Valor - SP 10/12/2024
A Nippon Steel refutou um vídeo da United Steelworkers (USW) que critica sua proposta de aquisição da U.S. Steel, divulgando uma declaração na segunda-feira que revela trocas com o conselho executivo do sindicato sobre investimentos que pretende fazer na empresa.
A declaração de segunda-feira destinada aos funcionários da U.S. Steel foi emitida sob o nome de Takahiro Mori, vice-presidente responsável pelo plano de aquisição da siderúrgica japonesa. Em uma reunião recente com o conselho executivo da USW, a Nippon Steel explicou o plano e ouviu as solicitações do sindicato.
Com base nessas discussões, a Nippon Steel enviou ao presidente da USW, David McCall, em 2 de dezembro, informações detalhadas sobre os investimentos planejados após a aquisição.
Em meio a essas trocas, McCall divulgou na quarta-feira um vídeo para os membros do sindicato, criticando o plano de aquisição.
"Eventualmente, a Nippon Steel transferirá os produtos que fabricamos em instalações para a Big River One e Big River Two no Arkansas", disse McCall, referindo-se às siderúrgicas de fornos elétricos a arco no sul dos Estados Unidos cujos trabalhadores não são membros da USW.
Em sua declaração, a Nippon Steel refutou essas alegações e pediu aos trabalhadores da U.S. Steel que verificassem os fatos por si mesmos. Ela também divulgou as informações de investimento que havia enviado à McCall.
As informações confidenciais foram redigidas, mas os documentos incluíam cronogramas de investimento para vários equipamentos, como altos-fornos, e planos para manter discussões regulares com a USW e o estado da Pensilvânia, onde a U.S. Steel está sediada.
A oferta de aquisição de US$ 14,9 bilhões da Nippon Steel pela icônica siderúrgica americana, no ano passado, atraiu oposição da USW, bem como da administração do presidente Joe Biden, citando potenciais problemas de segurança nacional. Após ser eleito como próximo presidente dos Estados Unidos, em 5 de novembro deste ano, Donald Trump declarou que irá vetar o negócio.
Veja - SP 10/12/2024
Jorge Gerdau Johannpeter, emprsário da indústria do aço, apresenta sua trajetória e aprendizados no novo livro A Busca: Os Aprendizados de uma Jornada de Inquietações e Realizações. A obra explora os valores que guiaram sua vida pessoal e profissional com lições sobre transparência e cooperação e propósito.
O livro é dividido em 23 palavras que norteiam sua prática empresarial e cada capítulo dá detalhes da filosofia do autor sobre o que considera essencial para o progresso individual e coletivo.
Jorge Gerdau Johannpeter é bisneto do fundador da produtora brasileira de aço Gerdau, João Gerdau, e começou a trabalhar com 16 anos na empresa da família. Em 1983, foi empossado como presidente do grupo, deixando o cargo em 2006. Sob sua gestão, em conjunto com os irmãos, a empresa se tornou uma das maiores produtoras de aço do planeta.
Veja - SP 10/12/2024
Mais uma disputa bilionária está chamando atenção no STJ. Desta vez, o caso envolve a seguradora Sul America, no qual a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi derrotada em todas as instâncias do TJSP, a indústria obteve decisão monocrática favorável do ministro Antônio Carlos Ferreira, que levará o caso para o colegiado da 4ª Turma nos próximos dias. O time de advogados da siderúrgica, que tem o advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho à frente, quer repetir a virada e a vitória também bilionária do caso Ternium, que teve o voto de desempate a favor da CSN do mesmo magistrado. No caso Ternium também atuou a advogada Claudia Queda de Toledo.
Infomoney - SP 10/12/2024
As ações de mineradoras e siderúrgicas lideram os ganhos do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (9), na esteira da valorização das commodities como o minério de ferro e o petróleo no exterior, após a China afirmar que adotará uma política monetária “adequadamente frouxa” no próximo ano como parte das medidas de apoio ao crescimento econômico.
Às 11h05, as ações da CSN Mineração (CMIN3) avançavam 4,58%, cotadas a R$ 5,48. Já os papéis da CSN (CSNA3) subiam 4,75%, para R$ 11,69, enquanto Bradespar (BRAP4) registrava alta de 4,35%, a R$ 18,24. A Vale (VALE3) apresentava valorização de 3,64%, negociada a R$ 58,87, seguida por Usiminas (USIM5), com alta de 2,68%, a R$ 6,14, e Gerdau (GGBR4), que avançava 2,05%, para R$ 20,89.
Os principais líderes chineses planejam afrouxar a política monetária e expandir os gastos fiscais em 2025, enquanto Pequim se prepara para uma guerra comercial quando Donald Trump assumir o cargo.
O Politburo de 24 homens liderado pelo presidente Xi Jinping também intensificou a linguagem sobre política fiscal em sua reunião de dezembro, prometendo ser “mais proativo”, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua.
Na segunda-feira, as principais autoridades também fizeram promessas diretas de “estabilizar os mercados imobiliário e de ações” e, pela primeira vez, prometeram um ajuste de política anticíclica “extraordinário” — o Partido Comunista fala por ferramentas mais incomuns para impulsionar a economia. O aumento do consumo recebeu maior ênfase, algo que autoridades estrangeiras, incluindo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, enfatizaram ser crucial.
O Bradesco BBI avalia o anúncio como um desenvolvimento positivo, pois a China continua comprometida em garantir a estabilidade econômica e o crescimento estável. Todos os olhos devem estar agora voltados para a Conferência de Trabalho Econômico.
O Estado de S.Paulo - SP 10/12/2024
A comemoração do acordo entre Mercosul e União Europeia só durou uns poucos dias e a expectativa para que se torne realidade pode consumir muitos meses, ou anos, depois de um quarto de século de pressões, negociações, idas e vindas, muxoxos e caras feias. Na verdade, porém, esse acordo é importantíssimo para os dois blocos, particularmente para o Brasil, e não “apenas” pelo impacto nas importações e exportações em condições camaradas, mas muito além disso.
Mais do que um acordo comercial, trata-se de uma parceria estratégica entre os 27 países europeus e os quatro sul-americanos que envolve redução de tarifas de produtos de diferentes setores, num mercado que passa de 700 milhões de pessoas, mas também um diálogo político e a cooperação em várias áreas que podem impulsionar o crescimento econômico e a competitividade da indústria e da própria agricultura brasileiras.
O acordo tem também importância geopolítica, pois resgata o Mercosul da insignificância, amplia mercados para a Europa, que vem perdendo espaços relevantes para a Ásia, e permite que os dois blocos tenham uma porta de saída para a polarização entre Estados Unidos e China, da qual se tornaram reféns. A ver...
Falta convencer governos, parlamentos e setores refratários, com destaque para os agricultores franceses, que contribuem com menos de 2% do PIB do País, mas agem como se fossem donos da França, uma das maiores economias europeias. Se a Alemanha lidera o apoio ao acordo, com Portugal e Espanha, a França está no lado oposto, junto com a Polônia.
Para o presidente Lula, não muito diplomático, “a França não apita mais nada”. Na verdade, o acordo, no primeiro momento, é mais importante para a própria Europa do que para o Mercosul. Logo, a resistência francesa não é problema daqui, é de lá. Eles que se virem para tourear o Parlamento e o governo enfraquecido de Emmanuel Macron.
Por aqui, a área agrícola já vinha sendo bem negociada pela então ministra da Agricultura, a agora senadora Tereza Cristina (PP-MS), mas o governo Jair Bolsonaro cedeu mais do que o razoável no setor automotivo, nas cláusulas ambientais e na abertura das compras governamentais aos europeus, inclusive na Saúde. O Itamaraty do governo Lula renegociou esses pontos e abriu caminho para a conclusão.
É assim que a diplomacia brasileira, depois dos arroubos de Lula, vai fechando o ano de 2024 com as vitórias do próprio acordo Mercosul-EU e o G-20. A guerra, porém, continua e vem aí a COP 30 em 2025, sem falar nas guerras reais, que ganharam um novo fator: a dramática interrogação sobre o futuro da já tão sofrida Síria. O Itamaraty vai continuar tendo muito trabalho...
