Infomoney - SP 11/12/2024
O chefe de um poderoso sindicato de metalúrgicos dos Estados Unidos que se opõe à venda da U.S. Steel para a japonesa Nippon Steel disse que não recebeu garantias do grupo asiático de que está comprometido em garantir o sucesso duradouro da siderúrgica norte-americana.
A oferta de aquisição da U.S. Steel por 15 bilhões de dólares feita pela Nippon Steel foi criticada tanto pelo presidente norte-americano, Joe Biden, quanto pelo presidente eleito Donald Trump e está sujeita a uma análise de segurança nacional no final deste mês pelo painel do governo norte-americano CFIUS.
David McCall, chefe do sindicato United Steelworkers, conversou com a Reuters na segunda-feira, quando a Nippon Steel publicou detalhes dos vários compromissos que assumiu para obter o apoio do sindicato, incluindo segurança no emprego e investimentos.
Uma das principais preocupações de McCall é que a Nippon possa importar aço para os EUA a partir de suas usinas internacionais, uma estratégia que ele teme que possa corroer uma empresa que ajudou a construir o Empire State Building e a armar as forças dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
“Quando conversamos com eles, não houve nada que nos garantisse a viabilidade das operações a longo prazo”, disse McCall à Reuters. “Eles (a Nippon Steel) querem um retorno sobre o investimento e eu entendo isso, mas não podem deixar nossas instalações se deteriorarem para que possam trazer produtos de suas outras usinas ao redor do mundo e ter acesso ao nosso mercado.”
A Nippon Steel já negou anteriormente que importará aço de suas usinas internacionais depois de fechar o acordo com a U.S. Steel e disse repetidamente que considera dos EUA como um mercado essencial para seu crescimento futuro.
Representantes da Nippon Steel e da U.S. Steel não comentaram o assunto.
McCall também criticou os pretendentes japoneses por não tentarem impedir ou intervir no que ele chamou de “intimidação” do presidente-executivo da U.S. Steel, David Burritt, para fechar o negócio.
Burritt disse ao Wall Street Journal em setembro que a empresa fecharia usinas siderúrgicas e provavelmente mudaria sua sede para fora de Pittsburgh se a venda para a Nippon Steel fracassar.
“Ele é como um valentão no pátio da escola exigindo seu dinheiro para o almoço”, disse Burritt, acrescentando que as ameaças “assustaram muito” alguns de seus membros.
A Nippon Steel quer fechar o negócio antes que Trump – que prometeu bloquear a transação – assuma a presidência dos EUA em 20 de janeiro.
Infomoney - SP 11/12/2024
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden planeja formalmente bloquear a venda de US$ 14,1 bilhões (R$ 85 bilhões) da US Steel para a Nippon Steel com base em questões de segurança nacional, assim que o negócio for encaminhado a ele no fim deste mês, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
O Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês), que tem analisado a proposta de aquisição durante grande parte deste ano, deve encaminhar sua decisão a Biden até 22 ou 23 de dezembro, afirmaram as fontes, que pediram para não serem identificadas ao discutir um processo confidencial.
Não está claro exatamente o que a análise do CFIUS dirá. No entanto, qualquer encaminhamento ao presidente sugere que pelo menos um membro do painel vê o negócio como um risco. A Nippon Steel e a US Steel estão preparadas para recorrer à Justiça caso Biden decida bloquear a fusão, disseram algumas das fontes.
A Casa Branca e o Departamento do Tesouro se recusaram a comentar. “Essa transação deve ser aprovada com base em seus méritos”, disse a porta-voz da US Steel, Amanda Malkowski. As ações da empresa foram suspensas devido à volatilidade, após uma queda de 8,8% em Nova York.
“É inadequado que a política continue a pesar mais do que os verdadeiros interesses de segurança nacional — especialmente com a aliança indispensável entre os EUA e o Japão como base importante”, afirmou a Nippon Steel em um comunicado. “A Nippon Steel ainda confia na justiça e na equidade da América e em seu sistema legal e — se necessário — trabalhará com a US Steel para considerar e tomar todas as medidas disponíveis para alcançar uma conclusão justa.”
O destino da outrora famosa fabricante de aço dos EUA tornou-se uma questão política quente desde que a empresa chegou a um acordo para ser adquirida por seu pretendente japonês quase um ano atrás. A US Steel afirmou que o negócio representa uma tábua de salvação e alertou que pode mover sua sede para fora da Pensilvânia e fechar algumas operações se a fusão falhar.
Biden — nascido no estado da Pensilvânia, lar da US Steel — tem sinalizado há muito tempo sua oposição à venda e afirmou que a empresa permaneceria sob controle nacional. Ao mesmo tempo, ele não se comprometeu a bloquear o negócio, enquanto o presidente eleito Donald Trump prometeu repetidamente fazê-lo.
O processo do CFIUS foi estendido em setembro com uma manobra processual, o que adiou o prazo de encaminhamento para este mês e levantou questões sobre se o negócio poderia prosseguir após a eleição, mesmo com Biden se mantendo firme. “Não mudei de ideia”, disse ele em 27 de setembro.
O poderoso sindicato United Steelworkers também se opôs ao negócio. A vice-presidente Kamala Harris ecoou a posição de Biden durante sua campanha como candidata do Partido Democrata na eleição presidencial.
É incomum que o CFIUS rejeite aquisições por entidades de um país amigo, como o Japão.
O momento exato de qualquer anúncio de Biden não está claro. O presidente tem 15 dias a partir do encaminhamento para anunciar uma decisão. Outra extensão do processo do CFIUS — que adiaria a decisão para a próxima administração — não é esperada, disseram algumas das fontes.
O Estado de S.Paulo - SP 11/12/2024
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa nesta terça-feira, 10, sua reunião para definir a nova taxa de juros sob enorme pressão. Desde a última reunião, em novembro, quando a taxa Selic subiu de 10,75% para 11,25% ao ano, todas as variáveis usadas pela autoridade para conduzir os juros pioraram. Se antes uma alta de 0,5 ponto porcentual no juro era praticamente unanimidade, hoje a expectativa do mercado é de aumento de 0,75 ponto - e uma alta ainda maior, de 1 ponto porcentual, não seria surpresa para ninguém.
A disparada do dólar para acima de R$ 6,00 após a frustração do mercado com o pacote de corte de gastos do governo é o principal retrato da deterioração do cenário. A desancoragem das expectativas se aprofundou. A mediana do mercado financeiro para a inflação no segundo trimestre de 2026, o horizonte que é levado em conta na política monetária, saltou de 3,86% para 4,16%, ante os 3,60% esperados pelo BC. Essa piora já incorpora uma trajetória muito mais alta para a Selic no relatório Focus, do BC, já que a projeção de juro ao final do ciclo de alta subiu de 12,5% para 13,75% nos últimos 45 dias.
Ao mesmo tempo, dados correntes também se mostram mais desafiadores para o BC. A atividade econômica continuou resiliente, com crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e queda do desemprego à mínima histórica de 6,2%. Na última leitura de inflação, divulgada nesta terça-feira, o IPCA acumulado em 12 meses acelerou para 4,87%.
A combinação desses fatores deve levar a um novo aumento das projeções de inflação do Comitê, o que reforça a necessidade de intensificação do ritmo de alta dos juros e endurecimento da comunicação. O Goldman Sachs, por exemplo, espera elevação das estimativas do BC para o IPCA de 2024 (4,6% para 4,8%), 2025 (3,9% para 4,2%) e do segundo trimestre de 2026 (3,6% para 3,7%).
“Quando passamos parágrafo por parágrafo do comunicado da reunião passada, o que chama atenção é que tudo piorou”, diz o economista-chefe da Oriz Partners, Marcos de Marchi. “Olhando para o balanço de riscos do BC, a desancoragem aumentou, a resiliência da inflação piorou, e a taxa de câmbio, nem se fala. O BC já tinha dito que tudo isso demanda uma política monetária mais contracionista.”
Marchi espera que o Copom intensifique o ritmo de aperto monetário, com alta de 0,75 ponto porcentual na Selic nesta quarta-feira, 11 - em linha com as medianas do relatório Focus e da mais recente pesquisa Projeções Broadcast. A opção por 0,75, em vez de 1 ponto, estaria em linha com as preferências desenhadas na última ata, quando o Comitê pregou a necessidade de “maior cautela na condução da política monetária doméstica”, afirma.
Na mesma linha, o economista-chefe da EQI Investimentos, Stephan Kautz, afirma que a opção por um aumento de 0,75 ponto parece mais adequada diante das incertezas do cenário. A tramitação do pacote de ajuste fiscal no Congresso e as dúvidas sobre a política econômica americana, após a eleição do republicano Donald Trump para a presidência do país, demandam uma posição mais cautelosa, ele afirma.
A economista-chefe da consultoria Buysidebrazil, Andrea Damico, por sua vez, avalia que a piora do cenário já é suficiente para justificar aceleração do ritmo de aperto para 1 ponto porcentual. Ela destaca que, na comparação interanual, a demanda doméstica cresceu 5,7% no PIB do terceiro trimestre, demonstrando resiliência maior da atividade econômica. Além disso, o cenário externo piorou desde a última reunião. Aqui, as incertezas fiscais cresceram.
“Ao invés de termos um choque positivo no fiscal, veio um choque negativo. E o próprio Galípolo (Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e próximo presidente do BC) e o Roberto Campos Neto (atual presidente do BC) falaram que, independentemente da política fiscal ou dos resultados fiscais propriamente ditos, o BC levaria em conta para a tomada de decisão o impacto do fiscal nos ativos”, ela diz.
Nesta segunda-feira, 9, o Itaú anunciou a revisão na sua estimativa para a taxa Selic na reunião do Copom desta quarta-feira. O banco elevou sua projeção de alta de 0,75 ponto porcentual para 1 ponto. “Tal decisão, unânime, seria justificada pela piora do cenário base e das projeções de inflação, com um balanço de riscos ainda assimétrico para cima, que levam à necessidade de avançar mais em território contracionista”, afirma a equipe de Macroeconomia, liderada pelo economista-chefe Mario Mesquita.
