Clipping Diário

12 | Dezembro | 2024

SIDERURGIA

Investing - SP   12/12/2024

A CSN (BVMF:CSNA3) espera que o consumo aparente de aço no Brasil cresça cerca de 3,5% no próximo ano, para 26,9 milhões de toneladas, segundo apresentação da companhia a investidores e analistas nesta quarta-feira.

A companhia espera que o consumo de aços planos no país suba para 16 milhões de toneladas em 2025, de uma estimativa de 15,5 milhões neste ano. No segmento de longos, a expectativa é de crescimento em 2025 para 10,9 milhões de toneladas, ante 10,5 milhões em 2024.

Segundo o vice-presidente comercial da CSN, Luiz Fernando Martinez, a companhia tem expectativa de ter um Ebitda adicional em siderurgia de 927 milhões de reais em 2026, após projetos de ganho de eficiência na usina da companhia em Volta Redonda (RJ) em que deve investir apenas neste ano 1 bilhão de reais.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

Você está pensando em investir US$2.000 agora em CSNA3?

Com CSNA3 ocupando as manchetes, investidores experientes estão se perguntando: será que a empresa está realmente avaliada de forma justa? Em um mercado repleto de ações caras, encontrar valor real pode ser desafiador. Os algoritmos avançados de IA do InvestingPro analisaram CSNA3 e milhares de outras ações para identificar oportunidades ocultas. Essas ações descontadas, entre as quais possivelmente está CSNA3, podem oferecer retornos expressivos, à medida que o mercado se ajusta. Em 2024, nossa IA identificou diversas ações descontadas que tiveram alta de 30 ou mais. CSNA3 está pronta para seguir o mesmo caminho? Não perca a chance de descobrir.
Descubra já ações descontadas

Valor - SP   12/12/2024

Empresa encontra desafios para reduzir alavancagem e revê suas projeções de investimentos para os próximos anos

Benjamin Steinbruch: “Vender ativos é um caminho mais fácil, mas não mostra prêmio de gestão” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) avalia que 2025 pode ser um ano mais favorável para alcançar melhores resultados, mesmo diante de um cenário desafiador de juros elevados. A empresa revisou sua meta de alavancagem, que agora deve ficar abaixo de 3 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado até o fim de 2025, substituindo a meta anterior de 2,5 vezes projetada para 2024.

Durante o evento CSN Investor Day, o presidente da companhia, Benjamin Steinbruch, afirmou que, em um contexto de juros altos, é essencial que a CSN alcance um Ebitda anual de pelo menos R$ 15 bilhões para manter sua sustentabilidade financeira.

Steinbruch relembrou que, ao longo de sua trajetória empresarial, foi necessário alavancar negócios em diversos momentos, mas destacou que o atual cenário exige uma postura conservadora. Segundo ele, ser uma empresa “investment grade” - com boa gestão de endividamento - é fundamental para manter bom crédito.

Entre as medidas recentes para fortalecer a posição financeira, a CSN vendeu 10,7% de sua participação na CSN Mineração para a japonesa Itochu Corporation, o que gerou R$ 4,4 bilhões em recursos destinados à redução da dívida.

“Vendemos parte da CSN Mineração justamente para reduzir nosso endividamento. Há outras coisas que podem ser feitas, mas acredito que o foco deve ser em buscar resultados pela operação, não apenas pela venda de ativos. Vender ativos é um caminho mais fácil, mas não mostra um prêmio de gestão”, afirmou.

Mesmo com uma dívida líquida de aproximadamente R$ 30 bilhões, o que representa um grande volume de juros a pagar, Steinbruch enxerga oportunidades estratégicas de investimento com boas margens de retorno.

“Estamos trabalhando para obter fundos que permitam realizar aportes de alto retorno, especialmente por meio de parcerias, para que possamos capturar um Ebitda significativo sem sacrificar os investimentos em áreas prioritárias”, destacou.

Para isso, a nova meta de investimentos em siderurgia é de R$ 8 bilhões até 2028, relativos à modernização do parque industrial, com potencial de gerar até R$ 2,8 bilhões de Ebitda incremental até 2030.

Nas novas projeções referentes às suas operações de siderurgia, mineração e cimento, além de perspectivas financeiras, o grupo projeta investimentos de R$ 5,3 bilhões neste ano e o intervalo de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões em 2025, substituindo meta anterior de R$ 6 bilhões em 2024 e R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões entre 2025 e 2028.

