Valor - SP 11/02/2025
Para especialistas, medida repete estratégia do primeiro mandado do presidente americano e será alvo de renegociação
Welber Barral: “Da mesma forma que aconteceu em 2018, o impacto sobre a indústria americana é muito grande” — Foto: Wenderson Araujo/Valor
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar em 25% o aço importado pelos EUA afeta diretamente o Brasil, mas também impacta negativamente a indústria americana, o que leva a crer que o republicano, mais uma vez, pretende usar as tarifas como barganha em negociações que vão se arrastar nas próximas semanas. Essa é a visão do sócio da BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.
Ele lembra que, em 2018, Trump fez decreto semelhante que, após negociações, deu ao Brasil uma cota que permitiu aos produtores brasileiros de aço continuar exportando para os EUA sem tarifas. Com a decisão, Brasil e outros países que também obtiveram cotas livres perdem essa vantagem e terão que voltar a negociar com os americanos.
Trump “vai aplicar de novo aquela medida que tinha aplicado em 2018. Vai atrapalhar muito o acesso do Brasil ao mercado americano porque quem mais se beneficiou dessa cota de 2018 foi o Brasil, junto com o México e o Canadá. O Brasil estava exportando tudo dentro da cota praticamente, pois não era uma cota que dependia do produto, e sim de uma variável de tipo de cada tipo de aço”, explica.
Barral destaca que a própria indústria americana precisa do aço brasileiro. “Da mesma forma que aconteceu da outra vez, em 2018, o impacto sobre a indústria americana é muito grande. O Brasil exporta aço para o setor automotivo e para outros setores industriais americanos. O impacto vai ser muito grande dos dois lados”, acrescenta.
Sobre a possibilidade de o Brasil ter menos abertura para negociações devido às diferenças ideológicas entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barral acredita que as conversas serão tratadas com visões pragmáticas dos negociadores comerciais e diplomáticos dos dois lados. Para Barral, o fato dos EUA terem superávit na relação comercial é um ponto a favor do Brasil.
O momento é de cautela e esperar “a poeira baixar” para negociar a tarifa, disse José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Em sua avaliação, a decisão de Trump foi tomada por impulso e será preciso muita diplomacia para a negociação com os americanos.
“Não adianta tomar decisão para rebater agora. Vamos esperar a poeira baixar, os Estados Unidos não querem conversar agora”, disse, sinalizando concordância com a estratégia do governo Lula. “Acredito que será possível algum tipo de reversão ou negociação, mas não agora.” Segundo ele, uma revisão rápida vai significar que Trump errou.
O Instituto Aço Brasil, que reúne as siderúrgicas brasileiras, informou na noite desta segunda que não ia comentar a decisão de Trump.
Com usinas no Brasil, as multinacionais Ternium e ArcelorMittal seriam as mais afetadas pela possível aplicação de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio dos Estados Unidos, na avaliação de analistas e fontes da indústria siderúrgica.
Na outra ponta, a brasileira Gerdau, que tem operações relevantes em solo americano, responsáveis por cerca de metade dos resultados do grupo, poderia se beneficiar do aumento dos preços médios ou da menor concorrência naquele mercado.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, as exportações brasileiras de produtos siderúrgicos perderam ritmo no ano passado e ficaram em 9,59 milhões de toneladas, queda de 18,1% em relação a 2023. Os Estados Unidos se mantiveram como principal parceiro comercial do setor, absorvendo quase dois terços desse volume, ou 5,82 milhões de toneladas.
“O Brasil exporta muita placa, muito produto semi-acabado para os Estados Unidos, que não são autossuficientes. Eles importam essas placas de terceiros para laminar e vender o produto acabado”, diz o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA.
Os Estados Unidos já aplicam tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 10% para o alumínio, estabelecidas no primeiro governo Trump via Seção 232. Contudo, houve flexibilização com as cotas. O Itaú BBA cita um dado da Nucor que aponta que apenas 18% dos volumes de aço importado para os Estados Unidos estão sujeitos, atualmente, à tarifa integral de 25%.
Para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), caso a taxação seja adotada, “trará impactos negativos, considerando que as exportações desses produtos” para os Estados Unidos “são expressivas para a economia brasileira”. Em nota, a entidade ressalva que, “por se tratar de uma taxação aplicada a todas as economias, e não exclusivamente ao Brasil, o cenário colocaria os países em condições de concorrência mais equilibradas”.
Procuradas, Ternium, ArcelorMittal, Usiminas, CBA, Gerdau e Instituto Aço Brasil informaram que não vão comentar o assunto. A CSN não se manifestou até a conclusão desta edição.
Na indústria de alumínio, o impacto da sobre a CBA, que negocia ações na B3, seria limitado, já que 80% de suas vendas ficam no mercado brasileiro. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria instalada no país exportou US$ 685 milhões para os Estados Unidos em 2023, o equivalente a 15% do total embarcado pelo setor. Deste total, 60% correspondem a alumina. No ano passado, as exportações da indústria para o mercado americano somaram US$ 796 milhões, ou 14% do total.
Segundo Filipe Bonaldo, head Brasil da A&M Infra, unidade da consultoria Alvarez & Marsal, o setor de metais tem margens apertadas e sofre a pressão do mercado chinês, que tem capacidade de produção com custo baixo por ter larga escala e apoio do governo.
Nesse ambiente, segue Bonaldo, o mercado americano sempre foi um destino importante do produto brasileiro, representando aproximadamente 40% da exportação total. “Com esta tarifa, certamente a competitividade da produção brasileira será diretamente impactada, e a indústria terá que se reorganizar para essa nova realidade”, diz.
O Estado de S.Paulo - SP 11/02/2025
A promessa do presidente Trump de impor tarifas de 25% nesta segunda-feira, 10, sobre todas as importações de aço e alumínio dos EUA teria como alvo principal os aliados americanos, mas, no fundo, elas atingem seu inimigo de longa data: a China.
Os cinco principais fornecedores de aço para o mercado americano em janeiro foram o Canadá, seguido pelo Brasil, México, Coreia do Sul e Alemanha. O Canadá também liderou as exportações de alumínio para os Estados Unidos, enquanto os Emirados Árabes Unidos, a Rússia e a China estão bem atrás.
A China não exporta muito aço ou alumínio diretamente para os Estados Unidos. Uma sucessão de presidentes e decisões do Departamento de Comércio já impuseram muitas tarifas sobre o aço da China. Ultimamente, as tarifas sobre o alumínio chinês também aumentaram. Em setembro passado, o presidente Joseph R. Biden aumentou as tarifas existentes sobre muitos produtos chineses de aço e alumínio em até 25%.
Mas a China domina o setor global de aço e alumínio. Suas vastas e modernas usinas produzem a mesma quantidade ou mais de ambos os metais a cada ano do que o resto do mundo combinado. A maior parte é usada dentro das fronteiras da China, para construir tudo, desde edifícios altos e navios até máquinas de lavar e carros.
No entanto, ultimamente, as exportações de aço e alumínio da China estão em alta porque sua economia está em dificuldades, minando a demanda interna. Muitas dessas exportações de baixo custo foram para aliados americanos, como o Canadá e o México, que, por sua vez, exportam parcelas significativas de sua própria produção mais cara para os Estados Unidos. Outras exportações chinesas de metais foram para países em desenvolvimento, como o Vietnã, que agora compra enormes quantidades de aço semiprocessado da China, faz o acabamento e depois o reexporta como aço vietnamita para compradores em todo o mundo.
O aumento das exportações da China incomodou produtores e sindicatos nos Estados Unidos.
“O excesso de capacidade da China está inundando os mercados mundiais e prejudicando gravemente os produtores e trabalhadores dos EUA”, disse Michael Wessel, consultor comercial de longa data da United Steelworkers of America.
O Ministério das Relações Exteriores da China teve pouco a dizer especificamente sobre as tarifas planejadas de aço e alumínio em sua reunião diária na segunda-feira. “Gostaria de enfatizar que o protecionismo não leva a lugar algum. As guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores”, disse Guo Jiakun, porta-voz do ministério.
As tarifas planejadas ocorrem uma semana depois que o presidente Trump impôs uma tarifa de 10% sobre todas as importações da China. Na semana passada, a China anunciou que imporia tarifas retaliatórias, que entrariam em vigor nesta segunda-feira, sobre gás natural liquefeito, carvão, maquinário agrícola e outros produtos dos Estados Unidos.
O excesso de aço na China surgiu de um extraordinário boom na construção de usinas siderúrgicas que começou no início da década de 1990 e durou cerca de 15 anos, disse Nick Tolerico, funcionário sênior do comércio de aço durante o governo Reagan, que depois se tornou presidente de operações nos EUA da ThyssenKrupp Steel da Alemanha. Atualmente, ele é consultor e assessora empresas de investimento e empresas que compram muito aço.
Desde a década de 1940, nenhum país comandou o setor siderúrgico mundial na escala atual da China. Naquela época, os Estados Unidos produziam metade do aço do mundo, mas sua participação caiu desde então para menos de 5%.
Durante anos, o setor de construção da China usou quantidades imensas de aço. O boom da construção produziu moradias em abundância para os 1,4 bilhão de habitantes do país e apartamentos vazios suficientes para outros 300 milhões de pessoas.
O excesso de apartamentos vazios agora impulsionou um colapso no mercado imobiliário e uma paralisação abrupta na construção. Desesperadas para evitar o fechamento, as usinas da China responderam com um aumento nas exportações de aço para países de todo o mundo. Elas aceitaram preços cada vez mais baixos por seu aço nos últimos anos, provocando uma erosão global nos preços.
A queda dos preços prejudicou o setor siderúrgico americano, um eleitorado politicamente poderoso em regiões eleitorais importantes. A United Steelworkers of America tem sede em Pittsburgh, no centro da base de longa data do setor na Pensilvânia, que se mostrou central nas recentes eleições presidenciais. A U.S. Steel, um emblema do papel outrora extraordinário dos Estados Unidos na produção de aço, também fica na Pensilvânia.
A reação do comércio de aço contra a China não se limita aos Estados Unidos. No ano passado, o Brasil, o Canadá, a Indonésia e a Turquia aumentaram drasticamente as tarifas sobre o aço da China.
Durante seu primeiro mandato, o Presidente Trump impôs tarifas suplementares de 25% sobre o aço e de 10% sobre as importações de alumínio de todo o mundo. Em seguida, ele isentou das tarifas os grandes países produtores de aço, como a Coreia do Sul, a Austrália e o Brasil, em troca da imposição de cotas de quantas toneladas de aço eles enviariam por ano para os Estados Unidos. Mas ele deixou as tarifas em vigor para a China.
As proteções comerciais ajudaram o setor siderúrgico americano, que nos últimos seis anos aumentou sua capacidade em cerca de um quinto, construindo usinas siderúrgicas modernas. As usinas mais antigas e menos eficientes começaram a operar com produção inferior à total.
Na última semana de janeiro, as usinas siderúrgicas dos Estados Unidos estavam operando com 74,4% da capacidade, de acordo com o American Iron and Steel Institute, um grupo do setor com sede em Washington.
Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.
Money Times - SP 11/02/2025
A Gerdau (GGBR4) concluiu a aquisição de 39,53% e 1,74% do total de ações da Gerdau Summit, adquiridas da Sumitomo e The Japan Steel. O anúncio do acordo ocorreu em novembro de 2024.
À época, a siderúrgica informou o preço de aquisição seria de aproximadamente US$ 32,6 milhões, a ser pago à vista com recursos próprios até a data de fechamento da transação — anunciada nesta segunda (10).
Com isso, a Gerdau passa a deter 100% do capital social da Gerdau Summit, que está localizada em Pindamonhangaba, no Estado de São Paulo, e possui capacidade instalada de 40 mil toneladas de aços fundidos e forjados, especialmente para a produção de cilindros e eixos nos setores de aço, alumínio, sucroalcooleiro e de energia.
Segundo a companhia, a transação está alinhada à estratégia da Gerdau de gerar maior sinergia entre seus negócios e oferecer produtos e serviços de maior valor agregado aos seus clientes.
Em reação, GGBR4 performa na ponta positiva do Ibovespa (IBOV) no pregão desta segunda (10). Às 11h17 (horário de Brasília), as ações avançavam 4,19%, a R$ 17,40. Acompanhe o tempo real.
Bom momento para a Gerdau?
A conclusão da transação ocorre em um momento de otimismo de analistas em relação à companhia, uma vez que a Gerdau pode e beneficiar de políticas protecionistas de Donald Trump nos Estados Unidos neste início de mandato, segundo a Empiricus Research.
Ainda, em relatório recente, o economista e consultor André Perfeito, destacou que o Canadá pode ser uma opção para as companhias brasileiras que podem sofrer com eventuais tarifas americanas.
Entre elas está a Gerdau (GGBR4), com a possibilidade de expandir as exportações de aço para o país.
Valor - SP 11/02/2025
Trump afirmou que anunciaria as novas tarifas nesta segunda-feira, juntamente com o que chamou de “tarifas recíprocas”, visando países que impuseram tributos sobre produtos fabricados nos EUA
“Muito simplesmente, se eles nos taxam, nós os taxamos de volta”, disse Trump — Foto: Chip Somodevilla/Pool Photo via AP
As ações das siderúrgicas americanas registraram forte alta, em conjunto, nesta segunda-feira (10), depois que o presidente Donald Trump prometeu impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Ele afirmou que os tributos serão aplicados a todos os países que exportam esses materiais para os EUA, em declarações feitas a repórteres a caminho do “Super Bowl”, no domingo (9).
As ações da Cleveland-Cliffs saltaram 17,93% na Bolsa de Nova York (Nyse), enquanto a Nucor Corp subiu 5,6%. Já a United States Steel avançou 4,8% e a Steel Dynamics teve alta de 4,86%.
Trump afirmou que anunciaria as novas tarifas nesta segunda-feira, juntamente com o que chamou de “tarifas recíprocas”, visando países que impuseram tributos sobre produtos fabricados nos EUA.
“Muito simplesmente, se eles nos taxam, nós os taxamos de volta”, disse Trump a repórteres, a bordo do Air Force One, enquanto viajava para Nova Orleans para assistir ao Philadelphia Eagles vencer o Kansas City Chiefs, no Super Bowl, principal campeonato de futebol americano.
