Clipping Diário

11 | Novembro | 2024

SIDERURGIA

Infomoney - SP   11/11/2024

Analisando o movimento recente das ações da Gerdau (GGBR4), notamos uma reversão de tendência após um longo período de baixa iniciado em 2023, ao atingir o topo histórico em R$ 24,64.

Desde então, a ação vinha formando topos e fundos descendentes, até atingir a faixa de suporte em R$ 16,67, onde passou a consolidar em movimento lateral.

Nesta semana, no entanto, um fluxo comprador consistente impulsionou o ativo acima da resistência de R$ 19,62, sinalizando potencial para dar continuidade à alta.

Em novembro, a ação já acumula alta de 12,02%, cotada a R$ 20,50, e em 2024 apresenta uma valorização de 6,21%. Atenção, contudo, para o risco de um retorno à região de consolidação.

Para entender até onde o preço das ações de Gerdau pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.
Análise técnica Gedau

Recentemente, o diário gráfico mostra uma forte alta após o ativo bater na região de suporte de R$ 16,67, alcançando a resistência em R$ 19,50.

Um breve retorno encontrou suporte na média de 200 períodos, que impulsionou novamente o preço, agora acima dos R$ 19,50/19,90, região que agora se torno suporte.

A continuidade da alta depende de um rompimento acima de R$ 21,07, com alvos próximos em R$ 21,93 e R$ 23,00.

Atenção para a possibilidade de retrocessos, considerando a extensão da valorização recente; uma queda abaixo de R$ 19,90/19,50 poderia indicar uma busca de suporte nas médias móveis, entre R$ 18,50 e R$ 18,09, ou, em caso de intensificação da pressão vendedora, nas faixas de R$ 16,67 e R$ 15,42.

Fonte: RocketTrader. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

Day Trade Hoje: O que esperar dos minicontratos e do Ibovespa nesta sexta-feira

Confira os pontos de suporte e resistência do mini-índice e minidólar

Análise de médio prazo

No gráfico semanal, a tendência de baixa originada no topo histórico dos R$ 24,64 persistiu até o suporte de R$ 16,67. A partir desse ponto, o papel iniciou uma fase de lateralização entre R$ 16,67 e R$ 19,62.

Nesta semana, o rompimento dessa resistência marca um momento importante: o fechamento e manutenção acima desse nível pode fortalecer o fluxo comprador, com potenciais alvos em R$ 21,07 e, em uma projeção mais longa, na faixa de R$ 23,00 , com possível teste do topo histórico de R$ 24,64. Caso haja rompimento desse topo, o ativo teria espaço para buscar as projeções de R$ 27,18 e R$ 28,40.

Por outro lado, uma eventual queda abaixo de R$ 19,62 pode sugerir testes nas médias móveis (região entre R$ 18,75 e R$ 18,25) e, em um cenário de maior retorno, nas áreas de suporte em R$ 16,67 ou R$ 15,42.

CNN Brasil - SP   11/11/2024

A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode favorecer a indústria do aço, de acordo com avaliação de Rafael Japur, diretor financeiro da Gerdau, em entrevista ao CNN Money.

O executivo pontuou que, no primeiro mandato, Trump mostrou um perfil mais favorável ao setor nos EUA, o que fez com que melhorasse substancialmente a rentabilidade de todas as empresas do segmento no país, com expectativa que essas medidas sejam mantidas e até ampliadas neste retorno à Casa Branca.

“Quanto mais tarifas, mais proteção e mais estímulos à produção e ao consumo local de aço, tende a melhorar ou impulsionar os nossos resultados na nossa divisão da América do Norte”, destacou.

A Gerdau possui produção própria nos EUA, sendo o aço produzido no Brasil exportado para outros países.

Japur explicou que nos últimos anos, EUA, México e Canadá representaram mais da metade da rentabilidade da Gerdau. Segundo o executuvo, a expectativa é manter esse ritmo, apesar de não descartar turbulências no início do mandato do novo presidente.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

Por meio de “carta aberta” ou de artigos na imprensa, aumentam as pressões de economistas de formação neokeynesiana para que o Conselho Monetário Nacional abandone a meta de inflação de 3,0% em 12 meses, com área de escape de 1,5 ponto porcentual tanto para cima como para baixo, e adote uma meta de 4,0%, com tolerância de 2 pontos.

O objetivo da proposta é permitir que o Banco Central reduza os juros básicos (Selic), hoje em 11,25% ao ano, vistos como “entre os mais altos do mundo”.

Um argumento apresentado pelos defensores do aumento da meta é a necessidade de garantir mais crescimento econômico e mais empregos. O outro é o de que pouco adiantaria insistir na dureza monetária porque, no Brasil, cerca de um terço dos preços é corrigido pela inflação passada (indexação), qualquer que seja o nível dos juros, fator que tira eficácia da política monetária.

Diferentemente do que acontece em outros países, cujos bancos centrais têm mandato duplo – o de combater a inflação e o de ajudar o avanço econômico –, o do Brasil detém o mandato único de combater a alta de preços. Mas a proposta de aumento da meta de inflação nada tem a ver com eventual revisão desse mandato único, embora pressuponha que uma meta mais alta ajude a puxar pelo avanço do PIB.

E aí está a principal falácia da proposta. A rigor, não é o tamanho dos juros que garante o crescimento sustentável. Neste ano, por exemplo, quando os juros estão “entre os mais altos do mundo”, o crescimento previsto do PIB é de 3,2%, podendo alcançar algo mais do que isso. O desemprego encerrou o último trimestre em 6,3% e nada garante que uma meta de inflação mais alta, que dê condições a juros mais baixos, entregue um crescimento econômico mais alto.

É que o avanço sustentável do PIB depende de mais coisa: de mais investimento, de contas públicas equilibradas e de confiança na economia.

Também não serve de argumento o fato de que a economia está indexada demais. Uma meta de inflação mais alta não melhoraria a eficácia da política monetária. Muito provavelmente produziria mais inflação e indexação mais alta.

Além disso, o aumento da meta seria ineficaz sem ataque às causas das mazelas da economia: rombo fiscal, baixa produtividade do trabalho e até mesmo a indexação excessiva. O crédito e os negócios operam no longo prazo e são executados no pressuposto de que a política de juros será conduzida para cumprir os grandes objetivos da economia.

Se o governo sucumbir a essa ideia de rever para cima a meta de inflação, acabaria por produzir mais incertezas e quebra da já fragilizada confiança na condução da política econômica

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

Os efeitos do clima e do câmbio sobre os preços não devem dar trégua para inflação neste final de ano e também no início de 2025. A disparada das cotações dos alimentos, em especial da carne bovina por causa da estiagem de setembro, e a desvalorização do real em relação ao dólar – de cerca de 20% acumulada neste ano até outubro – vão continuar provocando estragos nos preços e espalhando a inflação, preveem economistas especializados em preços ouvidos pelo Estadão.

Em 12 meses até outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a medida oficial de inflação do País, acumula alta de 4,76%, superando o teto da meta de inflação (4,5%). Apesar disso, especialistas não veem a inflação como descontrolada. Mas admitem que o cenário inflacionário é desconfortável e foco de preocupação, tendo em vista o regime de metas de inflação.

A prova disso é que o Comitê de Política Monetária do BC aumentou a dose da alta dos juros para 0,5 ponto porcentual na reunião da última quarta-feira, 6, e subiu a taxa básica para 11,25% ao ano para conter a inflação. Na reunião anterior, os juros tinham avançado 0,25 ponto porcentual.

Com atividade aquecida, desemprego em baixa e renda em alta, o cenário tem se mostrado, mês a mês, favorável aos reajustes de preços. E eles vem se espalhando pela economia.

Em outubro, 62% dos 377 itens que compõem o IPCA registraram alta de preços, segundo o IBGE. No mês anterior, o índice de difusão, como é chamado tecnicamente, tinha sido de 56%. No grupo alimentos, a difusão passou de 59% em setembro para 67% em outubro e nos demais itens de 55% para 57%, no mesmo período. “A inflação está mais difusa”, afirma a economista Maria Andreia Parente, técnica de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Para avaliar como anda a inflação, normalmente a economista reagrupa os itens do IPCA em quatro grandes grupos: alimentos, bens industriais, serviços e preços administrados. Neste ano, ela constatou que preços dos quatro grupos que compõem o IPCA têm sido afetados por algum dos três motivos: clima, câmbio ou mercado de trabalho aquecido. “Foi um pouquinho de cada coisa”, observa ela.

Maria Andreia compara a situação atual da inflação a uma pessoa doente. Quando a infecção está num ponto específico é mais fácil escolher o tratamento para conter a moléstia. No entanto, quando a doença começa a se espalhar, um remédio não basta: é preciso combinar vários para atacar pontos diferentes ou aumentar a dose do remédio, diz a economista. No caso da inflação, o remédio é a taxa de juros. “É um pouco o que está acontecendo nesses últimos meses com a inflação.”

Repasse acelerado

Também a economista Andréa Angelo, estrategista para inflação da Warren Investimentos, vê uma aceleração da difusão da inflação nos próximos meses. Ela revisou a projeção do IPCA deste ano de 4,60% para 4,75% por conta da pressão dos alimentos, puxada pela carne bovina.

A sua projeção é de que os preços dos alimentos consumidos em casa subam neste ano cerca de 8%, mais que o dobro da inflação total. Somada à disparada da alimentação, a desvalorização do real em relação ao dólar foi outro fator que fez a economista aumentar a estimativa do IPCA para 2024.

“O tempo de repasse do efeito do câmbio para os preços está cada vez mais rápido”, observa a estrategista. O motivo desse movimento, na opinião dela, é o ritmo forte da atividade e o mercado de trabalho pujante. “Isso tende a intensificar o repasse.”

No Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), por exemplo, 61,56% dos preços registraram alta em outubro. No grupo alimentação, o índice de difusão foi ainda maior, beirou 67%.

“Estamos com uma difusão alta, o ideal seria abaixo de 50%”, diz o economista Guilherme Moreira, coordenador do IPC da Fipe. Ele observa que a difusão da inflação no indicador está sendo puxada pelos alimentos, o que representa um grande risco para o espalhamento da inflação.

A alta dos preços da comida e a elevação das despesas com habitação – no caso o reajuste da tarifa de energia elétrica que chegou a bandeira vermelha nível 2 em outubro pela falta de chuvas – têm grande poder de espalhar a inflação, alerta.

Isso porque, juntos, esses dois grupos respondem pela maior fatia das despesas das famílias. Quando os preços dos alimentos e dos gastos com habitação sobem, eles provocam perda do poder de compra e as famílias tentam uma compensação. “Geralmente os prestadores de serviços têm como parâmetro para aumentar seus preços a conta do supermercado”, afirma Moreira.

Indexação formal

Além de os alimentos funcionarem, na prática, como um parâmetro para reajustar outros preços, existe a indexação formal que realimenta a inflação. Parte do que está ocorrendo com a inflação deste ano terá reflexos na inflação do ano que vem.

O economista da LCA Consultores Fabio Romão diz que em razão do câmbio e da pressão das commodities, especialmente dos bovinos, o Índice Geral de preços de Mercado (IGP-M), que é o indexador dos aluguéis, por exemplo, pode fechar 2024 com uma alta de 6% a 6,5%.

“Isso é indexação não só para agora, mas também para 2025, pensando no aluguel e na conta das distribuidoras de energia que consideram o IGP-M nas tarifas”, afirma.

Mais da metade do IGP-M (60%), indicador de preços apurado pela Fundação Getulio Vargas, vem dos preços no atacado (IPA), formados por matérias-primas agropecuárias e minerais, ambas cotadas em dólar. E o IGP-M é o indexador de vários outros preços que entram na composição do IPCA.

Outro foco de pressão na inflação, na opinião de Romão, é o câmbio desvalorizado que tira a possibilidade de uma eventual queda nos preços dos combustíveis, por exemplo, o que poderia aliviar o IPCA.

Com vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a perspectiva inicial é de que o real se desvalorize ainda mais em relação ao dólar. “Infelizmente é lenha na fogueira da inflação”, diz o economista da LCA.
A disparada do boi

Pela piora dos preços dos alimentos e do câmbio, ele elevou recentemente a projeção de inflação de 2024 de 4,5% para 4,6% e alterou de 4% para 4,1% o IPCA do ano que vem. Depois de uma deflação de 0,5% dos preços dos alimentos no domicílio em 2023, Romão projeta alta de 8% para este ano e de 4,2% para 2025.

Nas contas do economista, o preço dos bovinos no atacado deve encerrar 2024 com reajuste de 33% e as carnes em geral, incluindo aves e suínos, no IPCA devem ter uma elevação de 17%, a maior alta no varejo desde 2020.

Mesmo que os bovinos não subam na mesma proporção de 2024, tudo indica que haverá pressões das carnes para o ano que vem. Segundo Romão, a estiagem afetou a produtividade e as exportações aumentaram. Esses fatores reduziram a oferta doméstica.

“A arroba do boi que hoje está em R$ 320 e veio de R$ 260 pode subir ainda mais”, prevê Andréa Angelo, da Warren Investimentos. Segundo a economista, a oferta de carne recuou porque diminuiu o abate de fêmeas devido ao ciclo da pecuária. Com isso, a carne ficou mais escassa e cara e esse movimento deve continuar ao longo do primeiro trimestre de 2025.

