Exame - SP 08/10/2024
A Gerdau (GGBR4), maior empresa brasileira produtora de aço, segue “incansável por cada centavo.” Foi assim que Gustavo Werneck, CEO da siderúrgica, comentou os desafios da companhia no curto prazo, durante o Investor Day na semana passada. “Não há balas de prata para mudar a sorte do setor no curto prazo, mas continuaremos nossa busca incansável por cada centavo.”
As afirmações do executivo foram bem avaliadas pelos analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), que destacaram o progresso do programa de corte de custos da Gerdau na unidade brasileira. O objetivo é alcançar uma economia de R$ 1 bilhão por ano, meta que já está bem encaminhada.
Projeção de margens EBITDA e desafios nos EUA
O BTG Pactual prevê que as margens EBITDA da Gerdau atinjam 15% já neste trimestre. Embora nos Estados Unidos haja uma desaceleração, com margens previstas abaixo de 20%, a administração da Gerdau mantém uma visão otimista. Eles acreditam em um cenário positivo para a demanda e tarifas, independentemente das eleições americanas.
“Acreditamos que a ação ainda não reflete totalmente a sua exposição ao mercado norte-americano", destacaram os analistas. Enquanto seus pares negociam a índices de 6-8x EBITDA, a Gerdau negocia a apenas 4x. O BTG mantém a Gerdau como sua principal escolha no setor de Mineração & Siderurgia, com expectativa de retorno de caixa entre 9-10% até o final do ano.
Investimentos e expansão no Brasil e EUA
O programa de recompra de ações da Gerdau também foi destacado. A empresa já executou 27% do plano, o que representa cerca de 1% de seu valor de mercado. Quanto ao capex, a Gerdau afirmou que os gastos para crescimento devem ser reduzidos em R$ 500 milhões, com foco em projetos florestais e competitividade. O investimento chave, de R$ 3,2 bilhões em minério de ferro, está avançando, enquanto, nos EUA, a expansão da capacidade de Midlothian pode adicionar R$ 500 milhões em EBITDA.
Por fim, o BTG ressalta que o ambiente operacional no Brasil está mostrando sinais de melhoria significativa, com um aumento de 8% no consumo de aço. A Gerdau também está preocupada com as importações, cuja penetração no mercado chegou a 18%, muito acima dos níveis desejados de 8-10%. Mesmo assim, a companhia espera recuperar as margens no Brasil, projetando um EBITDA de 15% nos próximos meses.
“Vemos a ação sendo negociada abaixo de 4x o EBITDA para 2025, com um yield de geração de caixa próximo de 9-10%”.
O Estado de S.Paulo - SP 08/10/2024
A mediana do relatório Focus, do Banco Central (BC), para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 oscilou de 4,37% para 4,38%, ainda próxima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 4,30%. Nos últimos cinco dias úteis, 43 instituições revisaram as estimativas de IPCA de 2024 e, nessa base, a mediana passou de 4,36% para 4,40%.
A mediana para o IPCA de 2025 se manteve em 3,97%, de 3,92% um mês antes. Considerando apenas as 43 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,86% para 3,92%.
As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta. Para 2026, seguiu em 3,60%, mesmo patamar de um mês antes. Para 2027, seguiu em 3,50% pela 66ª semana consecutiva.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante e espera que a inflação atinja 3,5% no período, considerando o cenário de referência, com a trajetória de Selic embutida no Focus e dólar a R$ 5,60, evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).
Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.
Alta do PIB de 2025
O mercado manteve a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 em 3%. Há um mês, a expectativa era de avanço de 2,68%. Considerando as 28 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 3% para 3,03%.
A mediana para a alta do PIB de 2025, por sua vez, passou de 1,92% para 1,93%. Quatro semanas antes, estava em 1,90%. Considerando só as 21 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,93% para 1,91%.
Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 61 e 63 semanas, respectivamente.
O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro ampliou a projeção do BC para o crescimento do PIB deste ano de 2,3% para 3,2%.
Taxa de juros
A mediana para a taxa Selic no fim de 2024 seguiu em 11,75%, consolidando a expectativa do mercado para o atual ciclo de aperto nos juros, com duas altas de 0,50 ponto porcentual nas duas próximas reuniões do colegiado, em novembro e dezembro. Há um mês, a projeção era de 11,25%. A estimativa intermediária para a taxa no fim de 2025 seguiu em 10,75%, de 10,25% um mês antes.
Considerando apenas as 39 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do Focus para a Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75%. A estimativa intermediária para o fim de 2025 passou de 11% para 10,75%, considerando apenas as 39 estimativas atualizadas no período.
A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, como está há seis semanas. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9,0%, como já está há 20 semanas.
Dólar
A mediana do relatório Focus para o dólar no fim de 2024 permaneceu em R$ 5,40, contra R$ 5,35 um mês antes. A projeção para 2025 passou de R$ 5,35 para R$ 5,39, de R$ 5,30 quatro semanas atrás.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IstoÉ Dinheiro - SP 08/10/2024
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,02 bilhão na primeira semana de outubro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 7,, o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,569 bilhões e importações de US$ 4,549 bilhões. No ano, o superávit acumulado é de US$ 60,139 bilhões.
Até a primeira semana de outubro, a média diária das exportações registrou baixa de 1,5% em relação à média diária do mesmo mês de 2023. O resultado se deu devido a queda de US$ 82,96 milhões (-27,1%) em agropecuária, crescimento de US$ 32,79 milhões (9,2%) em indústria extrativa e alta de US$ 23,84 milhões (3,2%) em produtos da indústria de transformação.
Já as importações tiveram crescimento de 16,5% na mesma comparação, com avanço de US$ 1,89 milhão (11,3%) em agropecuária, recuo de US$ 12,11 milhões (-14,9%) em indústria extrativa e alta de US$ 177 milhões (20,3%) em produtos da indústria de transformação.
Monitor Digital - RJ 08/10/2024
Mohan, uma pequena vila na parte mais ao sul da Província de Yunnan, no sudoeste da China, atingiu um marco comercial no mês passado, com mais de 10 milhões de toneladas de carga, incluindo frutas frescas, café, condicionadores de ar e veículos de nova energia, transportadas na Ferrovia China-Laos nos últimos três anos.
A história de Mohan é um exemplo revelador da abertura de alto nível inabalável da China. Desde a fundação da República Popular da China, há 75 anos, a China alcançou um grande desenvolvimento na abertura mais ampla para o mundo.
Confiante de que a abertura é o caminho certo, a China vem implementando estratégias proativas, incluindo estimular o crescimento do comércio, atrair investimentos estrangeiros e expandir a abertura institucional, para acelerar o cultivo de novas vantagens competitivas internacionais e alcançar benefícios mútuos com outros países.
REFORÇANDO COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO
Em 1950, o comércio exterior de mercadorias da China era de apenas US$ 1,1 bilhão, representando 0,9% do total mundial. Em 2023, o comércio total de mercadorias da China atingiu US$ 5,9 trilhões, representando 12,4% da participação global, e tem ficado consistentemente em primeiro lugar no mundo por sete anos consecutivos.
O comércio de serviços também passou por uma tremenda expansão. Quando a República Popular da China foi fundada, o comércio de serviços do país era quase zero. Já em 2023, o volume total de importação e exportação do comércio de serviços da China atingiu US$ 933,1 bilhões, ocupando o quarto lugar no mundo.
