Clipping Diário

10 | Fevereiro | 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   10/02/2025

"Eles [Nippon Steel] estão fazendo isso como um investimento, não mais como uma compra", disse Trump em entrevista coletiva na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que apoia o que descreveu como um acordo emergente que permitiria à Nippon Steel investir – mas não possuir totalmente – a U.S. Steel, abrindo caminho para a empresa japonesa desempenhar um papel maior no mercado siderúrgico dos EUA.

"Eles estão fazendo isso como um investimento, não mais como uma compra", disse Trump em entrevista coletiva na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba. "Eu não queria que fosse uma compra, mas investimento eu adoro."

Os detalhes do novo acordo ainda não estavam claros nesta sexta-feira (7), mas Trump disse que se reuniria com os líderes da Nippon Steel na próxima semana para discutir o assunto.

O presidente fez campanha prometendo fortalecer a indústria americana e já havia se manifestado contra a proposta da Nippon Steel de US$ 14,1 bilhões para adquirir a U.S. Steel, sediada em Pittsburgh.

Durante a coletiva, na qual Ishiba e Trump falaram em púlpitos adjacentes, o primeiro-ministro japonês também abordou o acordo, afirmando que a tecnologia japonesa seria disponibilizada à U.S. Steel. Ambos os líderes discutiram oportunidades para aumentar o comércio entre os países, embora Trump tenha ressaltado que pretende reduzir o déficit comercial dos EUA com o Japão.

A Nippon Steel e a U.S. Steel não responderam a pedidos de comentário.

O CEO da U.S. Steel, David Burritt, se reuniu com Trump na quinta-feira (6) para discutir o acordo. O vice-presidente da Nippon Steel, Takahiro Mori, esteve em Washington na semana passada para encontros com parlamentares.

As declarações de Trump não mudaram a posição do sindicato United Steelworkers, que se opôs à compra da U.S. Steel pela Nippon Steel desde o anúncio do acordo no final de 2023. Nesta sexta-feira, o sindicato também declarou oposição a um possível investimento da siderúrgica japonesa.

"A Nippon já demonstrou ser uma trapaceira comercial reincidente, com um histórico de despejar seus produtos em nossos mercados", afirmou o sindicato em comunicado.

A entidade pediu a Trump que buscasse "alternativas americanas" para a Nippon Steel. O sindicato apoia a proposta da Cleveland-Cliffs, concorrente da U.S. Steel. A Nippon Steel venceu a disputa final com uma oferta à vista de US$ 55 por ação.

As ações da U.S. Steel fecharam a sexta-feira em queda de quase 6%, cotadas a US$ 36,98.

A Nippon Steel já possui várias empresas nos EUA que produzem produtos siderúrgicos, mas – sendo uma das maiores fabricantes de aço do mundo – não produz o metal no país. A empresa japonesa busca expandir sua presença em outros mercados para compensar a queda na demanda interna no Japão.

Anteriormente, a Nippon Steel havia afirmado que não tinha interesse em uma joint venture, pois esse modelo limitaria sua capacidade de aplicar plenamente suas tecnologias proprietárias e estratégias de gestão industrial. Como parte de sua oferta anterior, a siderúrgica japonesa prometeu investir quase US$ 3 bilhões nas fábricas da U.S. Steel, com a maior parte do valor destinada às siderúrgicas mais antigas da empresa, próximas a Pittsburgh e Gary, Indiana.

O ex-presidente Joe Biden bloqueou a venda em janeiro, cumprindo sua promessa de manter a U.S. Steel sob controle americano e contrariando seus próprios assessores de política externa. A decisão de Biden ocorreu após o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA passar meses analisando o acordo em busca de possíveis riscos à segurança nacional. O comitê ficou dividido sobre a recomendação, deixando a decisão final para Biden.

Autoridades japonesas reclamaram que o bloqueio imposto por Biden enviou uma mensagem desmotivadora a empresas estrangeiras interessadas em investir nos EUA.

A U.S. Steel e a Nippon Steel contestam a decisão na Justiça federal, argumentando que o acordo não foi analisado de forma justa, pois Biden já havia sinalizado sua oposição antes mesmo de o comitê iniciar a avaliação.

No final de janeiro, a empresa de investimentos ativista Ancora Holdings lançou uma disputa de procuração contra a U.S. Steel, incentivando acionistas a substituir Burritt e o conselho da empresa nesta primavera por executivos que abandonariam o acordo com a Nippon Steel.

"O presidente Trump deixou claro que a venda total para a Nippon está morta", disse James Chadwick, um dos presidentes da Ancora. "Será evidente que Ancora e Alan Kestenbaum têm o melhor plano para o futuro da U.S. Steel."

Portal Fator Brasil - RJ   10/02/2025

Distribuidora própria de produtos da maior empresa brasileira produtora de aço tem modernizado seu modelo de negócios em busca de maior eficiência operacional e experiências de valor para os seus clientes.

No dia 1º de fevereiro, a Comercial Gerdau (CG), distribuidora própria dos produtos de aço da Gerdau, completou 54 anos da inauguração de sua primeira unidade. Ao longo desse tempo, o canal de vendas consolidou sua posição em todo o território nacional, desempenhando um papel central na atuação de serviços de distribuição e varejo da maior empresa brasileira produtora de aço.

Nos últimos anos, a CG tem transformado a forma de comercializar aço, com o objetivo de proporcionar uma experiência mais moderna e inovadora aos clientes. Para isso, as unidades têm passado por uma evolução se tornando lojas conceito, com foco em melhorar a experiência de compra dos consumidores.

—Ao completar 54 anos de sua fundação, vemos a Comercial Gerdau como um dos pilares estruturais da atuação da Gerdau no segmento de distribuição e varejo, sendo fundamental para consolidar a posição da empresa como a maior distribuidora de aço do Brasil, ofertando soluções, produtos e serviços integrados—afirma Jefferson Marko, diretor-executivo da Comercial Gerdau. —Nesse sentido, seguimos avançando no nosso plano de modernização da jornada dos clientes, comprometidos em aumentar a proximidade com eles, oferecer atendimento técnico especializado e agilizar as entregas— comenta.

Como parte dessa estratégia de modernização, a CG já inaugurou duas lojas conceito, localizadas nas cidades de Campinas e Marília (SP). Essas unidades reforçam o objetivo de estar mais próximas dos clientes, funcionando como pontos de encontro para clientes, vendedores, representantes e técnicos capacitados, que estarão disponíveis para oferecer sugestões, esclarecer dúvidas e facilitar a geração de negócios.

Atualmente, a Comercial Gerdau conta com 72 lojas espalhadas por todas as regiões do Brasil, oferecendo soluções, produtos e serviços em aço para mais de 90 mil clientes de diversos setores, como construção, agropecuária, indústria e varejo. A distribuidora possui mais de 1.100 colaboradores, com seu quadro de liderança formado 33% por mulheres.

—A Gerdau é uma empresa cada vez mais moderna, eficiente, digital e inovadora. Para nós, o mais importante é atender às necessidades dos consumidores, oferecendo as melhores soluções, produtos e serviços. Para isso, sempre vamos buscar formas de estar cada vez mais presentes para os nossos clientes, e a Comercial Gerdau, assim como foi desde sua fundação em 1971, e em seu processo de modernização, é um importante passo dessa jornada— conclui Marko.

Valor - SP   10/02/2025

Medidas atingem cerca de US$ 14 bilhões em bens exportados por Washington, ampliando a tensão entre os países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que anunciará hoje tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. No domingo, falando com repórteres no avião presidencial Air Force One, Trump disse que as tarifas serão aplicadas às importações de metais de todos os países, sem especificar quando entrariam em vigor.

Se confirmadas as tarifas, o Brasil será afetado, uma vez que 48% das exportações de aço brasileiras têm os Estados Unidos como destino, informou a agência Associated Press. No caso do alumínio, esse percentual é de 16%. Um total aproximado de US$ 6,5 bilhões em vendas desses materiais aos americanos seria impactado com as novas taxações, de acordo com a AP.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que não se pronunciaria no domingo sobre a decisão de Trump. O tema é debatido internamente pelo governo. As discussões envolvem, além do MDIC, o Palácio do Planalto, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura.

A sobretaxa nas vendas de aço e alumínio do Brasil para os Estados Unidos ocorreu também na passagem anterior de Donald Trump pela Casa Branca. Naquela ocasião, o próprio setor privado americano pressionou pela flexibilização da medida, uma vez que utiliza o aço brasileiro em sua produção.

Trump também disse que anunciaria nesta semana tarifas recíprocas sobre países que tributam importações dos EUA. Essas tarifas não entrarão em vigor no mesmo dia do anúncio, que pode ser terça-feira ou quarta-feira, mas logo depois, afirmou Trump. As medidas são as mais recentes de uma série de tarifas anunciadas pelo presidente americano sobre países e setores específicos.

Novas tarifas sobre o aço podem repercutir nas empresas de energia dos EUA, de desenvolvedores eólicos a perfuradoras de petróleo que dependem de componentes especiais não feitos nos Estados Unidos. Algumas empresas de petróleo ganharam exclusões de tarifas sobre o metal durante o primeiro mandato de Trump. Muitos compradores e vendedores de aço e alumínio esperavam que teriam pelo menos até março para se preparar para qualquer implementação de tarifa. Trump atrasou para março as tarifas planejadas para 1º de fevereiro, quando o México e o Canadá ofereceram propostas modestas para aumentar a segurança nas fronteiras.

Não ficou imediatamente claro se as tarifas ainda se aplicariam ao México e ao Canadá. As duas nações são fornecedoras significativas de metais para os EUA. A escala das ambições tarifárias gerais de Trump também permanece incerta.

É muito simples: se eles nos cobram, nós cobramos deles”

— Donald Trump

Trump também afirmou que imporia tarifas sobre vários outros produtos importados, incluindo farmacêuticos, petróleo e semicondutores, e disse que está considerando taxas de importação à União Europeia. Na semana passada, ele impôs uma tarifa de 10% sobre produtos chineses. Pequim também anunciou medidas retaliatórias programadas para entrar em vigor no fim deste mês (mais informações em China impõe sanções retaliatórias aos EUA).

Isso marcou uma abordagem mais cautelosa da China do que no primeiro mandato de Trump, quando as duas maiores economias do mundo negociaram taxas comerciais de retaliação por anos.

Os novos impostos sobre aço e alumínio propostos por Trump podem novamente abalar os mercados financeiros globais, que sofreram mudanças bruscas nas últimas semanas, quando o presidente dos EUA ameaçou os parceiros comerciais do país com tarifas adicionais.

Embora as tarifas sobre importações de metais sejam geralmente defendidas por alguns sindicatos importantes nos EUA e por alguns produtores nacionais de aço e alumínio, elas correm o risco de aumentar os custos de insumos para uma ampla gama de fabricantes americanos. Em 2023, os EUA importaram US$ 50,5 bilhões em aço e US$ 27,4 bilhões em alumínio, enquanto exportaram US$ 22,8 bilhões em aço e US$ 14,3 bilhões em alumínio.