EUA x China
As tarifas retaliatórias da China contra os EUA entraram em vigor na manhã desta segunda-feira, aumentando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Pequim anunciou os tributos na semana passada, incluindo uma taxa de 15% sobre as importações americanas de carvão e gás natural liquefeito (GNL), em resposta à imposição adicional de tarifas de 10% por Trump sobre produtos chineses.
As produtoras de aço europeias tiveram desempenhos mistos no pregão desta segunda-feira. As ações da austríaca Voestalpine recuaram 5,6% na Bolsa de Vienna, enquanto a siderúrgica ArcelorMittal subiu 1% na Bolsa de Nova York (Nyse). Na Alemanha, as ações da Salzgitter e da Thyssenkrupp chegaram a registrar queda ao longo do dia, mas atingiram patamares estáveis.
A produtora de aço inoxidável Aperam, com sede em Luxemburgo, avançou 0,4% em Amsterdã, enquanto as ações da finlandesa Outokumpu ganharam 0,37% na Nasdaq Helsinki. Já as ações da produtora de alumínio Norsk Hydro recuaram 0,9%, em Oslo.
Para a empresa alemã Thyssenkrupp, as tarifas devem ter impacto limitado, já que a Europa é o principal mercado de aço do grupo industrial e siderúrgico alemão. O que a empresa exporta para os EUA é insignificante, concentrando-se principalmente em produtos de alta qualidade.
Mesmo as tarifas de 25% sobre México e Canadá, que haviam sido adiadas, podem voltar ao centro do debate. Trump concordou em postergar os tributos por 30 dias na semana passada, mas disse ao canal Fox News, no domingo (9) que as ações tomadas pelos vizinhos dos EUA para evitar as tarifas foram “insuficientes”.
Mercado local
No Brasil, a Gerdau fechou em alta de 5,2% na B3. Para o BTG Pactual, a empresa é vista como beneficiária do possível aumento de 25% das tarifas sobre importação de aço pelos Estados Unidos. O banco destaca que a indústria siderúrgica dos EUA continua operando com cerca de 73% de sua capacidade, com seus fundamentos pressionados no curto prazo.
Em paralelo, a indústria brasileira também se vê em recente deterioração, com descontos relevantes de 4% a 5% nos preços da barra de aço vergalhão — o que deve afetar os resultados de curto prazo.
“Embora a reação inicial possa ser fechar posições vendidas ou buscar um movimento de curto prazo, recomendamos cautela. Continuamos vendo melhores oportunidades em outros ativos dentro da nossa cobertura”, comentam.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fechou em alta de 1,45%, a R$ 9,07, enquanto a Companhia Brasileira de Alumínio recuou 1,1%, a R$ 5,44.
Valor - SP 11/02/2025
Empresas chinesas lideram também o ranking de principais siderúrgicas do mundo, segundo dados de 2023
A produção mundial de aço bruto atingiu 1,89 bilhões de toneladas em 2024. Mais da metade desse montante, cerca 1,01 bilhão, é proveniente da China, que detém a liderança isolada na produção global de aço, com um número quase que sete vezes maior do que a Índia, segunda maior produtora.
Países que mais produzem aço bruto (2024)
Países | Posição no ranking | Produção de aço (em toneladas) |
China | 1º | 1,01 bilhão |
Índia | 2º | 149,6 milhões |
Japão | 3º | 84 milhões |
Estados Unidos | 4º | 79,4 milhões |
Rússia* | 5º | 70,7 milhões |
Coreia do Sul | 6º | 63,5 milhões |
Alemanha | 7º | 37,2 milhões |
Turquia | 8º | 36,9 milhões |
Brasil | 9º | 33,7 milhões |
Irã | 10º | 31 milhões |
Vietnã* | 11º | 22,1 milhões |
Itália | 12º | 20 milhões |
Taiwan* | 13º | 19,1 milhões |
Indonésia* | 14º | 17 milhões |
México* | 15º | 13,7 milhões |
Fonte: World Steel Association / *Dados estimados
O destaque do ramo são os players asiáticos: além de China e Índia, a elite da produção mundial de aço bruto conta também com Japão; Rússia; Coreia do Sul; Turquia; Irã; Vietnã; Taiwan e Indonésia.
A macrorregião “Asia e Oceania” foi responsável por 73,8% da produção total de aço no ano de 2024, mais de dez vezes o percentual da União Europeia, que ficou na segunda posição com 7% da produção mundial.
O Brasil aparece na 9ª posição, com uma produção de 33,7 milhões de toneladas em 2024. Os holofotes se voltaram para a indústria siderúrgica nacional após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer neste domingo (9) que uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio será anunciada nesta segunda-feira (10).
Empresas que mais produzem aço
Analisando o ranking entre empresas, 8 das 15 principais companhias siderúrgicas no mundo são de origem chinesa, de acordo com dados de 2023 (ainda não há dados de 2024 disponíveis em relação ao ranking de empresas).
O China Baowu Steel Group, principal empresa do setor de aço mundial, responde por um montante de 130,8 milhões, número superior aos 84 milhões do Japão, terceiro maior produtor de aço.
Siderúrgicas de maior produção (2023)
Empresas | Posição no ranking | Produção de aço (em toneladas) (2023) |
China Baowu Steel Group | 1º | 130,8 milhões |
ArcelorMittal | 2º | 68,5 milhões |
Ansteel Group | 3º | 55,9 milhões |
Nippon Steel Corporation | 4º | 43,6 milhões |
HBIS Group | 5º | 41,3 milhões |
Shagang Group | 6º | 40,5 milhões |
POSCO Holdings | 7º | 38,4 milhões |
Jialong Group | 8º | 37 milhões |
Shougang Group | 9º | 33,6 milhões |
Tata Steel Group | 10º | 29,5 milhões |
Delong Steel | 11º | 28,2 milhões |
JSW Steel Limited | 12º | 26,1 milhões |
JFE Steel Corporation | 13º | 25,1 milhões |
Hunan Steel Group | 14º | 24,8 milhões |
Nucor Corporation | 15º | 21,2 milhões |
Fonte: World Steel Association
A vice-líder é a ArcelorMittal, de Luxemburgo, cuja produção chegou a 68,5 milhões em 2023, o que representa mais do que a produção de países como Coreia do Sul (63,5 mi) e próxima à produção da Rússia (70,7 mi).
Entre as 15 principais empresas do setor, a ArcelorMittal é a única representante europeia em uma lista dominadas por empresas asiáticas (oito chinesas, duas japonesas e duas indianas).
A única empresa brasileira entre as 50 principais do setor siderúrgico é a Gerdau, que aparece na 33ª posição do ranking com uma produção de 12,74 milhões de toneladas de aço bruto em 2023.
Os dados são da World Steel Association, que estima ainda que a indústria siderúrgica movimenta US$ 2,9 trilhões (cerca de 3,8% do Produto Interno Bruto global) em valores agregados, apoiados ou facilitados.
Infomoney - SP 11/02/2025
A CSN (CSNA3) anunciou nesta segunda-feira que vai recorrer da decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 6ª região, que ainda não foi publicada, mas determina que a empresa venda as ações que mantém da rival Usiminas (USIM5).
“A companhia, tempestivamente, interporá o competente recurso, tomando as medidas judiciais cabíveis para assegurar seus direitos, inclusive para evitar danos irreversíveis que resultariam de um cumprimento imediato da decisão cuja reforma será pleiteada”, afirmou a CSN em comunicado ao mercado.
O caso tramita em segredo de justiça. O jornal Folha de S.Paulo publicou no sábado que o TRF-6, sediado em Minas Gerais, rejeitou recursos anteriores da CSN e por 3 votos a 0 manteve que a “empresa deveria ter vendido a maioria de sua participação acionária na Usiminas até julho de 2024”.
Segundo o jornal, o TRF-6 entendeu que a CSN poderia deter no máximo 5% da Usiminas, mas possui 12,9%. No passado, já chegou a ter cerca de 16%.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia determinado em 2022 que a CSN teria que vender as ações da rival, mas retirou qualquer data limite para o negócio, segundo o jornal.
Valor - SP 11/02/2025
Trump anunciou a taxação a repórteres, no avião presidencial, no último domingo (9), e a Casa Branca deve dar detalhes nesta segunda-feira (10) sobre sua implementação
O governo brasileiro ainda tenta entender a dimensão da prometida medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 25% todas as importações de aço e alumínio. Entretanto, antes de partir para a retaliação, a postura do Palácio do Planalto será a de negociar com o governo americano a fim de obter o acordo mais vantajoso possível para o Brasil, segundo apurou o Valor com uma fonte graduada em Brasília.
Trump anunciou a taxação a repórteres, no avião presidencial, no último domingo (9), e a Casa Branca deve dar detalhes nesta segunda-feira (10) sobre sua implementação.
O primeiro ponto de preocupação do Brasil é se será preservado o sistema de cotas para importações desses produtos, que ficariam livres da taxação extra. Esse sistema foi estabelecido pelo próprio Trump em seu primeiro mandato (2017-2021), em acordo com o Brasil, após o então presidente anunciar uma taxação semelhante para as importações.
Pelo acordo, ainda em vigor, o Brasil pode exportar até 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado para os EUA. À época, o Brasil contou com o apoio da indústria americana, que precisa do insumo brasileiro para a sua produção.
Principal cliente do aço brasileiro
Para o governo brasileiro, se a medida não atingir as cotas, o problema se torna menor. Isso porque, mesmo com a restrição, o Brasil ainda é o segundo maior fornecedor de aço para os americanos. Já os EUA são o principal cliente do aço brasileiro, responsável por quase metade do que o país exporta. No ano passado, foram quase US$ 3 bilhões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já prometeu adotar uma postura de reciprocidade em relação ao governo americano no caso de taxações de produtos brasileiros. E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que "o governo brasileiro tomou uma decisão de se manifestar oportunamente com base em decisões concretas".
Na mesma linha, o chanceler Mauro Vieira afirmou nesta segunda-feira, em Paris, que ainda aguarda o detalhamento das medidas.
Medidas retaliatórias não devem ser prioridade, por ora
Entretanto, pelo que afirmam interlocutores, medidas retaliatórias não devem ser prioridade, em um primeiro momento. Primeiro, porque, na visão de fontes em Brasília, essa não é uma medida que visa prejudicar especificamente o Brasil, embora afete o país. Segundo, porque está na memória do Itamaraty a bem-sucedida negociação no primeiro mandato de Trump.
A orientação é agir com cautela e pensar no setor, importante para a economia brasileira tanto na geração de divisas quanto de empregos.
Deportações de imigrantes ilegais
Essa postura pragmática vale não somente para negociações comerciais. É semelhante, por exemplo, à adotada pelo Brasil no caso das deportações de imigrantes ilegais.
Nesse caso, em vez de confrontar o presidente americano e sua política, o governo Lula buscou negociar com a Casa Branca para que os deportados chegassem ao país em voos em boas condições e com tratamento digno, após denúncias de maus-tratos em um voo que fez um pouso não programado em Manaus, em janeiro.
Diante da repercussão negativa, o Brasil montou, junto com a embaixada americana, um grupo de trabalho para monitorar as deportações. No último sábado, um novo voo com deportados brasileiros chegou a Fortaleza. Não houve relatos dos mesmos problemas do voo de janeiro, o que foi celebrado pelo Itamaraty.
Valor - SP 11/02/2025
Empresa japonesa tinha como objetivo adquirir 100% das ações da U.S. Steel por meio de uma subsidiária criada nos EUA para esse fim
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo (9) que a Nippon Steel não seria autorizada a adquirir uma participação majoritária na U.S. Steel, o que torna muito provável que a empresa japonesa precise revisar fundamentalmente seu plano de aquisição da sua concorrente americana.
"Ninguém pode ter uma participação majoritária na U.S. Steel. Eles podem [ter] em outras empresas, mas não na U.S. Steel", disse Trump, falando com a imprensa a bordo do Air Force One. "Eu não quero que a U.S. Steel seja propriedade de um país estrangeiro. ... Mas eles podem investir nela, e isso é diferente."
"A U.S. Steel era uma das nossas grandes empresas, e, por causa de muita estupidez e de um governo ruim - e também de uma gestão ruim por parte da própria empresa - ela perdeu esse brilho. Mas ela vai recuperar, e as tarifas vão ajudar. As tarifas vão torná-la muito bem-sucedida. E eu acho que ela tem uma boa gestão agora."
Questionado sobre o acordo, o secretário-chefe do Gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, disse em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10) em Tóquio: "[A Nippon Steel] está considerando uma proposta ousada, completamente diferente da anterior, na qual os EUA e o Japão podem alcançar uma situação vantajosa para ambos por meio de grandes investimentos para produzir produtos excelentes."
O preço das ações da Nippon Steel caiu para 3.271 ienes na manhã desta segunda-feira (10), uma queda de 2,6% em relação ao preço de fechamento de sexta-feira passada (7). Um executivo da empresa disse aos repórteres nesta manhã que não poderia comentar sobre as declarações de Trump.
Na sexta-feira (7), o presidente disse em uma reunião com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, na Casa Branca que a Nippon Steel "concordou em investir pesadamente na U.S. Steel, em vez de possuí-la", acrescentando que "isso soa muito empolgante". Ele também afirmou que transferir a propriedade da U.S. Steel para uma empresa estrangeira por meio de uma aquisição é "psicologicamente ruim".
De acordo com sua declaração na sexta-feira, Trump se reunirá esta semana com o chefe da Nippon Steel "para mediar e arbitrar".
No esquema de aquisição da Nippon Steel anunciado em dezembro de 2023, a empresa japonesa tinha como objetivo adquirir 100% das ações da U.S. Steel por meio de uma subsidiária criada nos EUA para esse fim.
Em uma entrevista exclusiva ao "Nikkei Asia", Ishiba afirmou que "a U.S. Steel continuará sendo uma empresa americana", demonstrando compreensão sobre o sentimento de preocupação dos americanos com a aquisição de uma empresa icônica dos Estados Unidos por uma companhia estrangeira. Qualquer transação "não seria apenas uma simples aquisição, mas sim um investimento", acrescentou, sem entrar em mais detalhes.