O país está expandindo ativamente as importações para compartilhar oportunidades de mercado com o resto do mundo. Em 2023, as fontes de importação da China cobriram mais de 200 países e regiões. A Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, na sigla em inglês), a primeira exposição temática de importação em nível nacional do mundo, foi realizada por seis anos consecutivos.
“A China deve continuar a oferecer novas oportunidades cultivadas em seu vasto mercado para outros países através da realização de feiras internacionais como a CIIE, a Exposição Internacional de Produtos de Consumo da China e a Exposição Global de Comércio Digital”, disse Ma Xiangdong, professor da Escola do Partido Comunista da China do Comitê Municipal de Beijing.
Esforços contínuos foram feitos para reduzir as tarifas. O nível tarifário geral da China foi reduzido para 7,3%, aproximando-se do nível médio dos países desenvolvidos. O país anunciou recentemente uma medida para dar a todos os países menos desenvolvidos que têm relações diplomáticas com a China tratamento tarifário zero para 100% das linhas tarifárias a partir de 1º de dezembro deste ano.
A China construiu 22 zonas piloto de livre comércio, cobrindo áreas costeiras, interiores e fronteiriças, contribuindo com cerca de 20% do volume total de investimento estrangeiro e importação e exportação do país.
O país também continua expandindo seu “círculo de amigos” no mundo. Até o final de 2023, a China assinou 22 acordos de livre comércio com 29 países e regiões e assinou mais de 200 documentos de cooperação do Cinturão e Rota com mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais.
Em 2023, o investimento estrangeiro direto da China, em uso real, atingiu US$ 163,3 bilhões, um aumento de 176 vezes em comparação com US$ 920 milhões em 1983, mantendo sua posição de liderança mundial em termos de escala por vários anos consecutivos.
IMPULSIONANDO ABERTURA INSTITUCIONAL
A China tem expandido inabalavelmente a abertura institucional nas últimas décadas para realizar um desenvolvimento de alta qualidade e oferecer ao mundo um novo impulso e oportunidades de crescimento, implementando várias políticas.
No último movimento desse tipo, a China anunciou em setembro que permitiria o estabelecimento de hospitais totalmente estrangeiros em certas cidades e regiões, incluindo Beijing, Tianjin, Shanghai, Nanjing, Suzhou, Fuzhou, Guangzhou, Shenzhen e em toda a ilha de Hainan.
No mesmo mês, o país divulgou a versão 2024 da lista negativa para acesso ao investimento estrangeiro, reduzindo o número de restrições de 31 para 29 e alcançando zero restrições ao setor manufatureiro.
Isso demonstra plenamente a disposição ativa da China de expandir os benefícios mútuos e uma atitude clara em relação ao apoio à globalização econômica, disse Jin Xiandong, funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, acrescentando que mais esforços serão feitos para melhorar o nível de liberalização e facilitação do investimento estrangeiro e otimizar o serviço para empresas com investimento estrangeiro.
Em sua terceira plenária, o 20º Comitê Central do Partido Comunista da China renovou o compromisso do país com a política básica do Estado de abertura ao mundo exterior e promoção contínua da reforma por meio da abertura.
“Aproveitando os pontos fortes do enorme mercado da China, aumentaremos nossa capacidade de abertura enquanto expandimos a cooperação internacional e desenvolvemos novas instituições para uma economia aberta de alto padrão”, diz uma decisão adotada no plenário.
Abrir-se para o mundo exterior não é apenas uma questão de “abrir a porta”, mas, mais importante, alinhar-se ativamente com as regulamentações econômicas e comerciais internacionais, bem como outras regras de alto padrão, disse Zhang Bin, vice-diretor do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Zhang sublinhou a necessidade de aumentar a sinergia entre os mercados doméstico e internacional, bem como recursos para cultivar e consolidar constantemente novas vantagens na cooperação e concorrência econômicas internacionais.
O Estado de S.Paulo - SP 08/10/2024
Com 102,5 milhões de pessoas trabalhando, a população ocupada bateu recorde no trimestre de junho a agosto e aumentou 2,9% em um ano. Com resultado geral também positivo, a produção industrial cresceu 0,1% em agosto, avançou 2,4% em um ano e superou por 1,5% o patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Mas ainda ficou 15,4% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011 e, além disso, 18 dos 25 ramos cobertos pela pesquisa tiveram resultado mensal negativo. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A economia tem crescido, e o desemprego de 6,6% ficou 0,5 ponto abaixo do registrado no período de março a maio. Esse foi o menor nível estimado para um trimestre móvel encerrado em agosto na série iniciada em 2012. O aumento da ocupação anotado na última pesquisa foi impulsionado principalmente pelo comércio, com aumento de 1,9%, ou mais 368 mil trabalhadores em atividade.
O comércio e outros segmentos de serviços continuam sendo as principais fontes de emprego. A indústria ainda se destaca pela qualidade dos empregos e pelo nível de remuneração, mas o setor, apesar de algum avanço recente, mantém o desempenho oscilante observado na maior parte do último quarto de século. Para ficar só no período mais recente: em seis dos dez anos contados entre 2014 e 2023, a produção geral industrial diminuiu. O balanço do setor de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos, foi pior que o do conjunto, com recuo em sete anos.
O desempenho do setor de bens de capital é explicável principalmente pelo baixo investimento em ampliação e modernização da capacidade produtiva. Setor privado e governo têm investido muito menos que o necessário no sistema empresarial de produção e também nos vários segmentos da infraestrutura, como rodovias, ferrovias, serviços de água e saneamento, instalações educacionais, centrais elétricas e redes de energia. A aplicação nesses bens e serviços públicos e privados, frequentemente inferior a 18% do Produto Interno Bruto (PIB), tem sido proporcionalmente menor que a registrada em muitas outras economias emergentes.
Juros altos e insegurança econômica são as principais explicações do baixo valor investido pelo setor privado. Internamente, o investimento empresarial tem sido pouco estimulado pelas condições objetivas da economia. Essas condições, também pouco atraentes para o capital externo, talvez comecem a mudar com a melhora da avaliação do País pelas agências de classificação de risco.
Mas a melhora da imagem poderá depender também das perspectivas das contas públicas, por enquanto marcadas por muita insegurança. A alteração desse quadro dependerá principalmente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, isto é, de sua disposição, visível e convincente, de conter gastos e buscar o equilíbrio fiscal. Ele terá de se esforçar mais do que até agora para transmitir essa imagem. Se aceitar esse esforço, contrariando seu partido e parte de seu ministério, poderá mobilizar capitais, estimular investimentos e favorecer uma expansão econômica mais segura.
Money Times - SP 08/10/2024
A taxa básica de juros voltou a subir na última reunião do Copom, de setembro, em um início de ciclo que poderá ter, pelo menos, mais três aumentos, com uma taxa terminal em torno de 12%.
Tudo isso porque as expectativas pioraram em meio à economia aquecida, mercado de trabalho forte e um fiscal do governo que ainda gera desconfiança.
Não bastasse tudo isso, um fator poderá entrar nessa conta: a seca. O Brasil vive a maior estiagem já vista na sua história recente, segundo órgão de monitoramento do governo federal.
A falta da chuva já chegou nas tarifas de energia, com a agência do setor elétrico, a Aneel, elevando a bandeira para vermelha 2, o patamar mais alto.
Em evento na Bloomberg Linea, Cassiana Fernandez, head de pesquisa econômica para a América Latina do JPMorgan, disse que a seca já começa a afetar os preços.
“O Banco Central tem que ficar muito cauteloso com os efeitos da segunda onda de inflação”, discorre.
Os economistas consultados pelo Banco Central elevaram as projeções para a inflação deste ano de 4,37% para 4,38%, segundo o Boletim Focus da última segunda-feira (7).