O presidente americano não disse exatamente como pretendia aplicar as tarifas recíprocas que prometeu anunciar nos próximos dias. “É muito simples: se eles nos cobram, nós cobramos deles”, afirmou. (Com agências internacionais e equipe da sucursal de Brasília)

Globo Online - RJ   10/02/2025

Os dados mais atualizados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos (DOC) mostram que o Brasil será um dos mais afetados pela tarifa de 25% a ser imposta por Donald Trump às importações de aço pelo país. Segundo o presidente americano, as tarifas serão oficializadas nesta segunda-feira.

Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para os EUA, atrás apenas do Canadá. No acumulado do ano, o país vendeu 4,08 milhões de toneladas, representando 15,5% de tudo que os Estados Unidos compraram de fora. De acordo com o governo americano, o montante equivaleu a US$ 2,99 bilhões.

A lista de maiores fornecedores de aço é seguida por México (12,4%), Coreia do Sul (9,7%) e Vietnã (4,5%). O Canadá, que respondeu por 22% de todas as importações de aço dos EUA em 2024, lidera a lista, com 5,95 milhões de toneladas, o equivalente a US$ 7,13 bilhões em exportações.

As informações fazem parte de monitoramento realizado pela International Trade Administration (ITA), uma agência do Departamento de Comércio dos EUA responsável por supervisionar práticas comerciais do país com o mundo.

Os dados da ITA mostram que o volume de aço brasileiro importado pelos Estados Unidos cresceu 14,11% de 2023 para o último ano, o que fez o país ultrapassar o México e passar a ocupar a segunda posição entre os principais fornecedores do metal para o mercado americano.

A decisão de Trump faz parte de uma série de medidas protecionistas que vem sendo aplicadas em relação ao comércio exterior. Na semana passada, ele já havia imposto uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, o que levou Pequim a adotar represálias tarifárias.

Tarifa para alumínio afeta mais o Canadá

A nova taxa sobre o aço pode trazer consequências para a indústria brasileira, já que os EUA são um comprador importante da indústria brasileira.

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, diz que a maior parte das exportações brasileiras de aço tem como destino a Ásia, mas ressalta que o impacto das tarifas dos EUA será relevante para o setor. Para ele, o governo brasileiro deveria evitar retaliações e buscar uma solução por meio da diplomacia:

— O melhor caminho para resolver isso é diplomaticamente. Não tenho a menor dúvida de que devemos evitar entrar na lógica protecionista de Trump — afirmou.

Além do aço, Trump afirmou que irá impor uma tarifa de 25% também para o alumínio. A medida afeta principalmente o Canadá, que é o maior fornecedor da matéria prima. No ano passado, o país vizinho aos Estados Unidos vendeu 58,1% de todo o alumínio que entrou no mercado americano, um total de US$ 9,4 bilhões.

Os Emirados Árabes Unidos (US$ 916,7 milhões) e a China (US$ 809,2 milhões) são, respectivamente, o segundo (6,5%) e o terceiro (4,1%) na lista de maiores provedores de alumínio para os EUA. O Brasil, em 2024, vendeu o equivalente a US$ 147,2 milhões do produto ao país, e figura em 14º na lista de fornecedores.

Essa não é a primeira vez que Trump aplica tarifas sobre o setor. Durante seu primeiro mandato, em 2018, o republicano impôs uma tarifa de 25% sobre importações de aço e 10% sobre alumínio, justificando a decisão por questões de segurança nacional. Agora, a nova rodada de tarifas amplia as restrições comerciais.

Maiores fornecedores de aço para os EUA (2024)

Canadá: 5,95 milhões de toneladas (22,7%)México: 3,19 milhões de toneladas (12,2%)Coreia do Sul: 2,55 milhões de toneladas (9,7%)Vietnã: 1,24 milhão de toneladas (4,7%)Japão: 1,07 milhão de toneladas ($4,1%)Alemanha: 974 mil toneladas (3,7%)Taiwan: 918 mil toneladas (3,5%)Holanda: 557 mil toneladas ($2,1%)China: 470 mil toneladas (1,8%)

Fonte: Departamento de Comércio dos EUA

Maiores fornecedores de alumínio para os EUA (2024)

Canadá: 3,15 milhões de toneladas (58,1%)Emirados Árabes Unidos: 347 mil toneladas (6,4%)China: 223 mil toneladas (4,1%)Coreia do Sul: 214 mil toneladas (3,9%)Bahrein: 201 mil toneladas (3,7%)Argentina: 176 mil toneladas (3,2%)Índia: 160 mil toneladas (2,9%)Austrália: 83 mil toneladas (1,5%)México: 81 mil toneladas (1,5%)Omã: 68 mil toneladas (1,3%)Tailândia: 65 mil toneladas ($1,2%)Turquia: 48 mil toneladas ($0,9%)Catar: 44 mil toneladas ($0,8%)Brasil: 43 mil toneladas ($0,8%)

Diário do Comércio - MG   10/02/2025

A ArcelorMittal Brasil anunciou nesta semana a desistência de um projeto bilionário para a expansão da usina em João Monlevade, na região Central do Estado. Com isso, milhares de empregos deixarão de ser gerados, tanto na fase de implantação quanto na de operação do empreendimento — um grande revés para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais.

O plano da companhia era investir aproximadamente R$ 4 bilhões na ampliação da usina mineira, quase dobrando sua capacidade de produção. O projeto compreendia a expansão da sinterização, do alto-forno e da aciaria, e estava previsto para ser concluído em 2026, de acordo com matéria publicada no dia 7 de fevereiro no Diário do Comércio, assinada pelo repórter Thyago Henrique.

Em nota enviada à publicação, a companhia não revelou os motivos do cancelamento, mas destacou que a unidade continuará sendo importante para as operações da ArcelorMittal no país. Além disso, a produtora de aço anunciou um investimento de até R$ 4 bilhões na usina de Tubarão, no Espírito Santo. Os aportes serão destinados à laminação e à linha de revestimentos.

A desistência da companhia luxemburguesa soma-se à suspensão de investimentos da Aperam South America, que pretendia ampliar sua fábrica em Timóteo, no Vale do Aço. Os aportes previstos eram de aproximadamente R$ 600 milhões. Neste caso, ainda há esperança de retomada dos planos.

No caso da Aperam, a suspensão ocorreu em meio à invasão de aço chinês no mercado brasileiro. As importações em excesso afetaram de forma significativa as siderúrgicas no Brasil. Em Minas, além da suspensão de investimentos, produtoras de aço foram obrigadas a reduzir o ritmo, realizar paralisações e até demitir funcionários.

Diante desse cenário, o governo adotou, no ano passado, barreiras tarifárias contra o aço chinês. Apesar de a medida ser considerada positiva, ainda não surtiu os efeitos esperados, uma vez que a entrada de produtos siderúrgicos continua batendo recordes.

Além disso, a indústria siderúrgica pode enfrentar desafios ainda maiores. Uma provável guerra cambial entre China e Estados Unidos pode inundar ainda mais o mercado brasileiro com aço produzido no país asiático.

Outro fator de preocupação é a possibilidade de o presidente norte-americano, Donald Trump, voltar a impor barreiras tarifárias contra o aço brasileiro, limitando nossas exportações de produtos siderúrgicos e afetando de forma significativa o faturamento dessas empresas.

Portanto, Minas Gerais precisa se preparar para o agravamento desse cenário e criar condições favoráveis para que as usinas siderúrgicas continuem impulsionando o desenvolvimento econômico do Estado.

Portal Fator Brasil - RJ   10/02/2025

CEO Gustavo Werneck também se destacou ao conquistar o sétimo lugar no ranking dos cem líderes mais visionários, de acordo com o Thought Leaders 100.

A Gerdau é a única representante do setor do aço presente no ranking das 100 empresas mais transformadoras do Brasil — Thought Leaders 100 Empresas — produzido pela consultoria norte-americana Horse Consulting. A maior empresa brasileira produtora de aço alcançou a 11ª posição na lista deste ano. Além disso, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, destacou-se na categoria de lideranças mais transformadoras, ocupando o sétimo lugar entre 100 executivos.

—A Gerdau é uma empresa genuinamente brasileira, que, aos 124 anos de história, possui uma capacidade de se transformar e se adaptar continuamente, acompanhando as mudanças do mundo. Fazer parte desse ranking ressalta a constante evolução da marca Gerdau, que se torna cada vez mais presente e conectada com a sociedade, mantendo um diálogo aberto e contínuo com todos os públicos— afirma Werneck. —Também gostaria de aproveitar para compartilhar estes reconhecimentos com os mais de 30 mil colaboradores e colaboradoras da Gerdau, que se dedicam a fazer parte dessa jornada de moldar um futuro mais sustentável, inovador e focado nas pessoas—conclui.

Em sua segunda edição, o Thought Leaders 100 Brasil 2025 foi impulsionado por ferramentas de big data, inteligência artificial e pelo compromisso de identificar o que realmente estimula a transformação. Utilizando a metodologia própria EminenceScore, desenvolvida por economistas e cientistas de dados, o estudo analisou mais de 47 milhões de artigos da imprensa e mais de 1,4 milhão de interações nas redes sociais (X e LinkedIn). A métrica atribui pontuações específicas para fatores como posicionamento do CEO, engajamento digital e presença na mídia, destacando as empresas que estão moldando o futuro dos negócios.

Gerdau — Com 124 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. No Brasil, também produz aços planos, além de minério de ferro para consumo próprio. Além disso, possui uma divisão de novos negócios, a Gerdau Next, com o objetivo de empreender em segmentos adjacentes ao aço. Com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro, a companhia está presente em vários países e conta com mais de 30 mil colaboradores em todas as suas operações. Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: mais de 70% do aço que produz é feito a partir desse material. Todo ano, 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço. A companhia também é a maior produtora de carvão vegetal do mundo, com mais de 250 mil hectares de base florestal no estado de Minas Gerais. Como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO2), de 0,91 t de CO2 por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO2 por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,82 t de CO2 por tonelada de aço. As ações da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo (B3) e Nova Iorque (Nyse).

BOL - SP   10/02/2025

A União Europeia vai "responder" às novas tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, anunciadas por Donald Trump neste domingo (9), escreveu a Comissão Europeia em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (10). Segundo a nota, nenhuma ação será tomada antes que o assunto seja esclarecido "por escrito e em detalhes", já que bloco não foi oficialmente comunicado pelos EUA da medida.

Loubna Anaki, correspondente da RFI nos Estados Unidos

"A UE não vê motivos para a imposição de tarifas sobre suas exportações. Protegeremos os interesses das empresas, funcionários e consumidores europeus contra medidas injustificadas", diz comunicado.

"Quando se trata de defender nossos interesses, não hesitamos", declarou mais cedo o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, em entrevista ao canal de TV TF1. Ele não deu detalhes sobre as medidas de retaliação previstas pela UE, mas "garantiu" aos países membros que o bloco acionaria os mecanismos que permitem adotá-las "o mais rápido possível".

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu aos europeus que estejam "prontos" para responder à possível aplicação de tarifas por Trump, durante uma entrevista transmitida no domingo pelo canal americano CNN, gravada na quinta-feira. "Acho que temos que estar prontos para reagir. Mas acho que, mais do que isso, a UE deve estar pronta para defender o que quer e precisa", afirmou Macron.

"Observando a situação, minha primeira pergunta para os Estados Unidos é: qual é o seu primeiro problema? É a UE? Não acho que seja. Seu primeiro problema é a China", disse o presidente francês, lembrando que a UE era "aliada" dos Estados Unidos.