Comunicação
Diante da piora generalizada do cenário, todos os analistas concordam que o BC deve endurecer a comunicação nesta quarta-feira, especialmente no que diz respeito ao ritmo da atividade e ao comportamento das expectativas. Mesmo assim, avaliam que o trecho do último comunicado sobre a política fiscal - quando o Copom destacou a importância de uma “política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal” - pouco deve mudar.
“Se for para pensar em um parágrafo que tende a mexer muito pouco no comunicado, seria esse. O BC não vai adjetivar, não vai falar se foi ruim, se foi bom. Ele deve ir aos fatos, falando que o cenário está atrapalhando ainda mais a desancoragem”, diz Marchi, da Oriz.
Kautz, da EQI, também espera a manutenção desse trecho no comunicado, inclusive por causa da tramitação do pacote fiscal no Congresso. “Faz sentido manter esse aviso, essa preocupação, até pela maneira como o mercado reagiu e o ceticismo que existe sobre a capacidade de implementar, sobre se serão necessárias novas medidas”, explica o analista.
Para Damico, da Buysidebrazil, algum endurecimento do tom sobre o fiscal deve ser esperado, mesmo que falando do comportamento dos ativos. “Deve ser um comunicado muito duro, para minimamente justificar essa aceleração, e também para tentar ancorar, porque estamos num momento muito crítico do regime de metas. É um momento em que qualquer deslize pode custar muito.”
Segundo o Itaú, para a reunião seguinte, o Copom deve afirmar que antevê um novo ajuste de 1 ponto. Além disso, a expectativa é de indicação de manutenção da taxa básica em patamar contracionista pelo tempo necessário, diante da piora das projeções e do balanço de riscos, além da possibilidade de desancoragem adicional das expectativas, considerando o firme compromisso no processo de convergência da inflação à meta. “Com esse contexto, acreditamos que a taxa terminal (ao fim do ciclo de alta) deve ser maior que nossa atual projeção de 13,50% ao ano”, diz o banco.
IstoÉ Dinheiro - SP 11/12/2024
As exportações da China subiram 6,7% em novembro ante igual mês do ano passado, perdendo força em relação ao avanço de 12,7% de outubro, segundo dados publicados pelo órgão alfandegário do país nesta terça-feira, 10. O resultado de novembro ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que previam alta de 8,4% das exportações.
Também no confronto anual, as importações chinesas registraram decréscimo de 3,9% em novembro, após queda de 2,3% em outubro. Neste caso, o consenso dos analistas era de leve ganho de 0,8% no último mês.
Ainda em novembro, a China acumulou superávit na balança comercial de US$ 97,44 bilhões, maior do que o saldo positivo de US$ 95,27 bilhões de outubro. Analistas projetavam US$ 92,8 bilhões.
Exame - SP 11/12/2024
O mercado de juros precifica uma alta da Selic de 1 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorrerá nesta quarta-feira, 11. Essa aposta é reforçada pelas opções de Copom negociadas na B3 que indicam uma probabilidade de mais de 60% da taxa subir para 12,25%. Entre os economistas, entretanto, as estimativas indicam alta de 0,75 ponto percentual, como indicou a mediana apresentada pelo boletim Focus na última segunda-feira, 9. E no fim das contas, o que está em jogo é a credibilidade do Banco Central (BC) e da futura gestão de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária.
Galípolo assumiu as rédeas da comunicação do BC nas últimas duas reuniões do Copom e tem sinalizado que o BC adotará as medidas necessárias para levar a inflação para a meta. E isso significa subir os juros e deixar a taxa em um patamar mais alto por mais tempo. Um ex-diretor da autoridade monetária afirmou reservadamente que agora chegou a hora de o futuro presidente do BC ganhar ou perder a credibilidade com a decisão que o colegiado tomará amanhã. "Agora ele precisa mostrar a que veio", resumiu.
Entretanto, economistas e analistas que acompanham o BC avaliam que a deterioração das expectativas no curto prazo exige uma ação enérgica da diretoria da autoridade monetária. Dessa forma, aumentar o ritmo de alta de juros é essencial. A incerteza entre analistas de mercado e economistas, entretanto, é o tamanho da dose adicional de juros.
A única certeza é que manter o ritmo de alta em 0,5 ponto percentual seria uma sinalização ruim, diante da piora das expectativas.
Situação de excepcionalidade
As divergências entre as apostas implícitas nos preços dos ativos de mercado e as projeções dos economistas decorrem de uma “situação de excepcionalidade” em que o governo sinaliza que não há compromisso fiscal, afirmou Tony Volpon, ex-diretor do BC.
“O livro texto de política monetária diz que a diretoria do BC desenha uma estratégia de juros para impactar a inflação para que a taxa esteja na meta em algum horizonte. Esse é o arroz com feijão. Mas hoje, com a decepção com a questão fiscal, em que o governo não quer dar sustentação ao seu próprio arcabouço, que é relativamente frouxo, o ajuste é feito pela inflação. E já que o investidor acha que haverá uma perda sobre o valor real da dívida, ele cobra um prêmio. Por isso os papéis do Tesouro são negociados a uma taxa de IPCA mais 7%”, disse.
Nessa perspectiva de custo de papéis do Tesouro, segundo Volpon, a Selic nominal deveria estar próxima de 14,68%. Assim, o ex-diretor afirma que o BC fica refém dessa trajetória e, se não balizar as expectativas de mercado, a “saída” do mercado se dá pelo câmbio, com um novo ciclo de desvalorização do real.
“Ou o BC entrega [via juros] ou aumenta o risco de instabilidade cambial mais aguda, com saída de capital. Obviamente, é cenário de muita incerteza, com variação de expectativas. Em um cenário normal, o primeiro mandato do BC é a inflação, depois a estabilidade financeira e, por fim, a atividade econômica. Nessa situação de excepcionalidade, isso inverte, com estabilidade financeira em primeiro lugar e, depois, inflação. Até resolver a questão fiscal, não tem inflação na meta. Pode botar os juros em 25% e [a inflação] não vai para a meta”, disse.
Para Volpon, o BC deveria subir os juros em 1 ponto percentual, mas ele avalia que os membros do Copom elevarão a Selic em 0,75 ponto percentual.
O economista-chefe do banco BMG, Flávio Serrano, espera uma alta de 0,75 ponto percentual da Selic, diante da tradicional postura de cautela adotada pelo BC. Segundo ele, entretanto, a forte deterioração das expectativas em um curto período exige do BC uma sinalização de compromisso com os objetivos perseguidos.
“Em um ambiente envolto de tanta incerteza é difícil cravar a próxima decisão. Eu acho que o BC tem um papel importante nesta decisão, que é comunicar muito bem o seu objetivo para não adicionar maior volatilidade no mercado”, disse.
Aposta em alta de 1 ponto percentual
Na outra ponta, o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, espera uma alta de 1 ponto percentual, como precificado pelo mercado de juros, mas não pela maioria dos economistas.
Segundo ele, o Copom levará em conta a necessidade de aumentar a taxa de juros afim de compensar a deterioração na expectativa para a inflação.
“Vale dizer que na ata referente à reunião do Copom de novembro foi enfatizado que ‘a desancoragem das expectativas de inflação é fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê’”, afirmou.
Oliveira ainda afirmou que no âmbito doméstico, os indicadores mais recentes mostram que a economia cresce em ritmo mais acelerado do que o esperado pela maior parcela dos analistas, tanto na indústria, como nos serviços e no comércio. Além disso, o mercado de trabalho segue aquecido.
“Assim, levando-se em conta o cenário para a atividade e os determinantes para a inflação no horizonte relevante, acreditamos que o Copom irá acelerar o ritmo de aperto monetário e aumentar a taxa Selic em 1,0 p.p. para 12,25% a.a. Em nossa opinião, há significativo ganho intertemporal e reputacional na elevação da taxa de juros real a fim de compensar a deterioração na expectativa para a inflação registrada nas últimas semanas”, disse.
O Estado de S.Paulo - SP 11/12/2024
Em meio à piora nas expectativas de inflação, disparada do dólar e PIB rodando forte com um mercado de trabalho apertado, restam ao Copom duas opções para a sua decisão desta quarta-feira, 11: acelerar o ritmo de alta dos juros para 0,75 ponto porcentual, deixando em aberto o que vai fazer na sua próxima reunião, ou antecipar boa parte do orçamento do aperto monetário, ajustando a taxa Selic em 1 ponto e já sinalizando outra alta dessa magnitude na reunião seguinte.
Há argumentos plausíveis para as duas opções. Talvez os diretores do Banco Central acabem votando por uma delas com base na cotação do dólar e no que indicar a curva de juros ao fim do pregão desta quarta-feira. Com o dólar acima de R$ 6 e a curva de juros apontando para uma Selic acima de 15,50% no fim do ciclo de aperto, uma decisão do Copom que desagrade ao mercado poderá ter impacto negativo no câmbio, além de desancorar ainda mais as expectativas inflacionárias.
Diante da piora na percepção do risco fiscal do Brasil, um erro na política monetária causaria uma tempestade perfeita. Aliás, desde a última reunião do Copom, dois eventos contribuíram para o aumento no prêmio de risco dos ativos brasileiros: a vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana e, por aqui, a frustração do mercado com o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo Lula. Ambos empurram o dólar para cima.
Será que essa piora desde a última reunião do Copom sugere a necessidade de se fazer, agora, um aperto maior do que 0,75 ponto? A maioria dos economistas aposta em uma alta de 0,75 ponto, levando a Selic de 11,25% para 12%, enquanto os investidores precificam um aperto de 1 ponto. A questão é que, sem ajuda do fiscal, o Copom precisa agir logo para ancorar a moeda brasileira. Em vez de intervir diretamente no câmbio, o que pode se mostrar contraproducente, o passo inicial é dar esse suporte subindo juros.
