Clipping Diário

06 | Dezembro | 2024

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   06/12/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 7,03 bilhões em novembro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados há pouco, o valor foi alcançado com exportações de US$ 28,021 bilhões e importações de US$ 20,991 bilhões.

Na última semana de novembro, o superávit foi de US$ 1,074 bilhão, com vendas de US$ 6,741 bilhões e compras de US$ 5,666 bilhões. No ano, o saldo positivo é de US$ 69,856 bilhões.

O resultado da balança comercial em novembro veio abaixo da mediana apontada no Projeções Broadcast, de superávit de US$ 7,8 bilhões, após o saldo positivo de US$ 4,343 bilhões em outubro. As projeções para o mês passado variavam de US$ 6,5 bilhões a US$ 8,515 bilhões.

Em novembro, as exportações registraram alta de 0,5% na comparação com o mesmo período em 2023, com queda de US$ 1,52 bilhão (-25,2%) em Agropecuária; crescimento de US$ 120 milhões(1,6%) em Indústria Extrativa e avanço de US$ 1,49 bilhão (10,5%) em produtos da Indústria de Transformação.

As importações tiveram aumento mais expressivo do que as vendas, de 9,9% em novembro ante o mesmo mês do ano passado, devido ao crescimento de US$ 70 milhões (19,3%) em Agropecuária; estabilidade na Indústria Extrativa; e alta de US$ 1,81 bilhão (10,4%) em produtos da Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   06/12/2024

Foi só a cotação do dólar saltar para acima dos R$ 6,00 para que os intervencionistas de sempre pregassem mão pesada do Banco Central (BC) para derrubar as cotações na marra e, assim, matar no ovo um pedaço da inflação.

Não só o atual presidente, Roberto Campos Neto, como, também, o que vai tomar posse em janeiro, Gabriel Galípolo se recusaram a atender à recomendação: “É uma discussão que às vezes surge, de que o País tem US$ 370 bilhões em reservas, por que não segurar o dólar no peito? (...) Não é assim que funciona”, disse o futuro presidente do BC.

No regime de livre flutuação cambial, como o adotado, o BC só intervém para evitar flutuações episódicas excessivas. Quando, por exemplo, uma empresa tem de comprar grande volume de dólares para pagar uma dívida ou a compra de uma máquina, o Banco Central fornece a moeda estrangeira para evitar a pancada no mercado.

Os que recomendam o despejo de moeda estrangeira na praça cometem erro de diagnóstico. Entendem que a forte demanda atual de dólares é fruto de especulação e não de uma perda de confiança na condução da política fiscal que leva empresas e pessoas físicas a se defenderem da desvalorização do real que viria com a inflação.

Ou seja, eventual derrame de dólares para aumentar a oferta não estaria atacando as causas da alta. Mais ainda, se a intervenção fosse eficaz e derrubasse a cotação, o mais provável é que, diante de um dólar mais barato, a procura aumentasse e tirasse força do movimento. Se isso acontecesse, viria uma segunda exigência: a de que o BC controlasse o fluxo (entrada e saída) de capitais. Bastaria uma decisão dessas para que grande volume de investimentos deixasse de vir para cá, porque nenhum bicho entra em buraco de que não possa sair. Seria artificialismo puxando por mais artificialismo.

Por aí se vê que o regime de livre flutuação do mercado de moedas (sempre sob supervisão da mesa de câmbio do BC) é um mecanismo de ajuste não só do fluxo de capitais, mas, também, dos preços internos em reais.

Os mesmos que pedem canetadas no câmbio, em geral querem também a derrubada artificial dos juros, com o argumento de que, além de encarecer o crédito, juros altos aumentam a dívida pública.

Achatar os juros desta forma implicaria injetar mais moeda, o que, pelo mecanismo da oferta e da procura, puxaria a inflação para cima e desorganizaria a economia. Não se trata de efeito da conspiração dos rentistas da Faria Lima. Trata-se da consequência das regras do jogo. Grande parte do crédito tem prazo longo de liquidação. Juros mais altos aumentam a conta dos devedores, inclusive a dos bancos que levantam dinheiro na praça para reemprestar aos clientes.

CNN Brasil - SP   06/12/2024

Em relatório de perspectivas para 2025 publicado nesta quinta-feira (5), o Inter aponta para um cenário de inflação resiliente e juros altos no ano que virá.

Com os últimos desdobramentos da cena econômica brasileira – de preços subindo acima do esperado e um pacote fiscal que não agradou o mercado -, os investidores passaram a contar com uma alta de juros mais acelerada já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a última de 2024.

O Inter também vê uma piora e elevou sua estimativa para o reajuste da Selic, que será anunciado na próxima quarta-feira (11): os economistas do banco esperam uma alta de 0,75 ponto percentual, o que faria com que a taxa básica de juros encerre o ano em 12%.

Dali em diante, o relatório aponta que a Selic deve subir até 13%, e ficar estacionada neste patamar ao longo de todo o exercício de 2025.

“[O] crescimento do crédito deve desacelerar em 2025 por conta da alta nas taxas de juros [e] inadimplência, enquanto mercado de capitais também pode esfriar depois do forte crescimento em 2024”, escreveram os analistas em relatório.

O Inter vê o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, em 4,8% no final deste ano – resultado acima do teto de 4,5% da meta do Banco Central (BC) – e 4,4% no final de 2025.

“Assimetria nas expectativas refletem a incerteza no cenário. Em um cenário alternativo, [o] fiscal controlado pode resultar em desaceleração mais rápida da inflação e espaço para corte de juros em 2025”, conclui.

Diário do Comércio - MG   06/12/2024

A questão fiscal é o principal risco à estabilidade financeira do País para os próximos três anos, dizem 89 instituições ao Banco Central (BC) em pesquisa divulgada nesta quinta-feira (5). A sondagem foi realizada entre 21 de outubro e 8 de novembro, simultaneamente às negociações do pacote de medidas de contenção de despesas elaborado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano foi detalhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último dia 28.

Os participantes da pesquisa incluem bancos, cooperativas, instituições de pagamento, gestoras de recursos, seguradoras e entidades fechadas de previdência complementar. Além das instituições reguladas pelo BC, o levantamento passou a considerar também entidades reguladas por Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previ).

Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em agosto, a avaliação das instituições é que os riscos fiscais são preponderantes nos próximos anos, destacando-se preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e do arcabouço fiscal e seus impactos nos preços de ativos e na política de juros.

A dívida bruta do Brasil fechou outubro em 78,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e exibe uma alta acumulada de 4,2 pontos percentuais desde o início do ano. O próprio governo Lula já admitia uma dívida bruta acima de 81% do PIB a partir de 2026.

A pesquisa mostrou também que os riscos do cenário internacional ganharam maior relevância, aumentando as preocupações associadas às eleições nos Estados Unidos. A vitória de Donald Trump em 6 de novembro levou o mercado financeiro global a precificar juros mais altos por mais tempo, com a promessa do republicano de elevar tarifas de importações e dificultar a imigração -o que teria impacto inflacionário.

Persistem também, entre as instituições ouvidas pelo BC, preocupações com a escalada dos conflitos geopolíticos. Depois da pesquisa, o conflito na Ucrânia se intensificou após autorização dos EUA para que os ucranianos pudessem disparar mísseis de fabricação norte-americana contra o território russo.

A sondagem liderada pelo BC mostrou ainda que, na visão das instituições financeiras, os riscos de inadimplência e atividade continuam limitados, embora com maior probabilidade de se materializarem, refletindo preocupações com alavancagem e inadimplência de famílias e empresas e impactos do aumento de juros.

Em 6 de novembro, o Comitê de Política Monetária(Copom) decidiu intensificar o ritmo de alta de juros e elevou a taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

Ciclo econômico

Há entre as instituições, por outro lado, uma visão ainda mais positiva sobre o ciclo econômico, com aumento de percepções de economia em fase de expansão e “boom”.

Dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (3) mostraram que a economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre, frente aos três meses imediatamente anteriores.

Analistas dizem que a atividade ainda mostra sinais de força, com destaque para componentes como consumo das famílias, investimentos e setor de serviços.

O Estado de S.Paulo - SP   06/12/2024

O pacote fiscal federal vem sendo muito comentado desde que saiu, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024 saiu antes de ontem. Começando pelo primeiro, como a maioria dos analistas, também me surpreendi ao ver as várias medidas voltadas para as despesas orçamentárias acompanhadas da notícia da zeragem do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Mas, pensando bem, do presidente Lula da Silva só se pode esperar esse tipo de coisa, pois seu foco é atrair votos para sua reeleição em 2026. Na linha do “gasto é vida” deve ter sido muito difícil convencê-lo a assinar o restante do pacote, e foi necessária essa proposta populista compensadora que equivale a um gasto tributário, ao implicar em perda de arrecadação. E ela não será avaliada agora pelo Congresso. Ficou para o ano que vem.

A Folha de S.Paulo da última sexta-feira listou 13 medidas de corte de gastos e entre as mais conhecidas estão um limite para o efeito do salário mínimo nas contas da Previdência Social, algum bloqueio das emendas parlamentares, uma redução do abono salarial e do Benefício de Prestação Continuada, e um aperto nas regras do sistema de proteção aos militares. O jornal falou de uma economia de R$ 30,6 bilhões em 2025. Li em algum lugar que o governo falou em R$ 70 bilhões, mas uma avaliação mais precisa só poderá acontecer após a passagem do pacote pelo Congresso, que enseja muitas discussões de detalhes. Na discussão houve muitas informações desencontradas e medidas não detalhadas.

Quanto a essa passagem, o Executivo está contando com o apoio dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente, e até parece que foi tudo combinado anteriormente. Algo que creio que pesou é que ambos não são candidatos à reeleição no Congresso, mas sim a cargos em eleições nos seus Estados de origem em 2026, e querem sair bem comportados na questão fiscal. Aguardemos, pois, a passagem do pacote pelo Congresso para uma avaliação mais precisa do que for aprovado.

Quanto ao Produto Interno Bruto do terceiro trimestre, ele veio à taxa de 0,9% relativamente ao trimestre anterior, o que é uma taxa boa, mas a taxa do segundo trimestre foi de 1,4%, o que mostra desaceleração, e está em linha com a perspectiva do mercado que, por meio do Boletim Focus, além de prever uma taxa próxima de 3% em 2024, vê uma queda para perto de 2% em 2025. Mas não seria uma surpresa se, como em anos recentes, essa previsão se ampliasse ao longo do tempo.

Minha visão, contudo, suporta essa queda, pois venho insistindo que desde 1980 o PIB brasileiro reduziu bastante sua taxa de crescimento, crescendo menos que nas décadas anteriores. Quando mostra alguma reação, chegando aos 3%, logo volta para taxas mais próximas de 2%, situado que está na chamada armadilha da (baixa) renda média que marca seu desempenho, inferior até mesmo ao de outros países em desenvolvimento. Em outras palavras, está ficando para trás.

Alguns fatores subjacentes a essa situação são os seguintes. Primeiro, o discurso em prol de taxas maiores e sustentáveis, de 4% a 5%, é raro e não parece atrair o interesse da sociedade que transformasse o tema numa demanda política. Segundo, a classe política também não demonstra apego ao tema, com os membros do Congresso ocupando-se mais com o interesse pessoal e de grupos, num processo em que se destacam as emendas parlamentares. O Executivo se assenta no populismo do presidente Lula, conforme demonstrado recentemente com esse pacote de “ajuste fiscal” em que acomodou sua promessa de zerar o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês. Terceiro, esse comportamento do governo em que tanto o Executivo como o Congresso mostraram sua preferência por mais gastos sociais reduziu a proporção do PIB destinada a investimentos, e acredito que esse comportamento também envolveu Estados e municípios.

Como resultado, a porcentagem do PIB destinada a investimentos públicos, que antes de 1980 chegou perto de 10%, está hoje próxima de apenas 2%, uma queda enorme que se refletiu na taxa de crescimento da economia, pois esta depende muito do investimento em capacidade produtiva.