IstoÉ Dinheiro - SP 10/12/2024
rofessor; da turma progressista; jovem e ligado às premissas do governo Lula III desde sua concepção. Essa seria a descrição de um livro sobre Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central. Mas, se é preciso dizer que não se deve julgar uma obra pela capa, a história pode o afastar dos clichês que o forjaram. Em evento na capital paulista no dia 2 de dezembro, Galípolo deu o tom do próprio destino. Afirmou que haverá continuidade da temporada de Selic em alta, que há preocupação com preços e com o bom andamento da política monetária. O discurso acalmou, em partes, o mercado financeiro que tem se mostrado receoso com intervenção de Lula nos rumos do BC, e foi entendido como um alerta para os braços do governo menos alinhados com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo o substituto de Roberto Campos Neto, a decisão até aqui (de aumento da taxa básica de juros) foi natural e é lógico entender sua continuidade enquanto não se estabilizarem outros fatores dentro e fora do Brasil.
De acordo com ele, tanto a atividade econômica aquecida (e coroada com um aumento de 0,9% no PIB do terceiro trimestre) quanto o dólar mais caro são fatores que colaboram com a alta da inflação, o que pressiona a instituição a manter os juros mais elevados. Há ainda o foco de atenção das contas públicas do governos e as tensões mundiais que persistem no horizonte.
“Precisamos ter claro um ponto: fizemos um ciclo de cortes a partir de agosto do ano passado, derrubamos a Selic para 10,5%, porque havia um entendimento de desaceleração da economia”, disse Galípolo. O que se confirmou, no entanto, foi uma sistemática frustração das expectativas, já que o PIB cresceu.
Questionado sobre a capacidade de perseguir a meta da inflação, o futuro presidente afirmou ter todas as ferramentas necessárias para se ater aos 3%, e que qualquer discussão sobre uma mudança na meta é um “não tema” para os membros da autarquia.
“Sou da máxima que acho estranho que quem persegue a meta possa determinar a própria meta. Mas esse é um tema [com a] página virada”, afirmou. Galípolo defendeu que a margem de tolerância é um mecanismo para “eventuais choques”, indicando que o mais importante para o BC é definir a direção correta, já que há “várias maneiras” de se atingir a meta.
A fala do economista se dá porque, a partir do ano que vem, o regime de metas de inflação terá um horizonte mais alongado. Na prática, a diferença é que, a partir de 2025, a apuração do cumprimento da meta passará a obedecer a um prazo maior que um ano. Em entrevista recente à DINHEIRO, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que não houve divergências com o Banco Central para a mudança. “Os votos [no CMN] foram por unanimidade. Não houve sequer discussão nem objeção. Eu estava na reunião.”
Entre os dias 10 e 11 de dezembro o Comitê de Política Monetária (Copom) faz a última reunião do ano, e o encontro é tido como a estreia antecipada de Galípolo, com todos os agentes financeiros de olho no comportamento de economistas. Se a alta é certa, a dúvida ainda reside na força da elevação, que varia entre 0,5 p.p. a 1 p.p, já levando em conta a mudança no cenário internacional com vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e o fortalecimento do PIB entre julho e setembro.
E ainda que o cenário seja desafiador, o diretor do BC defendeu que o Brasil está em uma “posição robusta” para enfrentar tais desafios. Como mecanismos de defesa “bastante relevantes”, ele apontou o câmbio flutuante (regime que define a taxa de câmbio de uma moeda a partir da oferta e demanda de moeda estrangeira) e as reservas internacionais do país.
De opinião similar partilha Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central entre 2003 e 2011, durante os dois primeiros mandatos de Lula. “O Brasil tem um sistema financeiro sólido, uma economia caminhando e boas condições de lidar com as adversidades”, disse.
No entanto, Meirelles chama a atenção para um diálogo que teve com Lula pouco antes de assumir a cadeira do BC. “Eu disse ao presidente que aceitaria o cargo, mas manteria meu comprometimento com a política monetária, com o controle da inflação e as medidas necessárias para o bom andamento da moeda”. A resposta de Lula, então, teria sido. “Isso significa que você vai agir de forma independente?”. Banqueiro experiente não apenas no jogo financeiro, a resposta de Meirelles foi à altura. “O senhor tem a prerrogativa de me demitir, mas isso é um problema seu, não meu”. De certa forma, com a independência do BC, Galípolo tem a mesma prerrogativa.
IstoÉ Dinheiro - SP 10/12/2024
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 989 milhões na primeira semana de dezembro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 9, esse valor foi alcançado com exportações de US$ 5,957 bilhões e importações de US$ 4,968 bilhões.
No ano, o superávit acumulado da balança comercial é de US$ 70,845 bilhões.
Na primeira semana do mês, comparado ao mesmo período do ano passado, as exportações caíram 17,2%, com queda de 18,9% em agropecuária, que somou US$ 1,05 bilhões; queda de 56,7% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 830 milhões; e crescimento de 2% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 4,03 bilhões.
Já as importações tiveram crescimento de 2,1% na mesma comparação, com avanço de 18,9% em Agropecuária, que somou US$ 110 milhões; queda de 32,9% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 150 milhões; e alta de 3,6% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 4,67 bilhões.
Globo Online - RJ 10/12/2024
A sabatina dos três indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à diretoria do Banco Central (BC) ocorre nesta terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Após a sabatina, a análise deve ser feita no mesmo dia pelo plenário da Casa, ou ficar para esta quarta-feira.
A sabatina ocorre em meio a expectativa de aumento da Taxa Selic. A maior parte das instituições financeiras avaliam que o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, deve elevar a Selic em 0,75 ponto percentual amanhã, na última reunião do ano — mas algumas já esperam alta de 1 ponto, o que levaria os juros dos atuais 11,25% a 12,25% ao ano.
Os indicados são:
Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, já foi aprovado pelo Senado para assumir a presidência do BC no lugar de Roberto Campos Neto, que deixa o cargo no dia 31 de dezembro deste ano. Na mesma data, se encerram os mandatos de Damaso e Carolina Barros.
Caso as indicações sejam aprovadas pelo Senado em 2024, os indicados passarão a exercer o cargo de diretor do Banco Central do Brasil a partir de 1° de janeiro de 2025.
Os escolhidos iniciaram na semana passada o tradicional "beija-mão" no Senado. É quando os candidatos visitam os senadores para angariar votos para aprovação.
O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso, não vê vetos ou problemas em relação aos nomes, mas teme uma "mudança de humor" em meio ao impasse sobre o pagamento de emendas.
— Eu creio que não vai ter problema. Mas tem que resolver esses assuntos até lá. Porque o humor pode mudar de uma hora para outra por causa das questões da emendas.
Nesse contexto, a expectativa é de que a sabatina tenha um clima mais tenso do que a avaliação do nome de Gabriel Galípolo para presidência do BC, realizada em outubro. Como de costume, os três indicados vêm sendo bem recebidos nas conversas nos corredores do Congresso, mas o temor é de que a sessão na CAE seja usada pelos parlamentares para mandar recados para o governo.
Na sabatina de Galípolo à presidência em outubro, ele recebeu muitos elogios, inclusive da oposição, e teve o aval de todos os 26 senadores presentes no colegiado. Agora, mesmo o BC espera que os três indicados devem ouvir perguntas mais duras, principalmente sobre o aumento da taxa Selic, a disparada do dólar e a autonomia do BC. Além disso, são esperados alguns votos contrários, longe de ameaçar, contudo, a aprovação dos nomes.
Se os três novos indicados forem aprovados, o governo Lula passará a ter indicado a maioria entre os membros da diretoria do Comitê de Política Monetária (Copom). A mesa é composta por nove diretores e sete deles terão sido indicados pelo presidente Lula.