China é outra preocupação
Já David Beker, do Bank of America e que também participou do evento, diz que havia esperança de que uma China mais fraca derrubasse as projeções de inflação.
Porém, nas últimas semanas, o país lançou pacote de estímulos para reanimar a economia, o que pode ser mais um ponto de atenção.
“Hoje, eu diria que estamos um pouco mais preocupado, que, basicamente, os estímulos estão acontecendo e, ultimamente, os preços commodities não vão cair tanto ou não vão cair mais além do que a gente já viu”, diz.
Outro ponto de desinflação, os preços do petróleo, também voltaram a disparar com a tensão entre Israel e Irã, que junto com a alta do dólar, irá fazer com que uma queda dos combustíveis, que chegou a ser especulada, vá por água abaixo.
Selic a um dígito é devaneio?
Segundo Leonardo Porto, economista-chefe do Citi, ter uma Selic em dois dígitos vai ser muito mais uma norma do que uma exceção. No começo do ano, alguns economistas chegaram a projetar uma taxa de juros de um dígito, porém tudo mudou com os dados recentes.
“O Brasil não foi capaz de colocar a taxa Selic em um dígito depois da recessão de 2008. Então, a gente nunca tinha visto a Selic em um dígito. Quando eu vejo as condições domésticas e externas hoje, eu acho que a gente está muito mais parecido com pré-2008 do que com 2008, discorre.
Porto recorda que os juros globais estão mais altos, enquanto o Brasil viu a sua dívida pública piorar.
“A dívida era cadente (que apresenta ou aparenta uma trajetória de queda). Hoje, temos uma dívida de 78% próxima e ascendente no tempo, porque a gente gera déficit primário. Então o risco fiscal é muito mais alto do que era pré-2008, recorda.
IstoÉ Dinheiro - SP 08/10/2024
A alta do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou mais do que o esperado em setembro, devido ao avanço dos preços de commodities aos produtores e dos preços aos consumidores em vários itens, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 7.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência. O índice subiu 1,03% em setembro, depois de avanço de 0,12% no mês anterior, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,80%. O resultado levou o índice a subir 4,83% em 12 meses.
“Commodities de peso no índice de preços ao produtor, como soja, bovinos, leite e laranja, registraram alta expressiva entre agosto e setembro, colocando os produtos agrícolas como os principais responsáveis pela aceleração da inflação ao produtor”, disse André Braz, coordenador dos índices de preços.
Matérias-primas brutas são destaque no mês
No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do indicador geral, acelerou para uma alta de 1,20% em setembro, após subir 0,11% no mês anterior.
No IPA, a alta nas Matérias-Primas Brutas foi o maior destaque de setembro, avançando 2,19% no mês, ante queda de 0,47% em agosto, sendo que as principais contribuições para esse movimento foram dos itens soja em grão (-2,03% para 6,51%), leite in natura (0,65% para 5,37%) e bovinos (2,75% para 5,87%).
Braz ainda destacou o resultado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) — que responde por 30% do IGP-DI — como um fator para o índice geral. O IPC teve alta de 0,63% em setembro, após recuar 0,16% em agosto.
Seis das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Habitação (-0,40% para 1,72%), Alimentação (-1,03% para 0,04%), Educação, Leitura e Recreação (-0,60% para 1,51%), Despesas Diversas (0,45% para 1,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,14% para 0,37%) e Comunicação (0,16% para 0,31%).
O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, teve alta de 0,58% em setembro, de 0,70% antes.
Exame - SP 08/10/2024
O total de empresas do Brasil que exportam para os Estados Unidos bateu um recorde histórico. Em 2023, 9.533 companhias nacionais venderam produtos ao país norte-americano, e a maioria deles são itens de maior tecnologia.
Os dados foram obtidos por um estudo do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio e Serviços) e pela Amcham Brasil, que será apresentado em um evento nesta terça, 8, e foi antecipado à EXAME.
O levantamento mostrou ainda que as empresas que exportam aos EUA pagam melhores salários aos funcionários e empregam mais mulheres, na comparação com companhias que vendem a outros países.
"Nunca na história tantas empresas exportaram para um único destino quanto exportaram no ano passado para os Estados Unidos", diz Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC. "Isso é algo que interessa porque ampliar a base exportadora do Brasil é um objetivo do governo federal", prossegue.
Em 2000, havia 4.664 empresas brasileiras exportando aos EUA. Em 2005, este número atingiu 8.023, mas houve queda nos anos seguintes, em parte por causa da crise financeira americana. A retomava veio a partir de 2013 e ganhou mais força nos últimos cinco anos, com crescimento contínuo desde 2018, até chegar aos atuais 9.953.
Como comparação, 11.253 empresas brasileiras exportam para países do Mercosul, 8.498 para a União Europeia e 2.847 vendem para a China.
200 anos de relações
Neste ano, Brasil e EUA completam 200 anos de relações bilaterais. Em 2009, os Estados Unidos perderam o posto de maior importador de produtos brasileiros para a China, mas permanece como o maior comprador de produtos industrializados brasileiros e é o segundo maior parceiro comercial do país.
Em 2023, os Estados Unidos compraram US$ 29,9 bilhões em produtos manufaturados brasileiros, como aeronaves, aço, máquinas para construção e mineração, motores e geradores. Além disso, o país exporta muito café em grão e suco de laranja aos EUA.
"Os produtos cujas exportações brasileiras para os Estados Unidos mais cresceram de janeiro a agosto desse ano são café, celulose e carne, mas também aeronaves e máquinas de energia elétrica. Nos chama a atenção o crescimento em universos de produtos que são muito diferentes", diz Prazeres.
Abraão Neto, CEO da Amcham Brasil, aponta que, além do aumento de negócios com produtos manufaturados, há um momento promissor no setor de serviços e de investimentos americanos no Brasil.
"Temos percebido uma movimentação bastante promissora nos investimentos bilaterais. Percebemos fortes evidências de um novo ciclo de investimentos americanos no Brasil, em áreas como energia, sustentabilidade e tecnologia", diz Neto.
O estudo aponta ainda que empresas brasileiras que exportam aos Estados Unidos geram 3,2 milhões de empregos no Brasil, número 22,5% maior em relação a 2008. A remuneração média nestas empresas é de R$ 4.588 mensais, número 16,2% maior do que na comparação com a China.
O Estado de S.Paulo - SP 08/10/2024
A indústria automotiva produziu 230 mil veículos em setembro, volume que supera em 10,1% o número do mesmo mês do ano passado. Também representa a maior produção do setor para o mês dos últimos cinco anos. Frente a agosto, porém, houve queda de 11,4% na produção de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, conforme balanço divulgado nesta segunda-feira, 7, pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras.
No acumulado desde o início do ano, a produção teve crescimento de 7%, com 1,87 milhão de veículos montados nos nove primeiros meses de 2024. Só no mês passado, as vendas de veículos subiram 19,5% no comparativo interanual, somando 236,3 mil unidades, o maior volume para setembro em dez anos.
Frente a agosto, as vendas ficaram praticamente no mesmo nível, com leve queda de 0,4%. A variação negativa, contudo, é explicada pelo calendário com um dia a menos de venda em setembro. Na média diária, o ritmo de vendas de setembro foi o melhor do ano, passando pela primeira vez, em 2024, de 11 mil veículos por dia útil.