Lembro novamente que a premiação recente do Nobel de Economia foi para três economistas americanos, Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson, que mostraram a importância das instituições na promoção do desenvolvimento econômico. Instituições no sentido lato, que incluem a própria sociedade, suas lideranças e partidos políticos. Dentro desse conceito, incluem no Brasil o Judiciário, o Legislativo e o Executivo. Nos dois últimos casos, é clara a má influência que exercem em prol de um crescimento mais rápido, sustentável e socialmente inclusivo.

Em conclusão, reitero que, enquanto a sociedade não se mobilizar e pressionar suas instituições a se unirem por um maior e melhor crescimento econômico, ele não vai acontecer.

O Estado de S.Paulo - SP   06/12/2024

No mesmo dia, a pesquisa Genial Quaest e o IBGE nos confirmaram duas realidades: no setor financeiro, que detesta o presidente Lula, 96% consideram que a economia vai mal; milhões de brasileiros, porém, vêm sendo tirados da miséria pelos programas sociais e justamente pelo aquecimento da economia, do emprego e da renda.

Sim, a inflação ultrapassou a meta, os preços absurdos são um dos grandes temas nacionais, os juros vão continuar subindo e Lula tem dificuldade com equilíbrio fiscal e em assimilar a importância do corte de gastos para os pobres, o País e o sucesso do seu governo. Tudo isso é verdade, mas a economia está tão desastrosa com diz o mercado?

O PIB surpreende positivamente desde o início do governo, cresceu 0,9% no último trimestre e, pelas novas projeções, pode chegar a 3,4% em 2024. Isso impacta a geração de emprego e renda, criando um círculo não exatamente virtuoso, mas animador. O desafio é conter inflação e juros, acalmar o mercado e baixar o dólar.

Há que admitir também que o Brasil é um dos campeões de desigualdade social e qualquer governo, não só os de esquerda ou centro-esquerda, tem a obrigação política, moral e histórica de atacar com firmeza o maior problema do Brasil, que é uma das dez maiores economias, com condições naturais invejáveis.

Foi para tentar equilibrar esses dois mundos, do dinheiro e da pobreza, que o ministro Fernando Haddad demorou meses para fechar o pacote de corte de gastos. Sob intensa pressão de todos os lados, ele buscou o pragmatismo, mas mantendo o que chama de “olhar humanitário”, exigência de um país como o Brasil e compromisso de Lula.

Pela Quaest, 90% acham que o governo vai mal, a aprovação de Haddad recuou de 50% para 41% e 58% acham o pacote insatisfatório. Ou seja, está tudo errado... Mas, pelo IBGE, o Brasil teve em 2023 os menores níveis de pobreza desde 2012, início da série histórica. Ainda são 59 milhões de pobres e 9,5 na extrema pobreza, mas com redução de 8,7 e 3,1 milhões em um ano. Falta muito, mas o País avança.

O risco político de Lula é, independente da realidade, desagradar aos dois polos: o mercado, que não aceita, por exemplo, a isenção de IR até R$ 5 mil e - quem sabe? - o aumento para acima de R$ 50 mil; e o pobre, a classe média e, afinal, todo mundo que detesta cortes sociais e sair da feira ou supermercado com a sacola ou o bolso vazio.

Há criticas e calibragens a fazer e dúvidas quanto às votações no Congresso. Daí tudo ser um desastre e o Brasil não ter jeito embola ganância, ignorância, ideologia e interesses variados. Calma! Nem tanto ao ar, nem tanto à terra.

Infomoney - SP   06/12/2024

O comércio global deve atingir um novo recorde de US$ 33 trilhões em 2024, mas riscos de uma guerra comercial expandida e desafios geopolíticos causam incerteza para as perspectivas de 2025, de acordo com a atualização de dezembro do relatório de comércio global do braço da ONU para comércio e desenvolvimento (Unctad), divulgado nesta quinta-feira (5).

Segundo o documento, o novo recorde reflete um crescimento anual de 3,3%, demonstrando resiliência do setor, apesar dos desafios persistentes.

A expansão acontece pela alta de 7% no ano no comércio de serviços, enquanto o comércio de bens aumentou 2%, abaixo do pico de 2022.

Ainda que as economias em desenvolvimento tradicionalmente sejam fortes impulsionadoras do comércio global, elas enfrentam um crescimento mais lento. No entanto, setores como tecnologia da informação e comunicação e vestuário também ofereceram oportunidades de resiliência e diversificação.

“Para aproveitar as oportunidades em 2025, as economias em desenvolvimento precisam de apoio coordenado para navegar na incerteza, reduzir dependências e fortalecer seus vínculos com os mercados globais”, sugere o relatório.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   06/12/2024

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta quinta-feira, com o sentimento dos investidores piorando depois que a imprensa estatal da China enfatizou melhorias qualitativas antes de uma reunião há muito esperada que deverá definir o tom do crescimento econômico no próximo ano.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,17%, a 800,5 iuanes (110,14 dólares) a tonelada.

O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Cingapura caiu 1,51%, a 103,75 dólares a tonelada.

A China não está comprometida com o alcance de taxas específicas de crescimento do PIB, e um ritmo inferior a 5% para a economia é aceitável, já que não há necessidade de “culto à velocidade”, disse o jornal estatal People’s Daily na quarta-feira.

A Conferência Central de Trabalho Econômico da China se reunirá este mês, em data ainda a ser anunciada, e os principais líderes definirão as metas de crescimento econômico e planejarão a agenda do próximo ano.

Investidores e traders estavam esperando que Pequim implementasse mais estímulos, disseram analistas.

“Achamos que o minério de ferro está supervalorizado no momento. Portanto, uma correção para baixo é inevitável”, disse Cheng Peng, analista da Sinosteel Futures.

A expectativa de aumento dos embarques, impulsionada pela recuperação dos preços e pela motivação de algumas mineradoras para atingir as metas anuais, também está pesando sobre os preços, disseram analistas.

A Bolsa de Mercadorias de Dalian informou na quarta-feira que reduziria os limites diários de preço, ou a faixa máxima de negociação, de 11% para 9% e ajustaria as margens de negociação para transações especulativas de 15% para 11%, com vigência a partir da liquidação em 6 de dezembro.

“A medida aumentará as transações especulativas, o que provavelmente elevará a volatilidade dos preços”, disseram os analistas da Jinyuan Futures em nota.

As expectativas de estocagem de inverno entre as siderúrgicas e a demanda resiliente na estação elevaram os preços do principal ingrediente de fabricação de aço em quase 2% de segunda a quarta-feira.

Brasil Mineral - SP   06/12/2024

Para o FMF, será necessário um investimento de capital de US$ 5,4 trilhões para sustentar e expandir as instalações globais de mineração e processamento, US$ 500 bilhões a mais que na década anterior.

O Future Minerals Forum (FMF) acaba de lançar o mais recente relatório “FMF2024: “Moldando o Futuro dos Minerais” em parceria com renomados think tanks da indústria e que apresenta insights críticos para criar valor compartilhado em todo o ecossistema de mineração. “O relatório fornece conteúdo autoritativo que aborda os desafios enfrentados pelo fornecimento de minerais e busca estimular debates sobre os próximos passos durante o FMF em janeiro de 2025”, diz Ali Al-Mutairi, diretor-executivo do FMF.

Para o representante do FMF, será necessário um investimento de capital de US$ 5,4 trilhões para sustentar e expandir as instalações globais de mineração e processamento — quase o equivalente ao PIB combinado do Japão e da Espanha – e US$ 500 bilhões a mais que na década anterior (2012-2023 vs. 2024-2035).

O relatório tem contribuições de líderes globais do setor mineral, como Mark Cutifani, presidente da Vale Base Metals, e Dra. Michelle Foss, especialista em energia do Baker Institute, além de especialistas da CRU, Wood Mackenzie, Global AI e Clareo-DPI. Todos exploram no documento temas como a contribuição dos minerais para a sociedade; proposta de valor do setor para países fornecedores; esgotamento de recursos e a necessidade de investimentos significativos para alcançar o desenvolvimento e a transição energética; importância de novas formas de parceria para destravar financiamentos; Como os benefícios da mineração podem ser compartilhados de forma equitativa com os países anfitriões e comunidades locais e como as percepções negativas sobre a mineração podem reduzir sua aceitação social e dificultar investimentos.

Dentre os principais insights citados no relatório, mais de 90% da massa movimentada envolve carvão, minério de ferro, cobre e ouro. Mais de 70% do capital total será destinado a esses quatro produtos, com aproximadamente 75% voltados para a manutenção de ativos existentes. Apenas a cadeia de valor do aço deverá exigir cerca de US$ 1,6 trilhão em despesas de capital para manutenção. Para alguns minerais críticos, a fase de mineração é onde a maior parte do valor é gerado para os países: 70% do valor do cobalto, 68% do grafite e 54% do lítio são gerados na mineração. Regiões como Ásia-Pacífico, Índia, América Latina e África Subsaariana necessitarão de mais de 40% do investimento total, refletindo a mudança dos fluxos de capital para mercados emergentes. E a produção de materiais de cátodo, células de bateria e reciclagem de baterias pode gerar cerca de US$ 800 bilhões em receita anual até 2040.

Sobre a criação de propostas de valor compartilhado nas indústrias de mineração, Mark Cutifani comenta: “No fim das contas, parcerias para criar valor compartilhado e duradouro, além de compromissos com estruturas comerciais sustentáveis, podem atender e até superar as expectativas das partes interessadas”. Já Ionut Lazar, consultor principal da CRU, diz que a colaboração entre setores é essencial para atingir as metas globais de descarbonização — “não é algo que pode ser alcançado por uma única entidade. É um desafio global e multissetorial que exige colaboração estratégica, especialmente se quisermos avançar rapidamente e alcançar a escala desejada”.

O relatório também destaca a importância de políticas focadas no crescimento do PIB, geração de empregos e aumento das exportações como essenciais para os países que desejam agregar valor. Patrick Barnes, chefe global de Consultoria em Metais e Mineração da Wood Mackenzie, explica: “A agregação de valor pode proporcionar uma série de benefícios conhecidos: aumento do PIB, maior receita fiscal devido a uma base tributária ampliada, crescimento das exportações com produtos de maior valor agregado e criação de empregos diretos e indiretos. Mas os países não podem avançar cegamente; seus planos precisam levar em conta as dinâmicas reais de mercado, custos e benefícios para competir por investimentos e gerar valor de fato”, enquanto para Peter Bryant, cofundador e presidente do Conselho da Development Partner Institute e Clareo, o papel do governo e da política industrial é crucial: “Até hoje, a indústria mineral não priorizou efetivamente a prosperidade compartilhada, resultando em uma quebra de confiança com governos e comunidades locais. No entanto, a indústria está em um ponto de inflexão. Empresas estão assumindo a responsabilidade de criar valor compartilhado, colaborando com novos parceiros e em níveis mais profundos. O governo desempenha um papel essencial ao fornecer incentivos ao investimento, sem ser excessivamente prescritivo”.

Quem dá destaque ao papel do governo é também a Dra. Michelle Michot Foss, do Baker Institute: “Embora a indústria de mineração possa fazer muito para ajudar a construir benefícios locais e regionais, a responsabilidade recai sobre os governos para garantir que as receitas provenientes de impostos e royalties sejam alocadas de maneira a gerar confiança”.

Richard Rothenberg, CEO da Global AI Corporation, acrescenta: “À medida que a demanda por minerais críticos continua a crescer, legisladores e investidores devem priorizar práticas sustentáveis, o engajamento com comunidades e uma governança transparente para garantir sucesso a longo prazo e uma percepção pública positiva”. O relatório na íntegra pode ser acessado no link

https://www.futuremineralsforum.com/media/4dsbftbd/fmf25-content-report.pdf.

Brasil Mineral - SP   06/12/2024

O empreendimento será focado na extração, em especial, de minério de ferro e manganês.