A empresa também revisou suas projeções de investimentos, reduzindo os aportes previstos para a operação de minério de ferro e aumentando os desembolsos destinados ao segmento de cimentos. O negócio de cimentos tem registrado crescimento no período pós-pandemia, impulsionado pelo aumento da demanda no setor de construção civil, embora os preços ainda apresentem recuperação abaixo da inflação do setor.

Entre outras oportunidades, o diretor de energia da CSN, Rogério Pizeta, acrescenta que a empresa pretende participar do Leilão de Reserva de Capacidade (segurança energética), que deve ocorrer nos primeiros meses de 2025.

Hoje a empresa tem 2,1 gigawatt (GW) de capacidade instalada, que inclui projetos termelétricos e de energia renovável. O executivo vê espaço para que seus empreendimentos sejam competitivos no leilão. A minuta da portaria do governo prevê a contratação de termelétricas, novas ou existentes, além da expansão da capacidade de geração em hidrelétricas.

A empresa anunciou também que fez uma proposta para comprar uma participação de 70% na Estrela Comércio e Participações, controladora da Tora Transportes, por R$ 742,5 milhões. A CSN afirma que o relacionamento com a Tora, um dos maiores operadores logísticos do Brasil, já dura 35 anos e a aquisição tem como objetivo promover o crescimento das operações intermodais ao explorar a infraestrutura nas suas regiões de atuação.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   12/12/2024

O Comitê de Política Monetária (Copom) acelerou nesta quarta-feira, 11, o ritmo da alta da taxa básica de juros para 1 ponto porcentual e colocou a Selic em 12,25%.

Foi o terceiro aumento seguido promovido pelo Copom, numa tentativa de trazer de volta as expectativas para o centro da meta de inflação, que é de 3%. O comitê indicou que deve continuar a subir os juros. Nas próximas duas reuniões, deve repetir a alta de 1 ponto porcentual, colocando a Selic em 14,25%.

Abaixo, analistas convidados pelo Estadão apontam até onde o Copom terá de elevar os juros e qual será o impacto na economia.

O primeiro ponto a considerar antes de começar qualquer análise sobre os próximos passos do Banco Central é que a política monetária brasileira não está funcionando em seu modo habitual.

Geralmente, o impacto de uma alta de juros sobre a inflação não se dá de forma direta, e sim por meio dos chamados canais de transmissão da política monetária. O câmbio é um deles. Juros elevados costumam atrair capital externo, o que faz o dólar cair e puxa para baixo o preço dos produtos importados, aliviando a inflação.

Hoje, esse canal não está funcionando, tanto que, apesar da alta dos juros, o dólar chegou a superar os R$ 6. O que explica isso, na nossa visão, é a elevada dívida pública brasileira. Uma alta de juros, nesse contexto, faz aumentar rapidamente o déficit público nominal, que é aquele que inclui o montante de juros a ser pago pelo governo. Essa dinâmica piora a trajetória da dívida, gera aversão ao risco e pressiona o dólar.

Outro canal de transmissão relevante é o da própria atividade econômica. Juros mais altos normalmente reduzem a demanda agregada e, dessa forma, contribuem para diminuir a pressão sobre os preços. Mas, assim como o câmbio, esse canal não está apresentando o resultado esperado. Uma política fiscal expansionista, com injeção forte de estímulos fiscais, tende a desfazer os efeitos da alta de juros, porque joga contra a necessária desaceleração da economia. Enquanto a política monetária pisa no freio, a política fiscal pisa no acelerador. Sabemos que não é assim que o carro vai desacelerar.

Há evidências, portanto, de que a alta dos juros não está sendo o suficiente para conter a inflação. Sem uma política fiscal contracionista, o Banco Central deve continuar subindo os juros, pelo menos até maio do ano que vem. Para 2025, considerando a decisão de hoje do Copom e o tom do comunicado, vamos revisar para cima nossa projeção de Selic, hoje em 13,75%.

É economista-chefe do C6 Bank
Leonardo Costa: ‘BC deveria elevar a taxa básica de juros para 16,75%’

O Banco Central subiu em 100 pontos-base (1 ponto porcentual) a taxa básica de juros na reunião de dezembro. Seu comunicado reconhece a forte piora dos indicadores nas últimas semanas, bem como as suas projeções — com seu modelo indicando IPCA de 4% no segundo trimestre de 2026, distante da meta e dentro do seu horizonte relevante. A decisão e o comunicado foram duros, com indicação de mais duas altas de 100 pontos-base nas próximas reuniões do Copom, em janeiro e março.

