Clipping Diário

08 | Novembro | 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   08/11/2024

A siderúrgica, sediada em Luxemburgo, informou que obteve um lucro líquido de US$ 287 milhões nos três meses encerrados em setembro, em comparação com US$ 929 milhões no mesmo período do ano anterior

A ArcelorMittal mostrou uma queda mais acentuada do que o esperado no lucro líquido durante o terceiro trimestre, após o cenário econômico fraco impactar os preços e os embarques de aço no período.

A siderúrgica, sediada em Luxemburgo, informou que obteve um lucro líquido de US$ 287 milhões nos três meses encerrados em setembro, em comparação com US$ 929 milhões no mesmo período do ano anterior, com vendas que caíram 8,5%, totalizando US$ 15,2 bilhões.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 26% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 1,58 bilhão.

O resultado ficou próximo das expectativas dos analistas, que previam um Ebitda de US$ 1,49 bilhão e um lucro líquido de US$ 420 milhões, de acordo com um consenso fornecido pela empresa.

A ArcelorMittal, que em agosto mencionou estar enfrentando um ambiente econômico ruim, afirmou que o cenário de mercado no terceiro trimestre foi “desafiador”, mas espera que a demanda por aço seja maior no segundo semestre do ano em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Com os níveis absolutos de estoque permanecendo baixos, especialmente na Europa, a empresa mantém otimismo de que haverá atividade de recomposição de estoques assim que a demanda real começar a se recuperar”, afirmou a empresa.

Essa expectativa surge em um momento que os preços médios de venda de aço e os embarques de aço caíram em relação ao segundo trimestre do ano.

Analistas do Citi escrevem que os números da companhia se mostraram resilientes mesmo que tenham sido impactados pela sazonalidade do período.

O Ebitda maior do que o esperado foi impulsionado pelos resultados da companhia no Brasil e na Europa, nota o banco, o que ajudou a mitigar a fraqueza nas operações da América do Norte.

IstoÉ Dinheiro - SP   08/11/2024

A Nippon Steel espera fechar acordo de 15 bilhões de dólares para comprar a US Steel até o final do ano, antes que Donald Trump volte para a Casa Branca em janeiro, disse o vice-presidente do grupo japonês, Takahiro Mori.

A Nippon Steel, maior siderúrgica do Japão e a quarta maior do mundo, fechou acordo para comprar a US Steel em dezembro, mas enfrentou oposição de um poderoso sindicato, bem como de Trump e do presidente dos EUA, Joe Biden, entre outros.

Antes da eleição de 5 de novembro que lhe deu a vitória, Trump prometeu bloquear o acordo se fosse reeleito.

“Acreditamos que podemos fechar o acordo com a US Steel até o final do ano sob a atual administração dos EUA”, disse Mori, que também é o principal negociador do acordo, a repórteres nesta quinta-feira.

O Committee on Foreign Investment in the United States (CFIUS) estendeu sua revisão do acordo  até o final de dezembro. Mori disse nesta quinta-feira que as revisões do CFIUS e das autoridades antitruste estavam procedendo ‘solenemente’.

“Agora que a eleição nos EUA acabou e estamos em condições de ter uma discussão adequada, não há razão para adiar mais o processo de revisão”, acrescentou Mori.

Para obter a aprovação, a Nippon Steel fez promessas de garantia social e investimento à US Steel e ao sindicato United Steelworkers, e prometeu vender uma participação na joint venture de uma siderúrgica dos EUA se tiver sucesso na compra.

“Os Estados Unidos são essenciais para o nosso crescimento contínuo, pois são o maior mercado mundial de aço de alta qualidade e um mercado em crescimento com pouco risco para a China”, disse Mori.

Com a US Steel, a Nippon Steel pretende aumentar sua capacidade global de produção de aço de 65 milhões para 85 milhões de toneladas por ano. O ativo também é essencial para sua meta de ter mais de 100 milhões de toneladas de capacidade de produção em longo prazo.

Mori, que fez inúmeras visitas aos EUA em busca de aprovação para o acordo, acredita que a aquisição está alinhada com o objetivo de Trump de atrair investimentos, acrescentando que sua empresa precisa construir laços estreitos com o novo governo.

No início deste ano, a Nippon Steel contratou o ex-secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, que atuou na primeira presidência de Trump, de 2017 a 2021, como consultor para ajudar no lobby para o acordo.

Na quinta-feira, a Nippon Steel revisou sua previsão de lucro líquido anual para 310 bilhões de ienes (2 bilhões de dólares), ante uma previsão anterior de 340 bilhões de ienes, devido a perdas de estoque em razão dos baixos preços das matérias-primas e à fraca demanda doméstica.

Mesmo com a revisão da previsão da Nippon Steel para o ano fiscal que termina em março, ela espera manter sua meta de dividendos para o ano inteiro em 160 ienes por ação.

Seu lucro líquido no período de seis meses encerrado em 30 de setembro caiu 19%, para 243,4 bilhões de ienes, na comparação anual.

Infomoney - SP   08/11/2024

Depois da Gerdau (GGBR4) repercutir positivamente na Bolsa a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, além do resultado da empresa no terceiro trimestre de 2024 (3T24) melhor do que o esperado, os dias que restam de 2024 ainda requerem cautela sobre o desempenho da companhia.

Guilherme Nippes, analista de siderurgia da XP, participou do programa Morning Call da XP nesta quinta (7) e explicou alguns aspectos da Gerdau envolvendo o 3T24 e o quatro trimestre de 2024 (4T24).

Performance fraca na América do Norte

“No resultado, a gente enxerga três principais fatores: operação Brasil, que foi excepcional em termos de performance. Segundo, é a performance um pouco mais fraca na operação da América do Norte, mas ainda assim acima do que a gente esperava. E o terceiro fator é a forte geração de caixa”, comentou.

A Gerdau divulgou resultado do 3T24 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3 bilhões, que veio 12% acima da expectativa da XP e 7% acima do consenso.

“A operação estava vindo muito mal. O Ebidta vinha muito pressionado. Agora, a margem Ebitda quase dobra na comparação do 2º trimestre com 3º trimestre”, afirmou o analista.

Segundo Nippes, a operação da América do Norte, grande ponto de discussão do mercado, viu-se no 3T24 uma performance mais fraca. “Mas era amplamente esperado tanto pelo lado de preços, com redução do aço longo, e algumas paradas de manutenção, que acabam afetando os custos também”, ressaltou.

Tarifação aos produtos chineses

Guilherme Nippes avalia que o bom desempenho da Gerdau no Brasil compensou o resultado da empresa na América do Norte.

A Gerdau opera 11 unidades de produção de aços longos e especiais nos Estados Unidos e Canadá. Além disso, a siderúrgica é listada há 25 anos na bolsa de Nova York. A expectativa do mercado é que com a possível tarifação de produtos chineses pelo governo Trump favoreça os negócios da companhia em solo americano já que teria aumento de demanda de empresas locais.

“A gente entende que a operação América do Norte vai passar por uma correção (no 4T24) e talvez essa correção não seja tão forte quanto o mercado espera”, disse.

O analista aponta até nova redução de margens do Ebitda na região, conforme aconteceu no 3T24 na comparação com segundo trimestre do ano – que foi de 4 pontos percentuais.

Diário do Aço - MG   08/11/2024

No mês de setembro, a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) gerou 598 novos postos de trabalho formais, ou seja, funcionários contratados dentro do regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apesar de o resultado ter sido o mais expressivo no 3º trimestre do ano, o geógrafo William Passos, coordenador de estatística e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) campus Ipatinga, afirma que o resultado ainda está abaixo do histórico da região. Além disso, o desempenho do setor industrial continua gerando preocupação.

“Para o padrão histórico da região, não é um saldo alto; o Vale do Aço vem enfrentando problemas muito grandes de geração de vagas na indústria”, pontua. “Quando a economia da região está saudável, a indústria gera muitas vagas, puxa o emprego e acaba gerando consumo, que, por sua vez, gera emprego na construção civil, no comércio e no setor de serviços. Mas, quando a indústria vai mal, a economia do Vale do Aço, como um todo, não tem um comportamento muito bom”, continua.

Efeito Trump
Segundo William, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos pode impactar negativamente o desempenho do setor. Antes mesmo de ser eleito, o político afirmou que pretende impor uma tarifa “automática” de 10% ou 20% sobre todas as importações para os EUA, além dos 60% sobre a China.

“Nos últimos anos, o aço brasileiro vem enfrentando concorrência com o da China, que entra no Brasil muito barato. As indústrias brasileiras têm muita dificuldade de conquistar o mercado e de competir com o aço chinês, porque acabam vendendo o aço com custo mais alto. Mas com a vitória de Donald Trump, podemos ter uma piora no desempenho tanto da produção do aço brasileiro quanto da geração de vagas na indústria siderúrgica e na metalúrgica, porque ele anunciou que vai voltar a proteger a indústria do aço norte-americana”, explica o geógrafo.