A plataforma de negócios e comércio internacional Timbro anunciou investimento de R$ 150 milhões em parceria com a Zeus Mineradora em novos projetos de mineração para desenvolver operações de extração mineral no Norte e Nordeste do Brasil, com aquisições de minas já licenciadas e autorizadas pelos órgãos anuentes do meio ambiente, fortalecendo o portfólio da empresa no setor. Com inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2025, o projeto vai diversificar e ampliar operações em mineração e logística. O empreendimento será focado na extração, em especial, de minério de ferro e manganês.

O acordo permitirá à Timbro realizar todo o transporte e exportação do minério de ferro utilizando barcaças até os portos mais próximos, garantindo um processo logístico mais eficiente e sustentável. “Este investimento reflete nosso compromisso com a diversificação e o crescimento. Ao estabelecer essa colaboração com a Zeus Mineradora, fortalecemos nossa capacidade de atender à demanda global por minérios brasileiros, ampliando as opções para nossos clientes e consolidando nossa presença no mercado”, disse Bruno Russo, sócio-fundador e vice-presidente da Timbro.

Márcio Schier, diretor de Mineração da Timbro, também destaca o compromisso com a sustentabilidade: “Nossa nova operação é pautada na sustentabilidade, já que o transporte fluvial garante o selo verde. Além disso, este investimento aprimora a logística, otimizando recursos e reduzindo custos”. Os projetos da Zeus Mineradora atendem a todos os requisitos legais, com as licenças necessárias emitidas pelos órgãos reguladores.

Com 15 escritórios distribuídos em países como China, Japão, México, Estados Unidos, Portugal, Suíça, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos, com um hub estratégico na China, a Timbro prevê ampliar o volume de exportações de minérios das 600 mil toneladas em 2024 para mais de 1 milhão de toneladas no próximo ano. Além disso, Russo diz que a trading continua a fortalecer a presença em setores-chave com investimentos robustos, como o Centro automotivo de Cariacica (ES), com capacidade para 12 mil veículos e o Laboratório de homologação de emissões no Brasil, referência no setor. “Estamos atentos a novas oportunidades de crescimento, diversificando nossas operações e consolidando nossa presença global”.

AUTOMOTIVO

Exame - SP   06/12/2024

No início de outubro, durante uma reunião virtual com centenas de gestores, Makoto Uchida, CEO da Nissan Motor, compartilhou uma avaliação sombria: vendas e lucros abaixo do esperado exigiam cortes de empregos e produção. Com uma redução planejada de 9.000 funcionários, 20% da capacidade global e US$ 2,6 bilhões (R$ 13,5 bilhões) em custos Uchida prometeu também cortar metade de seu salário como parte de um esforço para reverter o declínio da montadora japonesa.

A Nissan, que foi pioneira no mercado de veículos elétricos (EV) com o Leaf em 2010, enfrenta um cenário desafiador. De acordo com reportagem da Reuters, nos últimos anos, a empresa perdeu espaço nos Estados Unidos e na China, enquanto rivais como Tesla e BYD ganham mercado. As decisões estratégicas, como a falta de híbridos no maior mercado da montadora, os EUA, contribuíram para o quadro difícil.

A ausência de modelos híbridos na linha da Nissan é vista como um erro crítico. Enquanto o mercado americano demonstrava alta demanda por híbridos devido ao preço elevado dos EVs e a infraestrutura limitada de carregamento, a Nissan apostou exclusivamente nos elétricos, subestimando a tendência. Uchida admitiu que a empresa não previu a rápida ascensão dos híbridos.

A montadora agora planeja lançar 34 modelos de EVs e híbridos até 2030, incluindo um híbrido plug-in nos EUA até 2026. No entanto, reverter a queda nas vendas será um desafio. Em 2022, a Nissan vendeu 3,3 milhões de veículos globalmente, uma redução de 40% em relação a 2017, com um prejuízo de US$ 30 bilhões (R$ 156 bilhões) em valor de mercado na última década.

Cortes de produção também estão em andamento. Na China, fábricas podem ser fechadas, e na América do Norte, linhas de montagem mais antigas estão sendo avaliadas para redução de turnos. A planta COMPAS no México, em parceria com a Mercedes-Benz, opera muito abaixo da capacidade e enfrenta possível encerramento.

Investidores e pressões externas

O cenário para Uchida é agravado por incertezas políticas. A promessa do presidente eleito Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre importações do México ameaça aumentar os custos de produção da Nissan.

Além disso, investidores ativistas têm adquirido participação na montadora, elevando a pressão para resultados. Fundos como Effissimo Capital Management e Oasis Management agora têm fatias significativas na Nissan, aumentando a cobrança por mudanças estratégicas.

Enquanto isso, a fraqueza do iene torna o Japão uma base de produção menos prioritária para cortes, mas gestores locais ainda avaliam possíveis ajustes.

Futuro incerto para Uchida

Desde sua nomeação em 2019, Uchida enfrenta uma série de crises, desde os desdobramentos da saída de Carlos Ghosn até problemas de gestão e produção. Sua liderança está sendo questionada por analistas e acionistas, com muitos sugerindo uma troca no comando.

Apesar disso, Uchida mantém sua posição e reafirma seu compromisso com a recuperação da Nissan. "Estou determinado e comprometido em cumprir meu dever como CEO", declarou ele recentemente.

A estratégia de reestruturação, que inclui o fortalecimento da competitividade e a adaptação às mudanças do mercado, será determinante para o futuro da Nissan e de Uchida. Com rivais ganhando espaço e a montadora em busca de um investidor de longo prazo, os próximos meses serão cruciais para definir o destino da empresa.

Globo Online - RJ   06/12/2024

A disputa das montadoras chinesas BYD e GWM pelo mercado automotivo brasileiro vai esquentar. A GAC Motor (quinta maior fabricante de veículos da China) começa dar os primeiros passos no país, onde pretende investir US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões) nos próximos cinco anos. Nesta quinta, a GAC assinou acordos de cooperação técnica com três universidades brasileiras (Federal de Santa Maria, Federal de Santa Catarina e Unicamp) para pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de um motor híbrido-flex localmente.

— Temos tradição na indústria automotiva da China e o avanço tecnológico está em nosso DNA. Essa parceria com as universidades tem como objetivo desenvolver produtos, como os motores flex, e serviços para aumentar a competitividade da indústria automotiva brasileira no mercado global — disse Alex Zhou, CEO da GAC no Brasil.

A parceria com as universidades terá um investimento de R$ 120 milhões nos próximos cinco anos e faz parte do pacote total de recursos para o Brasil.

— Somos a primeira montadora com linha de pesquisa, desenvolvimento e produção de veículos a combustão, elétricos e híbridos — disse Wei Haigang, presidente da GAC Internacional.

Haigang disse que a companhia ainda está numa etapa incial para definir onde será a fábrica no Brasil, mas que a ideia é buscar uma unidade já pronta, com linha de montagem. Os primeiros carros da GAC importados da China começarão a ser vendidos no segundo trimestre de 2025.

O objetivo inicial é ter 30 concessionárias no início das vendas e 50 até o final do próximo ano. Ontem, a empresa inaugurou seu escritório no país, em São Paulo. A produção local, segundo o executivo, deve começar em 2026.

— O Brasil utiliza tecnologia flex e a ideia da parceria com as universidades é usar a tecnologia brasileira para produzir os melhores carros — afirmou.

A GAC já definiu de quatro a seis modelos para serem produzidos no país, que estão em fase de licenciamento, entre eles o Aion, além de uma SUV. Fora da China, a GAC já produz carros na Tailândia e na Malásia, em pequena escala, e quer fabricar em dez países fora da China. O Brasil será o terceiro país onde a a CAG vai produzir fora da China. No futuro, a GAC planeja exportar veículos de sua marca para países da América Latina.

Nos planos da montadora, além da construção de fábrica, estão um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, que deve ficar em São Paulo, e também armazéns de peças. A GAC tem um centro de pesquisas na China, com 5 mil especialistas de 15 países. A empresa foi fundada em 1997 e tem sede na cidade de Guangzhou, na província de Guangdong. No ano passado, a montadora produziu 2,5 milhões de veículos, entre elétricos, hibridos e a combustão.

A GAC usa duas sub-marcas. A Trumpchi, que vende modelos a combustão e, em mercados internacionais, substitui seu logotipo pelo da própria GAC. Também opera com a marca Aion, de veículos elétricos e híbridos.

Na China, o grupo tem joint-ventures com as japonesas Honda e Toyota. A GAC tem 110 mil funcionários e quer se expandir no exterior, com objetivo de vender 4,75 milhões de unidades/ano até 2030. No exterior, a GAC oferece SUVs como GS3, GS4 e GS8, e a minivan M6 Pro. Pela Aion, a montadora tem os elétricos Aion V e Aion Y Plus.

A expansão internacional começou em 2021. Hoje está presente em regiões como Oriente Médio, Europa, Ásia, África.

BYD anuncia novidades

Nesta semana, a BYD também anunciou novidades para sua operação no Brasil. A montadora já desenvolveu seu motor hídrido-flex, combinando uso de motor elétrico e a gasolina e etanol. O projeto contou com a colaboração de mais de cem engenheiros, entre chineses e brasileiros.

A marca também divulgou que a produção na unidade de Camaçari, na Bahia, deve começar em março de 2025. Os motores flex 1.5 vão equipar o Song Pro, mas a produção deve começar com os modelos Dolphin Mini. A BYD estima que a nacionalização das peças chegue a cerca de 60% em cinco anos, incluindo as baterias.

A montadora promete contratar 10 mil funcionários para a unidade entre janeiro e agosto do ano que vem. O cronograma prevê a abertura de 2 mil vagas em janeiro, 3 mil em maio e 5 mil em agosto.

"Estamos construindo um grande centro de P&D, treinando engenheiros e técnicos locais para liderarem em inovação", disse em nota Stella Li, CEO Américas e Europa e vice-presidente executiva global da BYD.

Em novembro, a BYD vendeu 12.308 veículos no país, um novo recorde. A marca trouxe veículos elétricos com preços mais baixos que a concorrência, a partir de R$ 115 mil (Dolphin Mini). Em todo o mundo, a BYD vendeu 504.003 veículos de passeio apenas no mês de novembro, um crescimento de 67,2% em relação ao mesmo número do ano passado. O total de vendas em 2024 já chega a mais de 3,7 milhões de unidades. O objetivo da companhia é estar entre as três maiores montadoras do país nos próximos cinco anos.

GWM começará a produzir Haval

A GWM, que também pretende se tornar global, inaugurará sua primeira unidade em maio de 2025, no Brasil, tamb[em considera o país estratégico para sua expansão. O mercado brasileiro só fica atrás de Rússia e Austrália nas vendas da narca no exterior, disse ao GLOBO o presidente internacional da GWM, Parker Shi.

O primeiro veículo a ser fabricado no país será o SUV Haval 6. A partir de 2026, apenas a produção local abastecerá o mercado brasileiro. A GWM quer nacionalização de 60% dos componentes até 2026, uma meta considerada ousada por especialistas. O Haval de mais barato tem preço inicial de R$ 229 mil.

Auto Industria - SP   06/12/2024

O mercado reagiu bem no mês passado e as previsões para o fechamento de 2024 foram até revisadas para cima pela consultoria Bright (Anfavea, só na próxima semana). Com 12.674 emplacamentos por dia, 16,9% superior aos 10.843 de outubro, maior ritmo até então, o fechamento do ano deve totalizar em torno de 2,5 milhões de unidades entre veículos leves e pesados. Fenabrave acredita em um pouco além isso.

As vendas diretas representaram até agora 51,81% do total nos 11 primeiros meses deste ano. É preciso observar que, além das locadoras, muitos profissionais liberais ajudam nessa estatística. Trata-se de pessoas físicas optantes por um preço mais favorável ao usar seu CNPJ. Fabricantes costumam oferecer descontos maiores para este segmento, em particular quando o mercado permanece longe do auge de 2013.

Outra observação é quanto ao crescimento dos registros em Minas Gerais. Este Estado responde por 24,7% dos emplacamentos totais em razão de grandes locadoras receberem incentivos para tal. São Paulo representa 27,6%, ainda maior, porém aquela ressalva segue como referência.

