Clipping Diário

20 | Fevereiro | 2025

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   20/02/2025

A Gerdau apurou lucro líquido ajustado de R$666 milhões no quarto trimestre do ano passado, um recuo de 9% na comparação com o resultado do mesmo período de 2023, esperando investimentos praticamente estáveis em 2025 ante 2024.

Analistas, em média, esperavam lucro de R$810 milhões para a companhia no trimestre, conforme dados da LSEG.

O Ebitda ajustado da empresa no período somou R$2,39 bilhões nos três meses encerrados em dezembro, crescimento de 17,2% ano a ano, contra expectativa média de analistas de R$2,36 bilhões.

Em relatório de resultados nesta quarta-feira, a Gerdau atribuiu a performance positiva do Ebitda ajustado na comparação anual ao melhor desempenho e eficiência das operações no Brasil.

“Nossa diversificação geográfica e flexibilidade operacional mais uma vez se mostraram capazes de diminuir a volatilidade de resultados em períodos com dinâmicas mais desafiadoras”, afirmou a empresa em mensagem que acompanha o balanço.

Mas a Gerdau notou que, apesar disso, os volumes da empresa no mercado interno permaneceram impactados pela excessiva importação de aço no país, mesmo com medidas de defesa comercial implementadas pelo governo brasileiro.

“No lado positivo, nossas exportações se beneficiaram com a desvalorização do real e contribuíram para a diluição dos custos fixos e para a alavancagem operacional do período”, acrescentou.

A receita líquida consolidada da Gerdau totalizou R$16,8 bilhões no quarto trimestre, 14,3% superior a um ano antes, com impulso da queda do real frente ao dólar (+17,9%) e pelo aumento de preços em algumas linhas de produtos na operação brasileira ao longo do segundo semestre de 2024.

A empresa também anunciou guidance de investimentos (capex) de R$6 bilhões para 2025, após aporte levemente superior em 2024, de R$6,2 bilhões. Os investimentos estarão focados na modernização, no aprimoramento de práticas ambientais e na ampliação da presença em aços longos, planos e especiais nas Américas, disse a Gerdau no relatório.

Do lado operacional, as vendas de aço da Gerdau subiram 2,4% entre os meses de outubro a dezembro de 2024 em base anual, para 2,7 milhões de toneladas, enquanto a produção de aço bruto avançou 1,1% no mesmo período, para 2,7 milhões de toneladas.

MUDANÇA NOS SEGMENTOS REPORTÁVEIS E PROVENTOS

A empresa, junto a Metalúrgica Gerdau, também informou que passará a reportar os resultados de suas divisões entre: segmento Brasil, segmento América do Norte e segmento América do Sul. As mudanças já estarão contempladas nos resultados do primeiro trimestre, segundo comunicado ao mercado.

Com isso, os resultados do segmento Aços Especiais, que incluem operações de aços especiais no Brasil e nos Estados Unidos, passarão a ser divulgados em conjunto com as demais operações, conforme sua localização geográfica.

O novo formato de divulgação “está alinhado às recentes mudanças no cenário global da indústria do aço, que têm levado a uma regionalização cada vez maior dos mercados, dinâmicas de negócios e moedas locais destas operações”, disseram as empresas no comunicado, acrescentando que isso aprimora a apresentação dos resultados da Gerdau em suas principais regiões de atuação, Brasil e América do Norte.

Em paralelo, as companhias também anunciaram a distribuição de dividendos de R$0,05 por ação da Metalúrgica Gerdau e de R$0,10 por ação ou ADRs (American Depositary Receipts) da Gerdau, com pagamento para março deste ano.

Infomoney - SP   20/02/2025

Dois meses após rebaixar a recomendação para siderúrgica Usiminas (USIM5) para underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda), o Itaú BBA decidiu elevá-la para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).

O preço-alvo também foi ajustado de R$ 7 para R$ 8,50, o que representa um potencial de alta de 41% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (18) de R$ 6,04. Com isso, nesta quarta-feira (19), as ações USIM5 subiam 1,99%, a R$ 6,16.

O banco explica que o momentum operacional da empresa melhorou significativamente, com a implementação de aumentos de preços e uma perspectiva mais favorável para os custos, impulsionada pela recente valorização do real brasileiro.
A equipe de análise do BBA reconhece um cenário macroeconômico mais fraco para o Brasil, especialmente no segundo semestre de 2025, mas acredita que suas projeções de preço e volume para a empresa já são conservadoras.
Usiminas registra melhoria no momentum operacional da divisão de aço

Segundo as estimativas do banco, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve atingir R$ 3,0 bilhões em 2025, um aumento de 31% em relação à projeção anterior, refletindo uma visão mais positiva sobre a eficiência de custos da empresa.

Para o segmento de aço, o BBA prevê um aumento de 121% no EBITDA ano contra ano, resultando em uma margem EBITDA de 10%. Para a divisão de mineração da Usiminas, analistas esperam um crescimento de 15% no EBITDA em 2025, impulsionado por um real mais depreciado e maiores volumes, compensando a queda nos preços do minério de ferro.

Volumes domésticos

O Itáu BBA acredita que a combinação de um crescimento do PIB mais lento e taxas de juros mais altas neste ano levará a uma deterioração gradual da demanda por aço ao longo do ano, especialmente no segundo semestre. Dessa forma, projeta um crescimento de apenas 1% na base anual nos embarques domésticos de aço da Usiminas em 2025.
Perspectiva mais favorável para os custos

Conforme o relatório, os principais insumos da Usiminas, como placas de aço e coque/carvão, apresentaram quedas significativas nos últimos meses.

Além disso, os analistas citam que ganhos de eficiência com a retomada do Alto-Forno 3 podem contribuir para um desempenho positivo nos custos em 2025. “No entanto, devido à volatilidade nos custos da empresa nos últimos trimestres, adotamos uma abordagem conservadora e incorporamos apenas uma queda de 2% na base trimestral no COGS [custos dos produtos vendidos] por tonelada no 1T25, com custos permanecendo estáveis ao longo do ano”, explicam.

Preços do aço plano

O BBA ainda prevê um momentum positivo para os preços realizados do aço da Usiminas no primeiro semestre de 2025, impulsionado pelos aumentos de preços no setor de distribuição, reajustes contratuais no setor automotivo e elevações graduais de preços na indústria.

Embora reconheça que o prêmio doméstico de 30% sobre os produtos importados pode não ser sustentável, o BBA avalia que a dinâmica apertada do mercado de aço plano pode impedir quedas de preços no 1S25.

Por outro lado, o banco considera um declínio nos preços do aço doméstico no segundo semestre, à medida que o cenário macroeconômico do Brasil se deteriora. No geral, o modelo do banco incorpora um aumento médio de 3% na comparação anual nos preços realizados do aço doméstico em 2025.

Antidumping pode beneficiar a Usiminas

Por fim, o BBA lembra que pedidos de medidas antidumping para os produtos galvanizado, galvalume, chapas grossas e CRC estão sendo analisados pelo governo. O processo de investigação pode demorar, mas analistas destacam que cerca de 60 a 65% das vendas domésticas da Usiminas estão dentro desses produtos analisados. “Dessa forma, qualquer decisão favorável nas investigações de antidumping pode representar um gatilho positivo para a empresa”, destaca.

Veja - SP   20/02/2025

Para quem é acionista de uma das três grandes siderúrgicas brasileiras que estão listadas na B3 – Gerdau, Usinimas e CSN -, as tarifas sobre as importações de aço dos Estados Unidos prometida pelo presidente Donald Trump não devem ser um problema muito grande. Ao menos é esta a indicação da equipe de analistas do Itaú BBA. O grosso das exportações do Brasil para o país de Trump, e portanto dos reflexos da medida, está concentrado em companhias de capital fechado.

“A Gerdau é a clara beneficiária dentre as siderúrgicas da América Latina que acompanhamos”, escreveu o Itaú em relatório a clientes, mencionando a indústria gaúcha que tem filiais nos Estados Unidos. “Exportadoras que não estão listadas, como a Ternium Brasil e a ArcelorMittal, devem sofrer os maiores impactos negativos.”

As siderúrgicas de capital fechado respondem por cerca de 80% das exportações de aço do Brasil para os Estados Unidos. No caso das três companhias da bolsa, a participação das vendas para os EUA não passa de 4% das receitas totais: é de cerca de 4% para a CSN, de 3% para a Usiminas e de 1% a 2% para a Gerdau, de acordo com o Itaú BBA.

Veja - SP   20/02/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu novas medidas protecionistas nesta quarta-feira 19. O alvo da vez são as importações de automóveis, semicondutores e medicamentos. O republicano indicou que pode impor tarifas de 25% sobre esses produtos, em linha com as medidas que anunciou nos últimos dias. À medida que assina atos ordenando taxas sobre tudo o que outros países vendem ao país, economistas e empresários americanos temem uma disparada nos custos de produção. Um exemplo do que a ofensiva pode causar é o que ocorreu em 2018, quando Trump, então em seu primeiro mandato, estabeleceu uma tarifa de 25% sobre a importação de aço.

Segundo o centro de estudos Peterson Institute, a medida custou caro aos setores que utilizam o aço em seus produtos. O preço médio da commodity aumentou 19% naquele ano nos Estados Unidos. Como a produção das siderúrgicas americanas cresceu 13,5%, a alta dos preços indica que o setor aproveitou para elevar as margens de lucro. O instituto calcula que a sobretaxa gerou ganhos extras de 2,4 bilhões de dólares às usinas locais. O lucro total do setor saltou mais de 60% naquele ano.

É verdade que o protecionismo trumpista ajudou o setor siderúrgico dos Estados Unidos a criar 8 700 empregos em 2018. Esta é a parte que os apoiadores de Trump mostram a quem critica as sobretaxas. O outro lado, contudo, é que as tarifas elevaram os custos das empresas que utilizam aço em seus produtos. O Peterson Institute estima que, naquele ano, as companhias nessa situação pagaram 5,6 bilhões de dólares a mais para suprir suas necessidades.

Feitas as contas entre os lucros gerados para a siderurgia americana e os custos extras dos setores que dependem da commodity, o Peterson Institute calcula que cada emprego criado pela tarifa do aço, em 2018, custou aos consumidores americanos 380 000 dólares. Não é por acaso, portanto, que, tempos depois, Trump trocou as sobretaxas por um sistema de cotas de importação de produtos siderúrgicos.

O fantasma da inflação é o que mais assusta os economistas críticos à guerra comercial deflagrada pelo republicano. Após anunciar, no mês passado, o estabelecimento de uma taxa de 25% sobre todas as importações provenientes do Canadá e do México – posteriormente adiada por 30 dias -, Trump voltou ao ataque na semana passada. Na segunda-feira 10, assinou uma ordem revogando o sistema de cotas e restabelecendo a cobrança de 25% sobre todo o aço e alumínio importado pelos Estados Unidos. A medida entrará em vigor em 12 de março, e o Brasil deve ser um dos mais penalizados, já que é o segundo maior fornecedor de aço para os americanos, atrás apenas do Canadá.

Na última quinta-feira, 13, o republicano reforçou a investida ao assinar um memorando determinando que diversos órgãos do governo federal analisem as disparidades entre as taxas cobradas pelos Estados Unidos sobre os produtos que importa, e as que o país paga para exportar para seus parceiros comerciais. O objetivo é estabelecer reciprocidade tarifária, igualando as tarifas. O etanol de cana de açúcar brasileiro será um dos mais afetados pelas tarifas recíprocas, e foi usado como exemplo por Trump na ocasião. Enquanto o produto brasileiro paga uma taxa de 2,5% para entrar nos Estados Unidos, o etanol de milho americano é taxado em 18% pela alfândega verde-amarela.

Portal Fator Brasil - RJ   20/02/2025

O Instituto Aço Brasil (IABr) recebeu com surpresa a decisão do governo dos Estados Unidos, anunciada no dia 10 de fevereiro (segunda-feira) de estabelecer alíquota de importação do aço para 25%, independentemente da origem, derrubando, no caso do Brasil, acordo firmado no primeiro mandato do presidente Donald Trump, em 2018, para importação do aço brasileiro.