O diretoria do Copom é responsável por definir a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. A cada 45 dias os membros se reúnem para votar se mantém, abaixa ou aumenta a taxa de juros. O patamar da Selic, atualmente em 11,25% ao ano, é alvo de reclamação do governo.
CNN Brasil - SP 10/12/2024
Investidores passaram a ver um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros nesta semana e uma Selic mais alta em 2025, em meio a expectativas de inflação acima do teto da meta este ano e no próximo e com aumentos nas perspectivas para o dólar.
A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (9) mostrou que a expectativa agora é de que a Selic termine este ano a 12,00%, de 11,75% na semana anterior.
A última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) será realizada nesta terça (10) e quarta-feira (11) – a taxa está atualmente em 11,25%.
Para 2025 a projeção para a taxa básica de juros também aumentou, passando de 12,63% na mediana das projeções para 13,50%.
As mudanças no levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, ocorre em meio um cenário de maior pressão inflacionária.
Os investidores passaram a ver altas do IPCA de 4,84% e 4,59% respectivamente em 2024 e 2025, de 4,71% e 4,40% antes.
Se confirmados esses cenários, ambos os anos terminarão com a inflação acima do teto do objetivo — o centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
As contas para os dois anos seguintes também subiram, com o avanço do IPCA agora sendo calculado em 4,00% em 2026 e 3,58% em 2027, de 3,81% e 3,50% antes.
O IBGE divulga na terça-feira os dados do IPCA de novembro, com expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,37% no mês e de 4,85% em 12 meses. No dia seguinte o BC anuncia sua decisão de política monetária.
A pressão inflacionária vem também do enfraquecimento do real. O Focus mostrou ainda que a expectativa para o dólar ao final deste ano subiu de R$ 5,70 para R$ 5,95, enquanto que para 2025 passou de R$ 5,60 para R$ 5,77.
As contas para o Produto Interno Bruto (PIB) também foram ajustadas para cima, com a estimativa de crescimento em 2024 agora em 3,39% e para 2025 em 2,00%. Na semana passada as expectativas eram respectivamente de expansão de 3,22% e 1,95%.
Veja - SP 10/12/2024
A China anunciou o afrouxamento da sua política monetária pela primeira vez em 14 anos, com foco em manter a economia aquecida em meio as crescentes ameaças externas. O anúncio do Politburo de que o país adotará uma postura “apropriadamente frouxa” a partir de 2025 marca o primeiro relaxamento dessa natureza desde 2010, quando a política monetária chinesa se tornou rigidamente “prudente”.
Para entender o que isso significa, é essencial conhecer as classificações estabelecidas pelo banco central chinês, que organiza suas políticas em cinco categorias, variando de “frouxa” a “rígida”. Essa estrutura oferece a flexibilidade necessária para ajustar as medidas de acordo com a evolução das condições econômicas. Embora o banco central ainda não tenha divulgado detalhes específicos, o anúncio gera expectativas de que, em 2025, o governo realize cortes substanciais nas taxas de juros e considere a compra de ativos, como parte de uma estratégia mais ampla para revitalizar a economia e enfrentar os desafios globais.
O afrouxamento monetário deve vir acompanhado de uma política fiscal mais agressiva, que promete injetar estímulos robustos para impulsionar a demanda interna e amortecer as pressões do cenário externo.
A economia chinesa sofreu múltiplos choques em 2024, afetada pela fraca demanda global e pela desaceleração do setor imobiliário.
Com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA e suas promessas de aumentar as tarifas sobre produtos chineses em até 60%, o cenário externo segue desafiador. Essas tarifas ameaçam não apenas a competitividade das exportações chinesas, mas também intensificam as dificuldades de uma economia que já enfrenta obstáculos internos significativos.
Investing - SP 10/12/2024
Os contratos futuros do minério de ferro se recuperaram nesta segunda-feira, encerrando uma trajetória de duas sessões de queda, já que as esperanças de novos estímulos na China ofuscaram as perspectivas econômicas incertas do país, que é o principal mercado consumidor do minério.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,57%, a 808,5 iuanes (111,12 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Cingapura subiu 1,05%, a 104,4 dólares a tonelada.
Os preços do minério de ferro ficaram sustentados acima de 100 dólares por tonelada devido às expectativas de mais anúncios de estímulo da Conferência Central de Trabalho Econômico de Pequim, programada para 11 e 12 de dezembro, disseram os analistas do Westpac.
"As recentes medidas de estímulo chinesas reanimaram a demanda por aço e, portanto, por minério de ferro, já que as vendas de imóveis estão mostrando alguns sinais de melhora", disseram os analistas do ANZ.
Os estoques do ingrediente de fabricação de aço caíram na semana passada para o nível mais baixo desde agosto, disseram eles.
Enquanto isso, espera-se que os novos empréstimos em iuanes tenham quase dobrado em novembro em relação a outubro, demonstrando uma demanda de crédito mais firme após as recentes medidas de estímulo de Pequim.
Ainda assim, a inflação ao consumidor atingiu uma mínima recorde de cinco meses em novembro e a deflação nas fábricas persistiu, o que sugere impacto limitado dos esforços do governo para sustentar a demanda vacilante.
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A China também está se preparando para as prováveis novas tarifas de uma segunda presidência de Trump nos EUA, sugerindo que mais estímulos serão necessários para impulsionar o frágil crescimento.
Além disso, os comentários pessimistas do CEO da Vale (BVMF:VALE3) na semana passada sobre adaptação à demanda por produtos de qualidade inferior afetaram o sentimento do mercado em relação ao minério de ferro, disseram os analistas do ANZ.
"O produto será voltado para minério de ferro de menor qualidade, já que as margens continuam sob pressão."
A Vale é uma das maiores fornecedoras de minério de ferro do mundo.
Valor - SP 10/12/2024
Valor de mercado da companhia chegou a R$ 272,4 bilhões na tarde desta segunda-feira
Os papéis da Vale passam por forte reprecificação na sessão de hoje depois que o Politburo, principal órgão de decisão da China, se comprometeu a aumentar a demanda interna, além de estabilizar o mercado imobiliário chinês. Por volta das 15h10, as ações da mineradora subiam 5,86%, a R$ 60,14, bem perto da máxima do dia de R$ 60,19. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 1,09%, aos 127.319 pontos.
Com isso, o valor de mercado da companhia chegou a R$ 272,4 bilhões na tarde desta segunda-feira, o que representa um ganho de R$ 12,2 bilhões em relação ao fechamento da última sexta-feira (6). Os dados são do Valor Pro.
“Parece que temos uma posição oficial de que haverá mais desembolsos por parte do governo que poderão ser canalizados para a demanda nos segmentos de ‘real estate’ [imobiliário] e de infraestrutura, que são os que mais demanda minério de ferro”, observa o analista da Ativa, Ilan Arbeitman.
Ele lembra que o mercado aguardava com ansiedade por estímulos mais “incisivos”. A razão, diz, é que as medidas anunciadas até então ficaram muito concentradas na parte da oferta, o que frustrou investidores que esperavam impulsos mais de demanda.
Na semana passada, a companhia apresentou a estratégia para os próximos anos. Em relatório divulgado nesta semana, analistas do J.P. Morgan ressaltaram que a mineradora deu sinais de que está na “direção certa” durante o Vale Day.
Os especialistas do banco destacaram alguns aspectos positivos apresentados pela companhia em sua visão para 2030, como o aumento nos volumes de minério de ferro com um portfólio de produtos mais flexível, além do crescimento da exposição ao cobre, que será desenvolvida por meio das reservas e operações da Vale no Brasil, e o foco em operar melhor para reduzir os custos.
Infomoney - SP 10/12/2024
A principal fabricante de veículos elétricos da China, BYD, ganhou participação de mercado em novembro à medida que o maior mercado automotivo do mundo teve o crescimento mais rápido de 2024 no mês passado. O resultado prepara a BYD para superar meta global de vendas anuais e ultrapassar Ford e Honda.