O comportamento do preço das proteínas, especialmente da carne bovina, é um sinalizador da tendência da inflação de alimentos, diz a economista. E a carne bovina é um vetor de alta da inflação de 2025. Para o ano que vem, a Andréa projeta um IPCA geral de 4,5%, podendo chegar a 4,7%. “É como se não tivesse desaceleração da inflação (em relação a este ano)”, compara.

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

O governo chinês aprovou nesta sexta-feira, 8, um plano de US$ 1,4 trilhão (R$ 7,9 trilhões) para reanimar a economia, autorizando governos locais a refinanciar dívidas esmagadoras que deixaram algumas cidades incapazes de pagar suas contas.

A medida encerra uma série de etapas que os líderes da China começaram a implementar em setembro para estimular o crescimento. O esforço ganhou maior urgência esta semana com a eleição de Donald J. Trump como presidente dos Estados Unidos. Trump prometeu travar uma guerra econômica com a China, dizendo que imporia tarifas adicionais de até 60% sobre os bens chineses importados pelos Estados Unidos.

A economia da China lutou para recuperar o impulso este ano. O colapso prolongado do mercado imobiliário, onde a maioria das famílias chinesas constrói sua riqueza, deprimiu os preços e deixou os consumidores relutantes em gastar. Os preços das casas caíram cerca de 10% ao ano nos últimos três anos, e as execuções hipotecárias estão disparando.

Ao mesmo tempo, os governos locais acumularam níveis insustentáveis de dívida. Por anos, eles impulsionaram o crescimento tomando empréstimos enormes de dinheiro para pagar por projetos de infraestrutura. Então, eles assumiram ainda mais dívidas durante a pandemia da covid-19. O governo central da China tem relativamente baixos níveis de dívida pública porque grande parte dos gastos é em grande medida canalizada por meio de cidades e províncias.

Apesar dos crescentes problemas enfrentados pela economia, os principais líderes da China, até seis semanas atrás, hesitaram em tomar medidas significativas para quebrar o ciclo. Pequim historicamente favoreceu o crescimento liderado pelo Estado em vez de estímulo direto ao consumidor. No final de setembro, o governo tomou uma atitude e facilitou para as famílias e empresas tomarem empréstimos.

O plano de US$ 1,4 trilhão anunciado sexta-feira pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, embora substancial, aliviará apenas uma fração da dívida que pode ser atribuída aos governos locais da China.

Uma grande parte dessa dívida é mantida em veículos financeiros especiais que a mantiveram fora dos orçamentos públicos oficiais. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou no ano passado que essa dívida oculta somava US$ 8,3 trilhões (R$ 47 bilhões).

Pequim precisará fazer mais para estabilizar a economia à medida que o crescimento global desacelera e espera-se que a demanda dos EUA por bens chineses diminua, disse Wang Tao, economista-chefe da China no UBS, o banco suíço.

“O que foi anunciado até agora provavelmente não é suficiente”, disse Wang.

O nível de dívida da maioria dos governos provinciais dobrou de 2018 a 2023, disse Victor Shih, especialista em política e finanças chinesas na Universidade da Califórnia, San Diego.

Nos últimos anos, alguns governos locais endividados atrasaram o pagamento dos salários de funcionários de nível municipal e distrital. Pagar os salários desses trabalhadores ajudaria a fazer as pessoas da classe média gastarem novamente, disse Shih.

Em setembro, o banco central da China reduziu as taxas de juros de curto prazo e as taxas sobre hipotecas existentes, reduziu o pagamento mínimo inicial para a compra de habitações e liberou os bancos comerciais controlados pelo Estado do país para emprestar mais, incluindo para promover compras de ações.

Dúzias de cidades chinesas relaxaram as restrições à compra de casas nos últimos meses numa tentativa de fazer mais pessoas comprarem.

Um dos efeitos mais tangíveis até agora do empurrão para o estímulo foi uma alta nos mercados de ações da China, que estavam entre os piores desempenhos do mundo antes da recente virada. Mas desde as primeiras medidas do banco central em 24 de setembro, o CSI 300, um índice de grandes empresas que operam em Xangai e Shenzhen, saltou mais de 20%.

Esses movimentos ajudarão a economia a atingir a meta de cerca de 5% de crescimento, mas não reavivarão a demanda no mercado imobiliário, disse Larry Hu, economista-chefe da China para o Macquarie Group, uma empresa de serviços financeiros australiana. “Para esse propósito, precisamos de um estímulo mais considerável”, disse Hu.

Mais financiamentos poderiam ser anunciados em dezembro após a Conferência Central de Trabalho Econômico, a conferência anual que define a política econômica da China. Mas mais dinheiro não abordará a reestruturação fundamental que alguns economistas dizem ser o que a economia realmente precisa.

“Embora esta seja uma grande quantidade de dinheiro, ainda é basicamente empurrar o problema com a barriga”, disse Shih.

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

Sob efeito da estiagem, os aumentos de custos de alimentos e de energia elétrica voltaram a pressionar a inflação oficial no País em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,44% em setembro para uma elevação de 0,56% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais elevado desde fevereiro de 2024. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,76% em outubro, estourando assim a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, que é de 3,0% em 2024, com teto de tolerância de 4,50%.

“Os dados do IPCA reforçam nossa visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) precisará manter o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro”, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, aumentou de 56% em setembro para 62% em outubro, ou seja, a inflação ficou mais espalhada.

“Para os próximos meses, será importante observar a evolução da inflação de serviços, dada a conjunção de atividade econômica aquecida e baixa ociosidade, e de alimentos, haja vista a menor oferta de carnes e o câmbio depreciado”, escreveu Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada, em relatório.

Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País tanto em setembro quanto em outubro foram impulsionados pela estiagem, afirmou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

“De maneira geral a gente pode dizer que a estiagem, as temperaturas mais altas, as secas tiveram influência no IPCA de setembro e outubro sim”, afirmou Almeida.

O ranking de pressões sobre o IPCA de outubro foi liderado pelos aumentos de 4,74% na energia elétrica, um impacto de 0,20 ponto porcentual, e de 1,06% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

“Os principais itens que impactaram o mês de outubro foram a energia elétrica e os alimentos, em especial as carnes”, disse Almeida.
O preço da carne aumentou

As carnes tiveram uma alta média de 5,81% outubro, após já terem aumentado 2,97% em setembro. O resultado foi uma elevação acumulada de 8,95% nos preços nos últimos dois meses.

Em outubro, as carnes contribuíram com 0,14 ponto porcentual para o IPCA do mês, somados todos os tipos de cortes. Houve reajustes no acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Segundo Almeida, esse período do ano já é considerado de entressafra, mas a situação foi agravada pela estiagem.

“Essa alta (de preços) está relacionada a questões climáticas. A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que reduz a oferta de animais, prejudica a produção. Além disso, a menor oferta é influenciada por menor disponibilidade de número de animais para abates e também por exportações que estão maiores que no ano passado. Então a oferta de carnes no mercado interno está menor”, enumerou Almeida.

Quanto ao impacto das queimadas, o pesquisador reforça que os incêndios são consequência de períodos de secas. Sobre a valorização do dólar ante o real, ele menciona uma possível influência no aumento das exportações.

“O câmbio pode ser um dos fatores que contribui para a decisão dos produtores em disponibilizar esse produto no mercado externo”, disse Almeida. “O câmbio pode influenciar tanto a parte de alimentos quanto produtos com componentes importados”, completou.

A conta de luz também pesou

A pressão exercida pela energia elétrica no IPCA também foi influenciada pela estiagem. A conta de luz registrou uma alta de 4,74% em outubro, devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

“Em novembro, teremos acionamento da bandeira amarela. Claro que temos outros componentes que fazem parte da energia elétrica, mas, quando a gente olha o componente da bandeira tarifária, é um fator de alívio”, lembrou Almeida, sobre uma possível descompressão da conta de luz em novembro.

O acionamento da bandeira amarela em substituição à bandeira vermelha patamar 2 deve ajudar a desacelerar o IPCA para uma alta de 0,18% em novembro, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório. A projeção inclui também os descontos esperados na campanha de promoções Black Friday, “que ficarão mais evidentes nos grupos Artigos de residência, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais”, apontou Romão, em relatório.

Globo Online - RJ   11/11/2024

Donald Trump fez da economia tema central da campanha. Para ele, os Estados Unidos passam por uma crise sem precedentes que destrói a vida das famílias. Prometeu consertar isso e garantir uma onda de prosperidade. No grande comício no Madison Square Garden, em Nova York, assegurou:

— Nós vamos derrotar a inflação rapidamente.

De outro lado da cena, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o banco central, pensa exatamente o contrário. Sua descrição da realidade americana hoje:

— O mercado de trabalho continua sólido, a economia está sólida, e a inflação diminuiu substancialmente.

Os números dão razão a Powell.

O PIB americano cresce ao ritmo de 2,8% anuais, de acordo com os últimos dados, de outubro. A inflação, em 12 meses, caiu para 2,3%, baixa e quase na meta do Federal Reserve. O desemprego é de 4,1%, nível historicamente muito baixo. Houve algum ganho de renda. Trata-se de um caso de sucesso mundial: derrubou-se a inflação sem jogar o país na recessão.

Entretanto a maioria dos eleitores americanos comprou o relato de Trump. Estariam todos equivocados, já que os números estão corretos? Não é possível que os trabalhadores estejam se sentido bem, que as famílias se sintam confortáveis e, mesmo assim, sejam todos convencidos por um candidato de que, na verdade, estão passando mal.

A história é mais complicada. Considerem a inflação. De fato, caiu de maneira expressiva. Depois de longo período de juros altos, desabou de 10% ao ano para os atuais 2,3%. Mas os preços não caíram — eis o ponto. Suponha que um produto subiu de 10 para 11 num determinado mês. Inflação de 10%. Suponha agora que, no mês seguinte, esse produto continue custando 11. A inflação agora deu zero, mas o preço não caiu.

No pós-pandemia, a economia americana entrou numa espiral de alta de preços que durou até o ano passado. Quando se diz que a inflação agora está em queda, isso significa que os preços estão subindo menos, não que voltaram ao nível anterior à pandemia. Mas é normal que todos pensem no preço quando se fala de inflação. Vão ao supermercado, saem às compras, percebem que tudo ficou mais caro e permanece mais caro.

Em especial, os dados mostram que comida e aluguéis comem o orçamento das famílias de renda mais baixa. A gasolina também. Olhando para essa realidade, entre outras, entende-se por que 70% dos americanos disseram, nas pesquisas, que o país caminha na direção errada. De algum modo, Trump percebeu esse desconforto e bateu na inflação, nos preços altos, no custo de vida, na carestia, como se dizia.

Os eleitores, portanto, votaram no candidato que, para eles, derrubará os preços. Foi o que mostraram diversas reportagens depois das eleições. Eleitores de Trump comemorando, por antecipação, gasolina mais barata. Até porque o presidente eleito promete produzir mais petróleo. E aqui vai uma das tantas contradições. Se Trump cumprir sua agenda econômica, os preços subirão em vez de cair. Isso por causa do já anunciado aumento nas tarifas de importação.

Os Estados Unidos são os maiores importadores do mundo. No ano passado, compraram no exterior nada menos do que US$ 3,8 trilhões. Compram de tudo, mas muito especialmente bens de consumo. Aumento de tarifa é aumento de preço direto. Tem mais: Trump promete elevar as tarifas de importação de todos os países que vendem para os Estados Unidos, mas com carga maior para os produtos originários da China. Justamente de onde partem 18% das compras americanas. Já olharam na capa de seu iPhone? Diz lá: “Projetado na Califórnia, montado na China”.

Outro tremendo desconforto aproveitado por Trump tem a ver com a China. Ou com a transferência de fábricas de empresas americanas para a China, efeito da globalização. Produzir bens de consumo é mais caro nos Estados Unidos. Logo, se companhias americanas resolverem levar suas fábricas de volta para casa, como quer Trump, os produtos ficarão mais caros. As pontas não fecham, mas Trump acha que pode enganar todo mundo todo o tempo.

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provoca muita especulação sobre qual será o seu impacto na economia mundial e brasileira a partir de janeiro. É natural que isso aconteça diante de um fato dessa magnitude e do seu discurso eleitoral protecionista. Entendo a preocupação, mas acredito que, nessas situações, é mais produtivo se concentrar no que é preciso fazer para fortalecer a economia brasileira do que especular sobre um futuro fora do controle.

Costumo dizer que a economia brasileira aguenta alguns desaforos — sejam eles produzidos aqui ou em outros países. Isso se deve, principalmente, ao robusto volume de reservas internacionais, cuja maior parte foi construída quando eu era presidente do Banco Central e que está hoje em US$ 364 bilhões. As reservas foram uma ferramenta essencial para o Brasil superar mais rápido do que se esperava a crise financeira mundial de 2008, talvez a maior da história.

As reservas são uma salvaguarda. Sem elas, o Brasil ficou insolvente na década de 1980 por falta de dólares para honrar compromissos. Mas é importante pensar em outras medidas para o Brasil não só estar menos suscetível a problemas externos, como crescer mais. É fundamental que um programa para colocar as despesas do governo sob os limites do arcabouço fiscal seja realmente efetivo. Uma das maiores vulnerabilidades do Brasil, hoje, vem do crescimento do gasto público, que alimenta a elevação da dívida pública. Interromper essa trajetória reduz riscos para a economia e pode atrair investimentos externos.

O fato de o Banco Central ter elevado a Selic em 0,5 ponto percentual, em uma decisão unânime e necessária, sem ruídos externos, é positivo. O BC está fazendo seu trabalho para trazer a inflação à meta — e, desde o início do processo de sucessão em seu comando, sem críticas pesadas. Não fazer barulho desnecessário contribui para a estabilização da expectativa de inflação. O governo federal pode fazer a sua parte, ao levar a política fiscal para o campo mais restritivo.