"Eu disse ao presidente que se trata de como esse [acordo] ajudaria ambos os países e contribuiria para a indústria e segurança dos EUA, por meio da Nippon Steel fornecendo sua tecnologia para a U.S. Steel e ajudando-a a produzir produtos de maior qualidade", afirmou Ishiba.
"O ponto é se um arranjo pode ser feito de maneira que mantenha a U.S. Steel uma empresa americana, incluindo sua gestão e seus empregados", disse Ishiba. "Você pode argumentar que 'algo mais do que uma simples aquisição' ainda é uma aquisição, mas essa é uma questão que precisa ser resolvida."
Trump se reunirá com o CEO da Nippon Steel nesta semana, e um dos tópicos-chave da negociação será o tamanho da possível participação da Nippon Steel na U.S. Steel.
BOL - SP 11/02/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova tarifa de 25% sobre as importações de aço, impactando diretamente o Brasil. O país é um dos principais fornecedores de aço e ferro para os EUA e, em 2024, foi o segundo maior exportador do produto para o mercado americano, com uma média mensal de 312.239,34 toneladas métricas importadas para consumo doméstico. O aço brasileiro é relevante para os EUA para abastecer suas próprias siderúrgicas. Diante da nova tarifa, o setor siderúrgico brasileiro já avalia estratégias para mitigar os danos, segundo especialistas.
O que aconteceu
A decisão de Trump, anunciada no último domingo (9), coloca uma barreira significativa para a indústria siderúrgica brasileira, que exporta principalmente produtos semiacabados para os EUA. O impacto pode chegar a US$ 5,7 bilhões em exportações.
Em 2024, as exportações de aço do Brasil totalizaram 4,3 milhões de toneladas, representando 1,58% das exportações totais do país. O impacto é especialmente preocupante porque 48% das exportações brasileiras do setor de ferro e aço são destinadas aos EUA, um mercado que depende do fornecimento brasileiro para abastecer suas próprias siderúrgicas.
Segundo o economista Natan de Souza Marques, da Universidade Cruzeiro do Sul, os produtos semiacabados, como placas de aço e tarugos, são mais demandados pelas fábricas americanas e há uma forte dependência desse tipo de importação. "Os EUA importam esses produtos porque precisam abastecer suas laminações locais. Existe uma demanda contínua para esse tipo de insumo, e é por isso que há uma possibilidade de que as tarifas sofram algum tipo de flexibilização para os produtos semiacabados", avalia.
Já no caso do aço acabado, como chapas, vergalhões e tubos, o impacto pode ser ainda mais severo, pois esses produtos competem diretamente com as siderúrgicas americanas. Para esses segmentos, a nova taxa pode inviabilizar exportações, tornando o aço brasileiro menos competitivo frente aos concorrentes locais.
Além do volume exportado, há outro fator que torna o Brasil um fornecedor estratégico para os Estados Unidos: a proximidade geográfica e a abundância de minério de ferro. O advogado Antônio Carlos Morad, especialista em direito tributário e empresarial, explica que a logística favorece a compra do aço brasileiro e que os americanos dependem do minério sul-americano.
O aço brasileiro é fundamental para os Estados Unidos porque estamos geograficamente próximos, o que facilita a logística de transporte. Além disso, o Brasil possui uma das maiores reservas de ferro do mundo. Carajás, por exemplo, tem uma reserva estimada em 190 bilhões de toneladas. É um volume gigantesco.
Antonio Carlos Morad
Aço de qualidade
Morad também destaca que, apesar da grande disponibilidade de minério, o Brasil tem relativamente poucas siderúrgicas. "Temos cerca de meia dúzia de grandes siderúrgicas no país. Mas o nosso aço é de excelente qualidade, e os americanos reconhecem isso. Eles importam muito do nosso aço acabado, especialmente chapas, e também ferro-gusa, que usam para produzir o próprio aço nos EUA".
Segundo o advogado, a dependência dos EUA pelo aço e pelo minério brasileiro ocorre porque suas reservas internas estão praticamente esgotadas. "Os Estados Unidos e a Europa exploraram tanto suas jazidas ao longo do tempo que hoje quase não têm mais reservas significativas de minério de ferro. Por isso, dependem da América do Sul. Eles não vão recorrer à Ásia, porque os países asiáticos são pobres nesse minério".
A dependência norte-americana não se limita ao ferro. "Isso não ocorre apenas com o ferro: no caso dos metais, por exemplo, o Chile é o maior produtor de cobre do mundo. O continente americano é uma fonte estratégica de insumos essenciais para a indústria global", completa o advogado.
Para Morad, o Brasil pode negociar a revogação ou flexibilização da tarifa com base na interdependência comercial entre os países. "O Brasil é um fornecedor essencial para os EUA em diversos setores e tem um peso comercial relevante. Além disso, o Brasil importa muitos produtos de tecnologia americana, então há margem para negociação e contramedidas caso o governo brasileiro decida retaliar essa tarifa", explica o advogado.
Entre as possíveis estratégias de negociação, o especialista aponta que o Brasil pode usar sua relação com empresas norte-americanas instaladas no país como um fator de pressão diplomática. Ele também menciona que um aumento na taxação de produtos dos EUA poderia ser uma resposta viável, especialmente em setores como gás liquefeito e fertilizantes.
Infomoney - SP 11/02/2025
Os mercados amanheceram nesta segunda-feira (10) sob os temores de um novo anúncio de tarifas, agora de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. Por aqui, Gerdau (GGBR4) registra alta após o anúncio, enquanto CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e CBA (CBAV3) têm um dia volátil.
As declarações de Trump ocorrem poucos dias após a entrada em vigor de suas tarifas de 10% contra a China, ressalta a XP Investimentos. Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul e Vietnã estão entre os maiores exportadores de aço para os Estados Unidos. O Canadá, por sua vez, é o maior exportador de alumínio para o país.
O Itaú aponta que os EUA são o destino de 48% das exportações de aço do Brasil (16% do alumínio).
Os produtos siderúrgicos semiacabados estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os EUA, ao lado de petróleo bruto, produtos siderúrgicos semiacabados e aeronaves, ressalta o Itaú.
Segundo o governo dos EUA, entre novembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço, em volume, para o país.
Durante seu primeiro mandato, Donald Trump também impôs uma tarifa de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos. Dois anos depois, o governo dos EUA reduziu a cota de importação de aço semiacabado do Brasil.
Tarifas dos EUA sobre aço, Focus, produção e vendas de veículos, e outros destaques
Veja o que vai mexer com os mercados nesta segunda-feira (10)
Em 2022, sob Joe Biden, os americanos revogaram as medidas restritivas. Além disso, Trump também anunciou que pretende implementar “tarifas recíprocas” — aumentando as taxas dos EUA para equiparar as dos parceiros comerciais — em muitos países esta semana. Ele não especificou os países, mas as tarifas seriam impostas “para que sejamos tratados igualmente com outros países”.
A Ágora Investimentos ressaltou um possível efeito mais forte no mercado doméstico, dada a dependência do Ibovespa às commodities metálicas. Além disso, as questões fiscais do governo brasileiro continuam atraindo a atenção dos investidores, após a Casa Civil negar estudos para aumento do benefício do Bolsa Família, que contribuiu para uma piora da percepção de risco na última sexta-feira.
Olhando para as empresas, o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, ressalta que a Gerdau (GGBR4) deve ser pouco afetada, afinal tem produção nos Estados Unidos que praticamente supre a demanda por lá.
Por sinal, antes da abertura do mercado brasileiro, os ADRs (recibo de ações negociados nos EUA) da Gerdau subiam mais de 1% no pré-market da Bolsa de Nova York. Na abertura dos mercados na B3, as siderúrgicas nacionais registravam movimentos diversos: GGBR4 saltava 3,83%, a R$ 17,34, às 10h10 (horário de Brasília). Enquanto isso, CSN (CSNA3) abriu em queda de cerca de 1%, para depois oscilar entre leves perdas e ganhos; já às 10h16. Já Usiminas (USIM5) entrou em leilão às 10h07 com queda de 1,43% (R$ 5,52), saíram em leilão às 10h18 e logo voltaram a alternar entre perdas e ganhos, voltando ao leilão. CBA (CBAV3), de alumínio, tinha leve queda de 0,18%, a R$ 5,49.
O Bradesco BBI ressalta o impacto positivo na Gerdau. Para os analistas do banco, embora cerca de 50% do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa venha de suas operações nos EUA, todos os volumes vendidos na região são produzidos localmente.
“Se as tarifas forem de fato implementadas, devemos ver alguma tração positiva nos preços. Observamos, no entanto, que os produtos de aço longo representam menos de 20% das importações totais de aço dos EUA, o que implica em um benefício relativamente maior para os preços do aço plano”, avalia.
Para a Usiminas, a visão é de um impacto imaterial. “Estimamos que cerca de 2,5% do Ebitda consolidado da empresa vem da América do Norte. No entanto, com o Brasil fornecendo mais de 60% da necessidade de aço semiacabado dos EUA (principalmente placas), notamos que tarifas potenciais podem implicar em maior disponibilidade de placas no Brasil, traduzindo-se em custos mais baixos para a Usiminas”, avalia.
A visão também é de impacto imaterial para a CSN. “A empresa não tem recorrido aos mercados de exportação nos últimos trimestres, principalmente devido ao amplo prêmio de preço doméstico”, aponta o BBI.
O banco vê a CBA também registrando impacto imaterial, estimando que aproximadamente 3% do Ebitda da empresa vem dos EUA.
“No geral, notamos que as indústrias de aço e alumínio dos EUA são fortemente dependentes de material importado, já que as importações respondem por cerca de 25% e cerca 20% do consumo aparente de ambos os setores. Nesse sentido, os EUA não têm capacidade doméstica suficiente para atender à demanda por ambos os produtos. Dito isso, embora reconheçamos que o risco de aumento de tarifas agora é maior, esperamos ver ajustes no que foi relatado”, avalia o banco.
Próximos passos
Por outro lado, novos desdobramentos devem ser observados com atenção pelos investidores em Brasil. Em fala no programa Morning Call desta segunda-feira, o economista-chefe da XP, Caio Megale, ressaltou que Trump parece buscar reciprocidade nas taxações. “Ele olha os países que tarifam exportações dos Estados Unidos e, com isso, busca criar tarifas na mesma proporção”, afirmou.
“O Brasil está mal posicionado nesse sentido. O Brasil tem tarifas de importação relativamente elevadas de diversos produtos e as taxas (de exportação) para os Estados unidos não são tão elevadas assim. Por esse prisma, o Brasil tende a estar no foco na política comercial dos Estados Unidos”, ressaltou.
“O impacto macroeconômico não é nada. Mas no micro pode ser relevante”, afirmou. Segundo ele, as empresas que estão envolvidas no comércio de aço podem ter impacto “relevante”.
“A guerra comercial de Trump não foi efetivamente implementada. As tarifas estão mais na ameaça e na negociação, mas todo dia dá uma chacoalhada no mercado”, complementou o especialista.
O Morgan Stanley ressalta que, como os EUA são um importador líquido de alumínio e aço, então tarifas de importação significam preços domésticos mais altos. Neste estágio, ainda não está claro quando as tarifas sugeridas serão implementadas, ou se serão, mas o banco destaca que construir e aumentar novas fundições/usinas pode levar três anos ou mais.
“Portanto, quaisquer tarifas de importação aplicadas a metais ou produtos minerados provavelmente resultarão em preços domésticos mais altos (ou prêmios físicos) nos EUA de até 25% para compradores locais desses materiais, particularmente em alumínio, dada a escassez de oferta doméstica”, avalia.
A Alcoa se beneficiaria das tarifas devido ao seu negócio de fundição nos EUA. A capacidade da Alcoa nos EUA é de 291 kmt (mil toneladas métricas), representando 13% da capacidade total de fundição da empresa.
“Dada a forte dependência dos EUA do alumínio importado (as importações líquidas representam cerca 82% da demanda refinada), esperamos que quaisquer tarifas de importação se traduzam diretamente em um prêmio mais alto (ou seja, o que os compradores pagam além do preço da commodity para obter a entrega física do metal)”, avalia.
Valor - SP 11/02/2025
Presidente dos EUA prometeu anunciar tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio
Com usinas no Brasil, as multinacionais Ternium e ArcelorMittal seriam as mais afetadas pela provável aplicação de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio dos Estados Unidos, na avaliação de analistas e fontes da indústria siderúrgica ouvidas pelo Valor.
Na outra ponta, a brasileira Gerdau, que tem operações relevantes em solo americano, responsáveis por cerca de metade dos resultados do grupo, poderia se beneficiar da menor concorrência naquele mercado ou dos aumentos dos preços médios.
“O Brasil exporta muita placa, muito produto semi-acabado para os Estados Unidos, que não são autossuficientes. Eles importam essas placas de terceiros para laminar e vender o produto acabado”, diz o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA.
No grupo das exportadoras de placas para o mercado americano estão a antiga Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje unidade Tubarão da ArcelorMittal, a ítalo-argentina Ternium e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará — que também foi comprada pela ArcelorMittal.
Entre as siderúrgicas listadas na B3, Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) também exportam aço para o mercado americano, mas o volume não é relevante.
No caso da Usiminas, atualmente, entre 80% e 90% das vendas são destinadas ao mercado brasileiro e, do volume que é exportado, cerca de 20% seguem para o mercado americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu, neste domingo (09), anunciar nesta segunda-feira (10) as tarifas.
Mas os EUA já aplicam tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 10% para o alumínio, estabelecidas no primeiro governo Trump via Seção 232. Contudo, houve flexibilização da medida em vários casos, incluindo alteração para o regime de cotas tarifárias.
O Itaú BBA cita um dado da Nucor que aponta que apenas 18% dos volumes de aço importado para os Estados Unidos estão sujeitos, atualmente, à tarifa integral de 25%.