Ele ainda acrescenta que “a maior parte da exportação da indústria brasileira de aço vai para os Estados Unidos, então, naturalmente, uma sobretaxa sobre o aço nacional impactará as vendas e, consequentemente, a indústria do Vale do Aço, especialmente o parque industrial de Ipatinga, que é o principal da região, o que mais produz e gera empregos com carteira assinada”.

Conforme dados do Instituto Aço Brasil, divulgados em uma reportagem da Folha de São Paulo publicada em maio deste ano, 48,7% dos produtos siderúrgicos exportados pelo país em 2022 foram para os Estados Unidos, enquanto cerca de 9,5% foram para países da União Europeia e 9,4% para a Argentina.

Desempenho dos municípios
No mês de setembro, Coronel Fabriciano teve 863 admissões por carteira assinada e 700 demissões, o que gerou um saldo positivo de 163. Os outros três municípios também apresentaram bom desempenho. Ipatinga fechou o mês com saldo de 241 empregos formais gerados, Santana do Paraíso 17 e Timóteo 177.

Os números são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e extraídos pela reportagem do Diário do Aço.

Setores
O setor industrial, mais uma vez, teve um saldo negativo no acumulado dos quatro municípios: foram 695 admitidos e 703 demitidos. O principal responsável pela geração de empregos foi o comércio. “Quem puxou o emprego na região foi o setor de comércio, que gerou 377 novas vagas. Foram 1.439 admitidos contra 1.102 desligamentos. O setor de serviços teve um saldo de 276 novas vagas. Normalmente, com a desaceleração da indústria no Vale do Aço, quem tem puxado o emprego é o setor de serviços. Mas no mês de setembro houve uma exceção, e quem puxou o emprego acabou sendo o setor de comércio”, concluiu o estatístico.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   08/11/2024

Os sinais de força da economia, o aquecimento do mercado de trabalho e o crescimento das projeções de inflação justificam a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de aumentar a taxa básica de juros, a Selic, para 11,25%. Na reunião anterior, em setembro, a taxa subiu um quarto de ponto percentual. Ao acelerar o ritmo para meio ponto, o Copom mostra estar pronto para seguir aumentando a Selic até controlar a alta de preços. O cenário internacional, que sempre exige atenção, ficou mais desafiador com a eleição de Donald Trump. Diante da dinâmica inflacionária e do quadro externo, os rumos da política fiscal farão enorme diferença. A magnitude do aperto monetário será maior ou menor, a depender da seriedade do governo no programa de controle de despesas esperado com ansiedade pelo mercado.

Por decisão do Conselho Monetário Nacional, a meta de inflação perseguida pelo Copom é 3%, com intervalo de tolerância até 4,5%. Do início de outubro para cá, as previsões para 2024, 2025 e 2026 subiram. A projeção atual para este ano está em 4,59%, para o próximo em 4,03% e para o seguinte em 3,61%. A inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou outubro em 4,47%, segundo a prévia do IBGE. Em nota, os próprios integrantes do Copom reconheceram que suas previsões se deterioraram. Por isso era hora de ação, algo que a maioria dos analistas já esperava.

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Na nota divulgada pelo Copom, não há nenhuma orientação sobre altas futuras. Foi um sinal de cautela para evitar volatilidade no mercado. Num ambiente cheio de incertezas, o Copom dá a entender que adotará as decisões necessárias para manter a inflação dentro da meta, mas acompanhará o desenrolar dos fatos. Uma das dúvidas está na implantação das promessas de campanha de Trump. Ele pretende elevar tarifas de importação, medida com potencial de pressionar a inflação americana para cima e exigir juros mais altos por lá. Por mudar o fluxo de capitais, a política monetária da maior economia do mundo repercute em todo o planeta. Outra fonte de preocupação é o câmbio, com os efeitos inflacionários de uma possível valorização do dólar.

Outra dúvida diz respeito ao equilíbrio fiscal. Como em reuniões anteriores, o Copom reafirmou nesta semana que uma política fiscal “crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida” terá impacto positivo na política monetária. A “apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal” contribuem para a “ancoragem das expectativas de inflação”, diz a nota. Ao gastar mais que arrecada, o governo injeta dinheiro na economia, pressiona para cima a demanda por produtos e serviços e alimenta a alta de preços. Uma política fiscal responsável daria mais eficácia às medidas do Copom, tornando desnecessários aumentos maiores de juros. De quebra, diminuiria a percepção de risco associada ao crescimento da dívida pública. Ainda é incerto o grau de comprometimento do governo Lula com o equilíbrio das contas públicas. Mais uma razão para acelerar o programa de controle de gastos.

Globo Online - RJ   08/11/2024

Quando Donald Trump começou uma guerra comercial com a China em 2018, Pequim se viu em desvantagem e incerta sobre como responder. Desta vez, o presidente Xi Jinping está mais bem preparado para uma luta, mesmo que tenha mais a perder.

Trump, que ganhou um segundo mandato como presidente, ameaçou aplicar tarifas de até 60% sobre produtos chineses, um nível que, segundo a Bloomberg Economics, devastaria o comércio entre as maiores economias do mundo.

Isso se soma a uma série de controles de exportação de tecnologia avançada que o governo Biden reforçou desde que Trump deixou o cargo.

Nesse período, a China tomou medidas estratégicas para garantir que estaria mais resiliente e bem posicionada para reagir. A chave para isso foi expandir sua estratégia, que agora inclui controles de exportação de matérias-primas críticas, além de tarifas sobre produtos agrícolas e uma lista de entidades que podem atimgir empresas americanas importantes.

“China, psicologicamente falando, está muito mais preparada para lidar com ele novamente”, disse Zhou Bu, um coronel aposentado do Exército Popular de Libertação e pesquisador senior do Centro de Segurança e Estratégia Internacional da universidade de Tsinghua.

Xi parabenizou Trump pela vitória e pediu por laços “saudáveis e sustentáveis” entre os dois países, de acordo com a mídia estatal.

Ainda assim, Xi preferiria evitar uma batalha tarifária que corre o risco de se provar muito mais devastadora do que a primeira rodada. A China tem contado com exportações de bens como veículos elétricos e baterias para impulsionar uma economia assolada por pressão deflacionária e problemas imobiliários, e os legisladores chineses vão se encontrar essa semana para formular medidas de estímulo ao crescimento.

Se Trump seguir adiante com suas ameaças tarifárias, as autoridades chinesas precisarão fazer muito mais para ajudar a economia. O Goldman Sachs disse na semana passada que restrições comerciais mais severas à China podem forçar Xi a impulsionar o consumo interno, algo que o Partido Comunista tradicionalmente tenta evitar.

Na quarta-feira, o yuan enfraqueceu mais do que em dois anos, e as ações chinesas caíram, dando aos investidores um gostinho da volatilidade que está por vir à medida que Trump conquista a presidência dos EUA.

O yuan offshore caiu até 1,3% em relação ao dólar, a maior queda em um único dia desde outubro de 2022. As ações chinesas listadas em Hong Kong sentiram o impacto da venda, com o índice Hang Seng fechando 2,6% abaixo.

"A China dificilmente pode retaliar com tarifas de 60%," disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe da região Ásia-Pacífico no Natixis SA. "O que a China fará é anunciar um estímulo maior para combater isso, para que o mercado não penalize a China."

Durante o primeiro mandato de Trump, um acordo assinado em janeiro de 2020 incluía a promessa da China comprar US$ 200 bilhões em produtos americanos para tentar reduzir um desequilíbrio comercial com os EUA. No entanto, o surto de Covid rapidamente azedou as relações entre os países, e a China nunca chegou perto de atingir as metas.

Uma guerra comercial renovada ameaça causar maiores danos ao comércio global. No ano passado, as empresas chinesas exportaram US$ 500 bilhões em bens para os EUA, ou cerca de 15% do valor de todas as suas exportações.

Se os EUA impuserem altas tarifas sobre todos ou muitos desses produtos, isso pode aniquilar essas vendas e prejudicar ainda mais as empresas que enfrentam uma economia interna fraca e preços em queda.

Embora as autoridades chinesas não queiram reagir de forma exagerada às novas ameaças tarifárias de Trump, elas também estão cautelosas para não parecerem fracas, diz Scott Kennedy, um consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS na sigla em inglês), sediado em Washington, que viaja frequentemente para a China.

As potenciais opções para o governo de Xi incluem mirar em empresas americanas com interesses significativos na China, vender títulos do Tesouro dos EUA, desvalorizar o yuan e expandir na Europa e na América Latina, disse.