Auxiliada por um mercado forte na China, a BYD está a caminho de superar meta anual de vendas de 4 milhões de veículos. A companhia vendeu 3,76 milhões de veículos nos primeiros 11 meses deste ano, incluindo 506.804 em novembro.
O número de trocas de carros subsidiados por linhas de financiamento do governo totalizou mais de 4 milhões em 18 de novembro, de acordo com dados oficiais. Sem essas trocas, as vendas de automóveis no acumulado do ano poderiam ter mostrado queda em vez de um crescimento 4,4%, de acordo com a análise da Reuters baseada em números do setor.
No mês passado, a participação da BYD no mercado automotivo chinês, que representa mais de 90% de suas vendas totais, era de 17,1%, acima dos 12,5% em 2023, de acordo com dados da associação de montadoras de carros da China, a CPCA.
Em comparação, as duas joint ventures da Volkswagen com a SAIC e o FAW Group obtiveram uma fatia combinada de mercado de 11% de janeiro a novembro, em comparação com 14,2% no ano passado.
Se esse impulso de vendas continuar, a BYD poderá vender mais de 6 milhões de carros nos próximos 12 meses, o que colocará a empresa no mesmo nível dos principais grupos de montadoras do mundo, como General Motors e Stellantis, de acordo com estimativas da Reuters baseadas nas vendas atuais das montadoras.
A empresa chinesa pretende vender entre 5 milhões e 6 milhões de carros em 2025, disseram os analistas do Citi após uma reunião com a administração da montadora. A BYD não respondeu a um pedido de comentário.
De agosto a outubro, a montadora acrescentou cerca de 200 mil veículos em capacidade de produção e contratou 200 mil trabalhadores para a fabricação de automóveis e peças, disse um executivo em novembro.
O número total de funcionários da BYD estava próximo de 1 milhão em setembro, em comparação com cerca de 703.500 no final de 2023.
Os esforços da companhia para aumentar a escala a ajudaram a superar os rivais em crescimento, controlar melhor os custos e vencer uma brutal guerra de preços na China que pressionou muitas montadoras estrangeiras. A BYD também solicitou cortes de preços a dezenas de seus fornecedores, de acordo com recentes relatos da mídia estatal.
No mais recente sinal do aprofundamento dos problemas das montadoras estrangeiras na China, a GM disse na semana passada que assumirá mais de 5 bilhões de dólares em encargos em sua operação na China devido a uma reestruturação e ao declínio do valor de sua joint venture, que sofre perdas e vendas decrescentes.
Auto Industria - SP 10/12/2024
A Anfavea, representante das montadoras brasileiras, e a Acea, Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis, emitiram notas de apoio ao acordo de parceria entre o Mercosul e a União Europeia, que teve negociações concluídas na sexta-feira, 6.
O acordo foi anunciado em coletiva de imprensa em Montevidéu, no Uruguai, durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que teve a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e da União Europeia, Ursula von der Leyen.
Investing - SP 10/12/2024
A Volkswagen (ETR:VOWG) e seus sindicatos estão longe de chegar a um consenso sobre como lidar com a crise em suas fábricas na Alemanha, mas mantiveram conversas nesta segunda-feira que ambos os lados descreveram como construtivas, enquanto uma quantidade recorde de trabalhadores da montadora faz greve em todo o país.
"Após a rodada de hoje, está claro que ainda estamos longe de uma solução", disse o negociador-chefe da Volkswagen, Arne Meiswinkel, após mais de sete horas de conversas.
Mas o representante dos trabalhadores, Thorsten Groeger, disse que foi a primeira vez que as negociações ocorreram em um "clima construtivo" e que eles estavam prontos para voltar à mesa de negociações em 16 de dezembro.
No início do dia, Groeger havia dito que, a menos que as conversas desta segunda-feira tivessem um tom conciliatório, os sindicatos não viam mais espaço para negociações neste ano e aumentariam as greves para um nível sem precedentes em 2025.
Ainda assim, os sindicatos mantiveram a posição firme de que não aceitarão o fechamento de fábricas, enquanto a montadora disse que isso não poderia ser descartado, indicando que as duas partes continuam distantes.
A equipe da VW baixou as ferramentas em nove fábricas alemãs que estão sob ameaça nesta segunda-feira, enquanto milhares de trabalhadores marcharam agitando bandeiras e soprando apitos em direção a uma praça em Wolfsburg, onde a montadora tem sua sede, para ouvir os líderes sindicais.
As últimas negociações, que tiveram início em setembro, ocorrem no momento em que a maior montadora da Europa busca maneiras de cortar radicalmente os custos na Alemanha para competir melhor com rivais asiáticos mais baratos que entraram em seu mercado doméstico.
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A crise da VW ocorre em um momento de incerteza e agitação política na maior economia da Europa, além de turbulência mais ampla entre as montadoras da região. O chanceler alemão, Olaf Scholz, atrás nas pesquisas de opinião antes de uma eleição antecipada, advertiu a VW contra o fechamento de fábricas no fim de semana.
O Estado de S.Paulo - SP 10/12/2024
Atrás de uma parede de tijolos em ruínas, em um bairro de classe trabalhadora da Cidade do México, esconde-se um estacionamento aparentemente inócuo. Mas ele pode ser um sinal de uma ameaça potencialmente grave para o setor automobilístico americano.
Uma concessionária improvisada da empresa chinesa de veículos elétricos BYD surgiu nesse terreno empoeirado. Esteban Alegría, um funcionário, disse que a concessionária estava vendendo carros tão rapidamente quanto eles chegavam da China. O carro mais vendido por Alegría é o Dolphin Mini, um compacto elétrico de quatro portas, que custa cerca de US$ 18 mil (R$ 109 mil), cerca de US$ 10 mil (R$ 60 mil) a menos do que o veículo movido a bateria mais barato disponível nos Estados Unidos.
A concessionária de Alegría é uma das dezenas que as montadoras chinesas, como BYD, Chery, Geely e SAIC, estão abrindo no México à medida que estabelecem um ponto de apoio na América do Norte.
As montadoras chinesas são efetivamente impedidas de entrar nos Estados Unidos por tarifas que dobram o preço de etiqueta dos veículos importados da China, e elas ainda não estão fabricando um número significativo de veículos no México que possam ser exportados pela fronteira.
No entanto, sua ambição de expandir-se para o exterior está em evidência no México e em toda a América Latina, Ásia, Europa e África. Anúncios de marcas chinesas estão em aeroportos e estádios de futebol e aparecem nas ruas da Cidade do México em grandes outdoors. Os carros chineses, tanto os modelos a gasolina quanto os elétricos, são cada vez mais comuns.
A BYD e outras empresas também estão procurando lugares para construir fábricas no México, embora nenhuma tenha anunciado planos concretos. Inicialmente, as fábricas atenderiam à América Latina, como parte de uma campanha das montadoras chinesas para diminuir o domínio das montadoras japonesas, americanas e europeias em locais como o Brasil e a Tailândia.
Mas há pouca dúvida de que, eventualmente, as montadoras chinesas esperam usar o México como uma rampa de acesso para os Estados Unidos.
“Talvez no próximo ano a BYD possa entrar nos Estados Unidos”, disse Alegría com otimismo, enquanto uma música de salsa tocava em um alto-falante pendurado em um poste e dois homens lavavam a poeira de um Dolphin recém-chegado. Perto dali, trabalhadores colocavam argamassa numa parede de blocos de concreto, parte de um novo prédio que substituirá o escritório de vendas de um cômodo feito de tijolos brutos e coberto por um telhado de metal corrugado.
“Se não”, acrescentou Alegría, com um sorriso, ‘eu posso entregar’.
É muito improvável que o Dolphin ou qualquer outra marca de carro chinesa esteja disponível nos Estados Unidos em breve. Devido às altas tarifas, as montadoras chinesas não tentaram estabelecer concessionárias ou obter aprovação dos órgãos reguladores federais para vender nos Estados Unidos. (A BYD fabrica ônibus elétricos na Califórnia).