Nossa projeção é de mais duas altas de 1 ponto, com a Selic indo até 14,25%. Contudo, consideramos que o BC deveria elevar a taxa básica de juros em mais 450 pontos-base (4,5 pontos porcentuais), em três altas de 150 pontos (1,5 ponto porcentual) cada, após o aumento de 100 pontos-base anunciado hoje. Assim, a taxa Selic subiria de 12,25% para 16,75%.

Esse movimento agressivo poderia ser considerado um choque de juros e teria potencial para trazer a inflação para próximo da meta no horizonte relevante de política monetária, no segundo trimestre de 2024. Os efeitos esperados dessa estratégia seriam a desaceleração da atividade econômica — a economia doméstica operaria abaixo do seu potencial, refletindo menores níveis de consumo e investimento. No entanto, o PIB ainda teria crescimento positivo. E a valorização do câmbio, devido à atratividade dos juros elevados para investidores estrangeiros, contribuindo também para conter pressões inflacionárias via preços de importados.

*Economista do ASA
Luís Eduardo Assis: ‘Ajuste será feito na inflação, que tem tudo para ficar acima da meta’

Talvez a baixa autoestima da profissão seja capaz de explicar a eterna disposição dos economistas de tentar adivinhar o futuro. Há também o conforto de poder contar com a memória fraca de quem pergunta, de boa-fé, o que vai acontecer. Em dezembro do ano passado, a pesquisa Focus conduzida pelo Banco Central nos dizia que os economistas do mercado esperavam um crescimento do PIB em 2024 da ordem de 1,5% — será mais que o dobro disso. A taxa de câmbio fecharia o ano em R$ 5, muito abaixo dos quase R$ 6 que se espera agora. A Selic, por sua vez, deveria estar agora em 9%, se as previsões feitas há um ano estivessem certas. Muito menos do que os 12,25% que teremos. Deu tudo errado, o que ajuda a entender o azedume atual dos operadores.

A discussão a respeito da possibilidade de o Banco Central poder alterar sua forma de atuação, no contexto de uma diretoria majoritariamente escolhida pelo presidente Lula, parece estar superada. Tudo sugere – e o mercado aposta – que pouco ou nada mudará, prevalecendo o pragmatismo conciliatório. Não é pouca coisa, considerando que as limitações do regime de metas de inflação, da forma como o conhecemos, começam a ser questionadas até por economistas ortodoxos de grande reputação (vide Whiter inflation targeting as a global monetary standard?, de Claudio Borio, BIS Working Papers, dezembro de 2024).

Aqui os problemas são menos sutis. Combater a inflação exclusivamente através da taxa Selic em uma economia indexada, fortemente exposta aos preços internacionais, no contexto de uma política fiscal expansionista, embute uma grande ineficácia, da qual resulta a necessidade de juros extraordinariamente elevados. Ainda assim, não é provável que a Selic fique acima de 13% em 2025. Da mesma forma, não é provável que tenhamos uma política fiscal mais contida, até porque o governo, inadvertidamente, deverá priorizar o crescimento da renda e do emprego, a qualquer custo. Nessas condições, o ajuste será feito na inflação, que tem tudo para ficar acima da meta, aproximando-se de 5%. A conferir (ou não).

*Economista, ex-diretor de política monetária do Banco Central do Brasil
Sergio Vale: ‘Selic a 15% coloca um grande risco de uma desaceleração mais grave às portas da eleição’

Na falta de uma política fiscal adequada, sobrou integralmente para o Banco Central o trabalho de conter as expectativas de inflação. Corretamente, o banco subiu a taxa em um ponto e já sinalizou mais duas altas iguais. O ciclo final deverá se aproximar de 15%, alta minimamente necessária para se estabilizar a inflação abaixo do teto da meta para 2025 e 2026.

O ponto central aqui é que não há clareza por parte da maioria do governo e do Congresso de quão grave é a situação fiscal. O primário necessário para estabilizar a dívida pública bruta se encontra em torno de 3,5% e estamos muito provavelmente falando de déficits primários de 0,7% do PIB, mesmo com o governo alcançado os objetivos traçados no pacote anunciado.

Por isso, não tem alternativa para o Banco Central. Hiato do produto crescente, com preços de serviços em aceleração e taxa de câmbio caminhando para se estabilizar em torno de R$ 6 coloca a necessidade, novamente, de o BC ter de fazer o trabalho que o governo nega fazer na política fiscal. Mas Selic a 15% coloca um grande risco para o próprio governo de uma desaceleração mais grave às portas da eleição. Com isso, Lula se parece cada vez mais com o governo Dilma.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/12/2024

Em sua última reunião de 2024 para definição de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu por aumentar a Selic em 1 ponto percentual, o que leva a taxa a 12,25% ao ano.