Um total de 1,86 milhão de veículos já foi vendido neste ano, o que representa um crescimento de 14,1% na comparação com os nove primeiros meses de 2023. O desempenho reflete a melhora nas condições de crédito, na esteira da queda dos juros praticados nos financiamentos de veículos, somada ao mercado de trabalho aquecido e crescimento da renda. A demanda firme das locadoras de automóveis, que estão renovando suas frotas, também explica o resultado positivo.
As exportações do mês passado, que somaram 41,6 mil veículos, subiram 51,7% quando comparadas aos embarques do mesmo período de 2023. Frente a agosto, as vendas de veículos ao exterior marcaram crescimento de 8,9%. Com isso, as exportações das montadoras passam a mostrar queda de 12% no acumulado desde janeiro, somando em nove meses 284,2 mil veículos.
O balanço da Anfavea mostra ainda que 600 vagas de trabalho foram abertas nas fábricas de veículos durante o mês passado. O setor agora emprega 106,4 mil pessoas.
Investing - SP 08/10/2024
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, declarou nesta 2ª feira (7.out.2024) que a indústria automotiva brasileira enfrenta um aumento no custo de frete de peças por causa do volume de importações chinesas que inundam os portos do país.
Em conversa com jornalistas, Leite afirmou que as fabricantes instaladas no Brasil tem se voltado para o frete aéreo –mais caro do que o marítimo– para trazer peças ao Brasil pois os navios que chegam ao país estão ocupados com veículos da China, principalmente híbridos e elétricos.
“Estamos vendo um aumento grande do número de fretes aéreos para que os fabricantes consigam trazer os seus insumos, peças, itens, tecnologias para fabricarem no Brasil, não tendo condição de usar o transporte marítimo como vinham utilizando antigamente, porque hoje os portos e os navios estão com um volume muito grande devido a essas importações”, disse.
Segundo os dados mais recentes da Anfavea, 82.658 veículos produzidos na China foram vendidos no Brasil de janeiro a setembro deste ano. Esse volume representa um aumento de 290% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Como mostrou o Poder360, a Anfavea se preocupa com o estoque de veículos chineses que já estão no país. De acordo com a entidade, cerca de 86.200 carros chineses estão ocupando pátios no Brasil, o equivalente a toda absorção do mercado interno do país nos últimos 9 meses.
Diante desse cenário, a Anfavea tem pressionado o governo a impor restrições contra as importações chinesas. A avaliação da entidade é que o aumento do imposto de importação iniciado este ano não foi o suficiente para impedir os efeitos das importações nas fábricas nacionais.
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ENCONTRO COM LULA
O presidente da Anfavea disse que vai se reunir com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 3ª feira (8.out) para tratar do mercado automotivo do país. Também vão participar alguns CEOs das montadoras com fábricas instaladas no país.
O Poder360 confirmou a agenda com o Planalto, que está marcada para as 15h, depois da cerimônia de sanção do Combustível do Futuro. É esperado que as montadoras peçam medidas mais rígidas ao presidente para frear as importações chinesas.
Automotive Business - SP 08/10/2024
Os veículos elétricos chineses estocados nos pátios de alguns portos do país continuam gerando polêmica. Na segunda-feira, 7, a Anfavea, a associação que representa as montadoras no Brasil, informou que esse estoque tem impactado a importação de componentes para as linhas de produção locais.
Segundo cálculos da entidade, as cerca de 86,2 mil unidades de veículos elétricos importados estão saturando o sistema logístico do país, a ponto de limitar as opções de transporte marítimo para a importação de peças. A alternativa que resta é o frete aéreo, significativamente mais caro.
"Produzir veículos ficou mais caro", afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, acrescentando mais um desafio às montadoras, relacionado ao estoque de veículos importados da China. Inicialmente, o problema era o volume, considerado prejudicial à produção nacional, e agora a questão logística.
A entidade não esclareceu completamente a relação entre pátios cheios e a necessidade de frete aéreo por parte das montadoras. Afinal, se há um gargalo logístico, ele provavelmente está mais relacionado a um déficit de infraestrutura portuária do que ao tipo de produto armazenado nas áreas de escoamento.
De qualquer forma, as montadoras, representadas pela Anfavea, vêm demonstrando há algum tempo certo desconforto com a quantidade de veículos elétricos importados pelas marcas chinesas. Somar o fator logístico à lista de impactos negativos dessas importações apenas intensifica a pressão sobre o tema.
Isso oferece às fabricantes mais um argumento nas discussões em Brasília (DF) sobre o aumento da tributação para a importação desses veículos. O aumento gradual de impostos, acordado anteriormente com o governo, já deixou de ser visto como uma solução eficaz. Atualmente, o pleito das montadoras é a antecipação da alíquota máxima o quanto antes.
Embora a questão dos pátios cheios tenha sido apresentada como um problema preocupante, a Anfavea acredita que esse alegado gargalo não será suficiente para interromper a produção de suas associadas. No entanto, a entidade deixou claro que produzir no Brasil ficou mais caro por causa dessa situação.
O estoque de veículos chineses armazenado em diversos portos e galpões provocou uma série de mudanças no esquema logístico das concessionárias, conforme relatado por Automotive Business em setembro.
Navio da BYD mudou a rotina das concessionárias
Desde que o navio Explorer #1, de propriedade da montadora BYD, atracou no Porto de Suape, em Pernambuco, os distribuidores de veículos alteraram sua rotina. A falta de espaço físico para armazenar os modelos importados levou as empresas a contratar parceiros logísticos.
Além desse custo adicional gerado pelas importações, há também um certo clima de apreensão entre os concessionários quanto à possibilidade de uma guerra de preços, caso as marcas chinesas realizem promoções de queima de estoque.
Um interlocutor do setor de distribuição contou à reportagem que uma queda agressiva nos preços desses veículos estocados poderia causar um impacto no mercado, afetando as vendas de modelos produzidos localmente. A lógica é simples: se o preço do elétrico cai, o preço de seu concorrente com motor de combustão também tende a cair.
Ainda não se sabe até que ponto uma eventual guerra de preços afetaria a operação das montadoras locais, com possíveis medidas de redução de margens de lucro para garantir participação de mercado frente às rivais.
No entanto, é inegável que há um certo clima de tensão na indústria. O cenário atual pode se tornar ainda mais dramático caso as marcas chinesas decidam antecipar remessas ao país antes do aumento da alíquota do imposto de importação, previsto para janeiro.
Globo Online - RJ 08/10/2024
As exportações de veículos automotores cresceram 51,7% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, mostram dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Além disso, as vendas de veículos subiram 19,5% no período, somando 236,3 mil unidades. Os dados indicam a maior média diária de emplacamentos para os últimos cinco anos.
Até o momento, foram vendidos 1,86 milhão de veículos no ano, um aumento de 14,1% frente aos nove primeiros meses de 2023. Houve também aumento de 10,1% na produção nacional, com 230 mil unidades produzidas em setembro. No acumulado do ano, o avanço é de 7%, totalizando 1,87 milhão de veículos.
O presidente da Anfavea, Márcio Leite, disse que os resultados de setembro foram impulsionados pela conjuntura econômica, sobretudo diante de taxas de juros e desemprego mais baixos, o que — junto à demanda nacional por uma frota renovada — tem ajudado na retomada do setor.
— Falando de emplacamentos, a conjuntura econômica e a taxa de juros contribuíram bem. A gente vê o Brasil com baixos níveis de desemprego, isso tem ajudado bastante nessa retomada. Há uma demanda reprimida, pela frota bastante envelhecida. Todos esses fatores estão fazendo com que o mercado volte próximo da normalidade. E a produção cresceu por esse mercado (interno), mais as exportações.