"Se você quer que a Europa invista mais e se envolva em segurança e defesa, acho que é do interesse dos Estados Unidos não atacar a Europa e não ameaçá-la com tarifas", acrescentou o presidente francês. Ele também alertou para as consequências das medidas para os americanos. "Se você impor tarifas a vários setores, isso levará a um aumento dos preços e criará inflação nos Estados Unidos", detalhou.

O presidente dos EUA critica há muito tempo as tarifas de 10% cobradas pela União Europeia sobre as importações de veículos americanos e os Estados Unidos impõem um imposto de 2,5% sobre os veículos importados da UE.

Durante seu primeiro mandato, entre janeiro de 2017 e janeiro de 2021, Trump já havia introduzido tarifas de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as importações de alumínio, antes de conceder isenções, com base em cotas, a vários parceiros comerciais, incluindo Canadá, México e Brasil.

Tarifa sobre produtos chineses entrará em vigor

O presidente americano fez o anúncio neste domingo a bordo do voo para Nova Orleans, onde assistiu à final do Super Bowl. "Todo o aço que chegar aos Estados Unidos terá 25% de tarifas", declarou. Trump já tinha dado a entender que a União Europeia deveria ser afetada em breve por tarifas alfandegárias. "A UE nos tratou muito mal", declarou à imprensa no final de janeiro.

O republicano acrescentou que as mesmas tarifas serão aplicadas para as importações de alumínio. O presidente americano também disse que vai anunciar na "terça ou quarta-feira" a "taxação recíproca" de impostos alfandegários de produtos que entram nos Estados Unidos, que serão taxados da mesma forma que os itens americanos no exterior.

"Se somos taxados com 130%, isso não pode continuar assim", frisou. "Isso não afetará todos os países, já que alguns nos impõem as mesmas tarifas. Mas, para aqueles que se beneficiam dos Estados Unidos, vamos devolver o 'favor'", alfinetou. A partir de terça-feira, por exemplo, os produtos da China terão uma taxa adicional de 10%. Pequim respondeu adotando tarifas específicas sobre certos produtos americanos a partir de 10 de fevereiro.

De acordo com dados do governo e da federação da indústria americanoos, a maioria das importações de aço dos EUA vem do Canadá, Brasil e México, seguidos pela Coreia do Sul e o Vietnã. O Canadá também é, de longe, o maior fornecedor de alumínio para os Estados Unidos.
Canadá reage ao anúncio

Uma fonte do governo em Ottawa disse na noite deste domingo que o Canadá não reagiria ao anúncio de Trump até que tivesse mais informações ou um decreto do presidente dos EUA.

O ministro da Inovação do Canadá disse que "o aço e o alumínio canadenses apoiam setores essenciais nos Estados Unidos, que incluem defesa, construção naval e automotivo, que "fortalecem a competitividade e a segurança norte-americanas."  "Continuaremos a defender o Canadá, nossos trabalhadores e nossas indústrias", acrescentou François-Philippe Champagne na rede social X.

Em entrevista à Fox News, Trump disse que não estava satisfeito com as medidas tomadas até agora pelo Canadá e pelo México para impedir o fluxo de drogas e migrantes ilegais para os Estados Unidos - uma das condições estabelecidas para que seus dois vizinhos evitem a entrada em vigor das tarifas em 1º de março.

O presidente dos EUA concedeu a Ottawa e à Cidade do México, no início do mês, um adiamento de última hora depois de assinar uma ordem executiva que prevê tarifas de até 25% sobre seus produtos.

Jota - DF   10/02/2025

Poucos anos após o início da sistemática da não-cumulatividade, foi publicada a Lei 11.196, de 21 de novembro de 2005, que concedeu tratamento diferenciado à tributação do PIS e Cofins nas operações comerciais com desperdícios e resíduos (sucatas).

Àquela época foi vedada a apropriação de créditos de PIS e da Cofins nas aquisições de sucatas (artigo 47), todavia, a sua comercialização passou a ser desonerada destes tributos na condição de que (i) o vendedor não fosse pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional; e, (ii) a sucata fosse destinada para empresas optantes pela apuração do imposto sobre a renda com base no Lucro Real.

Como é sabido, o ecossistema desse setor é bastante informal e abarca diversos agentes hipossuficientes (ex: coletores pessoas físicas), os quais têm cada vez mais se organizado em associações e cooperativas como forma de regulamentar e sustentar, de forma inclusiva e legal, seus direitos. Trata-se de um importante setor econômico que promove a economia circular e contribui com a preservação ambiental e saúde pública. Por esta razão, tem sido também estimulado e desenvolvido por empresas privadas e supervisionadas por órgãos públicos.

Desde então, há mais de 15 anos, a restrição na apropriação dos créditos nas aquisições de sucatas tem sido objeto de discussões judiciais quanto a sua inconstitucionalidade.

Finalmente, no ano de 2021, o Supremo Tribunal Federal julgou o Recurso Extraordinário 607.109, o qual foi eleito como processo-paradigma com repercussão geral reconhecida (cujo resultado será aplicado a todos os demais processos semelhantes). A empresa recorrente defendeu que o artigo 47 causaria distorções nas operações de compra e venda dos reciclados para as indústrias dos recicláveis.

Embora o pedido inicial estivesse direcionado exclusivamente para o artigo 47, o qual vedava a possibilidade de apropriação de crédito na aquisição de sucatas, os Ministros do STF também analisaram a constitucionalidade do artigo 48, que versou sobre a suspensão da incidência das contribuições nas operações de venda.

A decisão foi no sentido da inconstitucionalidade dos dois artigos, todavia, havendo importantes divergências nos votos apresentados.

A então relatora Rosa Weber votou pela constitucionalidade dos dois artigos, exceto quanto à vedação da suspensão para optantes pelo Simples Nacional. O ministro Alexandre de Moraes também decidiu pela constitucionalidade dos artigos 47 e 48, seguindo a decisão do acórdão do TRF-4 que deu origem ao Recurso Extraordinário.

Em sequência, o ministro Dias Toffoli votou pela inconstitucionalidade do artigo 47 (vedação ao crédito), mas pela constitucionalidade do artigo 48 (suspensão da tributação), sob a alegação de que este dispositivo consiste em verdadeira isenção tributária, vinculando sua decisão ao inciso II do § 2º do art. 3º das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03.

O voto vencedor foi o do ministro Gilmar Mendes, que entendeu pela inconstitucionalidade dos artigos 47 e 48, alegando que ambos são blocos unilaterais incindíveis e, desta forma, um não poderia estar em vigência sem o outro. Sendo assim, seu voto autorizou a apropriação de créditos de PIS e Cofins na aquisição desses insumos e, ainda, resultaria na tributação da comercialização das sucatas.

A decisão desagradou os Recorrentes, uma vez que, com a inconstitucionalidade do artigo 48, as empresas preparadoras/processadoras ficariam obrigados a pagar PIS e Cofins na venda de sucatas, o que acarretaria um desestímulo nas vendas do setor de reciclagem e estímulo às vendas extrativistas.

Ainda, é válido dizer que a decisão vencedora do Ministro teria extrapolado o pedido das partes, já que o processo teve origem para questionamento da constitucionalidade apenas do artigo 47, o qual proibia a apropriação de créditos na aquisição de sucatas. Portanto, os recorrentes e diversas associações atuando como amicus curiae apresentaram Embargos de Declaração em face do voto do Ministro Gilmar Mendes, sob alegação de (i) contradição do judiciário por tornar o artigo 48 inconstitucional bem como de (ii) omissão na decisão em relação à modulação dos efeitos do tema.

Em fevereiro de 2024 o ministro André Mendonça pediu vistas dos Embargos de Declaração e desde então o processo está parado aguardando pauta para julgamento do STF.

Como se pode perceber, esse assunto ainda reserva muita discussão, especialmente porque os votos dos Ministros, manifestados no Recursos Extraordinários, foram bastante distintos e estão longe de convergir para um entendimento comum e uniformizador.

O voto do ministro Dias Toffoli é o que mais se coaduna com a sustentação dos contribuintes pois, com a declaração da inconstitucionalidade do artigo 47 e a manutenção do artigo 48, os contribuintes poderiam se creditar de PIS e Cofins nas aquisições de sucata e não tributariam a saída desses produtos, pois a operação permaneceria suspensa. Entretanto, essa sistemática proposta parece desalinhada com contexto da não cumulatividade, uma vez que o contribuinte estaria se creditando de um produto de operação desonerada. Isso se aproximaria à caracterização de um crédito presumido, que só poderia ser instituído através de legislação específica.

É por isso que atualmente o contribuinte se vê num contexto de grande insegurança jurídica em meio a todo esse emaranhado de entendimentos jurisprudenciais da Corte Suprema, bem como na demora para definição dos julgamentos e na indefinição quanto à modulação de efeitos do Acordão publicado antes dos Embargos apresentados.

Há grande dilema a ser enfrentado por aquelas empresas que não judicializaram esse assunto. Devem manter o disposto na lei atual, mesmo já existindo uma decisão do STF, com repercussão geral, de que a lei é inconstitucional? Esta decisão ainda poderia ser alterada parcialmente nos julgamentos dos Embargos apresentados? A partir de qual data prevaleceria a decisão final?

Qualquer posicionamento que vier a se adotar pode implicar numa contingência tributária, ainda que cumpra fielmente a lei atualmente vigente, isso porque não há definição quanto à modulação dos efeitos da decisão podendo retroagir ou não aos fatos geradores que já teriam sido praticados pelos contribuintes.

Toda discussão antes exposta tem data para terminar, uma vez que a Reforma Tributária, que instituirá o imposto e a contribuição sobre bens e serviços, trouxe novo regramento para as operações com sucatas com a introdução da possibilidade de crédito presumido em determinadas hipóteses quando adquirido de coletores incentivados. Embora um dos pilares da Reforma Tributária seja a proteção ao meio ambiente e o incentivo às atividades sustentáveis, alguns pontos de aprimoramento também já têm sido debatidos quanto ao regramento futuro.

Também por isso, essa história ora contada parece não ter fim. A decisão final do STF pode ocorrer já num período de vigência de novo regramento tributário e, exercitando o trocadilho, novas discussões podem surgir e sejam reciclados os velhos problemas de apuração do PIS e da Cofins que têm ocasionado tanta insegurança jurídica para o contribuinte.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   10/02/2025

Economista-chefe do banco Santander, Ana Paula Vescovi vê um cenário mais difícil para a economia brasileira em 2025. Depois de anos em que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) surpreendeu para cima, ela não tem dúvidas de que atividade econômica vai desacelerar.

“Passamos por muitos anos com surpresas altistas. Há muita probabilidade de que essas surpresas sejam baixistas neste ano”, diz Ana Paula. “Somando um grau de contração das condições financeiras com uma perda de impulso fiscal, a gente não tem dúvida que a atividade irá desacelerar. Resta saber quanto e quando ela desacelerará.”

No cenário traçado pelo Santander, o PIB deve crescer 1,8% em 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançará um patamar próximo de 6% e a taxa básica de juros - atualmente em 13,25% - vai chegar a 15,5% em junho e terminará o ano em 14,5%.

