Clipping Diário

03 | Dezembro | 2024

SIDERURGIA

Consultor Jurídico - SP   03/12/2024

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça julgará nesta terça-feira (3/12) um recurso do grupo ítalo-argentino Ternium contra a decisão que o condenou a indenizar a CSN em R$ 5 bilhões por ter assumido o controle da Usiminas sem uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA).

Previsto na Lei das S.A., o artigo 254-A estabelece que, em casos de alienação de controle, deve ser garantido ao minoritário o direito de vender suas ações por pelo menos 80% do valor pago por ação com direito a voto. Isso se dá por meio da OPA.

Para tentar reverter a condenação de junho deste ano, a Ternium apresentou embargos de declaração. O grupo estrangeiro afirma que o argumento de fraude na alienação de controle da Usiminas, apontado pela CSN desde a petição inicial, só foi apresentado em fase recursal.

Em março de 2023, o STJ havia descartado a necessidade de OPA e rejeitado o recurso da CSN. Em julho daquele ano, a Ternium publicou fato relevante anunciando ter concluído a aquisição de controle da Usiminas.

A mudança de entendimento no STJ se baseou no rearranjo de controle na siderúrgica. A Ternium e o Grupo Nippon Steel firmaram um acordo de acionistas prevendo que decisões de gestão da Usiminas passariam a depender da aprovação das duas companhias, incluindo o consenso para indicação do presidente da siderúrgica.

A Ternium assumiu tal posição depois de adquirir, com ágio de 90%, as ações que até 2011 pertenciam a Votorantim, Camargo Corrêa e Caixa dos Empregados da Usiminas (CEU). A CEU, que antes tinha posição paritária, passou a ser secundária, já que se manteve no quadro societário, mas numa porcentagem menor.

Para o ministro Moura Ribeiro, do STJ, a compra de ações pelo Grupo Ternium, aliada ao rearranjo dos acordos entre os componentes do bloco de controle, acarretou a alienação do controle da companhia, exigindo a OPA.

Ele destacou, em seu voto, que o controle da companhia não se vincula apenas no número de ações. “O controle da Sociedade Anônima depende do elemento subjetivo do acionista, a intenção de dirigir a empresa”, afirmou o magistrado.

“As deliberações do bloco de controle, que antes eram tomadas com certa dependência mútua e sem indicação de que qualquer dos signatários do acordo exercesse uma posição de hegemonia. Com o ingresso do Grupo Ternium, as decisões passaram a ser tomadas apenas com a aprovação dele e do Grupo Nippon”, escreveu ele. Moura Ribeiro foi acompanhado pelos ministros Herman Benjamin e Antonio Carlos Ferreira.

A ministra Nancy Andrighi entendeu que o processo deveria ser julgado novamente pela primeira instância, que havia rejeitado a ação da CSN sem que fossem produzidas provas. Já o ministro Villas Bôas Cueva, que se opunha ao recurso da CSN, mudou seu voto para acolhê-lo e também enviar o processo à primeira instância do Tribunal de Justiça de São Paulo.
No Supremo

Paralelamente ao processo no STJ, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) foi ao Supremo Tribunal Federal para tentar reverter a decisão. Para que a ação direta de inconstitucionalidade seja aceita há uma preliminar. A entidade, que tem o Grupo Ternium na sua direção, precisa demonstrar a pertinência temática da sua representação, além de comprovar sua presença em pelo menos dez estados brasileiros.

Outro desafio da ADI é conseguir suscitar uma tese jurídica com paradigma constitucional — e não um caso concreto, que só seria examinado em sede de recurso extraordinário. Nesse plano, a ADI se tornaria um recurso a mais e o STF, uma quarta instância para o caso.

O ministro André Mendonça, relator, recebeu informações da Câmara dos Deputados e de Superior Tribunal de Justiça, CVM, Cade, Casa Civil, Controladoria-Geral da União e Ministério da Microempresa. A mais recente delas é do Senado, que defende a rejeição da ação por falta de legitimidade da AEB.

BOL - SP   03/12/2024

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira que vai "bloquear" a aquisição da siderúrgica americana US Steel pela empresa japonesa Nippon Steel, uma operação de 14,9 bilhões de dólares (90 bilhões de reais), incluindo as dívidas.

"Sou totalmente contra que a outrora grande e poderosa U.S. Steel seja comprada por uma empresa estrangeira, neste caso a Nippon Steel do Japão", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

"Por meio de uma série de incentivos fiscais e tarifas, faremos a U.S. Steel forte e grande novamente, e isso acontecerá RÁPIDO! Como presidente, eu vou bloquear este acordo", acrescentou o republicano.

A fragilizada US Steel afirma que precisa do acordo de venda, anunciado em dezembro do ano passado, com a Nippon para garantir o investimento suficiente em suas fábricas em Mon Valley, Pensilvânia, que correm o risco de fechar, alega, se a operação for bloqueada.

A empresa japonesa insistiu, após as mensagens de Trump, que está "determinada a proteger e desenvolver a US Steel de uma forma que fortaleça a indústria americana, a resiliência da cadeia de suprimentos doméstica e a segurança nacional dos Estados Unidos".

"Nós investiremos não menos que US$ 2,7 bilhões (R$ 16,3 bilhões) em suas instalações, introduziremos nossa inovação tecnológica de nível mundial e garantiremos trabalhadores de sindicatos para que os metalúrgicos americanos da U.S. Steel possam fabricar os produtos de aço mais avançados para clientes americanos", acrescentou.

Pouco dias após as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, a Nippon Steel afirmou que esperava concluir a aquisição este ano, antes da saída de Joe Biden da presidência e da chegada de Trump à Casa Branca em 20 de janeiro.

Mas o presidente democrata também é contrário ao acordo. Ele declarou que é "vital" para a US Steel "continuar sendo uma empresa siderúrgica americana de propriedade e administração nacional".

A venda está sob análise de um órgão liderado por sua secretária do Tesouro, Janet Yellen, que audita as aquisições estrangeiras de empresas americanas, o Comitê de Investimentos Estrangeiros.

Em setembro, o governo Biden ampliou sua análise, adiando a conclusão do acordo sensível para depois das eleições presidenciais.

Em uma apresentação de resultados da Nippon em 7 de novembro, a empresa afirmou que previa a conclusão da transação durante 2024, após uma revisão das autoridades de Segurança Nacional americanas.

"A menos que a situação mude drasticamente, acredito que a conclusão acontecerá no final do ano, durante o mandato de Biden", declarou à imprensa o vice-presidente da empresa japonesa, Takahiro Mori.

- Políticas protecionistas -

Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu adotar políticas econômicas protecionistas para ajudar as empresas americanas, incluindo ameaças de reiniciar uma guerra comercial com a China, a segunda maior economia do mundo.

Ele criticou diversas vezes a venda da US Steel.

O vice-presidente eleito J.D. Vance também liderou a oposição à aquisição no Senado, onde o acordo foi criticado tanto por republicanos como por democratas.

Analistas sugeriram que a postura de Trump sobre a operação a favor da Nippon seria flexibilizada após as eleições, mas o anúncio de segunda-feira acaba com a possibilidade.

Grandes grupos empresariais japoneses e americanos fizeram um apelo para que Yellen não ceda à pressão política no momento de revisar a operação empresarial.

O sindicato dos trabalhadores siderúrgicos dos Estados Unidos se opôs ao acordo e criticou uma decisão de setembro dos árbitros da operação, segundo a qual a Nippon demonstrou que pode assumir as obrigações contratuais da US Steel.

Em setembro, no entanto, alguns trabalhadores da US Steel defenderam a venda, alegando que ajudaria a manter as fábricas em funcionamento.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   03/12/2024

A ameaça feita pelo presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de taxar em 100% as importações dos países do Brics que substituírem o dólar em transações comerciais procura manter a hegemonia da moeda estadunidense no mercado mundial, avaliam especialistas consultados pela Agência Brasil.

O professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Gilberto Maringoni, destacou que Trump se preocupa com a principal arma dos Estados Unidos (EUA) para a dominação que exerce no mundo, que é o fato do dólar ser a moeda usada no comércio internacional.

“A perda do poder do dólar implica uma perda do poder dos Estados Unidos, do poder imperial sobre o mundo. Se a gente pensar que os Estados Unidos são uma potência militar, financeira e política que impõe o seu modo de vida através do cinema, da TV e de bens de consumo, a gente tem que perceber que o centro disso é a hegemonia que o país tem sobre a moeda padrão circulante no mundo inteiro, que é o dólar”, explicou Maringoni.

O pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Ronaldo Carmona, ressaltou que a hegemonia do dólar é central na geopolítica estadunidense e cita o congelamento das reservas russas em dólar que foram sequestradas para financiar a Ucrânia.

“Os países percebem de que a dependência do dólar é algo que pode ser bastante contraproducente uma vez que há muitos exemplos do uso do dólar como uma arma geopolítica. É disso que se trata. Do ponto de vista do Trump, obviamente, ele está falando alto para tentar manter essa condição de hegemonia do dólar”, explicou.

O presidente eleito dos EUA afirmou, em uma rede social, que exigir “um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda Brics, nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100%”, disse, acrescentando que “não há chance de que o Brics substitua o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tente deve dizer adeus à América”.

A preocupação de Trump se deve ao fato da moeda emitida pelo Tesouro estadunidense regular as transações em todo o mundo, explicou Gilberto Maringoni.

“Isso dá um poder imenso ao país porque ele pode fixar taxas de juros que serão as taxas de juros base das economias mundiais. Quando o FED [Banco Central dos EUA] mexe nas taxas de juros, isso impacta as taxas de juros no Brasil e outros países da periferia”, analisou.

Medidas para substituir o dólar nas relações comerciais foram discutidas durante a cúpula dos Brics deste ano em Kazan, na Rússia. O bloco é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Outros 13 países devem ser ainda convidados para participarem como membros parceiros do bloco.
Limites

Tanto Maringoni, quanto Carmona avaliaram que tem limites para essa estratégia de Trump de taxar os produtos dos países que contrariam, de alguma forma, a política trumpista.

“A madeira consumida nos Estados Unidos (EUA) é canadense [também ameaçado pelas taxações do Trump]. Isso implica um aumento de custos. Várias empresas americanas, a Tesla, inclusive, que é a empresa do Elon Musk [empresário aliado de Trump], têm fábricas na China e importam para os Estados Unidos. A Apple ainda tem divisões na China. Então, isso pode causar um aumento nos preços internos”, ponderou Maringoni.

Segundo Ronaldo Carmona, Trump corre o risco de elevar a inflação dos EUA se aplicar essa política de taxação de importações às últimas consequências.

“Trump vai privilegiar uma ação de força para a manutenção da hegemonia do dólar mesmo que as custas de determinados interesses comerciais dos EUA na sua relação com o Brics? Afinal de contas, estamos falando de grandes países que têm grandes correntes de comércio com os EUA”, comentou.
Brasil

A substituição do dólar tem sido defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A criação de uma moeda para as transações comerciais e investimentos entre os membros do Brics aumenta nossas condições de pagamento e reduz nossas vulnerabilidades”, disse Lula na reunião dos Brics de 2023.