Apesar desses dados, o aumento dos custos têm pesado para os fabricantes. Segundo Leite, as montadoras têm recorrido ao transporte aéreo para importar insumos devido à superlotação nos portos, que vem encarecendo a produção.
— O transporte aéreo, que é muito mais caro que o transporte marítimo, tem impactado a produção dos fabricantes de veículos. Todos os fabricantes têm sofrido muito para trazer itens importados, que são utilizados na produção, para atender à demanda do consumidor.
Leite também mencionou que a capacidade dos portos vem sendo discutida com autoridades e que a Anfavea tem uma reunião agendada com o presidente Lula amanhã, durante a tarde, mas não revelou o tema da conversa. As montadoras associadas à entidade devem estar presentes no encontro.
Ele disse que o país tem estoque de veículos em volume equivalente às vendas anuais, sendo a maioria desses automóveis importados da China. O presidente da Anfavea disse que não se sabe se essas unidades devem ser vendidas ao mercado interno ou exportadas para outros países, com o país funcionando como uma espécie de hub.
CNN Brasil - SP 08/10/2024
O forte desempenho das vendas de veículos novos em setembro, se mantido até o final do ano, pode levar o setor a ter um resultado acima do projetado para 2024, afirmou o presidente da associação de montadoras, Anfavea, nesta segunda-feira (7).
As vendas de veículos novos em setembro foram equivalentes a uma média diária de 11,3 mil unidade, quase 14% sobre o registrado um ano antes e 4,3% acima do registrado em agosto, segundo dados apresentados pela Anfavea.
As médias diárias de outubro e novembro do ano passado foram de 10,4 mil e 10,6 mil unidades e dezembro registrou pico de 12,4 mil.
“O que aconteceu em setembro foi um crescimento considerável na média diária e isso pode mudar as projeções, afirmou o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, em apresentação a jornalistas sobre o desempenho do setor em setembro.
“Se isso for mantido em outubro, novembro e dezembro, vamos encerrar o ano com 2,6 milhões, 2,65 milhões de unidades”, acrescentou, referindo-se aos emplacamentos. A previsão atual da entidade é de um crescimento de vendas de veículos novos este ano de 10,9%, a 2,56 milhões de unidades. “Tem chance de superar a projeção”, afirmou.
Segundo Lima, apesar de no total as vendas de setembro terem sido 0,4% menores que em agosto, que tem um número de dias úteis maior que o mês passado, o movimento nos licenciamentos “foi muito bom”.
As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em setembro somaram 236,3 mil unidades, melhor desempenho para o mês desde a pandemia. A produção caiu 11,4%, para 230 mil unidades, com o setor ainda se dizendo pressionado pelas importações de veículos e defendendo um retorno imediato da tarifa de 35% sobre importados.
Leite mostrou fotos de pátios de portos abarrotados de carros que teriam sido importados, em sua maioria, da China, e afirmou que a situação tem causado aumento de custos de produção para o setor, uma vez que as cadeias logísticas estão tomadas e a indústria tem sido obrigada a trazer componentes por transporte aéreo.
O executivo não deu detalhes sobre o alegado aumento de custos do setor que estaria sendo gerado pelas importações de veículos, mas afirmou que a entidade deverá ter os dados prontos no próximo mês.
Os estoques de veículos em concessionárias e pátios de montadoras ficou praticamente estável ante agosto, a 266 mil unidades, mas o presidente da Anfavea afirmou que o número não inclui cerca de 80 mil veículos importados que ainda não foram nacionalizados.
InfraRoi - SP 08/10/2024
A Komatsu desenvolveu, junto da Hensley, uma nova geração de Ferramentas de Penetração de Solo (FPS) para escavadeiras e carregadeiras chamada de Kprime. A eficiência nas operações de escavação e carregamento foi aprimorada graças a uma melhor penetração da ponta, cerca de 15% maior, segundo a fabricante. A massa utilizável do material de desgaste também aumentou entre 10% e 15%, o que proporciona maior durabilidade.
O novo sistema também incorpora um mecanismo de travamento intuitivo e um pino de baixo torque, facilitando trocas rápidas e seguras das pontas, bem como possibilitando que os pinos de fixação sejam reutilizados diversas vezes, mesmo com a reposição dos dentes. O projeto foi otimizado também para reduzir o desgaste dos adaptadores e melhorar a estabilidade, graças a um encaixe aperfeiçoado entre a ponta e o adaptador.
Ferramentas de Penetração do Solo (FPS) da Komatsu.
A Komatsu diz que uma inovação que foi bem recebida por equipes de manutenção é a inclusão de indicadores de desgaste no capacete e pino da ponta. Isso permite um monitoramento mais preciso do desgaste, auxiliando no planejamento de manutenção e substituição dos componentes.
Essas melhorias não apenas aumentam a vida útil dos componentes, mas também contribuem para a redução do consumo de combustível e aumento da produtividade geral dos equipamentos. Ao realizar corretamente o rodízio dos dentes, uma boa prática de manutenção nesse mercado, os dentes tendem a se autoafiarem, permitindo que as máquinas trabalhem de forma mais eficiente, reduzindo o esforço necessário para penetrar o solo.
Atenção a outros materiais de desgaste em escavadeiras além do FPS
Além das FPS, é importante considerar outros componentes sujeitos a desgaste em uma escavadeira ou carregadira, como o material rodante. A escolha adequada desses itens, levando em conta as condições específicas de cada operação, pode ter um impacto significativo na performance e nos custos operacionais a longo prazo.
Adicionalmente, o cuidado com o material rodante quanto à operação (escolha adequada da velocidade de deslocamento, por exemplo) e na manutenção (limpeza adequada e tensionamento corretos) impactam diretamente na durabilidade desses componentes, o que afeta o custo do ciclo de vida do equipamento.
A Komatsu recomenda que os operadores trabalhem em estreita colaboração com os distribuidores para selecionar adequadamente os componentes mais adequados às suas necessidades específicas, acompanhando os desgastes para ter previsibilidade de substituição e serviços.
Infomoney - SP 08/10/2024
A incorporadora Moura Dubeux (MDNE3) teve 1 bilhão de reais em vendas no terceiro trimestre deste ano, conforme prévia operacional divulgada nesta segunda-feira, um recorde para a companhia que atua no Nordeste.
O volume de vendas e adesões líquidas de julho a setembro foi 146% maior do que o apurado no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até setembro, as vendas somaram 1,87 bilhão de reais, alta de 72% ano a ano.
O salto no volume consolidado, segundo o presidente-executivo da empresa, Diego Villar, se justifica devido a um lançamento “premium” na região de Salvador, que respondeu por cerca de 70% das adesões no período.
Em lançamentos, a incorporadora de alto padrão mais que triplicou seu valor geral de vendas (VGV) para 1,1 bilhão de reais, contra 320 milhões de reais no terceiro trimestre do ano passado. A companhia lançou quatro empreendimentos de julho a setembro, contra três no mesmo período de 2023.
Para o executivo, a combinação de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, baixo desemprego, geração de renda e uma política monetária indicando intolerância com a inflação apoiou a demanda.
Mas, em um mercado sensível ao movimento dos juros, Villar afirmou que acompanha a recente alta da Selic “com cautela”.
“Entre a opção de você viver num ambiente de inflação ou num ambiente de curto prazo de controle de inflação através da elevação da taxa de juros, nós preferimos isso, e a gente entende isso como necessário”, disse ele à Reuters.