“Se realmente houver aumento das tarifas nesses valores, isso é notícia positiva para os produtores locais, incluindo a [operação americana] Gerdau”, apontam os analistas do banco, em nota a clientes, acrescentando que, para cada aumento de 5% no preço médio de venda da Gerdau nos Estados Unidos, o resultado operacional (Ebitda) consolidado da siderúrgica cresce 12% — ou R$ 1,4 bilhão, considerando as estimativas atuais do consenso da Bloomberg.
Na indústria de alumínio, o impacto sobre a CBA, que negocia ações na B3, seria limitado, já que 80% de suas vendas ficam no mercado brasileiro.
Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria instalada no país exportou US$ 685 milhões para os Estados Unidos em 2023, o equivalente a 15% do total embarcado pelo setor. Deste total, 60% correspondem à alumina.
No ano passado, as exportações da indústria para o mercado americano somaram US$ 796 milhões, ou 14% do total exportado, com alta de 16%.
Em volume, os embarques da indústria de alumínio aos Estados Unidos ficaram em 75,451 mil toneladas, equivalentes a 25% do total de 541,9 mil toneladas embarcadas em 2024.
Considerando produtos semimanufaturados e manufaturados, 58,579 mil toneladas foram direcionadas ao mercado americano, ou 32% do total exportado.
Indústria consolidada e China
De acordo com Filipe Bonaldo, head Brasil da A&M Infra, unidade da consultoria Alvarez & Marsal, o setor de metais tem margens apertadas e sofre a pressão do mercado chinês, que tem uma capacidade de produção com custo baixo em função da escala e do apoio do governo. "Assim, o Brasil, mesmo tendo uma indústria consolidada, sofre também os efeitos de altos custos logísticos e tributários, que impactam diretamente o produto brasileiro", afirma.
Nesse ambiente, segue Bonaldo, o mercado americano sempre foi um destino importante do produto brasileiro, representando aproximadamente 40% da exportação total. "Com esta tarifa, certamente a competitividade da produção brasileira será diretamente impactada, e a indústria terá que se reorganizar para essa nova realidade", diz.
Por outro lado, pondera o especialista, pode haver oportunidades para o Brasil de criar novas rotas comerciais, visto que outros países também estão sendo impactados pelas novas políticas americanas. "Acredito que as empresas brasileiras, se apoiadas pelo governo, encontrarão outros caminhos para sua produção, seja aumentando o consumo interno com maiores taxas aos produtos do exterior, ou criando rotas comerciais bilaterais que ajudem os produtos brasileiros nesta nova realidade", afirma.
Procuradas, Ternium, Usiminas, CBA, Gerdau e ArcelorMittal informaram que não vão comentar o assunto. CSN ainda não se manifestou e o Instituto Aço Brasil informou que, por enquanto, não irá se posicionar.
Valor - SP 11/02/2025
A iminência das tarifas já inquieta investidores dos setores mais vulneráveis
O plano de Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio repete uma das principais decisões de comércio exterior de seu primeiro mandato como presidente.
Em março de 2018, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio exportado pela maioria dos países aos Estados Unidos sob a justificativa de segurança nacional. Em junho daquele ano, União Europeia (UE), Canadá e México também passaram a ser alvo dessas tarifas.
Na época, Trump argumentou que o imposto reduziria o déficit comercial e fortaleceria a indústria local.
As importações de metais pelos EUA caíram de imediato. No total, foram impactadas exportações de aço e alumínio no valor de cerca de 6,4 bilhões de euros. A UE levou três meses para reagir, impondo tarifas sobre importações provenientes dos EUA no valor de cerca de 2,8 bilhões de euros, sendo um terço sobre produtos de aço e alumínio, um terço sobre produtos agrícolas e um terço sobre outros bens.
O bloco econômico escolheu como alvo alguns produtos emblemáticos dos EUA, em geral, produzidos em Estados com inclinação republicana, como calças jeans, uísque bourbon e motos Harley-Davidson. Desde então, as exportações anuais de uísque americano para a UE caíram mais de 30%, uma perda de cerca de US$ 256 milhões, de acordo com o Conselho de Bebidas Destiladas dos EUA (Discus, na sigla em inglês).
Houve, contudo, diversas isenções das tarifas sobre as importações da UE após algumas indústrias americanas conseguirem argumentar que precisavam importar certos tipos de metal e peças.
Montadoras como General Motors (GM) e Ford se viram obrigadas a reduzir suas previsões de lucro ou não atingiram as projeções dos analistas em 2018, em razão da incerteza das tarifas e do aumento dos custos das matérias-primas causado pelos impostos sobre as importações americanas de aço.
Embora muitas montadoras americanas comprassem a maior parte de seu aço no próprio país, elas também foram afetadas, pois os produtores locais de aço aproveitaram a oportunidade para elevar os próprios preços. Após a imposição das tarifas, a produção siderúrgica americana teve um aumento relativamente baixo.
Depois, Trump acabou concedendo isenções tarifárias a vários outros parceiros comerciais, como Canadá e México.
Com a saída de Trump do cargo, EUA, UE, Japão e Reino Unido firmaram uma trégua temporária quando o então presidente Joe Biden removeu parcialmente as tarifas, que passaram a incidir apenas quando o volume de importação superava certas cotas. A UE suspendeu todas as suas medidas.
A trégua deve acabar, no lado da UE, no fim de março, enquanto o regime de cotas dos EUA que substituiu as tarifas vale até o fim de 2025.
A iminência das tarifas já inquieta investidores dos setores mais vulneráveis.
As ações de algumas siderúrgicas europeias eram negociadas em baixa na manhã de segunda-feira (10) após o anúncio de Trump. A ArcelorMittal, que obtém cerca de 13% de suas vendas nos EUA, tem alta vulnerabilidade. A empresa vende produtos de aço de alto valor agregado nos EUA, principalmente a partir de suas operações no Canadá, país que é um importante fornecedor para a indústria automotiva americana. Ela também fornece produtos semiacabados de aço feitos no México para suas instalações nos EUA.
Na semana passada, o diretor de finanças da ArcelorMittal reiterou, no entanto, que qualquer impacto seria administrável, levando em conta o histórico de 2018, quando a alta dos preços compensou o aumento dos custos.
É provável que o setor automotivo volte a ser impactado - e é possível que isenções possam, mais uma vez, amortecer o golpe. Desta vez, entretanto, a ameaça tarifária chega em um momento em que os fabricantes já precisam lidar com a transição para veículos elétricos e padrões de emissões de carbono mais rigorosos, o que dificulta absorver aumentos de custos de matérias-primas.
A Volvo já alertou para a possibilidade de queda em sua margem de lucro, em função das incertezas provocadas pelas tarifas de Trump. "Haverá tarifas [...] você verá alguma geopolítica e mudanças na política, o que criará turbulência geral", disse o executivo-chefe da Volvo Cars, Jim Rowan, na semana passada.
Infomoney - SP 11/02/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A decisão impacta diretamente o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço aos EUA, com 14,9% do mercado em 2024.
Embora a taxação represente um risco significativo para a indústria siderúrgica brasileira, essa não é a primeira vez que Trump adota medidas protecionistas contra o aço e o alumínio importados. Durante seu primeiro mandato, ele implementou tarifas e cotas que foram sendo ajustadas ao longo dos anos. Relembre as ocasiões.
Primeira investida em 2018Recuo pouco depoisNovo embate em 2019Endurecimento em 2020Tarifas revogadas em 2022Impacto das tarifas nos EUAPrimeira investida em 2018
As primeiras restrições à importação de aço ocorreram em março de 2018, quando Trump anunciou tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, sob o argumento de que as importações ameaçavam a segurança nacional americana. A medida gerou forte reação de países exportadores, incluindo o Brasil, que iniciou negociações para amenizar os impactos.
Recuo pouco depois
Ainda em 2018, após pressão do setor industrial e diplomacia brasileira, os EUA excluíram o Brasil das tarifas diretas, mas impuseram um sistema de cotas. Para produtos semiacabados de aço, o Brasil poderia exportar até o volume médio registrado entre 2015 e 2017. Já para produtos acabados, o teto estabelecido foi 30% inferior à média do mesmo período.
Novo embate em 2019
As cotas permaneceram em vigor até dezembro de 2019, quando Trump voltou a acusar o Brasil de desvalorizar sua moeda intencionalmente para favorecer as exportações e ameaçou restaurar as tarifas. O então presidente Jair Bolsonaro interveio, e um acordo foi fechado para que as cotas fossem mantidas.
Endurecimento em 2020
No entanto, em agosto de 2020, Trump endureceu novamente as restrições, reduzindo as cotas de exportação para os produtos brasileiros em 80%. Além disso, em outubro do mesmo ano, elevou as tarifas sobre as chapas de alumínio brasileiras de 15% para 145%, sob alegação de que os preços praticados pelo Brasil prejudicavam a concorrência americana.
Tarifas revogadas em 2022
Somente em julho de 2022, sob o governo de Joe Biden, os EUA revogaram as medidas restritivas que ainda estavam em vigor.
Impacto das tarifas nos EUA
As tentativas de Trump de proteger a indústria siderúrgica americana não tiveram os efeitos esperados no passado. Um estudo citado pelo Council of Foreign Relations aponta que, após a imposição das tarifas em 2018, a indústria do aço criou apenas 1.000 novos empregos nos EUA, enquanto o aumento no custo dos insumos levou à perda de 75.000 vagas em setores que utilizam aço e alumínio, como o de automóveis e construção civil.
Além disso, as tarifas podem levar a retaliações de parceiros comerciais. No passado, países afetados adotaram contramedidas que atingiram especialmente os exportadores agrícolas americanos, setor que tem forte peso político nos EUA.
Infomoney - SP 11/02/2025
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 10, que o governo brasileiro acredita no diálogo ao comentar o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio vendido aos EUA. Ele relembrou que, no passado, em situação similar, houve o estabelecimento de cotas de exportação do produto brasileiro aos norte-americanos.
“Olha, vamos aguardar porque nós acreditamos muito no diálogo. Isso já aconteceu antes, mas houve cotas, foram estabelecidas cotas. A parceria Brasil-Estados Unidos é equilibrada, é um ganha-ganha, nós exportamos para eles, eles exportam para nós, ganha a população”, disse Alckmin, a jornalistas após visitar a planta da Bionovis, em Valinhos (SP).
Alckmin não deu detalhes, mas as cotas para a exportação de aço brasileiro foram estabelecidas em 2018, fruto de uma negociação do governo brasileiro quando, em seu primeiro mandato, Trump anunciou a tarifa de 25% sobre os produtos siderúrgicos que entram nos Estados Unidos.
Para aço semiacabado, a cota foi de foi de 3,5 milhões de toneladas e, para o produto acabado (aços longos, planos, inoxidáveis e tubos) foi de 543 mil toneladas.
Nesta segunda, Alckmin buscou destacar a relação histórica entre os EUA e o Brasil, de 200 anos. “Nós exportamos US$ 40,2 bilhões para os Estados Unidos, importante, que são valor agregado, avião, automóvel, enfim, e eles exportam para nós até um pouco mais, US$ 40,5 bilhões de dólares ( ) Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas. A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações”, respondeu o vice.
O Estado de S.Paulo - SP 11/02/2025
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela 17ª semana consecutiva, de 5,51% para 5,58% - 1,08 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 5,00%.
A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
Na última ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) assumiu que o cenário para a inflação de curto prazo está adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industrializados, por sua vez, são pressionados pelo movimento do câmbio.
“Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, diz o BC.
Já a mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu pela sétima semana seguida, de 4,28% para 4,30%. Um mês antes, estava em 4,05%.
O Copom aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 12,25% para 13,25%, na reunião de janeiro, e afirmou que a sua decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.” O colegiado voltou a sinalizar que vai elevar os juros em mais 1 ponto, a 14,25%, no encontro de março.
O horizonte relevante do Banco Central é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência. A projeção para o IPCA de 2025 é de 5,2%. O balanço de riscos do comitê está assimétrico para cima.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 3,90%, patamar em que está há cinco semanas. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,74% para 3,78%, o quinto aumento consecutivo, ante 3,56% um mês antes.
Juros
A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu estável pela quinta semana consecutiva, em 15,00%. A mediana para os juros no fim de 2026 permaneceu em 12,50%. Um mês antes, era de 12,0%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 passou de 10,38% para 10,50%, ante 10,25% quatro semanas antes. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela sétima semana consecutiva.
Na ata da reunião de janeiro, o Copom afirmou que a elevação dos juros é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.”
PIB
A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 passou de 2,06% para 2,03%. Um mês antes, estava em 2,02%. A estimativa intermediária para 2026 passou de 1,72% para 1,70%. Um mês atrás, era de 1,80%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 se manteve em 1,96%, de 2,00% há um mês. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0%, como já está há 48 semanas.
O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 3,50% em 2024 e 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Dólar
As medianas para a cotação do dólar no fim de 2025 e 2026 permaneceram em R$ 6,00, pela quinta e quarta semanas consecutivas, respectivamente. A projeção para o fim de 2027 se manteve em R$ 5,93, enquanto a estimativa intermediária para o fim de 2028 oscilou de R$ 6,00 para R$ 5,99.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IstoÉ Dinheiro - SP 11/02/2025
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 359,6 milhões na primeira semana de fevereiro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 10, o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,466 bilhões e importações de US$ 5,106 bilhões. No ano, o superávit acumulado é de US$ 2,524 bilhões.
Até a primeira semana de fevereiro, a média diária das exportações registrou baixa de 11% em relação à média diária do mesmo mês de 2024.
O resultado se deu devido a queda de US$ 79,5 milhões (-31,3%) em Agropecuária, recuo de US$ 152,53 milhões (-50,1%) em Indústria Extrativa, e alta de US$ 92,64 milhões (13,9%) em produtos da Indústria de Transformação.
Já as importações tiveram crescimento de 6,5% na mesma comparação, com avanço de US$ 2,54 milhões (11,9%) em Agropecuária, queda de US$ 4,16 milhões (-6,7%) em Indústria Extrativa, e crescimento de US$ 66,47 milhões (7,6%) em produtos da Indústria de Transformação.
Monitor Digital - RJ 11/02/2025
O índice de preços ao consumidor (IPC) da China, principal indicador da inflação, subiu 0,5% em janeiro em termos anuais, informou o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) da China neste domingo.