Se o Copom se decidir por uma alta da Selic mais agressiva, sinalizando ainda outro aperto de 1 ponto, isso certamente ajudará a ancorar o câmbio. Sem falar que esta é a última reunião de Roberto Campos Neto, que deixa o comando do BC neste mês. Faria sentido, do ponto de vista político, jogar na conta dele a fatura de um aperto indigesto. Restaria, então, a Gabriel Galípolo “lamentar” ter recebido essa herança quando assumir o BC, em janeiro. O problema seria se o Copom subir 0,75 ponto agora, e o mercado, imediatamente, exigir alta de 1 ponto em janeiro, forçando a nova diretoria do BC a escolher entre dizer “não” ao mercado ou a Lula logo na sua primeira reunião.
O Estado de S.Paulo - SP 11/12/2024
O Senado aprovou nesta terça-feira,10, os três indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para serem os novos diretores do Banco Central a partir de janeiro. Os senadores confirmaram, com diferentes placares de votação, a aprovação de Nilton David (para a diretoria de Política Monetária), de Izabela Correa (para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta), e de Gilneu Vivan (para a diretoria de Regulação do Sistema Financeiro).
Com as mudanças, a partir de janeiro as indicações do governo Lula serão maioria entre os nove integrantes. Restarão apenas dois nomes indicados pelo antecessor, Jair Bolsonaro: Diogo Guillen e Renato Gomes, ambos com mandato até o fim de 2025.
Os senadores aprovaram a indicação de Nilton José Schneider David para a diretoria de Política Monetária por 50 votos a 3 e uma abstenção. Com a aprovação, ele assume o cargo que hoje é ocupado por Gabriel Galípolo, que em janeiro assumirá a presidência do BC, sucedendo a Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro.
O Senado aprovou por 48 votos a 3, e nenhuma abstenção, a indicação de Izabela Moreira Correa para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central. Ela substitui Carolina de Assis Barros, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro
Ao colegiado, Izabela Correa disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem “adotado as medidas necessárias e reiterado seu firme compromisso para a convergência da inflação à meta”.
O Senado aprovou, por 53 votos a 3, e nenhuma abstenção, a indicação de Gilneu Astolfi Vivan para a Diretoria de Regulação do Banco Central. Ele substitui Otávio Ribeiro Damaso, que também termina o mandato ao fim de dezembro.
A apreciação ocorreu após sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ocorrida nesta terça-feira, 10.
O que faz cada diretoria
Política Monetária - Administra a execução dos instrumentos das políticas monetária e cambial para atingir a meta da Taxa Selic e para preservar o funcionamento regular dos mercados.Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta - Coordena atividades relacionadas à cidadania financeira no Brasil, o relacionamento com a imprensa e o atendimento ao cidadão e aos Poderes Públicos, além de atuar pela prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, entre outras ações.Regulação - Responsável por assuntos relacionados à área de regulação prudencial e financeira.
Também foram indicados pelo presidente Lula os diretores Ailton de Aquino Santos (para a Diretoria de Fiscalização), Paulo Picchetti (para a Diretoria de Assuntos Internacionais) e Rodrigo Alves Teixeira (para a Diretoria de Administração).
Como fica a composição da diretoria do BC em 2025
Presidente: Gabriel GalípoloDiretoria de Política Monetária: Nilton DavidDiretor de Administração: Rodrigo Alves TeixeiraDiretor de Assuntos Internacionais: Paulo PicchettiDiretor de Fiscalização: Ailton de Aquino SantosDiretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução: Renato Dias de Brito Gomes*Diretor de Política Econômica: Diogo Guillen*Diretor de Regulação do Sistema Financeiro: Gilneu VivanDiretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta: Izabela Correa
Infomoney - SP 11/12/2024
O presidente da China, Xi Jinping, reforçou a disposição em manter o diálogo aberto com os Estados Unidos e alertou que “não há vencedores” em guerras comerciais. Os comentários foram feitos durante encontro com chefes de bancos multilaterais em Pequim, segundo relato da agência de notícias oficial Xinhua.
Xi advertiu que a imposição de tarifas contraria as tendências históricas, mas avisou que Pequim buscará sempre assegurar a soberania, a segurança e o desenvolvimento. Segundo ele, o país asiático segue determinado a acelerar a abertura para o mercado internacional.
O líder chinês não citou nomes, mas as declarações acontecem em um contexto de ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas a produtos da China. Ainda na gestão de Joe Biden na Casa Branca, Washington também tem decretado restrições à tecnologia do rival geopolítico, que responde com medidas recíprocas.
Xi também reiterou confiança na capacidade chinesa de cumprir as metas econômicas e de continuar a exercer a função de “maior motor global de crescimento”.
Investing - SP 11/12/2024
Os preços futuros do minério de ferro em Dalian atingiram o maior valor em dois meses nesta terça-feira, depois que Pequim flexibilizou sua política monetária pela primeira vez em mais de uma década, estimulando apostas de mais estímulos para impulsionar o crescimento econômico do principal mercado consumidor de minério.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,87%, a 817,0 iuanes (112,79 dólares) a tonelada, o nível mais alto desde 8 de outubro.
O minério de ferro de referência de janeiro na Bolsa de Cingapura subiu 0,48%, para 105,8 dólares a tonelada.
A China adotará uma política monetária "adequadamente frouxa" no próximo ano, a primeira flexibilização de sua postura desde o final de 2010, disse o Politburo na segunda-feira.
O minério de ferro deu um salto com a notícia do Politburo, já que a promessa das autoridades de "prevenir e neutralizar efetivamente riscos em setores-chave para garantir que nenhum risco sistemático aumente" foi considerada como um sinal de novas medidas para estabilizar o mercado imobiliário, disseram analistas da Westpac em uma nota.
A mudança de política neutralizou o impacto de dados alfandegários mais brandos divulgados nesta terça-feira, que mostraram desaceleração acentuada das exportações da China, enquanto as importações diminuíram inesperadamente.
Em particular, as importações de minério de ferro caíram 1,91% em relação a outubro, com a desaceleração dos embarques antes da temporada de baixa demanda por aço, quando o clima mais frio interrompe os trabalhos de construção no norte do país.
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A expectativa é que os principais formuladores de políticas chineses se reúnam esta semana na Conferência Central de Trabalho Econômico para definir as prioridades para o próximo ano, incluindo a meta de crescimento anual.
Brasil Mineral - SP 11/12/2024
A Samarco Mineração depositou para a União, no último dia 6 de dezembro, a primeira parcela de sua obrigação de pagar, prevista no acordo judicial firmado em 25 de outubro, para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). O acordo determina o pagamento de cerca de R$ 1,88 bilhão em uma conta provisória constituída pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será gestor do Fundo Rio Doce, fundo privado responsável pela recuperação socioeconômica das populações afetadas nos estados de Minas Gerais e Espirito Santo. Os recursos depositados serão corrigidos pela taxa Selic até que o Fundo seja efetivamente constituído.
O decreto que regulamenta o Fundo Rio Doce está em elaboração e a previsão é de que seja publicado até o final de 2024. Por meio do decreto serão disciplinadas a governança da execução das ações e das medidas que o Governo Federal se comprometeu a executar. No valor de R$ 49,1 bilhões, o fundo privado receberá os recursos de forma parcelada da Samarco e de suas controladoras, a Vale S.A. e BHP Billiton Brasil Ltda. durante 20 anos. Os recursos promoverão ações de melhoria das condições socioeconômicas e da qualidade ambiental das regiões atingidas.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a instituição acumula ao longo da história ampla experiência na gestão de fundos e na execução de grandes projetos de infraestrutura. “No governo do presidente Lula, o Banco retomou a sua missão de promover o desenvolvimento econômico do Brasil e, assim como tem se dedicado à reconstrução do Rio Grande do Sul, atuará para contribuir com a reparação dos atingidos em Minas Gerais e no Espírito Santo, garantindo regras de elevada governança, especialmente relativas à transparência e auditoria”, assegurou.
Infomoney - SP 11/12/2024
As importações de minério de ferro da China em novembro caíram 1,91% em relação a outubro, mostraram dados alfandegários nesta terça-feira, com desaceleração dos embarques antes da temporada de baixa demanda por aço, quando o clima mais frio interrompe os trabalhos de construção no norte do país.
O maior consumidor de minério de ferro do mundo importou 101,86 milhões de toneladas do ingrediente de fabricação de aço no mês passado, segundo dados da Administração Geral de Alfândega do país. O volume caiu em relação às 103,84 milhões de toneladas de outubro e frente às 102,74 milhões de toneladas de novembro de 2023.
“A tendência está em linha com nossas expectativas, já que a pressão sobre as mineradoras para aumentar os embarques para atingir metas anuais diminuiu após uma onda de altos embarques no início deste ano”, disse Pei Hao, analista da corretora internacional Freight Investor Services (FIS).
“A demanda de minério aumentou no mês passado, mas isso se refletiu principalmente na redução dos estoques portuários.”
Os estoques portuários caíram 0,4% em novembro, chegando a 148,5 milhões de toneladas no final do mês, segundo dados da consultoria Steelhome.
As importações de dezembro provavelmente crescerão à medida que algumas mineradoras aumentarem os embarques para cumprir metas anuais, disse Jiang Mengtian, analista da consultoria Horizon Insights.
Nos primeiros 11 meses de 2024, as importações de minério de ferro da China subiram 4,3% em relação ao ano anterior, para 1,124 bilhão de toneladas, segundo os dados.
Comércio de aço
As exportações de aço da China em novembro aumentaram 15,9% em relação ao ano anterior, para 9,28 milhões de toneladas, mas diminuíram 17% em relação à alta de nove anos de 11,18 milhões de toneladas em outubro.
As exportações nos primeiros 11 meses de 2024 aumentaram 22,6% em comparação com o mesmo período de 2023, para 101,15 milhões de toneladas, e foram 12% maiores do que o total de 90,26 milhões de toneladas em todo o ano passado.
Investing - SP 11/12/2024
Após alta nas ações de mineradoras como Vale (BVMF:VALE3) e Rio Tinto (LON:RIO) diante da perspectiva de mudança na política monetária chinesa, o que pode impulsionar a economia do gigante asiático, o UBS divulgou relatório em que detalha os motivos pelos quais ainda possui uma visão mais cautelosa, reforçando recomendação neutra para as ações das duas companhias, além da BHP.
