acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos. O projeto contempla seis faixas de rodovia, ferrovia para Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), além de uma ciclovia e passagem para pedestres.

Além do presidente e do governador, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também participarão da cerimônia.

No evento, haverá ainda a celebração do Acordo de Recuperação Definitiva do Fundo de Pensão Portus, a assinatura da renovação do Convênio de Delegação do Porto de São Sebastião e o anúncio de financiamento de 2,4 bilhões de reais do BNDES para a primeira fase da Linha 2 – Verde Metrô SP.

Valor - SP   28/02/2025

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá voltar a financiar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões a concessões rodoviárias neste ano, afirmou o diretor de planejamento e relações institucionais do banco, Nelson Barbosa.

“No ano passado, o BNDES financiou de concessões rodoviárias R$ 23,5 bilhões, um recorde. É mais do que nos quatro anos anteriores. E neste ano podem contar com a gente para garantir financiamento em condições competitivas, sem subsídio do Tesouro. Neste ano, a gente espera aprovar algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões de concessões rodoviárias”, afirmou.

As declarações foram dadas depois do leilão da concessão da Rota Agro Norte, realizado nesta quinta-feira em São Paulo, na sede da B3.

— Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

AGRÍCOLA

O Estado de S.Paulo - SP   28/02/2025

A proposta de limitar exportações de produtos agropecuários para conter a inflação de alimentos divide o Executivo, mas segue no radar do governo, apurou o Estadão/Broadcast. A estratégia foi discutida em pelo menos duas reuniões técnicas que ocorreram no Palácio do Planalto no âmbito do grupo de trabalho que debate ações para frear a alta dos preços dos alimentos. O tema ainda não foi levado pelos ministros ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, de acordo com pessoas a par do assunto, não está totalmente descartado. “Há risco pequeno, mas ainda há”, disse um integrante que acompanhou as reuniões.

A medida é rejeitada pela equipe econômica, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério da Agricultura, que veem a proposta como “descabida”. Batizado de “comércio administrado” por quem o defende, o mecanismo pelo qual as exportações seriam controladas não foi discutido pelo grupo, mas integrantes do governo citam cotas, taxas sobre vendas externas e repasse de informações pelas tradings sobre previsões de embarques. A proposta foi apresentada nas reuniões entre as equipes técnicas e com ministros das pastas envolvidas. As conversas sobre a proposta se reduziram, mas ainda não houve um recuo total, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A medida, segundo essas pessoas, foi gestada pela Casa Civil e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). O MDA nega. “A proposta da qual o MDA tem conhecimento é a de discutir com os setores produtivos medidas para baixar os preços dos alimentos no Brasil”, informou em nota.

A saída encontrada pela ala que é contrária à proposta de controle das exportações é chamar o setor produtivo, sobretudo exportador, para diálogos sobre os preços atuais e alinhamento de medidas. O governo quer explicações sobre aumento de preços em itens básicos e ouvir sugestões de eventuais ações que podem ser tomadas para redução dos preços. Os encontros começam nesta quinta-feira, 27, quando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, vai receber representantes do setor de carnes, biodiesel e óleos vegetais, açúcar e etanol. Na sexta-feira, Fávaro deve se reunir com o presidente Lula.

Do lado do setor, o Estadão/Broadcast apurou que representantes devem levar ao governo gráficos, dados e tabelas que mostram a queda dos preços das carnes no varejo e do óleo de soja envasado, usado na alimentação.

O governo quer bater o martelo sobre as medidas a serem adotadas após ouvir o setor produtivo. Há previsão de outros encontros na quinta-feira e sexta-feira da próxima semana, após o Carnaval, na Casa Civil, com representantes e empresários exportadores de açúcar, etanol, carnes e biodiesel. A previsão é de reuniões individuais com cada setor.

Devem participar dos encontros o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa; o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

Uma das medidas que o governo tende a antecipar ao setor é a intenção de redução do imposto de importação de uma série de produtos agropecuários.

A deliberação pelo governo de novas medidas para o enfrentamento da inflação de alimentos deve ficar para depois do Carnaval, segundo pessoas que acompanham as tratativas. A implementação de medidas heterodoxas pelo governo poderia levar inclusive à saída do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Ele discorda terminantemente de eventuais medidas para limitar as exportações e avisou o Palácio do Planalto que considera isso um “limite intransponível”.

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