E alguém que comprasse um BYD de um revendedor mexicano como Alegría teria dificuldades para registrá-lo e segurá-lo nos Estados Unidos porque os carros não demonstraram que atendem aos padrões de segurança.
O presidente Biden e o presidente eleito Donald J. Trump têm sido enfáticos em querer manter as montadoras chinesas fora dos Estados Unidos, cientes da ameaça que representam para as fábricas de automóveis e autopeças dos EUA, que empregam um milhão de trabalhadores.
Trump ameaçou impor tarifas de 25% sobre todos os produtos mexicanos, inclusive carros. Biden adotou políticas destinadas a afastar o desafio da China, incluindo subsídios para as fábricas de baterias dos EUA. O governo chinês há muito tempo subsidia as montadoras com o objetivo de se tornar um grande exportador de automóveis.
Mas, nos próximos anos, pode ser difícil explicar aos consumidores dos Estados Unidos por que eles não podem comprar veículos elétricos baratos que estão prontamente disponíveis do outro lado da fronteira, especialmente se forem fabricados no México, que já produz milhões de carros para os Estados Unidos.
Há menos de 20 anos, os carros chineses eram amplamente vistos como inferiores, até mesmo por muitos motoristas chineses. Mas, nos últimos anos, os fabricantes do país se equipararam aos rivais estrangeiros em termos de qualidade mecânica, dizem os analistas, e muitas vezes superam as montadoras americanas, japonesas e europeias em tecnologia de bateria, direção autônoma e software de entretenimento. (Pense em karaokê no carro e telas sensíveis ao toque giratórias).
As montadoras chinesas conquistaram uma participação significativa no mercado interno de empresas que já foram dominantes, como a Volkswagen. Até mesmo a Tesla, que tem uma grande fábrica em Xangai, perdeu terreno para a BYD e outras montadoras chinesas. Elon Musk, CEO da Tesla, estará em posição de influenciar a política automotiva dos EUA e da China depois de gastar mais de US$ 250 milhões (R$ 1,5 bilhão) para apoiar a campanha de Trump e se tornar um conselheiro próximo do presidente eleito.
“Antes da pandemia, as regras eram estabelecidas pelas montadoras ocidentais”, disse Felipe Munoz, analista global da JATO Dynamics, uma empresa de pesquisa. “Agora é o contrário.”
Representantes de várias montadoras chinesas se recusaram a comentar ou não responderam aos pedidos de comentários. Jorge Vallejo, diretor geral da BYD para o México, concordou em dar entrevista, mas a cancelou abruptamente enquanto os repórteres do New York Times esperavam do lado de fora de seu escritório na Cidade do México. O representante da empresa se recusou a remarcar a entrevista ou a disponibilizar outros executivos.
O mercado de automóveis da China é, de longe, o maior do mundo, e a crescente proeza dos produtores nacionais está tendo efeitos de longo alcance. A General Motors disse na semana passada que sofreria um impacto de mais de US$ 5 bilhões em seu lucro ao reestruturar suas operações na China, que vêm perdendo dinheiro nos últimos anos.
Mary T. Barra, CEO da GM, reconheceu a pressão de preços das montadoras chinesas durante uma entrevista em outubro. “Continuaremos buscando maneiras inteligentes de reduzir os custos”, disse ela, ao mesmo tempo em que insistiu que a empresa ainda poderia competir com a China.
Arno Antlitz, diretor financeiro da Volkswagen, observou que o setor já havia lidado com novos concorrentes antes, incluindo as montadoras japonesas na década de 1970 e as montadoras sul-coreanas nas últimas décadas. “Acreditamos que temos uma configuração competitiva”, disse ele em uma entrevista em outubro.
Ainda assim, o setor automotivo não parece ter visto nada parecido com a atual onda de marcas chinesas, que rapidamente ultrapassaram as empresas japonesas como as maiores exportadoras de automóveis do mundo.
As montadoras chinesas fizeram grandes incursões em países onde têm produção local ou enfrentam poucas barreiras comerciais significativas. No Brasil, as marcas chinesas têm uma participação de 9% nas vendas de automóveis, em comparação com 1% em 2019. Na Tailândia, elas têm 18% do mercado, ante 5% em 2019, de acordo com a Jato.
No México, as marcas chinesas agora respondem por 9% das vendas de carros novos, em comparação com nada efetivamente há cinco anos.
“Elas ganharam participação no mercado quando outras marcas não tinham estoque e havia longas esperas para obter carros no México”, disse Guillermo Rosales Zárate, presidente da Associação Mexicana de Distribuidores de Automóveis.
Em San Luis Potosí, um centro industrial a 250 milhas (402 km) ao norte da Cidade do México, os modelos da BYD estão tirando clientes da Toyota, disse Fernando López, gerente de uma concessionária que vende ambas as marcas em um showroom em um bairro de luxo.
A picape Shark da BYD, um híbrido plug-in de US$ 45 mil (R$ 273 mil) , está roubando compradores do Toyota Tacoma, disse ele, enquanto o BYD Song, um SUV plug-in de US$ 30 mil (R$ 182 mil), está atraindo clientes do Toyota RAV4. Os modelos chineses custam US$ 10 mil a menos que os Toyotas comparáveis.
“Não sei se as pessoas vão permitir que eles vendam nos Estados Unidos”, disse López, referindo-se à BYD, ‘mas eles podem competir com qualquer marca’.
O México é o sétimo maior produtor de automóveis do mundo, atrás apenas da Coreia do Sul e da Alemanha. A maioria dos grandes fabricantes de automóveis tem fábricas no México, incluindo a GM, a Ford Motor, a Stellantis e a Volkswagen. Muitas usam peças de empresas chinesas, como a Minghua, que produz para-choques e outros componentes em uma fábrica próxima a uma grande fábrica da BMW nos arredores de San Luis Potosí.
Quase 80% dos veículos produzidos no México, mais de 2 milhões até setembro, foram para os Estados Unidos, de acordo com a Associação Mexicana da Indústria Automotiva.
Embora as tarifas dos EUA sobre os carros fabricados na China sejam altas, em teoria, os carros chineses fabricados no México e exportados para o norte da fronteira teriam de pagar uma tarifa máxima de apenas 2,5%.
Mas os Estados Unidos provavelmente pressionariam o governo mexicano a erguer barreiras às montadoras chinesas. A nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, minimizou as conversas sobre uma fábrica da BYD no México e enfatizou que as relações com os Estados Unidos são a principal prioridade do governo.
O México está “tão economicamente ligado aos EUA que, no final das contas, esse é um cálculo simples”, disse Joshua Meltzer, membro sênior da Brookings Institution, que se concentra em relações econômicas internacionais. Em outubro, o governo mexicano aumentou a tarifa sobre os carros importados de 15% para 20%, o que foi amplamente visto como uma reação ao aumento das vendas de veículos chineses.
A ameaça da China aumentará à medida que os veículos elétricos se tornarem mais populares. Esses carros já representam metade de todos os carros novos na China, o que dá às montadoras do país uma vantagem inicial.
Os executivos do setor automotivo esperam que os veículos elétricos acabem suplantando os modelos a gasolina e a diesel, mesmo que Trump remova os incentivos financeiros para esses carros e caminhões. A GM, a Hyundai, a Mercedes-Benz e outras investiram bilhões de dólares em fábricas de carros elétricos e baterias.
No México, os veículos elétricos representam menos de 2% das vendas de carros novos, mas cresceram mais de 40% este ano, apesar da escassez de carregadores públicos. Os veículos elétricos na Cidade do México estão isentos das restrições que se aplicam aos veículos a gasolina e a diesel nos dias em que a poluição do ar é muito ruim.
Isso ajuda o Dolphin Mini, disse Daniela Alvarez, vendedora em outra concessionária da BYD, espremida em uma loja embaixo de um estacionamento na Cidade do México.