O preço-alvo da Vale (NYSE:VALE) é de US$11,50, enquanto o da BHP (ASX:BHP) é de A$42 e o da Rio Tinto (ASX:RIO) é de A$124. Com a perspectiva de que o minério fique em torno de US$106/tonelada, a projeção é de rendimento de FCF à vista das companhias entre 5% e 7% no ano de 2025, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta semana.
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Perspectivas de longo prazo para o minério de ferro
Os analistas Myles Allsop, Lachlan Shaw, Daniel Major, Sharon Ding, Steve Friedman, Arthur Lu e Andrew Jones detalham que, na semana passada, tanto a mineradora brasileira quanto a Rio Tinto realizaram seminários indicando perspectivas positivas para os fundamentos do minério de ferro, com demanda estável, mas oferta inferior diante de permissões e esgotamento.
“As nossas previsões de demanda a longo prazo para o minério de ferro são semelhantes, mas somos cautelosos, pois esperamos que o mercado seja excedente nos próximos 3 anos”, ponderam os analistas do UBS, que estimam um preço de longo prazo para o minério de ferro em US$85/t, inferior ao previsto pela Vale de maior que US$90/t.
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As estimativas da Vale são de aumento da produção global de aço, apesar de moderação na demanda chinesa, diante da urbanização, crescimento populacional, entre outros fatores. Mesmo com menos fôlego da China, isso seria mais do que compensado pela expansão na Índia e no Sudeste Asiático.
Com o mercado esperando uma “política fiscal mais pró-ativa e uma política monetária moderadamente frouxa” em 2025, o UBS enxerga sinais fundamentalistas ainda fracos para a demanda, diante de uma oferta robusta.
“Na nossa opinião, as perspectivas para 2025 permanecem incertas devido ao excesso de guerra comercial e às ações de estímulo efetivas até à data”, completaram os analistas.
Investing - SP 11/12/2024
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) criticou nesta terça-feira projeto de lei da Câmara de Vereadores de São Paulo que adia de 2038 para 2054 o prazo para que toda a frota de mais de 10 mil ônibus a combustão da cidade seja trocada por modelos de baixa emissão de poluentes.
"O projeto de lei é um retrocesso", afirmou a entidade sobre o texto do vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da câmara municipal, aprovado na semana passada em primeira votação.
Segundo a entidade, o PL 825 de Leite "não resiste aos fatos", uma vez que a indústria de ônibus elétricos no Brasil tem atualmente uma capacidade de produção de até 10 mil veículos por ano.
O dado se refere apenas às empresas associadas da ABVE, sem incluir grandes montadoras já estabelecidas no país - como Mercedes-Benz, Scania e Volvo - que estão começando a ingressar no mercado nacional com modelos elétricos.
Segundo a ABVE, a cidade de São Paulo tem a maior frota de ônibus do Ocidente e uma das maiores do mundo, com cerca de 13 mil veículos, atrás das chinesas Shenzen e Pequim.
A entidade afirma que o Brasil já tem quase 700 ônibus elétricos em circulação, dos quais cerca de 500 estão na capital paulista. Os principais fornecedores de ônibus a bateria da cidade são a brasileira Eletra e a chinesa BYD (SZ:002594), associadas da ABVE, disse a associação.
A entidade também criticou dispositivo no texto que permite que as operadoras dos ônibus coletivos da cidade comprem créditos de carbono como forma de cumprir metas ambientais.
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"A Lei 16.802 não visa apenas atender a uma planilha de créditos e débitos de carbono, e sim dotar a cidade de São Paulo de uma frota de ônibus de poluição zero, propiciando benefícios reais, e não meramente contábeis, à saúde dos paulistanos, ao controle das emissões e à qualidade do transporte municipal", afirmou a entidade.
A ABVE se referiu a lei de 2018 que já havia prorrogado em 20 anos o prazo para a conversão da frota da cidade para veículos menos poluentes. Inicialmente, o prazo para que todos os ônibus de São Paulo deixassem de ser a diesel era 2018.
Segundo a ABVE, se aprovada em definitivo, a lei "teria impacto altamente negativo" na indústria de veículos elétricos do país, "gerando insegurança e comprometendo investimentos".
A entidade não pôde informar de imediato o montante total de investimentos do setor para os próximos anos, mas citou que entre eles está a nova fábrica de baterias da Weg (BVMF:WEGE3) de 100 milhões de reais em Santa Catarina voltada a veículos pesados como ônibus.
Enquanto isso, a BYD anunciou em março que vai ampliar em Manaus a produção de baterias para ônibus elétricos, e a também chinesa TEVX Higer anunciou em novembro investimento de cerca de 100 milhões de dólares para começar a produzir uma série de veículos, incluindo ônibus elétricos, no Estado de São Paulo a partir de 2025.
Infomoney - SP 11/12/2024
A Cruise, unidade de carros autônomos da General Motors, vai sair do negócio de robotáxis, em um recuo num mercado que se mostrou caro e cheio de armadilhas para a montadora.
As equipes técnicas da Cruise e da GM serão combinadas em um único esforço focado no desenvolvimento de tecnologia autônoma para oferecer em futuros modelos vendidos pela GM, de acordo com um comunicado divulgado nesta terça-feira (10).
A GM afirmou que não irá mais financiar o desenvolvimento de robotáxis “dada a considerável quantidade de tempo e recursos necessários para escalar o negócio, juntamente com um mercado de robotáxis cada vez mais competitivo.”
Esse é um grande retrocesso para a GM e a Cruise, que sobreviveram a uma reestruturação entre as empresas de condução autônoma e reiniciaram as operações após um de seus carros atropelar um pedestre no ano passado.
A decisão tem implicações significativas para a GM. A CEO Mary Barra queria transformar a montadora em uma empresa de tecnologia de transporte e dobrar a receita da GM até 2030, em parte gerando US$ 50 bilhões (R$ 302 bilhões) com a Cruise. Sem um negócio de robotáxis para trazer receitas, esse objetivo parece distante.
A GM está recuando justamente quando a Waymo, da Alphabet (GOOGL), se expande para mais cidades e a Tesla (TSLA34) planeja iniciar seu negócio de robotáxis em 2026. O CEO da Tesla, Elon Musk, é agora uma das vozes mais influentes nos círculos do presidente eleito Donald Trump e tem pressionado por uma estrutura federal para carros autônomos.
Encerrar o impulso dos robotáxis aproxima a GM de seu negócio principal. A empresa irá desenvolver a tecnologia para aprimorar seu negócio central de fabricação de veículos, abandonando os sonhos de mobilidade como serviço.
A Cruise havia retomado a operação de carros com motoristas de segurança em Dallas e Houston e planejava testar veículos na Califórnia.
As ações da GM subiram 1,5% às 16h06, após o fechamento regular do mercado em Nova York.
Valor - SP 11/12/2024
Custo nacional da construção por metro quadrado foi de R$ 1.786,82 no mês, sendo R$ 1.031,57 relativos aos materiais e R$ 755,25 à mão de obra, contra R$ 1.782,51em outubro
A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,24% em novembro, ante 0,53% em outubro, segundo o IBGE.
Com o resultado, o indicador alcançou 4,03% no resultado acumulado em 12 meses, ante 3,86% até outubro. O índice de novembro de 2023 foi de 0,08%.
O custo nacional da construção por metro quadrado em novembro foi de R$ 1.786,82, sendo R$ 1.031,57 relativos aos materiais e R$ 755,25 à mão de obra. Em outubro, esse custo totalizava R$ 1.782,51.
Revista Ferroviaria - RJ 11/12/2024
Após travar o processo de relicitação da BR-163 por um longo período, é o processo de reativação da ferrovia Malha Oeste que segue parado no Tribunal de Contas da União (TCU). As tratativas para relicitar a malha ferroviária que corta Mato Grosso do Sul de leste a oeste estão travadas há pelo menos 10 meses e, mesmo com novas conversas sobre um acordo entre a concessionária Rumo Logística e o Ministério dos Transportes, nada foi concretizado.
De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, a principal estratégia hoje é repactuar o contrato de concessão e revitalizar a malha ferroviária.
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
“Essa proposta de repactuação [do contrato] seria fazer a rebitolagem de Campo Grande até Três Lagoas, desativar de Três Lagoas até Mairinque, de Três Lagoas subiríamos com a com essa ferrovia até o município de Aparecida do Taboado e manteria na bitola estreita de Campo Grande até Corumbá. Então, esse seria o desenho atual da questão ferroviária. A gente tem insistido, mas praticamente ficou paralisada essa proposta ao longo deste ano”, explicou, em entrevista ao Correio do Estado.
Ainda de acordo com o secretário, o projeto é que, com a revitalização da ferrovia, as gigantes do Vale da Celulose possam se conectar à linha férrea e otimizar o tempo de transporte da produção ao Porto de Santos, já que todos os grupos têm terminais próprios no local.
“A Eldorado Brasil Celulose apresentou um projeto de licenciamento, e nós já emitimos esse licenciamento para construir uma ferrovia da fábrica até Aparecida Taboado, são 97 km, e levaria seu produto diretamente da fábrica ao Porto de Santos. Houve também um pedido de licenciamento da Suzano para fazer [trilhos] da fábrica em Ribas [do Rio Pardo], passando por Três Lagoas e subindo a Aparecida [do Taboado]”, avaliou.
“Se nós tivermos a revitalização dessa ferrovia, seria possível que carregasse dentro da Suzano e levasse até os portos. Isso beneficiaria também a Bracell [em Água Clara] e a Eldorado [em Três Lagoas]”, analisa Verruck.
CONCESSÃO
Conforme adiantou o Correio do Estado, na edição de 31 de outubro, o Ministério dos Transportes quer acelerar a renovação da concessão da ferrovia entre Mato Grosso do Sul e São Paulo com um novo contrato de 30 anos.
A promessa era de que uma proposta de solução consensual seria apresentada em junho deste ano, por um grupo de trabalho (GT) criado pelo Ministério.