Naquela ocasião, os governos de Estados Unidos e Brasil negociaram o estabelecimento de cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados/placas e 687 mil toneladas de laminados. Tal medida flexibilizou decisão anterior do Presidente Donald Trump que havia estabelecido alíquota de importação de aço para 25%.

Importante ressaltar que a negociação ocorrida em 2018 atendeu não só o interesse do Brasil em preservar acesso ao seu principal mercado externo de aço, mas também o interesse da indústria de aço norte-americana, demandante de placas brasileiras. Os Estados Unidos importaram, em 2024, 5,6 milhões de toneladas de placas por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil. As exportações brasileiras de produtos de aço para os Estados Unidos cumpriram integralmente as condições estabelecidas no regime de “hard quota”, não ultrapassando, em momento algum, os volumes estabelecidos tanto para semiacabados como para produtos laminados.

Cabe ressaltar que o mercado brasileiro também vem sendo assolado pelo aumento expressivo de importações de países que praticam concorrência predatória, especialmente a China, razão pela qual o Instituto Aço Brasil solicitou ao governo brasileiro a implementação de medida de defesa comercial, estando em vigência, atualmente, o regime de cota-tarifa para 9 NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) de produtos de aço. Assim, ao contrário do alegado na proclamação do governo americano de 10 de fevereiro, inexiste qualquer possibilidade de ocorrer, no Brasil, circunvenção para os Estados Unidos de produtos de aço oriundos de terceiros países.

Estados Unidos e Brasil detêm parceria comercial de longa data, que vem sendo, historicamente, favorável ao primeiro. Nos últimos cinco anos, os Estados Unidos tiveram superávit comercial médio de US$ 6 bilhões. Considerando, especificamente, o comércio dos principais itens da cadeia do aço — carvão, aço e máquinas e equipamentos — Estados Unidos e Brasil detêm uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo os Estados Unidos superavitários em US$ 3 bilhões.

O Instituto Aço Brasil e empresas associadas estão confiantes na abertura de diálogo entre os governos dos dois países, de forma a restabelecer o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos nas bases acordadas em 2018, em razão da parceria ao longo de muitos anos e por entender que a taxação de 25% sobre os produtos de aço brasileiros não será benéfica para ambas as partes— conclui a entidade em nota.

Grandes Construções - SP   20/02/2025

A SteelCorp anuncia o lançamento de duas novas fábricas, impulsionando sua estratégia de crescimento e inovação. Em abril de 2025, serão inauguradas as unidades SteelCorp Construtech, em Cajamar (SP), e a nova fábrica SteelCorp no Centro-Oeste, localizada em Aparecida de Goiânia (GO).

Ambas fazem parte da expansão da empresa para atender à crescente demanda por soluções industrializadas na construção civil.
Com as novas unidades a empresa pretende aumentar seu faturamento e chegar a R$ 1 bilhão em 2025.

A unidade de Cajamar está situada no km 29 da Rodovia Anhanguera e contará com linhas de produção totalmente automatizadas em uma planta de 16.000 m². Com essa estrutura, a SteelCorp triplicará seu volume de negócios, elevando a capacidade produtiva anual para 6.000 toneladas de aço e 2.500 casas. Já a unidade de Aparecida de Goiânia terá um galpão de aproximadamente 13.000 m², sendo a primeira fábrica desse porte na região, com capacidade para produzir mais de 3.000 casas modulares populares por ano.

“A SteelCorp Construtech nasceu com a proposta de transformar a maneira como a indústria da construção opera, trazendo um conceito inovador que alia tecnologia e produtividade”, aponta Roberto Justus, CEO da empresa.

Ele reforça que a nova unidade de Cajamar tem como diferencial a automação avançada, enquanto a fábrica em Aparecida de Goiânia será um marco na produção de casas modulares populares, garantindo maior eficiência e redução de custos com mão de obra.

As novas fábricas foram projetadas para impulsionar a inovação e melhorar a experiência dos colaboradores.

“A inauguração das novas fábricas simboliza a evolução da marca, que passa pelo processo de transição, no qual a TecnoFrame deixa de existir, dando lugar à SteelCorp Construtech. Mais do que uma simples troca de nome, a mudança reforça a identidade da empresa como uma construtech que busca trazer inovação para a construção civil, dentro e fora dos canteiros de obra”, conclui Justus.

Valor - SP   20/02/2025

Empresa registra aumento na carteira de pedidos nos EUA e movimentos de ajustes de preços

A Gerdau já percebe os primeiros sinais de melhora em suas operações nos Estados Unidos após o decreto do presidente americano, Donald Trump, que impôs uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelo país. A medida, semelhante à adotada em seu primeiro mandato, reforça o protecionismo da indústria siderúrgica americana e pode beneficiar fabricantes locais, como a brasileira, ao reduzir a concorrência com produtos importados.

Para a companhia, a notícia é positiva e chega em um momento oportuno, já que Gerdau vinha registrando desaquecimento dos negócios na América do Norte ao longo de 2024, em relação ao ano de 2023. Ao Valor, o diretor financeiro de relações com investidores da siderúrgica, Rafael Japur, disse que a empresa teve um aumento na carteira de pedidos nos EUA e há movimentos de ajustes de preços, em função das perspectivas de implementação das tarifas, que não se restringem apenas ao aço, mas também a produtos derivados, em iniciativa que visa a incentivar a reindustrialização americana.

“Para nós, um ambiente de maior defesa comercial, com menos entrada de material importado com preços predatórios que afetaram nossa rentabilidade no segundo semestre de 2024, é positivo e abre melhores perspectivas daqui para frente”, afirmou.

Esse movimento se assemelha ao ocorrido em 2018, quando Trump estabeleceu tarifas para o aço e o alumínio importados pelos EUA, de 25% e 10%, respectivamente. A medida provocou uma alta nos preços dos produtos siderúrgicos, o que foi obviamente bom para a indústria local.

Mesmo que o Brasil consiga negociar a abertura de cotas de importação, o executivo avalia que isso não deve conter os potenciais aumentos de preços no mercado americano para aços longos. Além disso, Japur ressalta que a operação brasileira da Gerdau não sofre impacto significativo dos EUA.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que a empresa divulgou ao mercado os resultados do balanço do quarto trimestre de 2024, reportando lucro líquido ajustado de R$ 666 bilhões, o que representou uma queda de 9% na comparação com os R$ 732 milhões de igual período do ano passado. Já o lucro líquido ajustado no ano totalizou 4,28 bilhões, queda de 19,7%

“Mesmo com uma redução do lucro líquido ajustado, a gente distribuiu mais dividendos e recompras para nossos acionistas do que em 2026”, afirmou.

A Gerdau também aprovou um montante de R$ 6 bilhões em investimentos para 2025, referentes à manutenção e melhoria de competitividade. Os projetos de manutenção são para expandir e melhorar a vida útil das equipamentos operacionais, a fim de manter o desempenho das unidades.

No mercado nacional, o primeiro trimestre de 2024 foi desafiador para a Gerdau, impactado pelo aumento das importações de aço no Brasil. Como resposta, a empresa precisou suspender a produção em duas usinas, além de implementar um plano de corte de custos. A estratégia resultou em economia global de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, para mitigar os efeitos do cenário adverso e manter a competitividade.

“A rentabilidade das operações no Brasil melhorou de forma importante, ao passo em que a economia americana começou a ficar um pouco menos aquecida. Tivemos uma redução das margens na América do Norte também pela entrada de material importado, que terminou suscitando tarifas de defesa comercial pela administração [do presidente Donald] Trump no início do ano”, explicou.

Um fator de atenção para 2025 é a volatilidade do dólar, que no último trimestre de 2024 pressionou os custos de matérias-primas e insumos, como minério de ferro e carvão. Além disso, cerca de 25% da produção brasileira é destinada à exportação para países da América Latina, tornando o câmbio um elemento crucial para a competitividade para os negócios da empresa.

Exame - SP   20/02/2025

Pela primeira vez, a história centenária da maior empresa brasileira produtora de aço, a Gerdau, será contada em um documentário. Intitulado “Moldados como Aço”, a produção retrata a jornada da companhia, entrelaçadas com os acontecimentos mundiais e do desenvolvimento industrial e de modernização do Brasil.

Onde assistir

A pré-estreia do filme, produzido pela Giros Filmes, aconteceu na quarta-feira, dia 19, em uma sala de cinema em São Paulo (SP). O documentário já está disponível gratuitamente no YouTube.

“O documentário traz registros do espírito empreendedor da Gerdau e o legado do trabalho não só da família fundadora, mas de todas as pessoas que colaboraram para a construção da empresa, nutrindo as bases sólidas dessa trajetória de 124 anos. Seguimos comprometidos e engajados em dar continuidade a essa jornada, com a mesma coragem e visão dos colaboradores e colaboradoras que vieram antes de nós, para garantir que nossa empresa continue moldando um futuro tão sólido e resiliente quanto o nosso passado”, afirma Gustavo Werneck, CEO da Gerdau. “É um privilégio imenso fazer parte de uma empresa genuinamente brasileira, referência do setor industrial, com mais de um século de tradição e história.”

O que esperar do documentário

Com duração de 58 minutos, o documentário retrata a história da companhia, desde sua fundação como uma fábrica de pregos em Porto Alegre, pelo imigrante alemão João Gerdau, na sequência, comandada por seus filhos.

A produção traz entrevistas com membros da família — da quarta e da quinta geração — além de colaboradores atuais e grandes nomes do cenário empresarial brasileiro.

Para apresentar a cultura da empresa, os valores familiares e o desejo de expansão, tanto nacional quanto internacional, o filme traz entrevistas com os quatro irmãos Gerdau Johannpeter, que fazem parte da quarta geração da família, Jorge, Frederico, Klaus e Germano, este último falecido em setembro de 2023.

Além de contar com depoimentos de membros da família que atuam no Conselho de Administração e de diversos colaboradores que fizeram e fazem parte dessa história.

Para o cineasta responsável pelo filme e diretor-geral da Giros, Belisário Franca, o desafio foi contar uma história empresarial secular, cujo eixo está intrinsecamente ligado à família Gerdau e aos colaboradores que fizeram parte do início dessa trajetória. “Termos a oportunidade de conversar com os irmãos possibilitou que o documentário trouxesse reflexões não só sobre a companhia, mas também sobre o desenvolvimento industrial brasileiro ao longo do século XX, de como transformar uma empresa familiar em uma grande referência mundial”, explica.

O relato também aborda o marco da Gerdau ao completar seu primeiro século de existência, narrando a jornada de transformação pela qual a companhia passou nos últimos anos. Nesse sentido, destacam temas como a ascensão da quinta geração aos cargos de liderança e, em 2018, a chegada do primeiro CEO de fora da família Gerdau Johannpeter, Gustavo Werneck.

Além disso, o enredo traz diversos exemplos da exposição dos valores da companhia, que foram preservados e evoluídos, tornando-a uma empresa cada vez mais inovadora, digital, inclusiva e com uma atuação social presente nos locais onde atua.

“Nosso objetivo com o documentário foi de ampliar o interesse do tema para o grande público, mostrando a história dos negócios no Brasil, os desafios de construir uma empresa com cultura e valores que criaram resiliência e solidez, o que permitiu alcançar a marca de 124 anos de existência. Foi uma rica experiência, em que pudemos contar a história de uma empresa com base nas pessoas que a construíram, sejam da família fundadora, dos colaboradores ou das regiões impactadas positivamente pelo negócio”, destaca Franca.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   20/02/2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que a inflação esteja “relativamente” dentro da normalidade brasileira desde o Plano Real, em 1994. “O Brasil deixou de ter uma inflação de dois dígitos. Hoje, tem inflação entre 4% e 5%, relativamente dentro da normalidade desde que o real foi implementado”, afirmou, ao participar de um painel na conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Arábia Saudita.

Qualquer cidadão com mais de 40 anos tem memória vívida dos anos de hiperinflação. Felizmente, o País deixou para trás um período em que havia remarcações diárias de itens de supermercados, seguidas por troca de moedas, confiscos, congelamentos e tabelamentos, iniciativas tão conhecidas quanto fracassadas para controlar os preços. A hiperinflação deixou traumas profundos na sociedade brasileira, e não foi por acaso que o ministro da Fazenda que lançou um plano capaz de debelá-la foi eleito e reeleito presidente da República na década de 1990. A população estava cansada de tanto amadorismo e, no momento em que conheceu a estabilidade econômica, passou a defendê-la como um valor a ser preservado.