Curiosamente as diversas marcas da China juntas detinham 6,7% de participação total em outubro e caíram para 4,6% em novembro. Elas estão concentradas em elétricos e híbridos e têm pouca presença nos híbridos básicos (semi-híbridos). Previsões apontam que as chinesas devem fechar com 7% este ano e 11% em 2027, cresceriam cerca de 1,3 ponto percentual por ano, abaixo do que se estimava.

Já a cidade de São Paulo deve aprovar a ampliação até 2030 da isenção do rodízio e devolução de sua quota-parte (50%) do IPVA para proprietários de modelos híbridos, elétricos e a hidrogênio. Um estímulo especialmente aos semi-híbridos que conseguem em média até 7% de economia de combustível apenas no uso urbano.
Panorama confuso no exterior traz até renúncia

Na coluna anterior pontuei as várias notícias que assolam a indústria automobilística mundial em uma tumultuada e hesitante migração de tecnologia de motores térmicos para elétricos. Agora o impacto foi a renúncia de Carlos Tavares do comando mundial da Stellantis. O cenário geral internacional já era confuso quando a empresa franco-ítalo-germano-americana, com antecedência de um ano, anunciou estar em busca de um sucessor para o executivo português. Ele veio alguma vezes ao Brasil e sempre demonstrou firmeza de posições e ideias.

No Brasil, o Grupo Stellantis vai bem. São cinco marcas – Fiat (líder de mercado), Jeep, Citroën, Peugeot e Ram – que somadas representam 30% da comercialização de veículos leves. Atritos com fornecedores, concessionárias e sindicatos na Europa e nos EUA foram a causa principal da saída prematura de Tavares.

Porém, continuam notícias preocupantes ao redor do mundo. Greves agravam ainda mais a situação, muito em razão de açodamento dos governos de países centrais que planejaram e ainda planejam mal a transição energética ou motivadas por divergências e dúvidas sobre a velocidade das mudanças.

Sindicatos paralisaram nove fábricas da VW na Alemanha por algumas horas em protesto contra possível fechamento de três unidades fabris. Vendas da Tesla na China caíram pelo segundo mês consecutivo, apesar de aumento nos subsídios do governo a elétricos (VE). GM aliena uma de suas quatro unidades de produção de baterias por fraca demanda de VE. BYD teve crescimento quase zero na China em outubro, apesar de sua posição altamente dominante.

Fabricante sul-coreana de baterias, LG, pede energia mais barata na União Europeia para enfrentar concorrência chinesa. A transformação para VE na Alemanha pode custar 186.000 empregos até 2035. Avanço chinês parcialmente culpado pela perda imediata de 50.000 empregos de fabricantes de autopeças na Europa e há planos de fechamento ou venda de fábricas. Diretor financeiro da Nissan deixa o cargo, enquanto a empresa enfrenta uma série de desafios.

No momento sem previsão de melhoras neste quadro bem difícil, embora uma guinada em direção aos híbridos já esteja em curso.

Equinox 2025: mais desempenho e agora conexão 5G

Em sua quarta geração, vem do México (isento de imposto de importação) e estreia nova plataforma um pouco mais larga, além de visual renovado. O SUV médio-grande Equinox tem coincidentemente a mesma distância entre eixos (2.730 mm) do venerável sedã Omega. Outras dimensões: comprimento, 4.667 mm; largura, 1.902 mm; altura, 1.713 mm; porta-malas, 469 litros. Assoalho traseiro plano garante conforto para as pernas e pés de quem ocupa o banco traseiro.

Há versões Active e RS, esta com teto preto e para-choque dianteiro diferenciado. Motor 1,5 turbo, gasolina, 177 cv (ganhou 5 cv) e 28,8 kgf·m. Novidade é o câmbio automático de oito marchas (antes, seis), mantida tração 4×4. Aceleração de 0 a 100 km/h em 9,5 s. Segundo a Chevrolet, ficou mais econômico: 9 km/l, cidade; 10,7 km/l, estrada.

No interior destaque para a tela multimídia de 11,3 pol. e sistema Google nativo, com Android Auto e Apple CarPlay, além de carregador sem fio para celular. Primeiro modelo da marca no Brasil com conectividade 5G (até 100 vezes mais rápida a depender da infraestrutura), além da assistência remota OnStar. Segurança dentro do padrão do segmento, entre outros, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e frenagem autônoma de emergência.

Primeiro contato em viagem a Campos do Jordão (SP) e um pequeno trecho de terra. No asfalto, suspensões calibradas para o conforto, embora ainda permita boa sensação de segurança em curvas. Desempenho limitado, em razão da massa de 1.678 kg, todavia considerado correto para uso comedido e familiar. Sistema de permanência em faixa de rodagem bem calibrado. Estranho é o comando do limpador na alavanca à esquerda do volante. Bom apoio lateral do banco do motorista. No uso off-road, fora da vocação do carro, visibilidade boa ajuda e a reação 4×4 é rápida.

Preço, em ambas as versões, é o mesmo: R$ 267.000.
Picape Hunter, da JAC, atrai pelo preço e robustez

A marca chinesa está no Brasil desde 2011, representada pelo Grupo SHC, agora focado exclusivamente na importação de elétricos. Decidiu estrear na ampla oferta de picapes médias a diesel ao trazer a Hunter de dimensões acima da Hilux e todos os seus concorrentes. Mede (mm): 5.330 de comprimento, 3.110 de entre-eixos, 1.995 de largura e 1.920 de altura. Pode carregar 1.400 kg, 40% superior à média do segmento, com massa em ordem de marcha de nada menos que 2.040 kg. Motor entrega 191 cv e 46 kgf·m, algo desproporcional à capacidade de carga. Câmbio automático ZF de oito marchas

Contudo, dificilmente seria utilizada nessa condição utilitária e o importador decidiu apostar no preço e na garantia inédita: R$ 259.000 e oito anos, respectivamente. Na primeira avaliação de São Paulo a Atibaia (SP) deixou impressão imediata de robustez, embora, como se espera, à custa de algum conforto de marcha. Motor responde bem, mas não se trata de uma picape que surpreende em agilidade. Exige certo nível de planejamento nas ultrapassagens em estrada.

A direção, apesar da assistência elétrica, é uma pouco pesada nas manobras, porém reforça a sensação de controle em terrenos difíceis. No off-road, tanto em 4×4 convencional quanto em reduzida, mostra eficiência e confiança em subidas e descidas íngremes. Distância elevada do solo e robustez do chassi reforçam essa experiência de segurança.

A cabine, espaçosa e bem pensada, é desprovida de luxo ou pormenores refinados. Materiais mais simples reforçam o foco utilitário do veículo. O layout funcional apresenta comandos fáceis de usar e uma posição de dirigir confortável. Apesar de o som do motor ser bastante perceptível dentro da cabine, fica dentro do esperado para picapes a diesel deste porte e massa.

Globo Online - RJ   06/12/2024

John Elkann, que está assumindo o volante da Jeep e da proprietária da Fiat, Stellantis, após a demissão de seu CEO, é o herdeiro discreto, mas firme, de uma dinastia italiana associada à Juventus, à Ferrari e à revista The Economist.

O bilionário de 48 anos administra o patrimônio da família Agnelli como presidente-executivo da Exor, uma holding com participações no clube de futebol da Série A italiana, na empresa de carros de luxo e no semanário de negócios.

No dia seguinte à saída do atribulado Carlos Tavares da Stellantis, no domingo, Elkann estava em um avião para os Estados Unidos, seu país natal e antiga fonte de renda do grupo.

As concessionárias de lá, assim como na Europa, agora estão em dificuldades, deixando a Stellantis — assim como as montadoras em geral — em apuros.

Conheça o top 10 da lista de bilionários da Forbes 2024 em junho

Exor é o principal acionista da Stellantis, uma gigante de 15 marcas nascida da fusão de 2021 da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e Peugeot-Citroen (PSA), com uma frota que inclui Jeep, Ram, Dodge e Alfa Romeo.

Elkann assumiu o comando de um comitê executivo temporário na Stellantis até que o sucessor de Tavares seja nomeado. Exor possui uma participação de 14,2% na montadora.

"Para o bem da empresa, chegamos ao ponto em que nossos caminhos tiveram que se separar", disse ele em uma mensagem de vídeo aos funcionários do grupo, acrescentando que a decisão do conselho de administração de dispensar Tavares foi "unânime".

Determinado e prático

Nascido em Nova York, Elkann assumiu o papel de liderança na família em 2004, um ano após a morte de seu avô materno Gianni Agnelli, que é creditado por transformar a montadora italiana Fiat em uma das principais marcas de automóveis da Europa.

Depois de uma infância no Reino Unido e no Brasil, Elkann obteve um bacharelado científico em uma escola em Paris antes de estudar engenharia em Turim.

Quieto, ele sempre se esquivou dos holofotes — ao contrário de seu irmão mais novo, Lapo — mas provou ser muito prático.

— Ele sempre foi um executivo e não um presidente honorário, fortemente envolvido na vida da Stellantis — disse uma fonte da indústria em Turim, cidade natal da Fiat.

Elkann aprendeu muito do que sabe com Sergio Marchionne, que transformou a Fiat quando ela estava em dificuldades no início dos anos 2000, mas que morreu repentinamente em 2018.

— Ele é reservado, mas muito determinado quando se trata de impor seus pontos de vista. Desde que emergiu da sombra de Sergio Marchionne, ele se afirmou como um líder empresarial — disse Giuseppe Berta, ex-diretor dos arquivos da Fiat, à AFP. — Ele conseguiu fazer o legado dos Agnellis florescer.

Herdeiro inesperado

Filho do escritor e jornalista franco-italiano Alain Elkann e da filha de Gianni Agnelli, Margherita, Elkann foi educado pelo avô no trabalho duro e na tomada de riscos, mas não esperava se tornar o líder da família.

A morte precoce em 1997 de seu primo Giovanni Alberto Agnelli, a escolha original de seu avô como herdeiro, mudou tudo.

Quando Elkann tinha apenas 21 anos, Agnelli o nomeou para o conselho de diretores da Fiat.

O jovem "Jaki", como era apelidado, foi para um estágio na fabricante de componentes Magneti Marelli no Reino Unido, nas linhas de montagem do "500" na Polônia e até mesmo em vendas na França.

A morte do avô de Elkann em 2003 e do tio Umberto um ano depois acelerou sua carreira. Luca Cordero di Montezemolo se tornou o presidente do grupo e nomeou Elkann como número dois.

Em 2009, Marchionne e Elkann supervisionaram a compra de uma participação da Fiat na Chrysler, e um ano depois Elkann assumiu como presidente.

Como chefe da ítalo-americana Fiat Chrysler, Elkann jogou duro duas vezes com a PSA durante as negociações de fusão.

Em maio de 2019, ele temporariamente deixou de lado as negociações com a multinacional automotiva para cortejar sua rival Renault.

Mais tarde naquele ano, ele encurtou as negociações com a PSA novamente para proteger os interesses dos acionistas da Fiat.

Sua transformação de uma empresa italiana emblemática em uma multinacional lhe rendeu o apelido de "Jaki, o Conquistador" na mídia italiana.

O pai de três filhos, fã de futebol e vela, diz que seu sucesso se deve ao seu "caráter equilibrado", embora sua vida não seja livre de problemas.

Ele está sob investigação dos promotores de Turim após uma disputa de herança com sua mãe.

Valor - SP   06/12/2024

Quinta maior montadora da China prevê investir R$ 5,8 bi para iniciar produção no Brasil

Wei Haigang: “Vamos ajudar a definir os rumos da indústria nacional daqui para a frente” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

Tradicionalmente, as montadoras que se instalaram no Brasil iniciaram suas operações pela rede de concessionários, infraestrutura de fábricas e treinamento de pessoal. Mas a GAC, quinta maior fabricante de automóveis da China, estreia no país de forma diferente. A primeira providência tomada foi firmar parcerias com universidades locais para pesquisa e desenvolvimento de carros movidos a etanol.