O uso de moedas locais em substituição ao dólar tem sido defendido também pela ex-presidenta brasileira, Dilma Rousseff, que atualmente preside o banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).

CNN Brasil - SP   03/12/2024

O pacote fiscal apresentado pelo governo não deve ser suficiente para conter a inflação e as expectativas desancoradas, consequentemente não suavizando o trabalho da política monetária do Banco Central (BC), de acordo com análise do UBS BB.

Desse modo, os analistas do banco de investimento apontam que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode colocar o pé no acelerador já em sua próxima reunião, subindo a Selic – a taxa de juros básica do país – em 0,75 ponto percentual, a 12% ao ano.

O ritmo deve ser mantido nos dois primeiros encontros de 2025 do colegiado – em janeiro e março -, levando a Selic a 13,5% no final do 1º trimestre do ano. Este seria o maior patamar atingido pelos juros desde agosto de 2023, quando o BC reduziu sua taxa de 13,75% a 13,25%.

A avaliação dos economistas do UBS BB é de que o anúncio, que deveria ser um “tiro contra as expectativas negativas”, acabou saindo pela culatra.

Isso porque além de o pacote de R$ 70 bilhões ter sido avaliado como insuficiente para se atingir a sustentabilidade da dívida pública, as medidas de contenção fiscal foram anunciadas em paralelo com a isenção de Imposto de Renda (IR) para os contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais.

Com as incertezas postas, o UBS BB vê o câmbio e a inflação mais acelerados no próximo ano. A expectativa dos economistas é por um dólar cotado em R$ 6 no final de 2024 e de 2025, enquanto a projeção de inflação ao final do ano que vem foi elevada de 3,5% a 4%. Sendo assim, o UBS BB acredita que não será mais plausível reduzir os juros até o começo de 2026.

“Tínhamos cortes [de juros] em nossa projeção devido às nossas expectativas de inflação mais baixas para o próximo ano. Agora, o câmbio impulsionou ainda mais o ajustamento dos preços relativos, empurrando a nossa expectativa do primeiro corte para o início de 2026. A nossa nova previsão de inflação é demasiado elevada para que possamos prever cortes nas taxas no próximo ano”, pontuam os economistas em relatório.

“Este ajustamento relativo dos preços ainda é válido, mas compensado por outros fatores. O BC pode ter condições para cortes nas taxas se o cenário fiscal não se deteriorar ainda mais em 2025. [Mas,] a política monetária está sobrecarregada. Na nossa opinião, a política monetária está suportando o fardo de uma política fiscal frouxa, que está sendo menos ajustada do que deveria. Estamos nos aproximando da dominância fiscal.”

IstoÉ Dinheiro - SP   03/12/2024

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 2, que o câmbio flutuante é um dos pilares da matriz econômica do país, reiterando que a autarquia só atua no câmbio em caso de disfuncionalidades.

“Efetivamente, a gente vai continuar fazendo atuações só por questões de disfuncionalidades, como essa de você ter uma sazonalidade de final de ano de dividendos que vão para fora e coisas desse tipo”, afirmou, ao responder pergunta sobre o tema no XP Fórum Político, do banco XP.

De acordo com o diretor, o câmbio flutuante “está cumprindo seu papel muito bem” e, junto das reservas internacionais, é um mecanismo de defesa “bastante relevante” no enfrentamento de desafios globais.

Ele disse não esperar mudanças na política cambial do BC com a chegada de Nilton David, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a diretoria de Política Monetária a partir de janeiro, quando Galípolo tomará posse como presidente do banco.
Dólar em alta

A fala de Galípolo sobre a atuação do BC no mercado de câmbio ocorre em meio à crescente desvalorização da moeda brasileira em sessões recentes, movimento que gerou expectativa por novas intervenções da autarquia em parte do mercado. Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a 6,0012 reais — maior valor nominal de fechamento da história.

A queda do real ocorre na esteira da reação negativa do mercado ao duplo anúncio do governo na semana passada de um projeto de reforma do imposto de renda e de um pacote de medidas de contenção de gastos.

Investidores avaliaram que o pacote fiscal, que prevê uma economia de 71,9 bilhões de reais em dois anos, veio na direção correta, mas o anúncio da reforma do IR, que busca expandir a faixa de isenção para quem ganha até 5 mil reais, teria sinalizado um descompromisso do Executivo com o ajuste fiscal.

Galípolo disse enxergar o anúncio das medidas como um fator relevante tanto para a desvalorização do real como para a desancoragem adicional das expectativas de inflação. Ele indicou, no entanto, que a autarquia não tem dados suficientes para avaliar o impacto da proposta do IR.

“Tenho duas reformas tributárias para me queixar que eu não tenho dados suficientes para entender o impacto”, disse.

“Na primeira reforma tributária (do consumo) eu já me queixava que precisava de mais estudos para entender como vai impactar preço. Isso não está claro… Agora tem que fazer sobre qual o impacto da (reforma da) renda.”

Ele disse entender que o Ministério da Fazenda, do qual foi secretário-executivo entre janeiro e junho de 2023, aceitou o desafio de “mudar completamente” a estrutura fiscal do país.

Na última vez que entrou no mercado de câmbio, no mês passado, o BC vendeu 4 bilhões de dólares em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) para lidar com uma demanda maior pontual.

Tradicionalmente, a autarquia costuma realizar leilões de linha nos finais de ano, em especial em dezembro, para atender à demanda por moeda para envio ao exterior.
Juros em alta “por mais tempo”

Gabriel Galípolo disse ainda que o cenário econômico atual aponta para uma política monetária “mais contracionista” por parte da instituição, sinalizando “juros mais altos por mais tempo” no Brasil.

Falando em um evento organizado pela XP, ele disse ser “lógico” tal direcionamento para a taxa Selic diante de uma economia com maior dinamismo do que o esperado e uma moeda mais desvalorizada, mas se recusou a fornecer um guidance para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

“Parece relativamente lógico imaginar isso e (foi) em cima desse movimento que aconteceu ao longo do ano que o Banco Central foi migrando gradativamente de um ciclo de corte para uma pausa e (para) o ciclo de alta de juros”, disse o diretor do BC.

Ele disse que a autarquia iniciou um ciclo de cortes de juros em agosto de 2023, que levou a Selic a 10,50% ao fim do período de afrouxamento, por haver uma perspectiva de desaceleração da economia brasileira naquele momento, que tem se “frustrado sistematicamente”.

O Estado de S.Paulo - SP   03/12/2024

A moeda ianque se plantou – diria o craque Bruno Henrique – em outro patamar. Esse é o dólar – pouco condicionado pela volatilidade – que faz especial carga na inflação. Na inflação de alimentos – que implica em humor e voto. Na inflação da carne. O povo come dólar. Não apenas no valor do trigo que virará pão.

O dólar, percebido em nova altitude, encorpa os preços todos. Inflação. Que comerá a renda do mais pobre. Que comerá agora a gordura de quando quem ganha menos não mais pagar imposto de renda. Talvez em 2026. A mordida, certeza, já veio; já está.

Esse real desvalorizado é produto da leitura de que a dívida pública avança sem controle. Avança mesmo. Ao que o governo respondeu com o pacote de corte de gastos que não corta gastos; que corta receitas – renúncia fiscal sem compensação arrecadatória equivalente.

O cara que financia a conta que-não-fecha de Lula cobra mais caro. Juro. O custo do pacote pente-fino requentado que promete poupança de R$ 70 bilhões entre 2025 e 26 – número insuficiente que as medidas apregoadas só alcançam na calculadora da Fazenda. Não deveria haver surpresa.

O bicho é coerente com a trajetória deste Dilma 3. Enganou-se quem quis com 2023; quem fez sumir da história os artifícios da PEC da Transição, que despejou R$ 150 bilhões na economia, extravagância que transformaria Haddad em Malan.

Este 2024 impõe a realidade – a água baixando para que se possa ver o corpo natimorto do arcabouço fiscal. Este 24 em que se alteraram as metas fiscais de 25 e 26, e em que se pedala a regra para tentar conseguir fechar o ano com buraco de somente R$ 30 bilhões. Meta fiscal, exercício de fantasia, tornou-se um fim em si mesmo. O mau humor demorou a se estabelecer.

A entrevista do ministro à Record News mostrou que o mau humor dele tem endereço trocado:

“Não adianta se queixar do mercado. Ah, o mercado leu errado. Cuida da comunicação. Não deixa a informação vazar. Quando vazar, tem uma autoridade constituída para explicar, e aí você não vai ter problema. Mas, de fato, o que me contrariou é o fato de não ter sido explicado de maneira correta. É o fato de você permitir uma leitura muito equivocada do que estava sendo proposto.”

Ninguém leu errado. Cuidada ou descuidada a comunicação, o que foi proposto o foi no vazado e no oficial. Igualzinho. No vazamento e na TV, o equívoco “explicado de maneira correta”. Isenção fiscal sem compensação à altura.

O vazamento é problema interno petista. Não se vazou algo que não integraria o anúncio. Mesmo com tudo que as reações ao vazamento informaram, ainda assim a “autoridade constituída” apresentou o pacote de corte de gastos que, sem cortar gastos, corta receitas. Mais rombo. O vazamento que contraria de fato.

Exame - SP   03/12/2024

A economia brasileira deve apresentar um crescimento entre 0,6% e 1% no terceiro trimestre de 2024, segundo economistas e relatórios consultados pela EXAME. O consenso aponta para uma alta de 0,8%.

O dado será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3, às 9h.

Essa deve ser a terceira alta consecutiva do indicador, colocando o país no caminho de crescer mais de 3% no ano. No segundo trimestre, o PIB brasileiro cresceu 1,4%, superando as expectativas do mercado financeiro.

O consenso de economistas é que, apesar da desaceleração em relação ao trimestre anterior, o resultado demonstra a resiliência da economia.

A perspectiva positiva levou à revisão de estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo de 2024. Por exemplo, a mediana do mercado no Boletim Focus, do Banco Central (BC), começou o ano com previsão de crescimento de 1,5% e agora está em 3,22%, conforme o último relatório.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados e colunista da EXAME, projeta um crescimento de 0,8% no trimestre e um avanço de 4,1% na comparação anual.

“É um número muito forte e sinaliza um crescimento acima de 3% no ano. A economia está aquecida, crescendo acima do potencial, o que ajuda o mercado de trabalho”, avalia.

Revisões do IBGE e impacto na política monetária

Vale observa que, no terceiro trimestre, o IBGE costuma realizar revisões em seus dados, o que pode ampliar a diferença entre as expectativas do mercado e os números reais. Ele também destaca que o resultado, combinado com o atual contexto de preocupação fiscal, deve impactar as decisões do Banco Central.

“É provável que o BC precise adotar uma postura mais agressiva, aumentando os juros nas próximas reuniões, começando já com uma alta de 75 pontos-base na próxima reunião”, afirma.

Thiago Xavier, economista da Tendências Consultoria, estima um crescimento de 0,6% no trimestre, com destaque para a indústria, que deve avançar 1,4%. O setor foi favorecido pelos segmentos mais cíclicos, como a indústria de transformação e a construção civil.