Dito isso, não se pode dizer que a inflação esteja dentro da normalidade quando o índice está acima da meta de 3%. Meta, como se sabe, é para ser cumprida, e os limites inferior e superior servem para acomodar choques. Em janeiro, o IPCA acumulado nos 12 meses ficou em 4,56%, mas o índice teria chegado a 5,13% não fosse o bônus nas contas de luz da energia gerada pela usina de Itaipu – uma contribuição que, aliás, não se repetirá em fevereiro.

Ademais, o IPCA espelha uma cesta de consumo média da população, mas há muitos itens que subiram bem mais e que pesam no bolso das famílias mais carentes, entre eles alimentos. Não parece ser mera coincidência, portanto, que a popularidade do presidente Lula da Silva tenha atingido o pior nível de seus três mandatos e caído mais entre mulheres e habitantes do Nordeste.

Inflação nunca é algo a ser relativizado, mas é especialmente preocupante quando é o ministro da Fazenda quem o faz. O gasto público excessivo é um motor que estimula a economia e aquece a demanda, e o governo, quando se recusa a fazer sua parte por meio de uma política fiscal mais austera, deixa toda a responsabilidade de conter a inflação para o Banco Central.

A atual taxa básica de juros, em 13,25% ao ano, é reflexo disso, e nada indica que o cenário deva melhorar no curto e médio prazos. Mesmo com a perspectiva de que o Copom eleve a Selic a 14,25% ao ano em março, a mediana das expectativas para o IPCA deste ano subiu pela 18.ª semana consecutiva, para 5,60%, segundo o Boletim Focus.

Com a experiência de quem coordenou o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe por 26 anos, o economista Heron do Carmo disse ao Estadão que projeta uma inflação de 5,5% neste ano. Mas a previsão dele depende da adoção de medidas adicionais de controle do gasto público, já descartadas pelo presidente. Nada, portanto, parece relativamente dentro da normalidade, a não ser a displicência com que governos petistas lidam com a inflação.

O Estado de S.Paulo - SP   20/02/2025

Na ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed) — o banco central americano —, divulgada nesta quarta-feira, 19, os dirigentes da autoridade monetária destacaram a necessidade de uma “abordagem cautelosa” diante do atual “alto grau de incerteza” sobre a trajetória da economia.

A cautela é justificada pelos “riscos de alta à perspectiva de inflação”, citados no documento, além da incerteza em relação à “taxa neutra de juros” (o porcentual que não acelera nem desacelera o crescimento e, consequentemente, a inflação).

Após o BC americano divulgar a ata da reunião de política monetária de janeiro, o mercado manteve para julho a expectativa de retomada dos cortes de juros nos EUA. Logo após a divulgação do documento, a ferramenta FedWatch do CME Group mostrava chance estimada de corte de 58,7% nos juros americanos em julho, primeiro mês em que a probabilidade supera 50%.

O cenário mais provável para julho continua sendo de corte de 0,25 ponto porcentual (44,2%), enquanto as apostas para redução de 0,50 ponto porcentual subiram ligeiramente, de 12,3% na terça-feira, 18, para 13,3% após a ata. A chance de manutenção era de 41,3%.

O mercado também reforçou a expectativa de apenas um corte de juro, de 0,25 ponto porcentual, no acumulado de 2025 (36,1%). Já a chance do Fed manter os juros inalterados em 2025 era de 17,2%, ante 18,7% ontem, de acordo com o CME.

Na ata, o Fed reafirma o ritmo “sólido” da economia americana e aponta os riscos de alta para a inflação como argumento para cautela.

Os participantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Fed reforçaram que “precisam de progresso adicional na inflação” antes de considerar novos cortes na taxa básica de juros.

A inflação, embora tenha mostrado sinais de desaceleração, ainda está acima da meta de 2% do Fed, e os dirigentes avaliam que “fatores como mudanças na política comercial e na imigração, além da forte demanda do consumidor, podem dificultar o processo de desinflação”.

A ata também destacou que a política monetária atual permanece “restritiva”, e os dirigentes afirmaram que “não estão em um curso predeterminado”, com decisões futuras dependendo da evolução dos dados econômicos.

Os dirigentes do Fed apontaram que os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica dos Estados Unidos segue em “ritmo sólido”.

“Dados recentes sugeriram que as condições do mercado de trabalho permaneceram sólidas e que o mercado de trabalho não estava especialmente apertado”, diz o documento do encontro realizado em janeiro.

Além disso, o Fed destaca que a taxa de desemprego também se manteve baixa nos EUA.

O que o Fed diz sobre a dívida americana

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem defendido abertamente a elevação ou extinção do teto da dívida americana.

Os dirigentes da autoridade monetária discutiram “estratégias alternativas sobre compras de ativos do Tesouro” no mercado secundário, como parte do plano de implementação da política de redução do balanço patrimonial (os ativos e passivos da instituição). O objetivo é alinhar a composição de vencimentos da carteira de títulos do Fed com a estrutura da dívida pública dos EUA.

O documento destacou que “pagamentos de principal de títulos lastreados em hipotecas (MBS) poderiam ser direcionados a compras de ativos do Tesouro” no mercado secundário.

Essa estratégia visa “implementar a política de redução do balanço patrimonial”, conforme estabelecido nos Princípios e Planos do Fed para diminuir o tamanho de seu balanço.

Além disso, os dirigentes da autoridade monetária mencionaram que a “discussão sobre estratégias para o balanço patrimonial citou alguns cenários”. Esses cenários estão relacionados à forma como o Fed pode ajustar sua carteira de títulos do Tesouro no mercado secundário, conforme avança no processo de redução do tamanho de seu balanço.

A ata do Fed, no entanto, não detalhou os cenários específicos, mas reforçou que o objetivo é alinhar a composição de vencimentos dos títulos da carteira do BC americano com a estrutura da dívida pública americana, garantindo que a redução do balanço ocorra de forma ordenada e sem causar disrupções nos mercados financeiros.

O Fed sinalizou a possibilidade de interromper ou desacelerar o processo de redução do seu balanço patrimonial até que o impasse sobre o limite da dívida do país seja resolvido. A medida foi discutida por “vários participantes” na reunião.

O texto destaca que, diante do risco de oscilações significativas nas reservas bancárias nos próximos meses — em decorrência das incertezas relacionadas ao teto da dívida —, pode ser “apropriado considerar pausar ou desacelerar a redução do balanço patrimonial até a resolução desse evento”.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/02/2025

As autoridades do Federal Reserve continuam incertas quanto ao impacto que as tarifas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem ter sobre a inflação, mas começaram a delinear riscos mais sérios para as cadeias de suprimentos, as expectativas da população e para os preços, à medida que o escopo dos planos para as taxas se torna mais claro.

A guerra comercial deflagrada durante o primeiro mandato de Trump acabou levando o Fed a reduzir a taxa de juros porque, em vez de fomentar a inflação, as perspectivas de crescimento global e dos EUA começaram a se deteriorar.

Porém, com um episódio de inflação alta ainda recente, com os consumidores gastando e com uma maior sensibilidade do Fed em relação a como as distorções no fornecimento podem criar uma inflação persistente, a abrangência e a extensão dos planos de Trump estão causando preocupação.

A abordagem fragmentada do governo pode ser particularmente prejudicial, dizem as autoridades do Fed, à medida que as empresas e os consumidores se ajustam a uma perspectiva que parece imprevisível e preparada para preços mais altos.

Até o momento, Trump aumentou as tarifas sobre os produtos chineses, adiou outras sobre México e Canadá, estabeleceu tarifas sobre aço e alumínio importados a partir do mês que vem e orientou sua equipe a elaborar tarifas para qualquer país que imponha barreiras sobre os produtos dos EUA.

Os membros do Fed temem que as medidas possam causar um aumento nas expectativas de inflação da população, o que ameaçaria aumentos de preços mais crônicos no futuro.

“A maioria das tarifas leva a um choque único e depois o mundo segue em frente”, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, neste mês. Mas se o debate, a implementação e a retaliação se estenderem ao longo do tempo e começarem a afetar as expectativas de inflação, “seria apropriado reagir” por meio da política monetária.

Nem todas as autoridades do Fed estão tão preocupadas.

O diretor Christopher Waller disse na segunda-feira que não espera que as tarifas desencadeiem uma inflação persistente e acredita que as autoridades devem responder aos dados que têm diante de si. Esperar por uma certeza perfeita, mesmo em tempos voláteis, “é uma receita para a paralisia”, disse Waller.

A ata da reunião de janeiro do Fed, que será divulgada nesta quarta-feira, pode fornecer mais detalhes sobre os debates das autoridades a respeito da agenda prometida por Trump.

A reunião ocorreu apenas uma semana após a posse de Trump, mas a incerteza já estava aumentando e contribuiu para a relutância dos membros em reduzir ainda mais os juros até que eles tenham mais informações sobre como as políticas de Trump afetarão a economia.

As autoridades do governo argumentam que seus planos, que também incluem cortes de impostos, desregulação e repressão à imigração, reduzirão a inflação, uma visão que não é amplamente compartilhada pelos economistas.

Um artigo recente de pesquisadores do Fed de Boston concluiu que as tarifas de 25% sobre México e Canadá e de 10% sobre a China acrescentariam 0,8 ponto percentual à inflação, o que prejudicaria as perspectivas do Fed.

Mas essa estimativa, segundo o documento, não inclui os inúmeros ajustes que as tarifas provocariam: os consumidores podem substituir os produtos ou reduzir a demanda; as empresas podem assumir o custo ou repassá-lo; outros países podem retaliar; e as taxas de câmbio e de juros globais serão ajustadas.

“Acredito que as empresas estão mais propensas a repassar as pressões de custo do que há cinco anos”, disse o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, em janeiro. Uma vez iniciado esse processo, “é preciso se preocupar com as expectativas”, já que as lembranças da inflação continuam frescas entre os consumidores.

Até o momento, as autoridades do Fed afirmam que não veem os consumidores ou os mercados perdendo a confiança na capacidade e na disposição do banco central de retornar a inflação para 2%. Com a taxa no que eles ainda consideram um nível “restritivo”, eles veem o cenário pronto para que as pressões de preços diminuam.

Mas podem estar surgindo sinais de alerta. A pesquisa mensal da Universidade de Michigan mostrou um salto nas expectativas de inflação dos consumidores, embora uma pesquisa semelhante do Fed de Nova York tenha sido moderada.

Globo Online - RJ   20/02/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nessa quarta-feira ser possível chegar a um acordo comercial com a China, um alvo central de sua política tarifária, para quem já impôs tarifas adicionais de 10% sobre todos os seus produtos.

Em 2020, os Estados Unidos haviam alcançado "um grande acordo comercial com a China", e um novo pacto é "possível", disse Trump a jornalistas a bordo do avião presidencial.

Entre Washington e Pequim "há um pouco de concorrência, mas o relacionamento que tenho com o presidente Xi (Jinping) é, eu diria, excelente", acrescentou o mandatário republicano.

Desde seu retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump fez das tarifas sua principal ferramenta para reduzir o expressivo déficit comercial dos EUA.

No início de fevereiro, impôs uma tarifa adicional de 10% sobre todos os produtos importados da China.

Pequim retaliou com impostos de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo e outros bens, como máquinas agrícolas e veículos.

A China é o país com o maior superávit comercial em relação aos Estados Unidos, totalizando US$ 295,4 bilhões em 2024, de acordo com a Secretaria de Análise Econômica, vinculada ao Departamento de Comércio dos EUA.

Segundo dados das alfândegas chinesas, os Estados Unidos receberam quase 15% das exportações do gigante asiático em 2024.

Também em fevereiro, Trump anunciou tarifas de 25% contra México e Canadá, seus vizinhos e parceiros comerciais no tratado T-MEC, alegando que não faziam o suficiente para conter a migração irregular e o tráfico de fentanil. No entanto, concordou em adiá-las por um mês enquanto negocia com esses governos.

Além disso, planeja impor novos tributos de 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os seus parceiros comerciais, além de outras "tarifas recíprocas".