A proposta está em discussão e inclui a devolução de 650 km do trecho paulista para conversão futura em transporte de passageiros.
Já em Mato Grosso do Sul, a concessionária Rumo Logística teria exclusividade sobre a Malha Oeste e investiria em 137 km adicionais, um projeto de cerca de R$ 2,7 bilhões para integrar o traçado à Malha Paulista.
A Malha Oeste tem 1.973 km de extensão, entre as cidades de Corumbá e Mairinque (SP). Em Mato Grosso do Sul está a maior parte da ferrovia, que abrange um trecho de aproximadamente 800 km, entre Corumbá e Três Lagoas, e outro de pouco mais de 300 km, entre Campo Grande e Ponta Porã.
De olho no corte de custos, o plano é prorrogar a concessão por mais 30 anos, evitando o vencimento do contrato atual, pois um novo processo de relicitação seria mais extenso e custoso.
IMPASSE
A necessidade de estudos adicionais foi apontada, mesmo com um levantamento prévio de viabilidade econômica indicando investimentos de R$ 18,95 bilhões em 60 anos para recuperar o trecho ferroviário, cuja infraestrutura “encontra-se depreciada”, segundo o relatório.
Durante anos, a atual concessionária investiu em níveis insuficientes para a manutenção adequada da malha, resultando em significativa perda de capacidade operacional.
“Atualmente, os trens trafegam com velocidades abaixo de seu potencial e o volume de carga transportado é limitado”, destacou a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (Seppi), vinculada à Presidência da República.
Em julho deste ano, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) solicitou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) a criação de uma comissão parlamentar para acompanhar o andamento do processo de relicitação da ferrovia, que atualmente está sob administração da Rumo Logística.
Entre as propostas para viabilizar economicamente a revitalização da Malha Oeste está a inclusão de um desvio até Aparecida do Taboado, conectando-a à Malha Paulista. O modelo em estudo, no entanto, não contempla o trecho entre Campo Grande e Ponta Porã.
As discussões em torno da relicitação ganharam força no ano passado, quando o Ministério dos Transportes começou a revisar as prorrogações antecipadas firmadas durante a gestão do ex-presidente Jair Bosonaro.
O governo atual questiona a eficácia dessas renovações, apontando que abriram mão de recursos significativos para os cofres públicos, ainda que tenham sido submetidas a audiências públicas e aprovadas pelo TCU na época.
Desde dezembro de 2023, a relicitação da Malha Oeste é tratada como prioridade pelo governo de Mato Grosso do Sul.
Em reuniões com o Ministério dos Transportes, o governador Eduardo Riedel (PSDB) reforçou a importância da revitalização da ferrovia que cruza o Estado para o escoamento da produção local.
Petro Notícias - SP 11/12/2024
Diante de um auditório lotado de executivos da indústria naval nacional, a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, assumiu um compromisso de fortalecer o relacionamento da petroleira com a cadeia fornecedora local. Durante a abertura do evento FPSO Supply Connections, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), Magda apontou as futuras demandas da Petrobrás e disse que haverá oportunidades para a indústria naval brasileira, que há anos passa por momentos de penúria por conta da falta de novas encomendas.
“Esse encontro não é apenas um evento, ele representa um compromisso com uma causa. Ele é fruto da determinação da Petrobras de estar ao lado de todos vocês — da indústria nacional e dos fornecedores nacionais —, e do esforço de conhecer não só o potencial de cada um, mas também as dores de todos vocês. O objetivo é fazer essa indústria prosperar, traçar caminhos de progresso para o país e alavancar oportunidades”, disse Magda.
Durante sua fala, a presidente relembrou alguns números que já haviam sido anunciados na divulgação do Plano de Negócios 2025-2029. Nos próximos cinco anos, a petroleira prevê investimentos de 111 bilhões de dólares, um volume 9% superior ao plano anterior. Isso inclui a entrega de 11 FPSOs — entre unidades já contratadas e em estudo —, cerca de 30 novas sondas, 6 mil km de dutos rígidos, flexíveis e umbilicais, 200 árvores de natal molhadas, 3,5 mil km de tubulares de poço (OCTG) e aproximadamente 90 embarcações submarinas para suporte às operações.
“Nós vamos seguir com essa mesma energia e disposição, abrindo caminhos para que tudo isso aconteça — para que possamos construir um futuro produtivo e assegurar que, sim, nós vamos fazer as encomendas aos fornecedores nacionais. Isso é a âncora da nossa estratégia de negócios. Porém, precisamos ter bases competitivas e rentáveis. Ninguém está aqui falando em prejuízo ou menor lucratividade”, acrescentou Magda.
A presidente afirmou ainda que a Petrobrás acredita na capacidade dos fornecedores nacionais de gerar empregos, renda e negócios que dinamizam nossa economia. “Quando olhamos para o futuro, enxergamos um horizonte imenso de oportunidades. Temos o pré-sal para continuar desenvolvendo e a Bacia de Campos, entre outras frentes”, disse. Ela detalhou ainda que a empresa tem a meta de ampliar o atual fator de recuperação da Bacia de Campos de 17% para 34%.
Na visão da executiva, o fortalecimento da cadeia produtiva nacional oferece à Petrobras maior segurança, protegendo contra instabilidades geopolíticas e cambiais, otimizando custos logísticos. “Esse desafio não é só da Petrobras, é de todos nós. Essa parceria com os fornecedores brasileiros é uma construção de décadas, feita com suor, superação, ousadia e muita tecnologia”, declarou. “Além disso, com esses investimentos, vamos impulsionar competências técnicas brasileiras, promover inovação tecnológica e construir uma indústria mais competitiva, dinâmica e vibrante. O que vejo aqui neste auditório é o mesmo entusiasmo que percebemos na Petrobras: muita energia para entregar esses resultados e a clara percepção de que estamos, de fato, contribuindo para o crescimento do PIB brasileiro”, finalizou.
Porto Gente - SP 11/12/2024
Obra foi vistoriada pelo governador Ratinho Junior e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho
As obras do Moegão, sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos do Porto de Paranaguá, chegaram a aproximadamente 18% da execução total do projeto. A construção da estrutura, que recebe R$ 592 milhões de investimento, foi vistoriada nesta sexta-feira (6) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O novo complexo será formado por moegas ferroviárias, sistema de transporte vertical (elevadores de canecas), sistema de transporte horizontal (correias transportadoras), sistema de transferência de produto (torres de transferência), sistema de alimentação dos terminais (torres de alimentação), balanças (ferroviárias e integradoras), utilidades, prédio administrativo e prédio de manutenção.
“Esta é uma obra que está em ritmo acelerado e queremos, no ano que vem, inaugurá-la para aumentar em 35% a movimentação de cargas do Porto de Paranaguá, gerando mais emprego para a nossa população e fortalecendo a economia paranaense e brasileira”, declarou Ratinho Junior.
"O Moegão é uma obra também disruptiva de R$ 600 milhões custeada 100% pelo porto, a qual vai centralizar nosso descarregamento ferroviário aqui no porto, dando o dinamismo que nós merecemos e precisamos. A ideia é chegar ao final desse ano com 20% dela concluída e respeitando os prazos de contrato, chegando em dezembro do ano que vem, pronta para ser iniciada e inaugurada", afirmou o diretor-presidente.
Até o momento, os trabalhos têm se concentrado nas obras civis que preparam a área para a instalação dos equipamentos que, no futuro, vão receber as cargas desembarcadas no porto via modal ferroviário. Nos primeiros meses de obra, foram preparadas as fundações, concretagem de blocos, montagem dos pilares e vigas das torres.
Em paralelo, as estruturas das galerias metálicas e dos transportadores de carga seguem avançando nas fábricas. Com as torres e os pórticos prontos, os próximos passos da obra serão a montagem e o içamento das galerias metálicas na área do Moegão. Estas estruturas vão abrigar as esteiras transportadoras das cargas.
CAPACIDADE AMPLIADA
Com área total de quase 600 mil metros quadrados, o Moegão terá capacidade para descarregar simultaneamente até 180 vagões, em três linhas independentes, que totalizam 3,8 quilômetros de esteiras. Cada linha terá capacidade de movimentação de 2 mil toneladas de cargas por hora.
Na prática, isso significa que o número de vagões descarregados no Porto de Paranaguá passará dos atuais 550 para 900 por dia, um aumento de 63%. Os grãos que chegarem ao porto por ferrovias e forem descarregados no Moegão serão enviados pelas esteiras aos 11 terminais interligados do Corredor de Exportação Leste.
Após visitar a obra, o ministro de Portos e Aeroportos disse estar surpreendido com a extensão da obra e os impactos que ela proporcionará na movimentação de cargas no Porto de Paranaguá. “Quero parabenizar toda a diretoria, porque esse volume de investimentos será fundamental para logística e a capacidade total do porto”, comentou.
Costa Filho também elogiou o desempenho do Porto de Paranaguá, que cresce acima da média portuária no Brasil. “Esse ano vamos terminar com um crescimento em torno de 5% no setor portuário brasileiro, sendo que o Porto de Paranaguá deve crescer de 7% a 8%. Isso significa dizer que quando o Porto de Paranaguá cresce, o Paraná cresce, o que ajuda todo o Brasil a ir bem”, salientou.
Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, além do ganho em eficiência, o Moegão também deve gerar uma economia de 30% nos custos de transporte, além de diminuir os impactos ambientais, com a redução de 73% na emissão de CO2.
“As obras do Moegão avançaram muito. Em menos de um ano teremos uma operação de mais de R$ 500 milhões entregue, trazendo benefícios à comunidade, reduzindo de 16 para cinco as interferências no trânsito na cidade, com emissão de menos CO2 e podendo, junto com a PAR 14, PAR 15 e PAR 25, fazer com que esse corredor de exportação passe de 1,5 mil toneladas para 4 mil toneladas carregadas por hora”, disse.
OUTROS BENEFÍCIOS
A instalação do Moegão também vai melhorar a vida de quem mora na cidade. O sistema vai reduzir de 16 para cinco o número de cruzamentos entre linhas férreas e ruas da cidade, diminuindo as interrupções de trânsito e os riscos de acidentes.