O número foi superior ao aumento de 0,1% registrado no mês passado, em grande parte devido à influência do feriado da Festa da Primavera, disse Dong Lijuan, estatística do DNE.
O núcleo do IPC, que exclui os preços de alimentos e energia, aumentou 0,6% em janeiro em relação ao ano passado, acima do aumento de 0,4% registrado em dezembro de 2024.
Em uma base mensal, o IPC cresceu 0,7% em janeiro, segundo os dados.
Os dados do DNE também mostraram que o índice de preços ao produtor (IPP) do país, que mede os custos das mercadorias no portão de fábrica, caiu 2,3% anualmente em janeiro, mantendo-se estável em relação a dezembro do ano passado.
Em uma base mensal, o IPP caiu 0,2% em janeiro. Fim
O Estado de S.Paulo - SP 11/02/2025
O vaivém das medidas tarifárias anunciadas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos está provocando sentimentos contraditórios na indústria brasileira, já que a taxação dos produtos chineses e as ameaças contra México e Canadá representam riscos, mas também oportunidades ao setor.
De um lado, produtos que serão barrados por Trump podem ser desovados em mercados como o Brasil. De outro, os fabricantes brasileiros entendem que terão melhor condição de competir por espaços no mercado americano, já que parcela expressiva dos concorrentes pagará impostos mais altos para entrar no país.
Por enquanto, a parte dos riscos está sendo apenas monitorada, sem desencadear uma articulação entre segmentos industriais para levar as preocupações com as ações de Trump ao governo. Já as oportunidades estão sendo mapeadas não só na maior economia do mundo, mas também nos países que vão retaliar os EUA.
Até agora, apenas as tarifas contra a China entraram em vigor. As tarifas de 25% anunciadas sobre os produtos do México e do Canadá foram suspensas após acordos com os dois países. Mas se elas forem aplicadas, as montadoras avaliam que poderão fazer frente aos automóveis produzidos no México e entrar no mercado americano, um destino sem expressão hoje na balança comercial do setor. A indústria de máquinas, por sua vez, está de olho no México, mirando a substituição dos bens de capital que o país compra dos Estados Unidos.
A ressalva é que essas oportunidades serão anuladas se Trump também decidir subir tarifas contra produtos brasileiros. A indústria, contudo, confia que não haverá aplicação generalizada de tarifas a produtos do País, ainda que Trump volte a sua artilharia contra um ou outro setor, como nos casos do aço e do alumínio. No domingo, 9, Trump anunciou que vai tarifar os dois produtos em 25%. Isso afeta diretamente as exportações brasileiras, já que o País é o segundo maior fornecedor de aço dos Estados Unidos.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a entidade que representa as montadoras, diz que a indústria de veículos vai ganhar competitividade nos Estados Unidos se os mexicanos tiverem de pagar a alíquota de 25%.
“As marcas que estão no Brasil são, em sua maioria, as mesmas que têm fábricas no México e fornecem aos EUA. Hoje, os produtos brasileiros entram nos Estados Unidos com tributação, mas os produtos do México entram sem tributação. Quando eles também tiverem de pagar os 25%, passaremos a ter mais chances de explorar o mercado americano”, comenta Leite.
José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, a associação da indústria de máquinas e equipamentos, diz que o setor pode receber mais pedidos do México se o país, que passou por uma onda de industrialização nos últimos anos, deixar de comprar dos Estados Unidos. “Pode aparecer uma oportunidade de exportação ao México”, afirma Velloso. Já em relação a substituir máquinas chinesas nos Estados Unidos, o executivo considera mais difícil, uma vez que a tarifa adicional imposta por Trump, de 10%, não foi tão alta.
Na indústria de produtos químicos, a avaliação é a de que as tarifas do republicano contra a China podem abrir um canal de exportação aos Estados Unidos. André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, a associação da indústria química, pondera, no entanto, que o produto químico americano já é muito competitivo em custo, o que dificulta a concorrência.
Desvio do comércio
Há uma preocupação crescente em relação ao excesso de produção no mercado internacional em decorrência das barreiras comerciais do governo Trump. “Haverá uma sobra de produtos no mercado internacional que, certamente, será redirecionada a mercados como o Brasil a preços bem abaixo do normal, inclusive do custo de produção”, comenta André Passos.
“O governo tem de ficar alerta para uma eventual elevação do volume de importações repentina, acompanhada de uma queda de preços pelo deslocamento de oferta”, acrescenta o presidente da Abiquim.
Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, associação da indústria de produtos têxteis, observa que os desdobramentos indiretos da política comercial de Trump são grandes. “À medida que ele restringe o comércio com a China, com outros grandes produtores de têxteis, esses países vão procurar mercados a seus excedentes produtivos. Um dos mercados, sem dúvida nenhuma, é o Brasil, que está entre os dez maiores do planeta”, afirma Pimentel.
Procurada, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) disse que só vai comentar as decisões de Trump quando alguma medida afetar diretamente o Brasil. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Coalização Indústria, grupo que representa 14 entidades de setores produtivos diversos, preferem não comentar as medidas anunciadas por Trump no momento.
O Estado de S.Paulo - SP 11/02/2025
Nas primeiras duas semanas de seu segundo mandato, o presidente americano, Donald Trump, gerou muita turbulência nos mercados ao anunciar uma série de medidas destinadas a proteger a indústria dos Estados Unidos de uma alegada “concorrência predatória”, que seria praticada por seus principais parceiros comerciais – a China, o México e o Canadá.
Trump “pôs pilha” na guerra comercial com os três países ao elevar para 25% a tarifa de importação incidente sobre produtos do México e do Canadá, e para 10% a alíquota sobre produtos chineses. Depois, acabou suspendendo temporariamente o “tarifaço” imposto ao Canadá e ao México, em troca da adoção de medidas de contenção da imigração ilegal e de repressão ao tráfico de drogas para os Estados Unidos. Mas, no caso da China, que decidiu retaliar o país com a imposição de tarifas de até 15% sobre certos produtos americanos, não houve mudança por ora na decisão de Trump.
Agora, ele deve anunciar também tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, o que deve atingir o Brasil, que exporta os dois produtos para o país. “Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos vai ter uma tarifa de 25%. Alumínio, também”, afirmou Trump no domingo, 9, a bordo do avião presidencial a caminho do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, realizada em New Orleans, na região sul do país.
Historicamente associado à ala mais radical do Partido Democrata e às legendas de esquerda espalhadas pelo mundo, como o PT e seus aliados no Brasil, o protecionismo de Trump constitui um dos pilares de sua política econômica desde o primeiro mandato e talvez seja sua face mais visível, pelos efeitos que causa na economia global. Representa também uma mudança significativa em relação ao ideário pró-mercado do Partido Republicano, do qual o ex-presidente Ronald Reagan, que governou os Estados Unidos por dois mandatos nos anos 1980, tornou-se o símbolo maior desde então.
Nem todas as propostas de Trump, porém, se contrapõem às políticas defendidas e praticadas pelos republicanos até a sua ascensão política. Seu programa de governo, que ele parece disposto a cumprir à risca, prevê uma estranha combinação de protecionismo na área externa – para estimular a “reindustrialização” americana, preservar “setores estratégicos” de investidores estrangeiros e corrigir o que considera como “assimetrias” existentes nas relações comerciais do país – com bandeiras liberais tradicionalmente ligadas à legenda no front interno, como a redução de impostos, o corte nos gastos públicos e a desregulamentação da economia.
Embora essa mistura heterodoxa de liberalismo e protecionismo não seja uma unanimidade no Partido Republicano, Trump conseguiu conquistar desta vez, mais do que em seu primeiro mandato, pelo que se pode observar até o momento, um amplo apoio no partido e em sua bancada no Congresso, para levar adiante sua agenda econômica, como mostram até agora as confirmações das indicações de alguns de seus principais assessores pelo Senado.
É certo que há dissidências no Partido Republicano. Alguns líderes da agremiação, como o ex-presidente George W. Bush, o senador libertário Rand Paul e o ex-vice-presidente Dick Cheney e sua filha Liz, que se identificam com os princípios tradicionais do partido, de defesa do livre comércio como alavanca para o crescimento econômico e a prosperidade, veem as ideias protecionistas de Trump com reservas, muitas reservas.
Paul até se mostra alinhado com Trump em suas propostas liberais para o país e nas pautas de costumes e de segurança nas fronteiras contra a imigração ilegal. Bush, porém, prefere manter distância de Trump, enquanto Dick Cheney e Liz, que apoiaram de forma entusiasmada a candidata democrata Kamala Harris na campanha eleitoral, fazem oposição aberta a ele e a seu governo. Eles são, no entanto, as exceções que confirmam a regra. No geral, apesar de alguns analistas afirmarem que ele está “esfarelando” a legenda com suas ideias inusitadas e suas pretensões hegemônicas, Trump se tornou hoje quase uma unanimidade no partido.
Fora dos Estados Unidos, ainda parece difícil para muita gente que se identifica com o pensamento liberal entender essa combinação improvável de protecionismo e liberalismo forjada por Trump e encampada pelos republicanos. Para os liberais da gema espalhados pelo Brasil e pelo mundo e para os libertários como o presidente da Argentina, Javier Milei, que veem a abertura econômica como uma ferramenta valiosa para promover o desenvolvimento das nações, o protecionismo de Trump soa como uma heresia de difícil digestão, mesmo quando combinado com políticas liberais no front externo.
Afinal, como os brasileiros sabem bem e como Milei e seus apoiadores sabem bem também, as políticas de substituição de importações e de proteção ao conteúdo local, por meio de punições tarifárias e subsídios de todos os tipos, geram efeitos adversos no médio e no longo prazo, que vão na direção oposta à pretendida por seus defensores. Em geral, costumam levar os fabricantes locais à acomodação, desestimulam a inovação e o aumento de produtividade e acabam por turbinar a inflação, em prejuízo dos consumidores e da eficiência do sistema produtivo.
Milei, que já foi chamado por Trump de “meu presidente favorito” e que se alinha com ele em suas bandeiras liberais, na pauta de costumes e na rejeição ao socialismo e a tudo o que se assemelhe ao chamado “progressismo” woke, chegou a dizer que espera “converter” Trump às ideias do livre comércio. É difícil imaginar, porém, levando em a convicção que Trump demonstra em relação às suas ideias protecionistas, que Milei tenha sucesso em sua empreitada, embora pipoquem por aí informações de que negocia com o presidente americano um acordo de livre comércio entre a Argentina e os Estados Unidos.
Pelo que se pode observar, a guinada do Partido Republicano neste quesito, que foi tema de um programa de TV imperdível da CNN americana entre o jornalista Fareed Zakaria e o historiador escocês radicado nos Estados Unidos Niall Ferguson (https://shorturl.at/jtxIg), é algo que foi incorporado à legenda e não será surpresa se sobreviver a Trump, para o bem ou para o mal. O próprio vice-presidente J. D. Vance, cotado desde já para ser seu sucessor, compartilha as ideias de Trump – e vai até além no que se refere à proteção à produção local.
Ironicamente, muito do sucesso alcançado por Trump nas urnas pode ser atribuído às suas posições de apoio à indústria americana e a seus trabalhadores
Pelo andar da carruagem, os liberais e libertários do Partido Republicano provavelmente terão de se acostumar com isso, para evitar o retorno dos democratas ao poder, até porque não têm força eleitoral nem apelo popular para seguir voo solo. Como diz o velho dito popular, terão de ceder os anéis para não perder os dedos, abrindo mão do livre comércio no front externo para garantir a implementação de políticas liberalizantes e algum controle das contas públicas na área interna.
Ironicamente, muito do sucesso eleitoral alcançado por Trump pode ser atribuído não às políticas liberais tradicionais do Partido Republicano, mas justamente às suas posições protecionistas e de apoio à indústria americana e a seus trabalhadores. Foi graças, em boa medida, ao seu discurso do America first que Trump conseguiu conquistar os blue collars marginalizados pela globalização, historicamente ligados ao Partido Democrata, que foram fundamentais para suas vitórias eleitorais.
Muitos trabalhadores perderam seus empregos ao longo do tempo devido à concorrência da China, que ganhou status de “nação mais favorecida” no comércio com os Estados Unidos em 1980 e se beneficiou plenamente disso até pouco tempo atrás, e também em razão das condições favoráveis concedidas ao México e ao Canadá, com a celebração do acordo de livre comércio negociado com os dois países, em 1994. Eles representavam, portanto, terreno fértil para a pregação antiliberal de Trump no comércio exterior. Provavelmente, se não fosse por isso, os republicanos teriam perdido a disputa presidencial para os democratas tanto em 2016 como em 2024.
Um caso emblemático, ocorrido durante a Convenção Nacional do Partido Republicano que referendou o nome de Trump para a disputa à Casa Branca no ano passado, ilustra bem o que isso significa. No evento, o presidente do sindicato dos caminhoneiros americanos declarou que era a primeira vez que um líder da categoria participava de um convenção dos republicanos e que nunca havia imaginado que isso iria acontecer. Trump conseguiu também um inédito apoio para os republicanos entre metalúrgicos do setor automobilístico e de outras áreas industriais que se tornaram “órfãos” da globalização, que tinham laços históricos com os democratas.
Frankenstein
Com a polarização ainda dando o tom na política e o liberalismo perdendo força em quase todo o planeta, inclusive no Brasil, o modelo híbrido proposto por Trump, que de certa forma se repetiu no Brasil em 2018, com a aliança entre os nacional-desenvolvimentistas representados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e os liberal-democratas da gema, representados pelo ex-ministro Paulo Guedes, pode até parecer um Frankenstein – e talvez realmente seja.
Mas, como mostra o caso de Trump nos Estados Unidos, pode ser também a única alternativa viável hoje para os liberais e libertários a conseguirem superar a esquerda retrógrada nas urnas e influenciar de alguma forma a política econômica. A não ser que surjam outros Mileis por aí, com um discurso de grande apelo popular e 100% comprometido com o liberalismo econômico, o que é sempre possível, mas parece pouco provável no momento.