Como já falei aqui, quando as políticas fiscal e monetária andam na mesma direção, o País ganha. Se isso acontecer, o Brasil poderá estar mais preparado para enfrentar o que quer que aconteça na economia mundial com a chegada de Donald Trump em 2025.

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Conheci Trump em Nova York, no início dos anos 2000, quando era presidente do BankBoston. Seus projetos imobiliários eram ambiciosos, muitas vezes enfrentavam dificuldades financeiras, mas no fim eram bem-sucedidos. Conto o episódio em meu livro, Calma sob pressão.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   11/11/2024

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta sexta-feira (8), com os investidores adotando uma postura cautelosa em meio à queda contínua da demanda e antes que a China, principal mercado consumidor de minério, revele seu pacote de estímulo fiscal, bastante aguardado. Com isso, às 9h40 (horário de Brasília), os ADRs (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da Vale caía 3,66%, a US$ 10,80, nesta sexta.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,65%, a 776 iuanes (108,45 dólares) a tonelada.

O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura recuou 2,16%, para 103,25 dólares a tonelada.

Com a incerteza sobre a eleição presidencial dos EUA se dissipando, o mercado está aguardando detalhes sobre os gastos fiscais da China, disseram analistas.

Alguns analistas esperam que a maior parte dos recursos seja destinada a aliviar os encargos da dívida do governo local e não oferecerá muito impulso ao crescimento econômico de curto prazo.

“Esperamos que o impacto do fator macroeconômico diminua gradualmente e que os preços no mercado de ferrosos reflitam mais a influência dos fundamentos”, disseram os analistas da Sinosteel Futures.

A demanda pelo principal ingrediente de fabricação de aço contraiu-se ainda mais e as importações persistentemente altas levaram a um aumento contínuo nos estoques portuários, pesando sobre os preços.

A produção média diária de metal quente caiu pela segunda semana consecutiva, 0,6% na semana, para 2,34 milhões de toneladas em 8 de novembro, enquanto a lucratividade entre as siderúrgicas caiu pela terceira semana consecutiva, para 59,74, segundo uma pesquisa da consultoria Mysteel.

Os temores de interrupções no ciclo de flexibilização do Federal Reserve, com a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA, também pressionaram os preços para baixo.
“Com Trump agora a caminho de voltar à presidência, há expectativas crescentes de que o Fed não fará cortes tão agressivos como se pensava anteriormente”, disseram os analistas do ANZ.

Valor Investe - SP   11/11/2024

Ação da mineradora brasileira e de pares internacionais afundam nas bolsas após decepção com estímulos chineses, que provocou a queda do minério de ferro, seu principal produto

As ações da mineradora Vale (VALE3) afundaram na bolsa, assim como as de seus pares internacionais, diante de uma onda vendedora global provocada pela decepção com novos estímulos vindo da China.

Os papéis da Vale negociados na B3 derreteram 4,61%, a R$ 60,63. Os recibos de ações (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York despencaram 5,5% e fecharam o dia cotados a US$ 10,59.

Já os da Anglo American (AAL) e da Rio Tinto (RIO), ambas listadas em Londres, encerraram o pregão em queda de 4,32% (US$ 2.372) e 4,9% (US$ 4.946), respectivamente.

A americana Freeport Mcmoran (FCX; Nyse) caiu 4,57%, a US$ 46,36, enquanto a Southern Cooper (SCCO; Nyse) recuou 5,64%, a US$ 107,11.

Hoje pela manhã a China anunciou que irá aumentar o valor do pacote de auxílio fiscal para governos locais para US$ 1,4 trilhão. Contudo, o anúncio não abordou outras políticas de estímulo voltadas para o mercado imobiliário ou para o consumo, pelas quais muitos investidores esperavam.

Com a preocupação de que as medidas anunciadas até agora não sejam suficientes para recuperar a economia chinesa, commodities como o minério de ferro e o petróleo estão se depreciando, prevendo uma demanda menor, o que pressiona empresas do segmento.

Ainda na B3, os papéis das siderúrgicas também tombaram. CSN (CSNA3) perdeu 4,4%, fechando em R$ 11,75, e Usiminas (USIM5) caiu 6%, cotado a R$ 6,25.

Valor - SP   11/11/2024

A taxa dos papéis ficou abaixo da remuneração de um título público equivalente

A Vale concluiu ontem uma captação de R$ 6 bilhões com debêntures, após nove anos sem acessar o mercado interno de dívida. O volume foi o terceiro maior deste ano. A taxa dos papéis ficou abaixo da remuneração de um título público equivalente.

“Isso é algo realmente incomum no mercado, porque geralmente os emissores não fazem com a taxa abaixo da NTN-B. O mercado mostrou apetite por uma empresa que tem um risco superbaixo”, diz Ivie Moura Alves, sócia de mercado de capitais do escritório Pinheiro Guimarães, que assessorou a Vale na operação.

Os bancos, porém, ficaram com a maior parte dos papéis, cerca de 62%, segundo informações enviadas à Comissão Valores Mobiliários (CVM). Dos R$ 6 bilhões emitidos, R$ 2,4 bilhões ficaram nas mãos de pessoas físicas, jurídicas e fundos de investimento.

Os papéis foram divididos em três séries. Na primeira, que vence em dez anos, a mineradora vai pagar o equivalente a NTN-B 2035 menos 0,3% ao ano. Na segunda, de 12 anos, o equivalente a Tesouro IPCA 2035 menos 0,25% ao ano. No último grupo, IPCA 2040 menos 0,2% ao ano.

A oferta deve ser uma das últimas de 2024 com taxas abaixo da remuneração de um título público, considerando que o movimento de queda dos spreads das debêntures, que ganhou força nos últimos meses, parece ter chegado ao limite.

A perspectiva é de um fim de ano menos agitado do que o restante de 2024, segundo Frederico Moura, sócio da área de infraestrutura e mercado de capitais do Stocche Forbes, que atuou na operação da Vale pelo lado dos bancos.

“Ainda vemos um movimento de operações sendo iniciadas agora para fecharem ainda neste ano, mas acho que são emissões mais ligadas à infraestrutura, de empresas que, por exemplo, venceram leilões recentes e precisam pagar a outorga ou empréstimos-ponte”, diz Moura.

“Talvez neste fim de ano a gente não veja um grande movimento de emissões. Claro que tem alguns nomes que precisam pegar algum dinheiro de última hora, mas acho que quem se programou já captou ao longo do ano”, afirma Alves.

A Vale vai utilizar o dinheiro para projetos de infraestrutura, como investimentos em ferrovia. A última oferta de debêntures feita pela mineradora foi em setembro de 2015.

AUTOMOTIVO

Investing - SP   11/11/2024

A montadora Toyota planeja fabricar pelo menos 2,5 milhões de veículos por ano na China até 2030, disseram três fontes, em uma mudança de foco que aproximará a produção e as vendas da empresa no país e dará a executivos locais mais liberdade no desenvolvimento de produtos.

O plano, que nunca foi divulgado anteriormente, representa uma mudança de estratégia na maior montadora de veículos do mundo, realçando as ambições da empresa de recuperar mercado tomado pela BYD (SZ:002594) e outras empresas chinesas nos últimos anos. A estratégia da Toyota é conflitante com aquela planejada por outras montadoras — inclusive japonesas —, que estão diminuindo ou encerrando suas operações na China.

A companhia planeja aumentar sua produção para até 3 milhões de veículos por ano até o fim da década, disseram duas fontes. Não há, contudo, uma meta formal estabelecida, afirmaram três pessoas próximas ao tema. Todas pediram para não ser identificadas, porque o assunto ainda não foi tornado público.

O número de 3 milhões de carros representaria um aumento de 63% na produção recorde da montadora de 1,84 milhão de veículos na China em 2022. Em 2023, foram fabricadas 1,75 milhão de unidades.

A Toyota revelou suas intenções a alguns fornecedores, na esperança de assegurar aos fabricantes de peças o seu compromisso com a China e garantir sua cadeia de suprimentos, informaram as fontes.

Em resposta a perguntas da Reuters, a Toyota disse em comunicado: “Com a intensa competição no mercado chinês, estamos sempre avaliando várias iniciativas”. A empresa informou que continuará trabalhando para fazer “carros sempre melhores” para o mercado da China.

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A companhia pretende transferir o que for possível no desenvolvimento de produtos para seus funcionários na China, que conhecem melhor as preferências locais, principalmente quanto às tecnologias de veículos eletrificados e conectados, afirmaram duas das fontes.

As medidas mostram uma aceitação por parte da Toyota de que precisa usar mais a sua força de trabalho chinesa para acelerar o desenvolvimento de produtos no país, disse uma das fontes. Caso contrário, “será muito tarde”.

As montadoras tradicionais — grupo do qual a Toyota faz parte — foram desafiadas na China, com empresas locais desenvolvendo veículos a preço acessível, movidos a bateria e com tecnologia avançada.

No ano passado, a Toyota anunciou planos para aumentar a cooperação com o seu centro de pesquisa e desenvolvimento na província de Jiangsu e suas duas joint ventures locais. Um problema é que os carros desenvolvidos independentemente pelos parceiros estão vendendo melhor do que os produzidos pela própria empresa japonesa.

A Toyota anunciou na quarta-feira que seu lucro operacional na China caiu na primeira metade do ano fiscal, principalmente devido ao maior custo de marketing causado pela grande competição a preços baratos pelas marcas locais.

Em meio a esse cenário competitivo, a Mitsubishi Motors Corp deixou a China, enquanto a Honda Motor (TYO:7267) e a Nissan (TYO:7201) Motor decidiram reduzir a capacidade de produção local.

IstoÉ Dinheiro - SP   11/11/2024

As vendas de carros na China aumentaram em outubro, impulsionadas pelos subsídios do governo e pela forte demanda durante o feriado do Dia Nacional. De acordo com a China Passenger Car Association (CPCA) nesta sexta-feira, o mês foi um dos melhores do mercado automotivo chinês em termos de vendas, produção e exportações.

As vendas no varejo de carros de passeio aumentaram 11,3%, a 2,26 milhões de unidades, em comparação com o ano anterior, e avançaram 7,2% em relação a setembro, segundo informações da instituição. As vendas de veículos elétricos e híbridos representaram 52,9% do total. As exportações totalizaram 441 mil carros, um aumento de 13% na comparação anual e expansão de 2% na mensal.

A demanda recebeu um impulso dos programas de subsídios de troca dos governos central e local, mas acredita-se que o feriado do Dia Nacional da China, combinado com uma alta nos mercados de ações, também pode ter apoiado a melhora no sentimento do consumidor.

Segundo a CPCA, a BYD segue líder no mercado de veículos elétricos, com mais de 500 mil unidades vendidas, seguida pela Tesla, que entregou pouco mais de 68 mil carros.

A associação acredita que as montadoras devem aumentar seus estoques para a temporada de final de ano e para o feriado do Ano Novo Lunar, que acontece no início de 2025. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Hyundai Motor está desafiando a BYD, líder chinesa de veículos elétricos (EVs) no Japão, com o lançamento do Inster, um compacto elétrico que deverá custar menos de 4 milhões de ienes (US$ 26 mil), informou a montadora sul-coreana na sexta-feira (8).

O Inster será o quarto modelo elétrico da Hyundai no Japão, e o primeiro no tamanho compacto preferido pelos motoristas japoneses. O carro tem cerca de 1,6 metros de largura, apenas um pouco maior que um minicarro, facilitando a manobra nas estreitas ruas urbanas. Espera-se que tenha uma autonomia de mais de 350 quilômetros.

"É o tamanho certo para as ruas do Japão – temos confiança de que os clientes irão utilizá-lo", disse Toshiyuki Shimegi, diretor-geral da Hyundai Mobility Japan, em uma apresentação de estratégia.

A Hyundai não divulgou o preço do Inster, mas Shimegi afirmou que será "mais barato que o Kona de entrada", que tem preço de 3,99 milhões de ienes (US$ 25.935).

Com um preço em torno de 3 milhões de ienes, o Inster estaria em paridade com o EV importado mais barato no mercado japonês – o Dolphin da BYD, que custa 3,63 milhões de ienes (US$ 23.595).

Esses veículos competem com o minicarro Sakura da Nissan, de tamanho semelhante, que começa em 2,59 milhões de ienes e tem autonomia de 180 km. O Inster é mais caro, mas oferece quase o dobro da autonomia.

O Sakura é o EV mais vendido do Japão, com 19.714 unidades comercializadas nos primeiros 10 meses deste ano. Se a Hyundai conseguir transformar a vantagem de desempenho do Inster em um ponto de venda, pode atrair compradores.

Montadoras do mundo todo têm trabalhado em modelos elétricos mais acessíveis para competir com a China. A General Motors planeja produzir mais EVs com preços abaixo de US$ 30 mil, e a Tesla pretende iniciar a produção de um EV acessível na primeira metade do próximo ano.

Mesmo em meio a essa tendência, o preço abaixo de 4 milhões de ienes se destaca como uma marca notavelmente baixa. A iniciativa de marcas estrangeiras nesse segmento pode atrair mais motoristas que evitavam os EVs por questões de custo.

A Hyundai, que retornou ao mercado automobilístico japonês em 2022 após uma pausa de cerca de 12 anos, havia vendido apenas 526 veículos até outubro deste ano.