A melhoria no trânsito da cidade foi um aspecto destacado pelo prefeito de Paranaguá. “Essa obra do Moegão vai melhorar muito a mobilidade, diminuindo o número de caminhões dentro da cidade e, como contrapartida, a prefeitura construirá dois viadutos para facilitar mais ainda o deslocamento da população”, disse Marcelo Roque.
O atual gestor do município, que deixa a prefeitura ao final do ano, também citou outras melhorias estruturais viabilizadas com o apoio do Governo do Estado para o Litoral do Paraná. “Aliado ao Moegão, temos aqui em Paranaguá a emblemática construção da segunda Ponte dos Valadares, além da construção da Ponte de Guaratuba e a revitalização da Orla de Matinhos, entre tantos outros investimentos que estão contribuindo com o desenvolvimento econômico e social da nossa região”, mencionou.
PRESENÇAS
Também estiveram presentes na visita o secretário nacional de Portos, Alex Sandro de Ávila; o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; os deputados federais Reinhold Stephanes Junior e Tião Medeiros; a deputada estadual Flávia Francischini; o prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azin; o prefeito de Pontal do Paraná, Rudão Gimenes; e o comandante do 8º Distrito Naval, Pablo Araujo Barbosa.
Portos e Navios - SP 11/12/2024
Percentual abrange grupos de investimentos como serviços de engenharia, máquinas e equipamentos, além da construção e montagem das embarcações
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta terça-feira (10), a resolução que estabelece índices mínimos de conteúdo local para a construção de navios-tanque novos no Brasil. A resolução prevê que os novos navios-tanque deverão ter um índice mínimo global de 50%, o que inclui bens produzidos e serviços prestados no Brasil durante a execução do contrato de construção. O percentual abrange grupos de investimentos como serviços de engenharia, máquinas e equipamentos, além da construção e montagem das embarcações.
A medida tem como objetivo direcionar investimentos para a contratação de fornecedores nacionais, incentivando a transferência de tecnologia, a geração de empregos e o fortalecimento da indústria brasileira. Essas embarcações serão utilizadas exclusivamente na cabotagem de petróleo e derivados e devem ser incorporadas ao ativo imobilizado de empresas nacionais.
Com a definição do conteúdo local mínimo pelo CNPE, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) será responsável por fiscalizar e mensurar o cumprimento dos índices, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo CNPE na nova resolução.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a resolução fortalece a indústria naval e dá atenção aos estaleiros nacionais, que enfrentam problemas de ociosidade por falta de encomendas nos últimos anos e perda de competitividade com construtores navais de outros países. "Com a medida aprovada, vamos estimular a criação de empregos qualificados e trazer grandes investimentos para o setor naval do país, além de apoiar a ampliação da capacidade logística do setor de petróleo e derivados”, afirmou Silveira.
Oferta permanente
O CNPE também aprovou a inclusão de 7 blocos (Cerussita, Aragonita, Rodocrosita, Malaquita, Opala, Quartzo e Calcedônia) para a licitação em regime de partilha de produção, no sistema de Oferta Permanente da ANP. Para esses blocos, a expectativa de arrecadação governamental é de mais de R$ 220 bilhões durante a vida útil dos projetos, com previsão de R$ 214 bilhões em investimentos no período. Para esses blocos, as receitas de bônus de assinatura vão gerar R$ 874 milhões para a União.
Os sete blocos estão localizados no polígono do pré-sal, especificamente na Bacia de Santos, localizada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Eles se juntam aos outros dezessete blocos já autorizados pelo CNPE anteriormente. Com isto, o próximo leilão, previsto para junho, deverá ser o maior leilão do regime de partilha de produção em quantidade de blocos. Essa é mais uma entrega do programa Potencializa E&P, iniciativa do Ministério de Minas e Energia (MME) que visa promover o desenvolvimento sustentável da exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil.
IstoÉ Dinheiro - SP 11/12/2024
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta terça-feira (10), a inclusão de mais sete blocos do pré-sal no sistema de Oferta Permanente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), por meio do qual empresas petrolíferas realizam estudos e oferecem propostas para desenvolver a exploração e a produção de petróleo e gás nessas áreas.
Os blocos incluídos foram Cerussita, Aragonita, Rodocrosita, Malaquita, Opala, Quartzo e Calcedônia, todos na Bacia de Santos, localizada entre Rio de Janeiro e São Paulo. Com a decisão, eles ficam disponíveis para propostas de empresas interessadas em fechar contratos de licitação em regime de partilha de produção, no qual parte do óleo e gás extraído é de direito da União, que comercializa as commodities por meio da estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
A expectativa do conselho é que a arrecadação governamental com esses blocos pode passar de R$ 220 bilhões durante a vida útil dos projetos, com previsão de R$ 214 bilhões em investimentos no período.
Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a oferta dos blocos ao mercado contribui para a autossuficiência energética do país. “Essa medida tem relevância fundamental para a economia, atraindo grandes investimentos para o país e gerando emprego e renda para a população. Para esses blocos em específico, só as receitas de bônus de assinatura vão gerar R$ 874 milhões para a União, reafirmando a importância dessa decisão para o desenvolvimento econômico do Brasil”, destacou.
Os sete blocos estarão junto dos 17 já disponíveis no sistema de Oferta Permanente. Segundo o Ministério de Minas Energia, o próximo leilão, previsto para junho, deverá ser o maior leilão do regime de partilha de produção em quantidade de blocos.
Conteúdo nacional
O conselho também definiu que navios-tanque construídos no Brasil devem ter índices mínimos globais de 50% de conteúdo local, o que inclui bens produzidos e serviços prestados no país durante a execução do contrato de construção. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o percentual abrange grupos de investimentos como serviços de engenharia, máquinas e equipamentos, além da construção e montagem das embarcações.
A ANP será responsável por fiscalizar e mensurar o cumprimento dos índices, que funcionam como um incentivo à contratação de fornecedores na indústria nacional, à transferência de tecnologia e à geração de empregos.
Investing - SP 11/12/2024
A primeira plataforma do tipo FPSO da Petrobras (BVMF:PETR4) para Sergipe Águas Profundas (Seap), na Bacia de Sergipe-Alagoas, pode começar a operar antes de 2030, afirmou a presidente da petroleira, Magda Chambriard, durante evento no Rio de Janeiro.
Segundo ela, o projeto é estratégico para o Nordeste e o Brasil, para a produção de gás e petróleo.
"A gente no Seap prevê uma licitação de uma unidade firme para Seap 2 com previsão de operação até 2030, a gente fala com 2030 (no horizonte), mas todo dia a gente aperta a Renata (Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras), mas muito provavelmente vai ser antes", disse Chambriard.
Durante evento que contará com rodada de negócios entre estaleiros, fornecedores de máquinas e equipamentos e empresas operadoras de FPSOs, a presidente da Petrobras destacou que a licitação tem opção de uma segunda FPSO similar que vai chamar de Seap 1.
"A gente começa pela 2 e tem opção com o fornecedor para mais uma também."
A executiva destacou que um FPSO terá conteúdo local de 40% e o outro, de 30%.
"São projetos grandiosos e relevantes. Cada uma das unidades vai processar 120 mil barris/dia e 12 milhões de metros cúbicos de gás", disse.
A Petrobras anunciou no final de novembro que iniciou novo processo de contratação para construção de até duas unidades de produção de petróleo do tipo FPSO, destinadas ao projeto Sergipe Águas Profundas.
A modalidade de contratação será do tipo "Build, Operate and Transfer (BOT)", no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato.
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Posteriormente a operação será transferida para a estatal.
O projeto Seap 1 abrange as jazidas pertencentes aos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 (100% Petrobras) e BM-SEAL-11 (60% Petrobras e 40% IBV Brasil Petróleo).
O projeto Seap 2 abrange jazidas pertencentes aos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados nas concessões BM-SEAL-4 (75% Petrobras e 25% ONGC Campos), BMSEAL-4A (100% Petrobras) e BM-SEAL-10 (100% Petrobras).
Valor - SP 11/12/2024
Números confirmam que explorar combustíveis fósseis na região não só é um retrocesso para enfrentar a crise climática, como trará também um prejuízo financeiro
Poucos dias após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negar, pela segunda vez, a licença para a Petrobras perfurar um poço no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou um documento com estimativas de volume de petróleo e gás na região. Com 2024 se encaminhando para ser o primeiro ano com temperatura média global 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, tido como o limite de segurança pela ciência que foi incorporado como meta do Acordo de Paris, os números confirmam que explorar combustíveis fósseis na Foz é um retrocesso para enfrentar a crise climática. Mas não só: é também um prejuízo financeiro para a Petrobras, para a União, sua principal acionista, e, por tabela, para a sociedade brasileira.
A EPE projeta um volume recuperável na parte noroeste da Foz - onde está localizado o FZA-M-59 e outros blocos exploratórios - de 6,2 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE, que soma petróleo e gás). Esse volume foi estimado com base em mapeamento sísmico e interpretação geológica, já que a única tentativa de se perfurar um poço na região, feita pela Petrobras em 2011, falhou. E por uma razão grave: as fortes correntes marítimas da área fizeram a plataforma de perfuração se soltar. Um equipamento só pôde ser recolhido quatro dias depois e houve vazamento de óleo hidráulico.
Além disso, a EPE aponta que toda a bacia teria volumes recuperáveis totais que podem chegar a 10 bilhões de BOE. A estatal considera também o Sudeste da bacia e o chamado “Cone do Amazonas”, na saída do rio. Nessas regiões já foram perfurados quase 100 poços, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e a maior parte deles eram secos, ou encontraram volumes que não justificavam a exploração comercial. Os demais não foram concluídos também por problemas técnicos, alguns similares ao da Petrobras em 2011.