Infomoney - SP 11/02/2025
Os contratos futuros de minério de ferro tiveram ganhos nesta segunda-feira, com as perdas observadas mais cedo em função das últimas ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, sendo revertidas por sinais de recuperação da demanda na China e pela redução dos embarques dos principais fornecedores.
O contrato de maio de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,79%, a 826,5 iuanes (US$113,16) a tonelada, o maior valor desde 10 de dezembro de 2024.
O minério de ferro de referência de março na Bolsa de Cingapura subiu 0,76%, para US$ 107,15 a tonelada. No início da sessão, o contrato atingiu a máxima registrada em 16 de outubro de 2024, de US$107,5 por tonelada.
A demanda pelo principal ingrediente da fabricação de aço mostrou sinais de recuperação, sustentando os preços.
A produção média diária de metal quente na China, normalmente usada para medir a demanda de minério de ferro, aumentou 1,3% em relação à avaliação feita antes do feriado do Ano Novo Lunar, para 2,28 milhões de toneladas, entre as siderúrgicas pesquisadas, segundo dados da consultoria Mysteel.
Os mercados estiveram fechados para os feriados do Ano Novo Lunar chinês entre 28 de janeiro e 5 de fevereiro.
Os embarques dos principais fornecedores, Austrália e Brasil, caíram 32%, para 18,98 milhões de toneladas, na semana encerrada em 9 de fevereiro, na comparação com a semana anterior, mostraram dados da Mysteel, o que estimulou o sentimento do mercado.
Isso ajudou os preços do minério a apagarem as perdas anteriores devido ao sentimento de risco depois que Trump ameaçou introduzir uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio dos EUA, além das tarifas existentes sobre os metais, em outra grande escalada da mudança da política comercial no domingo.
Auto Industria - SP 11/02/2025
Graças ao aumento do mercado interno e principalmente das exportações, as montadoras produziram em janeiro total de 175,5 mil veículos, volume 15,1% superior ao do mesmo mês de 2024 (152,6 mil). Houve pequena queda de 6,6% em relação a dezembro (190,1 mil), movimento comum nesta época do ano.
Ao divulgar os números na manhã desta segunda-feira, 10, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, insistiu na questão das importações, que seguem em alta.
“A produção poderia até ser maior não fosse a escalada de venda de produtos vindos de fora”, comentou, revelando a comercialização de 39,3 mil veículos importados, expansão de 24,8% no comparativo interanual.
Esse índice é bem maior do que o relativo à alta média do mercado interno em geral, que foi de 6%, com 171,2 mil emplacamentos incluindo leves e pesados.
Apesar de não haver novidades sobre o pleito da Anfavea de antecipação imediata da alíquota de importação de 35% para os eletrificados, Lima Leite diz que o tema continua em pauta, ou seja, a entidade entende ser necessária a adoção da medida para brecar a escalada principalmente dos carros chineses.
Sobre o mercado interno, a Anfavea revela que é o terceiro ano consecutivo de crescimento interanual no mês de janeiro. “O mercado ainda não foi impactado pelas medidas na área econômica, em especial a alta dos juros. A média diária segue aquecida, com 12,9 mil unidades no mês passado”, informou Lima Leite
O estoque nas montadoras e concessionárias segue baixo, na faixa de 235,5 mil veículos, equivalentes a 41 dias de produção. O número de empregos cresceu atingiu 108,2 mil postos em janeiro, 1 mil a mais do que em dezembro.
Globo Online - RJ 11/02/2025
As tarifas que o presidente americano Donald Trump já anunciou — e as que ele ameaça anunciar — podem provocar uma reconfiguração da produção global de veículos. A avaliação é de Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras.
A imposição de tarifas, diz o presidente da Anfavea, cria insegurança para os fabricantes, já que as montadoras têm unidades no Brasil, mas também fábricas em outros países.
— Isso acaba provocando uma reconfiguração e o setor tem trabalhado constantemente nos cenários futuros para entender essas medidas e ver onde será melhor e pior produzir — afirma.
Se Trump impuser tarifas ao aço, Lima Leite também vê impactos para a indústria automotiva. Tarifa sobre o aço brasileiro resultaria em menor volume de produção nacional do produto, diz Lima Leite.
— Precisamos de uma indústria forte de aço, que seja competitiva e que tenha escala. O aço vem passando por grandes mudanças de tecnologia e vem recebendo investimentos. O aço brasileiro tem importante participação das exportações para os EUA e tarifa sobre aço resultaria em menor volume da produção aqui. E perder volume significa impacto sobre a competitividade — explicou Lima Leite.
Para Lima Leite, as novas medidas de Trump trazem um momento de muita imprevisibilidade ao mercado automotivo, especialmente sobre os reflexos que elas podem trazer para o setor no Brasil e na América Latina.
Quando há imposição de tarifas, diz o presidente da Anfavea, pode-se imaginar um redirecionamento de parte das exportações aos EUA para outros países.
Ele lembra que o México produz 4,3 mil veículos por ano, mas o mercado mexicano é de pouco mais de um milhão de unidades e 80% das exportações são direcionadas aos Estados Unidos. Um aumento de tarifa de 25% pode gerar uma capacidade ociosa no México, assim como um excesso de produção na China e no Canadá, diz. Se isso acontecer, essas exportações poderão ser direcionadas para o mercado da América Latina que é foco de crescimento para o Brasil via exportações.
— E também para o Brasil diretamente. Então nós estamos vivendo um momento de certa insegurança com essas medidas, sobre o que vai acontecer — diz Lima Leite.
Os Estados Unidos suspenderam por um mês a tarifa de 25% sobre produtos do México e do Canadá, mas mantiveram a tarifa de 10% para a China, que revidou impondo tarifas sobre US$ 14 bilhões em produtos americanos exportados para o país asiático.
Ele cita também possíveis oportunidades de aumento de exportações para o Brasil. O México, por exemplo, é um grande concorrente do Brasil. Com as tarifas, o Brasil pode ter custos mais competitivos.
— Então é hora de ter calma, de ter serenidade, e entender que essas mudanças podem apresentar oportunidades para o Brasil, sem se esquecer dos riscos.
Lima Leite diz que a volatilidade da economia global também pode trazer impactos para o Brasil de uma forma geral. A desvalorização cambial, que não aconteceu apenas no Brasil, mas também no Japão, Argentina e no próprio México, acaba fazendo com que os países que sejam os principais concorrentes do Brasil possam ter ganho de competitividade, em alguns momentos.
— E isso (câmbio) também tem reflexo em aumento de inflação, que pode fugir um pouco das atuais previsões de 4,5%, 5% para este ano. Mas principalmente resultar em elevação da taxa de juros. Taxa de juros acima de 14% é mais um risco sobre o setor automotivo — diz ele, lembrando que historicamente as vendas ocorrem com 70% de financiamento, mas no ano passado esse patamar ficou em 45%.
— Este ano, nós temos um grande desafio, que é fazer o mercado crescer, sabendo que o custo de financiamento será impactado — disse.
Lima Leite afirmou que há também insegurança e falta de previsibilidade nos acordos comerciais.
— O que vai acontecer com os acordos? Eles serão mantidos, serão estreitados, serão redirecionados, alterados. Então os acordos comerciais passam a ser muito importantes. Principalmente quando a gente fala de previsibilidade. Todas essas alterações criam um mar um pouco revolto para o ano de 2025 — diz ele, lembrando as declarações do presidente argentino, Javier Milei, sobre a possibilidade de deixar o Mercosul, já que o país vizinho é o principal destino das exportações brasileiras.
Vendas crescem em janeiro
As vendas de veículos, em janeiro deste ano, retomaram o patamar de 2021 ao atingir 171,2 mil unidades, um crescimento de 6% em relação a janeio do ano passado. É o maior crescimento no período desde 2021. Já a produção de veículos no primeiro mês do ano chegou a 175,5 mil unidades, alta de 15,1% na comparação com o mesmo mês de 2024.
A exportação cresceu 52,3% em janeiro, atingindo o patamar de 28.7 mil unidades vendidas ao exterior, na comparação com 18,8 mil veículos exportados no primeiro mês do ano passado.
As importações de veículos mantiveram o ritmo de alta e cresceram 24,8% no mês passado, chegando a 39,3 mil unidades frente aos 31,5 mil unidades imprtadas em janeiro do ano passado. É o maior patamar de importações em janeiro desde 2020, quando foram importadas 22,3 mil unidades. Argentina e China são os países de onde mais o país importou.
Valor - SP 11/02/2025
O que sustenta os lucros da Honda é seu negócio original: motocicletas. A Honda detém cerca de 30% do mercado global e registrou uma margem de lucro operacional de 17% no último ano fiscal
A paralisação das negociações de fusão entre duas das maiores montadoras do Japão deixa a Honda Motor sem o impulso que esperava para alcançar um aumento de lucro de 1 trilhão de ienes.
Enquanto a Honda pressionava a menor Nissan Motor a apresentar um plano de reestruturação, o próprio setor automobilístico da Honda também está atolado em baixa rentabilidade.
A Honda previu um lucro operacional de 1,42 trilhão de ienes (US$ 9,38 bilhões) para o ano fiscal encerrado em 31 de março. A empresa havia imaginado alcançar cerca de 2 trilhões de ienes aproximadamente dois anos depois, com a fusão com a Nissan, seguida por um aumento adicional de 1 trilhão de ienes no médio a longo prazo.
Ao anunciar planos de fusão com a Nissan em dezembro passado, o presidente e CEO da Honda, Toshihiro Mibe, delineou uma visão de se tornar "uma empresa líder mundial na criação de valor para a mobilidade nova" com lucro operacional superior a 3 trilhões de ienes.
As duas montadoras deveriam ser mais fortes juntas em termos de aquisição, produção e desenvolvimento para o lançamento de veículos elétricos. No entanto, essas esperanças, que dependiam das economias de escala ao se tornarem o terceiro maior grupo automotivo do mundo, desapareceram em menos de dois meses após o anúncio.
Muitos observadores acreditam que o fracasso nas negociações de fusão prejudica mais a Nissan do que a Honda. No entanto, a Honda também sofreu um grande revés. "É difícil ver outro parceiro adequado além da Nissan, que possa trazer a escala necessária", disse Koji Endo, analista da SBI Securities.
A Honda havia estabelecido a meta de vender apenas veículos elétricos e com células a combustível mundialmente até 2040, com planos de investir mais do que a maior montadora global, Toyota Motor, com 10 trilhões de ienes até o ano fiscal de 2030.
Mas a Toyota alcança uma margem de lucro operacional de 8,2% em veículos, com base na média dos últimos 10 anos até o ano fiscal passado. A Honda consegue apenas 2,4% — um pouco melhor que os 1,3% da Nissan. Esse desempenho fraco enfraquece os apelos da Honda por reduções de custos na Nissan.
As vendas globais de automóveis da Honda também estão em queda, com uma redução de 5% para 3,8 milhões de veículos no ano passado. Suas vendas de automóveis caíram cerca de 30% em comparação com 2019, devido principalmente à queda no competitivo mercado chinês.
A BYD, de rápido crescimento na China, superou a Honda em vendas globais de automóveis no ano passado, com 4,27 milhões de veículos, um aumento de 41% em relação a 2023. As vendas globais da Honda devem cair ainda mais para 3,73 milhões de automóveis em 2025 e 3,65 milhões em 2026, de acordo com previsões da S&P Global.
O que sustenta os lucros da Honda é seu negócio original: motocicletas. A Honda detém cerca de 30% do mercado global e registrou uma margem de lucro operacional de 17% no último ano fiscal. Com um lucro operacional de 556,2 bilhões de ienes naquele ano, o segmento de motocicletas gerou quase tanto quanto o segmento de automóveis, que obteve 560,6 bilhões de ienes, com apenas cerca de 20% das vendas.
A força da Honda em duas rodas se deve à sua capacidade de lançar modelos adaptados a cada mercado e anos de medidas de redução de custos, como o uso de peças intercambiáveis.
A Honda tem aproximadamente cinco vezes a capitalização de mercado da Nissan e possuía mais de 3,4 trilhões de ienes em caixa líquido no final de setembro. Revisar seu plano de recompra de ações, que foi anunciado junto com a fusão, liberaria mais fundos para quaisquer ações ousadas que visem quebrar o ciclo de declínio.
"Se a Honda quiser mostrar o quanto está determinada, fazer uma oferta não solicitada pela Nissan seria uma opção", disse Seiji Sugiura, do Tokai Tokyo Intelligence Laboratory.
Auto Industria - SP 11/02/2025
Em trajetória que se mostra como tendência global, as vendas de veículos movidos a bateria perdem força. Conforme dados da Anfavea, as 3.694 unidades licenciadas em janeiro representaram queda de 15,1% na comparação com volume registrado no mesmo mês do passado, de 4.354.
Com o resultado, a participação de 2,9% que os elétricos tinham nos emplacamentos do mercado total de automóveis e comerciais leves no primeiro mês de 2024 caiu para 2,3%.
Veja - SP 11/02/2025
A concessão do Lote Alto Tietê, das Linhas 11, 12 e 13 de trens urbanos, prevê a construção de oito novas estações, pela futura concessionária, e duas novas pelo Metrô, além da reforma de 24 estações já existentes nos três ramais. As novas estações são demandas antigas da população local e permitirão a ampliação de mais de 25 km em trilhos.
A Linha 11-Coral ganhará 4 km de extensão, chegando até a Estação César de Souza, além da extensão do serviço até a Barra Funda. O ramal também ganhará quatro novas estações, outras 14 serão reformadas e três reconstruídas. Também serão eliminadas todas as passagens em nível existentes, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas.
Já a Linha 12-Safira ganhará 2,7 km de novos trilhos e chegará até Suzano. Com duas novas estações, a linha terá integração com a Linha 13 e outra com a Linha 2-Verde de metrô. Além dessas, uma estação será reconstruída e outras 12 reformadas.
A Linha 13-Jade terá seis novas estações e ganhará 15,6 km de novos trilhos, chegando até a região de Bonsucesso e Gabriela Mistral, duas demandas antigas da população. Três estações também serão reformadas.
A concessão do Lote Alto Tietê tem caráter social de atendimento à Zona Leste, região com grande déficit de transporte na Região Metropolitana de São Paulo e que conta com mais de 4,6 milhões de habitantes, com deslocamento pendular.