Shimeji afirmou que a empresa pretende aumentar suas vendas anuais no Japão em dez vezes até 2029, com o Inster representando uma parte significativa desse volume.

A BYD, que afirma não participar de guerras de preços no Japão, lançou na semana passada uma edição limitada do modelo Dolphin, custando 2,99 milhões de ienes (US$ 19.435)

Valor - SP   11/11/2024

Para presidente da montadora, é preciso nacionalizar peças e evitar que o automóvel se torne um bem “inacessível”

Pedrucci: ‘A América Latina é uma maratona; não é corrida de 100 metros’ — Foto: Gabriel Reis/Valor

Poucas regiões do mundo têm potencial de crescimento de vendas de veículos novos tão expressivo como a América Latina. Previsões da Renault, montadora com forte atuação na região, indicam expansão de 32% até 2030. Daí o interesse e investimentos do setor na região. Mas, para o presidente da Renault na América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, é preciso não perder de vista o perfil do poder aquisitivo da maior parte dos consumidores da região, que só pode comprar carro básico - ou popular, como era chamado. “Precisamos ter cuidado para não matar os carros mais baratos”, afirma.

Diante de tal preocupação, alguém poderia até perguntar à Renault por que ela própria não se dedica à produção dos carros mais simples. Mas Pedrucci argumenta que não de trata de opção. Segundo ele, se de um lado os carros precisam ser mais seguros e menos poluentes, por outro, colocar muitos equipamentos no veículo pode “torná-lo um bem inacessível”.

É comum ouvir, de alguns dirigentes da indústria automobilística que o consumidor gosta do carro mais equipado. “Mas precisamos ver também quanto ele está disposto a pagar”, destaca Pedrucci. “Somos emergentes. Por isso existe, no Brasil e na América Latina, um grande potencial para faixas de preços mais baixos.”

O executivo defende que essa questão seja observada nas próximas fases do Mover, programa de incentivos fiscais para o setor automotivo. Medidas para preservar os chamados carros de entrada poderia, sugere, virem acompanhadas de políticas de incentivo à nacionalização de componentes que hoje são importados. “O aumento do conteúdo local ajudaria toda a cadeia”, destaca.

Com preços em torno de R$ 75 mil, o Kwid, modelo mais barato da Renault, tem, segundo a empresa, um dos mais baixos níveis de emissões e é equipado com vários itens de segurança, como seis airbags. “Acho que estamos na direção certa; os programas do governo nos dão um norte”, diz Pedrucci. “Mas temos que nos preparar para atender todas as faixas de preços. E ainda: não ter a arrogância de achar que podemos determinar as coisas no mercado.”

Para Pedrucci, políticas voltadas à preservação dos carros acessíveis podem fazer com que o mercado volte mais rapidamente ao recorde registrado em 2013. Naquele ano, segundo a Renault, foram vendidos em toda a América Latina 7 milhões de carros e comerciais leves.

Os volumes caíram desde então e de forma ainda mais acentuada na pandemia. Mas em 2022 começou a retomada. A previsão é chegar a 5,3 milhões neste ano e a um crescimento sucessivo até voltar aos 7 milhões em 2030 e 7,3 milhões em 2032.

“É longe, mas não há muitas regiões no mundo com esse potencial de crescimento; por isso, as montadoras olham para a América Latina”, afirma. A Renault anunciou investimento de R$ 5,1 bilhões no Brasil nesta década, incluindo a produção de modelos híbridos - ainda não detalhada. Este ano, começou a vender o primeiro carro de uma plataforma totalmente nova, o Kardian. O próximo dessa plataforma será um utilitário esportivo grande.

Desde que assumiu a presidência da Renault na América Latina, há seis anos, Pedrucci tem trabalhado para que, dentro do grupo, a egião deixe de ser “um apanhado de países” para transformar-se em “um ecossistema único”.

A estratégia se sustenta no potencial de uma região com 20 países, incluindo o México, 640 milhões de habitantes e um PIB de US$ 6,5 trilhões. “Trata-se de uma região relevante, com mais similaridades do que diferenças e cujos problemas (econômicos e de infraestrutura) abrem oportunidades”, destaca.

Para medir o potencial dos mercados, a indústria costuma verificar quantos veículos existem na frota para cada grupo de mil habitantes. Enquanto na França são 572, no Brasil a relação é de 347 veículos por mil habitantes, na Argentina, 232, e na Colômbia, 134.

A estratégia regional da Renault ganhou força, ainda, pela presença histórica da marca na Argentina e Colômbia. Com 12% do mercado argentino, a montadora produz veículos no país há quase 70 anos. Recentemente, anunciou investimento de US$ 350 milhões para produzir, em Córdoba, uma picape com capacidade para meia tonelada.

A Renault é, ainda, a única montadora hoje com fábrica na Colômbia, onde detém 19% do mercado. Sua fatia no Brasil, onde começou a produzir há 26 anos, é de 5,8%.

Segundo Pedrucci, na estratégia atual, o modelo de veículo produzido num país da região não é fabricado no outro. “No passado, às vezes produzíamos o mesmo veículo em países diferentes”, destaca. Os acordos comerciais de livre comércio entre os países da região facilitam o intercâmbio entre as três fábricas na região - Brasil, Argentina e Colômbia.

“Assim otimizamos investimentos e conseguimos um hedge natural que ajuda a enfrentar a volatilidade das moedas”, diz Pedrucci. “Porque a América Latina é uma maratona; não é uma corrida de 100 metros”, destaca.

A trajetória da carreira do paulista Pedrucci se confunde com a história da Renault no Brasil. O executivo é apaixonado por carros desde criança e sempre sonhou trabalhar numa montadora. Por isso, decidiu estudar na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), que oferecia o curso de engenharia com foco na indústria automotiva.

Ao se formar, o engenheiro estava no primeiro emprego, quando, em 1997, viu, o anúncio de que uma nova montadora estava contratando. Começou na Renault em 1997, um ano antes da inauguração da fábrica, em São José dos Pinhais (PR). Ocupou diversas funções nas áreas de vendas, marketing, produto e distribuição.

Em 2016, ele assumiu a presidência da Renault na Colômbia e um ano depois, a presidência da Renault do Brasil. Foi o primeiro brasileiro a ocupar o cargo. Em novembro de 2018, foi o primeiro latino escolhido para comandar a empresa na América Latina.

O executivo elogia as políticas públicas voltadas ao setor no Brasil. Mas faz algumas ressalvas. O incomoda, por exemplo, a prorrogação, até 2032, dos incentivos fiscais para montadoras com fábricas no Nordeste e Centro-Oeste. Em Pernambuco, são produzidos os SUVs da Jeep, segmento em que a Renault está prestes a entrar. “É difícil explicar isso para a França”, diz.

Em relação à concorrência chinesa, Pedrucci considera saudável ter mais fabricantes no país, o que, diz, pode ajudar no aumento da produção local de componentes.

Ao mesmo tempo, ele critica o cronograma de aumento de Imposto de Importação de carros elétricos, que subirá gradualmente até julho de 2026. “Poderia ser mais rápido. Mas quem ia adivinhar que as marcas chinesas fariam estoque tão grande?”, destaca, referindo-se à decisao das chinesas de importar em grandes quantidades no primeiro semestre e estocar os carros para se proteger da alta do imposto. “Mas eu não deixaria um carro da Renault estocado tanto tempo”, diz.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Auto Data - SP   11/11/2024

A XCMG começará a produzir máquinas de construção e caminhões elétricos na fábrica instalada em Pouso Alegre, MG, em um prazo de até três anos, afirmou Ricardo Senda, responsável pela área de energy green da companhia, durante entrevista à Agência AutoData. A produção começará pelas empilhadeiras, que já têm demanda que justifique o investimento:

“Estamos vendendo cerca de 1 mil empilhadeiras elétricas por ano. Com este volume, entendemos que vale o investimento para montar no Brasil. Acredito que em até um ano esta operação começará na fábrica de Pouso Alegre”.
Caminhão elétrico E3-10T

O caminhão elétrico E3-10T, dedicado ao segmento de distribuição urbana, deverá ser nacional em um prazo de dois a três anos. Seu lançamento foi promovido na Fenatran e em 2025 a XCMG do Brasil estima vender 500 unidades, avançando para 1,5 mil nos próximos anos, volume que justificaria sua nacionalização. Segundo Senda o cenário macroeconômico também precisa ajudar.

Para chegar ao volume que justifique a nacionalização a XCMG aposta em alguns diferenciais do seu caminhão elétrico E3-10T, como a capacidade de recarga mais rápida na comparação com os concorrentes, preço menor, suspensão pneumática, homologação para três ocupantes, autonomia de 250 quilômetros com uma carga e uma lista de itens de série robusta.
Caminhão elétrico E7-18T

Outros três lançamentos foram feitos durante a Fenatran: dois caminhões para o segmento pesado, um elétrico com PBT de 80 toneladas, o E7-80T, e outro movido a gás natural que tem autonomia de cerca de 600 quilômetros, com PBT de 80 toneladas, o P9-560G. Também foi lançado na feira o caminhão E7-18T, com foco nas operações de coleta de lixo da cidade de São Paulo, que no ano que vem abrirá licitação envolvendo 650 caminhões elétricos, afirmou Senda.

Como a empresa está se preparando para produzir máquinas e equipamentos elétricos no Brasil houve um investimento de R$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento, já aplicado ao longo de 2024, o que elevou o número de colaboradores da fábrica de 1 mil para 1,3 mil. Atualmente a unidade está focada na produção de máquinas da linha amarela:
Caminhão elétrico E7-80T

“Hoje temos uma capacidade produtiva de 10 mil máquinas por ano. Uma parte deste volume é vendido no Brasil e a outra parte é exportada para países da América Latina e também para Canadá e Estados Unidos. Como a China não pode exportar direto para a América do Norte a XCMG do Brasil absorveu a demanda destes dois países e envia as máquinas a partir de Pouso Alegre”.
Caminhão P9-560G movido a gás natural

O portfólio de máquinas da linha amarela da XCMG é composto por 150 produtos, sessenta deles nacionais. A XCMG dispõe de 45 concessionárias espalhadas pelo Brasil, número que deverá aumentar conforme o avanço das vendas.

São Paulo – A XCMG começará a produzir máquinas de construção e caminhões elétricos na fábrica instalada em Pouso Alegre, MG, em um prazo de até três anos, afirmou Ricardo Senda, responsável pela área de energy green da companhia, durante entrevista à Agência AutoData. A produção começará pelas empilhadeiras, que já têm demanda que justifique o investimento:

“Estamos vendendo cerca de 1 mil empilhadeiras elétricas por ano. Com este volume, entendemos que vale o investimento para montar no Brasil. Acredito que em até um ano esta operação começará na fábrica de Pouso Alegre”.
Caminhão elétrico E3-10T

O caminhão elétrico E3-10T, dedicado ao segmento de distribuição urbana, deverá ser nacional em um prazo de dois a três anos. Seu lançamento foi promovido na Fenatran e em 2025 a XCMG do Brasil estima vender 500 unidades, avançando para 1,5 mil nos próximos anos, volume que justificaria sua nacionalização. Segundo Senda o cenário macroeconômico também precisa ajudar.

Para chegar ao volume que justifique a nacionalização a XCMG aposta em alguns diferenciais do seu caminhão elétrico E3-10T, como a capacidade de recarga mais rápida na comparação com os concorrentes, preço menor, suspensão pneumática, homologação para três ocupantes, autonomia de 250 quilômetros com uma carga e uma lista de itens de série robusta.
Caminhão elétrico E7-18T

Outros três lançamentos foram feitos durante a Fenatran: dois caminhões para o segmento pesado, um elétrico com PBT de 80 toneladas, o E7-80T, e outro movido a gás natural que tem autonomia de cerca de 600 quilômetros, com PBT de 80 toneladas, o P9-560G. Também foi lançado na feira o caminhão E7-18T, com foco nas operações de coleta de lixo da cidade de São Paulo, que no ano que vem abrirá licitação envolvendo 650 caminhões elétricos, afirmou Senda.

Como a empresa está se preparando para produzir máquinas e equipamentos elétricos no Brasil houve um investimento de R$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento, já aplicado ao longo de 2024, o que elevou o número de colaboradores da fábrica de 1 mil para 1,3 mil. Atualmente a unidade está focada na produção de máquinas da linha amarela:
Caminhão elétrico E7-80T

“Hoje temos uma capacidade produtiva de 10 mil máquinas por ano. Uma parte deste volume é vendido no Brasil e a outra parte é exportada para países da América Latina e também para Canadá e Estados Unidos. Como a China não pode exportar direto para a América do Norte a XCMG do Brasil absorveu a demanda destes dois países e envia as máquinas a partir de Pouso Alegre”.
Caminhão P9-560G movido a gás natural

O portfólio de máquinas da linha amarela da XCMG é composto por 150 produtos, sessenta deles nacionais. A XCMG dispõe de 45 concessionárias espalhadas pelo Brasil, número que deverá aumentar conforme o avanço das vendas.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   11/11/2024

O mercado de equipamentos vem enfrentando um ano desafiador, após um primeiro semestre de estabilidade, menor demanda por máquinas e por serviços e escassez de mão de obra.

Por outro lado, as boas ofertas preparadas pelos fabricantes, com subsídios interessantes para a aquisição de equipamentos, fomentaram um impacto positivo em algumas categorias. A avaliação completa sobre esse setor está contemplada no Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, que será apresentado durante o Tendências no Mercado da Construção, a ser realizado no dia 28 de novembro, a partir das 15h.