“O que a gente vê é, se o Banco Central caminhar nesse nível de subida de juros e conseguir ancorar, ainda que parcialmente, as expectativas lá na frente, no horizonte de referência, ou conter essa piora das expectativas, ele pode, inclusive, conseguir reduzir os juros ainda este ano”, afirma Ana Paula.

A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão.
Nos últimos anos, a economia brasileira surpreendeu com resultados melhores do que o esperado. O banco projeta uma desaceleração em 2025. O que explica esse cenário?

Esse é o principal ponto de atenção dos agentes de mercado atualmente. Ou seja, qual vai ser o tamanho dessa desaceleração e sua distribuição no tempo. Eu acho que ninguém mais acredita que a gente não terá um PIB menor em 2025 comparativamente com o de 2024. E adicionaria que a nossa expectativa, em particular, é que as surpresas em relação ao tema de crescimento e projeções de analistas de mercado tendem a ser baixistas dessa vez. Passamos por muitos anos com surpresas altistas. Há muita probabilidade de que essas surpresas sejam baixistas neste ano.

E por que vai ser diferente dos últimos anos?

O grau de contracionismo das condições financeiras aumentou muito desde setembro. E o quadro vem desde 2022. Não só porque o País estava com juro real acima de 6% desde então, como esse juro real ficou ainda maior desde setembro do ano passado. Isso tende a chegar à atividade econômica. Também não há mais espaços, como houve no passado, em termos de impulsos fiscais. Os estímulos fiscais deste ano serão menores do que os de anos anteriores. Então, somando um grau de contração das condições financeiras com uma perda de impulso fiscal, a gente não tem dúvida que a atividade irá desacelerar. Resta saber quanto e quando que ela desacelerará.
Qual é a previsão de crescimento para 2025?

Temos uma projeção de 1,8% de crescimento. É uma margem que vai entre 1,5% e 2%. Nós acreditamos que o primeiro trimestre ainda tem fatores positivos para a atividade, como, por exemplo, a safra (agrícola), a atualização do valor do salário mínimo e dos salários do setor privado em algumas dimensões. Para o segundo trimestre, vemos o pagamento de precatórios. Será menor do que o do ano passado, mas ainda vai ser um pagamento muito importante. E medidas usuais, como a antecipação do 13º da folha de pensionistas e aposentados do INSS.

Mas vão faltar mais estímulos além da safra e dessas medidas fiscais para o segundo semestre, que será um período de atividade mais contida. Temos um número levemente positivo, mas, dada a margem de erro das projeções, esse número pode ser levemente negativo. O que os analistas costumam falar é que dois números negativos subsequentes do PIB, embora sejam pequenos, levam à caracterização de uma recessão técnica.

A Selic chega até qual patamar?

No nosso cenário, a Selic vai até 15,5%. Vemos o Banco Central subindo os juros até junho. E a gente vê o câmbio voltando para um patamar de R$ 5,70 - ou abaixo disso. (O câmbio) Permanecendo por mais tempo nesse patamar, é possível que vejamos uma pressão menor sobre as expectativas de inflação no horizonte de referência da política monetária. Se isso ocorrer, abre algum espaço para o Banco Central não ir tão longe. A gente vê o Banco Central subindo os juros nas condições atuais até final do primeiro semestre. O que a gente vê é, se o Banco Central caminhar nesse nível de subida de juros e conseguir ancorar, ainda que parcialmente, as expectativas (de inflação) lá na frente, no horizonte de referência, ou conter essa piora das expectativas, ele pode, inclusive, conseguir reduzir juros ainda este ano. E esse é o nosso cenário básico: ele vai mais longe, mas consegue reduzir juros ainda este ano.
E qual é o cenário para a inflação? O IPCA fica fora da meta?

Neste ano, em particular, sim. No próximo ano, não. Mas vejamos: é um processo em que a inércia, a transmissão da depreciação cambial para os preços domésticos, o mercado de trabalho ainda resiliente e a inexistência de capacidade ociosa na economia são fatores que concorrem para essa aceleração inflacionária em 2025. Esses fatores tendem a se relaxar mais para frente. A política monetária vai exercer um papel importante nesse processo. A política monetária, ainda que precisando elevar a dose do instrumento, que são os juros, está cumprindo o seu papel. O nosso cenário é de uma uma inflação perto de 6% este ano, mas mais moderada em 2026.

Sobre as contas públicas, quão grave é a situação fiscal do País hoje?

Eu acho que é grave o fato de a sociedade não estar conseguindo encontrar os consensos necessários para colocar as contas públicas em equilíbrio. Por que as contas públicas não podem ser deficitárias e é preciso gerar um nível de superávit capaz de estabilizar a dívida? Por trás, está uma despoupança do governo. Os governos - o setor público como um todo - estão subtraindo a poupança do setor privado. E nós somos um país em desenvolvimento, com escassez de poupança. Nós precisamos ter um custo de capital e um ambiente de negócios mais leves. Precisamos dessas duas coisas para conseguir crescer mais rápido, melhorar a vida de um contingente maior de pessoas e reduzir as desigualdades do País.

A gente insiste tanto nesse ponto do ajuste fiscal porque as contas públicas não estão em equilíbrio. Se a dívida pública está aumentando, não adianta ter algumas despesas que ficam fora da contabilidade da meta (de resultado primário), porque tudo, no final das contas, afeta a dívida e afeta esse fato de o governo retirar recursos da poupança agregada do Brasil. Eu acho que esse é o ponto muito importante que temos de frisar.
E já é uma situação que dura anos..

O problema fiscal brasileiro, que, em alguma medida, está relacionado com o nosso envelhecimento muito rápido, com a nossa demografia e com os grupos de interesse atuando muito enfaticamente para conseguir ter mais benefícios relativamente a outros, nos leva a esse problema que está aí há 10 anos. O que eu quero insistir é que só há um tipo de medida que vai melhorar esse cenário: o controle dos gastos públicos. Mesmo que a gente tenha uma desaceleração da atividade, que a gente possa aliviar a política monetária, que os juros tenham um alívio cíclico, isso também pode prejudicar as receitas dos governos, porque a desinflação tira receita dos governos. Isso pode até piorar o quadro fiscal. Só tem uma forma de a gente melhorar esse quadro: é fazer o dever de casa, fazer o ajuste fiscal. É criar consensos para temas que são, sim, muito difíceis de serem compreendidos e endereçados, mas absolutamente necessários.
Há sinais de que o governo ainda pode adotar medidas para melhorar a situação das contas públicas?

Primeiro, eu acho que o mercado já tem mais ou menos clara a agenda de políticas públicas e econômicas até o final do governo. É isso que está sendo anunciado e trazido de forma bastante clara. Quer dizer, a medida do aumento do limite da faixa de isenção de Imposto de Renda, a questão dos Estados, que têm caixa elevado e estão com garantia para tomar mais dívida e, provavelmente, vão rodar as obras públicas perto do momento de eleição. Isso aconteceu nas eleições municipais também. Ninguém espera algo diferente além do que está aí. Tem também os mecanismos de crédito que foram ativados via BNDES, via o Fundo Clima, via Letras de Crédito de Desenvolvimento. Tem uma série de coisas na agenda e que está mais ou menos claras para os agentes privados. O que não está claro é como é que vai ser esse processo eleitoral até 2026. Nesse campo, eu repito muito que política é igual a nuvem no céu. É uma coisa muito dinâmica. Só nos resta acompanhar e ver como vai ser a condução desse processo.

E qual será a urgência de um ajuste em 2027, no próximo governo?

Para 2027, reeditam as expectativas de todos os agentes de como será a política econômica de qualquer que seja o governo - seja ele reeleito ou um outro governo. Será o momento de refazer essa condição de formação de expectativas e de apresentar uma pauta clara de política econômica. Não tenho dúvidas que dois canais que mencionei, o primeiro, o ajuste das contas públicas via controle de gastos, principalmente dos obrigatórios; e o segundo, a melhoria do ambiente de negócios a favor de quem quer investir no Brasil, serão pontos da agenda que vão chamar muito a atenção. Não tem como escapar. A boa notícia é que o Brasil já tem um conjunto muito amplo de propostas bem construídas, de diagnósticos e estudos que foram feitos dentro dos próprios governos, em diversas agências, no setor privado e nas academias. A gente tem muita coisa já testada, de avaliação de impacto, de propostas para poder seguir esses dois caminhos.
Na parte fiscal, a principal preocupação para 2026 é o governo gastar demais na eleição?

Eu acho que é uma observação muito importante. Na medida em que há uma queda de atividade, que pode ser mais pronunciada ou não, como isso vai repercutir sobre os índices de popularidade? E como os governos subnacionais e o federal podem reagir a esse processo? De novo, o menu nos parece que está colocado. A cada evento novo, a cada fato novo, isso vai repercutir em termos de ganho ou perda de confiança e de piora ou melhora de expectativas. É um fator balizador, um fator de colocação de freios e contrapesos a esse processo e que é natural dos ciclos políticos e econômicos no Brasil. Não é de agora. Isso chega no Congresso, nas instituições, na decisão dos investidores de adiar ou de antecipar os projetos de investimento. E uma das perguntas mais importantes que eu ouço entre analistas e clientes do setor financeiro é: o que pode acontecer se realmente houver uma associação de uma desaceleração (econômica) mais intensa com uma perda de popularidade igualmente mais pronunciada?
Com o BC cortando os juros no cenário do banco, a economia consegue acelerar ou desaceleração em 2026, no ano eleitoral?

Existem defasagens normais da política monetária para a atividade. É importante dizer que, mesmo que a gente acredite que ele (BC) vai um pouco mais longe e depois já começa a cortar no final deste ano, a estância da política monetária ainda vai ser muito contracionista. Essa postura vai permanecer por algum tempo. Estamos falando de um juro neutro (que não atrapalha nem estimula a economia), segundo o nosso estudo, acima de 5%, de uma inflação que precisa chegar na meta, mas que é uma inflação que hoje pelas expectativas roda - vamos pegar o número do Banco Central - em 4% no horizonte de referência. Então, a gente teria uma Selic neutra perto de 10%. A política monetária vai ter uma postura contracionista por algum tempo. E aí o ciclo da atividade vai chegar em 2026 ainda com atividade contraída. Eu acredito que, assim como a gente viu três anos mais impulsionados, a gente pode ver um ciclo de contração que vai ser mais longo ou mais curto a depender da reação e do funcionamento dos canais de transmissão da política monetária para desinflacionar a economia.

Qual pode ser o impacto das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump?

Acreditamos que Trump não vá implementar todas as tarifas que sugeriu ao longo da sua campanha (10% contra todos, 25% contra Canadá e México e 60% contra China). Acreditamos, sim, que algo vai ser implementado, mas será mais comedido e mais direcionado para setores específicos. Sempre observando espaços para o reshore (volta da produção para os Estados Unidos) ou alguma reindustrialização nos EUA.

O primeiro impacto das tarifas acaba sendo inflacionário. Num ambiente no qual a inflação já encontra-se pressionada e acima da meta, este impacto pode adicionar pressões no Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), onde já se discute a possibilidade de um fim de ciclo. Com inflação mais alta e juros mais pressionados, o impacto também é potencialmente negativo para a atividade. Outro ponto relevante e que também pode impactar negativamente a atividade nos EUA são as potenciais retaliações por parte dos parceiros comerciais. Portanto, o cenário das tarifas envolve mais inflação, mais juro e menos crescimento.