Além dessas obras, o escopo prevê investimentos na rede aérea, via permanente e sinalização, além da implantação de equipamentos e sistemas. Ao todo, serão 14,3 bilhões de reais em investimentos e melhorias para a população e usuários das três linhas que, juntas, devem transportar 1,3 milhão de passageiros por dia em média útil até 2040.
InfraRoi - SP 11/02/2025
O Governo do Ceará anunciou uma linha de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) para ligar o Aeroporto Internacional de Fortaleza à Arena Castelão. A obra, que deve ter seu edital lançado em breve, tem prazo de execução de 24 meses e permitirá a população realizar o trajeto em 12 minutos. A previsão é de que o trecho de 5,1 quilômetros custe R$ 181 milhões e esteja pronto para a próxima Copa do Mundo Feminina, em 2027.
Duas novas estações devem ser entregues, a Estação Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) e a Estação Castelão. O governo ainda promete que a Estação do Aeroporto será entregue ainda este ano. O prazo inicial para esta obra era para 2022 e foi adiado para dezembro de 2024 na primeira vez.
Quando em operação, com dois VLT’s em funcionamento, o trecho Aeroporto-Castelão terá capacidade para transportar cerca de 35 mil passageiros por dia. A Estação Aeroporto também está diretamente conectada com a Estação Expedicionários. Assim, será possível se deslocar, de forma prática, entre a Arena Castelão e bairros como Parangaba, Montese, Aldeota, Papicu e Mucuripe.
Governo espera impactos positivos com novo VLT em Fortaleza
O secretário da Infraestrutura, Hélio Winston Leitão, frisou os diversos impactos positivos que a nova linha trará para o povo cearense. “Essa obra tem todo um impacto social. Teremos diversos bairros envolvidos, interligando várias linhas. Importante dizer, também, todo o impacto positivo na área do esporte e religiosa, com a chegada dessas duas estações”, disse.
Já o secretário do Esporte, Rogério Pinheiro salientou a comodidade e os benefícios do novo modo para a chegada até o estádio para a população. “O Castelão é uma das principais praças esportivas do país. Agora o torcedor terá mais uma opção para que ele possa se deslocar de uma forma mais tranquila e rápida. Além das 4500 vagas para o público no nosso estacionamento, com esse novo meio de transporte iremos reforçar e dar uma experiência mais positiva para a nossa população”, comentou.
IstoÉ Dinheiro - SP 11/02/2025
O governo estadual do Rio deflagrou nesta segunda-feira (10) a Operação Chittagong, que interditou um dos maiores estaleiros que fazia o desmanche ilegal de dois navios, às margens da Baía de Guanabara, na capital. Segundo o governo, o estaleiro é uma espécie de ferro-velho marítimo, que atuava sem licença e provocava contaminação do solo e lançava resíduos tóxicos na Baía.
A operação foi realizada por técnicos da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Comando de Polícia Ambiental. A multa pode variar entre R$ 10 e R$ 50 milhões.
Durante a operação, nove pessoas foram notificadas, entre elas o gerente da empresa, que foi encaminhado para a delegacia para responder criminalmente. Entre as infrações ambientais constatadas estão a poluição do solo por vazamento de óleo e poluição hídrica da Baía de Guanabara; operação de atividade de descomissionamento – processo de desativação de um sistema ou empreendimento – sem licença ambiental e acondicionamento irregular de produto perigoso. Em agosto de 2024, o Inea já tinha notificado a empresa para paralisar o trabalho por conta de um abuso de licença, já que o empreendimento tinha uma permissão municipal de reparo de embarcação e não de descomissionamento.
“O governo do estado tem sido duro e implacável contra esses crimes ambientais. Pela segunda vez estamos fechando essa espécie de ferro-velho de navios, que muitas vezes são responsáveis por jogar peças obsoletas no mar, além de outros poluentes. Estamos promovendo um intenso trabalho de despoluição da Baía de Guanabara e esse trabalho de fiscalização e inteligência é essencial para alcançarmos essa meta”, afirmou o secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
A operação desta manhã é a segunda neste ano voltada para interdição de estaleiros irregulares no estado. Na semana passada, o governo interditou mais um local que descumpria a legislação ambiental, no Caju, onde um estaleiro funcionava sem qualquer licença para o descarte de materiais.
A descoberta do serviço ilegal executado pelo estaleiro ocorreu após uma denúncia aos agentes do Inea. Durante três semanas, o núcleo de inteligência investigou e monitorou as atividades e observou a retirada de peças de navios de forma inadequada, sem qualquer cuidado ambiental e que ainda expõe os operários a materiais tóxicos. Eles usavam maçaricos e fogo para cortar o aço da embarcação, de onde escorria uma enorme mancha de óleo que se estendia por dezenas de metros na Baía de Guanabara.
É estimado que cada embarcação mantenha entre 20 e 30 mil litros de resíduos contaminantes, a maioria deles óleos lubrificantes. O local também contém altas taxas de mercúrio, amianto e chumbo.
Para atuar legalmente, além do credenciamento, o estaleiro tem que ter um plano de descarte com critérios técnicos de reciclagem e proteção ambiental. Além da destinação do material, também devem ser observados os cuidados com contaminação das águas e do lençol freático pelos produtos químicos armazenados nos cascos dos navios.
Exame - SP 11/02/2025
O porto mais movimentado da China processou uma quantidade recorde de mercadorias em janeiro, à medida que as empresas correram para embarcar seus produtos antes da entrada em vigor das tarifas dos Estados Unidos e do início do longo feriado local em comemoração ao Ano Novo Chinês. O porto de Xangai processou um recorde de cinco milhões de contêineres no mês passado, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, bem acima de qualquer mês anterior desde 2007.
No ano passado, o porto foi o primeiro do mundo a processar mais de 50 milhões de contêineres em um único ano, impulsionado pelo aumento da demanda global, pela queda dos preços chineses e pela ameaça de tarifas, que levaram o valor das exportações a um recorde.
As empresas chinesas enviaram quase US$ 525 bilhões em mercadorias diretamente para os EUA no ano passado, o terceiro maior valor já registrado. No entanto, como essas empresas passaram a enviar produtos cada vez mais por meio de países como México e Vietnã para os EUA, uma possível imposição de tarifas por parte do presidente Donald Trump sobre todas as importações poderia afetar esse comércio também.
Desde esse recorde no mês passado, os EUA impuseram novas tarifas sobre todos os produtos da China, tornando esses embarques mais caros. A China retaliou com suas próprias tarifas, que entraram em vigor nesta segunda-feira, embora tenham sido aplicadas apenas a uma pequena fração das importações dos EUA. Nesta segunda-feira, Trump pretende anunciar formalmente a aplicação de tarifas de 25% sobre todo aço e alumínio importado pelos Estados Unidos.
Os dados de Xangai provavelmente incluem alguma carga doméstica, mas também mostram que o porto vizinho de Ningbo registrou um aumento no volume de cargas. No mês passado, o porto processou 59 milhões de toneladas em comércio exterior.
Apesar do recorde, os fluxos comerciais desaceleraram na última semana de janeiro e na primeira semana de fevereiro, segundo dados governamentais separados, já que as empresas fecharam por mais de uma semana durante o feriado do Ano Novo Lunar.
Algumas empresas retomaram as atividades no fim da semana passada, mas não haverá dados comerciais oficiais até o início de março, pois o governo combina os dados dos dois primeiros meses do ano para suavizar a volatilidade causada pelo feriado.
As tarifas impostas na semana passada podem não ser a última ação dos EUA, já que Trump solicitou uma revisão para verificar se Pequim cumpriu um acordo comercial assinado durante seu primeiro mandato. Um relatório previsto para 1º de abril pode levar a novas medidas punitivas de Washington.
A Bloomberg Economics estima que uma nova tarifa adicional de 10% poderia eliminar 40% das exportações chinesas para os EUA, colocando em risco 0,9% do PIB da China.
Petro Notícias - SP 11/02/2025
A PetroReconcavo, presidida por José Firmo, iniciou 2025 com um avanço significativo na produção de petróleo e gás. A companhia registrou uma produção média de 26,8 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) em janeiro, um crescimento de 3,1% em relação a dezembro de 2024. Segundo a petroleira, o resultado reflete os primeiros impactos do programa de perfuração iniciado no final do segundo semestre do ano passado, além de intervenções nos campos operados.
A produção no Ativo Potiguar foi de 13,3 mil boe/dia, um aumento de 1,8% em relação ao mês anterior. Esse crescimento foi impulsionado por novas perfurações e workovers realizados ao longo do período. A produção só de petróleo atingiu 8,5 mil barris por dia (bbl/dia), registrando um avanço de 1,3%. O aumento foi resultado da entrada de novos poços no Polo Sabiá, beneficiando os campos Sabiá da Mata e Janduí. Além disso, trabalhos de manutenção e revitalização de poços ajudaram a impulsionar o crescimento. Quanto ao gás, a produção chegou a 4,7 mil boe/dia, um acréscimo de 2,8%. O resultado foi influenciado pelo programa de workovers, que melhorou a eficiência dos poços produtores.
Enquanto isso, no Ativo Bahia, a produção totalizou 13,5 mil boe/dia, representando um crescimento de 4,4% em relação ao mês anterior. A produção de petróleo alcançou 7,7 mil bbl/dia, um avanço de 5,7%. O crescimento foi impulsionado por novos poços no campo de Tiê, que compensaram uma redução no campo de Miranga, onde um duto passou por manutenção corretiva, limitando temporariamente o escoamento. Por fim, a produção de gás natural no ativo subiu 2,7%, atingindo 5,8 mil boe/dia. O resultado veio da melhoria operacional proporcionada pelos workovers e pelo crescimento no campo de Tiê. Entretanto, a UTG Catu teve uma manutenção programada de três dias, afetando o escoamento do gás durante esse período.
Valor - SP 11/02/2025
Ao todo, os campos possuem cerca de 125 milhões de barris de óleo “in place” (volume total de óleo inicialmente presente num reservatório de petróleo). O valor da operação foi de US$ 15 milhões
A petroleira Azevedo & Travassos adquiriu 13 campos de produção, denominados Polo Porto Carão e Polo Barrinha, controlados por subsidiárias da Brava Energia por US$ 15 milhões.
A compra foi realizada por meio da subsidiária da Azevedo & Travassos AZTE e a empresa canadense PetroVictory Energy Corp.
Após a transação, que aguarda aprovação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a operação dos campos será de responsabilidade da Azevedo & Travassos Petróleo.
O Polo Porto Carão, localizado na Bacia Potiguar Terrestre, no Rio Grande do Norte, possui quatro contratos de concessão e quatro campos de produção: Porto Carão, Serraria, Lagoa Aroeira e Carcará.
Já o Porto Barrinha fica na Bacia Potiguar Terrestre, no Rio Grande do Norte, e tem sete contratos de concessão e nove campos de produção. Entre eles: Pintassilgo, Barrinha, Barrinha Leste, Barrinha Sudoeste, Fazenda Canaan, Poço Verde, Serra Vermelha, Pedra Sentada e Serrado Mel.
Ao todo, os campos possuem cerca de 125 milhões de barris de óleo “in place” (volume total de óleo inicialmente presente num reservatório de petróleo). Em 2024, os campos produziram 253 barris de óleo equivalente (boe) por dia.
IstoÉ Online - SP 11/02/2025
Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira (10), impulsionados pelas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre novas tarifas e sanções direcionadas ao setor de energia do Irã.
A guerra comercial prometida por Trump pode entrar em uma nova fase se o presidente cumprir sua promessa de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos.
No início da tarde, o governo americano ainda não havia concretizado o anúncio feito na véspera pelo republicano.
O preço do barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em abril, subiu 1,62% para 75,87 dólares. Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate, para março, avançou 1,86% a 72,32 dólares.
O anúncio desses números “lembra aos operadores que as tarifas sobre o México e o Canadá ainda estão no limbo” e “que provavelmente será tomada uma decisão nas próximas três semanas”, explicou à AFP Robert Yawger, da Mizuho USA.
Há uma semana, Trump ameaçou o México e o Canadá com tarifas gerais de 25%, mas suspendeu a entrada em vigor de sua decisão por um mês.
Aplicar sobretaxas aos produtos importados desses dois países seria “um problema” porque os Estados Unidos “importam do Canadá cerca de quatro milhões de barris por dia” e mais de 400 mil barris diários do México, segundo Yawger.
O analista também cita outros fatores para a alta do petróleo, como a situação em Gaza, onde a trégua corre o risco de cair após o adiamento indefinido da próxima libertação de reféns pelo Hamas.
E as sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra as exportações de petróleo iraniano, em linha com a política de “pressão máxima” sobre Teerã defendida por Trump.
Washington anunciou na quinta-feira sanções financeiras contra uma “rede internacional” acusada de enviar petróleo iraniano para a China para financiar as atividades militares de Teerã.
Estas novas medidas contra o Irã, um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo, contribuem “para endurecer o mercado petrolífero como um todo”, afirmou Bjarne Schieldrop, analista da SEB.
TN Petróleo - RJ 11/02/2025
Sergipe foi novamente reconhecido como o estado com a melhor regulamentação no setor de gás natural do Brasil. A primeira colocação foi alcançada no Ranking do Mercado Livre de Gás Natural (Relivre), que monitora e quantifica as melhores práticas legais e regulatórias em cada estado e aponta seus potenciais aspectos de melhoria. Em 2024, o estado já havia conquistado a mesma posição na classificação.
O Relivre é elaborado colaborativamente pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e Abrace Energia. A classificação é apoiada por outras 12 entidades de classe setoriais, incluindo produtores e grandes consumidores, e tem como objetivo acompanhar o setor regulatório de gás natural estadual para incentivar a abertura do mercado.
Além de Sergipe, que obteve 84,66 na pontuação geral, os estados que possuem a melhor regulamentação para o mercado livre de gás segundo o Relivre são Alagoas (78,20) e Espírito Santo (60,45). Entre os critérios observados na construção do ranking, Sergipe obteve destaque na desverticalização e na comercialização do insumo.