“Os miniequipamentos e os rolos compactadores tiveram uma resposta positiva no mercado, assim como as escavadeiras que terão crescimento neste ano ante 2023. Em função do agro, as carregadeiras devem ter uma queda nas vendas em 2024”, afirma Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

Em sua avaliação, mesmo sendo um ano desafiador, o setor deve alcançar um bom resultado, com aumento na comercialização de unidades em relação a 2023. “Não haverá a pujança de anos anteriores, mas o mercado segue com otimismo moderado. Nossa percepção é que estão sendo realizadas mais obras no final deste ano, o que pode trazer um equilíbrio no que diz respeito à demanda por serviços e por máquinas”, explica Daniel, que será um dos debatedores do Tendências no Mercado da Construção, ao lado de Mario Miranda, coordenador do Estudo de Mercado, que revelará os dados inéditos da nova edição do relatório.

O vice-presidente da Sobratema analisa que a queda na demanda aumenta a pressão nos preços, podendo levar uma redução na margem das empresas. Para os fabricantes, há outros fatores que impactam os negócios como alta do juros, variação do dólar e restrição do crédito, com o aumento do percentual de inadimplência. “A mão de obra continua a ser um gargalo importante do nosso setor, pois a demanda é maior do que a velocidade de formação de profissionais”, pontuou.

Para 2025, segundo Daniel, a expectativa é positiva tanto para a venda de máquinas como para a demanda de equipamentos nas obras, com a realização de novos projetos e retomada de outras obras.

O Tendência no Mercado da Construção terá a palestra sobre macroeconomia e perspectivas para o próximo ano, com o economista Luís Artur Nogueira, que fará uma avaliação do cenário político. Nesse sentido, Daniel comenta que uma preocupação do setor é o equilíbrio das contas fiscais, que tem impacto direto nos investimentos.

O evento terá transmissão pelo hotsite e é destinado a empresários, diretores, gerentes, profissionais e engenheiros de construtoras, mineradoras, pedreiras, locadoras, fabricantes de equipamentos, distribuidoras, demais companhias ligadas à indústria da construção, entidades setoriais e representantes do governo.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   11/11/2024

A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) acelerou para 0,53% em outubro, ante 0,35% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, o indicador alcançou 3,86% no resultado acumulado em 12 meses, ante 3,46% até setembro. O índice de outubro de 2023 foi de 0,14%.

O custo nacional da construção por metro quadrado em outubro foi de R$ 1.782,51 em outubro, sendo R$ 1.027,32 relativos aos materiais e R$ 755,19 à mão de obra. Em setembro, esse custo totalizava R$ 1.773,20, sendo R$ 1.019,25 relativos aos materiais e R$ 753,95 à mão de obra.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

A Ferrovia Centro Atlântica, antigo trecho da extinta estatal Rede Ferroviária Federal passado à iniciativa privada em 1996, quer ser uma empresa geradora de lucro, fato que não conseguiu até hoje nos seus 28 anos de concessão. A intenção da companhia é virar a página de anos seguidos de balanços no vermelho. A FCA vem discutindo sua renovação desde 2016, em idas e vindas, de um contrato que vence em dois anos. A assinatura para um novo período de 30 anos, numa perspectiva otimista, deve ser feita em um ano.

Até lá, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que faz a regulação do setor ferroviário do País, vai coletar todas as recomendações oriundas das audiências públicas realizadas em seis cidades, pedir informações adicionais à FCA e preparar um documento que será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU) para análise do processo. O TCU vai fazer a análise a partir de 2025 para depois emitir o parecer final. Esse ritual poderá demandar um bom tempo até a assinatura do novo contrato de concessão.

Para obter a renovação, a empresa propôs, no projeto apresentado à ANTT, fazer investimentos de R$ 24 bilhões na modernização, recapacitação e sinalização da ferrovia e ampliar a frota de locomotivas e vagões. Outros R$ 5 bilhões serão pagos pela outorga, ressarcimento da devolução à União de trechos inoperantes (mais de 2,1 mil km) e realização de cerca de 80 obras diversas em 35 cidades onde passam os trilhos da FCA. Do valor total, segundo a empresa, cerca de metade deve ser desembolsada em 10 a 12 anos.

A FCA tem 7.860 km de extensão e atravessa 7 Estados mais o Distrito Federal, indo de São Paulo a Sergipe, passado por Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Goiás. É controlada pela holding VLI Multimodal S.A. que também opera Ferrovia Norte-Sul, que se conecta à Estrada de Ferro Carajás e chega aos portos do Maranhão. A VLI tem cinco acionistas: o fundo canadense Brookfield, com 36,5%, a Vale, com quase 30%, a japonesa Mitsui, com 10%, o fundo FI-FGTS e BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Fábio Marchiori, que está na VLI há quatro anos e meio, e atualmente é presidente interino e também é diretor financeiro, disse em entrevista ao Estadão que se trata de uma renovação bastante complexa. “Como a FCA tem vários trechos e todos com diferentes desempenhos e um desbalanço financeiro grande, essa renovação tem exigido muita negociação”, afirma o executivo. Ele informa, por exemplo, que desde 1996 a concessionária já pagou à União cerca de R$ 17 bilhões (corrigidos) pelo direito de operar e ainda tem R$ 900 milhões a serem pagos, em parcelas trimestrais, até 2026. Segundo o executivo, nos últimos 13 anos foram investidos cerca de R$ 20 bilhões na FCA, envolvendo a malha, material rodante, terminais de captação e de movimentação de cargas nos portos.

O desempenho operacional e financeiro, no ano passado, registrou prejuízo de R$ 907 milhões, sendo quase R$ 600 milhões de perdas operacionais. Em 2022, o prejuízo foi bem maior - R$ 2,54 bilhões. A receita líquida alcançada pela empresa em 2023 foi de R$ 3,49 bilhões, com crescimento de 14% ante o ano anterior. O valor representa 38% do total consolidado pela VLI. Ao fim do primeiro semestre deste ano, a FCA tinha uma dívida líquida de R$ 924 milhões e alavancagem financeira inferior a 1 vez na relação com lucro operacional (Ebitda).

Marchiori observa que a FCA não é uma ferrovia com operação dedicada a transportar cargas dos acionistas. É totalmente voltada a cargas de terceiros, levadas aos portos em Santos, em seu terminal Tiplam, situado em Cubatão, e de Vitória. Para isso, usa o direito de passagem em ferrovias da MRS Logística e da Vitória a Minas.

Cada corredor tem sua especialização: no Tiplam são movimentados mais grãos (soja e milho), açúcar e fertilizantes; em Vitória, no complexo portuário de Tubarão, mais produtos siderúrgicos (aço, carvão e coque) e minério. “Somos uma ferrovia diferenciada, que não encosta no mar. Ela chega aos portos pelos trilhos de outras concessionárias”.

Soja, insumos para fertilizantes, açúcar, minério de ferro e calcário são as cinco principais cargas transportadas pela FCA em seus trilhos em ordem de volume. As demais são milho, farelo de soja, derivados de petróleo, aço, carvão e coque, bauxita e coque verde de petróleo (insumo para fornos de cimenteiras).

“Temos feito intensas negociações com a agência e o governo para a renovação, mostrando que cada trecho tem as especificações de malha, material rodante e cargas que são transportadas”, diz o executivo. O governo e a agência, diz, estão cientes que os investimentos a serem realizados têm de ser condizentes com a receita gerada. “O interesse da VLI é continuar operando a ferrovia, mas numa nova realidade, de equilíbrio financeiro”, afirma.
Minas a Bahia: uma pedra no meio do caminho

No processo de renovação, a FCA tem uma pedra no meio do caminho que circundam as serras de Minas Gerais até a Bahia, num trajeto de 2 mil km. O trecho entre a cidade mineira Corinto e a baiana Campo Formoso é considerado a parte mais problemática da ferrovia, devido a sua baixa densidade de carga. Atualmente, são apenas quatro clientes. Um deles, a mineradora de ferro Bamin, na Bahia, está com a produção paralisa desde o final de 2023, sem utilizar a ferrovia. Magnesita, Ferbasa (que extrai e processa cromo) e Dow são as demais. A Dow já informou a FCA que terá outra alternativa logística a partir de 2025.

Por essa situação, o trecho muitas vezes foi apontado como potencial para uma devolução da FCA ao final da concessão, em 2026. Marchiori nega que exista esse plano na empresa. Ele diz que a questão é definir, com o órgão regulador, investimentos na via e em material rodante conforme as projeções de cargas a serem transportadas no futuro.

O executivo é otimista quanto ao futuro da FCA. “O modal ferroviário ganha espaço no Brasil e novas cargas deverão surgir. Apesar de estar operacional, a empresa e, principalmente esse trecho, não tem hoje equilíbrio financeiro com o volume transportado”, destaca.

Mas ele garante que não haverá descontinuidade operacional do corredor Minas-Bahia, mantendo atendimento aos clientes. Ele vê algumas soluções que poderão ser feitas para mantê-lo operacional de forma lucrativa. Uma delas é a cisão desse trecho, que passaria a ter operação independente. Pode ser com a própria FCA, mas somente após ter o reequilíbrio financeiro.

Outra alternativa, aponta o executivo, é oferecê-lo para terceiros, por meio de “chamamento público”, sob a coordenação da ANTT. Um terceiro caminho, aponta, com base no modelo previsto no Plano Nacional de Ferrovias, fazer a compensação do investimento de outra ferrovia. “Um exemplo é a construção de parte da Fico pela Vale”, afirma. No caso, esse trecho receberia os recursos.

A Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), com 888 km de extensão entre os Estados de Goiás e Mato Grosso, tem quase metade do trajeto (383 km) em construção pela Vale. Conhecido como “investimento cruzado”, foi uma forma de a mineradora compensar a renovação da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que nasce na capital capixaba e vai até Belo Horizonte.

No estudo apresentado à ANTT pela FCA, a empresa propôs investimentos de R$ 3,5 bilhões no processo de renovação, por mais 30 anos, relativo ao corredor Minas-Bahia. Esse valor está baseado na densidade de carga atual somada com potenciais cargas que possam surgir no futuro. “A questão é equilibrar investimento necessário com a demanda para a operação da ferrovia ser rentável”, destaca Marchiori.
Maior competitividade e aumento da carga

Aproveitando a renovação do contrato, a FCA está propondo devolver trechos e ramais não operacionais, que somam 2.132 km de trilhos. “São 11 subtrechos onde os clientes simplesmente desapareceram ao longo dos anos”, diz o presidente da VLI. A indenização aos cofres da União, por isso, está avaliada em R$ 3,6 bilhões. Se efetivada a devolução, a FCA reduziria sua malha para 5.470 km.

Boa parte dos R$ 5 bilhões, incluída nesse valor a indenização, será paga em obras, como a construção de um ramal ferroviário de 2,5 km ligando a ferrovia ao porto de Aratu, na Bahia. Foram propostas também 80 obras - para resolução de conflitos urbanos -, como viadutos, pontes e passagens de nível, em 35 municípios onde passam os trilhos da FCA. Segundo o executivo, vão beneficiar cerca de 5 milhões de pessoas.

A estimativa da empresa é que os investimentos de R$ 24 bilhões na malha e em material rodante previstos na renovação antecipada, grande parte do montante no corredor Sudeste - de Goiás a Santos -, vão permitir aumentar em 46% o volume de carga transportada pela FCA no novo ciclo da concessão, que começaria em 2026. No ano passado, a ferrovia transportou 41 milhões de toneladas úteis, com destaque para grãos (50%), produtos siderúrgicos e industriais, açúcar e fertilizantes.

O grupo VLI, que abrange a FCA, o corredor da Norte-Sul (com contrato até 2037) e outras atividades, como operações de carregamento e descarga de vagões nos portos, registrou receita líquida R$ 9,1 bilhões no ano passado e teve lucro líquido recorrente de R$ 916 milhões. A empresa gerou um fluxo de caixa nas operações de R$ 4,9 bilhões e investiu R$ 2,5 bilhões, conforme demonstrações em seu balanço. Com base no resultado de janeiro a junho, a receita de 2024 poderá superar a marca de R$ 10 bilhões.

O negócio da VLI, ressalta Machiori, é oferecer serviços multimodais integrados - ferrovia, transporte rodoviário de terceiros que abastece áreas de captação de cargas e terminais e prestação de serviços nos portos em que atua. “A FCA é suportada financeiramente por todo esse ecossistema das coligadas da VLI. Por isso, toda essa negociação de renovação é complexa, trabalhosa e sofisticada”, diz.

NAVAL

Exame - SP   11/11/2024

Uma excelente notícia para os terminais portuários brasileiros: o novo marco regulatório do setor foi finalmente encaminhado, como anteprojeto de lei, à presidência da Câmara dos Deputados, sinalizando um passo decisivo rumo à modernização e ao fortalecimento da indústria portuária brasileira. A Associação Brasileira dos Terminais Portuários, que representa mais de 245 terminais responsáveis por 19% do PIB e 76% da movimentação portuária nacional, vê como excelente o potencial dessa atualização legislativa para impulsionar a economia nacional, respondendo às demandas crescentes do mercado e às oportunidades criadas em função da nova conformação geopolítica mundial.