Alvarez enumerou as especificações técnicas do Dolphin, incluindo sua avançada tecnologia de bateria, tela de vídeo giratória e quatro airbags. Embora os veículos elétricos chineses ainda custem mais do que os modelos a gasolina, disse ela, eles custam apenas 30% a mais para abastecer. “A eletricidade é mais barata que a gasolina”, disse ela. “Você pode compensar a diferença.”
IstoÉ Dinheiro - SP 10/12/2024
As vendas no varejo de carros de passeio em novembro na China aumentaram 16,5% em relação ao ano anterior, em 2,42 milhões de unidades, e 7,1% na comparação com outubro, de acordo com a China Passenger Car Association (CPCA), em artigo publicado nesta segunda-feira, 9. Anteriormente, a instituição havia projetado um crescimento de 6% das vendas no ano, mas disse que a tendência é melhor do que o esperado.
A CPCA afirma que a expansão aconteceu pela política de troca de veículos, incentivada pelo governo, e por campanhas promovidas pelas montadoras, que aproveitaram o festival de compras do Dia dos Solteiros e o salão do automóvel de Guangzhou em meados de novembro para chamar a atenção dos consumidores.
A associação acredita que a tendência positiva pode continuar. No entanto, em dezembro, o mercado de automóveis pode sofrer “flutuações”, devido ao ambiente macro e fatores sazonais.
Dentre as fabricantes, a BYD manteve a posição de liderança nas vendas na China no último mês, com mais de 504 mil veículos vendidos, enquanto a Tesla vendeu pouco menos de 79 mil carros.
InfraRoi - SP 10/12/2024
As vendas de máquinas para construção devem crescer 9% em 2024 em comparação a 2023, alcançando 58,2 mil unidades comercializadas neste ano contra 53,5 mil unidades no ano anterior. Na linha amarela, a alta estimada é 14%, alcançado 36,6 mil unidades vendidas neste ano contra quase 32,3 mil unidades comercializadas em 2023. Os dados são do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção.
Os setores mais relevantes para o mercado de máquinas neste ano são a locação, construção pesada e agronegócio. Em termos de vendas, os dois segmentos com maior Market Share – construção (42%) e a locação (23%) – somam 65%. A Sobratema destaca que os dois setores assumiram esse protagonismo em 2021 e que ainda há espaço para crescimento.
Além das vendas, o que espera o mercado de equipamentos
O mercado de equipamentos está otimista para os próximos dois anos, já que, para 57% construtoras, locadoras, empresas de serviços e dealers, o mercado deve continuar crescendo em 2025. O percentual é ainda maior para 2026, chegando a 66%.
Cerca de 90% das construtoras, locadoras e prestadores de serviços apontaram que o volume de negócios até setembro de 2024 está melhor ou igual a 2023. Quase três em cada quatro empresas entrevistadas atingiram as metas planejadas para o ano e 65% dos dealers dizem que o mercado apresentará estabilidade ou pode até crescer no final do ano.
Já entre as preocupações dos empresários para 2024, estão a dificuldade de obter financiamento e os juros altos. Se por um lado, a expectativa do mercado é de que o governo federal faça um ajuste fiscal para diminuir o ritmo da inflação e dar espaço para o Banco Central cortar juros, do outro, os empresários se mostram otimistas com mais obras públicas do Novo PAC.
Outro dado relevante do levantamento é o financiamento utilizado pelas empresas adquirirem suas máquinas: 33% dos entrevistados utilizaram capital próprio, seguido por Finame, com 23% e CDC, com 19%.
O Estado de S.Paulo - SP 10/12/2024
Perto de bater o recorde de contratações e com dificuldades de atrair novos trabalhadores, as construtoras estão formulando uma proposta a ser apresentada ao governo para estimular a população atendida por programas sociais, como o Bolsa Família, a se apresentar para trabalhar nos canteiros de obras. Na visão dos empresários, os programas sociais se tornaram “concorrentes” uma vez que a maior parte das pessoas que recebe auxílio fica de fora do mercado de trabalho formal.
“Precisamos dos programas sociais no Brasil, mas eles são nossos concorrentes”, afirmou Rubens Menin, fundador da MRV. “Estamos fazendo a nossa parte em capacitar e melhorar a produtividade, bem como melhorar a qualidade das vagas. A construção civil não é mais aquela de antigamente. Temos bons empregos e com boa remuneração”, argumentou.
“Temos de levar uma proposta oficial ao presidente Lula para essas pessoas resgatarem a possibilidade de entrar no mercado de trabalho e melhorar as suas condições de vida”, defendeu o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e sócio da Plano & Plano, Rodrigo Luna. “Somos um país pobre e que precisa cuidar do lado social. Mas também precisamos criar políticas que resgatem a dignidade das pessoas e proporcionem oportunidades para que se tornem autossuficientes”.
Por enquanto, a proposta do setor está em gestação. Ela envolve uma possível campanha das vantagens de se trabalhar nas obras até sugerir parâmetros mais flexíveis que os atuais para o público trabalhar sem perder a bolsa.
O pano de fundo é que as construtoras estão com dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, o que as obriga a pagar salários mais altos para atrair candidatos. O setor está aquecido e atingiu a marca de 2,9 milhões de empregos formais, puxado por obras comerciais e residenciais, especialmente do Minha Casa, Minha Vida. Este é o maior nível de emprego em uma década, chegando perto do recorde histórico, que foi de 3,1 milhões em 2014.
O salário médio de admissão (primeiro emprego) na construção está em R$ 2.315, o terceiro mais alto, atrás apenas de finanças, com R$ 2.324; e administração e serviços públicos, com R$ 2.455, segundo o Ministério do Trabalho. “Um bom oficial de carpintaria ganha mais de R$ 10 mil em obra”, citou Luna. Por sua vez, Menin alertou que a falta de trabalhadores gera inflação e pode atrapalhar a produção. “Já tivemos dificuldade com mão de obra no passado e, se não fizermos nada, teremos alguma dificuldade na indústria, especialmente nos grandes centros”, apontou.
A professora do Insper e especialista em políticas públicas, Laura Muller Machado, defendeu o papel do Bolsa Família. “As pessoas não se sujeitam a trabalhar por menos do que já recebem no programa. A meu ver, isso é bom. Como sociedade, não queremos que as pessoas trabalhem por tão pouco. O programa foi um mecanismo de combate à miséria e ao trabalho escravo, por exemplo”, disse. Por outro lado, ressalta a importância de aprimoramentos. “É preciso que empresários ofereçam salários e condições de emprego mais atrativos. E do lado do governo, mecanismos de saída do benefício rumo ao mercado de trabalho”, defendeu.
Emprego no Bolsa Família
Criado há 21 anos, o Bolsa Família atende 20,7 milhões de famílias com um valor médio de R$ 684 por mês. Para ter direito ao benefício, a renda de cada pessoa da família deve ser de até R$ 218 por mês.
Não é verdade que essa população não trabalha. Ao menos 2,8 milhões de famílias (13,5%) têm um membro com carteira assinada, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social. Neste ano, os beneficiários ficaram com 56% de 1,5 milhão de vagas formais geradas. Além disso, há muitos beneficiários em postos informais, como faxineiras, jardineiros, feirantes, pedreiros, motoristas, entregadores, entre outros, cuja quantidade exata não é bem conhecida.
Desde o ano passado, o Bolsa Família ganhou uma regra que garante a manutenção do benefício às pessoas que assinam a carteira de trabalho. O objetivo foi incentivar a procura por emprego. Chamada ‘Regra de Proteção’, ela prevê que famílias em que a renda subir acima de R$ 218 por pessoa sigam recebendo benefícios. Para isso, o aumento de renda não pode ultrapassar meio salário mínimo (R$ 706) por indivíduo. Nessas condições, passam a receber 50% do valor regular do benefício por até 24 meses.