Uma carta na manga é o surgimento de Elon Musk como um grande apoiador da campanha de Trump. O bilionário CEO da Tesla tem vários interesses comerciais na China, levantando a possibilidade de que ele poderia defender uma abordagem mais suave. Trump elogiou Musk ao declarar vitória nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira.

Mas se uma guerra comercial estourar, a China estará pronta para revidar — e as exportações de produtos agrícolas dos EUA podem ser novamente o primeiro alvo.

Desde o primeiro governo Trump, o Brasil fortaleceu sua posição como o maior fornecedor de soja para a China, e agora também é a maior fonte de importações de milho, substituindo o grande pico de exportações americanas para a China como parte do acordo comercial de 2020.

Em 2016, os EUA forneciam mais de 40% das importações chinesas de soja, mas esse número caiu para menos de 18% nos primeiros nove meses deste ano.

A desaceleração da economia chinesa também proporciona a Pequim mais margem de manobra, já que a demanda por carne suína — assim como milho e soja para alimentar os porcos — caiu. Isso significa que a China está menos dependente de importações e pode transferir suas compras dos EUA para outros países com mais facilidade.

"Não deve haver dúvidas sobre a retaliação de olho por olho da China", disse Zhou Xiaoming, pesquisador de um think tank em Pequim e ex-deputado representante da missão da China nas Nações Unidas em Genebra, há uma década.

"Alvos fáceis incluem milho e soja. O país está em uma posição melhor do que em 2018 para adotar medidas de retaliação, já que a China desenvolveu o Brasil como uma fonte alternativa confiável de suprimentos e conseguiu reduzir as importações dos EUA."

Ao mesmo tempo, no entanto, a China tem menos alvos óbvios para retaliar. As importações do país dos EUA caíram desde o pico em 2021, e Pequim não assina um contrato para comprar novos jatos da Boeing há anos, o que significa que há uma ameaça a menos que pode fazer.

IstoÉ Online - SP   08/11/2024

As exportações da China subiram 12,7% em outubro ante igual mês do ano passado, ganhando força em relação ao avanço de 2,4% de setembro, segundo dados publicados pelo órgão alfandegário do país nesta quinta-feira, 7. O resultado de outubro ficou bem acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 5,9% das exportações.

Também no confronto anual, as importações chinesas registraram queda de 2,3% em outubro, após o aumento de 0,3% de setembro. Neste caso, o consenso da FactSet era de perda de 1,5% no último mês.

Ainda em outubro, a China acumulou superávit na balança comercial de US$ 95,72 bilhões, maior do que o saldo positivo de US$ 81,71 bilhões de agosto, e acima da projeção da FactSet, de US$ 76,8 bilhões.

CNN Brasil - SP   08/11/2024

O governo brasileiro pretende usar a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas como um instrumento de barganha para negociar parcerias mais vantajosas com o líder chinês, Xi Jinping, que fará visita oficial ao Brasil neste mês de novembro, à margem da cúpula do G20.

No Itamaraty e no Palácio do Planalto, está decidido: não haverá adesão formal do país à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI na sigla em inglês), ou Nova Rota da Seda, como também costuma ser chamado o megaprojeto de investimentos em infraestrutura liderado por Pequim.

Uma extensa lista de novas parcerias, no entanto, está sendo negociada por altos funcionários dos dois países. Elas se dividem em três eixos principais:
Finanças: uma das possibilidades é a intensificação do uso de moedas locais para o comércio bilateral;Infraestrutura: outra tentativa é finalmente ativar o fundo de US$ 20 bilhões, anunciado em 2015 e jamais colocado em prática, com recursos para projetos industriais e na área de infraestrutura. Com ou sem o fundo, a ideia é atrair mais recursos chineses para grandes obras no país;Tecnologia: inclui um cardápio extenso, que vai desde o desenvolvimento conjunto de satélites (como o projeto do CBERS) à maior presença da Embraer na China. Iniciativas conjuntas em inteligência artificial também serão objeto de acordos.

Há ainda a discussão de mais acesso a produtos brasileiros do agronegócio, como carnes e frutas, o que já se tornou uma tratativa frequente entre autoridades dos dois países.

Para diplomatas brasileiros que acompanham de perto os preparativos da visita de Xi, a vitória de Trump se transformará em um importante fator de barganha para extrair mais concessões e resultados mais favoráveis ao Brasil.

Trump, que adota uma retórica agressiva anti-China, pressiona os países a escolher entre os Estados Unidos e a potência asiática como parceiro preferencial. O Brasil, ressalta o Itamaraty, se recusará a fazer escolhas e continuará apostando em “não depositar todos os ovos em uma cesta só”.

No entanto, em um ambiente de fratura geopolítica cada vez maior, a ideia é arrancar mais concessões de um lado e de outro. Como é praxe na diplomacia, nada disso será colocado abertamente, mas o que vai permear a reta final de negociações para a visita de Xi será a presidência de Trump e a abordagem do presidente eleito de “puxar” os países para seu lado.

Reservadamente, um diplomata lembrou à CNN que será a primeira visita de Xi ao continente americano — o “quintal” dos Estados Unidos — após a vitória de Trump, o que fortalece a tentativa do Brasil de barganhar parcerias em termos mais favoráveis.
Nova Rota da Seda

Quanto ao BRI, que já reúne mais de 100 países, o governo brasileiro está convencido a “driblar” pressões da China e não fazer qualquer anúncio de adesão.

Até porque, segundo o Itamaraty, não existe um arcabouço jurídico para a entrada na Nova Rota da Seda, como a assinatura de um tratado internacional.

O que está no radar são anúncios de “aprofundamento” da parceria Brasil-China, com tentativas de trazer mais recursos chineses para projetos de infraestrutura, mas sem nenhuma adesão ao BRI.

Como resume um diplomata ouvido pela CNN, talvez os anúncios sejam genéricos o suficiente para permitir à China dizer que o Brasil entrou na Iniciativa Cinturão e a Rota, e ao Brasil sustentar que não aderiu.

Segundo ele, o fato é que tudo vai continuar como antes: qualquer empresa chinesa que queira investir em um projeto de infraestrutura no Brasil precisará seguir os mesmos trâmites de sempre. Ou seja: conseguir licenças ambientais, participar de concorrência pública, respeitar toda a legislação trabalhista, submeter-se ao escrutínio de órgãos de controle como Ministério Público e Tribunal de Contas da União (TCU).

Veja - SP   08/11/2024

O governador Tarcísio de Freitas está otimista com os resultados do Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo (PPI-SP), que, por meio da Maratona de Leilões, já arrecadou mais de 300 bilhões de reais em concessões com a iniciativa privada, em 2024. Este montante inclui a privatização da Sabesp, considerada a “joia da coroa” e que atraiu mais de 260 bilhões de reais, além de projetos como o Trem Intercidades (TIC) Campinas, o Lote Litoral Paulista e a Emae.

O governo espera que esses investimentos gerem mais de 50 mil empregos diretos e indiretos com novas estradas e transporte ferroviário. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico também projeta mais 420 bilhões de reais em aplicações do setor privado nos setores da indústria e infraestrutura. A expectativa é superar a marca de meio trilhão até 2026.

O último leilão da Maratona 2024 está agendado para 28 de novembro, com a concessão da Nova Raposo.

Para 2025, já estão previstos os pregões do Lote Alto Tietê (linhas 11-12-13 de trens metropolitanos), Travessias hídricas, PPP da Habitação, Lote Paranapanema, Linhas 10-14 da CPTM, novo Centro Administrativo Campos Elíseos e o Túnel Santos-Guarujá.

Globo Online - RJ   08/11/2024

O IPCA de outubro será divulgado nesta sexta-feira , e economistas projetam uma inflação acelerada, impulsionada principalmente pelos preços de alimentos e energia elétrica. A expectativa geral entre os especialistas é que a inflação acumulada nos 12 meses ultrapasse o teto da meta, de 4,50%. Para a LCA, a inflação mensal deve acelerar para 0,51% contra 0,44% de setembro, chegando a 4,71% no acumulado de 12 meses. Em setembro, foi de 4,42%.

Nos Estados Unidos: Fed reduz juros, mas levanta incertezas quanto à trajetória futura, especialmente com a vitória de Trump

No Brasil: Copom eleva os juros com alerta ao governo para a questão fiscal

A projeção é que a alimentação em domicílio acelere para 1% neste mês. Tanto que Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, estima que o IPCA de outubro deve fechar em 0,50%, apontando o impacto da alta nos preços de commodities, como carnes e grãos. Ele destaca a forte pressão do setor de alimentação, reforçada pelo Índice de Commodities do Banco Central (IC-BR) e o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IGP-DI), que revelaram aumento nos preços de carne e outros produtos agrícolas.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, prevê uma variação de 0,53% no IPCA de outubro, com alta de 4,72% em 12 meses. Ela ressalta o papel das carnes e tubérculos, especialmente batata e tomate, como fatores críticos para a alta no grupo de alimentos, que deve ter uma variação de 4,98%. Em termos de expectativas para 2024, ela estima que a inflação dos alimentos no domicílio pode atingir 7,6%, com carnes projetadas para subir 13,6%.