Nos primeiros nove meses deste ano, a incorporadora somou um valor lançado de 2,08 bilhões de reais, 79% acima do apurado no mesmo período do ano anterior, e próximo dos 2,2 bilhões para o ano esperados pelo executivo em abril deste ano.
“Deverá superar um pouco, nada significativo. Ou seja, não vai ser 20% maior do que esse número. Dez por cento tem chance grande de ser”, afirmou Villar sobre a expectativa para o VGV lançado, reforçando que a companhia não dá “guidance” e que seu foco está em rentabilidade, não tamanho.
A MD possui operações no Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Portos e Navios - SP 08/10/2024
A VLI, empresa de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais, tem se destacado por suas iniciativas voltadas à sustentabilidade, especialmente no que diz respeito à eficiência energética. No último Relatório de Sustentabilidade, a companhia apresentou um aumento de 35% no aproveitamento de combustível entre 2012 e 2023, resultado de investimentos em inovação e na gestão de ativos (sustaining). Com mais de 90% das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) derivadas do uso de diesel em suas locomotivas, a empresa intensificou suas estratégias para reduzir esse impacto.
O indicador de eficiência energética ferroviária, expresso em L/kTKB (litros por mil toneladas quilômetro bruto), reflete o volume de combustível consumido para transportar carga. A VLI opera nas ferrovias Norte-Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), sendo que a FNS é reconhecida como a ferrovia de carga geral mais eficiente do Brasil, com trens que chegam a 240 vagões e um índice de eficiência de 1,8 L/kTKB em 2023. Isso permitiu o transporte de 14,5 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil) com menor consumo de combustível.
Por sua vez, a FCA, que possui um traçado mais antigo e desafiador, recebeu investimentos significativos em inovação, como a ferramenta Fuelytics, que otimiza o consumo de combustível por meio de modelagem matemática. A implementação dessa tecnologia resultou na economia de mais de 3 milhões de litros de diesel e evitou a emissão de 7 mil toneladas de COâ‚‚. Outro destaque é o sistema Leader, que utiliza condução semiautônoma em parte da frota premium, com potencial de reduzir o consumo de combustível em até 7%.
Além disso, a VLI investiu R$ 500 milhões na aquisição de 27 novas locomotivas para os corredores Leste e Sudeste da FCA, com foco na eficiência energética. Com a renovação da concessão da FCA, a empresa prevê investir mais R$ 29 bilhões nos próximos 30 anos, principalmente em novos vagões, locomotivas e melhorias na malha ferroviária. A companhia é responsável pelas ferrovias Norte-Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA) e por terminais portuários estratégicos em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES).
IstoÉ Dinheiro - SP 08/10/2024
Um desastre de grandes proporções aconteceu na tarde desta segunda-feira (7) no Porto da Terra Preta, em Manacapuru, no Amazonas. A terra que sustentava uma parte do porto deslizou. O local estava em obras, mas seguia funcionando como ponto estratégico para o transporte de mercadorias e passageiros.
Ainda não informações sobre as condições e o número de vítimas, mas o local conta com uma grande quantidade de pessoas que trabalham ali em atividades de carga e descarga de mercadorias. Também há pontos de táxis e mototáxis.
Comentários de testemunhas pelas redes sociais dão conta de que, pelo menos, 200 pessoas podem estar soterradas pela areia. Conforme relatos, uma família inteira em um flutuante teria sido soterrada.
No rio, há destroços de flutuantes, canos, casas e carros. Flutuantes são casas e hotéis que ficam sobre as águas do rio e são usados, em geral, para moradia e lazer. É possível ver pedaços desses flutuantes, canoas e destroços de casas e até carros.
Terras caídas
O Porto da Terra Preta é administrado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e abriga o Terminal Hidroviário e a Secretaria Municipal de Pesca (Sempa). O local é estratégico e conecta Manacapuru a diversas outras localidades da região.
O desastre pode ser resultado do fenômeno conhecido na região com “terras caídas”, às margens do Rio Solimões, que sofre a pior vazante da história.
Trata-se do termo como a população local descreve o processo de erosão fluvial, com escorregamentos, deslizamentos, desmoronamentos e desabamentos, que podem ter várias dimensões. Inclusive a que aconteceu agora.
A Prefeitura de Manacapuru divulgou nota em que lamenta o acidente ocorrido e informou que as equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão trabalhando no local.
Portos e Navios - SP 08/10/2024
A Autoridade Portuária de Santos (APS) publicou nesta segunda-feira (7), no Diário Oficial da União, o edital de licitação para a contratação de empresa responsável pelo derrocamento, processo que envolve a retirada de rochas do canal de navegação do Porto de Santos (SP). Essa é a primeira etapa do projeto de aprofundamento do canal para 16 metros, essencial para permitir a atracação de navios de maior porte.
Segundo a APS, a retirada de aproximadamente 10 mil metros cúbicos de rochas será realizada em 31 pontos do canal de navegação, áreas de acesso e berços de atracação. A empresa vencedora da licitação será responsável tanto pelos projetos básico e executivo quanto pela execução das obras, que têm prazo de 18 meses para serem concluídas. A profundidade resultante do derrocamento deverá atingir 16,5 metros.
O presidente da APS, Anderson Pomini, destacou a importância da obra para atender à demanda do mercado nacional e internacional: "Estamos dando o primeiro passo para aumentarmos a profundidade do Porto de Santos. A partir do derrocamento, abrimos caminho para alcançarmos os 16 e, posteriormente, 17 metros de calado, garantindo a capacidade de receber os maiores navios do mundo, em qualquer hora do dia ou da noite".
A obra já conta com licença ambiental, e o objetivo da APS é concluir o aprofundamento do canal para 16 metros até 2026. O edital completo está disponível no site e na sede da APS. A entrega das propostas e abertura da concorrência estão marcadas para o dia 29 de outubro.
Globo Online - RJ 08/10/2024
O Icon of the Seas é o maior navio de cruzeiro do mundo. Gerou críticas e entusiasmo, em igual medida, quando a Royal Caribbean o lançou no início deste ano. O que é indiscutível é que foi um sucesso entre os passageiros do segmento — e a empresa já se move para expandir a frota.
A Royal Caribbean já tinha em andamento duas iniciativas para replicar esse tipo de embarcação, conhecido no setor como megacruzeiro: de um lado, o Star of the Seas, com lançamento previsto para 2025, e um terceiro, ainda sem nome, com entrega prevista para 2026. Mas agora também há planos de encomendar um quarto navio, para 2027, e possibilidades de um quinto e um sexto.
As ordens são mais que entusiasmo: têm base na resposta que o Icon of the Seas teve no mercado. Jason Liberty, presidente e CEO do Grupo Royal Caribbean, enfatizou esta premissa ao anunciar o acordo para construção dos novos navios.
"Desde a sua estreia, o Icon superou as nossas expectativas tanto em termos de satisfação dos hóspedes como de desempenho financeiro", afirmou Liberty, em comunicado.
O megacruzeiro em questão pesa 250,8 mil toneladas e tem capacidade para transportar quase 8 mil pessoas. Conta com oito “bairros” internos repletos de comodidades, entre eles uma cachoeira de 17 metros de altura, seis tobogãs e mais de 40 restaurantes, bares e locais de entretenimento.
Ascensão da indústria
O anúncio da Royal Caribbean ocorre num momento em que a indústria de cruzeiros registra uma procura recorde, atraindo novos clientes com pacotes atraentes que muitas vezes incluem comida, bebidas e atividades.