A criação desse novo arcabouço legal é fruto de uma iniciativa do próprio presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que constituiu uma Comissão de Juristas especializada, com integrantes dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas da União (TCU) e advogados. Esta comissão buscou adaptar a legislação portuária vigente, a Lei no 12.815/2013, à realidade regulatória internacional, com o propósito de ampliar investimentos e tornar nossos portos ainda mais eficientes e competitivos. A proposta reflete um esforço colaborativo, embasado em princípios de livre concorrência, sustentabilidade, valorização do trabalho e segurança jurídica. A segurança nos contratos e a clareza regulatória são fundamentais para atrair e preservar os investimentos de longo prazo, garantindo que os aportes realizados tragam benefícios econômicos duradouros ao país.

A importância dos portos na economia brasileira é inegável, pois são responsáveis por 95% da corrente de comércio exterior e por 100% das exportações dos produtos do agronegócio e de combustíveis. O setor é o grande motor do desenvolvimento econômico do país, porém, seu arcabouço regulatório ainda precisa ganhar contornos mais modernos e eficientes. Desde 1993, com a promulgação da primeira lei do setor, e mais tarde com sua revisão, em 2013, muitos avanços importantes foram implementados, mas, alguns aspectos, deixaram de acompanhar o ritmo acelerado da inovação em nível global. Esse novo marco regulatório responde a essa necessidade de modernização, abrindo espaço para uma gestão portuária mais descentralizada e menos burocrática.

Entre as principais áreas de melhoria, a nova legislação prevê um sistema mais integrado e colaborativo para o planejamento e execução das políticas portuárias. Com isso, o Ministério de Portos e Aeroportos poderá focar em ações interministeriais, alinhando-se com outras pastas estratégicas, a exemplo do Comércio Exterior e Transporte. A descentralização prevista permite que autoridades regionais e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) tenham maior flexibilidade e agilidade para atuar, promovendo um ambiente menos burocrático, mais seguro e adaptado às demandas locais. Esse modelo busca transformar o setor portuário em um exemplo de eficiência e inovação, com vistas a aumentar a competitividade das nossas exportações e reduzir os custos logísticos, beneficiando toda a cadeia produtiva.

Outro ponto crucial é a reestruturação das relações trabalhistas, que valoriza a qualificação e a certificação dos profissionais do setor, ampliando o acesso ao emprego e à segurança nas operações. A modernização das normas de trabalho garante oportunidades com base em méritos e habilidades, ao mesmo tempo em que mantém os padrões de segurança e eficiência necessários para a excelência nas atividades. Essa medida é essencial para que o Brasil possa não apenas cumprir com as expectativas do mercado interno, mas também competir globalmente com portos reconhecidos pela alta eficiência e inovação.

A perspectiva de ganhos econômicos e empregatícios com o novo marco regulatório é promissora. Estudos contratados pela ABTP apontam que, com os investimentos previstos e uma estrutura regulatória mais moderna e eficiente, o setor pode contribuir significativamente para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), da massa salarial e para a arrecadação de impostos ao longo da próxima década. Essa projeção inclui uma contribuição de quase R$ 3 trilhões para o desenvolvimento do país, com a plena execução do cronograma de investimentos no setor portuário.

Com uma visão otimista para o futuro, acreditamos que o novo marco regulatório oferece uma oportunidade histórica para consolidarmos a posição do Brasil no cenário global de logística e transporte marítimo. Os avanços que esperamos não se limitam ao crescimento econômico, mas também promovem um ambiente de trabalho mais seguro e especializado, uma infraestrutura de alto desempenho e uma integração nacional que alavancará o desenvolvimento de diversas regiões. Com a implementação deste novo marco, os portos brasileiros estarão melhor preparados para enfrentar os desafios globais, impulsionando nossa competitividade e oferecendo novas perspectivas para empresas e investidores.

Portal Fator Brasil - RJ   11/11/2024

E vai construir quatro navios da classe Handy de 15 mil a 18 toneladas de porte bruto (TPB) para a companhia, valor sugerido, ficou estimado em torno de R$ 1,73 bilhões, cerca de R$ 433 milhões por cada embarcação..

A Transpetro realizou no dia 08 de novembro (a sexta-feira) a abertura das propostas comerciais da licitação pública destinada à aquisição de quatro navios da classe Handy, de 15 a 18 mil toneladas de porte bruto (TPB), com previsão de valor sugerido, estimado em torno de R$ 1,73 bilhões cerca de R$ 433 milhões por cada embarcação, — o que ainda deve negociado. Disponível no portal Petronect, a publicação traz a classificação preliminar por preço global dos lances das empresas proponentes. A concorrência segue agora para as próximas etapas por meio de sua comissão de licitação, que irá avaliar as propostas recebidas e dar continuidade ao processo até a homologação do resultado final.

Acontecendo a homologação, os cascos serão construídos no Estaleiro Rio Grande (RS), do Grupo Ecovix, e será finalizado no Estaleiro Mac Laren, em Niterói(RJ).

A licitação marca a retomada da contratação de embarcações próprias do Sistema Petrobras e integra o TP 25, Programa de Renovação e Ampliação da Frota, lançado pela Transpetro em julho.

O programa prevê a aquisição de 25 navios de cabotagem e vai atender prioritariamente às demandas de transporte de produtos da Petrobras. Além dos Handy, a Transpetro vai adquirir gaseiros e embarcações de médio porte, estando 16 desses navios já previstos no Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras.

Etapas da licitação — A licitação é no formato internacional aberta e permitiu a participação de todos os estaleiros que atendessem aos critérios técnicos e econômicos previstos. Em conformidade com a Lei das Estatais (Lei 13.303/ 2016), o processo licitatório prevê algumas etapas até a divulgação do estaleiro vencedor e a assinatura do contrato. Todas elas serão divulgadas por meio do portal Petronect.

Após a abertura das propostas comerciais, a comissão de licitação irá iniciar a fase de negociação. Em seguida, serão analisadas as condições de habilitação, com a verificação de documentação para qualificação jurídica, econômica e técnica.

Será julgado vencedor da licitação o estaleiro com a proposta classificada em primeiro lugar e que apresente todos os requisitos e documentos exigidos.

Após esse trâmite, será aberto prazo para recursos. Ao final, será feita a divulgação do resultado dos recursos e a formalização da proposta vencedora na Petronect.

A TP 25 ainda prevê o lançamento de mais quatro editais para ampliação e renovação de frota, a construção de 25 navios entre petroleiros e gaseiros, — cujos editais são previstos para acontecer no final de 2024, início de 2025.

Transpetro — Operando 48 terminais —27 aquaviários e 21 terrestres—, cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios, a Transpetro é a maior subsidiária da Petrobras. A empresa é a maior companhia de logística multimodal de petróleo e derivados da América Latina.

A Transpetro presta serviços a distribuidoras, à indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás. A carteira da subsidiária da Petrobras conta com mais de 160 clientes.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

A Petrobras pode ser proibida de comprar gás natural de outras empresas. Um “freio” à estatal nesse mercado é negociado entre técnicos da companhia e do gabinete do senador Laércio Oliveira (PP-SE). Ele é relator, na Comissão de Infraestrutura do Senado, do projeto de lei que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).

Para o senador, a Petrobras controla o preço do gás natural do País ao comprar de 16 produtores diferentes e ainda importar da Bolívia com o objetivo de revender. A proposta discutida pelos técnicos, então, é permitir à estatal comercializar a própria produção de gás natural. Procurada, a empresa não comentou.

À Coluna do Estadão, Oliveira afirmou que sua ideia é fazer com que os produtores de gás natural no País vendam diretamente para o consumidor. “A Petrobras controla preços e quantidade do gás vendido porque, hoje, compra e revende sozinha. O que buscamos é que os produtores vendam direto para o consumidor. A Petrobras iria disputar a fatia do bolo. Mais gente vendendo, o preço cai”, declarou.

O Paten é um projeto que integra a chamada “agenda verde” do Congresso. De autoria do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), cria um fundo abastecido com precatórios e créditos tributários para financiar a transição energética no País. O texto já foi aprovado na Câmara, mas se for alterado pelo Senado, terá de ser novamente apreciado pelos deputados.

Em recente artigo no Estadão, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, ressaltou que o mercado de gás natural tem sido marcado nos últimos anos por mudanças de leis e proposição de inúmeros programas que têm em comum o fracasso de não conseguir aumentar a oferta e tampouco reduzir o preço da molécula.

A explicação principal para esse fracasso, diz ele, está no fato que tanto as leis como os programas não criaram políticas que conseguissem regular o monopólio da Petrobras. Com a finalidade de promover o aumento da concorrência no mercado de gás natural e a redução significativa do preço da molécula, estamos sugerindo quatro medidas a serem colocadas em lei.

Petro Notícias - SP   11/11/2024

O final de 2024 será bem movimentado no mercado global de navios-plataformas (FPSOs), com as novas encomendas que a Petrobrás irá demandar até dezembro. Segundo a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da companhia, Renata Baruzzi, as licitações para a contratação de dois FPSOs para o projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP 1 e 2) serão lançadas até o final deste ano. No momento, a Petrobrás discute com as demais companhias do consórcio de SEAP o melhor modelo de contratação das plataformas.

“Em relação aos projetos SEAP-1 e SEAP-2, enviamos para nossos parceiros a nossa proposta de condução dessa licitação, Assim que eles derem o aval, poderemos avançar. A nossa expectativa é que até o final do ano coloquemos essa licitação no mercado”, declarou a diretora durante uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (8). A estimativa para o início de produção dessas duas embarcações será revelada ao mercado no dia 22 de novembro, quando a Petrobrás divulgará o seu novo planejamento estratégico.

A empresa já tentou em outras duas oportunidades contratar os FPSOs para SEAP, mas as concorrências foram finalizadas sem sucesso. No mercado, comenta-se que a Petrobrás deve optar pelo modelo de BOT (construção, operação e transferência) nessa nova licitação.

Para lembrar, o projeto SEAP 1 abrange as jazidas pertencentes aos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-11 – com 60% de participação, em parceria com a IBV Brasil Petróleo LTDA (40%) – e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação. Já o projeto SEAP 2 abrange jazidas pertencentes aos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados nas concessões BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, respectivamente. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-4 – com 75% de participação em parceria com a ONGC Campos Limitada (25%) – e BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.

NOVAS PLATAFORMAS PARA BARRACUDA-CARATINGA E ALBACORA

Renata Baruzzi disse que a petroleira também deve iniciar até o final do ano a concorrência para a contratação da unidade do campo de Albacora, na Bacia de Campos. Assim como em SEAP, a Petrobrás também tentou no passado contratar uma planta para esse projeto, mas não conseguiu chegar a um acordo com as licitantes. Albacora está a cerca de 110 km a leste do Cabo de São Tomé, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a produção do campo acontece por meio das plataformas P-25, do tipo SS (Semi Submersível), e P-31, do tipo FPSO. A malha de escoamento de óleo da P-25 é constituída por um oleoduto que interliga a unidade à P-31.

A diretora da Petrobrás acrescentou que o processo de contratação para Barracuda-Carantiga, também na Bacia de Campos, já recebeu propostas e está em fase de avaliação. Por fim, a executiva relatou que a Petrobrás tem conversado com a indústria fornecedora para entender quais tem sido as principais dificuldades na execução de novos projetos. Segundo ela, um dos principais obstáculos atualmente é a financiabilidade das companhias.

“Fizemos ajustes tanto no fluxo de caixa quanto no modelo de contratação para melhorar as condições financeiras para as empresas. Estamos incentivando várias empresas a voltar a trabalhar com a Petrobrás. Recentemente, eu e a presidente [da Petrobrás] Magda [Chambriard] estivemos na Ásia. Fizemos várias reuniões há cerca de duas semanas para trazer empresas internacionais para trabalhar no Brasil, em parceria com empresas brasileiras. Muitas dessas empresas já têm Memorandos de Entendimento (MOUs) assinados com companhias locais para participarem da construção dessas plataformas aqui no Brasil”, contou.

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2024

Um impulso global para descarbonizar as viagens aéreas fez com que grupos ligados a grandes empresas de petróleo e fundos soberanos apostassem no Brasil para se tornar um dos principais centros globais de combustível de aviação verde. O País tem se tornado um ímã para esses investimentos, à medida que os países correm para abocanhar uma parte do que promete ser um mercado de rápido crescimento.

A Shell e a Mubadala Investment, de Abu Dhabi, por exemplo, analisam novas fábricas de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em ingês) em território brasileiro. Isso se deve, em parte, ao fato de a maior economia da América Latina ser a segunda maior produtora mundial de etanol, que pode ser usado para produzir SAF.

O Brasil, um gigante da agricultura, tem uma ampla variedade de culturas de baixo custo para a produção de biocombustíveis, o que lhe dá uma vantagem sobre concorrentes, como os EUA. Além disso, muitos desses insumos brasileiros apresentam uma pegada de carbono mais baixa, fator essencial para atender aos requisitos na produção do SAF.

“O Brasil está em uma posição muito privilegiada para ser o centro mundial de SAF”, disse Bruno Serapião, diretor-executivo do grupo de cana-de-açúcar Atvos Agroindustrial SA. A empresa apoiada pela Mubadala atualmente está considerando investir em uma unidade de SAF que usará a tecnologia de álcool para jato, convertendo etanol em combustível de aviação.

O SAF é um dos poucos caminhos que a indústria da aviação tem à sua disposição para reduzir sua pegada de carbono, que representa cerca de 2,5% das emissões globais. O interesse em combustível verde está aumentando, impulsionado pelo apoio político, particularmente na União Europeia e nos EUA, mas a demanda excede em muito a oferta disponível e prevê-se que continuará crescendo.

Ricardo Mussa, diretor-executivo da companhia de açúcar e etanol Raizen, disse que a produção de etanol do Brasil coloca o País em uma posição forte para ser um grande exportador de SAF.