Angelo prevê que a inflação de serviços, monitorada de perto pelo Banco Central, mostre aceleração, o que pode reforçar a pressão inflacionária no núcleo de serviços.

Cláudia Moreno, economista do C6 Bank, aponta para um IPCA de outubro em 0,56% e acumulado de 12 meses de 4,8%. Segundo ela, além dos alimentos, o resultado será puxado pela alta da energia elétrica, já que o índice ainda vai receber os efeitos da bandeira vermelha 2.

- Já a inflação de serviços, que é algo que o Banco Central acompanha, deve ficar em 0,73%, uma aceleração em relação ao setembro.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   08/11/2024

Os contratos futuros do minério de ferro se recuperaram nesta quinta-feira, com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA aumentando as esperanças de que a China, principal mercado consumidor do minério, revele medidas de estímulo mais fortes para compensar qualquer impacto de uma guerra comercial potencialmente mais ampla.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 2,11%, a 799,5 iuanes (111,56 dólares) a tonelada, o maior valor desde 16 de outubro.

O contrato de referência de dezembro do minério de ferro na Bolsa de Cingapura subiu 1,84%, para 105,85 dólares a tonelada.

O retorno de Trump à Casa Branca gerou preocupações sobre uma guerra comercial mais ampla que poderia atingir o consumo de metais, com o complexo de metais registrando amplas perdas na quarta-feira.

O presidente eleito também ameaçou impor uma tarifa geral de 60% sobre as importações de produtos chineses para impulsionar a produção dos EUA.
O Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China se reunirá de 4 a 8 de novembro, com os investidores concentrados nas orientações das tão esperadas medidas de estímulo fiscal.

A China continuará a implementar uma política monetária de suporte para ajudar a promover uma recuperação econômica sustentada, disse Pan Gongsheng, presidente do banco central chinês, em comentários publicados na quinta-feira.

As importações de minério de ferro da China em outubro aumentaram 4,48% em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais, já que as margens das siderúrgicas melhoraram, graças ao pacote de estímulo econômico maciço de Pequim, que estimulou mais compras.

Valor Investe - SP   08/11/2024

Dia também foi positivo para o minério de ferro, que teve alta de 2,11% na bolsa Dalian, o que ajuda a impulsionar uma subida dos papéis

As ações da Vale avançam fortemente nesta manhã, na expectativa de que o fim da reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo na China, que encerra amanhã, seja acompanhado pelo anúncio de um novo pacote de medidas de estímulos para a economia chinesa.

A razão é que a eleição do republicano Donald Trump, que possui um viés mais protecionista, poderia voltar a elevar as tarifas contra produtos chineses.

As ações da mineradora (VALE3) subiram 3,48%, cotadas a R$ 63,56. Na máxima do dia, chegou a ser negociada a R$ 63,99. A Bradespar (BRAP4), que tem participação na companhia, avançou 2,85%, cotadas a R$ 20,22%.

O dia também foi positivo para o minério de ferro, que teve alta de 2,11% na bolsa Dalian, o que ajuda a impulsionar uma subida dos papéis. A CSN (CSNA3) registrou alta de 3,1%, a R$ 12,29.

“Com a eleição de Trump, investidores começam a acreditar em novos estímulos da China para proteger a economia de novas tarifas que podem vir em breve dos Estados Unidos”, diz um operador.

Veja tudo sobre os balanços e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a empresa, no Valor Empresas 360.

Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   08/11/2024

Alinhada com as projeções da Anfavea, a Iveco também enxerga um alta de 15% no mercado de caminhões em 2025, para volume acima de 124 mil unidades. No encerramento do exercício, Márcio Querichelli, presidente da marca para a América Latina, espera fechar com 12% de participação nas vendas na faixa a partir de 3,5 toneladas. “Hoje, temos 11% e vamos buscar esse 1 ponto a mais.”

Animado com o desempenho da marca na Fenatran 2024, evento para o qual se preparou para colocar “a melhor campanha comercial da história”, como classificou.

“Temos o comprometimento das equipes de venda e o apoio fundamental do Iveco Capital, o banco. Em apenas três dias de feira, as nossas expectativas já foram superadas”, afirma, apesar de preferir não revelar a quantidade de negócios até então efetivados.

A exceção ficou por conta da venda de todas as 24 unidades disponíveis para o País do S-Way Metallica, série especial em parceria com banda de heavy metal. Na turnê europeia de 2024, caminhões Iveco foram os responsáveis pelo transporte dos equipamentos.

Valor - SP   08/11/2024

Montadoras se aproximam do esporte a motor para desenvolver componentes capazes de serem incorporados à indústria automotiva

Dois motivos básicos ajudam a explicar a proximidade que a indústria automotiva sempre manteve do esporte a motor: marketing e testes de novas tecnologias. Afinal, nas corridas, a empresa se exibe a um público que se importa com veículos. Com a Fórmula 1, a lógica nunca foi diferente. Mesmo usando carros diferentes daqueles que estão nas ruas, companhias como Ferrari, Honda, Mercedes-Benz e Renault tentam utilizar o prestígio da categoria para valorizar suas marcas. Ford e GM (por meio da marca Cadillac) estão prestes a fazer o mesmo.

Ao mesmo tempo, fabricantes tentam levar as evoluções das pistas para carros de rua, usando a chancela “tecnologia de F1”, categoria que estimula engenheiros a trabalhar em soluções que entreguem o melhor resultado possível em um ambiente de competição árdua. Como os componentes dos carros de corrida são levados ao limite de desempenho e durabilidade, a competição é um laboratório e tanto para acelerar inovações.

Os primeiros freios a disco, ainda no final do século XIX, por exemplo, eram caros e superaqueciam. Soluções técnicas e capazes de serem produzidas em larga escala vieram apenas após serem usados em competições automobilísticas, dos anos 1950 aos 1960. Hoje, são itens de série mesmo entre os modelos mais simples.

Testes de impacto também já existiam, mas tiveram seus níveis de procedimento elevados quando foram adotados pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA), na década de 1980. Além de carros de corrida mais seguros, a entidade gerou e compartilhou padrões de avaliação, outra contribuição para a segurança dos carros de rua.

Em termos de desempenho, em 1989 a Ferrari se baseou em um formato antigo de mudança de marcha para criar algo inovador: o câmbio automatizado que utiliza borboletas, ou shift paddles, atrás do volante, evitando que pilotos (e, hoje, motoristas) tenham que tirar as mãos da direção para realizar as trocas sequenciais manuais.

O câmbio automático já existia no, mas a F1 ajudou a melhorar o conjunto de transmissão ao desenvolver um sistema automatizado com múltiplas embreagens. Hoje, as caixas automatizadas de dupla embreagem não só reduzem os trancos nas mudanças de marcha como melhoram o consumo de combustível. E são uma arquitetura de transmissão muito utilizada em veículos híbridos.

Vários itens já existentes na indústria foram melhorados e tiveram sua taxa de desenvolvimento acelerada na F1, como controles de tração e de estabilidade, hoje obrigatórios em qualquer zero-quilômetro. Até mesmo botões no volante tiveram o seu desenvolvimento acelerado pelas experiências no automobilismo. Outro exemplo é o uso de materiais cada vez mais leves. A fibra de carbono, hoje presente em modelos esportivos, foi utilizada em um carro de Fórmula 1 pela primeira vez em 1981, com a McLaren.

Sensores instalados nos carros de F1 geram, durante um fim de semana de GP, cerca de 1 TB de informação

O desenvolvimento dos sensores que permitem verificar quase tudo que acontece no carro também se deve, em muito, aos aparelhos de telemetria da F1, onde chegaram nos anos 1980. A tecnologia chegou a tal nível que, em determinado momento, engenheiros conseguiam trabalhar em atualizações enquanto os carros estavam na pista competindo. Esse procedimento acabou proibido na prova, mas a sensibilidade e capacidade de coleta de dados só cresceu.

Hoje, há mais de 300 sensores espalhados em um carro de F1, analisando dados como temperatura, pressão, torque e até pontos de pressão aerodinâmica. Os dados vão para uma unidade eletrônica de controle, que transmite informações em tempo real para os boxes, enquanto armazena outras. Durante o final de semana de GP, um carro da categoria gera cerca de 1 TB de informação, quantidade exagerada para um carro de passeio, mas a questão é que o desenvolvimento do monitoramento ajudará na resolução de problemas em tempo real.