”Esses setores se beneficiam das condições macroeconômicas de demanda das famílias, como indicado pela alta de bens de consumo duráveis e pela alta de segmentos do setor ligados a bens de capital, como veículos pesados”, diz Xavier.

Xavier também espera uma contribuição positiva do setor externo, com o aumento das exportações superando o das importações.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, prevê uma alta de 0,9%, impulsionada pelo crescimento do consumo das famílias, favorecido pelo aumento dos gastos fiscais, especialmente as transferências de renda. Ela espera uma supresa positiva no investimento, com nova alta.

“A surpresa positiva deve vir de uma nova alta do investimento, principalmente liderado pela infraestrutura, energia e saneamento, na medida que as novas concessões cumprem seus contratos, o que tem sido imune à alta de juros”, afirma.

Vitória avalia que o PIB forte não deve motivo para maior preocupação além do que já está precificado no mercado do ponto de vista da política monetária.

“A demanda maior já se reflete no comportamento da inflação de serviços, que não desacelerou esse ano. Ela segue próxima de 5% e deve continuar como ponto de atenção para o BC”, diz.

O Estado de S.Paulo - SP   03/12/2024

O Federal Reserve deverá iniciar uma longa pausa no processo de redução de juros na reunião de dezembro e poderá voltar a subi-los em 2025. A percepção é do professor de economia da University of California Barry Eichengreen, que espera nova alta da inflação nos EUA, com a adoção de tarifas sobre importados e o corte de impostos para empresas que o governo Donald Trump poderá implementar em breve.

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, Eichengreen, disse ainda que espera que a próxima administração determine taxas de 10% sobre todos os importados e taxas maiores para produtos chineses, de até 60%. Para Eichengreen, a China e a Europa devem tomar medidas de retaliação a eventuais tarifas elevadas por Trump. “Há uma grande probabilidade de ocorrer uma guerra comercial no próximo ano.” Acompanhe os principais trechos da entrevista.
Quanto o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, elevará tarifas de importados em 2025?

Trump está mais comprometido de forma incondicional com o aumento de tarifas do que no seu primeiro mandato. No meu cenário principal, ele adotará 10% de tarifas para todos os importados pelos EUA, sendo que para produtos chineses elas poderão ser de 60%.

Quais serão as implicações da alta de tarifas à economia dos EUA em 2025?

O corte de impostos para empresas com o qual Trump e o Congresso estão comprometidos estimularão a demanda, o crescimento da economia e a inflação no curto prazo. Considero que o Federal Reserve já está repensando se continuará a cortar os juros. Estes fatores fortalecerão o dólar e farão as coisas parecer rosa nos mercados financeiros americanos. Mas isto criará problemas para o futuro próximo, pois outros países vão retaliar as tarifas impostas pelos EUA e taxas de juros maiores não serão amigáveis a investimentos. Os mercados financeiros não gostam de incertezas e Trump é uma máquina de incertezas. O que reforçará a economia americana no curto prazo pode ter o efeito oposto no longo prazo.

A inflação poderá subir novamente nos EUA no próximo ano?

Vejo a retomada da inflação nos EUA por causa do corte de impostos e da imposição de tarifas a importados. Não sei quanto ela aumentará em 2025, pois não sabemos ainda como serão as reduções de impostos e quão rápido as tarifas sobre importados serão adotadas. Mas a inflação subirá.

Com o aumento da inflação, qual será a postura do Federal Reserve na condução da política monetária?

A expectativa geral é de que o Fed poderá continuar a cortar mais 0,75 ou 1,0 ponto porcentual dos juros, mas é improvável. Penso que o Fed vai adotar uma pausa na reunião de dezembro e esperar para ver como as políticas da administração Trump evoluirão, quais as implicações à inflação da redução de impostos e aumento de tarifas. Se a inflação não der sinais de acelerar imediatamente, o Fed poderá adotar uma longa pausa na condução dos juros. Mas se ela começar a subir, especialmente com rupturas na oferta, caso empresas não puderem importar componentes com altas de tarifas e redução de impostos, haverá maior pressão na demanda e o Fed começará a subir os juros.
Quando o Fed poderá começar a subir os juros no próximo ano?

É possível que alguma pressão da inflação seja limitada pelo fato de que companhias americanas estão fazendo estoques de componentes antes da adoção de tarifas para importados. Dependerá muito do tipo de redução de impostos que elas terão ou se o novo departamento do governo que será comandado por Elon Musk poderá encontrar gastos para cortar. Estou cético em relação ao que ele poderá achar. Cortes de impostos acompanhados por redução de despesas não serão tão inflacionários. Mas a redução de tributos sem ser compensada pelo corte de gastos poderá ser inflacionária.

A maioria dos dirigentes do Fed espera que o PIB dos EUA suba 2% no último trimestre de 2025 ante o mesmo período de 2024. Este crescimento é viável?

Acredito que o PIB subirá no primeiro semestre e baixará na segunda metade de 2025. Haverá um imediato reforço para os mercados financeiros e investimentos com as expectativas de cortes de impostos para empresas. Poderá também ocorrer um fortalecimento do consumo se forem reduzidos os impostos sobre gorjetas recebidas por trabalhadores de restaurantes e hotéis. Mas virão as incertezas (com tarifas de importados), alta de juros pelo Federal Reserve e rupturas da oferta de mercadorias quando estiverem esgotados os estoques de componentes importados. Isto reduzirá o ritmo do crescimento no segundo semestre e posteriormente. Contudo, Trump herdará uma economia forte do presidente Joe Biden. Acredito que um crescimento de 2,0% em 2025 é concebível.

O FMI previu em outubro que o mundo poderá crescer 3,2% em 2025. Com as tarifas que o governo Trump poderá adotar, o crescimento mundial poderá baixar no próximo ano?

As tarifas serão negativas para o crescimento global. O FMI fez um estudo sobre como as tarifas, retaliações e rupturas para o comércio global e finanças poderiam afetar o crescimento e concluiu que a expansão de 3,2% da economia mundial poderá baixar para perto de 2,5% com tarifas adotadas por Trump e retaliação estrangeira. A China, a Europa e outras partes do mundo não aceitarão passivamente que Trump imponha tarifas. Eles retaliarão. A China poderá controlar as exportações de terras raras (conjunto de minerais importantes para produção de uma série de produtos), outras commodities e produtos com os quais tem dominante posição de mercado. E há também as incertezas geopolíticas. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia está piorando e pode ocorrer um choque de energia, inclusive porque são imprevisíveis os eventos no Oriente Médio e o que Trump fará diplomaticamente. Poderão ocorrer rupturas no Estreito de Ormuz por onde passa muito do fluxo do comércio mundial.

Guerras comerciais poderão acontecer em 2025?

Sim, Trump é sério sobre aumentar tarifas. E outros países entendem que se tiverem de negociar com ele terão de fazê-lo com uma posição forte e vão retaliar. Há uma grande probabilidade de ocorrer uma guerra comercial no próximo ano. A expansão global de 3,2% em 2025 é alcançável sem guerras comerciais e rupturas geopolíticas. Mas uma guerra comercial séria e problemas geopolíticos adicionais vão deprimir este número.
Caso ocorra uma guerra comercial em 2025, a zona do euro conseguirá crescer 1,3% no próximo ano, como prevê o Banco Central Europeu?

Não em um ambiente de guerra comercial. A Europa tem um grande superávit comercial com os EUA e Trump não gosta de parceiros comerciais nestas condições. A alternativa para a Europa é investir mais em casa, o que recomendou Mario Draghi (ex-primeiro-ministro da Itália) em seu relatório há alguns meses. A Europa tem sido incapaz de investir em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento para que sua economia cresça mais rápido. Ela tem vários tipos de fraquezas e vulnerabilidades, com o colapso da coalizão na Alemanha, ruídos políticos na França, a guerra na Ucrânia e carros elétricos chineses ingressando em seu mercado, criando vários problemas para a Volkswagen e outras companhias. A Europa não está numa posição invejável, ao contrário. Um crescimento de 1,0% no próximo ano já seria ótimo para os europeus.
O impacto das tarifas que os EUA poderão adotar sobre importados da Europa poderá levar o BCE a acelerar o corte dos juros e levá-los para 2,0% em junho?

Acredito que atingir 2,0% é concebível, mas alcançar esta marca no segundo semestre poderia ser ambicioso. Cortar os juros rapidamente pode ser interpretado pelos mercados como um sinal de pânico, pois poderia ser entendido que o BCE sabe que algo ruim virá. Acredito que o BCE continuará a cortá-los, com reduções graduais de 0,25 ponto porcentual, pois a inflação está baixando mais rápido na Europa, cuja economia é mais fraca do que a dos EUA.

Infomoney - SP   03/12/2024

A atividade industrial dos Estados Unidos melhorou em novembro com as encomendas crescendo pela primeira vez em oito meses e as fábricas enfrentando preços significativamente mais baixos para os insumos.

O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou nesta segunda-feira que seu PMI de manufatura aumentou para 48,4 no mês passado, de 46,5 em outubro, que havia sido o nível mais baixo desde julho de 2023.

Uma leitura do PMI abaixo de 50 indica contração no setor manufatureiro, que responde por 10,3% da economia.

Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI subiria para 47,5. O ganho no PMI acompanhou aumentos semelhantes em outras pesquisas em meio a expectativas de políticas mais favoráveis aos negócios por parte do novo governo Trump.

No entanto, novembro marcou o oitavo mês consecutivo em que o PMI permaneceu abaixo do limite de 50, mas acima do nível de 42,5 que, segundo o ISM, ao longo do tempo geralmente indica  expansão da economia como um todo.

O PMI sugeriu que o setor manufatureiro continua preso em uma recessão profunda após os pesados aumentos da taxa de juros pelo Federal Reserve em 2022 e 2023 para controlar a inflação.

O subíndice de novas encomendas da pesquisa do ISM aumentou para 50,4, expandindo pela primeira vez desde março, em comparação com 47,1 em outubro. No entanto, o índice de produção ficou pouco alterado em níveis baixos. A medida de preços pagos pelos fabricantes caiu de 54,8 em outubro para 50,3.

Isso sugere que os preços dos produtos ainda têm mais espaço para cair, embora tarifas mais altas para as importações possam causar uma reversão.

O presidente eleito Donald Trump disse na semana passada que irá impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos do México e do Canadá, e uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos da China, em seu primeiro dia no cargo.

Infomoney - SP   03/12/2024

A expansão do setor industrial brasileiro perdeu força em novembro pelo segundo mês seguido mesmo com a resiliência da demanda encorajando as empresas a elevar os volumes de produção, mostrou nesta segunda-feira (2) a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI).

O levantamento, compilado pela S&P Global, mostrou que o PMI caiu para 52,3 em novembro, de 52,9 em outubro, marcando a menor taxa de expansão em três meses. Ainda assim, o índice permanece acima da marca de 50 que separa crescimento de produção pelo 11º mês seguido.

A categoria de bens intermediários registrou a melhora mais forte das condições operacionais, seguida por bens de capital e bens de consumo.

As empresas elevaram os volumes de produção em novembro pelo terceiro mês seguido, mas no ritmo mais fraco nesse período, e os dados de novembro mostraram aumento das novas encomendas aos produtores do Brasil pelo 11º mês seguido.