A nova chinesa com planos de investir no país usa, portanto, como estratégia seguir direto ao que o Brasil oferece de melhor para o plano global de descarbonização do transporte - o uso de biocombustíveis. E elege os pesquisadores brasileiros para ajudá-la a desenvolver veículos que se movem com esse tipo de energia renovável.

A GAC (que se lê por meio da pronúncia de cada letra em inglês - G A C) confirmou, num evento em São Paulo, na quinta-feira (5), um investimento de R$ 5,8 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. Do total desses recursos, R$ 120 milhões estão destinados aos acordos, firmados no mesmo dia, com as universidades federais de Santa Catarina, Santa Maria (RS) e a estadual Unicamp (SP).

As universidades vão coordenar projetos de ensino e pesquisa nas áreas de veículos, motores e autopeças. Segundo a empresa, essas parcerias incluirão estágios para estudantes e profissionais na China e Brasil, além de programas de capacitação conjunta. Os acordos de cooperação terão validade de cinco anos, com possibilidade de renovação.

Os reitores das três instituições estiveram presentes ao evento, onde assinaram memorandos dos acordos de cooperação técnica, ao lado do presidente da GAC International, Wei Haigang, e Alex Zhou, que será o CEO da GAC no Brasil.

Antes disso, em discurso, Haigang disse que o objetivo da companhia fundada em 1997, mas com origens de um fabricante de 1955, é “revolucionar a indústria automobilística brasileira”. “Vamos não só produzir automóveis, mas ajudar a definir os rumos da indústria nacional daqui para a frente”, destacou.

E é a partir da operação do Brasil que a função de Haigang ganha maior relevância. Fora da China, a GAC tem pequenas operações apenas na Malásia e Tailândia. Com a produção no Brasil, segundo ele, a ideia é exportar para a região da América Latina.

Zhou foi escolhido para o comando da operação brasileira por já ter adquirido experiência nas Américas depois de trabalhar nos Estados Unidos.

Os executivos não deram pistas de onde poderão ser produzidos os veículos da marca. Eles não confirmaram, por exemplo, qualquer ligação entre as parcerias com universidades do Sul e eventual intenção de ter uma fábrica naquela região.

Tampouco concordaram com a ideia de eventualmente ficar com alguma das fábricas da Honda ou Toyota, já que ambas são parceiras da GAC na China, onde a chinesa produz veículos das duas marcas japonesas. A Toyota está em processo de esvaziamento de uma fábrica em Indaiatuba (SP) para concentrar sua produção em Sorocaba (SP). Já a Honda também deixou de produzir carros em Sumaré (SP) e deslocou as linhas para Itirapina (SP).

Segundo Haigang, a empresa ainda avalia a melhor localização para produzir. E leva em conta a possibilidade de adquirir uma fábrica já pronta. A ideia é iniciar a produção em 2025.

Por outro lado, os primeiros modelos a serem comercializados, importados no início de 2025, já estão definidos. O elétrico compacto Aion e uma linha de utilitários esportivos estão no programa da companhia.

Segundo Haigang, a ideia é ter 30 concessionários na primeira fase e rapidamente passar para 50. Segundo ele, o plano é produzir tanto elétricos e híbridos movidos a etanol como também veículos a combustão. “Vamos pesquisar o que o consumidor quer”, disse.

As intenções de planos fortes no Brasil se revelam na escolha de executivos locais. Um dos primeiros contratados, para a área de marketing, foi Marcello Braga, que carrega larga experiência no grupo brasileiro CAOA.

Com sede em Guangzhou, a GAC é listada nas bolsas de Hong Kong e Xangai. Em 2023, produziu 2,53 milhões de veículos só na China - é mais do que todo o mercado brasileiro.

O interesse pela pesquisa brasileira faz parte da essência da GAC. Na China, a companhia conta com um dos mais abrangentes centros de pesquisa e desenvolvimento, que, segundo a empresa, já consumiu investimento equivalente a US$ 25 bilhões. O centro conta com mais de 5 mil profissionais.

Além disso, em novembro a GAC e a Huawei anunciaram a criação de uma nova marca de veículos de “energia inteligente”.

“As parcerias com as instituições brasileiras fortalecerão nossa rede internacional de pesquisa e desenvolvimento”, destacou Haigang. Segundo o executivo, o Brasil precisa ser mais competitivo. “O Brasil é um país importante, tem um mercado grande e usa etanol”, disse Haigang. “Queremos criar um novo padrão para o setor”, completou.

Na quarta-feira (4), a GAC marcou sua chegada ao Brasil ao inaugurar escritório em São Paulo. Se seus planos derem certo, a marca tende a ser mais uma na forte onda da nova concorrência chinesa.

Valor - SP   06/12/2024

Montadora anunciou ainda a inclusão de mais dois modelos na linha de produção brasileira

A GWM iniciou o processo de habilitação de fornecedores para a nacionalização de peças em sua nova fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo. Além disso, a montadora anunciou a inclusão de mais dois modelos na linha de produção brasileira - um SUV e uma picape.

A decisão de iniciar a habilitação de fornecedores foi anunciada num encontro fechado na sede do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), na quinta-feira (5).

A revelação de que a linha de produtos fabricados no Brasil incluirá um utilitário esportivo e uma picape foi anunciada algumas semanas depois de a companhia chinesa anunciar o híbrido Haval H6 como o primeiro veículo a ser produzido em Iracemápolis.

A GWM informou que já preparou uma lista de mais de 100 componentes a serem produzidos localmente. O processo terá diversas fases, como contratos de confidencialidade e identificação de peças que podem ser produzidas no Brasil.

O objetivo é alcançar um índice de nacionalização superior a 60%, o que permitirá à montadora exportar seus veículos para a América Latina. Até o fim do ano, a GWM pretende contratar 100 funcionários. A meta é chegar a 700 empregos até o começo da produção, no primeiro semestre de 2025.

A montadora também anunciou Marcio Alfonso como o novo diretor de produção, cargo que acumulará com o comando das áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento. O brasileiro Alfonso tem grande experiência no setor. A mais recente foi no grupo Caoa.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Valor - SP   06/12/2024

Manutenção do R$ 1,7 bilhão disponível reduz total que cada segmento poderá utilizar

O governo federal deve ampliar o número de setores da indústria que terão direito ao instrumento de depreciação acelerada no ano que vem, apurou o Valor. Já o montante de R$ 1,7 bilhão disponível do benefício para 2025 pode continuar o mesmo. Nesse caso, um número maior de setores teria direito à quantia, diminuindo o total disponível para cada um.

Lançada neste ano pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a depreciação superacelerada é um incentivo fiscal que permite a indústrias deduzir mais rapidamente, da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), investimentos realizados em máquinas e equipamentos. A dedução pode ser realizada em até dois anos, em vez e ocorrer ao longo da vida útil do ativo. A medida tem impacto no fluxo de caixa das empresas.

O programa prevê R$ 3,4 bilhões de incentivos divididos igualmente entre 2024 e 2025. Neste ano, o R$ 1,7 bilhão vem sendo dividido por 23 setores, sendo que nenhum deles pode receber mais do que R$ 204 milhões. Para o ano que vem, a ideia é que pelo menos outros três setores façam parte do programa: fertilizantes; veículos automotores, reboques e carrocerias que não façam parte do Mobilidade Verde e Inovação (Mover); transportes terrestres. A tendência é que o decreto ampliando o número de setores seja publicado ainda neste ano, com vigência para 2025.

Fertilizantes, veículos, reboques e carrocerias que não estejam no Mover serão contemplados

Além da expansão dos setores, o governo ainda tenta aumentar o volume de recursos para o ano que vem. O aumento depende, no entanto, de o governo encontrar uma forma de compensar em termos fiscais o benefício, a fim de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Uma possibilidade é a implantação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Verde, que faz parte do Mover e cujo decreto é aguardado desde meados deste ano pelo setor automotivo. A regulamentação desse tributo, porém, ainda está em discussão no Ministério da Fazenda. A ideia é harmonizar sua aplicação com o Imposto Seletivo, criado na reforma tributária, cujas regras ainda estão em discussão no Congresso Nacional.

Em mais de uma ocasião, o vice-presidente e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, afirmou que a depreciação superacelerada é o instrumento mais importante da Nova Indústria Brasil (NIB) - conjunto de propostas apresentadas no início do ano pelo governo federal para o setor fabril.

O Mdic calcula que a depreciação superacelerada diminui, em média, em 4,5% os custos de desembolsos realizados por empresas em máquinas e equipamentos, o que aumentaria a produtividade da economia como um todo. Já o Bradesco BBI, em estudo divulgado no começo do ano, calcula que os R$ 3,4 bilhões em incentivos poderão aumentar os investimentos da indústria em R$ 20 bilhões além do que já era previsto.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   06/12/2024

O Ministério dos Transportes trabalha em um novo plano de concessão ferroviária, que prevê a oferta de até 2.400 quilômetros de trilhos para a iniciativa privada, um traçado que cortaria o país de um lado a outro, saindo de Lucas do Rio Verde, município localizado na região central do Mato Grosso, até chegar ao litoral baiano, em Ilhéus.

O plano, segundo informações obtidas pela Folha, é fazer a junção de dois projetos ferroviários que já estão com trechos em obras, cruzando o eixo da Ferrovia Norte-Sul, que já interliga o interior de São Paulo ao Maranhão.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

A concessão incluirá, em um mesmo pacote, o traçado da Ferrovia do Centro-Oeste (Fico) e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), envolvendo tanto trechos já concluídos quanto aqueles que ainda estão em projeto. Os estudos de viabilidade técnica e econômica para a oferta conjunta estão em fase de conclusão pela Infra S.A., estatal ligada ao Ministério dos Transportes.

Ainda neste mês, esses relatórios serão encaminhados para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). À Folha, o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, confirmou a recepção dos estudos nos próximos dias, para dar início à fase de consulta pública, etapa realizada para colher colaborações e tirar dúvidas de interessados.

“Nós vamos trabalhar para abrir a audiência pública no final de janeiro de 2025”, disse Vitale, acrescentando que a nova proposta pode prever uma mudança de trecho na Fiol, na parte do traçado que ainda não foi iniciada.

Hoje, a ferrovia baiana tem lotes de obras concluídas ou em andamento entre as cidades de Ilhéus e Barreiras, num traçado de 1.022 quilômetros. O projeto original previa que essa malha seguisse por mais 500 quilômetros, até chegar ao município de Figueirópolis, em Tocantins, onde passam os trilhos da Norte-Sul.

O novo traçado, porém, prevê a possibilidade de que essa última parte da Fiol seja trocada pela cidade de Mara Rosa, em Goiás. Além de ter pouca alteração de distância, esse traçado permitiria uma continuidade direta com a Fico, que avança Mato Grosso adentro.

“Seria um entroncamento das ferrovias com a Norte-Sul, num mesmo ponto. Estamos estudando. É essa a reposta que os relatórios que receberemos vão trazer e que discutiremos com o setor nas audiências públicas”, disse Vitale.

A concessão das ferrovias Fiol e Fico para a iniciativa privada pode retirar do colo do governo dois investimentos bilionários, projetados há mais de uma década, mas ainda sem conclusão.

Em Mato Grosso, o governo já conseguiu resolver parte do problema, ao repassar para a Vale, em 2020, a construção de um trecho inicial de 383 quilômetros, entre Mara Rosa a Água Boa (MT). A obra é uma contrapartida ligada à renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas, que é controlada pela Vale. Por ser uma compensação, trata-se de um trecho ferroviário que pertence à União. Por isso, poderá ser concedido por meio de leilão.

No caso da Fiol, na Bahia, 171 quilômetros de trilhos já foram montados entre Ilhéus e Caetité, conforme dados da Infra S.A. atualizados até outubro. Esse trecho, que tem 500 quilômetros no total, foi concedido para a Bamin Mineração, mas a empresa está em fase de devolução dessa concessão, devido a dificuldades financeiras.