A EPE ainda desenhou a curva da produção, em caso de sucesso exploratório. Segundo a empresa, um pico de 300 mil barris por dia poderia ser atingido 14 anos depois do início da extração. Considerando que a Petrobras projetou um prazo de seis anos entre uma possível descoberta na foz e o início da produção comercial, o pico seria atingido daqui a 20 anos, pelo menos - isso se o poço fosse perfurado hoje e se a perfuração desse algum resultado no mesmo dia, o que é impossível. Logo, o ano mais provável seria 2050. Prazo para que o mundo alcance emissões líquidas zero de carbono.
A estatal de pesquisa também aborda o suposto impacto econômico do petróleo na região, mencionando que cada 100 mil barris diários de produção geraria um incremento de R$ 10,7 bilhões no PIB local e mais de 50 mil empregos diretos e indiretos. Sobre isso, é importante lembrar que a maioria dos empregos gerados por esse tipo de empreendimento são temporários. Não gerará empregos localmente na produção de componentes, uma vez que há um robusto parque fornecedor de petróleo e gás instalado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nos empregos permanentes, poucos e altamente técnicos, o mais provável é haver migração de especialistas.
Assim, atingir o volume projetado de produção para o alcance dos resultados apresentados, caso haja sucesso exploratório, não ocorrerá antes de 2035 ou 2040, pelo menos. Quanto valerá o petróleo lá?
Não é novidade que os preços globais desse combustível fóssil são determinados pelo equilíbrio entre oferta e demanda. E também não é novidade que a demanda está desacelerando. Ainda que o mundo não tenha atingido o pico - o que deverá acontecer até 2030, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE) -, há meses tanto a AIE como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vêm atualizando esses números para baixo.
No seu Plano de Negócios 2025-2029 e Plano Estratégico 2050, a Petrobras apresenta um pico de 101 milhões de barris por dia (bpd) no planeta antes de 2030. A partir daí é queda livre: a demanda global cairá para 64 milhões de bpd em 2050 - ano em que, supostamente, segundo a EPE, a Foz atingiria seu pico de produção, se tudo o que projeta de fato se confirme, o que é uma incógnita.
Se a demanda anda devagar, o mesmo não se pode dizer da oferta. Mesmo com eventuais cortes de produção anunciados aqui e ali pelos países integrantes da Opep, o petróleo tem sido suficiente para cobrir a procura, e com folga.
No Brasil, a Petrobras considera que a demanda será mais resiliente. Ainda assim, sequer se aproximará do pico de 2,6 milhões de barris de petróleo consumidos diariamente em meados dos anos 2010. Quanto à produção, até setembro o país extraiu, em média, 3,4 milhões de barris de petróleo por dia - mais de 50% acima da demanda interna. Desse total, 1,8 milhão de bpd (53% do volume produzido), foi exportado, aponta o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Com isso, 2024 deve ser o primeiro ano em que o país deve registrar uma exportação de petróleo acima de 50% de sua produção.
Há quem justifique explorar a bacia da Foz dizendo que não fazê-lo criaria o risco do país se tornar importador de petróleo. Para evitar este cenário, bastaria em última instância extrair o necessário para suprir a demanda interna. Mas, além disso, com as projeções de entrada de novos sistemas de produção no pré-sal até 2029 feita pela Petrobras, e o trabalho projetado pela companhia para aumentar o fator de recuperação de campos maduros na Bacia de Campos, a oferta brasileira tende a aumentar bastante. E sem uma gota da Foz do Amazonas.
Com demanda decrescente e oferta em alta, o valor do petróleo tende a cair sistematicamente. Prova disso é que mesmo conflitos que há alguns anos mexiam abruptamente com os valores, principalmente no Oriente Médio, hoje causam apenas pequenos “soluços” nos preços.
Especialistas já apontam uma queda de até US$ 9 no preço do barril nos próximos 12 meses com o aumento da produção dos países não-Opep. Essa redução deve se acentuar se o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, for adiante com seus planos de ampliar a exploração no país.
Portanto, os cenários nacional e global não justificam o investimento sugerido pela EPE. O risco é a Petrobras e a sociedade brasileira ficarem com um ativo encalhado (stranded asset) nas mãos se a petroleira tentar explorar petróleo e gás na Foz do Amazonas. Uma conta que um país pródigo em fontes renováveis de energia e ainda com tantos disparates sociais não precisa - e não pode - pagar.
Shigueo Watanabe Jr. e Alexandre Gaspari são especialistas em energia do Instituto ClimaInfo.
Valor - SP 11/12/2024
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, diz que tem de haver demanda para viabilizar empreendimento em Sergipe
Magda Chambriard: “Precisamos ter mercado para o gás. Sem mercado, o gás do projeto Sergipe fica comprometido” — Foto: Lucas Tavares/O Globo
A oferta de gás, um dos temas prioritários do governo Lula na área energética, voltou à agenda pública da presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Nesta terça-feira (10), a executiva afirmou, em evento da indústria naval no Rio, que a estatal tem trabalhado para aumentar a oferta do insumo no país, mas que é necessário ter demanda para o produto.
“Precisamos ter mercado para o nosso gás. Sem mercado, o gás do projeto Sergipe Águas Profundas [da Petrobras] fica comprometido”, disse Chambriard. “Quando falamos de esforço legislativo, construção de mercado, temos que entender que os projetos [para o insumo] nascem com projetos de petróleo. Óleo e gás geram riqueza e viabilizam novas plataformas. Isso não é chantagem, é realidade de negócio. Ninguém faz plataforma para ter prejuízo.”
A presidente da Petrobras fez as declarações em discurso no evento. Procurada depois por jornalistas para explicar melhor o que quis dizer, Chambriard não respondeu.
No discurso, ela disse que a demanda para o insumo precisa ser garantida para viabilizar o projeto Sergipe Águas Profundas (Seap). O Seap está em fase de contratação de duas plataformas. As unidades terão capacidade de processar 120 mil barris por dia de petróleo e até 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo o produto enviado diretamente para venda.
A presidente da Petrobras fez também referência ao capítulo sobre gás no projeto de lei (PL) nº 327/2021, que cria o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten). Inicialmente, o Paten estabelecia travas para aumentar a concorrência no setor de gás e limitar a atuação da Petrobras. Isso aconteceria por meio de limites para a atuação da estatal na venda do combustível. Ficava ainda vedada a comercialização, pela Petrobras, do produto de terceiros, como ocorre hoje.
No fim de novembro, o senador relator do projeto, Laercio Oliveira (PP-SE), atualizou o texto e retirou o capítulo em que travava a concentração de fornecimento de gás. Conforme o portal MegaWhat, o senador declarou que a retirada do capítulo foi para evitar atrasos na agenda de votações do Congresso.
O Programa de Desconcentração Regulada do Mercado de Gás Natural, mais conhecido no mercado como “Gas Release”, que saiu do Paten, deve ficar agora sob responsabilidade da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em 3 de dezembro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encaminhou um ofício ao diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, cobrando da autarquia a regulamentação do programa. O mandato de Saboia termina em 22 de dezembro. Procurada, a ANP não quis comentar.
No evento de ontem, Chambriard também citou os esforços da companhia para impulsionar os fornecedores da estatal. Existe um receio no mercado sobre os planos da Petrobras em desenvolver a indústria naval doméstica dado o histórico recente de projetos inacabados, sobrepreços e denúncias de corrupção. A tentativa de impulsionar esse setor no Brasil tem sido um pleito do governo Lula.
Chambriard afirmou que a estatal vai incentivar a indústria local, respeitando os lucros da própria empresa e os limites de atuação dos fornecedores: “O patamar de lucro da empresa vai ser respeitado, promovendo a indústria nacional”, disse Chambriard.
Globo Online - RJ 11/12/2024
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a estatal vai ampliar as encomendas em estaleiros e empresas nacionais nos próximos anos, desde que o patamar de lucro seja respeitado. Ela participou da abertura da FPSO Supply Connections Brazil Offshore, evento realizado na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro, e organizado pela estatal, Sinaval, que representa o setor naval, e o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).
A estatal pretende, até 2029, encomendar 11 plataformas de produção de petróleo e gás (FPSOs), 30 novas sondas de exploração e cerca de 90 embarcações submarinas para dar suporte às operações em alto-mar. O novo plano de negócios da estatal prevê investimentos de US$ 111 bilhões, valor 9% maior em relação ao plano anterior.
— Vamos ampliar os investimentos no parque produtivo brasileiro e assegurar que vamos fazer encomendas com fornecedores nacionais, mas tem que ter uma base competitiva. O patamar de lucro da Petrobras será respeitado, promovendo a indústria nacional. Quando olhamos para frente, vemos oportunidades. Temos o pré-sal, que vai continuar se desenvolvendo. A Bacia de Campos vai retomar a produção e produzir, no futuro, tudo que já produziu. O fator de recuperação em Campos é hoje de 17% e queremos chegar a 35% — disse Magda.
Sem voo de galinha
Ela citou a encomenda de dois FPSOs para Sergipe Águas Profundas (SEAP), cujo edital foi lançado no último dia 9 de novembro. Lembrou que uma das unidades terá conteúdo local de 40% e a outra de 30%. Mas Magda fez um alerta para que se evitem voos de galinha.
— Precisamos conhecer o potencial e as dores para que a gente possa fazer essa indústria dar certo e traçar caminhos de progresso. Precisamos entender que nenhum de nós caminha sozinho. É evitar voo de galinha. Já enfrentamos uma sucessão de voos de galinha e, quando a gente olha para trás, temos que ver as lições apreendidas e calibrar o que somos capazes de fazer e não dar passos maiores que as nossas pernas possam oferecer. Tem que fazer acontecer com passos sedimentados, com esforço e consciência do que a indústria pode entregar — afirmou Magda.
Ela, no entanto, afirmou que, para que o projeto de Sergipe Águas Profundas (SEAP) possa ser rentável, é preciso que seja construído um mercado para o gás. Em Sergipe, cada uma das unidades terá capacidade para produzir 120 mil barris de óleo por dia e até 12 milhões de metros cúbicos de gás diários.