A alta das vendas totais foi impulsionada pela demanda doméstica, já que novos pedidos de exportação mostraram contração, interrompendo sete meses de crescimento. Os entrevistados citaram demanda fraca de clientes na América do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

Os produtores também contrataram novos trabalhadores, ainda que num ritmo similar ao de outubro, graças à melhor das novas encomendas e projeções positivas de crescimento.

Em relação aos preços, houve aumentos mais fracos nos custos de insumos e nos preços de venda, mas as taxas de inflação seguiram em níveis elevados.

Os custos de insumos recuaram para o menor patamar em seis meses em novembro, mas entrevistados citaram fraqueza cambial, além de preços mais altos de combustíveis e frete.

“A depreciação cambial continuou a exacerbar os custos para os produtores, com os resultados do PMI de novembro indicando que outro aumento significativo nos custos de insumos levou as empresas a mais uma vez aumentar seus preços de venda”, disse Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia S&P Global Market Intelligence.

Os produtores brasileiros ainda permaneceram otimistas em relação ao cenário para o próximo ano, com a confiança alimentada por investimentos, oportunidades de exportação e perspectivas positivas para outros setores.

MINERAÇÃO

Valor - SP   03/12/2024

Os principais tipos de minério produzidos na região serão o de ferro e o manganês

Bruno Russo: “Mapeamos oportunidades em mineração ou em ativos logísticos” — Foto: Gabriel Reis/Valor

A trading Timbro planeja investir R$ 150 milhões em parceria com a Zeus Mineradora para desenvolver operações de extração mineral no Norte e Nordeste do país, após a compra de minas licenciadas nessas regiões.

Os principais tipos de minério produzidos no local serão o de ferro e o manganês, com foco em exportação para países da Ásia, como China, Índia, Malásia e Tailândia, chegando também à Turquia e à Itália. O acordo, segundo a empresa, prevê que a Timbro realize todo o transporte e a exportação das commodities. A previsão é inaugurar o projeto no primeiro trimestre o próximo ano, diz o vice-presidente da empresa, Bruno Russo.

Com presença global por meio de 15 escritórios, sendo o da China um dos mais estratégicos, Russo explica que o mercado chinês é responsável por um volume bastante significativo das exportações da empresa, especialmente de minério de ferro, além de ser o principal fornecedor de aço para a Timbro.

“Em linhas gerais, mapeamos algumas oportunidades de investimento diretamente em mineração, ou ativos logísticos que fazem sentido e têm correlação com esses ativos de mineração”, explica o executivo.

Conforme Russo, a Timbro já tinha uma parceria de longa data com a Zeus, exportando minérios e, agora, vai buscar aumentar os volumes, passando de 600 mil toneladas previstas em 2024 para mais de 1 milhão de toneladas no ano que vem.

O modelo de negócios que possibilita a execução de investimentos conjuntos entre a Timbro e a Zeus, conforme Russo, foi elaborado neste ano. À medida que os investimentos forem realizados e tendo a propriedade de minas ou de ativos logísticos, o executivo destaca que o próximo passo é escalar, buscando um volume maior a cada ano.

“Já que dominamos desde a extração, a mineração e até o destino final, com a Zeus tendo o ‘background’ de muitas décadas de mineração e a Timbro com o viés de comércio internacional, presença global e escritórios em vários países, especialmente onde existe o consumo muito grande de minérios, é o casamento perfeito”, defende.

Com previsão de faturamento de R$ 20 bilhões em 2024, esse não é o primeiro investimento da Timbro. A empresa inaugurou em Cariacica, no Espírito Santo, um centro automotivo com capacidade para 12 mil automóveis.

Com investimento de R$ 25 milhões, o espaço pode receber 30% do volume de veículos importados pelo Estado e atende a uma das principais parceiras comerciais no local, a BYD.

Outro aporte anunciado pela empresa em 2024 somou R$ 12 milhões, para arrendar o laboratório da Jaguar Land Rover de testes de emissão para homologar novos carros no Brasil. “Ainda naquela linha de aliviar o gargalo por conta da transição energética, vimos essa oportunidade no mercado. A fila para homologar um veículo chegava a ter um ano. Fomos lá e conversamos com a Jaguar Land Rover e arrendamos o laboratório que estava ocioso e trouxemos a fila para dois meses”, conta.

Para 2025, a empresa, que tem 460 funcionários, pretende manter o mesmo ritmo de crescimento. “Em outros investimentos olhamos para comprar tradings fora do Brasil que atuem com alguma commodity específica”, diz.

Infomoney - SP   03/12/2024

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta segunda-feira, apoiados por dados otimistas de atividade das fábricas na China, maior consumidor mundial de minério, mas os sinais de demanda vacilante limitaram os ganhos.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,26%, a 806 iuanes (110,90 dólares) a tonelada, depois de atingir o nível mais alto desde 14 de outubro, a 810,5 iuanes a tonelada, no início da sessão.

O contrato de referência do minério de ferro para janeiro na Bolsa de Cingapura subiu 0,1%, para 104,5 dólares a tonelada.
A atividade industrial da China expandiu-se no ritmo mais rápido em cinco meses em novembro, com os novos pedidos, incluindo os vindos do exterior, levando a um aumento sólido na produção, mostrou uma pesquisa do setor privado, em linha com uma pesquisa oficial divulgada no sábado.

Mas a demanda pelo principal ingrediente da fabricação de aço mostrou sinais de abrandamento, já que o clima mais frio interrompeu as atividades de construção no norte da China, limitando o espaço para alta, disseram analistas.

A produção média diária de metal quente entre as siderúrgicas pesquisadas pela consultoria Mysteel caiu pela segunda semana consecutiva em 0,8% em relação à semana anterior, para 2,34 milhões de toneladas na semana, em 29 de novembro.

“É provável que a produção de metal quente sofra um novo declínio em dezembro, mas a produção diária provavelmente ficará acima de 2,3 milhões de toneladas”, disseram os analistas da Maike Futures.

A produção de metal quente é normalmente usada para medir a demanda de minério de ferro.

Algumas siderúrgicas concluíram a aquisição de cargas marítimas para atender às necessidades de produção após o feriado do Ano Novo Chinês, que dura uma semana, disseram uma siderúrgica e um trader que solicitaram anonimato pois não estão autorizados a falar com a imprensa.

Mas a estocagem de cargas portuárias ainda não começou, acrescentaram.

Monitor Digital - RJ   03/12/2024

A Líbia importou 1,6 milhão de toneladas de minério de ferro do Brasil de janeiro a outubro deste ano, com aumento de 60% sobre o mesmo período do ano passado, quando adquiriu 1,05 milhão de toneladas do produto brasileiro. As informações têm como base dados de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil (MDIC).

A Líbia gastou com as compras do minério brasileiro US$ 209 milhões nos primeiros dez meses deste ano, também com alta em relação a igual período de 2023, quando o valor ficou em US$ 127,4 milhões. O crescimento foi de 64%. O aumento da importação levemente superior em valor do que em volume significa que o minério de ferro foi exportado para a Líbia com preços um pouco maiores do que no ano passado.

Foi o maior patamar de importações líbias de minério brasileiro desta década. Em 2002, o país comprou apenas 300 mil toneladas nesse produto, com US$ 46,8 milhões. Em 2021 foram 450 mil toneladas, com US$ 102,8 milhões, e no ano anterior, em 2020, as compras somaram 300,1 mil toneladas, no valor de US$ 28,1 milhões. O minério de ferro foi o principal produto da exportação do Brasil para a Líbia neste ano.

O Estado de S.Paulo - SP   03/12/2024

A Vale informou nesta segunda-feira, 2, que foram cumpridas as condições precedentes e assim foi formalizada a aquisição de 15% de participação societária na Anglo American Minério de Ferro Brasil, empresa que detém o complexo Minas-Rio (Minas-Rio). A transação tinha sido anunciada em fevereiro.

Segundo comunicado da Vale, com o fechamento da operação, a Anglo American passará a deter os ativos de Serra da Serpentina, anteriormente pertencentes à Vale, no Brasil. Além disso, a Vale pagou ao grupo Anglo American a quantia de US$ 30 milhões (R$ 181,7 milhões, ao câmbio desta segunda-feira, 2).

A Anglo American continuará a controlar, gerenciar e operar o Minas-Rio, incluindo qualquer futura expansão, informou a companhia no comunicado.

Em maio, reportagem do Estadão com analistas e especialistas do mercado antecipou que a surpreendente oferta de US$ 39 bilhões da mineradora BHP pela rival Anglo American, feita na ocasião, poderia ser o prenúncio de uma onda de fusões e aquisições no setor de mineração.

Como pano de fundo, a reportagem à época explicou, está o domínio dos metais e minerais estratégicos para uso na transição energética e o avanço da indústria de mobilidade elétrica. Estão elencados como potenciais alvos ativos de cobre, níquel, lítio, alumínio, manganês, nióbio, terras raras, grafite e ferro, entre outros.
‘Prioridades estratégicas’

A Vale reiterou que a potencial participação da companhia em operações de aquisição, desinvestimento, joint venture ou outras oportunidades de negócios são avaliadas “à luz de suas prioridades estratégicas”.

A afirmação surge para esclarecer questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a notícia de que uma ala do governo estaria pressionando o conselho de administração da empresa para comprar a mineradora Bamin.

A Vale ainda reitera que, no momento, não há qualquer informação relevante a divulgar ao mercado como resultado dessa prospecção.

Revista Mineração - SP   03/12/2024

A Vale vai repassar R$ 120 milhões aos municípios de Itabirito, Ouro Preto, Rio Acima e Nova Lima, em Minas Gerais, para o plano de compensação e reparação integral dos danos socioambientais, socioeconômicos e morais coletivos causados pela elevação dos níveis de emergência das Barragens Forquilha I, II, III, IV e Grupo, na Mina de Fábrica, e da Barragem Vargem Grande, na Mina de Abóboras que ocorreu entre 2019 e 2021.

O acordo é fruto de tratativas realizadas ao longo do último ano e foi firmado com a assinatura de um termo de compromisso com a mineradora, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e os municípios.

Do total dos recursos que serão pagos pela Vale, 30% serão destinados diretamente para Itabirito; 30% para Ouro Preto; 15% para Rio Acima e 15% para Nova Lima. Cada município ficará responsável pelo respectivo plano de compensação e recuperação para aplicação dos recursos e deverá fazer a prestação de contas ao Ministério Público.

Os 10% restantes serão usados para projetos de interesse social e ambiental, com proveitos para a região e indicação pelo MPMG.

A elevação dos níveis de emergência das barragens na Mina de Fábrica e Mina de Abóboras provocou a evacuação da Zona de Autossalvamento (ZAS) e Zona de Segurança Secundária (ZSS) e as obras de descaracterização de estruturas desses complexos minerários, o que trouxe impactos para a região.

Entre os danos estão a evacuação de famílias, remoção de bens de valor histórico e cultural de Itabirito, cancelamento de eventos com prejuízo para o comércio e o turismo.

Durante o encontro para assinatura do termo de compromisso, o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma), promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, registrou também o repasse de R$ 3,5 milhões da Vale para o município de Ouro Preto para reparação de danos causados por fatos que ocorreram também na Mina de Fábrica.