“Para cada litro de SAF, precisamos de 1,7 litros de etanol, então o melhor lugar para produzir seria na origem, no Brasil”, disse Mussa.

A produção de combustível de aviação verde no Brasil tem o potencial de atingir cerca de 50 bilhões de litros (13,2 bilhões de galões) até 2030 com mais investimentos na agricultura, de acordo com dados preliminares de um estudo realizado pela Airbus, LATAM Airlines Group SA e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Isso é semelhante à produção potencial dos EUA, mas o Brasil está prestes a ser um exportador maior, com a produção americana sendo consumida internamente.

Empresas e autoridades no Brasil esperam que o SAF feito do etanol do País seja mais eficaz do que outras alternativas baseadas em outras culturas. Isso se deve principalmente a como os padrões internacionais para a limpeza do transporte aéreo global estão sendo escritos.

De acordo com dados da Organização Internacional da Aviação Civil, o etanol brasileiro de cana-de-açúcar tem emissões de carbono mais baixas em comparação com outros ingredientes de SAF, como óleo de soja ou etanol de milho dos EUA. Isso significa que SAF produzido no Brasil provavelmente seria mais eficiente em ajudar as companhias aéreas a atingir metas para reduzir suas emissões de carbono.

“Quanto mais exigentes forem os planos de redução de emissão, maior o preço do carbono, melhor posicionado o Brasil estará”, disse Marcelo Moreira, sócio da consultoria Agroicone.

O Brasil já está exportando etanol para plantas nos EUA que o transformam em SAF. Agora, quer fazer suas próprias plantas de combustível de aviação. Linhas de crédito apoiadas pelo governo e novos mandatos forçando as companhias aéreas a descarbonizar estão ajudando a indústria.

Ainda assim, o Brasil tem de competir com grandes incentivos fornecidos pela legislação climática emblemática do presidente Joe Biden, o Ato de Redução da Inflação.

“Há um risco de que o etanol brasileiro vá ser exportado para ser convertido em SAF em todo o mundo e que teríamos que importar SAF”, disse o CEO da BP Bioenergia, Geovane Consul. O Brasil precisa trabalhar para garantir que isso não aconteça, disse ele.

Em resposta a essas preocupações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou no início deste mês a legislação “Combustível do Futuro” que cria mandatos mais amplos para biocombustíveis. Projetos para impulsionar a infraestrutura no país estão avançando em um ritmo mais rápido do que alguns empreendimentos semelhantes nos EUA.

A FS Bioenergia, uma das principais produtoras de etanol do Brasil e que conta com o apoio da Summit AG Advisors LLC, com sede nos EUA, disse este mês que prosseguirá com um projeto de captura de carbono para fornecer o que afirma ser o primeiro etanol com emissão de carbono negativa. Enquanto isso, a Summit Carbon Solutions está enfrentando atrasos em seu pipeline de captura e armazenamento de carbono nos EUA.

Grupos que dominam os mercados globais de combustíveis têm conexões de longa data com os produtores de etanol no Brasil.

A Raizen, uma joint venture entre a Shell e a Cosan do Brasil, anunciou planos para construir uma planta de álcool para jato. A britânica BP Plc também apontou recentemente os mercados de combustível de jato como parte de sua estratégia após adquirir ações vendidas pela Bunge Global SA em uma antiga joint venture de etanol brasileiro.

Embora muitos projetos brasileiros de SAF ainda estejam em seus estágios iniciais, o fornecedor de equipamentos Honeywell International Inc. acredita que cerca de quatro a cinco novas plantas possam “chegar ao mercado muito em breve”, disse Ken West, CEO da empresa de soluções de energia e sustentabilidade.

Valor - SP   11/11/2024

A diretora-executiva de assuntos corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, afirmou, em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, que a resposta da área técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à proposta de exploração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, não foi vista como uma negativa do órgão ambiental.

Coppetti acrescentou que a empresa está respondendo a todos os questionamentos feitos pelo Ibama e segue confiante de que vai atender ao órgão ambiental para liberar a perfuração na Margem Equatorial.

A executiva acrescentou que a empresa propôs a construção de uma base de proteção à fauna na cidade de Oiapoque (AP), articulada com embarcações e aeronaves e com a participação integrada de veterinários e biólogos para o tratamento da fauna local. Ela disse que a estatal segue à risca os manuais do Ibama.

“Toda a resposta da Petrobras vem de acordo com o que é exigido nos manuais do Ibama”, afirmou Coppetti. “As equipes [de Ibama e Petrobras] não têm parado de discutir isso e acreditamos que até o fim de novembro, responderemos todos os questionamentos e detalhes técnicos que a equipe técnica do Ibama nos enviou há dez dias”, afirmou Sylvia dos Anjos, diretora-executiva de exploração e produção da petroleira.

Sylvia declarou ainda que os investimentos em exploração e produção não competem entre si. Segundo ela, a companhia tem condições financeiras para atuar em todas as frentes, nacionais e internacionais, inclusive na Margem Equatorial.

Uma vez conseguida a licença ambiental, a Petrobras precisará de três a quatro meses para iniciar a perfuração na Margem Equatorial, com a preparação e transferência da sonda para a região.

Plano estratégico

A presidente da Petrobras, Madga Chambriard, evitou apresentar valores possíveis que envolvam o novo plano estratégico da empresa, previsto para ser divulgado dia 21 de novembro, mas afirmou que a exploração e produção continuará a ser o foco do novo planejamento. Além disso, acrescentou que as refinarias “ensejarão cuidados e vão produzir para toda a sociedade combustíveis cada vez mais limpos e renováveis”.

A diretora-executiva de engenharia, tecnologia e inovação, Renata Baruzzi, disse que a empresa ajustou os modelos de contratação para novas plataformas depois de conversas com fornecedores, enquanto o diretor-executivo de logística, comercialização e mercados, Claudio Schlosser, acrescentou que o desmantelamento da plataforma P-32 no estaleiro Rio Grande está “avançando”. Segundo ele, a empresa conversa com a Gerdau para alinhar os padrões de limpeza das plataformas.

Projetos

O diretor-executivo de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou que o cenário atual no setor de energia é de sobreoferta, com mais projetos do que demanda. Com isso, ressaltou o executivo, houve um momento de enxugamento de projetos no país.

Tolmasquim disse que a estatal tem recursos para investimentos e parceiros potenciais para projetos para o setor de energia renovável.

Segundo ele, há negociações em andamento com quatro empresas, mas a Petrobras busca condições ideias para aprovar os projetos das áreas eólicas e solar.

O diretor-executivo frisou que o caminho ideal para a empresa no setor de renováveis é buscar parcerias. Uma opção, disse, poderia ser buscar projetos que já estejam em operação, deixando os projetos greenfield (novos) para um “estágio além”. “É uma possibilidade que estamos analisando”, frisou Tolmasquim.

Os executivos da Petrobras participaram de entrevistas coletivas e teleconferências com analistas para falar sobre o resultado da petroleira no terceiro trimestre.

Infomoney - SP   11/11/2024

A indústria brasileira de petróleo poderá ter oportunidades de expandir suas exportações para a China, caso o presidente eleito Donald Trump retome em seu novo governo uma guerra comercial travada com o país asiático em seu primeiro mandato, na avaliação de especialistas.

O presidente eleito prometeu impor uma tarifa de 60% sobre produtos chineses, em medida que poderá também provocar retaliações chinesas e reflexos nas compras de petróleo, gás e petroquímicos pela China.

“Um provável novo capítulo da guerra comercial poderia levar a mudanças da balança comercial de petróleo brasileira, aumentando os fluxos de exportação para a China, principalmente”, disse a analista de Inteligência de Mercado da consultoria StoneX, Isabela Garcia, em um relatório.

O Brasil é atualmente o sétimo maior fornecedor de petróleo para China, com uma média de 720 mil barris por dia (bpd) no acumulado do ano até setembro, ou 6,5% de participação no mercado chinês, segundo dados oficiais chineses citados pela analista da StoneX.

“Nos últimos anos, o país vem aumentando o volume exportado para a China, reflexo tanto do crescimento do consumo chinês quanto do aumento da produção doméstica do óleo”, afirmou Garcia.
Já os Estados Unidos são o décimo maior ofertante de petróleo para a China, com média de 200 mil bpd no acumulado do ano até setembro, adicionou.

A especialista ponderou, no entanto, que países mais próximos da China como Rússia, Iraque, Arábia Saudita e Irã, poderiam tomar um eventual espaço na pauta de importações da China com mais facilidade que o Brasil.

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, destacou que o protecionismo pode provocar desvios nos fluxos de comércio e pontuou que uma eventual guerra comercial China-EUA pode abrir uma janela de oportunidade para o Brasil ampliar seu comércio com a China.

Apesar de ser ainda cedo para cravar a direção que Trump tomará quando tomar posse, os analistas são unânimes em ressaltar tendências de maior protecionismo americano, incentivos para o petróleo e menores preocupações com toda a agenda climática, com eventuais reflexos positivos e negativos no Brasil.

CENÁRIO DO PETRÓLEO

O forte apoio de Trump à agenda do petróleo, com uma bandeira em prol da soberania energética dos EUA, segundo análises, também poderá fortalecer a atual narrativa da indústria brasileira, que batalha para convencer a sociedade que é preciso avançar na exploração de novas fronteiras petrolíferas no Brasil.

Para o presidente do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, a vitória de Trump ressalta a necessidade do Brasil de buscar manter sua autossuficiência em petróleo, como os EUA historicamente o fizeram.

O Brasil, que também é uma potência em energias renováveis, caminha para atingir o topo de sua produção de petróleo no início da década de 2030, caso novas descobertas importantes não aconteçam. Ardenghy ressaltou ainda que a produção do país tem uma menor pegada de carbono quando comparada com outros grandes produtores.

Nessa linha, o presidente da Associação Brasileira dos Refinadores Privados (Refina Brasil), Evaristo Pinheiro, acredita que o perfil pró-petróleo de Trump poderá impulsionar inclusive a vinda de petroleiras norte-americanas ao Brasil, onde elas não têm atualmente reservas relevantes.

“A maioria conquistada na Câmara e no Senado pelo Partido Republicano tende a impulsionar as empresas americanas de óleo e gás também para o exterior”, disse Pinheiro.

“Pode ter um interesse de empresas norte-americanas de investir aqui na exploração de novas fronteiras inclusive (viabilizando) novas capacidades de refino, dado que o Brasil é um grande mercado e demonstra déficit na sua produção de derivados.”

Por outro lado, o professor Edmar de Almeida, do Instituto de Energia da PUC-Rio, pontuou que a prometida política de expansão da produção de petróleo de Trump poderia contribuir com um efeito de redução dos preços globais do petróleo, diante de uma maior oferta internacional.

Além disso, Almeida afirmou que a promessa do presidente eleito de reduzir o custo de vida da população norte-americana e combater a dívida pública também poderá trazer efeitos baixistas para o petróleo.

“O preço do galão na bomba é uma referência muito importante para o custo de vida do americano”, disse Almeida, que também é presidente da Associação Internacional de Economia da Energia (IAEE).

RENOVÁVEIS, COMO FICAM?

Já do lado das energias renováveis, há dúvidas entre especialistas se Trump deverá manter os enormes subsídios em curso, já que o político apresenta menores preocupações com a agenda climática. Em um cenário em que decida reduzi-los, Almeida acredita que a indústria brasileira, que hoje não consegue competir com os incentivos dos EUA, poderia tornar-se mais atrativa.

Entretanto, o presidente da consultoria PSR, Luiz Barroso, ressaltou que medidas protecionistas de Trump poderiam ter também um efeito de atrair para o mercado norte-americano investimentos que eventualmente poderiam ser feitos no Brasil, inclusive com menores oportunidades para a exportação de produtos verdes para os EUA.

“A agenda econômica do Trump pode levar mais investimentos para os Estados Unidos, incluindo muitos que poderiam vir ao Brasil se beneficiando da agenda verde e que pode perder relevância agora justamente pelo menor valor agregado que os produtos do país podem entregar dentro desta agenda mais protecionista”, afirmou Barroso.

O presidente da PSR ressaltou ainda que, de uma forma mais ampla, a parceria Brasil-EUA vai depender muito de como fica a relação Lula–Trump no campo político.

Nesse caso, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (ABESPetro), Telmo Ghiorzi, ressaltou acreditar que haverá uma relação pragmática e citou que o assessor especial da Presidência, embaixador Celso Amorim, disse na véspera ser “perfeitamente possível” que o Brasil tenha uma relação normal e civilizada com os Estados Unidos sob a liderança do republicano Donald Trump.

Globo Online - RJ   11/11/2024

A promessa de Donald Trump de aumentar os investimentos na produção de petróleo para reduzir o custo da energia nos Estados Unidos pode afetar os esforços globais de ampliação de fontes renováveis e forçar o Brasil a decidir que papel deseja ter no mapa da transição energética, avaliam especialistas.

Em meio às incertezas envolvendo a exploração de petróleo na Margem Equatorial, no litoral norte, para ampliar as reservas da Petrobras, e à projeção internacional que o governo Lula busca no combate às mudanças climáticas — inclusive sediando a COP30 em 2025 —, a volta de um negacionista à Casa Branca prometendo estimular combustíveis de origem fóssil mexe com o tabuleiro global desse mercado.