MINERAÇÃO

Valor - SP   20/02/2025

Empresa japonesa destacou que projeto Rhodes Ridge, na Austrália, é um dos maiores depósitos não desenvolvidos de minério de ferro do mundo e a produção deve começar até 2030

A Mitsui vai comprar uma participação de 40% no projeto de minério de ferro Rhodes Ridge, na Austrália, por US$ 5,34 bilhões, como parte de seus esforços para garantir um fornecimento estável de recursos essenciais para as economias asiáticas.

A holding japonesa informou nesta quarta-feira (19) que o projeto Rhodes Ridge será desenvolvido e operado pela Rio Tinto, que detém 50% de participação.

Segundo os acordos firmados, a Mitsui pretende adquirir uma participação de 25% do VOC Group e 15% da AMB Holdings, ambos sócios da Rio Tinto na Austrália. A AMB manterá uma participação de 10% no projeto.

A empresa japonesa destacou que Rhodes Ridge é um dos maiores depósitos não desenvolvidos de minério de ferro do mundo, localizado na Austrália Ocidental, onde a Mitsui atua no setor de minério de ferro desde os anos 1960.

A produção deve começar até 2030, e a participação anual da Mitsui na produção será inicialmente de cerca de 16 milhões de toneladas, podendo ultrapassar 40 milhões de toneladas no futuro.

Para efeito de comparação, a participação da Mitsui na produção anual de minério de ferro foi de aproximadamente 61 milhões de toneladas no ano fiscal encerrado em março de 2024.

A Mitsui também informou que o minério de ferro produzido em Rhodes Ridge será misturado ao minério comercializado pela Rio Tinto e exportado para países asiáticos, incluindo o Japão.

Diante do forte crescimento esperado na produção de aço bruto, especialmente na Índia e no Sudeste Asiático, a Mitsui prevê que a demanda de longo prazo pelo minério de ferro continuará forte, já que o material é essencial para a produção de aço de alta qualidade.

IstoÉ Online - SP   20/02/2025

Na última sexta feira (14/02), a Vale anunciou o Programa Novo Carajás, em solenidade realizada em Paraupebas (PA), que contou com a presença do Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva; do Ministro de Minas Energia, Alexandre Silveira; do Governador Hélder Barbalho; do Presidente da Companhia, Gustavo Pimenta; do Vice Presidente que ficará responsável pela gestão do programa, Marco Braga; além de diversas autoridades de todas as esferas estatais.

A data da anúncio é emblemática, na medida que a empresa celebra 40 anos de atuação na Amazônia, e além disso, o Estado recepcionará em novembro a Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas de 2025.

Os investimentos previstos no programa perfazem o valor de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2030, em uma região considerada estratégica para a descarbonização e a transição energética, dada sua disponibilidade relevante de minerais de transição.

Por meio do programa, a empresa concentrará esforços na consolidação da produção de minas operacionais, bem como na expansão de novos alvos. A produção de minério de ferro de alta qualidade, fundamental para a geração de aço verde; e, o estímulo a produção de cobre, mineral de transição são a base para o aumento da produção atual, bem como o fortalecimento de um portfólio de produção mais sustentável e menos gerador de gás carbônico.

Os números do Programa são expressivos, com estimativa de que a produção de minério de ferro em Carajás alcance um ritmo de 200 milhões de tonelada por ano em 2030; um crescimento esperado de 32% na produção de cobre, com possibilidade de alcance de 350 mil toneladas, o que contribuirá com uma contribuição no PIB da ordem de R$ 80 a 100 bi ano.

O CEO da Vale, Gustavo Pimenta, destacou a relevância do Programa e a importância da região no contexto do desenvolvimento sustentável: “Carajás é um caso de sucesso de parceria entre público e privado; voltada para a program da floresta onde produzimos, com processo de mineração a seco e tecnologias inovadoras, cerca de 60% do minério que o Brasil exporta.”

Valor - SP   20/02/2025

Empresa teve receita de R$ 206 bilhões, recuo de 1%, e EBITDA de R$ 80,1 bi, redução de 13,5%

A Vale registrou queda nos principais indicadores operacionais no ano passado. A mineradora fechou 2024 com um lucro de R$ 31,59 bilhões, redução de 20,9% em relação a 2023. A receita da mineradora totalizou R$ 206 bilhões, 1% abaixo do ano anterior. E o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 80,1 bilhões no ano, queda de 13,5% em relação ao exercício anterior. As informações foram divulgadas no fim da noite de ontem.

Também nesta quarta-feira (19) o conselho de administração da Vale aprovou a distribuição de dividendos no valor total bruto de R$ 2,141847479 por ação, apurados conforme o balanço de 31 de dezembro de 2024 e equivalentes a R$ 9,14 bilhões. A data para pagamento dos dividendos aos detentores de ações de emissão da Vale negociadas na B3 será 7 de março de 2025, enquanto os detentores de American Depositary Receipts (ADRs), negociados na Bolsa de Nova York, vão receber em 10 de março.

Uma explicação para a queda nos resultados da Vale em 2024 está no fato de o preço realizado de finos de minério de ferro, o principal produto da companhia, ter recuado. O preço realizado da Vale foi de US$ 95,30 por tonelada em 2024, queda de 12% sobre 2023. Só no quarto trimestre, a queda foi maior ainda, de 21%.

Estamos satisfeitos com o desempenho operacional e financeiro em 2024”

— Gustavo Pimenta

No cobre, o preço médio realizado foi de US$ 8,8 mil por tonelada, alta de 11% sobre 2023. Já no níquel o preço médio realizado foi de US$ 17 mil por tonelada, queda de 22% sobre o ano anterior.

Em mensagem no balanço, divulgado no fim da noite de ontem, o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, procurou ressaltar os avanços operacionais: “Estamos satisfeitos com o forte desempenho operacional e financeiro em 2024, ressaltado pela maior produção de minério de ferro desde 2018 e recorde de produção de cobre em Salobo [PA]. Nossa abordagem disciplinada em custos e eficiência operacional resultou em melhorias significativas, com nosso C1 [custo da mina ao porto] atingindo US$ 18,8 por tonelada no quatro trimestre, o nível mais baixo desde 2022”, disse Pimenta.

No quarto trimestre de 2024, a Vale registrou prejuízo de R$ 4,67 bilhões ante um lucro de R$ 11,98 bilhoes no mesmo período de 2023. Segundo a companhia, o prejuízo nos últimos três meses de 2024 se deu por conta da revisão do valor de operações no Canadá, sendo US$ 1,4 bilhão das operações de Thompson e US$ 540 milhões do projeto da mina de Voisey’s Bay. Os ativos são da subsidiária integral Vale Base Metals (VBM).

O Ebitda entre outubro e dezembro do ano passado foi de R$ 22,2 bilhões, queda de 30,2% ante igual período do ano anterior. E a receita líquida somou R$ 59,4 bilhões no quarto trimestre de 2024, redução de 7,9% ante igual período de 2023.

A Vale lembrou ainda que em dezembro de 2024 fechou com o governo as bases gerais para a renegociação de contratos de concessão ferroviária. “Essa renegociação resultou no reconhecimento de uma provisão adicional de R$ 1,6 bilhão [US$ 256 milhões]. Ainda em dezembro, a Vale fez um pagamento antecipado de R$ 4 bilhões [US$ 656 milhões] associado às concessões ferroviárias”, disse a empresa no comunicado.

No endividamento, a companhia fechou 2024 com dívida líquida expandida em US$ 16,4 bilhões, 2% maior que no fim de 2023. A dívida líquida expandida inclui compromissos já previstos como as ações para reparação de Mariana e Brumadinho. O resultado foi possível, segundo a empresa, uma vez que a geração negativa de fluxo de caixa livre no quatro trimestre foi compensada pelo efeito positivo dos ajustes cambiais nas provisões de Brumadinho e Samarco. A meta de dívida líquida expandida da Vale permanece entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões.

IstoÉ Online - SP   20/02/2025

A mineração no Tocantins segue em crescimento, movimentando R$ 1,75 bilhão em 2024, um aumento de 21,11% em relação ao ano anterior. O estado abriga mais de 30 projetos estratégicos, com investimentos previstos de R$ 4 bilhões até 2027. Entre os minerais explorados estão ouro, esmeraldas, calcário, fosfato, ferro e manganês, além de materiais para construção civil. A atividade gera aproximadamente 26.760 empregos diretos e indiretos, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Os municípios produtores recebem 60% da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), enquanto os afetados por transporte, embarque ou barragens de rejeitos também são beneficiados. Um dos principais investimentos recentes é a mina de ouro em Monte do Carmo, adquirida pela mineradora peruana Hochschild Mining, com aporte de R$ 1,4 bilhão e ainda em fase de licenciamento.

Apesar do impacto econômico positivo, moradores expressam preocupações sobre infraestrutura e meio ambiente. Em Monte do Carmo, onde a nova mineradora está sendo instalada, há receios quanto à capacidade da cidade de suportar o crescimento populacional e possíveis impactos na nascente de córregos que abastecem o município. A fiscalização das atividades é realizada pela ANM e pela Agência de Mineração do Estado do Tocantins (Ameto), seguindo normas ambientais vigentes.

Além do ouro, a mineração se destaca em diversas cidades. O município de Palmeirópolis abriga um complexo polimetálico com extração de ouro, cobre, prata e chumbo. O calcário é explorado em cidades como Almas, Natividade e Taguatinga, enquanto a mineração de fosfato ocorre em Arraias. Já Monte Santo e Cristalândia são polos de produção de esmeraldas e cristal, consolidando o Tocantins como um estado estratégico para o setor mineral.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/02/2025

A Rio Tinto registrou lucro líquido de US$ 11,6 bilhões em 2024, o que representou um crescimento de 15% ante os US$ 10,1 bilhões de 2023. Mas a segunda maior mineradora do mundo anunciou redução em seu dividendo após os preços mais baixos do minério de ferro pesarem em seu lucro subjacente.

Os lucros subjacentes – uma medida observada de perto que exclui alguns itens não recorrentes – totalizaram US$ 10,87 bilhões, uma queda de 7,6% ano após ano.

Os analistas esperavam lucros subjacentes de US$ 11 bilhões, de acordo com dados compilados pela Visible Alpha.

Os diretores declararam um dividendo final de US$ 2,25 por ação, elevando o pagamento total da mineradora no ano para US$ 4,02 por ação. A Rio Tinto pagou aos investidores US$ 4,35 por ação em 2023.

Os resultados financeiros da Rio Tinto foram prejudicados pelos preços mais fracos do minério de ferro, que responde pela maior parte dos lucros da empresa. Isto foi parcialmente compensado por um aumento nos preços do cobre, alumínio e bauxita.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   20/02/2025

Automóveis (carros de passeio e caminhões) respondem por 28%, ou 6 trilhões de ienes (US$ 39,6 bilhões), de todas as exportações do Japão para os Estados Unidos

As montadoras japonesas estão considerando maneiras de ajustar seus planos de produção antes que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implemente políticas tarifárias mais rígidas sobre seus produtos, possivelmente dentro de algumas semanas.

Trump disse na sexta-feira que os anúncios relacionados a tarifas sobre carros importados viriam "por volta de 2 de abril", sem dar mais detalhes. Essa medida acrescenta uma nova preocupação para as montadoras -- incluindo Honda, Nissan e Mazda -- que já enfrentam outras medidas tarifárias, como tarifas recíprocas, taxas sobre aço e alumínio e possíveis cobranças de 25% sobre México e Canadá.

Automóveis (carros de passeio e caminhões) respondem por 28%, ou 6 trilhões de ienes (US$ 39,6 bilhões), de todas as exportações do Japão para os Estados Unidos, sendo a maior categoria única em valor, de acordo com as estatísticas comerciais do Japão. A próxima maior categoria de exportação é a de autopeças, com 6%.

A Honda, que fabrica cerca de um terço de seus produtos destinados aos Estados Unidos no México e Canadá, calcula provisoriamente um impacto de cerca de 20 bilhões de ienes para março se tarifas adicionais forem implementadas conforme o esperado, de acordo com Shinji Aoyama, vice-presidente executivo da montadora.