Segundo ele, o valor será usado na 2ª fase da pavimentação da MG-440, uma demanda antiga da população do distrito de Engenheiro Corrêa, que será diretamente beneficiada. Este é o segundo repasse feito para a pavimentação da rodovia, que já recebeu outros R$ 5 milhões anteriormente.

O responsável pela Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba do MPMG, promotor de Justiça Lucas Pardini Gonçalves, informou que, dos casos relacionados a impactos por elevação dos níveis de emergência de barragens em Minas, este era o único ainda pendente de acordo no Ministério Público.

Já o coordenador estadual de Meio Ambiente e Mineração do MPMG, promotor Lucas Marques Trindade, ressaltou que o atual Termo de Compromisso é resultado de um aperfeiçoamento de outros acordos assinados anteriormente em benefício de populações que sofreram danos provocados pelos níveis de emergência da Vale, como ocorreu em Macacos (distrito de Nova Lima) e Barão de Cocais.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   03/12/2024

A BYD vendeu 1,13 milhão de unidades no período, um aumento de 38% em relação ao ano anterior, superando pela primeira vez a marca de 1 milhão de veículos em um trimestre

Enquanto montadoras ocidentais e japonesas enfrentam dificuldades, empresas chinesas prosperam, com a gigante de veículos elétricos BYD ultrapassando a Ford Motor pela primeira vez, conquistando o sexto lugar em vendas globais no trimestre de julho a setembro.

A BYD vendeu 1,13 milhão de unidades no período, um aumento de 38% em relação ao ano anterior, superando pela primeira vez a marca de 1 milhão de veículos em um trimestre. Ao ultrapassar a Ford, que ficou na sétima posição, a BYD tornou-se a primeira montadora chinesa a superar uma das “Três Grandes” dos Estados Unidos. Os dados são das próprias montadoras e da empresa de pesquisa MarkLines.

A Geely, segunda maior montadora chinesa, teve um crescimento de 14% nas vendas, com 820 mil veículos no período, impulsionada pelo bom desempenho de sua marca de luxo Zeekr, alcançando a nona posição, atrás da Honda Motor e à frente da Nissan Motor. Esta é a primeira vez que duas montadoras chinesas aparecem entre as 10 maiores globais em um trimestre de julho a setembro.

As três maiores montadoras da China, incluindo a Chery, que ocupa a 12ª posição, registraram juntas um aumento de 550 mil veículos nas vendas anuais no trimestre, um crescimento de 27%. Esse volume se aproxima das vendas trimestrais totais do grupo Mercedes-Benz, que somaram 590 mil unidades.

Enquanto isso, montadoras japonesas, norte-americanas e europeias enfrentam dificuldades. A Toyota Motor, líder global, viu suas vendas caírem 4%, para 2,73 milhões de veículos, devido a um escândalo de certificação e outros fatores. O Grupo Volkswagen, na segunda posição, teve uma queda de 7%, para 2,17 milhões de veículos, enquanto a Hyundai Motor, em terceiro, recuou 3%, para 1,77 milhão de veículos, ambos prejudicados pela competitividade dos preços das empresas chinesas.

A multinacional Stellantis, dona da Chrysler, uma das “Três Grandes” dos EUA, viu suas vendas despencarem 20%, para 1,14 milhão de unidades — apenas cerca de 10 mil veículos à frente da BYD — devido ao fraco desempenho no mercado norte-americano.

Com o crescimento constante das vendas da BYD na América Latina e no Sudeste Asiático, a empresa parece prestes a entrar no top 5 no trimestre de outubro a dezembro.

As dificuldades enfrentadas pelas montadoras japonesas, norte-americanas e europeias estão forçando muitas delas a reestruturar suas operações. Em 7 de novembro, a Nissan anunciou que reduzirá sua capacidade global de produção em 20% e cortará 9 mil empregos, o equivalente a 7% de sua força de trabalho total, devido às vendas fracas na China e nos EUA.

A Honda também planeja reduzir a produção de carros a gasolina em uma fábrica chinesa, diminuindo a capacidade de 1,49 milhão para 960 mil veículos.

A Stellantis anunciou o corte de 1.100 empregos em suas fábricas nos EUA. A Volkswagen também revelou planos de reestruturação, incluindo o fechamento de pelo menos três fábricas na Alemanha e dezenas de milhares de demissões, devido às vendas fracas.

A indústria automotiva enfrenta uma transformação histórica, exigindo grandes investimentos em tecnologias digitais, como eletrificação e direção autônoma. A Honda planeja investir 10 trilhões de ienes (US$ 66,6 bilhões) até o ano fiscal de 2030. No entanto, a queda nas vendas força as montadoras a repensarem esses planos.

Monitor Digital - RJ   03/12/2024

Altos executivos da fabricante automotiva chinesa GWM se reuniram recentemente com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, informou a conta oficial da montadora no Weibo. A reunião, segundo a empresa, atualizou “as autoridades do governo brasileiro sobre os preparativos para o início da produção na fábrica em Iracemápolis (SP) no primeiro semestre de 2025”.

Em julho de 2021, a GWM distribuiu sua sucursal no Brasil e adquiriu a fábrica da Daimler em Iracemápolis em agosto do mesmo ano. Em janeiro de 2022, uma fábrica foi entregue oficialmente à GWM, que investiu mais de R$ 10 bilhões para realizar a transformação digital e inteligente da instalação, com previsão de início de operação em 2025.

Prevê-se que, com a entrada na operação da fábrica, serão criados mais de 700 empregos diretos. Esse número deve crescer até 4.500 quando a fábrica estiver em pleno funcionamento. Além disso, a GWM informou que também introduzirá novas tecnologias no Brasil, revelando que até o final de 2026, 60% das peças utilizadas nos carros produzidos pela empresa no Brasil serão produzidas localmente no Brasil.

O presidente da GWM International, Parker Shi, disse que a produção inicial na fábrica de Iracemápolis deverá ser de 30 mil a 45 mil veículos por ano, com planos de expansão significativos. Ele enfatizou que a excelente qualificação dos trabalhadores brasileiros e a infraestrutura da indústria automotiva do país, bem como um ambiente de negócios estável são fatores-chave para a decisão de investir no Brasil.

Ele reiterou o interesse da empresa em ampliar sua participação no mercado automotivo brasileiro, especialmente em veículos elétricos e híbridos (com motores elétricos e combustão interna, incluindo etanol). Ele destacou a contribuição tecnológica significativa que a empresa pretende fazer e a intenção de estabelecer um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil.

No Prêmio Trend Car 2025, promovido pelo Guia do Carro e pelo Portal Terra, o Haval H6 PHEV19 foi premiado na categoria “SUV Híbrido Plug-In”. Em paralelo, a GWM também se destacou na terceira edição do Ranking Exame Casual Melhores Carros do Ano 2024, que contou com a avaliação de 32 jornalistas especializados e a análise de 104 modelos de 31 marcas. O ORA 03 Skin foi o grande vencedor da categoria “Carro mais tecnológico até R$ 150 mil”, consolidando a marca como referência em inovação e sustentabilidade no setor automotivo.

A GWM revelou anteriormente que sua fábrica brasileira não atenderá apenas à demanda de veículos inteligentes e elétricos do mercado brasileiro, mas também servirá como a quarta maior base de produção da GWM no mundo, operando em todo o mercado da América Latina. A empresa também disse que investirá mais de 10 bilhões de reais no Brasil nos próximos 10 anos.

De acordo com estatísticas da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), até o final de outubro deste ano, a GWM vendeu 23.452 carros no Brasil, representando 1,5% do total de vendas de carros novos do Brasil naquele período.

Stella Li, CEO da BYD nas Américas — Foto: Carol Carquejeiro/Valor

O governo publicou em edição extra do "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (2) uma portaria que concede à montadora chinesa de veículos elétricos BYD o direito aos benefícios fiscais do "Regime Automotivo de Desenvolvimento Regional".

A empresa terá direito a crédito presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), desde que apresente projetos de investimento. Os créditos presumidos podem ser usados para abater tributos devidos.

A portaria também inclui a BYD entre as montadoras com direito a manutenção desse benefício do regime automotivo até 2032, conforme prevê regra de transição da emenda constitucional da reforma tributária do consumo.

A decisão foi publicada agora à noite, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter se reunido, na tarde de hoje, com a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li.

O Estado de S.Paulo - SP   03/12/2024

O CEO da montadora Stellantis, Carlos Tavares, pediu demissão no domingo 1, segundo comunicado da empresa. A saída do executivo ocorre num momento de declínio nos lucros e queda nas vendas em sua principal região, a América do Norte.

Tavares liderou a criação da empresa em uma fusão em 2021 da Fiat Chrysler Automobiles e da Peugeot SA da França. A empresa é uma das maiores montadoras de automóveis do mundo e produz veículos sob uma série de marcas, incluindo Chrysler, Jeep, Ram, Dodge, Fiat, Peugeot, Opel e Maserati.

“O sucesso da Stellantis desde a sua criação tem sido baseado em um alinhamento perfeito entre os acionistas de referência, o conselho e o CEO”, disse o diretor independente sênior da empresa, Henri de Castries, em um comunicado. “No entanto, nas últimas semanas, surgiram pontos de vista diferentes que resultaram na decisão de hoje do conselho e do CEO.”

A renúncia de Tavares entra em vigor imediatamente, disse a empresa no comunicado. No início deste ano, Tavares havia anunciado que planejava se aposentar no final de seu contrato atual, em 2026. A empresa também disse que a busca de um sucessor por um comitê especial do conselho está “bem encaminhada”. Acrescentou que um novo comitê executivo, liderado por John Elkann, presidente do conselho do Stellantis, dirigiria a empresa até que um substituto permanente para Tavares fosse nomeado.

Sob o comando de Tavares, 66 anos, a Stellantis prosperou por um tempo após a fusão transatlântica e registrou um lucro recorde de € 18,6 bilhões (R$ 118,5 bilhões) em 2023. Mas seus lucros caíram este ano, pois as vendas nos Estados Unidos caíram significativamente. A empresa demorou a igualar as reduções de preços e os incentivos de vendas dos rivais, elevando os estoques dos revendedores.

Em outubro, a Stellantis emitiu um aviso de lucros, dizendo que o custo de consertar suas operações nos EUA prejudicaria seus resultados. Especificamente, a empresa disse que o lucro operacional seria, na melhor das hipóteses, de 7% das vendas, em comparação com uma previsão anterior de mais de 10%.

Veja - SP   03/12/2024

A Volkswagen, uma das maiores montadoras do mundo, está enfrentando uma crescente tensão em suas fábricas na Alemanha, à medida que trabalhadores iniciam greves para resistir aos cortes salariais e ao fechamento de fábricas. As paralisações, que começaram nesta segunda-feira em nove das dez plantas da empresa no país, são uma resposta à proposta da montadora de reduzir os salários em 10% para 120.000 trabalhadores alemães. A empresa argumenta que a medida é necessária para se adaptar à desaceleração do mercado automotivo europeu.