 

IstoÉ Dinheiro - SP   10/02/2025

O aumento das importações e a queda das exportações fizeram o superávit da balança comercial cair em janeiro. No primeiro mês do ano, o país exportou US$ 2,164 bilhões a mais do que importou, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

O resultado é o mais baixo para meses de janeiro desde 2022, quando a balança comercial tinha registrado déficit de US$ 59,1 milhões. Em relação a janeiro de 2024, o superávit caiu 65,1%.

Em janeiro, o país exportou US$ 25,18 bilhões, queda de 5,7% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado e o segundo melhor janeiro da série histórica, só perdendo para 2024. As importações somaram US$ 23,016 bilhões, alta de 12,2% na mesma comparação e atingindo volume recorde para o mês.

Do lado das exportações, a redução no preço internacional da soja, do milho, do ferro, do petróleo e do açúcar foram os principais fatores que provocaram a queda no valor vendido. Paralelamente, a entressafra de milho e de soja piorou a situação. As vendas de alguns produtos, como café e celulose, subiram no mês passado, compensando a diminuição de preço dos demais produtos.

Do lado das importações, as aquisições de motores, máquinas, compostos orgânicos, componentes de veículos, adubos e fertilizantes químicos subiram. A maior alta ocorreu com as máquinas e motores, cujo valor comprado aumentou 56,7% em janeiro na comparação com janeiro do ano passado.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas caiu 0,9%, puxado pela entressafra de diversos produtos e pela redução do preço do minério de ferro por causa da oscilação da demanda na China. Os preços caíram 5,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada subiu 19,5%, mas os preços médios recuaram 6,1%, indicando o aumento das compras externas decorrentes da recuperação da economia.
Setores

No setor agropecuário, a queda na quantidade pesou mais na redução das exportações. O volume de mercadorias embarcadas caiu 6,7% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio caiu 4%. Na indústria de transformação, a quantidade caiu 2,7%, com o preço médio subindo 2,5%, refletindo a crise econômica na Argentina, o maior comprador de bens industrializados do Brasil. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 6,1%, enquanto os preços médios recuaram 18,3%.

Estimativa

Em janeiro, o Mdic divulgou estimativas para a balança comercial do ano. A pasta prevê que o Brasil terá superávit entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões em 2025, com as exportações ficando entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, e as importações entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões. Tradicionalmente, a pasta divulgava as projeções para o ano a partir de abril, com revisões em julho e em outubro.

O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit comercial de US$ 75,7 bilhões neste ano. Em 2024, a balança comercial registrou superávit de US$ 74,176 bilhões, com as exportações somando US$ 337,046 bilhões e as importações atingindo US$ 262,869 bilhões, segundo os dados revisados pelo Mdic.

O Estado de S.Paulo - SP   10/02/2025

O inferno são os outros, como escreveu Jean-Paul Sartre no final de uma peça, e isso explica, segundo Luiz Inácio Lula da Silva, a alta do dólar, o crédito caro e o risco de novos aumentos dos juros. A culpa é da gestão anterior do Banco Central (BC), quando a instituição foi chefiada pelo economista Roberto Campos Neto, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Não há como desmontar de uma hora para outra, argumentou o presidente Lula, a “arapuca” deixada por essa gestão “totalmente irresponsável”. Ele se dispensou de qualquer referência à inflação dos últimos dois anos, às projeções de aumento de preços em 2025, à perspectiva de mais déficits federais e à expectativa de aumento da dívida pública. Também isso será, quase certamente, atribuível a desmandos alheios, talvez à diplomacia de Donald Trump.

De toda forma, cuidar da inflação é tarefa prioritária do BC. Indicado por Lula, o atual presidente da instituição, Gabriel Galípolo, tem afirmado e reafirmado o compromisso de conduzir tecnicamente a política monetária. É uma forma de reiterar sua independência em relação ao governo, embora ressaltando o bom relacionamento com o Executivo e, de modo especial, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O recente aumento de juros, anunciado no fim de janeiro, foi decidido com Galípolo já na presidência do BC.

Novos aumentos dependerão, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), do quadro geral da economia, da tendência dos preços e, naturalmente, da situação das contas do governo. O recado foi claro: a política de juros continuará a ser decidida, em grande parte, com base na condição das finanças federais e, de modo especial, nas expectativas em relação à dívida pública. Quanto à inflação, deverá continuar fortemente pressionada até o final deste semestre – um desafio já identificado, no Planalto, com sinais de preocupação.

Números do fim do ano e do início de 2025 registraram, com dados oficiais, um inquietante aumento do custo da alimentação. O presidente da República tem discutido a inflação da comida e mostrado muito interesse no assunto, de evidente importância eleitoral, mas continua a se mostrar pouco receptivo às sugestões de contenção dos gastos públicos.

Atendendo às preocupações de seu chefe, o ministro da Agricultura tem procurado estimular o plantio de alimentos para garantir uma grande safra dentro de alguns meses. Seria um exagero, no entanto, atribuir a recente alta de preços à escassez de alimentos. Mesmo com problemas climáticos no ano passado, as colheitas foram razoáveis. Mas houve pressões cambiais e os preços internos foram claramente afetados, durante algum tempo, pela alta do dólar.

Boas safras são sempre um fator de segurança, mas o custo de vida pode refletir também as oscilações do câmbio e das cotações internacionais dos produtos agropecuários. Isso remete a outro tipo de problema, a pobreza de milhões de famílias num país de amplas desigualdades. Famílias pobres gastam com alimentos uma grande parcela de sua renda. Com orçamentos muito rígidos, são perigosamente vulneráveis a quaisquer aumentos de preços.

Políticas e programas de apoio aos grupos mais pobres podem ser sempre defensáveis. Mas a ação do governo produz efeitos mais duradouros e mais amplos quando contribui para a incorporação produtiva dos mais necessitados. Não basta gastar para estimular a atividade econômica e o crescimento. Sem metas, etapas e custos definidos com razoável clareza, a despesa bem-intencionada pode converter-se em gastança, com desperdício, ganhos muito limitados e risco de grandes desarranjos nas contas públicas.

O presidente Lula cumpriu metade do mandato sem apresentar algo parecido com um plano. Há poucos dias o ministro da Fazenda encaminhou ao presidente e ao Congresso um conjunto de 25 propostas, defensáveis e, em alguns casos, até indispensáveis, mas sem a articulação de um planejamento. A pretensão do ministro parece ter sido mais limitada. Apesar disso, o material poderia motivar um debate útil, talvez com desdobramentos de longo prazo. Mas debates de grande alcance têm sido raros, no ambiente político de Brasília, e as preocupações parecem dificilmente ultrapassar as próximas eleições.

Se adotadas, algumas das propostas de Haddad – como a do fortalecimento do arcabouço fiscal – poderão simplesmente facilitar a passagem segura para uma nova etapa de crescimento econômico.

Nenhuma das iniciativas propostas é revolucionária ou amplamente inovadora, mas todas podem favorecer a modernização das normas tributárias e da administração, além de produzir efeitos distributivos. É o caso, por exemplo, da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, compensada por maior tributação das pessoas com rendas mais altas. Padrões desse tipo são encontrados normalmente nas economias desenvolvidas, onde é leve o imposto sobre o consumo e bem pesada a tributação sobre a renda e a riqueza. Mas esses dados talvez sejam ignorados por alguns dos envolvidos na avaliação das propostas. Aí está uma tarefa a mais para o professor Haddad.

O Estado de S.Paulo - SP   10/02/2025

Na última quinta-feira, além das esquisitices, como a de culpar o consumidor que compra produto caro e de acusar o Banco Central de ter armado uma arapuca do câmbio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a atividade econômica (PIB) crescerá neste 2025 entre 3,5% e 3,7%.

Não é para tudo isso que apontam as projeções dos analistas. Eles se dividem em torno dos 2,0% e 2,5%. O último Boletim Focus, do Banco Central, indicou avanço de 2,06%.

Baseiam-se os analistas em dois dados principais da economia: no hiato do produto, ou seja, no fato de que o sistema produtivo está próximo do limite de sua capacidade – o que limita sua expansão; e nos efeitos da política de juros do Banco Central, que reduziu o volume de dinheiro no mercado e encareceu o crédito, com o objetivo de esfriar o consumo e controlar a inflação, fato que aponta para a desaceleração da atividade.

Se, no entanto, o presidente Lula estiver certo nas suas estimativas, ficará claro que a demanda terá continuado excessivamente aquecida, como esteve ao longo de 2024, e que a política restritiva de juros altos terá sido insuficiente para desacelerar a economia.

Nesse caso, continuará a concorrer para isso o forte dispêndio de recursos públicos.

Ainda não há informações com densidade suficiente para indicar que a demanda não tenha começado a ceder. O emprego de mão de obra continua forte e isso aponta para um mercado de consumo ainda aquecido.

Mas isso não é tudo. Há movimentos nos dois sentidos. A inflação alta no setor de alimentos e dos serviços atua para reduzir o poder aquisitivo do consumidor e, portanto, para segurar a demanda. Em compensação, um dos importantes fatores da alta de preços passou a ser a queda das cotações do dólar em reais, que concorre para reduzir os preços dos produtos importados e dos alimentos e para evitar maiores altas dos combustíveis no mercado interno. Este pode ser elemento que impedirá a corrosão mais forte dos salários.

Apesar desses atenuantes, o Banco Central tem avisado que, pelo menos até meados do ano, a inflação do período de 12 meses corridos estará ultrapassando a meta. E o próprio mercado financeiro vem trabalhando com uma alta de preços não inferior a 5,50%, como também vem mostrando o Boletim Focus.

Na área da produção, pouco se pode contar com uma forte expansão da indústria. Os primeiros resultados do ano são fracos. No entanto, os resultados do agronegócio deverão ser excelentes, com uma safra de grãos recorde, crescimento superior a 8%, tal como apontam os dados da Conab.

Mas PIB não é só produção física; é preço e renda. E a esta altura não se conhecem os efeitos da política protecionista do presidente Trump sobre os preços das commodities agrícolas. O que há é a expectativa de uma redução da atividade econômica ao redor do mundo. Se ela se confirmar, ficará inevitável certa redução dos preços. Na área do petróleo, a queda das cotações já começou a acontecer.

MINERAÇÃO

Brasil Mineral - SP   10/02/2025

Em cinco anos de operação no Brasil, a Atlantic Nickel atingiu a marca total de 53 embarques realizados e mais de 500 mil toneladas secas exportadas.

Fundo de investimento privado especializado em mineração, a Appian Capital Brazil realizou o maior embarque de concentrado de níquel sulfetado da história da mina Santa Rita, da Atlantic Nickel, ativo do grupo no Sul do Bahia. Mais de 19 mil toneladas do minério seguiram com destino à China, no último embarque de 2024. Com o feito inédito, a empresa concluiu o ano com o envio de 114 mil toneladas da commodity ao mercado externo, com o total de doze embarques. Os navios seguiram do Porto de Ilhéus (BA) para o Canadá, China e Finlândia.