"Agora estamos tentando trazer a produção do México e Canadá para os Estados Unidos até o fim de fevereiro, tanto quanto possível", disse ele na teleconferência de resultados da empresa na quinta-feira. Ele acrescentou que a Honda consideraria outras medidas, como mudar quais modelos são feitos nos dois países.

O diretor financeiro da Honda, Eiji Fujimura, disse que um total anual de cerca de 610 mil carros seriam impactados pelas políticas tarifárias dos Estados Unidos, já que a Honda envia 550 mil veículos feitos no México e Canadá para os Estados Unidos e exporta 60 mil dos Estados Unidos para seus dois vizinhos.

"Depende do modelo, mas digamos que haja um preço de US$ 30 mil por carro e calcule que uma tarifa de 25% é imposta para 610 mil carros, você tem um impacto nos carros acabados", disse ele.

"Além disso, se houver tarifas impostas sobre aço, alumínio e peças, o impacto seria de centenas de bilhões de ienes", disse Fujimura.

Trump anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, ambas as principais matérias-primas dos carros, a partir de 12 de março.

Nissan e Mazda importam do México cerca de um terço e um quarto, respectivamente, de seus carros vendidos nos Estados Unidos, de acordo com dados da empresa de pesquisa MarkLines.

"Se tarifas altas forem aplicadas, precisamos considerar internamente como podemos fabricar os produtos que exportamos atualmente para outro lugar, monitorar cuidadosamente a situação e tomar uma decisão", disse o executivo-chefe (CEO) da Nissan, Makoto Uchida, durante uma teleconferência de resultados na quinta-feira.

Em teleconferência de resultados em 7 de fevereiro, o diretor financeiro da Mazda, Jeffrey H. Guyton, afirmou: "Os Estados Unidos são nosso mercado nacional mais importante, e estamos em constante diálogo com autoridades governamentais relevantes, bem como com nossas organizações comerciais do setor para tentar promover a estabilidade do comércio livre e justo".

“No passado, produzimos em fábricas mexicanas para venda na Europa e em outros países, e a produção oscilante é um dos pontos fortes da Mazda. Essa não é uma política decidida, mas apenas uma das coisas em nosso bolso neste momento", disse ele, referindo-se à estratégia da montadora de garantir a flexibilidade de fabricação ao mudar agilmente entre fábricas com base na demanda do mercado.

Questionado sobre a possibilidade de a empresa mudar a produção dos Estados Unidos para o Japão e aumentar as exportações de seu mercado doméstico para os consumidores americanos, Guyton disse que "é uma possibilidade, mas não algo que decidimos".

A Toyota, que também fabrica carros no Canadá e no México, já levou em consideração os efeitos potenciais dos aumentos de tarifas planejados por Trump, mas ainda espera um lucro líquido anual maior em comparação com sua previsão anterior. A montadora espera responder rapidamente depois que houver mais clareza sobre as intenções de Trump, em vez de fazer movimentos com base em suposições, disse em sua teleconferência de resultados em 5 de fevereiro.

Trump, em preparação para introduzir tarifas recíprocas sobre importações, ordenou investigações em países que têm tarifas mais altas ou barreiras comerciais não tarifárias contra produtos americanos que entram em seus mercados. O Japão não impõe tarifas sobre automóveis — ao contrário da tarifa de importação de 2,5% sobre carros de passeio atualmente imposta pelos Estados Unidos — mas um funcionário da Casa Branca disse que o Japão tem "barreiras estruturais", como seus padrões industriais e de segurança.

"A indústria automobilística é uma indústria-chave para o Japão", disse o Ministro da Economia, Comércio e Indústria Yoji Muto a repórteres na terça-feira. "Examinaremos cuidadosamente os detalhes das medidas dos Estados Unidos que serão anunciadas e seu impacto no Japão."

Veja - SP   20/02/2025

Em mais um avanço na guerra comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende taxar automóveis em 25% e impor tarifas na mesma faixa aos semicondutores e produtos farmacêuticos importados.

Trump prometeu que as tarifas sobre automóveis importados devem começar a ser impostas a partir do dia 2 de abril. No dia 1º de abril, o gabinete do presidente deve apresentar relatórios detalhando as opções para uma série de tarifas de importação. Na semana passada, Trump mandou que sua equipe econômica fizesse um plano para impor tarifas recíprocas para igualar alíquotas aplicadas por outros países, produto por produto. Na ocasião, o presidente citou o etanol brasileiro como exemplo de desequilíbrio

Na sua primeira gestão na presidência, Donald Trump chegou a ameaçar taxar as importações de automóveis neste patamar , mas não levou a cabo a promessa. Entre 2018 e 2019, uma investigação do Departamento de Comércio concluiu que as importações de carros enfraqueciam a indústria dos EUA, levando Trump a ameaçar tarifas semelhantes, mas sem implementá-las.

Na terça-feira, 19, o presidente disse que as tarifas de 25% para chips semicondutores e produtos farmacêuticos ainda devem aumentar bastante ao longo de um ano. Ele não forneceu uma data para o anúncio dessas tarifas, sob o argumento de que quer dar tempo para que as indústrias farmacêutica e de semicondutores estabeleçam fábricas nos EUA e, assim, evitem as novas taxas. Trump disse que espera que algumas das maiores empresas do mundo anunciem novos investimentos nos EUA nas próximas semanas, mas não deu mais informações.

Desde que assumiu, Trump vem intensificando sua política de tarifas sobre importações com a justificativa de proteger a indústria americana, mas isso pode gerar retaliações comerciais e afetar as relações com países aliados. Veja o que já foi anunciado:

Tarifas sobre a China:
Trump impôs uma taxa de 10% sobre todas as importações chinesas, além das tarifas que já existiam. A justificativa usada foi que a China não conseguiu conter o tráfico de fentanil, uma droga sintética.

Tarifas sobre México e Canadá:
Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e importações do Canadá (exceto produtos energéticos), mas depois adiou essa decisão por um mês.

Tarifas sobre aço e alumínio:
Trump determinou que, a partir de 12 de março, será aplicada uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Anteriormente, países como Canadá, México e União Europeia tinham isenções, mas essas foram eliminadas. Além disso, essa taxa se aplicará a produtos manufaturados que usam aço e alumínio, como tubos elétricos e lâminas de escavadeiras.

Portal Fator Brasil - RJ   20/02/2025

Os veículos elétricos estão em alta no mercado automotivo. As importações brasileiras de carros deste tipo aumentaram mais de 100% e chegaram a US$ 1,6 bilhão em 2024, enquanto as vendas internas ultrapassaram 177 mil unidades. Os eletrificados também representaram mais de 40% do total de veículos importados pelo país. Para especialista em comércio exterior, o setor deve seguir aquecido em 2025 devido à expansão da rede de eletropostos, ampliação da oferta de marcas e modelos, avanços tecnológicos, queda nos preços e ao comportamento do consumidor.

O mercado automotivo brasileiro ganha impulso significativo com o crescimento da frota de carros elétricos. Em 2024, as importações destes veículos bateram recorde e atingiram quase US$ 1,6 bilhão, um aumento de 107,7% em relação ao ano anterior, conforme dados da Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As vendas no país também acompanharam esse incremento, registrando acréscimo de 89% e 177.538 unidades comercializadas no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Só em dezembro, foram vendidos 21.634 carros. Especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, Rogério Marin prevê que o mercado de mobilidade elétrica deve continuar avançando em 2025 em função de diversos fatores, tais como o aumento da oferta (e da concorrência) de novos modelos, entrada de novos fabricantes no mercado, queda nos preços relativos dos veículos eletrificados em relação aos convencionais (ICE – Internal Combustion Engine), redução do desconhecimento do consumidor sobre o produto e ampliação da infraestrutura de recarga, que vem crescendo em todo país.

—A expectativa é que esse mercado continue em alta, impulsionado pelo comportamento do consumidor brasileiro, que tem buscado cada vez mais alternativas sustentáveis e econômicas. Mesmo com o aumento do Imposto de Importação, os carros elétricos representaram mais de 40% do total de veículos importados no ano passado, consolidando o Brasil como um mercado significativo e atraindo investimentos de grandes montadoras chinesas, como a BYD e a GWN, além da chegada de várias outras, tais como Zeekr e Denza —explica Marin. —Com o aumento dos eletropostos, especialmente fora dos grandes centros urbanos, assim como com a ampliação da rede de concessionários e modelos (cada vez mais acessíveis), aumenta entre os consumidores a percepção dos benefícios financeiros e ambientais dos veículos eletrificados, e a tendência é de que o segmento mantenha seu ritmo acelerado de crescimento —acrescenta o especialista.

A ampliação da rede de infraestrutura de recarga em 2024 colaborou para reduzir as incertezas quanto ao uso de veículos elétricos em maiores distâncias. Dados da ABVE apontam que a quantidade de eletropostos quase triplicou no ano passado na comparação com 2023, saltando para mais de 12 mil unidades em dezembro. —Enquanto o Brasil avança na questão dos postos de recarga elétrica, algumas montadoras vêm apostando em veículos híbridos plug-in, que têm baterias e motores a gasolina— explica Rogério Marin.

Benefícios ambientais e econômicos —A crescente consciência sobre a necessidade de reduzir as emissões de gases poluentes também tem popularizado os carros elétricos pelo país. São Paulo foi o estado que mais emplacou veículos do tipo em 2024, com um total de 56.819 unidades. Em seguida estão Brasília (16.061), Rio de Janeiro (12.841), Paraná (12.056) e Santa Catarina (11.500), segundo a ABVE. Para os consumidores, os benefícios desses veículos vão além da sustentabilidade. A economia com abastecimento é uma dessas vantagens, já que em muitos estados brasileiros o custo da recarga elétrica é significativamente menor do que o gasto com gasolina, etanol ou diesel. A manutenção reduzida é outro ponto positivo, pois esses automóveis possuem menos peças móveis em comparação com os veículos a combustão, o que diminui a necessidade de reparos frequentes. Marin, que há três anos utiliza pessoalmente tanto modelos elétricos quanto híbridos, afirma que seu carro elétrico “é simplesmente o melhor, mais econômico e conveniente veículo que já tive na vida”.

Além disso, ganhos de escala e avanços tecnológicos têm reduzido significativamente o custo das baterias, o componente mais caro de um veículo elétrico, o que acaba por reduzir o custo total do veículo, cujos preços a cada ano que passa se aproximam mais dos veículos convencionais. Para se ter uma ideia da escala desta redução de custos, de acordo com dados publicados pela BloombergNFE (BNFE), em 2013 1 kWh de bateria (Lithium-ion) custava USD 806 e, em 2024, este valor foi de apenas USD 115 por 1 kWh. Esta tendência deve continuar nos próximos anos, e se estimam valores ao redor de USD 50/kWh entre 2027 e 2030.

De acordo com estas projeções, veículos elétricos devem se tornar mais baratos que seus equivalentes com motores a combustão interna antes do final da década. —Acredito que neste ponto a migração se tornará irreversível, visto que aliado ao menor custo operacional dos veículos elétricos se somará a vantagem de um menor custo de aquisição —finaliza Marin.

Tek Trade — A Tek Trade é uma empresa catarinense e atua desde 2005 no ramo de importação e exportação no Brasil. É membro fundador do Sindicato das Empresas de Comércio Exterior do Estado de Santa Catarina (Sinditrade). Com milhares de operações de importação e exportação realizadas com sucesso, a Tek Trade detém todo o conhecimento necessário para operar em comércio exterior com eficiência atendendo de micro a grandes empresas. | instagram.com/tektradeoficial.

CNN Brasil - SP   20/02/2025

A sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que irá impor tarifas de ao menos 25% à importação de automóveis é observada pelas montadoras em operação no Brasil como uma “oportunidade”, disseram à CNN fontes do setor, que aguardam a oficialização da medida para se posicionar publicamente.

Trump indicou que as tarifas em torno de 25% devem ser apresentadas em 2 de abril. Atualmente a tarifa para automóveis de passageiros nos Estados Unidos é dez vezes menor: de 2,5%.

A medida não assusta as montadoras brasileiras já que suas exportações de veículos de passageiros para os EUA são praticamente nulas: em 2024, foram vendidos cerca de US$ 6 milhões em automóveis, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Na visão de membros do setor, contudo, uma série de países que disputam investimentos com o Brasil serão impactados pela medida, sendo o principal deles o México. Segundo os relatos, o fato de as montadoras do país abastecerem os EUA é corriqueiramente decisivo para a escolha de investidores.