E, se há um ponto no qual a F1 trabalha de forma árdua hoje, são os conjuntos híbridos, que estrearam na categoria em 2009 com o sistema de recuperação de energia cinética (Kers, na sigla em inglês). A energia normalmente dissipada nas frenagens é reaproveitada para impulsionar um motor elétrico acoplado ao virabrequim, gerando potência extra ao carro. Esse sistema começou a aparecer no mercado já na década passada.

Carros de F1 ainda passaram a ter um sistema que usa o turbo e o fluxo de gases no escapamento para recuperar energia. Com os dois sistemas, segundo a Mercedes, os 20 carros do grid chegam a recuperar, durante uma corrida, a mesma energia consumida por uma família de classe média no Reino Unido durante uma semana.

Em 2026, porém, a F1 irá abrir mão do segundo mecanismo, por corte de custos e porque o primeiro está mais desenvolvido. A capacidade será dobrada, permitindo a utilização de até 350 Kw ou 475 cv por volta como potência extra em cada carro. Atualmente, o limite é de 160 cv. A ideia da FIA é que os carros de Fórmula 1 passem a ter uma razão próxima a 50/50 na geração de energia e potência entre os motores elétrico e a combustão.

Valor - SP   08/11/2024

A Nissan Motor decidiu cortar sua força de trabalho e capacidade de produção enquanto luta para sair de uma queda nos lucros que pode exigir uma sacudida em sua cultura corporativa.

A montadora japonesa disse na quinta-feira que cortará 9 mil empregos em todo o mundo e reduziu sua previsão de lucro pela segunda vez neste ano fiscal. Ela reduzirá sua capacidade de produção global em cerca de 20%.

Makoto Uchida, presidente da Nissan. — Foto: Foto: Gesival Nogueira Kebec/Valor

O presidente da Nissan, Makoto Uchida, disse em uma entrevista coletiva on-line que sentiu uma "responsabilidade muito grande" pelo último resultado ruim. O lucro líquido do semestre de abril a setembro caiu 94% na comparação com um ano antes, para 19,2 bilhões de ienes (US$ 125 milhões).

O fraco desempenho da Nissan se deve principalmente à América do Norte, onde sofreu uma perda operacional consolidada de 4,1 bilhões de ienes de abril a setembro. No mesmo período do ano passado, ela registrou um lucro de 241,3 bilhões de ienes, respondendo por mais de 70% do lucro operacional total da montadora.

As vendas de veículos elétricos desaceleraram na América do Norte, com carros híbridos crescendo. Mas a Nissan se concentrou em elétricos em vez de híbridos.

Seus erros de cálculo decorrem de uma cultura de gestão que perdurou na empresa desde a era do executivo-chefe (CEO) Carlos Ghosn, quando a empresa passou por uma reformulação de corte de custos de cima para baixo.

Ghosn se tornou CEO da Nissan em 2001 e mais tarde assumiu o comando da aliança Renault/Nissan. Ele foi demitido da Nissan em 2018, por alegações de má conduta financeira, e foi preso em Tóquio.

Mas muitos executivos seniores daquela época permanecem. Os críticos dizem que alguns na força de trabalho da Nissan continuam relutantes em propor melhorias diretamente a seus superiores.

Alguns observadores também dizem que a tomada de decisões se tornou mais lenta desde que o cargo de diretor de operações ficou vago em 2023.

Uchida, que se tornou presidente em dezembro de 2019, trabalhou para controlar a estratégia expansionista da era Ghosn. No plano de transformação de quatro anos do Nissan Next, iniciado em 2020, Uchida estabeleceu uma meta de reduzir a capacidade de produção e o número de modelos vendidos, enquanto tentava restaurar a força da marca na América do Norte.

Os carros novos eram poucos por volta de 2022, devido à escassez global de semicondutores causada pela pandemia de covid-19, facilitando sua venda a preços altos. Ao contrário da Toyota e outros concorrentes, a Nissan "não estava preparada para renovar sua linha em um momento em que os lucros estavam estáveis", disse um analista de ações.

Apenas um dos 10 modelos mais vendidos da Nissan nos Estados Unidos estreou em 2022 ou 2023. O número de modelos com vendas médias mensais acima de 1 mil unidades caiu de 19 em 2014 para 12.

Então veio uma desaceleração nas vendas de veículos elétricos atingindo todas as montadoras. A Nissan teve que depender mais fortemente de incentivos de revendedores, o que cortou profundamente seus lucros.

A Nissan está tomando medidas para tentar consertar esses problemas, como encurtar o ciclo de desenvolvimento de novos modelos para 30 meses, dos atuais 50 a 60 meses.

A montadora criará uma nova posição em 1º de dezembro de diretor de desempenho para assumir o comando da recuperação do negócio. Guillaume Cartier, chefe de operações na África, Oriente Médio, Índia, Europa e Oceania, assumirá o cargo.

A Nissan disse em agosto que pretende padronizar o software de bordo e as peças usadas em elétricos com a Honda Motor, com a Mitsubishi Motors se juntando à estrutura. Mas a Nissan também decidiu vender algumas de suas ações na Mitsubishi Motors, uma parceira importante, em um sinal de suas dificuldades financeiras.

IstoÉ Online - SP   08/11/2024

A montadora japonesa Nissan anunciou nesta quinta-feira (7) que vai suprimir 9.000 postos de trabalho no mundo e reduzirá em 20% suas capacidades de produção, consequência da queda nas vendas.

O grupo também revisou e reduziu drasticamente as previsões de receitas e lucros operacionais para o ano fiscal de 2024.

“Diante da gravidade da situação, a Nissan está adotando medidas urgentes para reverter seus resultados e criar uma empresa mais reativa e resiliente”, afirma um comunicado.

“A Nissan reduzirá sua capacidade de produção mundial em 20% e reduzirá sua força de trabalho mundial em 9.000 postos”, completa a nota.

A empresa japonesa e as concorrentes locais enfrentam uma forte concorrência da China, com a rápida expansão de suas montadoras de carros elétricos apoiadas pelo governo.

O CEO da Nissan, Makoto Uchida, afirmou que as vendas fracas no mercado crucial dos Estados Unidos também influenciaram a situação da empresa, que registrou uma queda 93% no lucro no primeiro semestre.

Uchida “reduzirá voluntariamente 50% de sua remuneração mensal a partir de novembro de 2024. Os demais integrantes do comitê executivo terão cortes salariais voluntários”, acrescenta o comunicado.

A Nissan agora projeta vendas líquidas de 12,7 trilhões de ienes (80 bilhões de dólares, 454 bilhões de dólares), abaixo dos 14 trilhões de ienes projetados anteriormente.

A empresa não divulgou uma nova projeção de lucro, depois de reduzir a previsão em julho para 300 bilhões de ienes em julho.

No semestre entre abril e setembro, o lucro líquido foi de apenas 19,2 bilhões de ienes.

“Os lucros líquidos não foram determinados devido à avaliação em curso dos custos necessários para os esforços de recuperação planejados”, explicou Uchida.

Valor - SP   08/11/2024

Alguns movimentos - que não fazem parte da rotina da indústria automobilística no Brasil - chamaram a atenção nas últimas semanas. Um deles foi a iniciativa de um empresário brasileiro, que fundou uma nova marca, a Lecar, para produzir carros elétricos nacionais. Outra novidade foi a Ford transferir a antiga fábrica da Troller para o governo do Ceará que, por sua vez, assinou acordo com uma empresa de comércio exterior, a Comexport, para instalar uma fábrica de carros híbridos e elétricos de várias marcas.

Essa não é a primeira vez que surgem iniciativas para mudar a dinâmica do setor, que desde os anos 1950 está sob o domínio de poderosas multinacionais. A mais conhecida e ousada foi a do engenheiro brasileiro João Conrado do Amaral Gurgel. A fábrica de carros da marca que levava seu nome funcionou durante 25 anos, até que, em 1994, foi decretada a falência.

Para os defensores do empresário, Gurgel foi prejudicado ao não receber apoio governamental. Ao perceber a necessidade de ampliar a produção de carros compactos e populares, que concorriam com produtos das gigantes do setor, Gurgel tentou, sem sucesso, obter linhas de crédito especiais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Pode ser que o dono da nova Lecar, o empresário Flávio Figueiredo de Assis, que ganhou o apelido de “Elon Musk brasileiro”, não seja bem-sucedido no audacioso plano de uma fábrica com capacidade anual de 120 mil veículos - maior do que muitas das fábricas de montadoras instaladas no país. É possível, ainda, que ele não consiga a demanda inicial esperada.

Assis pede um sinal de R$ 1,3 mil a quem entrar na fila para comprar o primeiro híbrido da Lecar, que, conforme seus planos, só chegará ao mercado na segunda metade de 2026. Mas, de alguma forma, iniciativas como essa mexem com um setor que não se via ameaçado desde a falência da Gurgel.