O problema, na visão de Machado, é que o trabalho formal muitas vezes não dá segurança suficiente para essa população topar a mudança. “Caminhar do benefício para o mercado de trabalho é difícil. O mercado é incerto em termos de continuidade da vaga e do salário. Perder a bolsa integral assusta, até porque as pessoas de menor escolaridade são cada vez mais expulsas do mercado de trabalho. O ideal seria ter um prêmio e uma redução gradual do benefício”, defendeu.
O Estado de S.Paulo - SP 10/12/2024
Relatório da reforma tributária apresentado nesta segunda-feira, 9, pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) determina que pessoas físicas possam ser tributadas ao alugar ou arrendar imóveis caso obtenham rendimento superior a R$ 240 mil por ano com atividades imobiliárias e tenham mais de três imóveis. No caso da venda, caso a pessoa física venda mais de três imóveis em um ano ou mais de um imóvel adquirido nos últimos cinco anos, também estará sujeita à tributação.
Os critérios são novos e foram inseridos por Braga no atual momento da tramitação da reforma tributária. O texto que havia sido aprovado na Câmara, em julho, não atribuía critérios objetivos para a taxação de pessoas físicas. Tributaristas ouvidos pelo Estadão avaliam que, grosso modo, era possível escapar do tributo; agora, não.
Segundo Breno Vasconcelos, sócio de Mannrich e Vasconcelos Advogados e professor do Insper, o texto da Câmara era “nebuloso” sobre a tributação de pessoas físicas em operações com imóveis.
“Na ocasião, o Ministério da Fazenda havia comunicado que pessoas físicas que negociassem bens imóveis de forma eventual não seriam tributadas pelas atividades imobiliárias. Já as pessoas que faziam disso uma atividade recorrente seriam tributadas pelo IBS (IVA dos Estados e municípios) e pela CBS (IVA da União) ”, afirmou.
Para caracterizar a recorrência, o texto da Câmara afirmava que a tributação atingiria a pessoa física que já fosse contribuinte (pelo desenvolvimento de outras atividades econômicas) e cujo rendimento do imóvel fosse preponderante ao recebido de outras atividades.
Um advogado ou dentista que alugam imóveis poderiam pagar, por exemplo. Agora, caso o relatório de Braga seja aprovado como está, pessoas físicas como um todo (não só os que já seriam alvo da tributação dos novos tributos, como os profissionais liberais), desde que inseridas nos critérios objetivos, poderão ser tributadas.
O texto poupa a incidência da tributação sobre imóveis que estiverem no patrimônio da pessoa há mais de cinco anos ou que tenham sido objeto de herança há mais de cinco anos.
Segundo assessores que acompanharam a elaboração do texto de Braga, o objetivo do senador foi definir melhor os critérios de tributação, reduzindo a margem de interpretação do Fisco. A alegação era de que se uma pessoa aposentada que recebe R$ 1.500 e um aluguel de R$ 1.800, o aluguel poderia ser enquadrado como “renda preponderante” e o contribuinte ser taxado.
O advogado Marcel Alcades, sócio da área tributária do escritório Mattos Filho, afirma que o texto da Câmara deixava aberta a possibilidade de tributação e que nem todas as pessoas físicas seriam atigindas.
“A receita total com imóveis, mesmo acima do limite de R$ 240 mil, não seria tributada, porque não era a atividade econômica principal de um profissional como um advogado, por exemplo. Agora, vai tributar se a pessoa física tiver três imóveis distintos e rendimento acima de 240 mil, independentemente da atividade principal”, afirma. “É ruim a mudança, porque vai onerar a atividade e terá impacto no custo de locação. Vai aumentar o valor do aluguel”, diz.
Isso porque, diz ele, ao contrário de empresas que vendem e alugam imóveis, as pessoas físicas não poderão obter créditos com o pagamento dos novos impostos.
O resultado prático, na avaliação de Alcades, é que o relatório está ampliando a base de tributação, com a incorporação de potenciais contribuintes de classe média e classe alta.
“Justiça seja feita: as mudanças feitas para imóveis para a baixa renda devem manter a tributação como está nessa faixa. A grande questão é a classe média, que vai ter aumento no valor dos aluguéis e na tributação de venda de imóveis”, afirma. “IBS e CBS não são tributos para operações com bens imóveis, sobre patrimônio. É uma atividade que não deveria ser pega e isso vai gerar um aumento no custo da atividade, no custo do aluguel e na venda de imóveis.”
Em seu relatório, Braga informa que incluiu, seguindo sugestões obtidas de outros senadores, venda ou aluguel de imóveis destinados a edifícios-garagem e estacionamentos de curta duração, cujas regras aplicáveis serão as mesmas da locação, cessão onerosa e arrendamento.
No caso da venda de imóveis, o relatório de Braga repete um redutor que já constava no texto da Câmara, o de que só é tributada a diferença entre o valor de aquisição e de venda do imóvel. Por exemplo: num imóvel de R$ 400 mil vendido a R$ 600 mil, a tributação incidirá apenas sobre R$ 200 mil.
Segundo o advogado Charles William MacNaughton, professor do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários e da PUC-SP, o conceito antes era muito subjetivo, o que gerava insegurança. “É positiva a mudança porque traz objetividade”, afirma. “Para as pessoas físicas é uma notícia ruim, mas tem a questão: que se todo mundo for tributado, é menor a alíquota para todo mundo.”
Hoje, uma pessoa física paga nessas operações ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis), no caso da venda, e Imposto de Renda sobre os ganhos auferidos com aluguel e venda de imóveis. “A pessoa física não estaria sujeita a essa tributação e agora vai ter aumento”, disse.
Alíquotas menores para imóveis
A alíquota que incide nessas operações, no entanto, teve um desconto. Braga ampliou redutores na alíquota a ser cobrada na tributação dos novos impostos. Para operações como a venda de imóveis, a alíquota incidente será de 50% da alíquota padrão do IVA - que recai sobre todos os demais produtos e serviços. O texto que saiu da Câmara previa um redutor de 40%.
Já no caso do aluguel, arrendamento e cessão, o redutor foi elevado para 70% - o anterior era de uma redução de 60% da alíquota padrão.
Entidades que representam o setor, como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc) fizeram forte pressão para a ampliação dos redutores, sob a alegação de que haverá impacto no valor de compra de imóveis e de aluguel, com a nova tributação. Eles pediam 60% e 80%, respectivamente.
Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 9, Braga disse que seus assessores e técnicos do Ministério da Fazenda fizeram cálculos para tentar atender ao setor, mas que os números que demonstram equilíbrio na tributação são os que ele incluiu em seu parecer.
Além dos redutores de alíquota, o texto da reforma tributária - desde a sua elaboração, na Fazenda -, prevê redutores para imóveis destinados à população de baixa renda, chamados de redutores sociais.
Terrenos e lotes adquiridos adquiridos para imóveis residenciais terão deduzido do valor sobre o qual incidirá o tributo R$ 100 mil (no caso de imóvel novo) e de R$ 30 mil (no caso de lote para a construção de moradia popular). No caso do aluguel ou arrendamento de um imóvel, o contribuinte de baixa renda também terá acesso a um redutor no valor de R$ 400 do rendimento a ser tributado.
Braga fez outras modificações no texto, como a inclusão de armas no Imposto Seletivo, e a previsão de cashback (devolução de impostos) sobre as contas de telefone e internet para contribuintes de baixa renda. O texto da Câmara previa o benefício para gás, água e esgoto e energia elétrica.
Nesta segunda, Braga afirmou que está empenhado pela conclusão da tramitação do texto, que é o primeiro da regulamentação da reforma tributária, ainda neste ano, mas o calendário está apertado. A leitura do texto na Comissão de Constituição e Justiça, rito preliminar à votação, que estava previsto para esta segunda acabou não acontecendo por falta de quórum. A próxima sessão da CCJ é na quarta-feira, 11. Os trabalhos no Congresso se encerram no dia 20.
Infomoney - SP 10/12/2024
A produção da PetroRecôncavo (RECV3) foi de 26.121 barris de óleo equivalente por dia (boed) no mês de novembro de 2024, redução de 2,5% na comparação mensal, impactada pela redução de 3,5% na produção de óleo no Ativo Potiguar e de 5,1% na produção de gás no Ativo Bahia, principalmente no Polo Miranga.