No comunicado que acompanha a divulgação da decisão, os membros apontam, principalmente, para o ambiente externo desafiador, principalmente em relação à conjuntura econômica nos Estados Unidos, para um cenário doméstico de dinamismo, com economia aquecida e mercado de trabalho apertado, e para o cenário recente da política fiscal.

Com isso, o texto destaca ainda um cenário mais adverso para a convergência da inflação, com as expectativas apuradas pela pesquisa Focus elevando-se para em torno de 4,8% e 4,6% para 2024 e 2025, respectivamente.

Leia a íntegra do comunicado do Copom:

O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato. A inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.

As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e encontram-se em torno de 4,8% e 4,6%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 4,0% no cenário de referência.

Em função da materialização de riscos, o Comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto e mais adverso do que na reunião anterior. Persiste, no entanto, uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se

(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;

(ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo;

e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

Entre os riscos de baixa, ressaltam-se

(i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada;

e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa.

O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista.

O Copom então decidiu realizar um ajuste de maior magnitude, elevando a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 12,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões. A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Consultor Jurídico - SP   12/12/2024

Em 2024, as celebrações dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China destacam o fortalecimento contínuo da parceria estratégica entre as duas nações, consolidada como uma das mais relevantes no cenário internacional. Um exemplo emblemático dessa cooperação é o Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), firmado em 1988 para o desenvolvimento conjunto de satélites de observação terrestre.

Desde então, o programa, que completou 36 anos em 2024, já resultou na criação de seis satélites: CBERS-1 (1999), CBERS-2 (2003), CBERS-2B (2007), CBERS-3 (2013), CBERS-4 (2014) e CBERS-4A (2019). Esses equipamentos compõem um sistema completo de sensoriamento remoto, gerando imagens para aplicações em controle ambiental, agricultura, planejamento urbano e monitoramento de áreas terrestres.

O mais recente avanço foi o acordo para o desenvolvimento do CBERS-6, uma nova geração de satélites equipada com tecnologia 100% brasileira, como a Plataforma Multimissão (PMM), e um radar de abertura sintética chinês. Esse novo satélite ampliará a coleta de dados, inclusive em condições meteorológicas adversas, essenciais para regiões como a Amazônia, onde a cobertura de nuvens pode durar até seis meses por ano.
Futuro compartilhado

Além do avanço tecnológico, a recente assinatura de 37 novos acordos bilaterais pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, durante o G20 no Rio de Janeiro, reflete o compromisso mútuo em áreas estratégicas como economia, tecnologia, infraestrutura e cultura.

Esses acordos fortalecem o papel do Brasil como principal parceiro da China na América Latina e projetam um futuro de cooperação mais diversificado e benéfico para ambos os países. Essa nova etapa, pautada pela proposta de uma “Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável”, posiciona as duas nações como líderes na solução de desafios globais.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com um volume de comércio bilateral de US$ 136,3 bilhões entre janeiro e outubro de 2024, segundo dados divulgados pelo governo brasileiro. Em 2023, o comércio atingiu um recorde histórico de US$ 157 bilhões, impulsionado principalmente por exportações de commodities como soja, minério de ferro e carne.

Contudo, para além das commodities, os novos acordos bilaterais priorizam a diversificação, com destaque para setores como biotecnologia, energias renováveis e tecnologia agrícola. O compromisso da China com a neutralidade de carbono até 2060 converge com o Plano de Transformação Ecológica do Brasil, abrindo caminhos para soluções sustentáveis e inovadoras.

Investidora significativa no Brasil, a China destinou mais de US$ 66 bilhões ao país desde 2007, com foco em infraestrutura, energia renovável e telecomunicações. Projetos recentes, como a modernização de portos e ferrovias, ilustram o impacto transformador dessa parceria na competitividade brasileira. No campo tecnológico, a expertise chinesa em áreas como 5G, inteligência artificial e mobilidade elétrica é uma oportunidade para o Brasil superar suas deficiências estruturais. Empresas como a BYD, referência em veículos elétricos e produção de painéis solares, exemplificam essa integração.

A dimensão cultural também desempenha um papel fundamental. Em 2024, o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) promoveu eventos celebrando os 50 anos de relações diplomáticas, com iniciativas como cursos de mandarim, intercâmbios culturais e parcerias acadêmicas. Essa cooperação cultural será ampliada em 2026, com o Ano Cultural Brasil-China, reforçando os laços entre duas nações reconhecidas por sua diversidade e criatividade.