Em cinco anos de operação no Brasil, a Atlantic Nickel atingiu a marca total de 53 embarques realizados e mais de 500 mil toneladas secas exportadas. O níquel sulfetado é um dos metais mais resistentes e versáteis da natureza, além de ser matéria-prima fundamental na fabricação de baterias para veículos elétricos. “Os resultados refletem o nosso compromisso com o mercado e com os negócios. Por meio de uma gestão eficiente, aliamos segurança com alta performance, sem renunciar ao cuidado com o meio ambiente, empregados e comunidades no entorno”, afirma Milson Mundim, CFO da Appian Capital Brazil.

Monitor Digital - RJ   10/02/2025

O faturamento do setor mineral brasileiro em 2024 foi de R$ 270,8 bilhões. O montante representa uma alta de 9,1% na comparação com 2023. Os dados consolidados do último ano integram o balanço que foi apresentado nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras que atuam no país.

De acordo com o diretor-presidente do entidade, Raul Jungmann, o crescimento foi impulsionado pela valorização do dólar e também pelo faturamento com o minério de ferro, que registrou alta de 8,6% na comparação entre 2024 e 2023. O salto ocorreu mesmo em um cenário onde o preço da tonelada no mercado internacional caiu 9%.

“Nós tivemos um aumento em termos de produção do minério ferro e, por conta disso, tivemos também um aumento em termos de faturamento”, disse Jungmann. É a principal commodity do setor. No último ano, o minério de ferro representou 59,4% de todo o faturamento e 68,7% de todas as exportações.

Os dados do Ibram também destacam avanços no faturamento do cobre (25,2%) e do ouro (13,3%). Diferente do que ocorreu com o minério de ferro, a alta envolvendo esses dois minerais foi impulsionada por um crescimento dos preços no mercado internacional.

Segundo a Agência Brasil, os dois principais estados mineradores do Brasil, Minas Gerais e Pará, responderam por 76% de todo o faturamento do setor. Os empreendimentos mineiros contribuíram com R$ 108,3 bilhões, enquanto os paraenses com R$ 97,6 bilhões. Na sequência, fechando a lista dos cinco estados com melhor desempenho, aparecem São Paulo (R$ 10,3 bilhões), Bahia (R$ 10,1 bilhões) e Goiás (R$ 9,6 bilhões).

Segundo Jungmann, a aparição dos paulistas na terceira posição configura uma surpresa e foi impulsionada pelo faturamento com agregados da construção civil, que teve demanda crescente em 2024.

Outros dados divulgados pelo Ibram indicam uma alta de 8,6% na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), tributo conhecido como o royalty do minério. Saiu de R$ 6,9 bilhão em 2023, passou para R$ 7,4 bilhões em 2024.

A estimativa de investimentos calculada pelo Ibram para o próximo quadriênio também subiu. A alta foi de 6%, saindo de R$ 64,5 bilhões referente ao período entre 2024-2029 para R$ 68,4 bilhões referente ao período entre 2025 e 2029. “Cresceu as estimativas de investimentos em termos de logística, cresceu em termos de projetos relacionados ao ferro e cresceu também em termos socioambientais”, afirma Jungmann.

Balança comercial

De acordo com o Ibram, a balança comercial do setor mineral fechou com superávit de R$ 34,95 bilhões. O valor representaria 47% da balança comercial do país. As exportações saltaram 0,9%, saindo de R$ 43,04 bilhões em 2023 para R$ 43,43 bilhões em 2024. De outro lado, as importações recuaram 23,1%. fechando o ano passado em R$ 8,48 bilhões. Em 2023, havia sido R$ 11,02 bilhões. Raul Jungmann considera que a alta do dólar e a escalada da guerra entre Ucrânia e Rússia em 2022 influenciaram os números das importações.

“Em decorrência do conflito, houve muita antecipação de compras nos últimos anos, que efetivamente não se repetiram em 2024. Houve uma maior precaução, as empresas fizeram estoques, particularmente no que diz respeito ao potássio, fosfato, carvão, por exemplo, que são os principais itens de importação da mineração brasileira e também de outros setores que os utilizam como insumos”.

O diretor-presidente do Ibram disse acreditar que a posse do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, terá pouco impacto para o setor no Brasil. Ele comentou sobre a postura assumida pelo governo do país norte-americano envolvendo a taxalçao das importações. “Hoje, 80% das nossas exportações são dirigidas para a Ásia e particularmente para a China. Então, isso já reduz de certa forma o impacto caso o governo dos Estados Unidos tome esta direção. Além disso, mesmo que venha um tarifaço, precisamos entender se alcançará o Brasil e se será geral ou se será seletivo, afetando apenas sobre alguns produtos”, disse.

Minerais críticos

Jungmann avaliou que mesmo os negócios envolvendo minerais críticos não devem ser afetados. Os minerais críticos ou minerais de transição são aqueles cuja disponibilidade atual é limitada e a exploração tem sido considerada cada vez mais necessária para assegurar a transição energética, já que são essenciais para a fabricação de peças e equipamentos associados à ideia de energia verde. Por exemplo, há demanda por cobre nas usinas eólicas, por silício para os painéis fotovoltaicos, por níquel e lítio para as baterias. Essa demanda já tem resultado em aumento de produção, bem como em conflitos nas frentes exploratórias, segundo indicou no ano passado um levantamento produzido por pesquisadores de diferentes universidades federais.

“Nós estávamos fazendo parcerias e já conversando de forma avançada com os Estados Unidos, tendo em vista a questão climática. Agora, pelos primeiros sinais da administração Trump, estamos percebendo que muda a direção, mas o interesse em minerais críticos continua, porém com foco na defesa e na inovação tecnológica, onde eles também são essenciais”, disse Jungmann. Ele avaliou também que, independente dos Estados Unidos, a questão climática seguirá sendo uma pauta para os governos europeus.

“Hoje não há nenhuma possibilidade de superarmos a emergência energética e passar para uma sociedade neutra sem os minerais. Sem eles, não tem baterias, não tem carros elétricos, não tem placas fotovoltaicas. O petróleo só fala para trás, porque ele é fóssil, enquanto que nós falamos para frente. Na transição, a mineração é absolutamente fundamental”, avalia.

Imposto Seletivo

Durante a apresentação do balanço de 2024, o Ibram voltou a criticar o Imposto Seletivo, que tem por princípio a seletividade, isto é, usa a tributação para desencorajar o consumo de bens selecionados. Os alvos geralmente são produtos que causam prejuízo à saúde e ao meio ambiente. Ele já é adotado por outras nações e ganhou o apelidado em inglês por Sin Tax (imposto do pecado, em tradução literal).

No Brasil, o Imposto Seletivo é um dos novos tributos previstos na reforma tributária aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional e regulamentada em lei sancionada pelo presidente Lula no mês passado. Foi aprovado sua incidência sobre bens minerais, além de bebidas açucaradas e alcoólicas, jogos de azar, embarcações e aeronaves, produtos fumígenos (cigarros e relacionados) e veículos. Havia um dispositivo no texto afastando o Imposto Seletivo de commodities da mineração destinadas à exportação. Lula, no entanto, vetou esse trecho.

Revista Mineração - SP   10/02/2025

O setor mineral prevê investimentos da ordem de R$ 68,4 bilhões no Brasil no período 2025-2029. A previsão, calculada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), representa um incremento de cerca de US$ 4 bilhões em relação ao período anterior (2024-2028), ou seja, um aumento de 6,6%.

O minério de ferro tem a maior participação nos investimentos previstos para o período entre 2025 e 2029, respondendo por 28,7% dos recursos. Segundo os dados do Ibram, o planejamento é de investir US$ 19,59 bilhões, valor 13,4% superior ao que foi previsto para o intervalo de 2024 a 2028.

O segundo maior volume se refere às projeções de investimentos no segmento socioambiental, que saltaram de US$ 10,67 bilhões para US$ 11,33 bilhões (+6,2%).

Em seguida estão as estimativas de aportes em logística, que devem somar US$ 10,9 bilhões entre 2025 e 2029, valor 5,2% superior ao previsto anteriormente.

Outros destaques apontados pelo levantamento do Ibram para o período 2025-2029 são aumentos previstos nos investimentos em terras-raras (49%) e ouro (39%).

Veja a lista dos principais destinos para os aportes nos próximos anos:
Minério de ferro: 28,7% Socioambientais: 16,6% Logística: 15,9% Cobre: 10,7% Fertilizantes: 8,2% Níquel: 5,6% Outras substâncias: 3,2% Bauxita: 1,9% Ouro: 3,1% Terras raras: 3,2% Lítio: 1,7% Titânio: 1,2% Zinco: 0,1%

Minas Gerais é o estado que mais vai receber investimentos em mineração, com o valor previsto de US$ 16,5 bilhões. Em seguida está o Pará, com US$ 13,48 bilhões em aportes e a Bahia, com um montante de US$ 8,99 bilhões.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   10/02/2025

As ações da BYD registraram sua melhor semana desde o fim de 2020, à medida que o entusiasmo dos investidores aumentava antes da aguardada atualização da montadora chinesa de veículos elétricos sobre sua tecnologia de direção inteligente.

Os papéis da empresa listados em Hong Kong subiram 21% em cinco sessões, impulsionados pela expectativa de que a BYD apresente avanços em seu sistema de piloto automático e introduza mais recursos inteligentes em seus carros de baixo custo durante um evento programado para segunda-feira.

Qualquer avanço significativo nas tecnologias de direção autônoma da BYD provavelmente intensificará ainda mais a concorrência no mercado chinês de veículos elétricos, já o maior do mundo, onde a empresa sediada em Shenzhen é uma das líderes.

Além disso, os avanços podem ajudar a BYD a entrar em novos mercados internacionais, especialmente num momento em que altas tarifas impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos sobre os veículos elétricos chineses afetam suas perspectivas de crescimento.

“A aceleração do progresso da BYD em direção automática terá um impacto significativo no mercado, dada sua posição de liderança na indústria. Outras montadoras, especialmente as marcas voltadas para o mercado de massa, seguirão esse movimento”, escreveram analistas do Goldman Sachs, incluindo Tina Hou, em um relatório.

O banco espera que a BYD compartilhe experiências recentes de testes de estrada de seu sistema de piloto automático ‘God’s Eye’ e revele novos modelos em desenvolvimento.

Mercado em expansão na China

A corrida pelo desenvolvimento e implantação de tecnologias de direção assistida está esquentando na China, com os veículos elétricos se tornando um campo de batalha estratégico. Montadoras como Tesla e XPeng têm investido pesadamente para atrair consumidores, promovendo seus sistemas como alternativas mais seguras e convenientes.

Esses recursos se tornaram um grande diferencial para algumas marcas, influenciando a decisão de compra dos consumidores. Embora veículos totalmente autônomos ainda não estejam amplamente disponíveis, as empresas chinesas estão ampliando os limites da tecnologia, implementando funções de direção assistida não apenas em rodovias, mas também em ruas urbanas mais complexas.

Startups como Nio e XPeng estão desenvolvendo seus próprios chips e softwares proprietários, o que permite maior controle e otimização dos sistemas. Além disso, a integração de tecnologias de cabine inteligente, como assistentes de IA avançados e displays interativos, promete melhorar a experiência de condução.