A planta principal da Volkswagen, localizada em Wolfsburg, tornou-se o epicentro dos protestos. Lá, a iniciativa de corte de custos tem sido amplamente criticada, já que a empresa considera fechar fábricas no país, uma medida que afetaria diretamente a força de trabalho local e as economias regionais. Segundo Thorsten Gröger, líder regional do influente sindicato IG Metall, as paralisações são apenas o começo de um conflito que promete ser um dos mais difíceis já enfrentados pela Volkswagen. Gröger afirmou que a montadora não poderá “ignorar” a insatisfação dos trabalhadores.

A crise que afeta a Volkswagen reflete um cenário mais amplo no setor automobilístico europeu. Nos últimos anos, a demanda por carros na Europa caiu de 16 milhões de unidades por ano para cerca de 14 milhões, colocando pressão sobre as montadoras que, como a Volkswagen, expandiram sua capacidade para atender a um mercado que agora encolhe. A empresa, que detém um quarto do mercado europeu, estima que a redução nas vendas represente uma perda de 500.000 veículos por ano.

Embora a Volkswagen tenha expandido sua produção em mercados mais baratos, como o Leste Europeu e a América do Sul, a Alemanha continua sendo o centro simbólico e estratégico da marca. No entanto, a empresa afirma que os altos custos trabalhistas no país colocam suas operações em desvantagem competitiva em relação aos rivais asiáticos, especialmente as montadoras chinesas, que têm pressionado as margens de lucro com carros elétricos mais acessíveis.

As propostas do sindicato, que incluem economias de 1,5 bilhão de euros, como a renúncia a bônus executivos em 2025 e 2026, foram rejeitadas pela montadora, que insiste que cortes salariais são essenciais para sua sobrevivência a longo prazo. A companhia também argumenta que o excesso de capacidade fabril é um problema estrutural que não pode ser resolvido sem ajustes significativos.

Os protestos desta segunda-feira paralisaram a produção de centenas de carros, incluindo o icônico Golf, símbolo da Volkswagen.

Infomoney - SP   03/12/2024

A BYD anunciou que os seus primeiros veículos devem começar a ser produzidos no Brasil no próximo Carnaval, em março de 2025, no método SKD. Uma segunda etapa, de fabricação completa fica para agosto do mesmo ano.

Stella Li, presidente da BYD para Europa e Américas, garantiu o prazo em visita às obras da fábrica nesta segunda-feira (2) em Camaçari, na Bahia. “Enquanto os brasileiros estiverem comemorando o Carnaval, estaremos montando os primeiros veículos”, disse.

Anteriormente, a expectativa era de que a produção pudesse começar já ao fim de 2024.

As obras mais avançadas da fábrica em construção em Camaçari, na Bahia, são as do galpão para a finalização de veículos com peças parcialmente montadas, método chamado de SKD.

Centenas dessas peças já estão no terreno para dar início à primeira etapa.

A segunda fase de produção, quando será finalizada a estrutura para a produção completa dos carros, tem previsão para terminar no decorrer de 2025.

A fábrica em Camaçari, onde antes ficava a linha de montagem da Ford, é a primeira da BYD nas Américas.

Por protagonismo em veículos elétricos, Brasil precisa de “bateria” de investimentos

A empresa antecipou que deve expandir sua fábrica em um terceiro momento com o intuito de verticalizar mais a produção, com a produção de peças no Brasil.
Investigação sobre condições de trabalho

O anúncio ocorreu em uma visita guiada de jornalistas à fábrica poucos dias após o Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurar um inquérito para investigar as condições de trabalho de operários da obra.

O inquérito do MPT foi aberto após uma denúncia anônima recebida em setembro e uma inspeção realizada em novembro no local. O órgão está coletando informações para elaborar uma proposta de ajuste de conduta ou uma possível ação judicial contra a BYD.

“A empresa permanece comprometida em colaborar com o Ministério Público do Trabalho e está à disposição para fornecer todos os esclarecimentos necessários”, disse em nota. A companhia identificou as inconformidades em relação aos trabalhadores em Camaçari e exigiu que as prestadoras de serviço agissem imediatamente.

Infomoney - SP   03/12/2024

A General Motors está vendendo sua participação em uma fábrica de baterias para veículos elétricos em Lansing, Michigan, para o parceiro sul-coreano LG Energy Solution, recuperando cerca de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) em investimentos de uma instalação que ainda fornecerá células de energia para os veículos elétricos da montadora.

A medida, que a GM anunciou nesta segunda-feira (2), reflete a percepção da montadora de que suas fábricas de células de bateria em Ohio e Tennessee, juntamente com alguns suprimentos da nova planta em Lansing, serão suficientes para atender à demanda de curto prazo por veículos elétricos sem investimento adicional de capital. A GM continua a aumentar as vendas de veículos elétricos, mas uma desaceleração na demanda e a incerteza política sobre o futuro dos créditos fiscais federais para veículos elétricos tornaram as perspectivas futuras para veículos totalmente elétricos menos certas.

A transação deve ser concluída no primeiro trimestre do próximo ano, informou a empresa em um comunicado.

A GM ainda possui 50% de participação, junto com a LG, na Ultium Cells, que possui as duas fábricas de baterias existentes em Ohio e Tennessee. A planta em Lansing está quase concluída. A LG poderá vender células de bateria fabricadas em Lansing para a GM e outros fabricantes de automóveis, disse o porta-voz da GM, Jim Cain, em uma entrevista.

“Temos as células e as capacidades de fabricação adequadas para crescer com o mercado de veículos elétricos de maneira eficiente em termos de capital”, disse Paul Jacobson, vice-presidente executivo e CFO da GM, no comunicado. “Quando concluída, esta transação também ajudará a LG Energy Solution a atender à demanda aproveitando a capacidade que está quase pronta para entrar em operação e tornará a GM ainda mais eficiente.”

A GM e a LG também planejam desenvolver conjuntamente células prismáticas, uma mudança em relação à dependência das células tipo “bolsa” atualmente fabricadas pela Ultium, disse a GM em um comunicado separado. As células prismáticas têm formato retangular e podem ser embaladas de forma mais eficiente para reduzir peso e custo, além de simplificar a fabricação.

Sob a direção de Kurt Kelty, um ex-executivo da Tesla que a GM contratou no início deste ano para liderar seu desenvolvimento de baterias, a empresa baseada em Detroit começou a fazer alterações na forma e na composição de suas células e pacotes de bateria.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Terra - SP   03/12/2024

O protecionismo norte-americano deve se acirrar no próximo ano com a novo governo do presidente republicano eleito Donald Trump, o que pode aumentar a competição chinesa no setor brasileiro de máquinas e equipamentos, afirmou o presidente-executivo da associação que representa a indústria, Abimaq, José Velloso.

"A política restritiva dos Estados Unidos já é um problema porque a China está buscando novos mercados, e entre eles o Brasil. Com o Trump, a gente acredita que isso vai se acirrar", afirmou o executivo à Reuters nesta segunda-feira, em evento de final de ano da entidade em São Paulo.

No setor de máquinas e equipamentos, de janeiro até outubro deste ano, os bens chineses responderam pela maior parcela (31%) das importações realizadas pelo Brasil, crescimento de 5,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados da Abimaq. No mês de outubro, 40% do total importado teve origem da China.

Velloso comentou que desde a primeira eleição de Trump, os EUA têm intensificado uma política protecionista e acirrado sua guerra comercial com a China, levando o país asiático a buscar novos mercados, incluindo o Brasil.

O executivo relembrou as reivindicações do setor siderúrgico por uma maior alíquota de importação para produtos da China, as discussões do setor de varejo, principalmente o têxtil, sobre a gigante chinesa Shein, e a indústria automotiva que agora divide mercado com os automóveis elétricos e híbridos chineses.

"Isso vai se acirrar e aí pode aumentar o desvio de comércio da China vindo para o Brasil", afirmou, embora tenha dito que não acredita que Trump será "tão radical e agressivo" como tem se apresentado nos discursos e ao longo de sua campanha à Presidência.

"Se os Estados Unidos se isolam do México, do Canadá, do Brasil, começam a se isolar do mundo, ele vai fazer o jogo da China. Ele vai pegar esses países em desenvolvimento e vai jogar no colo da China", disse Velloso, acrescentando que os EUA são o maior parceiro comercial do Brasil em manufaturados.

Ele também descartou que os setores econômicos brasileiros dependentes do comércio chinês, como o agronegócio, aceitem qualquer "retaliação" à China semelhante à prometida por Trump.

"E nós da indústria de transformação ficamos no meio disso... É um problema que nós vamos ter que lidar nos próximos meses e acompanhar qual vai ser a política externa do Brasil e do Mercosul em relação ao aumento de importações da China."

Trump, que garantiu seu retorno à Casa Branca no mês passado, tem dito que irá impor grandes tarifas aos três maiores parceiros comerciais do país -- Canadá, México e China -- e no último final de semana afirmou que poderá taxar os países-membros do Brics em até 100% caso o grupo não se comprometa a não criar uma moeda comum do bloco de países emergentes ou não apoiar outra moeda que substitua o dólar.

"Eu acho que isso não vai acontecer, porque eu acho que os empresários, o setor, o mercado não vai fugir do dólar", disse o presidente-executivo da Abimaq. "Acho difícil que o empresário brasileiro saia do padrão dólar para um padrão Brics que não sabemos ainda qual é."

Diário do Comércio - MG   03/12/2024

Celebrando 105 anos de atuação no Brasil, a Case Construction Equipment dá sequência a uma trajetória marcada pela união entre tradição e inovação. Neste ano, a montadora localizada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), recebeu investimentos de R$ 50 milhões, firmando-se como um importante polo global na produção de tratores.

A empresa, que faz parte da multinacional italiana CNH, chegou ao Brasil em 1919 com apenas uma base comercial em São Paulo. Ao longo da história, a marca lançou produtos pioneiros e participou de importantes acontecimentos do País, como a construção da cidade de Brasília, entre 1957 e 1960.

Desde o ano 2000, a fábrica se instalou na cidade mineira e vem recebendo investimentos, mais que dobrando o portfólio de produtos desde então, transformando-se em uma das plantas mais versáteis da empresa. “Hoje, a fábrica de Contagem conta com cinco linhas de produtos e trabalhamos com 30% de ociosidade, recebendo investimentos contínuos na ampliação e modernização das linhas de produção”, detalha o líder da Case Construction para a América Latina, Carlos França.

Em um espaço de aproximadamente 120 mil metros quadrados, a fábrica produz escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras, motoniveladoras, tratores de esteira, além das retroescavadeiras – que no momento é o produto de maior penetração da marca, correspondendo por mais de 50% das vendas totais.

Conheça o novo diesel que promete maior eficiência para agronegócio

As vendas são segmentadas para diferentes setores, como construção, locação, agrícola, industrial, governamental e mineração. Construção, no entanto, segue como responsável por 40% das vendas do mercado de produtos “linha amarela”, seguido pelo agrícola, que hoje é o que se encontra em maior crescimento. “Ao comparar com 20 anos atrás, a demanda do setor agrícola por linha amarela quadruplicou, saltando de 5% para 40% do total das nossas vendas – muito impulsionado pela mecanização das lavouras”, avalia França.