Hoje o México produz cerca de quatro milhões de veículos por ano e importa quase três milhões deste total ao vizinho norte-americano. As tarifas de Trump devem eliminar parte do diferencial para o país. Assim, o terreno se torna mais propício para o Brasil “vencer” e atrair os investimentos.

Os EUA são o maior importador de carros do mundo. Em 2023, foram registrados US$ 208 bilhões em compras. As maiores fatias tem como origem México, com cerca de US$ 44 bilhões; Japão, com US$ 40,9 bilhões; Canadá, com US$ 35 bilhões; Coreia do Sul, com US$ 31 bilhões; e Alemanha, com US$ 24 bilhões.

O segmento vê oportunidade, mas também risco. Existe a percepção de que parte da produção que deixará de ser destinada aos Estados Unidos possa ser direcionada ao Brasil e outros países da América do Sul — principais mercados para as montadoras que operam em território nacional.

A maior parte das exportações das montadoras brasileiras aos EUA dizem respeito a veículos de transporte de mercadorias: cerca de US$ 283 milhões em 2024, segundo o Mdic. Mas estes produtos já são tarifados em 25% atualmente pelo país norte-americano.

Infomoney - SP   20/02/2025

A Nikola declarou falência, culminando uma longa queda para a antiga queridinha da indústria de veículos elétricos, que enfrentou vendas fracas e passou por uma série de CEOs após um escândalo de fraude.

A empresa planeja liquidar seus ativos após entrar com um pedido de recuperação sob o Capítulo 11 no estado americano de Delaware na quarta-feira (19). Nos documentos do tribunal, ela listou ativos entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões.

O pedido encerra a luta da fabricante de caminhões elétricos e movidos a hidrogênio para lidar com a diminuição do caixa, vendas lentas e a queda do preço das ações. A Bloomberg informou no início deste mês que a Nikola estava explorando um possível pedido de falência, já que a empresa reconheceu que estava “trabalhando incansavelmente para levantar capital”.
As ações da Nikola despencaram 54% às 8h da quarta-feira, antes da negociação regular em Nova York. O valor das ações perdeu 97% de seu valor nos últimos 12 meses até terça-feira.

A empresa passou por uma jornada tumultuada desde que se tornou pública em 2020 por meio de um acordo com uma empresa de aquisição de propósito específico, com suas ações disparando em seus primeiros dias. Logo depois, a Bloomberg News informou que o fundador Trevor Milton havia exagerado a capacidade do caminhão de estreia da Nikola. Essas alegações, juntamente com uma subsequente campanha de vendedores a descoberto visando a empresa, levaram à destituição de Milton e, posteriormente, à sua condenação por acusações de fraude.

Nos últimos anos, a empresa enfrentou problemas de fluxo de caixa, demanda lenta e rotatividade executiva. A Nikola também recolheu seus caminhões elétricos a bateria após incêndios nas baterias em 2023, o que a levou a interromper temporariamente as vendas.

O CEO Steve Girsky, um ex-analista do Morgan Stanley e executivo da General Motors, estava liderando um esforço recente para levantar dinheiro ou encontrar alternativas estratégicas, informou a Bloomberg.
Setor em crise

A Nikola é a mais recente fabricante a sucumbir a um ambiente difícil para veículos elétricos, que estão lutando para manter tração devido a altos custos, infraestrutura de carregamento irregular e interesse morno dos clientes.

A Fisker declarou falência sob o Capítulo 11 em junho, enquanto a Canoo anunciou um pedido de falência sob o Capítulo 7 em 17 de janeiro — ambas as empresas, assim como a Nikola, tornaram-se públicas por meio de fusões reversas com empresas de cheques em branco durante uma onda de tais listagens em 2020. O fabricante sueco de baterias Northvolt solicitou proteção contra falência nos EUA em novembro.

Com seu pedido de falência, a Nikola está buscando autorização para prosseguir com um processo de leilão e venda, disse a empresa em um comunicado. A empresa afirmou que pretende cumprir suas obrigações com os funcionários e possui US$ 47 milhões em caixa.

O valor de mercado da Nikola atingiu o pico de US$ 29 bilhões nos dias após o início das negociações, mas havia caído para menos de US$ 100 milhões antes do pedido.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

CIMM - SP   20/02/2025

A Komatsu, empresa japonesa especializada em equipamentos industriais, anunciou um robusto plano de investimentos para o Brasil. O aporte totaliza R$ 104 milhões, sendo R$ 57 milhões já aplicados na inauguração de uma nova unidade em Parauapebas (PA), e mais R$ 7 milhões que serão investidos até o fim de 2025 em máquinas e equipamentos. Além disso, a empresa informou ao CIMM, por meio de sua assessoria, que destinará R$ 40 milhões nos próximos cinco anos para aprimorar a produtividade, ampliar a eficiência energética e fortalecer a segurança em suas operações.

Segundo Ricardo Alexandre Vieira dos Santos, vice-presidente da Divisão de Equipamentos de Mineração da Komatsu, a expansão marca um avanço estratégico. “Estamos dando mais um passo para o nosso crescimento no Brasil, dobrando nossa capacidade atual, que permitirá atuar com 17 implementos de forma simultânea”, afirmou em comunicado.

A nova unidade conta com tecnologia moderna e processos otimizados de saúde e segurança do trabalho, disse a empresa. Na área industrial, o galpão principal foi projetado para atender às demandas de reformas e fabricação de básculas, caçambas e outros implementos de grande porte, seguindo padrões globais da Komatsu. A unidade também possui uma cabine exclusiva de pintura e um Safety Dojo, espaço dedicado a treinamentos e simulações de segurança.

Inicialmente, as operações serão realizadas em dois turnos, com previsão de expansão para um terceiro.

Na área industrial, o galpão principal foi projetado para atender às demandas de reformas e fabricação de básculas, caçambas e outros implementos de grande porte, seguindo padrões globais da Komatsu. A unidade também possui uma cabine exclusiva de pintura e um Safety Dojo, espaço inspirado na cultura japonesa, onde os colaboradores treinam boas práticas de segurança por meio da aplicação prática dos conceitos.

“Isso significa que nossos colaboradores aprendem sobre segurança no dia a dia, praticando o que é correto”, explica Ricardo Alexandre Vieira dos Santos. A iniciativa reforça a cultura de prevenção da empresa, segundo a empresa, que conta com uma equipe de 104 profissionais dedicados à segurança no Brasil, sendo 10 deles alocados exclusivamente na nova unidade para garantir a aplicação dos protocolos em todos os turnos de operação.

FolhaMax - MT   20/02/2025

O deputado Carlos Avallone (PSDB) está pleiteando junto ao governo do Estado a inclusão de novos tipos de veículos e equipamentos da chamada 'linha amarela', máquinas utilizadas na construção pesada, pavimentação asfáltica, construção e manutenção de vias urbanas e rodovias, mineração e agricultura. A reivindicação foi apresentada ao deputado pelo Gerente Executivo da Fenabrave-MT/Sincodiv-MT, Ricardo Marchesin. A Regional de Mato Grosso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores e o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de Mato Grosso são as entidades que representam a categoria da distribuição de veículos em Mato Grosso.

Em 2017, quando foi secretário de Desenvolvimento Econômico no governo Pedro Taques, Avallone liderou as articulações que resultaram na aprovação do Projeto de Lei 199/2018 que reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações internas destes equipamentos. A redução da base de cálculo do ICMS para 41,18%, regulamentada por decreto do Executivo, baixou de 12% para 7% o valor do imposto no estado, atendendo a uma demanda antiga deste setor.

Segundo o gerente da Fenabrave-MT, o estado que era uma 'ilha negativa' voltou a ter competitividade com a aprovação desta lei que tornou a alíquota cobrada em Mato Grosso similar à do vizinho estado de Goiás, onde boa parte das empresas adquiriam os veículos usados em MT por conta da tributação menor. “Na época, somente 30% do que se comercializava em equipamentos da linha amarela dentro do Estado era fornecido por empresas daqui, ou seja, 70% vinha de fora. A regulação da carga tributária foi um grande avanço para o segmento e para o estado como um todo. As empresas de Mato Grosso ganharam competitividade e com isso o Estado ganhou em arrecadação e em geração de empregos”, completou Ricardo Marchesin.

O decreto do Executivo em 2018 contemplou 28 tipos de máquinas, incluindo retroescavadeiras, pás-carregadeiras, motoniveladoras, fresadoras de asfalto e rolos-compactadores, entre outras. "Agora, estamos propondo a inclusão na linha amarela de outros tipos de equipamentos não contemplados pelo decreto. Os grupos geradores a diesel, por exemplo, são muito utilizados em MT e precisamos baixar a alíquota também para estes equipamentos que são comprados nos estados vizinhos que tem alíquota menor. Uma política fiscal justa e responsável gera mais empregos e mais arrecadação, e não perda de receita como muitos pensam, pois com alíquota menor as vendas aumentam e a arrecadação de impostos também. Esse é o tipo de incentivo que gera bons resultados para a economia regional e na verdade aumenta a arrecadação pelos efeitos multiplicadores".

Apesar de diminuir a alíquota, o Estado não perdeu receita pois o número de vendas aumentou muito. A redução do tributo e o crescimento do agronegócio motivaram o aumento expressivo das vendas nas concessionárias de veículos em Mato Grosso nos últimos anos, gerando milhares de empregos em toda a cadeia produtiva. Novas empresas se estabeleceram aqui, concessionárias ampliaram suas instalações e a contratação de funcionários. Mato Grosso conta hoje com 21 empresas da linha amarela, que geram mais de 1 mil empregos diretos. A carga tributária tem influência direta nos preços finais dos produtos. Se o imposto fica menor, consequentemente o valor do bem em questão também fica menor, tornando o produto mais acessível ao consumidor. Foi o que aconteceu com as máquinas da chamada “linha amarela”, que tradicionalmente são usadas na construção civil, mas que têm marcado presença cada vez maior também no campo.

O segmento de máquinas pesadas é o setor que movimenta a infraestrutura. As construtoras, por exemplo, têm melhores condições para adquirir equipamentos dentro de Mato Grosso. Operando aqui, as máquinas também são reparadas aqui, o que gera o incremento de uma rede de serviços especializados e empregos diretos e indiretos relacionados ao setor, explicou o deputado. Além dos setores produtivos, o deputado Avallone lembrou que o setor também é responsável pelo maquinário dedicado à pavimentação asfáltica e manutenção de vias urbanas e rodovias, o que contribui indiretamente com redução dos gastos públicos com essas rubricas

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   20/02/2025

A Prefeitura de São Paulo respondeu, à Justiça, que irregularidades na destinação de milhares de apartamentos construídos com benefícios para a baixa renda seriam “pontuais” e que uma suspensão da política de incentivos traria “risco sistêmico” à continuidade da produção do setor na cidade, com impacto até na PPP da Habitação e no programa municipal Pode Entrar. A defesa foi apresentada após o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrar com pedido de liminar pela suspensão da política, ao apontar “negligência” na fiscalização e indícios de que parte dos imóveis foram para público de maior renda, especialmente em bairros de classe média, como Pinheiros, Moema e Itaim Bibi.

Nesta semana, duas das principais organizações do setor construtivo, o Secovi-SP e a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), entraram com um pedido de ingresso como “amicus curiae” na ação civil pública movida pelo MP-SP. As entidades defendem que os incentivos tributários, fiscais e urbanísticos municipais precisam continuar e, ainda, que uma suspensão poderia impactar até nos edifícios em fase de conclusão, com “prejuízos incalculáveis”.

O MP-SP não se pronunciou sobre a manifestação da Procuradoria Geral do Município (PGM) até o momento. Na ação, aponta ausência de indícios de que a política municipal conseguiu atender à população de menor renda da cidade, assim como fala em “enriquecimento ilícito de construtoras”. A Promotoria de Habitação investiga possíveis fraudes na política municipal de incentivos fiscais, tributários e urbanísticos desde 2022.