Na parte central da Fiol, de mais 500 quilômetros, o governo federal já concluiu outros 243 quilômetros de obras, envolvendo investimentos de R$ 494 milhões só neste ano.

A Vale, que já constrói o trecho da Fico, tem mantido conversas com o governo, no sentido de avaliar a possibilidade de assumir a concessão da Fiol que, hoje, está nas mãos da Bamin. Até o momento não há, porém, nada além de uma sinalização de que esse acordo possa, efetivamente, se concretizar.

Dentro do alto escalão do governo, conforme informações colhidas pela Folha, o entendimento é o de que a Bamin, empresa que tem sua origem no Cazaquistão, não tem condição financeira de seguir à frente do projeto.

Em vez de declarar a caducidade da concessão, porém, o esforço é para que haja uma transferência do contrato entre as empresas. Isso reduziria drasticamente o tempo de paralisação das obras e de indenizações envolvidas neste processo.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   06/12/2024

A conclusão das obras de derrocagem e dragagem traz mais segurança à navegação e produtividade operacional.

A produção operacional da Portos do Paraná será ainda mais significativa com o aumento de 30 centímetros no calado em diversos pontos da Baía de Paranaguá. Com isso, a capacidade de carregamento dos navios de granéis sólidos, por exemplo, terá um acréscimo de cerca de duas mil toneladas, tanto para o recebimento quanto para o embarque.

A atualização do calado, que corresponde à distância entre o ponto mais profundo da embarcação (quilha) e a superfície da água, entrou em vigor no final de novembro e foi divulgada na Portaria nº 306/2024, da Norma de Tráfego Marítimo e Permanência nos Portos de Paranaguá e Antonina — Edição 2024.

—Essa conquista operacional só foi possível graças à finalização das obras de derrocagem e ao trabalho conjunto entre a Portos do Paraná, a Marinha do Brasil através da Capitania dos Portos do Paraná, a Praticagem local e a comunidade portuária de um modo geral. A medida proporciona mais segurança operacional e eleva a produtividade das operações, principalmente na exportação de soja e importação de fertilizantes— destacou Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.

Com a remoção de parte da Pedra da Palangana, localizada no Canal de Acesso, a passagem entre o canal de acesso a Paranaguá e Bacia de evolução, foi facilitada, trazendo mais segurança e reduzindo os riscos das manobras. Essa mudança garantiu mais espaço, agilidade e segurança nas manobras dos navios, além de reduzir os riscos de navegação.

Além do aumento de calado, foi retirada a restrição para o uso de maré, sendo possível navegar com o calado de 13,10 m na maré zero, o que amplia ainda mais as janelas de navegação na Portos do Paraná.

—Com o calado maior, podemos receber navios mais pesados, que realizarão manobras e operações com maior segurança e eficiência no Porto de Paranaguá. Além disso, a redução do tempo de espera para atracação e desatracação oferece uma vantagem financeira aos clientes, que podem operar um volume maior de mercadorias em uma única viagem de forma mais rápida— explicou Garcia.

Ampliações no cais —Ao todo, 11 berços e dois píeres tiveram aumento de calado. O berço 201, que compõe o corredor de exportação oeste, e os berços 202 e 204, responsáveis pela movimentação de granéis sólidos de exportação e carga geral, passaram de 12,8 metros para 13,1 metros.

Os berços 209 e 211, dedicados à movimentação de fertilizantes, assim como os berços 212, 213 e 214, conhecidos como o corredor de exportação leste, também tiveram o aumento de 12,8 metros para 13,1 metros. Parte do berço 208, que opera fertilizantes, passou de 11 metros para 13,1 metros.

Dois píeres apresentaram aumento no calado operacional: o berço externo do píer Terminal de Uso Privado (TUP) de granéis líquidos e o berço externo do píer da área arrendada de fertilizantes. A movimentação de contêineres, também passou por um aumento, de 12,3 metros para 12,6 metros nos berços 216 e 218, proporcionando um ganho de capacidade de 220 TEUs —unidade padrão equivalente a um contêiner de 20 pés— por navio.

Derrocagem — A obra de derrocagem, concluída em novembro deste ano, consistiu na remoção da ponta de um maciço rochoso submerso na área de manobra do Porto de Paranaguá, conhecido como Pedra da Palangana. Esse obstáculo, considerado perigoso para a navegação, limitava a capacidade e o tráfego de navios na entrada da baía.

Ao todo, foram removidos aproximadamente 20,0 mil m³ de rocha, o que representa apenas 10% da formação rochosa total, estimada em mais de 200 mil m³. A obra foi realizada em conformidade com as medidas estabelecidas no licenciamento ambiental federal nº 1144/2016, emitido pelo Ibama.

Investing - SP   06/12/2024

O Ministério de Porto e Aeroportos (MPor) apresentou nesta quinta-feira, 5, os Planos Setoriais para guiar a gestão sobre as políticas de desenvolvimento para portos, aeroportos e hidrovias. A iniciativa faz parte do Planejamento Integrado de Transportes (PIT), uma iniciativa do governo federal.

Conforme o MPor, os planos buscam otimizar a alocação de recursos públicos e privados e promover o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Além disso, "buscam aumentar a competitividade do setor de transportes no mercado global e reduzir os custos operacionais, beneficiando tanto o comércio exterior quanto os consumidores locais".

Para o ministro Silvio Costa Filho, os planos são fundamentais para acelerar os programas e assegurar os benefícios a longo prazo. "Até 2035, temos um plano claro para o setor portuário e hidroviário, e até 2052 para o setor aeroviário, com projetos que abrangem desde obras públicas e investimentos em dragagens e portos públicos até iniciativas estratégicas como o STS10, o túnel de Santos e a concessão do Canal do Paranaguá."

Aeroportos

O Plano Aeroviário Nacional (PAN) é a principal ferramenta institucional de planejamento da Aviação Civil brasileira, responsável por analisar os cenários de crescimento e as demandas da aviação no País. Seu objetivo é garantir que a infraestrutura aeroportuária não seja um obstáculo ao desenvolvimento do transporte aéreo, e, por consequência, ao progresso nacional.

O PAN 2022 faz parte de um conjunto de quatro Planos Setoriais Táticos de Transporte, ao lado dos modais rodoviário, ferroviário, portuário e hidroviário, cujas diretrizes estão integradas no Plano Nacional de Logística 2035 (PNL 2035).

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Entre as ações previstas no PAN, destaca-se o programa AmpliAR, que permitirá que as concessionárias assumam a gestão de aeroportos regionais por meio de um processo competitivo simplificado.

Essas empresas poderão incluir os aeroportos regionais em seus contratos de concessão, com contrapartidas como a redução de outorgas ou a ampliação do prazo das concessões. O principal objetivo dessa medida é modernizar e otimizar a infraestrutura aeroportuária dessas localidades, promovendo sua integração à malha aérea nacional e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do País.

Portos

O Plano Setorial Portuário tem como foco principal o estabelecimento de metas claras e a priorização de ações estratégicas para o período de 2021 a 2035. Por meio da modelagem econômica e da análise de impactos, o plano visa identificar os empreendimentos mais relevantes e viáveis, criando um direcionamento para o desenvolvimento do setor.

Entre os pontos-chave estão a definição de corredores logísticos estratégicos e a implementação de projetos multimodais, que buscam integrar diferentes modos de transporte e otimizar a logística portuária.

Conforme o MPor, estabeleceu-se que a integração entre os setores público e privado é crucial para assegurar não apenas a eficiência, mas também a sustentabilidade dos projetos, garantindo a infraestrutura necessária para alavancar o crescimento do país, e também garantir a mobilidade de transporte.

O Ministério diz que a iniciativas são cuidadosamente alinhadas às políticas nacionais de sustentabilidade, visando promover o desenvolvimento de maneira responsável e equilibrada. "Isso assegura que o crescimento do setor esteja conforme as metas ambientais, contribuindo para um futuro mais verde e sustentável para o País."

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Hidrovias

O Plano Setorial Hidroviário pretende alinhar as necessidades específicas do setor com as metas estratégicas e as expectativas do governo e mercado para um planejamento integrado de transportes em consonância com as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento das hidrovias.

Este documento visa delimitar e priorizar as ações de curto e médio prazos, sejam elas obras ou iniciativas essenciais para o setor.

Pela primeira vez, o Brasil conta com uma Secretaria dedicada exclusivamente à formulação e implementação de políticas públicas focadas no aprimoramento das hidrovias. "Esse passo é essencial, pois o planejamento adequado garante a previsibilidade de investimentos e benefícios. O Brasil, que já dispõe de 23 mil km de vias navegáveis, poderá ter um incremento de mais 17 mil km (com os investimentos previstos em um dos cenários no plano)", diz o MPor.

A projeção do governo é de que os investimentos previstos no plano sejam capazes de triplicar o volume de movimentação de carga por hidrovias, "resultando na redução dos custos de transporte e das emissões de gases de efeito estufa, economia de tempo, trazendo ganhos significativos para a sociedade e para o meio ambiente".

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   06/12/2024

A Petrobras, por meio da Petrobras International Braspetro B.V. – Sucursal Colômbia (PIB-COL), e a Ecopetrol confirmam a maior descoberta de gás da história da Colômbia com a perfuração do poço Sirius-2.

O poço Sirius-2 começou a ser perfurado em 19 de junho de 2024 e está localizado dentro da área do bloco marítimo GUA-OFF-0, a 77 quilômetros de Santa Marta (capital do departamento de Magdalena, no norte do país), em lâmina d'água de 830 metros.

Com a avaliação dos resultados do poço Sirius-2, foram confirmados volumes de gás no local superiores a 6 trilhões de pés cúbicos (Tcf) in place (VGIP). Essa constatação pode aumentar em 200% as reservas atuais da Colômbia.

Graças a este resultado, o consórcio formado pela PIB-COL, como operadora (44,44% de participação), e Ecopetrol (55,56% de participação), iniciará as atividades de aquisição de dados meta oceânicos, como parte do Projeto de Desenvolvimento da Produção para a descoberta. Esses dados, juntamente com informações ambientais sobre o fundo do mar, batimetria, informações geotécnicas e geofísicas, são essenciais para a instalação do gasoduto para o transporte de gás natural do campo para a unidade de tratamento de gás em terra, bem como para a instalação de sistemas de produção no fundo do mar.

O consórcio estima investir US$ 1,2 bilhão para a fase exploratório e US$ 2,9 bilhões já na fase de desenvolvimento da produção. Os investimentos da parcela da PIB-COL estão contemplados no Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras. A expectativa é começar a produção de gás natural em três anos após recebimento de todas as licenças ambientais e em caso de confirmação da viabilidade comercial da descoberta, prevista até 2027. A produção esperada, através de quatro poços produtores em um desenho inovador “subsea to shore”, é de cerca de 13 milhões de m³/dia durante 10 anos.

Com essa descoberta de grande potencial volumétrico de gás natural, serão iniciados os procedimentos socioambientais e de licenciamento necessários para transportar o gás para os centros de consumo.

A Petrobras reforça seu compromisso com suas atividades na Colômbia, trabalhando com segurança, respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente, reconhecendo a importância do diálogo com as comunidades locais e em conformidade com os requisitos legais do país.

TN Petróleo - RJ   06/12/2024

Há quatro anos, a Petronect adotou a cultura Customer Centric em toda a sua cadeia operacional. Com o cliente no centro, a empresa avançou sua agenda de IA, implementando tecnologias que agregam inovação e agilidade aos processos, além de trabalhar essencialmente em estratégias de relacionamento e na qualidade dos serviços prestados. Hoje, a empresa possui a matriz de satisfação dos clientes em 4,6.

A taxa de resolução de problemas no portal também reflete esse marco, funcionando com o desempenho de 120%, e um TMA (tempo médio de atendimento) de 1,5 horas, uma melhoria significativa em relação ao ano anterior, quando a média era de 2,4 horas. É destacado ainda, a redução de cerca de 64% no número de reclamações no primeiro semestre de 2024 em relação a todo o ano de 2023.