De acordo com o titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), o reconhecimento no ranking expressa a eficiência das ações e políticas do Governo de Sergipe no segmento. “Sergipe possui uma regulamentação moderna, arrojada e articulada com as diretrizes do Governo Federal, oferecendo estrutura e segurança regulatória. O mercado livre de gás reduz custos operacionais e amplia a competitividade, já que oferece aos consumidores a liberdade para negociar contratos diretamente com os fornecedores. Foi o que ocorreu recentemente com as indústrias ceramistas Capri e Serra Azul, duas das maiores consumidoras de gás natural em Sergipe. Isso mostra como nosso estado é um ambiente atrativo e preparado para novos investimentos”, resume o secretário Valmor Barbosa.
A manutenção do primeiro lugar do Relivre é fruto de um esforço conjunto da administração estadual. Nesse sentido, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese) tem atuado de forma proativa, promovendo constantes avanços na regulação estadual do gás natural e buscando assegurar o protagonismo do Estado no setor, fortalecendo a atratividade para novos investimentos.
“Em termos de números, podemos citar que 1/3 de todo o volume de gás comercializado em Sergipe é feito no mercado livre, com preços menores que os observados em outros mercados, o que se traduz em vantagem principalmente para a indústria local. Além disso, o estado teve a primeira conexão de um terminal privado à malha federal, foi o pioneiro na existência do mercado secundário de gás, e viabilizou a interiorização do gás por modais alternativos de distribuição. Em 2019 havia um único comercializador de gás no estado, havendo ameaça de suspensão de fornecimento e risco de desabastecimento do estado em 2022. Com a modernização regulatória temos 17 comercializadores credenciados, ou seja, 17 agentes interessados em movimentar gás para o mercado livre de Sergipe e o risco de desabastecimento foi mitigado”, afirma o diretor-presidente da Agrese, Luiz Hamilton Santana de Oliveira.
Relivre
Para a quantificação organizada pelo Relivre, são avaliados 37 itens regulatórios, agrupados em quatro vertentes: facilidade de migração; isonomia entre consumidores cativos e livres; comercialização; e desverticalização.
A classificação tem como propósito oferecer sugestões de aperfeiçoamento às regulamentações estaduais, permitindo comparações com outras normativas. O ranking completo está disponível no link relivre.com.br, assim como os documentos metodológicos e referenciais de análise.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 11/02/2025
A Massey Ferguson apresenta na Show Rural Coopavel, realizada em Cascavel, PR, de 10 a 14 de fevereiro, soluções para atender às demandas de eficiência, tecnologia e sustentabilidade dos agricultores.
Destaque para o MF 560R Dry, distribuidor de fertilizantes sólidos, que oferece maior autonomia de trabalho e reduz em até 30% o consumo de combustível.
“A Show Rural Coopavel é uma oportunidade de reforçar nosso compromisso com os produtores rurais, apresentando máquinas e equipamentos agrícolas que unem tecnologia, sustentabilidade e rentabilidade. Nosso objetivo é proporcionar soluções que realmente façam a diferença no campo, ajudando os agricultores a produzirem mais e melhor, com menos recursos”, destaca Breno Cavalcanti, diretor de Marketing Massey Ferguson.
Destinado para aplicação de fertilizantes nos mais diversos tipos de lavoura e terrenos, o MF 560R Dry possui transmissão Smart Drive, com capacidade de rampa de até 32%, que possibilita antecipar a entrada na lavoura, principalmente em condições úmidas, realizando a operação em um tempo 25% menor.
Possui caixa de distribuição com capacidade de 6m³ para atender médios e grandes agricultores e motor AGCO Power, de 200 cv, que reduz em 30% o consumo de combustível.
O equipamento oferece de fábrica o piloto automático Massey Guide e a telemetria Massey Ferguson Connect, solução de gerenciamento que permite a coleta de dados das máquinas para que os gestores possam acompanhar o funcionamento do equipamento de onde estiverem e tomarem uma decisão de maneira simples e ágil.
Soluções eficientes e sustentáveis – Com tecnologias inovadoras, a solução de plantio formada pelo trator MF 8S e a plantadeira Momentum reduz o consumo de combustível e a emissão de poluentes, proporcionando operações mais sustentáveis, além de evitar a sobreposição de sementes e adubo, minimizando a perda e os custos da operação.
Entre as tecnologias embarcadas na plantadeira, há o sistema de distribuição de peso pelo chassi que divide a carga central igualmente, o que resulta em uma melhor performance nas áreas acidentadas, proporcionando profundidade homogênea de deposição de sementes e melhora na qualidade de plantio.
O trator MF 8S, afirma Cavalcanti, é equipado com o motor AGCO Power de 7,4 litros e seis cilindros, o mais inovador em tecnologia de motores. O design exclusivo Protect-U, com 24 centímetros de espaço entre a cabine e o motor, isola o ambiente interno de ruídos, calor e vibrações indesejadas, oferecendo conforto ao operador e uma operação silenciosa.
A colheitadeira híbrida HD oferece maior desempenho operacional, especialmente em áreas com altos relevos, comuns na região Sul. Com a transmissão exclusiva Heavy Duty, proporciona até 25% a mais de capacidade de rampa. A máquina facilita a colheita, a execução de manobras e o deslocamento nas diferentes condições de topografia e culturas, sem a necessidade de trocas de marchas durante a operação.
Já em pulverização, o destaque é o pulverizador MF 500R, com transmissão AWD Smart Drive, que opera em declives de até 36%. O exclusivo sistema LiquidLogic tem entre suas funções a recuperação do produto do sistema de pulverização para dentro do tanque após cada aplicação ou troca de produto, proporcionando economia e sustentabilidade.
Eae Máquinas - SP 11/02/2025
A New Holland vai apresentar durante a 37ª edição do Show Rural Coopavel, que ocorre de 10 a 14 de fevereiro em Cascavel (PR), uma linha completa de soluções e produtos voltados a todos os perfis de produtores, independentemente do tamanho da operação. Entre as atrações da marca este ano estão o novo trator T6.140 Electro Command, com motor eletrônico, e o Drone de Pulverização New Holland, que possui a maior capacidade do mercado.
“A New Holland, juntamente com a força da sua rede de concessionários, traz para o Show Rural deste ano o que há de mais moderno e inovador em soluções tecnológicas voltadas para a agricultura, sobretudo a digital, tendo em mente desde o pequeno até o grande produtor. Certamente esta edição da feira trará bons negócios para a marca e seus parceiros, apresentando ao agricultor produtos e soluções que possibilitam reduzir custos operacionais, otimizar a produção e aumentar a produtividade”, afirma Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland para a América Latina.
T6.140 Electro CommandTM
O T6.140 Electro Command possui, além do motor eletrônico, uma nova transmissão e uma cabine que traz muito conforto e espaço para o operador, sendo um dos destaques da categoria de tratores de média potência. Produzido no Brasil, ele foi desenvolvido com a ajuda dos clientes da marca, por meio de pesquisas e testes de campo onde a palavra do agricultor ajudou a definir as melhores configurações que atendessem às suas necessidades.
O novo motor do T6.140, de 141 cv de potência, com reserva de torque de até 35%, e transmissão Electro Command 16×16 e 32×32 com super redutor Creeper, extremamente equilibrada, permite respostas rápidas, com maior aproveitamento da potência e menor consumo de combustível.
O T6.140 Electro Command vem também com telemetria de série. Ele é equipado com o novo módulo de processamento de dados e conectividade P&CMf, sendo possível o gerenciamento da operação através do aplicativo do cliente, o FieldOps. O T6.140 é equipado ainda com o IntelliView IV Plus, combinando o software já consagrado e conhecido pelos operadores por ser simples e intuitivo. Dessa forma, entregamos ao cliente maior capacidade de memória e processamento com uma melhor experiência de toque e visão do monitor.
A cabine espaçosa e confortável do T6.140 Electro Command é outro ponto positivo. Comparada à cabine do T7, ela garante conforto e segurança ao operador com uma excelente área envidraçada que proporciona total controle operacional. O banco de suspensão a ar e a estrutura de proteção ROPS garantem tranquilidade durante o trabalho. Os controles e alavancas foram ergonomicamente posicionados para facilitar o dia a dia do operador, garantindo menor fadiga e maior eficiência nas atividades diárias.
Drone de Pulverização
Como solução complementar ao portfólio de pulverização, a New Holland apresenta no Show Rural Coopavel do seu Drone de pulverização. Com importação e distribuição no Brasil pela marca, o Drone de Pulverização New Holland será oferecido em dois modelos, de 30 litros e 70 litros – esse último o de maior capacidade disponível atualmente do mercado. Esta tecnologia marca a parceria da New Holland/CNH com uma das maiores empresas do segmento de drones de pulverização, a chinesa XAG.
“O Drone de Pulverização da New Holland se junta a outros produtos da marca para oferecer soluções completas em pulverização, de 30 litros a 4.500 litros, voltadas para todos os perfis de produtores”, reitera Kerbauy.
FieldOps
Outra solução que a New Holland leva ao Show Rural é o FieldOps, um novo aplicativo para gestão agrícola disponível para dispositivos móveis e web. Versátil e fácil de utilizar, ele reúne em um único lugar, monitoramento em tempo real, visualização remota, interface intuitiva e melhor performance, benefícios pensados para uma melhor jornada do cliente no gerenciamento dos dados da operação.
A agricultura está se tornando cada vez mais digital, com um crescimento exponencial de máquinas conectadas. O FieldOps é um aplicativo completo e fácil de utilizar, que unifica as principais necessidades de gestão operacional num único local, evitando que o cliente utilize soluções digitais fragmentadas e múltiplos aplicativos ou plataformas.
O FieldOps, da New Holland, foi criado para simplificar todo o fluxo de trabalho dos clientes, desde o momento em que se conectam às suas máquinas até a análise após a safra. A sua interface totalmente nova otimiza os fluxos de trabalho, simplifica a gestão agrícola e disponibiliza os dados a partir de qualquer lugar.
SERVE+DIGITAL
A New Holland também vai apresentar na feira o SERVE+DIGITAL, uma entrega diferenciada de valor para os clientes que possuem máquinas conectadas operando em campo e contam com o atendimento e suporte da Central de Inteligência para aumentar a disponibilidade das máquinas em campo.
O SERVE+DIGITAL foi criado com os clientes e para os clientes e possui como principal diferencial a personalização dos serviços, ou seja, o cliente tem a oportunidade de personalizar a oferta de acordo com a realidade do seu negócio. Dentre as opções de oferta estão o monitoramento das máquinas, suporte remoto, envio de relatório e mapas agronômicos, calibração das máquinas, além das opções de variadas de serviços e treinamentos.
PL4000
Pensando nos pequenos e médios produtores, a New Holland traz para o Show Rural Coopavel a sua linha de plantadeiras PL4000, que amplia ainda mais o portfólio de soluções da marca voltadas para todos os perfis de agricultores. A PL4000 (de 7 a 13 linhas) para grãos graúdos, como soja e milho, é fruto de uma parceria com a ICV Agro Parts, e a comercialização estará disponível exclusivamente por meio da rede de concessionários New Holland.
“Este segmento de plantadeiras menores e semeadeiras tem um enorme potencial de mercado e a nova linha de produtos da New Holland irá dar mais opções ao agricultor para escolher o produto ideal para a sua operação agrícola. Essas novas plantadeiras são mecânicas, com distribuidor de prato ou vácuo, de 7 a 13 linhas, rígidas ou articuladas, com caixa suspensa/pipoqueira e marcador”, explica Kerbauy.
O modelo PL4000 se diferencia no mercado por sua excelente capacidade de adubo (média de 200kg/linha), sendo compacta para o transporte, com o inovador sistema de estabilização da ferramenta de adubo e caixa de redução no distribuidor de sementes, permitindo maior eficiência, praticidade e excelência no plantio.
As novas plantadeiras e semeadeiras fazem uma combinação perfeita com a linha de tratores da New Holland abaixo de 145cv, além de contar com toda a garantia, assistência técnica e confiabilidade da rede de concessionários New Holland, que é um diferencial da marca.
Aplicação da linha amarela no agronegócio
A New Holland Construction, representada pelo seu concessionário Shark Máquinas, também marca presença na feira, apresentando suas soluções da linha amarela para aplicação no campo. A marca reforça a versatilidade de seus produtos para uso no agronegócio, levando ao Show Rural a retroescavadeira B95C, a pá carregadeira W130B, a escavadeira hidráulica E215C EVO e a minicarregadeira L330.
Com funcionalidades que atendem às mais variadas necessidades de uso, os equipamentos de linha amarela também estão aptos a executar múltiplas tarefas para atender às necessidades do produtor rural, complementando a eficiência da mecanização no agronegócio.
A B95C, uma das máquinas mais procuradas para aplicação no meio rural, tem indicação para operações mais exigentes, se destacando pela capacidade de força e elevação e conforto operacional, com maior rapidez nos ciclos e profundidade de escavação. Pode ainda ser usada na preparação de áreas de plantio, desassoreamento, auxílio em tarefas rurais como construção de cercas e limpeza de estradas e no transporte de materiais, podendo receber implementos que potencializam a sua utilização, como garfos pallets, caçambas, martelo hidráulico e perfuratrizes. Ainda tem indicação de uso na estiagem, para construção de açudes.
Condições especiais de financiamento do Banco CNH
Reforçando sua trajetória de confiança e proximidade com a marca e rede de concessionários, o Banco CNH estará presente mais uma vez no Show Rural Coopavel como principal parceiro comercial da New Holland. Com a missão de compreender as necessidades e perfis dos clientes e oferecer soluções financeiras completas, o Banco levará para a feira opções diferenciadas de financiamento, condições especiais para aquisição de seguros e o cartão Banco CNH para aquisição de peças e serviços – exclusivos para clientes da instituição. O Banco contará com uma equipe especializada presente no evento para garantir os melhores negócios para clientes e concessionários, consolidando seu compromisso de apoiar o desenvolvimento do país e transformar sonhos em realizações.
Serviço:
37º Show Rural Coopavel – de 10 a 14 de fevereiro de 2025
Local: Parque Tecnológico da Coopavel – BR-277, Km 577 – Cascavel (PR)
Informações: https://showrural.com.br/