Não se pode, também, desprezar o projeto que promete fazer do Ceará um polo de produção de carros híbridos e elétricos. O governo cearense assinou acordo com a Comexport, brasileira especializada em comércio exterior responsável pela importação de carros de diversas marcas. O entendimento abre caminho para a trading brasileira transformar a antiga fábrica da Troller, em Horizonte, em um centro de montagem multimarcas.

A estratégia faz sentido. Além de usufruir do regime automotivo do Nordeste, que até 2032 garante incentivos fiscais a empresas do setor instaladas na região, a montagem local terceirizada livra marcas que querem entrar no mercado brasileiro da alta gradativa do Imposto de Importação para híbridos e elétricos.

O modelo de manufatura planejado para o Ceará não é novidade. Há um igual no Uruguai, onde a empresa local Nordex produz veículos de diferentes marcas, como a van Ford Transit e o caminhão Kia Bongo.

É factível imaginar que a estrutura da indústria automobilística no Brasil pode ganhar novas formas e mais participantes. O tamanho do mercado atrai investidores e o consumidor brasileiro mostra que fidelidade a uma marca não é um critério tão importante assim ao escolher o carro novo. Basta acompanhar o sucesso das chinesas.

Infomoney - SP   08/11/2024

A Braskem (BRKM5) deve sentir um efeito positivo mais imediato em suas operações nos Estados Unidos se o governo eleito de Donald Trump adotar novas medidas de protecionismo sobre o setor automotivo, dada a relevância do setor na carteira de clientes da maior petroquímica da América Latina.

“Tem um setor que pode ter um efeito mais imediato que é o automotivo”, disse o diretor financeiro da Braskem, Pedro de Freitas, em entrevista a jornalistas após a divulgação dos resultados de terceiro trimestre da companhia.

“Se aumentar o protecionismo no setor automotivo pode ter efeito mais rápido (para a Braskem) porque na operação de polipropileno temos uma venda importante para a indústria automobilística. Isso pode ter um efeito mais imediato”, acrescentou o executivo, citando que em outros setores os efeitos vão depender de “reconfiguração das cadeias de produção”.

A Braskem tipicamente obtém entre 15% e 20% de seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) nos Estados Unidos, disse o executivo.

E assim como defendeu na véspera o presidente-executivo da Gerdau, Freitas afirmou que um eventual aumento do protecionismo norte-americano sob Trump acelera a urgência de o governo do Brasil acelerar medidas de defesa comercial.

“Se fecha mais lá (EUA), quem estava vendendo lá vai vender em outros lugares e isso vai vir para o Brasil”, disse Freitas, referindo-se não apenas a produtos petroquímicos, mas de toda a indústria da transformação.

Spreads

Apesar de a Braskem ter registrado uma melhora nos spreads petroquímicos no trimestre passado, a companhia espera um recuo no quarto trimestre para o indicador e ainda espera uma evolução lenta ao longo de 2025, disse Freitas.

O spread é a diferença entre o custo da matéria-prima e o preço de venda dos produto petroquímico.

“O último trimestre é sempre mais fraco. A expectativa é de redução nos spreads principalmente no Brasil e México e menos na Europa e EUA”, disse Freitas, citando que para o primeiro trimestre a expectativa é de melhora no Brasil e no México e relativa estabilidade nas outras duas regiões.

“Ainda vemos recuperação lenta de spreads no mercado. Não esperamos para o ano que vem uma mudança no patamar do spread para uma média de ciclo”, afirmou o executivo.

As ações da Braskem subiam cerca de 3% às 11h, após a publicação do balanço do terceiro trimestre que mostrou melhora operacional da empresa no Brasil e nos EUA e forte redução de alavancagem. No mesmo horário, o Ibovespa mostrava valorização de 0,7%.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   08/11/2024

“As construtoras e incorporadoras medem seus modelos econômicos por coisas muito chatas, como VGV (valor geral de vendas) e preço por metro quadrado”, diz Alex Allard, idealizador do complexo Cidade Matarazzo, fazendo um muxoxo. “Só que vendemos segundos de vida, pelos quais qualquer um pagaria o valor que fosse pedido, se isso fosse possível.” É com esse raciocínio totalmente fora das planilhas de contabilidade, com cara de gente rica, que ele fala de seu mais novo desafio feito para a Gafisa: o Allard Oscar Freire.

Localizado num terreno de 2 mil m² na Oscar Freire com a Consolação, nos Jardins, o empreendimento de 33 andares e mais de 100 metros de altura traz dois marcos importantes. Consolida o posicionamento da Gafisa no mercado de altíssimo luxo e o lançamento da marca Allard, que trará a linguagem já vista no Cidade Matarazzo, onde ficam o hotel Rosewood e centro cultural Casa Bradesco, atualmente com uma exposição de Anish Kapoor, entre outros espaços. A assinatura Allard inclui brasilidade, regeneração do espaço físico e integração com a natureza.

O lançamento também traz a “chatice” do que pode vir a ser um dos preços por metro quadrado mais caros da cidade — que as empresas não divulgam, bem como o valor dos apartamentos. O VGV do empreendimento é estimado em R$ 800 milhões. Como referência, o preço dos apartamentos no prédio residencial de luxo do Cidade Matarazzo saía por R$ 85 mil o m², há dois anos.

Isso porque o alto luxo do Allard Oscar Freire nasce a partir da concepção do que ele chama de “ressignificação” das experiências dos consumidores. Entre outras coisas, isso envolve o projeto desenhado pelo arquiteto Arthur Casas, paisagismo de Benedito Abbud, com os primeiros oito andares abertos ao público. Lá, funcionarão padarias e lojas, restaurantes, um centro de longevidade e saúde, uma área de eventos e muita arte brasileira, com curadoria de Marc Potier. “Por isso é um modelo econômico complicado: são oito andares dedicados à vida”, afirma Allard, que se recusa a falar de qualquer cifra.
‘Floresta vertical’

O projeto também vem envolvido no que ele chama de “floresta vertical” — e que se tornou sua marca nas construções do Cidade Matarazzo. Com a curadoria de design pensada nos mínimos detalhes e onde nada é trivial — como a garagem que no Rosewood começa em uma biblioteca na frente do lobby principal —, o novo empreendimento também pretende surpreender.

Além da área aberta ao público que planeja se integrar aos pedestres da Oscar Freire, o prédio terá 17 apartamentos de 430 m², a partir do 9º andar. Terá ainda dois duplex, com 770m² cada. E a cobertura triplex, com quase 1,3 mil m². Sua construção deve ter emissões negativas de carbono. Se o preço médio de R$ 85 mil por m² for mantido, o apartamento menor custaria mais de R$ 36,5 milhões.

Para Allard, não há contradição entre erguer um prédio tão alto, numa região marcada por empreendimentos menores, e o conceito de regeneração que ele defende. “Temos de resgatar a natureza na cidade e não mandar as pessoas irem viver onde ela está intacta”, diz ele.

Nova estratégia da Gafisa

Já a migração da Gafisa, do empresário Nelson Tanure, ao segmento de altíssimo luxo começou há cerca de cinco anos, após uma pesquisa que constatou a demanda crescente no segmento — e a falta de fornecedores desse padrão. “Vimos, não apenas no setor imobiliário, que havia um público de alta renda com mais referências em ascensão e que não encontrava no País o que vê lá fora”, diz Luis Fernando Ortiz, vice-presidente da incorporadora. “É mais do que design de interiores: trazemos um produto pensado nos mínimos detalhes desde o projeto arquitetônico.”

Com isso, a Gafisa pretende tornar-se uma empresa mais resiliente e com melhor resultado de margem. A incorporadora, que chegou a ter receita líquida de R$ 2,3 bilhões em 2015, encerrou o ano passado com R$ 1,1 bilhão e prejuízo de R$ 195 milhões. No ano, os papéis da empresa tiveram desvalorização de 83%.

“Esse segmento tem mais flexibilidade, margem melhor e ficamos mais propensos a não sermos impactados por fatores externos”, afirma Sheyla Resende, CEO da Gafisa. “Foi um trabalho extenso, e passamos os últimos anos para aculturar o time e todos os processos ao alto padrão.”

Ao desenhar a estratégia, a Gafisa se aproximou de Allard. Investiu em algumas unidades do complexo Cidade Matarazzo, no que dizem ser um aprendizado que já dura quatro anos. Segundo Resende, a incorporadora está preparada financeiramente para o projeto. Não foram fornecidas, no entanto, informações detalhadas sobre o investimento, financiamento ou o modelo de negócios.

Allard, por sua vez, diz ter postergado o lançamento de sua própria marca por pelo menos 15 anos e agora chega com a ambição de nada menos do que “criar ‘a’ marca de luxo do Sul global”. “O hemisfério Norte, que liderou por décadas a cultura do mundo, não tem nada tão novo e potente quanto o que emerge do Sul em termos de música, pintura e gastronomia, numa força pronta para ser lapidada”, diz ele. “Vamos fazer disso um projeto de altíssima costura.”