Ações de montadoras chinesas disparam

As opções de compra das montadoras chinesas de EVs tiveram forte alta nesta semana. Na quinta-feira, o volume de contratos da BYD atingiu o maior nível desde março, com mais de 22 mil contratos negociados. Na sexta-feira, o volume foi mais de três vezes a média dos últimos 20 dias.

Outras montadoras também tiveram um aumento expressivo na negociação de opções:

As ações das empresas ligadas à cadeia de suprimentos de veículos elétricos na China também tiveram um forte rali nesta semana:

A BYD tem como meta vender entre 5 milhões e 6 milhões de veículos elétricos e híbridos até 2025, um aumento significativo em relação aos 4,27 milhões de unidades entregues no ano passado. A montadora, sediada em Shenzhen, terminou 2024 como o oitavo maior grupo automotivo do mundo em vendas.

O Estado de S.Paulo - SP   10/02/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que planeja divulgar tarifas recíprocas na próxima semana, sem detalhar quais países poderão ser afetados.

O presidente disse ainda que tarifas para automóveis sempre estão na mesa durante comentários feitos em entrevista antes de uma reunião com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, nesta sexta-feira, 7, na Casa Branca.

O mandatário americano disse que o tema da aquisição planejada da US Steel — um símbolo do capitalismo americano — pela Nippon Steel seria um dos tópicos abordados na conversa com o premiê japonês, ainda que tenha se esquivado de responder a uma pergunta de um dos jornalistas presentes sobre se teria mudado de opinião e que poderia apoiar a negociação.

Trump não descartou a possibilidade de impor tarifas a importações japonesas se a balança comercial entre os dois países não entrar em equilíbrio.

Ao lado do primeiro-ministro japonês, o republicano foi questionado por um repórter se mantém a opção de aplicar medidas tarifárias contra o país asiático se o déficit comercial não for eliminado. Trump se limitou a responder com “sim”.
Alteradas tarifas de ‘minimis’ da China

Nesta sexta-feira, 7. Trump assinou uma ordem executiva que altera as tarifas sobre importações de minimis da China. O termo “de minimis” refere-se a um limite de valor abaixo do qual as mercadorias importadas estão isentas de taxas alfandegárias e/ou impostos.

As recentes medidas encarecem os produtos chineses que desembarcam nos EUA como uma forma de, segundo o presidente norte-americano, combater a cadeia de oferta de opioides sintéticos chinesa. /Com André Marinho, Isabella Pugliese Vellani e Laís Adriana

Diário do Comércio - MG   10/02/2025

As diferenças entre os governos do Brasil e da Argentina no campo político não trouxeram prejuízos para as montadoras de automóveis brasileiras, que encontraram um ambiente favorável, como há muito tempo não se via, para colocar seus produtos no país vizinho. As compras da Argentina estão salvando as exportações de veículos do Brasil, compensando a forte queda nos pedidos do México. A cada cinco carros vendidos na Argentina no ano passado, dois foram importados do Brasil.

No total, mais de 166 mil veículos foram exportados pelo Brasil ao mercado argentino em 2024, volume com o qual a indústria faturou US$ 2,58 bilhões. O volume exportado, além de superar em 50% o total de 2023, é o maior em quatro anos. Já o valor, 60% superior ao do ano anterior, corresponde ao maior faturamento desde 2018, quando o montante foi US$ 4,61 bilhões. Os dados foram extraídos do Comex Stat, o sistema de estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Mesmo longe de igualar o fluxo de um passado nem tão distante – em 2017, o volume de carros brasileiros que entraram no país foi três vezes maior -, as exportações ao parceiro do Mercosul foram suficientes para puxar uma reação que foi considerada pelas montadoras como uma grata surpresa. Da queda de 28,3% acumulada até junho, os embarques de veículos, na soma de todos os destinos, terminaram o ano passado com um recuo de apenas 1,3%, conforme números da Anfavea, a entidade que representa as montadoras de automóveis.

Das 398,5 mil unidades exportadas, 40% foram para a Argentina, que voltou a ser o principal destino dos veículos brasileiros no exterior, à frente do México, cujo recuo nas compras de 25% derrubou a sua participação para 24%.

As transformações em curso tanto na economia quanto na indústria argentina estão por trás desses números. A reversão do déficit comercial – no ano passado, as exportações do país superaram as importações em US$ 18,9 bilhões – mais os US$ 5,4 bilhões liberados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em dois acordos dentro do plano de estabilização do país ajudaram a diminuir o maior obstáculo no comércio com a Argentina: a escassez de dólares.

As reservas internacionais da Argentina, que estavam em US$ 21 bilhões antes de o presidente Javier Milei tomar posse, chegaram a ultrapassar os US$ 32 bilhões após um ano de governo. Na segunda-feira desta semana, último dado disponível, as reservas acumulavam US$ 29,5 bilhões.

Milei também eliminou duas causas de dor de cabeça para as empresas que fazem comércio com a Argentina. De um lado, logo no início do mandato, acabou com a exigência de licenças para a entrada de produtos importados no país, facilitando assim o comércio. De outro, deu fim, no final do ano passado, ao imposto sobre as operações de câmbio, que recaía inclusive sobre as compras de divisas para pagamento de produtos e serviços do exterior. Agora, o país busca com o FMI uma nova injeção nas reservas para eliminar as cotas de compra de dólares.

Por ora, o governo Milei não surtiu os mesmos efeitos nas demais indústrias que fornecem para a Argentina. Apesar do forte crescimento dos automóveis, principal produto vendido ao país, as exportações do Brasil para a Argentina caíram no ano passado 17,6%, para US$ 13,8 bilhões, quando se soma todos os produtos. Se desconsideradas da conta, as exportações de soja, que tiveram em 2023 um boom atípico por conta da quebra de safra na Argentina, essa queda é diminuída para 6,8%.

No caso das montadoras, porém, a resposta mais rápida às medidas de abertura comercial está relacionada à estratégia setorial de usar a capacidade instalada na Argentina, bem inferior à do Brasil, para a produção de carros maiores, como picapes e sedãs grandes. Já o Brasil, como parte desse sistema de complementação produtiva, fica encarregado de produzir os carros compactos, que têm maior volume e preços mais baixos.

“A Argentina se especializou em veículos maiores, já que não tem a capacidade de produção do Brasil. A indústria deles também é menos competitiva. Nesse sentido, a Argentina se especializou em segmentos de volume menor, e daqui importam carros de volume, com valor agregado normalmente menor”, explica o consultor Milad Kalume Neto.

Assim, os carros brasileiros, também contando com um câmbio mais competitivo, aproveitam em posição privilegiada a retomada engatada pelo mercado argentino no segundo semestre do ano passado (veja abaixo a participação dos veículos produzidos no Brasil).

“O mercado [na Argentina] teve realmente uma reação muito forte, e começa 2025 também muito forte”, comenta o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. “Apesar da queda na maioria dos demais países, as nossas exportações ficaram praticamente no ‘zero a zero’ em 2024. E isso foi graças à Argentina”, acrescenta.

Segundo o presidente da Anfavea, as compras de carros na Argentina, entre nacionais e importados, devem superar as 500 mil unidades em 2025, aproximadamente 100 mil a mais do que os volumes registrados nos últimos dois anos, quando o consumo ficou estacionado em pouco mais de 400 mil veículos.

De acordo com Federico Servideo, presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo (Camarbra), o consumo está crescendo rápido porque houve um represamento no mercado. Com a disparada dos preços nos primeiros meses do governo Milei, o consumidor preferiu esperar e agora está voltando. “Durante o segundo semestre, o poder de compra dos argentinos começou a se recuperar. Também começou a aparecer mais crédito”, observa Servideo.

Ainda que tenha uma visão otimista sobre o crescimento das vendas no país, Marcio de Lima Leite, da Anfavea, pondera que a Argentina pode se tornar o próximo alvo de ataque dos carros elétricos chineses. A preocupação se deve à eliminação, a partir deste mês, do imposto de importação para até 50 mil veículos eletrificados com valor de nota fiscal no porto de até US$ 16 mil.

“Em função de instabilidades na política e na economia, e por ter um mercado de baixo volume, a Argentina não estava no foco dessas empresas [chinesas]. Mas, com o crescimento do mercado, e agora a redução das tarifas, vamos ter, sim, uma nova configuração. A tendência é de aumento das importações extrazona [fora do Mercosul] na Argentina”, comenta Leite.

Globo Online - RJ   10/02/2025

Estados americanos se surpreenderam com a decisão do governo de Donald Trump de suspender um programa de US$ 5 bilhões que previa a instalação de uma rede de carregadores para veículos elétricos em rodovias dos Estados Unidos. As informações são do jornal The Washington Post.

Um memorando da Administração Federal de Rodovias (FHWA, na sigla em inglês), divulgado na última quinta-feira, determinou que os estados suspendessem o Programa Nacional de Infraestrutura de Veículos Elétricos (NEVI).

A carta, endereçada aos diretores dos departamentos de transporte estaduais, determina que todos pontos do projeto aprovados pela administração do ex-presidente Joe Biden sejam interrompidos até que a atual gestão dê novas diretrizes, o que deve acontecer no segundo trimestre.

O programa foi aprovado pelo Congresso e tinha como objetivo preencher lacunas na rede nacional de carregamento de veículos elétricos e aumentar a confiança dos consumidores na compra dos veículos.

Pelas regras, os estados tinham que apresentar planos ao Departamento de Transportes sobre como usariam os recursos. Até agora, aproximadamente US$ 3,3 bilhões foram alocados aos estados e 55 estações foram construídas, de acordo com dados da empresa de análises Paren. Outras dezenas estavam previstas.

Alguns estados já pausaram os programas, enquanto ao menos três seguem cumprindo os contratos já existentes.

“As pessoas realmente sentem que precisam de uma infraestrutura de carregamento melhor antes de decidirem comprar ou alugar um veículo elétrico. Isso não tem nada a ver com promover a verdadeira escolha do consumidor. Isso vai, ativamente, limitar as opções", disse ao Post Patrick Murphy, diretor de políticas estaduais da Agência de Transportes do estado de Vermont, que vai suspender o programa após ter construído uma unidade de carregamento.

O Post ainda destaca que Trump sempre se posicionou contra o que chama de "mandato" para veículos elétricos, criticando os esforços de seu antecessor na criação de programas para incentivar as vendas dos veículos. No primeiro dia após a posse, o republicano ordenou que o governo encerrasse o "Green New Deal", pacto do governo Biden para promover energias limpas.

Segundo o Post, a medida pode afetar severamente o setor de veículos elétricos, que vem tendo vendas mais lentas do que as previsões e pode perder incentivos fiscais do governo americano nos próximos meses. Na véspera da divulgação do memorando, a Ford projetou um prejuízo de até US$ 5,5 bilhões este ano na divisão de carros elétricos.