No mês passado, a petroleira realizou um alto número de well services, perfazendo um patamar de 18 workovers no período, que totalizaram 189 projetos no acumulado do ano.
No Ativo Potiguar, a produção foi de 13.247 boed, queda de 3,4% em relação ao mês anterior, sendo a produção de petróleo de 8.409 bbld e a de gás de 4.838 boed.
No Ativo Bahia, a produção foi de 12.874 boed, redução de 1,5% em relação ao mês anterior, sendo a produção de petróleo de 6.980 bbld e a de gás de 5.895 boed.
Infomoney - SP 10/12/2024
Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta segunda-feira (9) devido ao maior risco geopolítico após a queda do presidente sírio Bashar al-Assad, e enquanto a China, maior importadora, sinalizou seu primeiro movimento em direção a uma postura de flexibilização da política monetária desde 2010.
Os futuros do petróleo Brent fecharam com alta de US$ 1,02, ou 1,4%, a US$ 72,14 por barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos subiram US$ 1,17, ou 1,7%, a US$ 68,37.
“Os eventos na Síria no fim de semana podem impactar o mercado de petróleo e aumentar o prêmio de risco geopolítico sobre os preços do petróleo nas próximas semanas e meses em meio a ainda mais instabilidade na região do Oriente Médio”, disse Jorge Leon, chefe de análise geopolítica da Rystad Energy.
Rebeldes sírios disseram na televisão estatal no domingo que haviam derrubado Assad, encerrando uma dinastia familiar de 50 anos e aumentando os temores de mais instabilidade em uma região devastada pela guerra.
Embora a Síria não seja um grande produtor de petróleo, ela tem influência geopolítica devido à sua localização e aos laços com a Rússia e o Irã e, combinada com as tensões em outras partes da região, a mudança de regime tem potencial para se espalhar para territórios vizinhos, disse Leon.
Fator China
Enquanto isso, a China intensificará ajustes anticíclicos “não convencionais”, concentrando-se na expansão da demanda interna e no aumento do consumo, informou a mídia estatal Xinhua, citando uma leitura de uma reunião de altos funcionários do Partido Comunista e do Politburo.
O crescimento da China estagnou, pois uma queda no mercado imobiliário atingiu a confiança e o consumo. A política de afrouxamento se refere a ações de um banco central ou governo para impulsionar o crescimento, como aumentar a oferta de moeda, reduzir as taxas de juros e implementar estímulo fiscal.
“Vemos um aumento nos preços das commodities se a China realmente cumprir as promessas de uma política monetária mais flexível e a possibilidade de que eles façam o que for preciso para estimular a economia”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.
A desaceleração da China foi um fator por trás da decisão do grupo de produtores de petróleo Opep+ na semana passada de adiar os planos de maior produção.
Valor - SP 10/12/2024
Analistas da instituição financeira dizem que as empresas são pressionadas pela baixa demanda da China e pelo aumento na produção em países como os EUA, o que puxa os preços para baixo
As perspectivas para as empresas de petróleo e gás da América Latina se mantêm positivas para 2025 dado que os preços das commodities não devem mais cair substancialmente e as ações já precificam o cenário negativo, diz o BTG Pactual.
Os analistas liderados por Luiz Carvalho escrevem que as empresas estão sendo pressionadas pela baixa demanda da China, além do aumento na produção em países como os Estados Unidos, o que acaba puxando os preços do petróleo e do gás para baixo.
No entanto, acreditam que os preços já se aproximam da margem estrutural de custo de produção, o que acaba limitando mais desvalorização. Além disso, acreditam que há sinais de reversão na demanda, que pode retomar o cenário de escassez dos produtos.
Em companhias de produção e exploração, a preferência na região é por Petrobras e Prio, duas empresas com baixo custo de produção e geração de caixa robusta. A argentina YPF também tem potencial se o projeto Vaca Muerta se concretizar.
Nas empresas petroquímicas, como Braskem, o ciclo parece estar ficando positivo, mas ainda há pouca visibilidade do ritmo de recuperação, o que pode criar percalços operacionais e decepcionar investidores.
Por fim, em distribuição de combustíveis, o BTG acredita que o cenário de melhoria das margens vista ao longo do ano deve continuar, mas as ações já precificam boa parte desse potencial, reduzindo sua atratividade.
Valor - SP 10/12/2024
Lote 3 do Paraná e Rota Verde, em Goiás, serão disputados nesta quinta-feira (12)
Após a falta de interessados na concessão da Rota da Celulose, na semana passada, o mercado de rodovias deverá ter dois leilões com competição nesta semana. Nesta quinta-feira (12), serão licitados pelo governo federal o Lote 3 de Rodovias do Paraná e a Rota Verde, em Goiás.
Juntos, os projetos atraíram sete diferentes grupos interessados. O Lote 3 recebeu ofertas de EPR, Pátria, CCR e um consórcio formado pela 4UM (ex-J.Malucelli) e pelo Opportunity. A Rota Verde também atraiu quatro proponentes: a EPR, que deverá disputar os dois ativos; o BTG; um consórcio da XP com a Consladel; e um consórcio formado pelo fundo de investimentos Aviva, da gestora 4i Capital, e pela construtora Tecpav, de Goiás. A entrega das propostas foi realizada na segunda-feira (9).
O Lote 3 do Paraná prevê R$ 9,8 bilhões de investimentos, além de outros R$ 6 bilhões de custos operacionais ao longo dos 30 anos de prazo. O trecho de 570 km faz a ligação entre Ponta Grossa e o norte do Estado, passando por Maringá. Na disputa, vencerá o grupo que oferecer o maior desconto sobre a tarifa básica de pedágio, cujo valor máximo é de R$ 0,14596 por km.
Lote 3 do Paraná e Rota Verde, em Goiás, serão disputados nesta quinta-feira (12)
O projeto faz parte de uma série de concessões estruturadas pelo governo federal em parceria com o do Paraná. No ano passado, já foram licitados outros dois lotes, que foram arrematados pelo Pátria e pela EPR - ambos teriam sinergias com o Lote 3.
A CCR conhece bem o projeto, porque parte das rodovias já foi operada por uma concessionária do grupo, a Rodonorte. A empresa, porém, já conquistou recentemente uma grande concessão do governo de São Paulo. A 4UM, por sua vez, tem sede no Paraná, e se associou ao Opportunity, que vem buscando seu primeiro contrato no setor rodoviário.
A Rota Verde, em Goiás, inclui 452 km, com trechos da BR-060 e da BR-452 que fazem a conexão entre a capital Goiânia e Rio Verde, e de Rio Verde a Itumbiara.
O projeto prevê obras estimadas em R$ 4 bilhões, entre elas a duplicação de 31,1 km de rodovias. Também foram estimados cerca de R$ 2,8 bilhões de custos operacionais ao longo dos 30 anos de contrato. O critério da disputa também será o maior desconto sobre a tarifa básica de pedágio, cujo máximo foi definido em R$ 0,13062 por km.
Um outro grupo que vinha sendo apontado como potencial interessado no contrato era a Ecorodovias, que ficou de fora. Recentemente, a empresa também conquistou uma grande concessão rodoviária do governo de São Paulo, com lance muito acima do segundo colocado, o que fez suas ações desabarem.
O setor rodoviário ainda deverá ter um último leilão neste ano, na semana que vem, do Lote 6 de rodovias do Paraná. O projeto prevê investimento de R$ 12,6 bilhões e inclui outros 662 km de estradas, que fazem a ligação de Guarapuava até a Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai, além de um trecho entre Cascavel e Pato Branco, no sudoeste do Estado. No mercado, a expectativa é que EPR, Pátria e 4UM disputem o ativo, mas o vencedor do Lote 3, que já é de grande porte, tende a ficar de fora. O Lote 6, pelo seu porte, é visto como um projeto desafiador.