Para o próximo ano, a expectativa de crescimento da empresa está projetada entre 5% a 7%, ancorada na perspectiva de evolução do mercado. “Nossa maior concentração de vendas no Brasil está em Minas Gerais. É um estado muito industrializado, que apresenta boas oportunidades, com setores de infraestrutura, agricultura e mineração que demandam muitos equipamentos”, destaca.

Empresa foca em inovação e renova 100% do portfólio em dez anos

Com diversos projetos na área de inovação, a Case no Brasil lança constantemente tecnologias que colocam a marca em destaque globalmente. Nos últimos anos, a empresa cita novidades como máquinas movidas a combustíveis alternativos e retroescavadeira com foco em acessibilidade do operador como alguns dos produtos-conceito em destaque.

Em termos de soluções, a empresa lançou há dois anos um sistema de telemetria embarcada em 100% dos produtos, onde tanto o cliente, quanto o concessionário e a fábrica, conseguem acessar os dados dos equipamentos de forma totalmente remota. “Com isso, é possível receber alertas críticos, realizar revisões programadas e preventivas, além de monitorar a produtividade, o consumo de combustível e assim auxiliar o cliente na gestão da frota para que ele foque em outras operações do negócio”, pontua França.

A tecnologia se encontra em uma sala de monitoramento na fábrica em Contagem, onde temos especialistas que monitoram diariamente os produtos. A partir do próximo ano, o executivo afirma que a empresa contará com mais salas de monitoramento em todas as distribuidoras, visando melhorar o tempo de resposta das informações.

“Inovação é um dos pilares da marca e temos vários projetos nesse sentido. Renovamos praticamente todo o nosso portfólio nos últimos dez anos, introduzimos novas linhas de produtos e, a partir disso, podemos dizer com certeza que estamos preparados para o futuro”, conclui Carlos França.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Globo Online - RJ   03/12/2024

Com os recursos disponíveis para o financiamento imobiliário praticamente esgotados este ano, a Caixa tem direcionado as construtoras para uma nova linha de crédito com taxas mais elevadas do que os empréstimos indexados à poupança.

A estratégia se soma ao aperto já realizado nas condições de acesso ao crédito imobiliário às famílias e é mais um sinal de esgotamento do modelo atual de financiamento habitacional no país.

A decisão afeta empresas da construção de todos os portes, à exceção daquelas que atuam no Minha Casa, Minha Vida e acessam os recursos do FGTS. Assim como os consumidores pegam dinheiro emprestado para comprar a casa própria, as construtoras podem financiar a obra dos novos empreendimentos por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Nessa modalidade, os bancos usam parte dos depósitos da poupança, com remuneração mais barata que a Taxa Selic, para conceder crédito imobiliário com juros mais vantajosos.

Esse modelo, porém, vem dando sinais de esgotamento devido ao deslocamento dos investimentos da população para outras opções mais rentáveis que a caderneta, o que resulta em redução no saldo disponível para o financiamento habitacional. Ao mesmo tempo, o mercado imobiliário está muito aquecido, com diversos lançamentos e bastante demanda dos brasileiros por empréstimos.

Uso acelerado de recursos

Nesse contexto, a Caixa, que é líder isolada no crédito habitacional, com quase 70% do mercado, criou em outubro uma alternativa. A opção, contudo, usa recursos livres, sem o direcionamento obrigatório da poupança, e é indexada ao CDI, que segue a Taxa Selic, hoje em 11,25% ao ano.

Segundo um interlocutor a par do assunto, desde setembro o banco vinha pisando no freio na concessão a construtoras por meio do SBPE. Na prática, a estratégia é preservar os recursos da poupança para as pessoas físicas.

A Caixa argumenta que a nova linha funciona como uma complementação ao crédito com recursos da poupança, mas admite que preserva o SBPE “do uso acelerado dos recursos, tendo em vista o cenário de crescente demanda de crédito no mercado de habitação”.

“Ao diversificar as fontes de financiamento e utilizar a modalidade ‘Recursos Livres’ para as construtoras, a Caixa amplia suas estratégias, assegurando a continuidade das contratações, bem como o equilíbrio e a sustentabilidade dos recursos destinados ao crédito imobiliário. A linha garante que tanto as famílias quanto as empresas da construção civil continuem tendo acesso ao crédito habitacional”, disse, em nota.

Até setembro, as concessões de crédito habitacional com recursos da poupança somaram R$ 65,6 bilhões, conforme o balanço da Caixa do terceiro trimestre, de um orçamento total para 2024 de cerca de R$ 72 bilhões. Ou seja, sobraram em torno de R$ 6 bilhões para o período de outubro a dezembro.

Por isso, a partir de novembro, a Caixa endureceu as regras de financiamento habitacional para as famílias. Agora, o banco só financia até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Até outubro, a cota era de até 80% do valor do imóvel. Já pelo sistema Price, o banco passou a financiar até 50% do valor do imóvel, ante 70%. O cliente também agora só pode ter um financiamento ativo pelo banco público.

Mesmo assim, a procura dos brasileiros por crédito para financiar a casa própria continua grande. Na divulgação do resultado do terceiro trimestre, em meados de novembro, o banco contabilizava uma fila de R$ 20 bilhões em contratos pré-aprovados para financiamento habitacional. Restava, porém, um saldo de apenas R$ 3 bilhões para distribuir em empréstimos.

Atores e apresentadores disponibilizam apartamentos ou casas em sites

Para “proteger” os interessados em financiar imóveis com taxas de juros mais baixas que as de mercado, a instituição vem prorrogando os contratos pré-aprovados até o fim do prazo de validade, chegando até fevereiro e março de 2025.

A alternativa de funding para as construtoras mostra mais uma faceta da crise do financiamento imobiliário do país. Juntos, governo, bancos e indústria da construção vêm debatendo soluções, mas ainda sem desfecho.

Alternativas em estudo

A Caixa, por exemplo, defende o aumento da destinação obrigatória de recursos da poupança para o crédito habitacional, mas enfrenta resistência do Banco Central, preocupado com a inflação. Outra opção estudada é desenvolver um mercado secundário no país, por meio da estatal Emgea. A complexidade é grande, contudo.

O governo também vem fazendo uma gestão do Orçamento do FGTS, usado para financiar o Minha Casa Minha Vida. Conforme mostrou O GLOBO, o crédito para compra de imóveis usados desabou depois das medidas tomadas pelo Executivo.

Em evento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que não vai faltar crédito para “fazer casas nesse país”.

— Nós queremos cuidar do povo brasileiro, só que tem uma parte do povo que precisa da mão do Estado e tem outra que não precisa. E essa que não precisa, a gente também tem que tomar cuidado, facilitando a vida dos empresários. Por isso, Renato, eu quero dizer para você uma coisa: não faltará crédito para a gente fazer as casas nesse país — disse Lula, se dirigindo a Renato Correia, presidente da Cbic.

Cbic considera alta nos imóveis a partir de R$ 350 mil

As restrições no financiamento habitacional devem se refletir no preço dos imóveis a partir do próximo ano, avalia Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). A pressão nos preços deve afetar unidades voltadas para a classe média, a partir de R$ 350 mil, e as opções para o alto padrão.

Para Correia, o novo patamar de preço é resultado não apenas das restrição em recursos da poupança, alvo de um volume maior de saques em um cenário de juros mais altos.

— A Caixa criou uma alternativa que impacta o custo financeiro da construção e isso deve obrigar um repasse de preço nos lançamentos que virão com a nova linha. Mas há tendência de alta no custo de mão de obra, pela alta empregabilidade no país, no de materiais e no financeiro, devido ao aumento da Taxa Selic e pela escassez de crédito à construção — diz Correia.

Segundo ele, como o cenário é de demanda em alta, reforçada pela melhoria no ganho de massa salarial, enquanto o mercado têm ainda estoques baixos, o movimento de aperto vai ser empurrado para outros bancos.

E, ainda que o saldo da poupança esteja estável nos últimos dois anos, afirma Correia, tanto o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) quanto o FGTS estão no limite de uso e não deverão crescer em recursos a imóveis.

Terceiro melhor ano

Ainda assim, 2024 será o terceiro melhor ano em financiamento imobiliário com recursos do SBPE, diz Correia. O recorde de R$ 205 bilhões foi registrado em 2021, seguido do resultado de R$ 186 bilhões no ano seguinte e, do total alcançado no ano passado, de R$ 150 bilhões.

— Mas em 2024, até outubro, considerando todos os bancos, já são R$ 154 bilhões, sendo que 50% das unidades foram financiadas pela Caixa. Então, mesmo retirando o crédito via SBPE, vamos superar R$ 160 bilhões no ano, ultrapassando o resultado de 2023 — afirma ele. — Interrupção de financiamento não é boa para o mercado, mas estamos com alta aplicação de recursos da poupança na construção.

Infomoney - SP   03/12/2024

Os gastos com construção nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em outubro, impulsionados pela construção de residências unifamiliares.

O Departamento de Comércio informou nesta segunda-feira que os gastos com construção aumentaram 0,4%, após um aumento não revisado de 0,1% em setembro.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2%. Os gastos com construção avançaram 5,0% em outubro na comparação anual.

Os gastos com projetos de construção privada aumentaram 0,7%. O investimento em construção residencial subiu 1,5%, com os gastos em novos projetos unifamiliares avançando 0,8%. O aumento ocorreu apesar de as taxas hipotecárias terem revertido todo o declínio que as levou a uma mínima de mais de um ano e meio, de 6,08%, no final de setembro, depois que o Federal Reserve começou a cortar a taxa de juros.

A taxa média de uma hipoteca com taxa fixa de 30 anos saltou para 6,72% no final de outubro, acompanhando um aumento nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos, que subiram devido a dados internos fortes que sugeriram uma trajetória mais lenta de cortes nos juros pelo banco central dos EUA.

O estoque de novas casas à venda está em níveis vistos pela última vez no início de 2008, o que pode limitar os ganhos na construção de moradias unifamiliares. Os gastos com unidades habitacionais multifamiliares aumentaram 0,2%. Os gastos com reformas de casas também subiram.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   03/12/2024

A construção poderá começar em 2027, segundo o Ministério dos Transportes, para um projeto que já está em estudo há 18 anos

O parlamento do Vietnã aprovou um projeto de US$ 67 bilhões para construir uma ferrovia de alta velocidade que reduzirá o tempo de viagem entre Hanói e Ho Chi Minh de 35 horas para apenas 5,5 horas.

O trem, com velocidade de 350 km/h, exigirá a remoção de 120 mil residentes e a ocupação de áreas de florestas protegidas e campos de arroz, informou a Assembleia Nacional no fim de semana ao aprovar o plano.

A construção poderá começar em 2027, segundo o Ministério dos Transportes, para um projeto que já está em estudo há 18 anos. Nesse período, o Vietnã foi ultrapassado pelo vizinho Laos, que implementou um trem-bala com tecnologia chinesa, apesar de ter uma população menor que a da capital vietnamita. Um comitê parlamentar estabeleceu a conclusão da obra para 2035, em reunião no último dia 6.