Atualmente, os Estados Unidos lideram o ranking mundial de produção de petróleo, com 12,9 milhões de barris diários. Em seguida vêm Rússia (10,6 milhões), Arábia Saudita (9,6 milhões), Canadá (4,9 milhões) e Iraque (4,3 milhões). O Brasil é o oitavo, com 3,4 milhões de barris diários, de acordo com dados do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).

Os EUA consolidaram a posição nos últimos quinze anos com o avanço do fracking, uma técnica não convencional em terra que utiliza grandes quantidades de água e produtos químicos. Caro, esse método é questionado por ambientalistas devido aos riscos de contaminação de solo e lençóis freáticos, além de levantar dúvidas sobre o descarte dos componentes utilizados na produção dos chamados tight oil e shale gas.

Custo de energia

Não é difícil perceber que Trump não se importa com isso, nem com as emissões de carbono geradas pelos derivados do petróleo. A prioridade dele é baixar o custo dos combustíveis, que alimenta a inflação, fator que contribuiu para a derrota de Kamala Harris.

Durante a corrida presidencial, Trump afirmou que estabeleceria uma meta nacional para garantir que os EUA tivessem o menor custo de energia entre os países industrializados. E cunhou uma de suas frases mais marcantes na campanha: drill, baby, drill (“perfure, querido, perfure” ou “perfure sem parar”, em tradução livre). Com sua vitória, esse sinal verde já é esperado na indústria de petróleo e gás, com duas consequências principais.

A primeira delas é na cotação internacional do barril, que tende a cair se a oferta americana aumentar ainda mais. Isso trará repercussões à viabilidade econômica da exploração não só nos EUA, mas também em outros países produtores, como o Brasil. O segundo efeito é nos incentivos do governo americano ao desenvolvimento das fontes renováveis de energia, marca da política industrial de Biden.

Em um evento em maio, Trump chegou a declarar, por exemplo, que interromperia projetos de energia eólica offshore (em alto-mar) em seu primeiro dia de governo. Alegou, sem provas, que essa fonte de energia — já adotada em vários países e alvo de estudos no Brasil pela Petrobras e outras petroleiras — é responsável pela morte de baleias, Trump prometeu também reduzir o escritório de fontes renováveis do Departamento de Energia americano.

A promessa de afrouxar a regulação ambiental no setor de óleo e gás em áreas sensíveis nos EUA, como o Alasca e a Costa Leste, além de liberar licenças para a exportação de GNL (gás em estado líquido), que hoje estão suspensas, ajudou Trump a obter votos em estados produtores como Texas, Louisiana, Ohio, Virgínia Ocidental, Pensilvânia, Dakota do Norte e do Sul. Porém, especialistas advertem que aumentar a produção de petróleo depende das condições de mercado, não só da Casa Branca.

— Há uma série de variáveis que definem o valor do barril. Os EUA, ao aumentarem a produção, podem criar um vetor para reduzir o preço, mas existem outros fatores nessa equação, como os conflitos no Oriente Médio e entre Rússia e Ucrânia. Os EUA são os maiores produtores, mas não os únicos. E, dependendo da direção do preço do petróleo, a produção pode se tornar inviável em diversos locais — afirma o consultor Cleveland Prates, mestre em Economia de Empresas pela FGV.

Analistas do setor energético, no entanto, concordam que o cenário para investimentos em renováveis se tornará ainda mais desafiador nos EUA e, por consequência, no mundo. Em um relatório recente, o presidente da consultoria Wood Mackenzie, Simon Flowers, foi taxativo: um governo Trump significa mudanças radicais para a política climática.

“As expectativas de crescimento de curto prazo para energia eólica, solar, armazenamento de bateria e veículos elétricos dependem de incentivos”, que, escreveu o especialista, “provavelmente serão removidos ou modificados”.

Carros elétricos

No setor automobilístico, Flowers afirma que a expectativa é que o novo governo Trump “revise os padrões de emissão do escapamento a partir de 2027, aliviando as pressões que estavam empurrando os fabricantes em direção aos modelos elétricos”.

Edmar Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-RJ, tem dúvidas sobre o impacto do estímulo do governo Trump a projetos de petróleo e gás na transição energética:

— Evidentemente, nesse cenário, as políticas de promoção de renováveis terão de ser mais assertivas. Posso estar errado, mas não creio que haja clima para que os EUA assumam uma postura explicitamente contra os renováveis, como Trump fez em sua primeira administração ao retirar o país do Acordo de Paris (no qual os países se comprometeram com metas de redução de emissões de gases do efeito estufa). Mas haverá um ambiente mais desafiador.

Prates, da FGV, ressalta que, se atualmente muitos projetos de energia renovável já estão com a luz amarela devido aos custos elevados, a tendência é que sejam engavetados nos próximos anos por empresas ao redor do mundo.

— Ao colocar uma energia mais barata, como o petróleo, o que acontecerá com as mais caras? Muitos projetos podem se tornar inviáveis. Quem vai pagar essa conta? Ter países como o Brasil investindo em renováveis e descarbonização, enquanto os EUA não se comprometem, cria um cenário de incerteza. Quem vai arcar com o custo da transição?

O que fazer aqui?

É por isso que especialistas ressaltam a importância de o Brasil, dono de uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, aprimorar sua estratégia. Para eles, é preciso planejar o setor energético de forma integrada, desde a decisão de explorar petróleo em novas áreas até a criação de leis para estimular fontes renováveis e evitar subsídios cruzados.

— O Brasil precisa decidir se deseja ou não se manter como um grande produtor e exportador de petróleo ou se focará apenas no pré-sal, cuja produção começará a decair na próxima década. Por enquanto, essa decisão (como a exploração da Margem Equatorial) está sendo tomada pelos órgãos ambientais, de forma não explícita e sem um debate amplo. Acho que existem bons argumentos para os dois lados, mas o clima político impede um debate mais transparente — diz Almeida.

Para Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a intenção de Trump de aumentar a produção de petróleo está ligada à ideia de segurança energética. Ele lembra que os EUA importam cerca de 26% do que consomem — patamar semelhante ao do Brasil.

— Por isso, é importante para o Brasil ficar atento e buscar o seu papel na segurança energética, pois o mundo vai continuar geopoliticamente complexo nos próximos anos. A depender da imposição de tarifas dos EUA a países como a China, que compram etanol americano, pode representar também uma oportunidade para o Brasil — diz Ardenghy.

Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, pondera que a demanda internacional de petróleo deve permanecer em torno de 105 milhões de barris por dia nos próximos 20 anos, mesmo com esforços para reduzir emissões. A exportação de petróleo americano atualmente representa 4,3% da demanda mundial, segundo o especialista.

— Por isso, um bom planejamento para o uso das reservas nacionais é interessante para prolongar o ciclo de produção no Brasil. A ampliação da exploração de reservas nacionais deve ser orientada pela capacidade de investimento da Petrobras, dentro de sua visão estratégica como empresa exportadora de petróleo.

Consumo vai aumentar

D’Elia defende que o Brasil dê atenção às metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, mas acredita que o consumo interno de derivados de petróleo ainda deve aumentar, uma vez que subsídios à eletrificação ou tarifas para a importação de veículos elétricos podem ser afetados por novas políticas nos EUA.

— O principal impacto do governo Trump seria a retirada do país de acordos climáticos e o não cumprimento das metas pelos EUA, o que afetará o esforço global para a redução de emissões de carbono. A influência de Trump deverá ser forte no consumo doméstico americano, devido a mudanças nas políticas relativas à mudança climática — diz D’Elia.

Valor - SP   11/11/2024

O petróleo cru ultrapassou soja e derivados como principal produto na pauta exportadora brasileira

A Petrobras conseguiu um resultado “esplendoroso” nas palavras da diretora-presidente da empresa, Magda Chambriard, em entrevista coletiva on-line nesta sexta-feira (8).

A executiva iniciou sua fala destacando que a empresa é a principal produtora de óleo cru do país. E que foi uma das maiores responsáveis para que, na pauta exportadora brasileira, o petróleo cru ultrapassasse soja e derivados como principal produto na pauta exportadora brasileira.

Ela comentou ainda que, em seu entendimento, os resultados do terceiro trimestre “foram sólidos e consistentes” e “ultrapassaram expectativas do mercado”, diz presidente. Ela lembrou ainda que, no segundo trimestre, o desempenho da empresa foi afetado por itens não-recorrentes, sem efeito caixa.

“Estamos no caminho certo com geração de caixa crescente, com plataformas a entrar [em operação], disse a presidente, ao comentar que o desempenho ocorreu mesmo com o petróleo do tipo Brent em cotação menor do que em períodos anteriores.

Ela pontuou ainda que a dívida financeira da empresa está no menor patamar desde 2008, e é, em seu entendimento, “ praticamente irrisória” frente o tamanho da companhia.

No campo energético como um todo, na análise de Chambriard, a empresa é capaz “de fornecer toda energia que o Brasil precisa e que está sob nossa responsabilidade”. “Somos responsáveis pela geração de 31% de toda energia primária do país”, completou.

Em sua fala inicial, a executiva também destacou governança da companhia. “Para quem acha que a companhia não tem governança e não é íntegra, convido a olhar nosso código de ética”, disse.

Depois de registrar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre deste ano, a Petrobras reverteu as perdas e voltou a ter um resultado positivo no terceiro trimestre.

Conforme divulgou na noite desta quinta-feira (7), a estatal teve um lucro de R$ 32,55 bilhões entre julho e setembro de 2024. Em relação a igual período de 2023, o resultado representa um aumento de 22,3%.

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard — Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Capacidade de refino

O diretor executivo de logística, comercialização e mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, afirmou que a estratégia de preços da empresa permitiu que a companhia não fizesse reajuste sobre diesel neste ano.

O executivo avaliou, ainda, que a empresa acompanha oscilações de câmbio, quando estuda definições, a respeito de preços. Tudo relacionado ao tema, no que pode mexer com preços, é mensurado pela Petrobras, comentou ele, quando se trata de definir a estratégia comercial nesse campo, notou.

Ele fez um retrospecto em relação à estratégia comercial da empresa, no que concerne aos preços de combustíveis neste ano. Na análise do executivo, a postura da empresa nesse campo também permitiu que se aumentasse capacidade de refino.

Na ocasião, os executivos da companhia foram questionados sobre o interesse da empresa na Refinaria de Mataripe, controlada pela Mubadala Capital, por meio da Acelen. “Definição sobre refinaria de Mataripe não é nossa prioridade”, afirmou Magda Chambriard.

Em dezembro do ano passado, a Petrobras informou ao mercado, por meio de comunicado, que avaliaria a potencial aquisição de participação acionária na Refinaria de Mataripe.

Leilão

O diretor executivo de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou que a estatal está preparada para participar do próximo leilão de capacidade de energia a ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e frisou que a companhia tem a necessidade de entrar nesses certames para garantir o uso das termelétricas que hoje estão no portfólio da companhia.

Segundo ele, as térmicas a gás como as que a Petrobras possui são cada vez mais importantes para a operação do sistema elétrico devido ao crescimento das fontes intermitentes, como eólicas e solares.

Tolmasquim, que foi presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), afirmou que a instituição aponta que entre 2024 e 2033 14,5 gigawatts poderão deixar o sistema, por fim de contrato ou por fim da vida útil. “É fundamental olhar a questão das termelétricas”, disse.

Ele acrescentou que a própria Petrobras terá 2,9 GW de sua capacidade total de 4,9 GW deixando o sistema nos próximos anos devido ao fim do contrato. “É fundamental para a gente ter esse leilão para garantir a remuneração das plantas. Sem remuneração das plantas, temos dificuldade de manter o ativo.”

Braskem

O diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, foi questionado sobre a possibilidade de a Petrobras comprar a participação da Novonor, antiga Odebrecht, na Braskem.

“Estamos fazendo nosso dever de casa. Entendemos que a Braskem é uma companhia que traz bastante sinergia com nosso ‘core’ e temos olhado com bastante carinho”, disse.

“Temos posição importante na companhia. Temos 36% aproximadamente da companhia”, lembrou. “E avaliamos modelos de negócio que tragam mais geração de valor para a companhia”, afirmou.

Portos e Navios - SP   11/11/2024

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou uma nota técnica ressaltando que ajustes regulatórios poderiam aumentar a produção de petróleo e gás nos campos maduros do Brasil. O documento, intitulado “A relevância de campos maduros e marginais para o estado do Rio”, destaca que o fortalecimento desse setor é essencial para ampliar a autossuficiência energética do país e reduzir a dependência de importações. A análise dos dados do Painel Dinâmico de Campos Maduros e Marginais mostra que, entre 2020 e 2024, campos beneficiados por incentivos aumentaram a produção em 23%, enquanto os demais apresentaram queda de 35%.

A Firjan defende políticas públicas que incentivem investimentos, simplifiquem processos regulatórios e promovam o uso de novas tecnologias, especialmente para produtoras de pequeno e médio porte. Segundo a gerente geral de petróleo, gás, energias e naval da Firjan, Karine Fragoso, reduzir alíquotas de royalties em produções incrementais tem sido eficaz para estender a vida útil dos campos, melhorar o fator de recuperação e facilitar a adoção de tecnologias sustentáveis.

Em 2023, a produção dos campos maduros gerou R$ 6,5 bilhões em royalties, dos quais 70% foram originados no estado do Rio de Janeiro. Campos beneficiados por reduções de royalties responderam por R$ 1,16 bilhão desse montante. A nota técnica e o painel dinâmico de campos maduros e marginais foram apresentados em um evento promovido pela Firjan na sede da operadora Prio, no Rio de Janeiro, que contou com a participação de representantes do setor e do governo. Acesse a NT pelo site da Firjan.

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