— Sergipe Águas Profundas é um projeto que vai produzir óleo e gás. Tem que ter espaço para produzir gás. Quando falamos de esforço legislativo, de construção de mercado de gás, temos que entender que projetos de gás nascem com projetos de óleo. Isso não é chantagem, é realidade de negócio. Ninguém faz uma plataforma para ter prejuízo. Precisamos ter mercado para nosso produto final. Esse projeto de Sergipe Águas Profundas coloca Sergipe em posição de vanguarda. O Nordeste tem essa posição estratégica — disse ela, destacando que a primeira plataforma pode entrar em operação em 2030 ou até antes.
Segundo Magda, o ajuste do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) pelo Senado viabiliza os projetos para Sergipe Águas Profundas (SEAP). No projeto, foram incluídos entre os projetos prioritários os relacionados à energia nuclear, ao biogás, ao gás natural e à produção de amônia e derivados.
-- Precisamos de mercado para nosso gás, o que vai viabilizar economicamente os projetos do SEAP. O Paten endereça essa necessidade e garante a continuidade do projeto. É importante que haja mercado para o gás da Petrobras para viabilização desse projeto. O Senado entendeu o tamanho desse desafio e ajustou o Paten, viabilizando os projetos SEAP 1 e 2, em benefício do Brasil e do Estado de Sergipe.
Infomoney - SP 11/12/2024
Os preços do petróleo subiram nesta terça-feira, com estímulos econômicos na China, o maior comprador do mundo, e a possibilidade de oferta restrita na Europa no próximo inverno.
Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a 72,19 dólares o barril, alta de 0,05 dólar ou 0,07%. O petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos fechou a 68,59 dólares o barril, alta de 0,22 dólar ou 0,32%. Ambos os contratos de referência subiram mais de 1% na segunda-feira.
O suporte veio de relatos de que a China adotará uma política monetária “apropriadamente frouxa” em 2025, enquanto Pequim tenta estimular o crescimento econômico. Esta seria a primeira flexibilização de sua postura em 14 anos, embora os detalhes permaneçam escassos.
As importações de petróleo da China também cresceram anualmente pela primeira vez em sete meses, aumentando em novembro em relação ao mesmo período do ano anterior.
O aumento, no entanto, “foi mais uma função de estoque do que de melhora na demanda”, disse Tamas Varga, corretora de petróleo PVM.
“A economia só será estimulada pela melhora do sentimento e dos gastos do consumidor, por um aumento na demanda agregada doméstica, refletido em um aumento saudável na inflação ao consumidor”, acrescentou.
A especulação sobre a demanda de inverno também foi um fator, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.
“Os fundos de hedge estão começando a comprar devido à escassez de oferta nos mercados europeus neste inverno”, disse Flynn.
Na Síria, os rebeldes estavam trabalhando para formar um governo e restaurar a ordem após a deposição do presidente Bashar al-Assad, com os bancos e o setor de petróleo do país prontos para retomar o trabalho nesta terça-feira.
Exame - SP 11/12/2024
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, afirmou nesta terça-feira, 10, que espera que o estado encerre 2025 com cerca de 4 mil quilômetros de rodovias concedidos — 2 mil já estão sob a gestão do setor privado. No final de novembro, Mendes informou que, em fevereiro de 2025, seis lotes de rodovias serão concedidos à iniciativa privada, totalizando 2 mil quilômetros.
"A logística desempenha um papel fundamental, e foi por meio de sua melhoria que conseguimos superar a marca de 100 milhões de toneladas [de grãos]. Essa evolução é crucial diante da perspectiva de uma supersafra, consolidando o agronegócio como a principal força da nossa economia", afirmou Mendes durante o Fórum Infraestrutura Cidades e Investimentos EXAME.
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Ao todo, os blocos totalizam R$ 7,7 bilhões em investimentos previstos. O Lote 1 abrange 237 km entre Juara e Tapurah, com obras estimadas em R$ 700 milhões.
O Lote 2 é o que demanda maior investimento, com um capex projetado de R$ 1,8 bilhão para o trecho de 418 km entre Nova Mutum e Campo Novo do Parecis.
O Lote 3 cobre 161,3 km entre Cuiabá e Rosário Oeste, com obras avaliadas em R$ 1,2 bilhão, incluindo a duplicação de boa parte das vias. Já o Lote 5 (a numeração não segue uma sequência linear, pois alguns lotes estudados foram incorporados) abrange 308 km entre Paranatinga e Carana, com investimentos de R$ 1,1 bilhão.
O Lote 6, com investimentos significativos de R$ 1,75 bilhão, contempla 634 km entre Campo Verde e Sinop. Por fim, o Lote 8, que cobre 344 km entre Brasnorte e Castanheira, prevê um investimento de R$ 1,08 bilhão. A sessão pública da licitação está marcada para 7 de fevereiro, com entrega das propostas até o dia 4 do mesmo mês.
Logística no agro
Para o governador, o investimento em infraestrutura garante competitividade para o agronegócio do estado — um dos principais produtores de grãos e pecuária do Brasil.
"O Brasil tem muita coisa a se fazer. Precisa retirar o estado, criar marcos regulatórios um ambiente de negócios propícios para o Brasil. Recursos podem ser captados desde que tenham segurança jurídica no país", diz Mendes.
O governador disse que aumentar a capacidade de investimentos demandou um rigoroso ajuste fiscal, para equilibrar receitas e despesas. A medida, diz o governador, permitiu alcançar a capacidade de investir 20% da arrecadação total do estado. "Agora, temos que acertar o calibre desses investimentos no Brasil”, disse Mendes.
A gestão de Mendes implementou um programa abrangente de infraestrutura, que abrange quase 7 mil km de rodovias e inclui a incorporação da estratégica BR-163, com 853 km de extensão.
Além disso, as rodovias com viabilidade financeira, após construídas, têm sua gestão transferida para a iniciativa privada, promovendo eficiência e sustentabilidade.
"O Brasil precisa de investimentos que desburocratizem os processos. Pequenas ações podem gerar grandes impactos, tornando o ambiente de negócios mais atrativo para investidores", diz o governador.
Monitor Digital - RJ 11/12/2024
Segundo o IBGE, a produção total do agronegócio somou R$ 162,9 bilhões no período. Mesmo com o bom desempenho de culturas como algodão (14,5%), trigo (5,3%) e café (0,3%), a estiagem e as queimadas tiveram um impacto significativo no rendimento de outras culturas: cana-de-açúcar (-1,2%), milho (-11,9%) e laranja (-14,9%).
Já de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em novembro deste ano, o Brasil exportou 4,66 milhões de sacas de 60 kg de café. Com o resultado, 5,4% superior ao do mesmo mês de 2023, quando o país vendeu 4,42 milhões de sacas do produto para o mercado externo, o setor cafeicultor estabeleceu um novo recorde: a um mês do fim do ano, os produtores nacionais já tinham embarcado o total de 46,399 milhões de sacas, superando em 3,78% o maior volume registrado até então, que era de 44,707 milhões de sacas ao longo dos 12 meses de 2020.
Com as vendas externas do produto, o Brasil recebeu, só em novembro, US$ 1,343 bilhão – quantia 62,7% superior aos US$ 825,7 milhões aferidos no mesmo mês de 2023. Se comparadas as receitas recebidas de janeiro a novembro deste ano (US$11,30 bi) às do mesmo período de 2023 (US$ 9,24 bi), o crescimento é da ordem de 22,3%
Até o fim de novembro, os principais importadores do café brasileiro foram os EUA (7,419 milhões de sacas, ou 16% do total), Alemanha (7,228 milhões), Bélgica (4,070 milhões), Itália (3,702 milhões) e Japão (2,053 milhões), sendo que, no acumulado, os japoneses importaram, este ano, um volume 0,3% inferior ao do mesmo período de 2023.
A espécie de café que o Brasil mais tem exportado em 2024 continua sendo a arábica: mais de 33,97 milhões de sacas. De acordo com o Cecafé, esse volume, 23,2% superior ao do mesmo intervalo no ano passado, é o maior da história para o período de 11 meses. Na sequência vem a espécie canéfora (conilon robusta).
Os cafés de qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 17,5% das exportações totais brasileiras entre janeiro e novembro de 2024, com a remessa de 8,112 milhões de sacas ao exterior. Esse volume é 33,5% superior ao registrado nos 11 primeiros meses do ano passado. O preço médio do produto foi de US$ 269,41 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 2,185 bilhões, ou 19,3% do total obtido.
Apesar dos bons resultados, o Cecafé aponta para a persistência de gargalos que dificultam o setor, principalmente em termos logísticos.
“Na teoria, ao analisarmos a performance das exportações brasileiras de café, teríamos motivos somente para comemorar, mas a realidade é um pouco mais cruel”, afirmou o presidente da entidade, Márcio Ferreira, em nota. “Esse desempenho recorde ocorre devido ao profissionalismo e à criatividade dos exportadores associados ao Cecafé, que buscaram alternativas e vêm arcando com milionários gastos adicionais em seus processos de exportação devido à falta de infraestrutura, especialmente nos portos brasileiros, para honrarem os compromissos com os clientes internacionais dos cafés do Brasil”.
“Os dados da exportação divulgados pela Cecafé, que deverão acumular, ao fechar desse ano, próximo de 50 milhões de sacas de café, são vigorosos e, comparados aos dados do ano passado, que totalizaram próximo de 40 milhões, demonstram o vigor que as exportações brasileiras atingiram esse ano”, afirmou à Agência Brasil Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) a respeito dos dados divulgados pelo Cecafé. Também em nota, Cardoso comentou que o setor espera chegar, este ano, próximo à marca de 50 milhões de sacas de café exportadas.
Para o presidente da Abic, dois fatores trazem foram importantes para o aumento das importações: “o robusta (conilon brasileiro) ficou muito barato contra o conilon do Vietnã no primeiro semestre, daí o motivo dessas exportações seguirem muito mais altas do que o ano passado, especialmente de conilon (de robusta), e outro ponto que foi fundamental, sobretudo no último quadrimestre, foram as antecipações que esses importadores europeus fizeram em função da iminente entrada em vigor da EUDR, que foi postergada por mais 12 meses, mas as antecipações dos importadores já estavam feitas.