Na petição, a gestão Ricardo Nunes (MDB) argumenta que o MP-SP deveria individualizar ações contra os ao menos 122 empreendimentos com possíveis fraudes, em vez de voltar-se ao controle da Prefeitura. Também faz críticas à Promotoria, chegando a sugerir que o pedido de liminar seria uma forma de manter a “segregação socioespacial que historicamente expulsou a população de baixa renda para as periferias da cidade” e de “elitização dos eixos urbanos” da cidade.

A PGM reconhece que há casos de irregularidades. Admite, ainda, que o Município sofre “evidentemente, (com) limitações materiais e humanas, bem como limitações jurídico formais para a punição de infratores, o que envolve procedimento de notificação, oitiva, produção de provas, intimação, resposta, decisão, recursos e providências finais”.

Como o Estadão revelou, 11 empreendimentos na cidade receberam multas e aviso de sanção nas últimas semanas, somando cerca de 2 mil unidades, a maioria microapartamentos em bairros de classe média, como Pinheiros, Lapa, Vila Romana e Alto do Ipiranga. Por enquanto, dois tiveram a penalidade inicial publicada, de R$ 31 milhões ao todo. O Município está em processo de contratação de uma auditoria, por cinco anos, no valor de R$ 43,7 milhões.

Segundo a gestão Nunes, ao menos 200 processos de apuração sobre irregularidades foram abertos, o que corresponde a cerca de 24,6 mil apartamentos. Grande parte desses casos foi identificada a partir de notificações de cartórios, após um convênio recente com o poder público, e denúncias encaminhadas pelo MP-SP.

Essas penalidades envolvem empreendimentos ligados a diferentes incorporadoras, construtoras e grupos do mercado imobiliário, como Benx, Cyrela, Canopus, MF7, You,Inc, Tecnisa, Metrocasa, Presence Empreendimentos, Rev³ Incorporadora, Floor e Consthruir. Ao Estadão, a maioria das empresas afirmou ter seguido a legislação vigente à época do licenciamento dos edifícios.

As apurações do MP-SP e da Prefeitura apontaram indícios de venda e aluguel de parte das unidades para pessoas com maior renda ou em valores considerados incompatíveis para a moradia popular. Uma parcela das empresas tem argumentado que compradores com maiores rendimentos se comprometeram a alugar as unidades à baixa renda.

A ação do MP é vista com preocupação no setor imobiliário. Avalia-se que, se a Justiça conceder a liminar, há potencial de impacto na dinâmica de aquisição de terrenos, na aprovação de novos empreendimentos para HIS e até na obtenção de “habite-se” para obras em conclusão. Neste mês, as principais associações do setor se reuniram com a gestão Nunes para tratar do tema.

Além disso, escritórios de advocacia especializados em mercado imobiliário têm defendido que há margem para judicialização por parte das autuadas, com possibilidade de cancelamento ou redução das multas. Não há uma estimativa, até o momento, sobre o montante em taxas e impostos que a Prefeitura abdicou para incentivar HIS e HMP na cidade.

À Promotoria, alguns compradores relataram que não foram informados de que tinham adquirido uma habitação de baixa renda. Além disso, há indícios de pessoas físicas e jurídicas que adquiriram os imóveis cientes de ser uma habitação de interesse social e, mesmo assim, anunciaram a revenda ou aluguel (comum e via plataformas de hospedagem) por valores considerados incompatíveis para essa faixa.

Prefeitura diz que suspensão afetaria direitos das construtoras e que está aumentando instrumentos de fiscalização

À Justiça, a Prefeitura argumentou que o atendimento da liminar causaria “insegurança jurídica”. Também alegou que afetaria “diretamente os direitos das construtoras e incorporadoras, que teriam sua atividade econômica inviabilizada”.

A gestão defendeu que a revisão recente da legislação urbanística, entre 2023 e 2024, aprimorou o monitoramento dessa política de incentivo, como a exigência da averbação da destinação como HIS na matrícula. Chegou a mencionar, ainda, os impactos da pandemia no serviço público e que a fiscalização poderia ocorrer apenas após a conclusão das obras (embora uma parte das unidades seja vendida ainda na planta).

“O abuso de direito não ocorre por omissão do Município, mas sim pelo descumprimento das normas urbanísticas e habitacionais por parte das empresas que comercializam as unidades, muitas vezes burlando os mecanismos de controle e adotando práticas ilícitas para lucrar indevidamente com os incentivos urbanísticos concedidos”, reconheceu a Procuradoria.
Construtoras dizem que liminar do MP pode trazer ‘prejuízo incalculável’

No pedido de ingresso como amicus curiae (”amigo da corte”, que oferece subsídios sobre o tema da ação), a Abrainc e o Secovi-SP falaram que a política municipal é “exitosa” e que uma eventual suspensão traria “prejuízo incalculável às políticas de habitação popular”.

“Os casos sobre os quais há suspeita de irregularidade são excepcionais e, como tais, devem ser tratados no bojo de uma ação voltada a responsabilizar aqueles que infringiram a lei, não em uma ação voltada a suspender a exitosa política pública em questão”, argumentaram. Também apresentaram seis argumentos pela manutenção da política de incentivo. São eles:
setor privado tem maior capacidade de investimento para produção de habitação para baixa renda do que setor público;descontinuação impactaria negativamente em programas de redução de déficit habitacional, como Minha Casa Minha Vida e Pode Entrar;existência de mecanismos para ‘coibir burlar e desvios’ na política municipal;‘efetiva atuação’ do Município para coibir fraudes;petição inicial do MP-SP evocaria ‘valores jurídicos abstratos’ e faz ‘generalização’ que não refletiria realidade;ausência de avaliação das consequências de uma suspensão da política municipal.
MP fala de ‘fake HIS’ em São Paulo

Na ação judicial, o MP-SP menciona expressão do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (Labcidade) da USP sobre o tema: “fake HIS”. Os pesquisadores da Faculdade de Arquitetura de Urbanismo têm falado em “social housing washing”, isto é, uma possível maquiagem que daria indevida aparência de produção de moradia popular a uma política que incentivou imóveis em parte utilizados por outra parcela da população.

No ano passado, após solicitar notificação dos cartórios, a Promotoria recebeu, em menos de dois meses, mais de 560 casos de imóveis e empreendimentos suspeitos. Esse montante envolve exclusivamente casos de compradores que buscaram registrar imóveis HIS e HMP naquele período.

“Unidades colocadas à venda pelo mercado imobiliário como HIS e HMP têm metragem (em geral) entre 24 e 30 m², não raras vezes por valor que ultrapassa R$ 20 mil por metro quadrado. Essa tipologia e preço evidenciam-se claramente, em princípio, como sendo incompatíveis com famílias que recebem de três a seis salários mínimos”, aponta na ação.

No pedido de liminar, o Ministério Público defende que a política de incentivo precisaria ser suspensa temporariamente até o desenvolvimento de “sistema seguro e eficiente de fiscalização pública de adquirentes e locatários” e a definição de controle de preços de venda de unidades e locações. Fala-se até na possibilidade de que seja descontinuada.

“Condicionam (viabilizam) a construção a um custo de empreitada bastante inferior, trazendo maior rentabilidade ao incorporador, nem sempre alcançando, porém, o objetivo da norma, que é o de aumentar a oferta de moradias a preços condizentes aos destinatários do citado programa social”, diz o MP.

A petição é assinada por Marcus Vinicius Monteiro dos Santos, Camila Mansour Magalhães da Silveira, Roberto Luís de Oliveira Pimentel e Moacir Tonani Junior, promotores de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   20/02/2025

O ministro dos Transportes, Renan Filho, admitiu a possibilidade de relicitação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A concessão da malha, que é controlada pela VLI Logística, expira em agosto de 2026.

Seria uma guinada nos planos do governo, que caminhava para uma renovação antecipada do contrato por 30 anos, mediante a exigência de novos investimentos.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

“Já se cogita, sim”, disse Renan Filho à CNN, nesta terça-feira (18), ao ser questionado em entrevista sobre a hipótese de relicitação da ferrovia.

Fontes ouvidas reservadamente pela reportagem vinham apontando dificuldades nas negociações entre Ministério dos Transportes e VLI sobre a renovação.

A malha da FCA tem 7,2 mil quilômetros de extensão e cruza sete estados – Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe –, além do Distrito Federal.

Segundo relatos feitos à CNN, tem havido insatisfação de alguns estados com as contrapartidas oferecidas pela atual concessionária.

Sem entrar em detalhes, Renan Filho afirmou que o governo não abrirá mão de um acordo vantajoso para o poder concedente. Ele lembrou que estudos para uma eventual relicitação, como alternativa, já haviam sido abertos pelo ministério.

“Também podemos promover a renovação, mas é preciso um entendimento entre as partes. As renovações, como estavam sendo feitas, não eram vantajosas para o país”, disse.

O ministro argumentou que o pagamento de outorgas para a renovação de operações como a Malha Paulista (Rumo), da MRS Logística e das ferrovias da Vale (Estrada de Ferro Carajás e Vitória-Minas) havia sido “minorado” pelo governo anterior.

“Nós não vamos fazer a mesma coisa”, enfatizou Renan Filho. “Só faremos renovação antecipada sob melhores condições de valorização do ativo. Fora disso, faremos o leilão.”

Depois de ter comprado ações da japonesa Mitsui, no ano passado, a gestora canadense Brookfield passou a deter 36,5% de participação na VLI. Em seguida, vem a Vale (com 29,6%), o FI-FGTS (15,9%), a Mitsui (que permanece com 10% das ações) e o BNDESPar (8%).

Setores como mineração, agronegócio e indústria utilizam a FCA para escoar suas produções. Os principais produtos transportados na ferrovia são soja, milho, farelo de soja, açúcar, derivados de petróleo, fertilizantes, produtos siderúrgicos, entre outros.

NAVAL

Globo Online - RJ   20/02/2025

Os Estados Unidos estão preocupados com a expansão econômica da China nas Américas, em particular quanto aos seus investimentos nos portos, mas isso representa uma ameaça à segurança nacional? Como se contrapor?

O subcomitê da Segurança Marítima e de Transportes da Câmara dos Deputados dos EUA convidou, este mês, vários especialistas, para opinarem sobre o assunto. Veja a seguir algumas das conclusões.

Portos nas Américas

As empresas chinesas investiram no setor portuário de sete países do continente, incluindo cinco terminais dos EUA, afirmou Isaac Kardon, pesquisador de estudos sobre a China do Fundo Carnegie para a Paz Internacional em Washington. Segundo ele, cum movimento capitaneado pelas estatais Costco e China Merchants, além do conglomerado privado CK Hutchinson Holdins.

— Em comparação com outras regiões, elas têm uma presença relativamente modesta nas Américas, com investimentos em 15 portos em um total de 95 — disse Kardon.

Para o especialista, as empresas chinesas possuem participações minoritárias nos EUA, geralmente em conjunto com companhias locais. Mas realizaram investimentos "particularmente estratégicos" no Panamá, Peru e Brasil

Canal do Panamá

O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914. No entanto, foi entregue aos panamenhos em dezembro de 1999, em virtude de tratados bilaterais.

A Hutchinson Ports PPC, também conhecida como Panama Ports Company SA, gerencia o porto de Cristóbal, no lado Atlântico do canal, e o de Balboa, no lado Pacífico, desde 1997. Os Estados Unidos consideram esses portos uma ameaça à sua segurança.

Matthew Kroenig, vice-presidente e diretor do Centro Scowcroft de Estratégia e Segurança do Atlantic Council em Washington, acredita que a China poderia tentar dificultar o comércio através do canal.

— A China envia por meio da via interoceânica substâncias com as quais é fabricado o fentanil, um opioide sintético, e opera com tecnologia de vigilância usada para coletar informação — sustentou Kroenig.

Já Kardon aconselha que os EUA ajam estreitamente com o Panamá para, por exemplo, "atrair capital privado para assumir qualquer concessão rescindida e expandir e modernizar as instalações". Por ora, o país latino aguarda os resultados de uma "auditoria integral" sobre a Panama Ports.

Ameaça para a segurança dos EUA?

O pesquisador do Carnegie aponta duas áreas de preocupação: o uso dessas infraestruturas para acumular poder na região e exposição a "vulnerabilidades físicas e digitais", como equipamentos fabricados na China e software integrado nos sistemas.