A infraestrutura do portal vem sendo aprimorada continuamente, visando uma experiência cada vez mais ágil e simplificada a todos que desejam se tornar fornecedores do Grupo Petrobras. Em setembro de 2024, a Petronect implementou uma ferramenta de atendimento em Libras em tempo real, a ICOM, e se tornou o primeiro portal de compras públicas a realizar tal feito. O estímulo a acessibilidade e o fomento ao mercado de trabalho foram os direcionadores do projeto. Treinamentos em Libras já se encontram no canal oficial da empresa.

A transformação cultural da Petronect também foi reconhecida nacionalmente e internacionalmente, premiada por seus cases de sucesso em relacionamento, cultura operacional, responsabilidade social, diversidade e inclusão. Ao longo do ano, foram 12 prêmios conquistados, incluindo três Prêmios VOL, quatro Smart Customer e três Customer Summit Awards, além do Track.co e o PrêmioABT.

"Servir como o portal oficial para contratações da Petrobras é uma grande responsabilidade na qual temos orgulho em exercer. A melhoria será contínua. Estamos e sempre estaremos comprometidos em manter os mais altos padrões de excelência, segurança e integridade em tudo o que fazemos na Petronect", destacou o CEO da empresa, Marcelo Bonniard (foto).

O contrato, que segue oficialmente até 2026, tem como objetivo abarcar os novos investimentos da Petrobras com o alto padrão de segurança que a Petronect construiu ao longo de 22 anos. Em um momento em que grandes licitações estão em curso, como o FPSO para a SEAP II, a P-86 e a retomada das obras da UFN – III e do Polo Gaslub, o relacionamento transparente, confiável e sustentável com os fornecedores, é prioridade.

Para mais informações sobre a Petronect e suas soluções, visite o site oficial em www.petronect.com.br.

IstoÉ Dinheiro - SP   06/12/2024

O superintendente de Comercialização da PPSA, Guilherme França, disse nesta quinta-feira, 5, que o primeiro leilão do gás natural da União, no pré-sal, está previsto para o quarto trimestre de 2025. A PPSA é a empresa pública que gere os contratos da União no polígono do Pré-Sal.

A estimativa, disse França, é de que a União disponha de até 1,3 milhão de metros cúbicos de gás natural para ofertar ao mercado até 2027.

A produção é relativa aos contratos de partilha de Búzios, Sapinhoá, Sépia e Atapu, além da participação da União com área não contratada nos acordos de individualização da produção de Tupi e Atapu.

A estimativa não considera o fator de rendimento das unidades de processamento de gás, o que significa que parcela desse gás será transformada em GLP e líquidos.

Segundo o executivo, a PPSA analisa, no momento, a contratação dos Sistemas Integrado de Escoamento (SIE) e Processamento (SIP), necessários para a realização do leilão.

Ele falou durante o Fórum Técnico PPSA, realizado hoje no Rio de Janeiro. “São contratos complexos e estamos avaliando, inclusive, a possibilidade de assinar o contrato e fazer uma cessão de direitos no processamento. O que for mais atrativo para a União”, afirmou.

Valor - SP   06/12/2024

Escolhido para o cargo de diretor-geral assume no fim do mês e terá entre as atribuições regulamentar o programa Combustível do Futuro

Rodolfo Saboia: “O desafio será imenso, convivemos com dificuldades antes da inclusão de novos temas” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A escolha do próximo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), processo em torno ao qual o governo se movimenta, ganha ainda mais relevância diante de novas atribuições que o órgão regulador terá com a implementação do programa Combustível do Futuro, novo marco legal dos biocombustíveis, avaliam especialistas ouvidos pelo Valor.

O tema é considerado essencial no governo, que vê na produção de biocombustíveis um caminho para aumentar a relevância do Brasil na transição energética. O nome mais cotado para conduzir a ANP é o de Pietro Mendes, presidente do conselho de administração da Petrobras, mas correm por fora Allan Kardec Dualibe, presidente da Gasmar, e Daniel Maia, diretor da agência.

A expectativa do governo é que o Combustível do Futuro destrave investimentos que totalizam R$ 260 bilhões em vários segmentos. Os projetos devem evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME). Diante desse cenário, a ANP enfrenta uma crise financeira sem precedentes enquanto espera a definição dos titulares de duas vagas em aberto, entre as quais a da diretoria-geral.

A ANP terá como principal desafio reforçar estruturas e aumentar receitas para cumprir com obrigações previstas pelo novo marco legal dos combustíveis renováveis. Também caberá à agência regulamentar aspectos determinados em lei. O Combustível do Futuro (Lei 14.993/2024) estabelece a adição obrigatória de percentuais de etanol na gasolina e de biodiesel ao óleo diesel e cria programas para novos combustíveis renováveis, como biometano e diesel verde (ver quadro acima).

A ANP também integra políticas públicas de mobilidade, como a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa de Mobilidade Verde (Mover) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve).

A nova lei incumbe à ANP o papel de regular as atividades de produção de combustíveis sintéticos e de captura e armazenamento geológico de carbono (CCUS, na sigla em inglês). Terá ainda que monitorar e fiscalizar o cumprimento dos mandatos para etanol e biodiesel, além de definir percentuais de adição de diesel verde ao óleo diesel, entre outras atribuições.

Fernando Xavier, sócio da área de infraestrutura e energia do Machado Meyer Advogados, destaca três temas que merecem atenção especial nos processos de regulamentação pela ANP: os combustíveis sintéticos, o CCUS, e o biometano. No caso dos combustíveis sintéticos, Xavier diz que bastaria à ANP revisitar norma editada em 2016 sobre o tema para a construção de um novo mercado, sem a necessidade de edição de uma resolução específica. Quanto ao CCUS, o especialista ressalta a familiaridade da ANP com o tema, ao passo que no biometano, a agência precisará definir uma metodologia adequada para o cálculo e verificação da redução de emissões de gases de efeito estufa.

Paula Susanna Amaral Mello, sócia da área ambiental do Pinheiro Neto, diz que a agência tem profissionais qualificados e a perspectiva é que seja realizado um trabalho de regulamentação de qualidade. “É uma agência que não pode ficar parada porque tem assuntos relevantes para a pauta nacional e para a projeção internacional do país.”. O cenário é desafiador, acrescenta o sócio da área de petróleo e gás do Pinheiro Neto Advogados Raphael Moraes Paciello diante da necessidade de aumento de equipe para atender às novas demandas regulatórias na velocidade esperada pelo mercado.

A desestruturação das agências reguladoras ocorreu gradativamente ao longo dos anos e esse aumento de atribuições vai exigir reforço financeiro e de pessoal, dizem fontes. Um entrave é a busca do governo por corte de gastos.

Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP e que deixa a autarquia no dia 22 de dezembro com o fim do mandato, disse que as atribuições atuais da agência já demandavam esforços elevados, o que se agrava com as novas demandas estabelecidas pelo Combustível do Futuro. Para ele, não basta apenas incluir novas funções no escopo da agência e esperar que “por pensamento mágico” toda a regulação fique pronta. O orçamento da ANP em 2013 era de R$ 397 milhões, enquanto em 2024 é de R$ 134,6 milhões, corte de 66% no período ante inflação acumulada de 86% no período. Além disso, a ANP tem déficit de 130 funcionários efetivos. O último concurso público da agência foi realizado em 2015, para profissionais de nível técnico.

“O desafio será imenso. Convivemos com grandes dificuldades por conta de nossa agenda regulatória, antes das novas atribuições. Vejo com preocupação incluir temas importantes como a transição energética num cenário de grandes restrições”, disse Saboia.

Infomoney - SP   06/12/2024

Os preços do petróleo caíram nesta quinta-feira, enquanto os investidores avaliavam uma ampla perspectiva de oferta para o próximo ano contra decisão da Opep+ de adiar um aumento planejado de produção em três meses, para abril de 2025.

O petróleo Brent fechou em queda de 0,22 dólar, ou 0,3%, a 72,09 dólares o barril, enquanto o petróleo dos EUA West Texas Intermediate (WTI) fechou em queda de 0,24 dólar, ou 0,35%, a 68,30 dólares o barril.

A Opep+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, planejavam começar a reduzir os cortes a partir de outubro de 2024, mas a desaceleração da demanda global e o aumento da produção fora do grupo forçaram a adiar os planos em diversas ocasiões.

“Houve dúvidas na reunião sobre se havia coesão ou não (entre a Opep+), eles definitivamente estão saindo dessa unificados, mas isso também mostra o cenário desafiador de fornecimento que eles têm pela frente enquanto tentam sustentar esse mercado”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.

A redução gradual dos cortes de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) começará em abril do ano que vem, com aumentos mensais de 138.000 bpd, segundo cálculos da Reuters, e durará 18 meses até setembro de 2026. A Opep+ produz cerca de metade do petróleo do mundo.

Mas analistas apontaram para uma ampla perspectiva de oferta para 2025 como um suporte compensatório à decisão da Opep+ desta quinta-feira.

“O mercado está enfrentando um superávit, não há escassez de petróleo e não há nenhum sinal claro do que esperar no futuro para aumentar os preços”, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho.

Infomoney - SP   06/12/2024

Os oito países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) aceitaram prorrogar até março do ano que vem os cortes de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) na produção da commodity, que estavam planejados para terminar agora em dezembro.

Também foi decidido hoje que, a partir de abril, os cortes serão gradualmente revertidos até setembro de 2026, segundo comunicado divulgado após reunião ministerial nesta quinta-feira (5).

O ajuste poderá ser encerrado a depender das condições do mercado, de acordo com a nota.

Os oito países em questão são: Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Argélia, Omã e Cazaquistão.

Adicionalmente, um outro conjunto de cortes – de 1,65 milhão de bdp – será estendido até o final de 2026. O restante dos acordos de redução também seguirá em vigor até o fim de 2026.

O Comitê Misto de Acompanhamento Ministerial (JMMC) deve se encontrar a cada dois meses, enquanto a cúpulas ministeriais ocorrem uma vez por semestre. A próxima ministerial está marcada para 28 de maio de 2025.

Globo Online - RJ   06/12/2024

O governo federal pode receber mais de R$ 1 trilhão entre 2025 e 2034 com a venda da parte da União na produção de petróleo em campos do pré-sal e a geração de royalties e impostos.

A estimativa é da PPSA, estatal responsável pela comercialização da parcela que cabe ao governo federal nos contratos de partilha dos campos de alta produtividade em alto-mar nas bacias de Campos e Santos.

Os números constam do estudo “Estimativa de produção dos contratos de partilha e de arrecadação para os cofres públicos no período 2025-2034", elaborado pela PPSA e apresentado nesta quinta-feira no fórum técnico anual da empresa pela presidente interina, Tabita Loureiro.

O trabalho aponta que a comercialização da parcela do petróleo e gás da União relativa a 19 contratos de partilha poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões nos próximo dez anos, confirmadas as premissas dos autores, que traçaram três cenários. Entram na conta também os acordos de individualização da produção de Mero, Atapu e Tupi no período analisado, informou a PPSA em comunicado.

Ainda de acordo com a PPSA, Tabita Loureiro acrescentou na apresentação que, considerando ainda os valores a serem pagos com royalties e tributos, a arrecadação total para os cofres públicos federais pode superar R$ 1 trilhão.

Os três cenários desenhados pelo estudo para o período até 2034 foram chamados de Pessimista, Mais Provável e Otimista, A diferença entre eles está principalmente na variação do preço do petróleo e do gás (uma commodity de cotação internacional), na taxa de câmbio e na entrada em produção de plataformas, entre outras variáveis.

Segundo a PPSA, a estimativa de R$ 500 bilhões com a venda da parcela do petróleo da União é baseada no cenário Mais Provável, de barril cotado em US$ 70 (atualmente está em R$ 72,20) e taxa de câmbio de R$ 5,43 (hoje o dólar é cotado a R$ 6,01), considerado um cenário conservador.

A presidente da PPSA afirmou que, independentemente do cenário escolhido, todos apontam aumento da produção brasileira no chamado polígono do pré-sal, no qual os contratos de concessão são substituídos pelos de partilha, e, consequentemente, no país. Em vez de pagar pelo direito de explorar uma área, as petroleiras dividem com o governo parte do petróleo extraído, que é negociada pela PPSA.