Em 2023, as viagens de cruzeiro ultrapassarão os 29,7 milhões de passageiros de 2019 em cerca de 2 milhões, atingindo 31,7 milhões de clientes. Este ano, esse número deverá chegar a 34,7 milhões, segundo a Cruise Lines International Association (CLIA), o grupo comercial do setor.
Para responder a essa procura, a Royal Caribbean lançou quatro novos navios este ano e tem mais sete em andamento. Eles não são os únicos. Outras grandes empresas de cruzeiros, como Carnival, Norwegian e MSC, também têm lançamentos de navios da próxima geração planejados até 2027.
O turismo de cruzeiros tem sido criticado por grupos ambientalistas, que alertam que o número e a escala dos navios prejudicam o compromisso da indústria com um futuro mais sustentável.
Hoje, os maiores navios de cruzeiro do mundo são duas vezes maiores do que eram em 2000, de acordo com um relatório da Transport and Environment, um grupo de defesa da energia limpa e dos transportes com sede em Bruxelas. Segundo o mesmo relatório, se os navios continuarem a crescer a este ritmo, até 2025 o maior será oito vezes maior que o Titanic, com capacidade para quase 11 mil passageiros.
— Os gigantescos navios de cruzeiro de hoje fazem o Titanic parecer um pequeno barco de pesca. Qual será o limite? — questionou Inesa Ulichina, responsável pelos transportes sustentáveis da Transport and Environment. — O negócio dos cruzeiros é o setor do turismo que mais cresce, e as suas emissões [de gases] estão aumentando incontrolavelmente.
Por seu lado, a CLIA garante que existe um forte equilíbrio em termos de dimensão dos navios de cruzeiro. Muitas empresas argumentam que os seus navios maiores estão sendo construídos de forma mais eficiente, em linha com objetivos de sustentabilidade e características que os tornam compatíveis com fontes de combustível mais limpas, como o metanol.
O Icon of the Seas, por exemplo, possui vários recursos projetados para minimizar a pegada de carbono do navio, incluindo um sistema de gestão de resíduos que os converte em energia e um sistema de purificação avançado para tratar todas as águas residuais a bordo.
— Alcançar o carbono zero não é algo que uma única empresa possa fazer sozinha — disse Liberty, no mês passado, numa palestra de descarbonização organizada pelo Grupo Royal Caribbean e pela organização sem fins lucrativos Mrsk Mc-Kinney Møller Center for Zero Carbon Shipping. — Requer resolução coletiva de problemas, pensamento criativo e disposição para ter conversas difíceis.
Portos e Navios - SP 08/10/2024
O Estaleiro EBR (RS) concluiu a entrega de módulos destinados à FPSO P-79, contratada pela Saipem para a Petrobras. No total, cinco módulos foram entregues e serão enviados à Coreia do Sul para integração. A execução foi dividida em duas fases. Três módulos foram entregues no dia 10 de setembro, e os outros dois serão entregues este mês. A fabricação teve início em 2022 e envolveu mais de 3.500 profissionais.
De acordo com o EBR, os módulos entregues em setembro incluem o módulo 04, destinado à remoção de dióxido de carbono; o módulo 14, que contém tanques de armazenagem de produtos químicos, bombas e um laboratório para análises físico-químicas; e o módulo 15, composto por sistemas para produção e armazenamento de água, diesel e distribuição de ar. Em outubro, serão entregues o módulo 01, um sistema flare para recuperação de parte do gás e controle de emissões, e o módulo 10, destinado ao processamento de óleo e tratamento de água produzida.
Esses módulos farão parte da P-79, que será a oitava unidade instalada no campo de Búzios, o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo, localizado na Bacia de Santos, a cerca de 200 km da costa do Rio de Janeiro. A produção está prevista para começar em 2025. Durante o projeto, o EBR obteve a certificação SA8000, tornando-se o primeiro estaleiro no Brasil a conquistar essa certificação internacional de responsabilidade social.
Valor - SP 08/10/2024
Fator de Utilização (FUT) das refinarias atingiu 96,8%, no mês passado, representando o maior resultado mensal de 2024
A Petrobras informou, nesta segunda-feira (7), que o Fator de Utilização (FUT) de suas refinarias atingiu 96,8%, em setembro, representando o maior resultado mensal de 2024. Com isso, o FUT acumulado do terceiro trimestre do ano alcançou 95,2%.
Confira os resultados e indicadores da Petrobras e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360
No terceiro trimestre deste ano, também foi registrado recorde de processamento de óleos do pré-sal nas unidades de destilação, com 73% da carga total processada, e recorde de produção de gasolina com volume de 6,38 milhões de metros cúbicos.
“A produção de asfalto também foi expressiva, alcançando 803 mil toneladas no trimestre, com recordes de produção em setembro na Reduc, com 32 mil toneladas, e na Repar, com 51 mil toneladas”, afirmou a companhia, em comunicado.
O FUT representa o volume de carga de petróleo processado em relação à carga de referência das refinarias, levando em conta os limites de projeto dos ativos e respeitando os requisitos de segurança, meio ambiente e qualidade dos derivados produzidos.
Infomoney - SP 08/10/2024
A Petrobras (PETR4) produziu um volume recorde de gasolina no terceiro trimestre de 436 mil barris por dia, uma alta de 2,83% ante o mesmo período do ano passado, informou a empresa em comunicado nesta segunda-feira.
Os dados completos de produção e vendas, com informações sobre diesel e outros combustíveis, deverão ser divulgados posteriormente.
A companhia disse que o recorde da produção de gasolina foi possível com uma taxa mais alta de utilização das refinarias e investimentos no parque de refino.
Em setembro, o fator de utilização (FUT) das refinarias da Petrobras chegou a 96,8%, o maior resultado mensal do ano, de acordo com a companhia.
Segundo a estatal, com essa leitura, o FUT acumulado do terceiro trimestre chegou a 95,2%, mas um valor ainda abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando somou 96% e se configurou no maior resultado trimestral desde 2014.
Para o diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França da Silva, os resultados alcançados são fruto dos investimentos em projetos de modernização das unidades e da otimização de processos com a aplicação de tecnologias inovadoras.
“Com os dados do trimestre, estamos demonstrando o compromisso da Petrobras com a eficiência e a rentabilidade de suas operações. As marcas foram alcançadas devido ao trabalho integrado de toda companhia”, afirmou ele.
A empresa informou também que no terceiro trimestre também foi registrado recorde de processamento de óleos do pré-sal nas unidades de destilação, com 73% da carga total processada.
Money Times - SP 08/10/2024
A Eneva (ENEV3) iniciou trabalhos de sísmicas na Bacia do Paraná, entre os Estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, onde planeja buscar gás natural em uma campanha exploratória que não acontece na área há mais de 20 anos.
A empresa do setor de petróleo e gás e energia elétrica também buscará nessa campanha encontrar reservatórios salinos com potencial para projetos de captura e armazenamento de dióxido de carbono, disse um diretor da companhia à Reuters.
As sísmicas, cujos primeiros registros começaram no mês passado, preveem investimentos de 200 milhões de reais e deverão durar cerca de um ano e meio, segundo o diretor de Exploração, Reservatório e Tecnologias de Baixo Carbono na Eneva, Frederico Miranda.
A expectativa da empresa é iniciar uma campanha de perfurações na região provavelmente em 2027, o que interromperia um jejum de poços exploratórios e produtivos de mais de 20 anos na Bacia do Paraná, que abrange os Estados do rio Paraná, segundo dados da reguladora ANP.
“A gente vai procurar gás natural, mas toda informação que a gente adquirir pode ser utilizada também para avaliação no projeto de captura e armazenamento de carbono”, afirmou Miranda.