— No âmbito militar, a presença naval chinesa na América é relativamente modesta e a correlação de forças favorece esmagadoramente os Estados Unidos, porque Pequim se centra no Pacífico ocidental visando tomar o controle de Taiwan no futuro — disse Kardon.

Kroenig, por sua vez, acredita que a China representa a maior ameaça contemporânea para a segurança nacional dos Estados Unidos no caso de uma crise ou guerra.

— É um desafio integral com dimensões econômicas, tecnológicas, diplomáticas, ideológicas e militares — elencou, acrescentando: — A América Latina e o Caribe costumam se sentir atraídos pelos investimentos em infraestrutura da China, mas eles têm um preço, porque através deles consolida o acesso a recursos, capta as elites, ganha influência sobre os governos, muda as políticas nacionais a seu favor e mina as normas democráticas, a transparência e os padrões ambientais.

Como os EUA deveriam se contrapor?

A China investe em infraestrutura portuária devido a suas "vantagens econômicas e geopolíticas", assegurou Cary Davis, presidente e diretor-geral da Associação Americana de Autoridades Portuárias (AAPA). Ele diz que os Estados Unidos têm que aumentar os investimentos diretos nos portos nacionais e nos países aliados.

Para Kardon é essencial implementar medidas de cibersegurança estritas e obrigatórias.

Kroening recomenda a Washington fomentar que os países da região deixem de colaborar com a China "em áreas de preocupação", mas avalia que poderiam seguir fazendo isso em outras "não sensíveis, como a agricultura". Ele pede ainda que sejam oferecidas "alternativas aos investimentos chineses", incentivando o setor privado.

Diretor do Programa das Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Ryan C. Berg aconselha Washington a mudar de estratégia, citando o caso do porto peruano de Chancay.

— É muito mais fácil jogar no ataque do que simplesmente jogar na defesa. É preferível envolver o setor privado americano do que tentar fazer com que os peruanos se desfaçam desse novo mega porto — comenta.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   20/02/2025

A NTS e a Geo firmaram um Memorando de Entendimento para explorar em conjunto as oportunidades de negócio em infraestruturas voltadas para gases renováveis e seus combustíveis derivados. O acordo permitirá que as empresas avaliem os segmentos de biogás, biometano, carbono biogênico e hidrogênio renovável. Estes últimos, de forma pioneira no mercado, reforçando também o compromisso com a transição energética e a sustentabilidade. Além da possibilidade de conectar produtores de biometano à malha existente de transporte de gás natural, ao término dos estudos as empresas poderão avaliar, por exemplo, se há também oportunidades de constituir novos clusters. A ideia é criar soluções logísticas dedicadas a gases renováveis, de modo a promover também as principais áreas produtoras de biogás no país.

O CEO da NTS, Erick Portela, explica que “Como profunda conhecedora do mercado e sempre em busca de desenvolvê-lo cada vez mais, a NTS é a primeira transportadora a fazer esse movimento de desenvolvimento de projetos voltados aos chamados combustíveis avançados, como o biogás. O momento é favorável para investimentos em infraestrutura desse tipo, que não apenas impulsionam a inovação tecnológica, mas também ampliam a produção e garantem, consequentemente, a entrega da molécula aos clientes conectados à nossa rede e o desenvolvimento de seus negócios.”

O MOU também quer aproveitar o incentivo dado ao setor pela Petrobrás, em seu edital de compra de biometano. Esse é um momento para que as empresas se preparem não apenas para atender à demanda imediata do edital, mas aos planos futuros para reduzir a pegada de carbono no setor energético e atender a compromissos ambientais, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade. A NTS pretende ser um player essencial deste cenário, no transporte e entrega dos combustíveis avançados. “Nossas conversas com a Geo começaram antes mesmo do lançamento do edital. Nosso principal interesse está na integração de dutos, o que contribui para a redução da demanda por transporte rodoviário e permite entregas mais seguras aos clientes em diversas regiões. Vamos analisar a viabilidade financeira, os projetos em áreas com maior potencial, entre outros aspectos, para, ao final, definirmos a melhor alocação de nossos investimentos. Nosso foco sempre será no desenvolvimento sustentável da economia e das indústrias nas quais atuam nossos consumidores“, explica Portela.

Para o CEO da Geo, Alessandro Gardemann, o acordo prevê a união das expertises complementares de ambas as empresas para identificar oportunidades. “A logística eficiente e escala com as moléculas renováveis são essenciais para a consolidação de novas tecnologias”, pontua o executivo. A companhia atua desde 2008 com molécula renovável. A depender do resultado dos estudos, as empresas acreditam que esta visão inovadora de infraestrutura dedicada aos gases renováveis poderá contribuir para acelerar o crescimento do mercado de biogás no país.”

TN Petróleo - RJ   20/02/2025

De acordo com dados recentes divulgados no Boletim de Produção de Petróleo e Gás Natural da Agência Nacional de Petróleo (ANP), quatro FPSOs operados pela MODEC estão entre os 10 maiores produtores do Brasil. O FPSO Guanabara MV31 se destacou como o principal produtor de óleo e gás do ano de 2024, mantendo o posto alcançado também em 2023. Já os FPSOs Carioca MV30, Almirante Barroso MV32 e Cidade de Itaguaí MV26 ficaram em terceiro, quinto e décimo lugar, respectivamente.

“Este resultado nos enche de orgulho. Mais de 26% da produção nacional de petróleo e gás no ano de 2024 passou pela frota da MODEC, com mais de 1.1 milhão de barris de óleo equivalente produzidos por dia, em média. Isso é fruto da dedicação de nossos times, da parceria com nossos clientes e da estrutura técnica robusta que temos no Brasil para responder às necessidades operacionais”, explica Rodrigo Rocha, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da MODEC.

Recordistas do pré-sal

O FPSO Guanabara MV31, que desde agosto de 2023 tem a maior média de produção diária no pré-sal, alcançou um novo recorde em novembro. O navio, localizado no campo de Mero, produziu 184.263,18 bbl/d de petróleo e 12,04 milhões de m³/d de gás, um recorde histórico de maior média de produção diária do Brasil. Até agosto de 2023, o recorde de maior produção diária pertencia ao FPSO Carioca MV30, operado pela MODEC, no campo de Sépia.

Outro recorde conquistado pela frota da MODEC foi o de menor tempo a atingir capacidade máxima de produção. O FPSO Almirante Barroso MV32 conquistou o marco em apenas 146 dias após o primeiro óleo.

Maior campo produtor

O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás e responsável por 23,82% da produção marítima de petróleo no ano de 2024. Neste campo, a MODEC opera os FPSOs Cidade de Angra dos Reis MV22, Cidade de Mangaratiba MV24 e o Cidade de Itaguaí MV26.

Sobre a MODEC - A MODEC é líder global no segmento de construção, afretamento e operação de plataformas para produção de óleo e gás e possui mais de 55 anos de história. Há mais de duas décadas em mares brasileiros, a MODEC opera 13 plataformas de Petróleo e Gás, possui outras duas unidades em construção para o país e mais um FPSO em fase de desenvolvimento de engenharia. São mais de 3,2 mil empregados atuando no Brasil.

Infomoney - SP   20/02/2025

Os preços do petróleo mantiveram-se próximos à máxima de uma semana nesta quarta-feira, devido a preocupações com interrupções no fornecimento na Rússia e nos EUA, enquanto o mercado aguardava esclarecimentos sobre as sanções, já que Washington tenta intermediar um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia.

Os futuros do Brent subiram 20 centavos, ou 0,3%, para fechar a US$76,04 por barril, enquanto o petróleo WTI subiu 40 centavos, ou 0,6%, encerrando a US$72,25.

Esse foi o maior fechamento para ambos os índices de referência do petróleo desde 11 de fevereiro.
“O mercado está tentando se decidir sobre três fatores de alta: Rússia, Irã e Opep”, disse o estrategista de commodities do BNP Paribas, Aldo Spanjer.

“As pessoas estão tentando descobrir o impacto das sanções anunciadas e reais.”

Os ataques de drones à infraestrutura petrolífera russa estão reduzindo os suprimentos.

A Rússia disse que os fluxos de petróleo do Caspian Pipeline Consortium (CPC), uma importante rota para as exportações de petróleo do Cazaquistão, foram reduzidos em 30-40% na terça-feira após um ataque de drones ucranianos em uma estação de bombeamento.

Um corte de 30% equivaleria à perda de 380.000 barris por dia de abastecimento do mercado, segundo cálculos da Reuters.

O presidente russo , Vladimir Putin, sugeriu que o ataque do CPC pode ter sido coordenado com os aliados ocidentais da Ucrânia.

Nos EUA, o clima frio ameaçou o fornecimento de petróleo, com a North Dakota Pipeline Authority estimando que a produção no Estado diminuiria em até 150.000 bpd.

Há também especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, como a Rússia e o Cazaquistão, podem decidir adiar seu aumento de oferta planejado para abril, disse o analista de mercado da IG, Tony Sycamore.

O presidente dos EUA, Donald Trump, chamou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy de “um ditador sem eleições” na quarta-feira e disse que ele deveria agir rapidamente para garantir a paz.

Valor - SP   20/02/2025

Acordo é de três anos e o fornecimento do insumo começou em janeiro

Glauber Vignero: “Mercado livre de gás ainda está em desenvolvimento” — Foto: Leo Rodrigues/Valor

Em busca de redução de custos e de flexibilidade de suprimento, a Samarco fechou contrato para compra de gás da Eneva no mercado livre para o Complexo de Ubu, no Espírito Santo. O acordo é de três anos e o fornecimento começou em janeiro. As companhias não abrem o volume ou o valor do contrato mas, segundo a Samarco, o acordo com a Eneva representa 40% do total consumido mensalmente.

Glauber Vignero, gerente de comercialização da Eneva, diz que é importante ter grandes clientes como a Samarco para aprimorar o mercado livre de gás. “Esse mercado ainda está em desenvolvimento, então cada cliente que migra tem importância.”

O mercado livre foi estruturado com a Nova Lei do Gás e permite que um grande consumidor escolha o fornecedor, as condições dos contratos e o prazo do suprimento. Grandes nomes da indústria migraram para o novo modelo, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale, Gerdau e Ternium. A Eneva tem contrato no mercado livre com a Vale, com fornecimento de 150 mil metros cúbicos por dia a partir do primeiro semestre de 2025, evoluindo para 250 mil metros cúbicos diários no segundo semestre.

Vignero diz que, apesar de não divulgar o volume que será fornecido à Samarco, a mineradora estará entre os maiores consumidores, grupo em que se destaca a indústria de base. “O contrato é relevante no âmbito do mercado livre.” Conforme o gerente da Eneva, o gás a ser entregue à Samarco, no primeiro momento, virá por importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) via “hub” de Sergipe. A origem do gás pode mudar a depender da estratégia de portfólio da Eneva.

Segundo a Samarco, o Complexo de Ubu usa gás desde 2010, quando passou a substituir o óleo combustível nos fornos de pelotização. A companhia aderiu ao mercado livre de gás em 2023, com um contrato com a Vibra. A mineradora diz que a compra do insumo por esse modelo cresceu de maneira gradual e representa 75% do gás consumido. A substituição do óleo combustível representou redução de cerca de 14% nas emissões de gás carbônico equivalente por tonelada produzida de pelotas, de acordo com a Samarco.

No contrato com a Eneva, a Samarco irá realizar pagamentos de acordo com o volume de gás recebido mensalmente, respeitando os termos comerciais acordados. No Complexo de Ubu, a companhia utiliza o gás natural nos fornos de pelotização como energia térmica para o processo produtivo.

As atividades da Samarco ficaram paralisadas por cinco anos a partir de 2015 pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A mineradora ainda caminha para sair da recuperação judicial e avançar na operação. Em dezembro, reativou duas unidades em Minas Gerais. Agora, aguarda aval da Justiça e dos administradores judiciais para sair do processo de recuperação judicial. Segundo a Samarco, foram cumpridas as obrigações de curto prazo e a empresa está pronta para encerrar o processo. Com reativação do concentrador 2 em dezembro, a companhia espera alcançar produção de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério em 2025. O volume é o dobro da produção da companhia quando retomou as atividades em 2020.

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