Sem entrar em nada tão mundano quanto valores, ele diz que seu grupo cresce com o novo negócio. Segundo Allard, deve passar de 4 mil funcionários, no fim de 2025, para 20 mil, num período de cinco anos. Ele diz ainda que já há outros projetos a serem desenvolvidos com sua marca, que ele prefere não detalhar.

FERROVIÁRIO

Globo Online - RJ   08/11/2024

O Governo do Estado contratou, nesta quinta-feira (07/10), a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para elaborar estudos técnicos e realizar a mensuração de custos de operação, manutenção e estabilização do sistema ferroviário do Rio de Janeiro. O acordo com a estatal que administra o serviço em São Paulo foi firmado por meio da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) e da Central Logística, empresa pública vinculada à pasta. O valor do contrato chega a R$ 2,4 milhões.

As informações serão utilizadas na elaboração do futuro edital de licitação da empresa que deverá substituir a Supervia. A data para o início dos estudos ainda não está definida. Mas a previsão é que a empresa entregue as informações em 30 dias após o estado autorizar o início dos trabalhos.

A CPTM atua há 32 anos na gestão dos trens da Região Metropolitana de São Paulo, transportando 1,6 milhão de passageiros ao longo de 196 quilômetros distribuídos por cinco linhas e 57 estações, em 18 municípios. , A malha ferroviária urbana do Rio de Janeiro tem 270 km, em cinco ramais, três extensões e 104 estações. Ao todo, os trens do estado transportam cerca de 300 mil pessoas por dia útil.

Em abril de 2023, a empresa japonesa Mitsui, controladora da SuperVia, desistiu da concessão dos trens urbanos do Rio de Janeiro. A decisão foi comunicada ao governo do estado em um ofício. A empresa informou que não conseguiria arcar com os custos dos investimentos necessários para modernizar o sistema. Entre os motivos para a desistência, a empresa citou: perda de receita com a pandemia e prejuízo com o furtos de metais e cabos.

NAVAL

IstoÉ Dinheiro - SP   08/11/2024

Uma comissão de juristas entregou ontem, 6, à Câmara dos Deputados o anteprojeto de lei que visa modernizar a legislação portuária brasileira. O texto estabelece um marco regulatório para atrair investimentos e define que as políticas para o setor sejam interministeriais. Além disso, padroniza as relações trabalhistas e revê algumas atribuições da Autoridade Portuária.

Criado por uma iniciativa do presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), a Comissão elaborou o texto para reformular a Lei Geral dos Portos, de 2013. O grupo é formado por juristas, incluindo advogados e membros dos Tribunais Superiores.

“A revisão do arcabouço legal dos portos se mostrou de absoluta necessidade para o setor portuário e imprescindível para o desenvolvimento econômico do nosso País”, afirmou o relator do anteprojeto no colegiado de juristas, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, Celso Peel.

No total, a contribuição dos portos para o desenvolvimento do Brasil em termos de impacto no PIB, aumento da massa salarial e recolhimento de impostos chega a quase R$ 3 trilhões na próxima década, destaca o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Silva. “Para isso, será necessário que o sistema portuário cumpra na totalidade seu cronograma de investimentos. O Brasil só tem a ganhar”, afirma.

Eixos

O anteprojeto, que a partir de agora será examinado pela Câmara, contempla diferentes eixos. Entre eles, investimentos em obras de dragagem para aumentar a capacidade dos portos brasileiros de receber embarcações de maior calado.

Contempla também a modernização nas relações trabalhistas priorizando a certificação e a qualificação dos trabalhadores, assim como uma atuação conjunta de diversas áreas do governo. Os ministérios dos Portos e Aeroportos terão um papel central na formulação de políticas públicas, alinhando suas ações com as pastas do Transporte, Comércio Exterior e Desenvolvimento Regional.

O texto dialoga ainda com o Programa Navegue Simples para reduzir a burocracia no setor.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   08/11/2024

A Petrobrás divulgou na noite desta quinta-feira (7) que registrou um lucro líquido de R$ 32,55 bilhões durante o terceiro trimestre do ano, o que representa uma alta de 22,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado também reverte um prejuízo apurado no segundo trimestre deste ano. Já o EBITDA Ajustado Recorrente atingiu R$ 64,4 bilhões, crescimento de 3% em relação ao trimestre anterior. A receita de vendas da estatal chegou a R$ 129,58 bilhões no trimestre, alta de 3,8%, ante a receita de R$ 124,83 bilhões do mesmo intervalo de 2023.

Diante dos números, o Conselho de Administração aprovar o pagamento de dividendos no valor de R$ 17,12 bilhões, a serem pagos em duas parcelas (fevereiro e março), em acordo com a Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras. A dívida financeira da companhia foi reduzida em 2,1% no último trimestre, para cerca de US$ 25,8 bilhões, o menor patamar desde 2008. A dívida bruta também foi reduzida em 0,8%, para US$ 59,1 bilhões (montante que inclui US$ 33,4 bilhões em arrendamentos), permanecendo dentro da faixa estabelecida no Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobrás.

Os investimentos da petroleira somaram US$ 4,5 bilhões, cerca de 30% acima do trimestre passado. O foco dos investimentos continua, principalmente, nos grandes projetos do pré-sal. Nos primeiros nove meses do ano, os investimentos somaram US$ 10,9 bilhões, representando um aumento de 19,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A projeção de CAPEX total para 2024 da Petrobras está mantida para no patamar entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões, conforme anunciado em agosto.

“Apresentamos um lucro líquido expressivo no trimestre, com uma forte geração de caixa e redução tanto da dívida financeira quanto da dívida bruta. Tudo isso em um cenário desafiador, de queda no preço do petróleo brent. Além disso, no 3º trimestre realizamos investimentos de US$ 4,5 bilhões em projetos que garantirão o futuro da companhia. Nossos resultados mostram que estamos no caminho certo”, destacou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

CNN Brasil - SP   08/11/2024

A PetroReconcavo informou nesta quinta-feira (7) que assinou memorandos de entendimento com Ultracargo, Shell e Porto de Pecém para desenvolver projetos de escoamento, armazenamento e comercialização do petróleo produzido pela companhia.

Segundo a petrolífera, esses acordos representam “importante passo no plano de resiliência operacional”, com projetos que poderão possibilitar o acesso da PetroReconcavo a “novos mercados, ‘players’ e condições de negociação”.

No acordo com a Ultracargo, do grupo Ultrapar, estudos técnicos serão realizados para a logística de escoamento e armazenagem do petróleo produzido pela PetroReconcavo através dos portos de Aratu (BA) e Suape (PE).

Já a parceria com a Shell prevê cooperação técnica para o desenvolvimento de um plano logístico para desenvolver o mercado do petróleo extraído pela PetroReconcavo na Bahia e no Rio Grande do Norte.

Com o complexo portuário do Pecém, será avaliada a viabilidade do escoamento para o porto cearense de petróleo bruto tirado no Ativo Potiguar.

O memorando prevê a busca por uma solução de curto prazo, com logística temporária via modal aquaviário, bem como uma estratégia definitiva, com disponibilização pela Dislub Equador de tancagem para armazenamento e conexão a infraestrutura portuária do Pecém.

Globo Online - RJ   08/11/2024

Do Oiapoque ao Chuí. A máxima já conhecida pela maioria dos brasileiros é a nova meta que está sendo perseguida pela indústria do petróleo. Se no extremo Norte do país, a exploração na Foz do Amazonas ainda depende de aval ambiental do Ibama, as petroleiras, lideradas pela Petrobras, já iniciaram investimentos para desbravar o Sul do Brasil com a pouco conhecida Bacia de Pelotas.

No Sul, Pelotas foi leiloada em dezembro de 2023 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), quando a Petrobras, que já havia perfurado em águas rasas na região no início dos anos 2000, adquiriu 29 blocos na bacia.

Do total, formou dois consórcios, um com a Shell (com fatia de 30%) e a chinesa CNOOC (20%) — a estatal tem os 50% restantes; e outro só com a Shell (30%) — nesse caso, a Petrobras tem 70%. A Chevron adquiriu sozinha 15 blocos em Pelotas.

Passados dez meses, Pelotas vem chamando a atenção das companhias, após os bons resultados que vêm sendo registrados na Namíbia, na costa da África, onde são estimadas reservas de até 13 bilhões de barris de petróleo com as descobertas feitas por empresas como Galp, Chevron, TotalEnergies, Shell e outras.

Risco de voltar a importar

A indicação é que Pelotas tenha a mesma formação geológica desde os tempos de Gondwana, quando um supercontinente incluía os territórios atuais da América do Sul e África, por exemplo. O geólogo Pedro Zalan explica que os reservatórios e as rochas geradoras na região dos dois continentes podem ter formação semelhante.