O executivo revelou que a empresa já está em conversas com usinas de etanol, cujo carbono emitido nas operações poderia ser capturado nos reservatórios, em movimento que poderia ajudar a descarbonizar a atividade.
As usinas de cana buscam ter a menor pegada possível de carbono, já que esse componente interfere na Nota de Eficiência Energético-Ambiental dos produtores de biocombustíveis. Quanto melhor, mais Créditos de Descarbonização (CBios) podem ser emitidos por essas empresas, o que impulsiona suas receitas.
Miranda não revelou nomes das usinas interessadas.
A proximidade das usinas com os ativos que serão explorados pela Eneva, segundo ele, permitiria reduzir custos relacionados ao transporte do CO2.
Miranda comentou que quando a Eneva arrematou os quatro blocos na Bacia do Paraná, no segundo ciclo de oferta permanente da ANP, em 2021, tinha uma estratégia bem focada no potencial de gás natural na região.
A companhia é operadora dos blocos, com 70% de participação, e tem a Brava Energia (BRAV3) — nova petroleira formada pela fusão entre 3R e Enauta — como sócia.
Eneva: Reservatório para as usinas
Porém, ao avançar com projetos relacionados à descarbonização, chamaram a atenção da Eneva dados geológicos sobre a bacia, apurados no passado pela Petrobras e também por universidades e outras empresas, sobre as estruturas geológicas que poderiam armazenar carbono.
“Reservatórios salinos são rochas profundas, onde a água que estava dentro não (serve) nem para uso humano, nem para uso industrial Muito se fala de reservatórios depletados, que são uma opção (para o armazenamento de CO2), mas aí você vai estar restrito a locais onde havia um campo de petróleo ou gás”, destacou.
Miranda ponderou que prospecções apenas para projetos de captura e armazenamento de carbono poderiam ter uma “remuneração incerta”, mas que a associação da ideia com a busca da companhia por gás trouxe mais valor à iniciativa.
O executivo adicionou que a possibilidade de capturar CO2 de usinas de etanol se mostrou também mais atrativa do que em suas próprias termelétricas em outras localidades, não só apenas pela proximidade.
“Em uma usina termelétrica de ciclo combinado, como são a maioria das nossas, aquela fumaça branca que a gente vê saindo dá 4% de CO2. Então você tem que ter um aparato enorme para capturar 4% de CO2. Já numa planta de produção de etanol, no processo de fermentação, a exaustão é de 95% a 98% de CO2 puro”, afirmou.
Dessa forma, os custos com a etapa de captura do CO2 seriam reduzidos.
Miranda também destacou que o Brasil carece ainda de um mercado regulado de carbono, que permitiria maior impulso a projetos como esse.
A captura e estocagem geológica de dióxido de carbono (CCS) estão previstas no projeto de lei “Combustível do Futuro”, que aguarda sanção presidencial.
Por ora, Miranda afirmou que a companhia já tem gerado impactos econômicos positivos na região onde atua na Bacia do Paraná, com cerca de 500 empregos diretos a partir dos prestadores de serviços da companhia relacionados à sísmica, que acaba por gerar empregos indiretos ligados a hotelaria, refeição, lavanderia, transporte, dentre outros.
O Estado de S.Paulo - SP 08/10/2024
O receio de que Israel ataque campos de petróleo no Irã ganhou força nesta segunda-feira, 7, dia que marca um ano da guerra contra o grupo terrorista Hamas. Segundo o diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, o temor está ajudando a commodity a escalar novamente o preço para US$ 80 o barril, principalmente pelo temor do fechamento do Estreito de Ormuz.
Nesta segunda-feira, 7, os contratos futuros do petróleo fecharam em alta pelo quinto dia consecutivo, saltando mais de 3% e levando o Brent a superar a marca de US$ 80 o barril pela primeira vez desde agosto deste ano. A commodity segue sob pressão em meio à intensificação dos conflitos no Oriente Médio.
“Todo mundo agora tem receio que o Irã se envolva na guerra que hoje (segunda-feira, 7) completa um ano. Do ponto de vista da oferta (de petróleo), essa alta não se justifica”, disse Pires ao Estadão/Broadcast, lembrando que a Guiana tem adicionado produção, assim como os Estados Unidos, e a Rússia, que mesmo em guerra tem colocado produção no mercado e continua fornecendo diesel para o Brasil.
Possíveis cortes na produção por parte de grandes exportadores para manter o preço em alta também podem estar contribuindo para a elevação do petróleo, avaliou o especialista.
“Além disso, a economia da China não voltou ainda. Ou seja, pela demanda não tem motivo para subir, é a questão da guerra”, explicou. “O mercado está muito especulativo e os grandes produtores podem estar cortando a produção para manter o preço”, acrescentou.
Nesta segunda-feira, 7, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 3,71% (US$ 2,76), a US$ 77,14 o barril, enquanto o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 3,68% (US$ 2,88), a US$ 80,93 o barril.
“O risco geopolítico ainda está sendo bombeado para o mercado em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, que ameaça a segurança do fornecimento de petróleo na região”, disse a consultoria Ritterbusch em uma nota. “A quantidade de medo relacionado às atividades militares em andamento é extremamente difícil de medir, já que vários cenários podem se desenrolar, desde um cessar-fogo até um ataque israelense à infraestrutura de petróleo iraniana”, comenta a empresa — acrescentando que a situação na região provavelmente ofuscará outras considerações nesta semana.
Segundo Phil Flynn, executivo sênior de contas e analista de mercado do Price Futures Group e colaborador da Fox Business, os mercados começam a se preparar para a possibilidade de aumento para US$ 100 por barril, diante dos últimos acontecimentos e se houver um corte substancial das exportações de petróleo iraniano.
Na cena corporativa, a Chevron fechou a venda de suas participações em areias betuminosas e ativos de xisto para a Canadian Natural Resources por US$ 6,5 bilhões e a BP abandonou sua meta de reduzir a produção de petróleo e gás em 25% até 2030. A Shell divulgou que estima aumento na produção de gás natural liquefeito (GNL) e sólidas vendas no terceiro trimestre.
Longe da estabilização
Segundo Pires, a ameaça envolve o fechamento do Estreito de Ormuz, o que impediria o fluxo de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo.
Segundo o especialista, a alta desta segunda-feira, 7, está longe de significar uma estabilização de preços em torno dos US$ 80, mas se os rumores sobre o ataque ao Irã por Israel se concretizarem, é possível que a commodity chegue aos US$ 100 o barril, preço que era esperado no passado, quando a guerra entre Israel e Hamas se somou ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Dependendo da força, do volume do ataque, pode chegar a US$ 100, tudo é possível”, afirmou Pires.
Outro front de preocupação
O exército ucraniano disse que atingiu, nesta segunda-feira, 7, um grande terminal petrolífero na Crimeia. Segundo autoridades ucranianas, o local tem fornecido combustível ao exército russo e o ataque é parte de um esforço contínuo para “minar o potencial militar e econômico da Rússia”. Autoridades russas na cidade de Feodosia, na costa do Mar Negro, relataram um incêndio no terminal, mas não disseram o que pode tê-lo causado.
Durante a guerra, a Ucrânia desenvolveu drones de longo alcance para atingir depósitos e refinarias de petróleo, bem como arsenais. O objetivo é prejudicar a capacidade da Rússia de dar suporte às unidades de linha de frente, especialmente na região oriental de Donetsk, onde o foco russo está sobrecarregando as cansadas forças ucranianas.