Mesmo com a inclusão de Elon Musk no governo, como chefe do departamento de Eficiência Governamental, Trump continua criticando os veículos elétricos. A Tesla foi uma das principais beneficiadas dos subsídios para carregadores e possui a maior rede de carregadores rápidos do país.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Veja - SP   10/02/2025

Um estudo recente realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) constatou que comprar a casa própria continua sendo o principal sonho de consumo dos brasileiros. Em 2025, porém, esse objetivo ficará mais distante. A combinação de juros em alta, inflação fora da meta e menor crescimento do PIB deve inibir os lançamentos residenciais, encarecer os custos de construção e dificultar o acesso dos potenciais compradores ao financiamento. A Abecip, entidade que reúne os bancos que oferecem crédito imobiliário com recursos da poupança, projeta uma queda de 15% a 20% no volume financiado — se o número for confirmado, significará o terceiro maior tombo da história, atrás apenas de 2015 e 2016, anos marcados pela recessão econômica. “A oferta de crédito continuará, mas com custos muito maiores”, afirma Sandro Gamba, presidente da Abecip. “Isso certamente reduzirá a demanda.”

Para entender essa guinada, é preciso identificar os fatores que impulsionaram o mercado imobiliário até pouco tempo atrás, a começar pelos juros baixos. A pandemia de covid-19 levou o Banco Central (BC) a cortar a taxa Selic para 2% em agosto de 2020, nível em que permaneceu até março de 2021, quando a crise começava a esmorecer e a economia ensaiava uma reabertura. O dinheiro mais barato e a demanda reprimida geraram uma onda de lançamentos e levaram mais gente aos estandes de venda. Em 2021, o crédito imobiliário bancado pela poupança somou 205 bilhões, o maior valor da história. Nos anos seguintes, embora a Selic voltasse aos dois dígitos, a queda do desemprego, a inflação moderada e a retomada econômica aumentaram a renda dos brasileiros e mantiveram as vendas de imóveis aquecidas. Para completar, após estacionar em 13,75% por um ano, a Selic voltou a cair em agosto de 2023, e as construtoras iniciaram 2024 confiantes de que os juros encerrariam dezembro abaixo dos 10%. O otimismo ampliou a oferta e o crédito somou 187 bilhões de reais no ano passado, a segunda maior cifra da história. “A queda dos juros incentivou as incorporadoras”, diz Renato Correia, presidente da CBIC, a entidade que representa a indústria brasileira da construção.

Mas o caminho que estava pavimentado para o crescimento do setor acabou sendo desconstruído pouco a pouco. Após baixar para 10,5% em maio passado, a Selic voltou a subir a partir de setembro, refletindo o esforço do BC para conter a disparada da inflação. Comandada desde o início do ano por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a instituição deve elevar a taxa dos atuais 13,25% para 15%, segundo as projeções de mercado. Trata-se do maior patamar desde junho de 2006, ainda durante o primeiro mandato de Lula, quando a Selic estava em 15,25%. O pior é que, segundo afirmam os especialistas, a dose cavalar de juros não deterá a inflação, cuja estimativa de mercado está em 5,51%. A freada da economia, portanto, será inevitável — e levará à indesejada virada de chave no setor imobiliário. Nesse cenário, a classe média será a grande prejudicada. “É a camada que mais sofre com a inflação, que corrói a renda disponível para comprar um imóvel”, diz Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP, entidade que reúne as construtoras paulistas.

À medida que a classe média aperta os cintos, as incorporadoras se concentram nos extremos da pirâmide de renda. Uma boa parte delas aumentou a aposta em imóveis populares enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que conta com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e financia unidades com valor de até 350.000 reais. Com o desemprego em 6% — o menor nível da história —, a entrada de recursos no FGTS segue forte. Em 2025, o orçamento do fundo para o crédito habitacional é de 127 bilhões de reais, cifra semelhante à de 2024. Outras construtoras partiram para os imóveis de alto padrão, segmento em que a clientela não depende de financiamento para fechar negócio. Como se trata de um nicho pequeno, as empresas que focam esse público lançam um volume menor de empreendimentos. No meio, estão os imóveis financiados com recursos da poupança e destinados à classe média, faixa que deverá ser a mais atingida pela crise.

É fácil entender por que a classe média vai enfrentar dificuldades para comprar o imóvel dos sonhos. Com a alta dos juros, os investidores buscam aplicações de renda fixa que rendem mais, retirando recursos da poupança, que costuma oferecer pouco retorno. No acumulado de 2021 a 2024, por exemplo, os saques da poupança superaram os depósitos em 209 bilhões de reais, e o saldo da caderneta baixou de 790 bilhões para 773 bilhões. O tombo só não foi maior porque a rentabilidade anual de pouco mais de 6% corrigiu os saldos nesse período, mas foi o suficiente para preocupar os bancos que operam essas linhas de crédito e as construtoras. O reposicionamento do mercado já é perceptível. De acordo com o Secovi-SP, que representa o setor imobiliário paulista, na cidade de São Paulo a oferta de unidades financiadas com recursos da poupança despencou 31% no período de doze meses.

Como a poupança também financia a construção, o setor busca outras fontes para compensar a escassez de recursos, a exemplo dos certificados de recebíveis imobiliários e das letras de crédito imobiliário, mas a solução não é a ideal. Para atrair investidores, esses papéis precisam oferecer uma remuneração alinhada à de outras aplicações de renda fixa, o que encarece o custo de capital. Para os potenciais clientes, isso significa uma taxa de financiamento mais cara. As condições de financiamento também ficaram mais rígidas. Desde novembro do ano passado, a Caixa Econômica Federal, a maior operadora de crédito imobiliário do país, aumentou o valor da entrada exigida e limitou o preço dos imóveis financiados a 1,5 milhão de reais. Acima disso, o interessado deverá recorrer a linhas com taxas livres, cujos juros já chegam a exorbitantes 18% ao ano. E isso é só começo, já que, com a Selic nas alturas, o crédito fica mais caro em todas as linhas de financiamento. “Não existe solução mágica”, diz a economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getulio Vargas. “Enquanto o custo do crédito subir, a situação vai piorar.” Nesse cenário, o sonho da casa própria ficará cada vez mais distante para milhões de brasileiros.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   10/02/2025

Segundo destaca Miguel Setas, presidente da empresa, o cenário macroeconômico, contudo, demanda mais cautela da empresa

Miguel Setas, presidente da CCR — Foto: Leonardo Rodrigues/Valor

A CCR deverá buscar, neste ano, manter a concessão rodoviária da MSVia, cuja concorrência está prevista para maio, e estuda a participação no leilão do governo paulista das linhas 11, 12 e 13 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), segundo Miguel Setas, presidente da empresa, durante teleconferência com analistas, nesta sexta-feira (7). O executivo também destacou que o cenário macroeconômico demanda mais cautela da empresa.

“Temos um compromisso com mercado de implementar uma estratégia de crescimento seletiva e rentável. Em 2024, houve 11 leilões, participamos em cinco e ganhamos em dois, com diferenças pequenas em relação ao segundo classificado. No caso da concorrência da MSVia, a CCR vai participar", disse ele.

"Para além dessa, no primeiro semestre, temos leilão das linhas 11, 12, 13. Estamos analisando, é possível participação, se as condições de risco-retorno forem adequadas. Para além desses projetos, veremos se algum outro se encaixa nos padrões de rentabilidade do grupo. Temos que ter consciência do cenário macro de alta de taxa de juros. Isso nos leva a uma alocação de capital cautelosa”, observou.

No caso da MSVia, concessão que administra a BR-163 no Mato Grosso do Sul, a CCR fez uma repactuação do contrato junto ao governo federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU). Mas o contrato renegociado terá que passar por uma concorrência na B3, que foi marcada para 22 de maio.

Revista Ferroviaria - RJ   10/02/2025

A produção agrícola do Brasil deve crescer 8,3% na safra 2024/25, atingindo 322,4 milhões de toneladas, um recorde histórico, conforme estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para dar conta da distribuição logística dessa quantidade de grãos, o governo federal lançou na última quarta-feira (5) um plano para reforçar a infraestrutura portuária, rodoviária e ferroviária do país.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

Assim, serão investidos R$ 7,15 bilhões em medidasque visam fortalecer a competitividade do Brasil no mercado agrícola internacional. As obras estarão integradas ao Novo PAC e as melhorias estarão concentradas no Arco Norte e no Corredor Sul e Sudeste.

Para a assessora técnica da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) Elisangela Pereira Lopes, o privilégio que o país tem dado historicamente ao transporte rodoviário encarece os custos logísticos.

“Quando se pensa em um planejamento mais voltado para aumentar a oferta de rios navegáveis no país para o transporte de cargas e também para aumentar a oferta
de linhas férreas destinadas ao agronegócio, isso induz em uma redução expressiva do custo de transporte”.

Elisangela listou as ações prioritários para a CNA, como os corredores de exportação:
A conclusão dos 33 km da BR 163 que conecta Santarém a Miritituba, ambos no Pará; Atenção à BR 242 que conecta o oeste da Bahia aos portos de Salvador; O corredor da BR 158, que liga Mato Grosso ao Pará;

“Também temos a Ferrogrão que, embora não tenha sido mencionada no plano do governo, temos uma expectativa otimista de que esse projeto saia do papel ainda este ano”.

AGRÍCOLA

O Estado de S.Paulo - SP   10/02/2025

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) projeta para 2025 um crescimento de 5% no PIB agropecuário. O setor deve ser o de maior dinamismo na economia, que, no geral, tende a crescer por volta de 2%, segundo projeção Focus. Iniciado em meio a preocupantes dificuldades climáticas, com escassez de chuvas e altas temperaturas sobre grandes áreas produtoras, o recorde da safra de grãos que está sendo colhido agora é uma demonstração de força e competência do agronegócio brasileiro.

Os Estados Unidos são também grandes produtores e exportadores do setor. Com o anunciado rebalanceamento da política comercial pelo governo Trump, é possível que o Brasil consiga encontrar novos mercados para seus produtos, ou ampliar o volume de vendas aos compradores tradicionais, como a China.

Há desafios a superar, entre os quais a taxa de juros em alta, a logística e os extremos climáticos imprevisíveis. São dificuldades que o setor tem superado com mais produtividade, investimento em ciência e espírito empresarial.

A pecuária é um exemplo. Fundamental para o Brasil, funciona como motor da economia ao processar os produtos e agregar valor ao negócio.

O agronegócio gera divisas, empregos, investimentos e garante a segurança alimentar ao mundo. Blinda o Brasil de momentos anticíclicos, pois é um segmento econômico que busca a modernização permanente, utilizando toda a tecnologia disponível e investindo de forma estruturada.

A Embrapa é uma aliada crucial nesse processo. Suas pesquisas, descobertas e apoio respondem por boa parte da evolução do campo brasileiro.

Esse contexto benigno explica como a pontual redução da safra do ano passado esteja sendo revertida para o recorde de 2025. De acordo com a Conab, a safra de grãos será de 322,3 milhões de toneladas, um volume 8,3% maior do que o anterior. Para esse resultado, a área plantada aumentou por volta de 2%, o que demonstra ganhos de produtividade ligados a novas tecnologias. Em paralelo, as exportações de carne bovina alcançaram, em 2024, o maior volume de sua história, com 2,89 milhões de toneladas. O setor faturou US$ 12,8 bilhões, 22% a mais sobre 2023.

Todos esses números endereçam uma mensagem clara e direta. O agronegócio será a referência virtuosa da economia brasileira em 2025, num momento em que são traçados cenários de desaceleração dos setores de varejo, serviços e indústria. Em qualquer tempo, o agronegócio é uma potência brasileira.

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