— A semelhança é total. E Pelotas é maior e mais profundo em relação à Namíbia. Pelotas pode ter uma reserva entre 10 bilhões a 15 bilhões de barris. Por isso, vimos uma procura enorme das petroleiras pela região. O Brasil precisa de novas reservas, já que o pré-sal vai atingir o pico em 2030. E o atraso na Margem Equatorial preocupa. Sem isso, podemos ser importadores de petróleo já em meados da próxima década — afirma Zalan.

As reservas provadas do Brasil são da ordem de 15,9 bilhões de barris.

Roberto Ardenghi, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), compartilha uma avaliação semelhante. Para ele, sem novas áreas, o país corre o risco de ter de importar petróleo. Segundo ele, as empresas que arremataram as áreas no fim de 2023 já estão se preparando para contratar sísmicas para explorar Pelotas, mas lembra que o início de produção levará tempo.

— A sísmica deve levar de três a quatro anos. Depois, é preciso perfurar um poço para encontrar petróleo. Em seguida, são necessários novos poços para comprovar a viabilidade econômica, e a ANP precisa aprovar o plano de desenvolvimento. Podemos levar ao todo um período de 12 anos até iniciar a produção. Mas, antes disso, é preciso comprovar a tese geológica — diz Ardenghi.

Diferente do Norte do Brasil, onde já há uma mobilização de cidades e de ambientalistas com a produção, o Sul ainda espera o início das primeiras atividades do setor. Para ele, devem servir de base cidades como Porto Alegre, Rio Grande, Chuí e Pelotas, todas no Rio Grande do Sul.

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— Essas devem ser as cidades afetadas. Mas é preciso estudar. É diferente da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, onde Suriname e Guiana já fizeram descobertas na mesma bacia. Em Pelotas ainda não temos isso.

Segundo a Petrobras, os blocos em Pelotas vão elevar a área de exploração da estatal dos atuais 30 mil para 50 mil quilômetros quadrados. Entre os planos da companhia está o desenvolvimento de projetos conjuntos de energia eólica em alto-mar.

TN Petróleo - RJ   08/11/2024

O Grupo Energisa concluiu nesta quarta-feira (06/11) a compra de 51% da Norgás, holding com participação em distribuidoras de gás canalizado em quatro estados do nordeste, com investimento de cerca de R$ 879 milhões. A Norgás detém participações societárias na Cegás (29,4% do capital total), Copergás (41,5%), Algás (29,4%) e Potigás (83,0%), que operam, respectivamente, nos estados do Ceará, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. A Sergás deixará de fazer parte do portfólio da Norgás em função do exercício dos direitos de preferência pelo Estado de Sergipe, que resultará na venda da totalidade das ações desta distribuidora detidas pela Norgás.

Com a conclusão da transação, o Grupo Energisa anuncia a chegada de Débora Oliver como a Diretora-Presidente de Negócios de Gás, que controla os investimentos do Grupo no segmento de gás natural, biogás, biometano e biofertilizantes. Débora Oliver tem uma trajetória reconhecida no segmento, tendo atuado na Comgás por 18 anos, ocupando as mais diversas posições de lideranças em áreas como Marketing, Inteligência de Mercado, Suprimentos e TI. Nos últimos dois anos, atuou como CEO e COO (Diretora de Operações) da Raízen Geo Biogás, joint-venture entre Raízen e Geo bio gas&carbon.

A transação amplia a presença do Grupo Energisa no segmento de distribuição de gás natural, com uma estratégia de diversificação de portfólio e reconhecimento como empresa de soluções completas em energia voltadas para demandas dos clientes por combustíveis de menor emissão. E reforça mais uma vez o pioneirismo do Grupo, ao formar um portfólio de empresas de distribuição de energia elétrica e gás natural no país.

Às vésperas de completar 120 anos, a Energisa investe no elevado potencial de crescimento do mercado do Nordeste, onde já atua no setor elétrico com distribuição, transmissão e geração de energia elétrica, além de operação de call center.

"Nosso objetivo é contribuir para o crescimento deste mercado com a nossa experiência centenária em gestão de ativos de distribuição, relacionamento com clientes e conhecimento do ambiente regulado e livre. Somos um grupo 100% brasileiro, operamos há 27 anos no Nordeste e sempre acreditamos na região pelo seu forte potencial de crescimento, e queremos nos posicionar como player relevante na ampliação da demanda e infraestrutura de gás natural no Brasil", afirma Ricardo Botelho (foto), CEO do Grupo Energisa. "Entendemos o gás natural como um vetor para a transição energética no país", complementa.

Valor - SP   08/11/2024

O petróleo tipo Brent para entrega em janeiro fechou em alta de 0,95% e o WTI para dezembro subiu 0,93%

Os contratos futuros de petróleo encerraram os negócios desta quinta-feira (7) em alta firme e, assim, destoaram do movimento observado ontem e durante a manhã de hoje. O movimento vem na esteira de um enfraquecimento expressivo do dólar, em uma correção após a disparada observada na sessão anterior.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para entrega em janeiro fechou em alta de 0,95%, cotado a US$ 75,63. Já na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro subiu 0,93%, para US$ 72,63 por barril.

Logo após a vitória de Trump, os preços do petróleo chegaram a cair quase 3% na sessão anterior, mas houve alguma recuperação das perdas ainda ontem, que se estendeu e ganhou força nesta quinta-feira. O resultado vem, em especial, do comportamento do câmbio. Após ter ultrapassado os 105 pontos na esteira das eleições, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras moedas fortes, voltou à faixa dos 104 pontos.

“O impacto de um governo Trump ainda é incerto, com várias forças opostas, potencialmente, em jogo”, dizem os analistas do ING em relatório, ao citarem a possibilidade de sanções mais rígidas contra o Irã, mas também perspectivas de mais arrendamentos para exploração de petróleo e gás natural.

AGRÍCOLA

Investing - SP   08/11/2024

A perspectiva de renovadas hostilidades tarifárias entre os Estados Unidos e a China representa riscos para as exportações agrícolas americanas. Com Donald Trump indicando um possível retorno ao cargo em janeiro e sugerindo a ideia de impor tarifas de 60% sobre produtos chineses para fortalecer a manufatura dos EUA, especialistas alertam sobre possíveis repercussões para o comércio agrícola americano. A China, que tem sido o maior mercado para produtos agrícolas dos EUA, experimentou um declínio de 20% nas importações desses bens em 2023, com uma tendência de queda esperada para continuar em 2024.

Em 2023, a China importou 34,05 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA. Apesar do declínio, líderes da indústria e comerciantes ainda veem o mercado chinês como "insubstituível", mesmo enquanto buscam mercados alternativos para compensar a demanda reduzida. A soja, uma importante exportação dos EUA, viu uma mudança significativa, com a participação da China no mercado de soja americana caindo para 18% em 2024, de 40% em 2016, à medida que a China se volta para o Brasil em busca de suprimentos mais baratos e abundantes.

Os EUA têm sido historicamente o principal fornecedor de milho da China, mas com a aprovação de Pequim para importações de milho brasileiro em 2022, o Brasil rapidamente ultrapassou os EUA como o principal fornecedor. Embora as exportações de milho dos EUA para a China tenham atingido 2,6 bilhões de dólares em 2023, a competição do Brasil é notável. As exportações americanas de carne e miudezas, que têm menos demanda domesticamente, também viram uma diminuição, caindo para 3,3 bilhões de dólares em 2023.

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As exportações de algodão para a China, que representaram um quarto dos embarques dos EUA em valor no ano passado, caíram para 1,66 bilhão de dólares em 2023, de 3 bilhões de dólares em 2022, à medida que desafios econômicos reduziram a demanda por têxteis e vestuário. Da mesma forma, as exportações de sorgo dos EUA para a China diminuíram para 867 milhões de dólares em 2023, abaixo dos 1,52 bilhão de dólares em 2014, devido à concorrência da Argentina e da Austrália e ao influxo de milho brasileiro mais barato.

As importações de trigo da China provenientes dos EUA também diminuíram, com uma compra de 319 milhões de dólares em 2023, marcando o menor valor em três anos. Essa redução ocorre à medida que a China aumenta a produção doméstica e obtém amplos suprimentos de outros países, embora importações de trigo de alta proteína para certos produtos alimentícios ainda sejam necessárias.

O governo chinês expressou o desejo de expandir a cooperação em vez de se envolver em outra guerra comercial. Enquanto isso, a China continua a diversificar suas fontes agrícolas e aumentar a produção doméstica para melhorar a segurança alimentar. O potencial de retaliação tarifária da China, em resposta às medidas propostas por Trump, poderia impactar ainda mais as exportações agrícolas dos EUA para este importante mercado.

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