Os contratos de partilha têm uma projeção mais provável de 6,6 bilhões de barris extraídos entre 2025 e 2034, diz o estudo. Desse total, 1,4 bilhão de barris ficarão para a União.

“A produção de óleo da União acaba de alcançar a marca de 100 mil barris por dia (bpd) em outubro, o que nos coloca, pela primeira vez, como quinto maior produtor nacional. Neste estudo, se considerarmos o cenário Mais Provável, a produção da União alcança o pico em 2030, com 543 mil bpd. No cenário Otimista, chega a 583 mil bpd. Isso mudará totalmente os volumes de comercialização do petróleo da União ”, declarou Tabita.

A executiva explicou que, o mesmo estudo feito no ano passado apontava 2029 como o ano em que a produção da União alcançaria o seu pico, mas a postergação por um ano e o volume menor se devem ao atraso no início da produção de plataformas de alguns campos, bem como pelo adiamento de perfuração de poços programados e pelo aumento de custos nas operações de alguns projetos.

"O mercado tem sofrido com reajustes contratuais na construção e montagem dos FPSOs, elevação das taxas diárias das sondas e aumento geral de custos de investimento nos contratos de subsea (equipamentos para operação submarina) ”, afirmou a líder da PPSA.

RODOVIÁRIO

Valor - SP   06/12/2024

Entidades do setor já vinham preocupadas com a falta de recursos no orçamento do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para 2024

O setor de construção pesada afirma que o recente contingenciamento do orçamento público poderá deixar em aberto o pagamento de R$ 2 bilhões de serviços rodoviários executados, o que gera incerteza para as empresas e um risco de paralisação de obras. Nos últimos meses, entidades do setor já vinham preocupadas com a falta de recursos no orçamento do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para 2024.

No fim de novembro, o órgão chegou a afirmar para as associações, por meio de ofício, que estava em tratativas com o Ministério dos Transportes para a “suplementação e adequações necessárias”. Naquele momento, a perspectiva do departamento era de um limite de desembolso de R$ 1,4 bilhão no mês de novembro e de R$ 976 milhões em dezembro, para o pagamento das obras.

No entanto, no início de dezembro um novo decreto federal trouxe cortes adicionais que impactaram diretamente o Dnit, o que pegou as empresas de surpresa, segundo Danniel Zveiter, presidente da Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias).

“Nunca houve um corte desses. Tiraram todo o limite de dezembro. Isso causa uma hecatombe, porque as empresas estão trabalhando. Vai ter obra que vai parar diante desse cenário de imprevisibilidade dos recebimentos”, afirmou.

Em uma nova carta, enviada na segunda-feira (3) ao Ministério dos Transportes, as entidades de construção afirmam que há “aproximadamente 1 bilhão de reais para liquidação imediata” e que “a previsão de medições para o mês de dezembro deverá atingir o valor aproximado de mais 1 bilhão de reais, totalizando 2 bilhões de medições como saldo devedor”. Zveiter diz que o pagamento às construtoras se dá sempre após a execução e medição dos serviços, então os valores a serem pagos se referem a intervenções já realizadas.

As associações dizem, ainda, que “a falta de suplementação imediata pode trazer o risco de as empresas assumirem consequências incalculáveis e de difícil reparação, como paralisações de obras, perda de serviços executados, prejuízos financeiros relevantes, atrasos nos cronogramas, demissões, entre outros”.

A carta é assinada pela Aneor, pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), pelo Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada) e pela Anetrams (Associação Nacional das Empresas de Engenharia de Consultoria em Infraestrutura, Transporte e Meio Ambiente).

Procurado, o Dnit afirmou, em nota, “que não existem pagamentos atrasados e todos os serviços executados serão medidos dentro dos processos administrativos e dado prosseguimento para os respectivos pagamentos”.

O órgão diz também que “vem atuando junto ao Ministério dos Transportes e ao governo federal para evitar que haja qualquer interrupção na execução das obras em andamento” e que “reafirma seu compromisso com a melhoria da infraestrutura de transportes do país e com a manutenção dos contratos vigentes”.

Investing - SP   06/12/2024

O governo do Mato Grosso do Sul informou nesta quinta-feira que espera que o leilão da chamada Rota da Celulose ocorra no primeiro trimestre de 2025, após adiamento do certame que estava previsto para ocorrer no início deste mês.

O adiamento "foi um movimento natural do próprio mercado, em um cenário que não contribuiu devido taxas de juros bastante elevadas, e toda conjuntura em relação aos aspectos macroeconômicos do país", disse a secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), Eliane Detoni, em comunicado do governo estadual.

A secretária também citou o acúmulo de leilões de infraestrutura rodoviária neste final de ano.

"...assim como a grande oferta com muitos projetos em leilão toda semana, foram quase 5 mil quilômetros de rodovias concessionadas, em investimentos na ordem de 130 bilhões de reais", citou Detoni.

A Rota da Celulose prevê a concessão de trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das federais BR-262 e BR-267, totalizando 870,3 quilômetros pelo período de 30 anos. A rota passa perto das maiores fábricas de celulose do país, incluindo instalações da Suzano (BVMF:SUZB3) e Eldorado Brasil.

Segundo o governo do Mato Grosso do Sul, após o adiamento do certame do dia 6, o próximo passo é fazer "uma nova avaliação do projeto, para entender se ele vai precisar de eventuais ajustes, com o trabalho de consulta e sondagem do mercado, tendo como objetivo colocar à disposição do mercado ainda no primeiro trimestre de 2025".

AGRÍCOLA

Valor - SP   06/12/2024

Brasil já tem uma estratégia de diversificação de seus parceiros comerciais e, em um cenário com mais barreiras impostas pelos EUA, essa tendência poderia se intensificar

Com a vitória de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, há grandes chances de o agronegócio brasileiro sofrer alterações significativas tanto de forma qualitativa quanto de forma quantificativa. Ou seja, essa vitória pode trazer oportunidades e desafios para o agro brasileiro. Tudo depende das políticas que Trump decidir implementar em relação ao comércio internacional e à sustentabilidade ambiental.

Isso se dá principalmente pelo fato de Trump, durante toda a sua campanha eleitoral, ter prometido que lutaria veementemente contra barreiras comerciais que considera “injustas”. Essas possíveis medidas protecionistas de Trump podem engrandecer ainda mais a disputa entre os EUA e o Brasil pela liderança na produção global de produtos, como, por exemplo, o biocombustível.

As promessas do presidente eleito dos EUA incluem também um plano econômico e comercial conhecido como “Trump Reciprocal Trade Act”, que consiste em medidas de reciprocidade para derrubar barreiras comerciais e priorizar os produtores americanos em detrimento de fornecedores estrangeiros.

Já no que tange às propostas de Trump para o setor agropecuário americano, podemos citar o corte de taxas e impostos da cadeia produtiva de alimentos e energia para reduzir a inflação, o encerramento do programa denominado “Green New Deal”, que trata-se basicamente de um acordo que impõe um conjunto de ações para criar um modelo econômico sustentável com menos emissão de gases, bem como a criação de várias políticas agrícolas aos produtos essenciais e melhorias em programas governamentais de preços mínimos e seguro de safra.

A flexibilização dos regulamentos ambientais por Trump pode reduzir custos para o agronegócio brasileiro no curto prazo, mas também intensificar críticas internacionais sobre o desmatamento da Amazônia e a gestão dos recursos naturais. A postura de Trump em minimizar questões ambientais pode ser vantajosa para alguns setores brasileiros, ao mesmo tempo aumentar as tensões diplomáticas entre os grandes países.

Outro ponto de suma importância é que Trump, por sua natureza política, apresenta maior volatilidade da moeda americana em relação ao real, o que afetaria as negociações do agro brasileiro.

Importante relembrar que, no primeiro mandato de Trump, a guerra comercial contra a China favoreceu significativamente as exportações de produtos brasileiros ao país asiático, uma vez que os importadores chineses tiveram que recorrer ao Brasil, em detrimento dos altos custos e barreiras administrativas dos EUA. Como retaliação, a China também impôs tarifas, principalmente a produtos como soja, milho e trigo. No entanto, recomenda-se cautela quanto a reprodução desse fenômeno positivo de 2018, uma vez que o cenário atual é bastante diferente economicamente e politicamente.

Durante sua Presidência, entre os anos de 2017 e 2021, Trump adotou políticas protecionistas, como tarifas sobre produtos importados, especialmente da China e da União Europeia, e uma retórica de “America First” (América em primeiro lugar), que priorizava os interesses econômicos dos estadunidenses.

Porém, no decorrer do primeiro mandato de Trump, as exportações brasileiras do setor agropecuário cresceram a uma média de 20% ao ano, com a China compensando a queda nas exportações dos EUA. Atualmente, o Brasil exporta mais para a China, com receitas anuais de US$ 63 bilhões para o mercado chinês, em comparação com US$ 35 bilhões exportados pelos Estados Unidos.

Por outro lado, é importante frisar que esse possível cenário de guerra comercial também poderá mudar de forma negativa. Basta Trump entabular um novo acordo comercial com a China que envolva a redução de tarifas ou aumento de investimentos em fábricas nos EUA, diminuindo a necessidade de produtos brasileiros, e os chineses diminuírem as importações de commodities.

Entre 2014 e 2023, os EUA, que seguem sendo o segundo destino das exportações brasileiras, compraram cerca de US$ 77 bilhões em produtos agropecuários, sendo que US$ 37 bilhões ocorreram durante o primeiro mandato de Donald Trump. No mesmo período, o Brasil importou apenas US$ 12 bilhões em produtos norte-americanos.

Os produtos exportados pelo Brasil para os EUA são bastante variados, incluindo itens como animais, cacau e seus derivados, café, carne, farinhas e ração animal. Em 2023, as exportações do Brasil para o mercado estadunidense totalizaram US$ 10 bilhões. O café, em particular, foi um dos principais itens, com o Brasil enviando 341 mil toneladas do produto, o que gerou US$ 1 bilhão em receitas. Além disso, o complexo sucroalcooleiro, composto principalmente por açúcar e etanol, exportou cerca de US$ 830 milhões.

O Brasil já tem uma estratégia de diversificação de seus parceiros comerciais e, em um cenário com mais barreiras impostas pelos EUA, essa tendência poderia se intensificar. O país deve reforçar seus laços com outras regiões, como a Ásia, a África e a União Europeia, além de expandir suas relações com o Mercosul e a América Latina.

É certo de que a ampliação do Brics poderia oferecer alguma alternativa para o Brasil em termos de diversificação de parceiros comerciais e proteção contra um ambiente global mais protecionista. O bloco tem se mostrado uma plataforma importante de cooperação econômica e política, com foco no fortalecimento das economias emergentes, redução da dependência de mercados ocidentais e construção de uma ordem econômica mais multipolar. A entrada de países como Irã, Arábia Saudita, ou até mesmo outros países da Ásia e África, aumentaria as exportações para esses novos membros, além do Brasil aproveitar a influência política para fortalecer sua posição internacional.

Dessa forma, o Brasil independente das medidas protecionistas de Trump, provavelmente buscará diversificar suas parcerias comerciais para reduzir sua dependência dos EUA e minimizar os efeitos negativos sobre sua economia.

Tendo em vista que todo esse cenário aqui apresentado ainda é muito incerto, precisaremos esperar para termos a certeza de que lado Trump seguirá em suas práticas políticas. O impacto no agronegócio brasileiro depende muito de como o contexto internacional e as políticas dos EUA se desenrolem durante seu governo. Embora haja potenciais ganhos comerciais, especialmente com a redução de barreiras e tarifas, os riscos relacionados ao protecionismo, à instabilidade econômica e às questões ambientais são fatores que podem afetar, no longo prazo, o agronegócio brasileiro.

Rafael Ujvari é especialista em Direito Tributário e Compliance Fiscal do escritório Briganti Advogados.

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