Antes da votação, parlamentares discutiram possíveis impactos negativos da ferrovia, como poluição durante a construção e destruição de habitats naturais, especialmente se forem relaxadas as normas de mineração para obtenção de materiais. A deputada Ma Thi Thuy destacou a necessidade de avaliar cuidadosamente os impactos sociais e culturais, principalmente nas comunidades agrícolas e de minorias étnicas, sugerindo apoio para famílias que perderem suas fontes de sustento e para aquelas que "contribuíram para a revolução", uma prioridade no país comunista.

A linha de 1.500 km percorrerá 23 estações em 20 províncias e cidades ao longo da espinha dorsal do país. Segundo a emissora Parliament TV, o período estimado de retorno do investimento público será de 33,6 anos.

Embora o Vietnã seja uma alternativa cada vez mais importante à China na cadeia de suprimentos, sua infraestrutura deficiente faz com que o transporte de mercadorias entre norte e sul seja mais caro que o envio para Cingapura. Espera-se que melhorias como o trem-bala reduzam esses custos.

Além de conectar centros econômicos, a ferrovia também poderá atender a "requisitos de dupla utilização para defesa e segurança nacional, transportando mercadorias quando necessário", segundo o parlamento.

O governo estabeleceu que não mais de 30% do orçamento do projeto será financiado por empréstimos, sejam domésticos ou por meio de ajuda internacional, e afirmou estar analisando modelos ferroviários do Japão e da China. Também destacou a importância de gerir a dívida pública e adaptar padrões técnicos, como a compatibilidade entre diferentes bitolas em linhas já existentes.

A ferrovia deve reduzir o tempo de viagem entre Hanói e Cidade de Ho Chi Minh para 5,5 horas, contra mais de um dia atualmente na ferrovia construída por colonizadores franceses. A popularização de voos de baixo custo também permitiu que milhões de pessoas façam o trajeto entre as duas maiores cidades vietnamitas em cerca de duas horas.

"O povo realmente espera que este projeto seja implementado o mais rápido possível", disse o ministro dos Transportes, Nguyen Van Thang, citado pelo governo. No entanto, ele alertou que o Vietnã precisa "preparar-se cuidadosamente para evitar consequências como os atrasos em outras linhas ferroviárias recentes."

O país comunista também planeja modernizar a ferrovia que conecta o Vietnã à China. A nova linha de 427 km ligará Lao Cai, Hanói, a cidade portuária de Haiphong e a cidade turística de Ha Long City, segundo a Agência de Notícias do Vietnã.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   03/12/2024

A Petrobras iniciou novo processo de contratação para construção de até duas unidades de produção de petróleo do tipo FPSO, destinadas ao projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), na Bacia de Sergipe-Alagoas. A modalidade de contratação será do tipo Build, Operate and Transfer (BOT), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Posteriormente a operação será transferida para a Petrobras.

O processo prevê a licitação de uma unidade firme para o SEAP 2 e uma opção de compra de um segundo FPSO similar, com previsão de aplicação para o SEAP 1. A previsão é que a unidade firme (SEAP 2) entre em operação em 2030. As unidades terão capacidade de processar 120 mil barris por dia (bpd) de petróleo e até 12 milhões de m3 de gás por dia, sendo o gás especificado e exportado diretamente para venda, sem necessidade de tratamento adicional em terra.

A escolha da modalidade BOT é resultado da estratégia da Petrobras de buscar novos modelos de contratação de FPSOs. Essa abordagem visa trazer solução de financiabilidade para projetos de óleo e gás, considerando que a unidade será própria da Petrobras, além de viabilizar o início da produção dos projetos no menor tempo possível. Desta forma, a companhia busca garantir benefícios trazidos por novos projetos para a sociedade brasileira e o retorno do investimento para seus acionistas.

A Petrobras segue empenhando todos os esforços para o desenvolvimento desses projetos com economicidade, considerando que estas unidades são estratégicas para ampliar a disponibilidade do gás nacional, além de abrir uma nova fronteira de produção na região Nordeste.

Sergipe Águas Profundas
O projeto SEAP 1 abrange as jazidas pertencentes aos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 (100 % Petrobras) e BM-SEAL-11 (60% Petrobras e 40% IBV Brasil Petróleo LTDA). O projeto SEAP 2 abrange jazidas pertencentes aos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados nas concessões BM-SEAL-4 (75% Petrobras e 25% ONGC Campos Limitada), BM[1]SEAL-4A (100% Petrobras) e BM-SEAL-10 (100% Petrobras).

TN Petróleo - RJ   03/12/2024

Na última quinta-feira (28/11), evento realizado com a Equinor na planta da Tenaris em Pindamonhangaba (SP) marcou a conclusão da produção de tubos de aço para o projeto Raia, um dos investimentos mais significativos de energia offshore no Brasil. O encontro reuniu líderes e funcionários de ambas as empresas, refletindo a forte colaboração que impulsionou o sucesso desse empreendimento.

O projeto Raia envolve a construção de um gasoduto submarino de 200 quilômetros, que ligará um FPSO de última geração, na Bacia de Campos, à rede de gás no terminal de Cabiúnas, em Macaé. Espera-se que o projeto esteja em operação em 2028 e que contribua para o desenvolvimento da indústria local e para a criação de até 50 mil empregos durante seu ciclo de vida.

Esse projeto, que recebeu um investimento total de US$ 9 bilhões da Equinor e dos parceiros Repsol Sinopec Brasil e Petrobras, tem reservas recuperáveis superiores a um bilhão de barris de óleo equivalente. Com capacidade para fornecer até 16 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o empreendimento tem o potencial de atender a 15% da demanda de gás natural do Brasil e de estabelecer novos padrões de eficiência operacional e de sustentabilidade.

Os tubos e revestimentos do gasoduto, totalizando 83 mil toneladas, foram produzidos na TenarisConfab sob o serviço integrado One Line. Desenvolvidos para operar sob condições extremas, em águas ultra-profundas, os tubos incorporam tecnologias avançadas de resistência ao colapso, permitindo que suportem profundidades de até 2.900 metros. O revestimento interno melhora o fluxo de gás, enquanto o externo protege contra a corrosão. Já o revestimento de concreto gera uma flutuabilidade negativa e adiciona proteção mecânica. Além disso, um destaque do projeto é que mais de 99% do aço dos tubos produzidos pela Tenaris é brasileiro.

"A entrega de um projeto dessa escala requer níveis excepcionais de colaboração e conhecimento técnico. Temos orgulho de apoiar a Equinor e seus parceiros com nossas soluções avançadas de tubos e serviços associados, permitindo que o gasoduto Raia atenda aos mais altos padrões de desempenho", afirmou o Presidente da Tenaris no Brasil, Renato Catallini.

RODOVIÁRIO

Diário do Comércio - MG   03/12/2024

O grupo executivo criado no âmbito do projeto da “Rodovia do Minério” apresentou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) uma proposta com faixas exclusivas, obras e reforço no sistema ferroviário para viabilizar a retirada de caminhões das BRs 040 e 356. A EPR Via Mineira, responsável pela concessão da BR-040, foi incluída no grupo e também apresentará uma proposta para a rodovia até o dia 13 de dezembro.

A reunião foi promovida pelo Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) do MPMG, em parceria com a Câmara de Prevenção e Resolução Administrativa de Conflitos (CPrac) da Advocacia-Geral do Estado (AGE). O relatório conclusivo elaborado pelo grupo foi aprovado pelos participantes.

A EPR Via Mineira se comprometeu a apresentar uma proposta de trabalho conjunto para segurança e melhoria do tráfego da BR-040, com segurança, desenvolvimento, sustentabilidade e parcerias produtivas, com as respectivas estratégias, táticas e ações. Deverá ter, inclusive, uma proposta para a possibilidade de faixa exclusiva para veículos pesados, focada no trânsito de caminhões de minério, o grande gargalo da região.

Um dos pilares fundamentais apontados no encontro foi a otimização do transporte por ferrovias, por meio de uma nova dinâmica de terminais ferroviários. Foram debatidas as possibilidades de remanejamento das cargas para terminais mais próximos; ampliação da capacidade dos terminais; e a criação de terminais na região.

Criado grupo para desenvolver projeto da Rodovia do Minério

No encontro também ficou decidido uma priorização para análise técnica dos estudos sobre a construção de uma passagem subterrânea, situada na altura do quilômetro (km) 575 da BR-040, para acesso à rodovia ITA-130, conforme um projeto da Herculano Mineração.

O grupo executivo é presidido e coordenado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), por meio do Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), que integraram a reunião no MPMG.

Também estiveram presentes representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência Nacional de Mineração (ANM).

A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), Associação dos Municípios do Alto Paraopeba (Amalpa), as prefeituras de Ouro Branco, Congonhas e Itabirito, todas da Região Central do Estado, a EPR Via Mineira e mineradoras da região também participaram.

Minério é quase metade da carga transportada na BR-040 em Congonhas

As pesquisas do grupo executivo indicaram que a BR-356 possui um Volume Médio Diário (VMD) de quase 17 mil veículos. A parte que corta a cidade de Ouro Branco, na região Central, é o principal ponto gerador de tráfego de veículos pesados da rodovia, responsável por 32,5% das viagens de caminhões que trafegam pela estrada.

O trecho Itabirito, na mesma região, vem em seguida como o segundo maior ponto gerador de tráfego de caminhões na BR-356, com 23% do total de viagens de veículos pesados da rodovia. Além disso, 34% dos veículos de carga – aproximadamente 1,3 mil/dia – que passam pela BR-356 são destinados ao transporte de minério de ferro.

Já a BR-040 possui um VMD de quase 27 mil veículos. A parte que corta a cidade de Congonhas, ainda na região Central, é o principal ponto gerador de tráfego de veículos pesados da rodovia, responsável por 30,7% das viagens de caminhões na BR-040. Aproximadamente 5,4 mil veículos/dia, ou o equivalente a 47% dos veículos de carga, que passam pelo posto da Polícia Rodoviária Federal PRF na BR-040 em Congonhas, transporta minério de ferro.

A pesquisa do grupo executivo também mostrou que a maioria (51%) dos veículos pesados das duas rodovias faz o deslocamento diariamente. Outros 42% fazem semanalmente.

Investing - SP   03/12/2024

O governo do Mato Grosso do Sul informou nesta segunda-feira que o leilão da chamada "Rota da Celulose", uma das maiores concessões de rodovias do Brasil nos últimos anos, não vai mais ser realizado na próxima sexta-feira, sem mencionar o motivo do adiamento.

"O governo de Mato Grosso do Sul... informa que irá reagendar o leilão da chamada ‘Rota da Celulose’, previsto para próxima sexta-feira (6)", afirmou o governo sul-matogrossense em comunicado à imprensa, sem mencionar uma nova data para o certame.

O leilão, que ocorreria em meio ao movimentado calendário de concessões de infraestrutura rodoviária deste segundo semestre -- que envolve ativos estaduais e federais -- engloba 870 quilômetros de estradas distribuídos por cinco trechos rodoviários que cortam o Mato Grosso do Sul: MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267.

A rota é chamada "da celulose" pois as estradas são próximas das grandes fábricas da commodity instaladas no Estado nos ultimos anos, como as unidades da Suzano (BVMF:SUZB3), em Ribas do Rio Pardo, e da Eldorado Brasil, em Três Lagoas.

A concessão prevê investimentos de 9 bilhões de reais ao longo de 30 anos de contrato.

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