Por outro lado, desafios persistem. O Brasil precisa equilibrar a expansão agrícola com práticas ambientais mais sustentáveis, atendendo às exigências globais. As tensões geopolíticas, como a disputa comercial entre China e Estados Unidos, demandam uma diplomacia assertiva para proteger os interesses brasileiros. A realização do G20 em 2024 e da COP30 no Pará, em 2025, será uma oportunidade para ambos os países liderarem discussões sobre desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas, fortalecendo o papel central dessa parceria.

As relações Brasil-China vivem um momento de fortalecimento sem precedentes, mas o potencial para o futuro é ainda maior. Baseada no respeito mútuo e na busca por soluções globais, essa parceria tem o poder de transformar não apenas as economias, mas também as sociedades de ambos os países. Instituições como o Ibrachina continuarão a ser pilares na construção dessa ponte cultural e estratégica, fomentando uma colaboração que transcenda fronteiras e gerações.

CNN Brasil - SP   12/12/2024

O Banco Central (BC) acelerou alta da Selic nesta quarta-feira (11). Com a elevação de 1 ponto percentual, os juros básicos do país encerrarão 2024 no patamar de 12,25% ao ano.

Em seu comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) voltou a anunciar um guidance para as próximas reuniões.

Segundo o colegiado, a Selic deve voltar a subir um ponto nas duas próximas reuniões, em janeiro e março de 2025. O ponto final do ciclo de alta, porém, não foi indicado.

“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirma o Copom em seu comunicado.

Esta é a primeira vez desde março que os diretores do BC anunciam quais serão seus próximos passos. A falta de previsões vinha mexendo com o mercado.

A autarquia vinha buscando tranquilizar os ânimos nesse meio tempo dizendo que seria pior anunciar um guidance com um cenário incerto e, então, ter de mudá-lo; do que deixar de dizer qual seria a orientação. Até então, a posição que o Copom dava em seus comunicados era de observar e aguardar.

Os riscos que vinham sendo levantados eram a desancoragem das expectativas, o risco fiscal e o câmbio deteriorado. Apesar de os temores projetados terem se materializado, de modo que o momento da economia fica mais adverso, “o Comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto”.

CNN Brasil - SP   12/12/2024

O setor industrial não enxergou com bons olhos a elevação de 1 ponto na taxa Selic, anunciada nesta quarta-feira (11) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a elevação dos juros para 12,25% ao ano como “incompreensível e totalmente injustificada”, uma vez que significará menos investimentos e, consequentemente, menos emprego e renda.

A associação afirmou que o BC não levou em consideração a “desaceleração da atividade econômica, já observada no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, e a tendência de redução de juros nas principais economias globais, como os Estados Unidos, que partem para o terceiro corte seguido nos juros na próxima semana”.

“Manter o ciclo de alta da Selic iniciado em setembro já configuraria um erro do Banco Central. Intensificar esse ritmo, como a autoridade monetária escolheu, portanto, não faz sentido no atual contexto econômico, marcado pela desaceleração da inflação em novembro e pelo pacote efetivo de corte de gastos apresentado pelo governo federal”, avaliou.

Com a mesma abordagem, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) pontuou que o aumento é excessivo e que representa mais um obstáculo para a atividade da indústria nacional.

Apesar disso, a federação disse reconhecer o cenário atual de incerteza em relação à trajetória da dívida pública.

“A Firjan pontua que enquanto o grave problema da sustentabilidade das contas públicas não for resolvido, o país não terá espaço no orçamento para investir em bases essenciais para o aumento da produtividade e, assim, perpetuará um cenário de baixo crescimento, inflação elevada e juros altos”, afirmou em comunicado.

Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, a decisão do Copom intensifica uma postura contracionista da política monetária na contramão da política fiscal.

“É uma situação de causa e consequência, se os juros sobem, a economia inteira entra em retração. As pessoas e as empresas veem o crédito sumir e quem ganha? Aquele que especula de olho no retorno no curto prazo, não quem produz e aposta no país”, disse em nota.

Para Roscoe, o aumento deve trazer impactos econômicos negativos para os investidores, prejudicar a competitividade da indústria e aprofundar os efeitos negativos sobre o crescimento econômico.

“A FIEMG manifesta sua profunda preocupação com a decisão, pois os juros excessivamente altos podem gerar mais danos à economia do que oferecer soluções eficazes. Diante disso, a FIEMG defende cortes urgentes na Selic como medida essencial para estimular o setor produtivo e evitar um ciclo de estagnação econômica”, avaliou.

Por fim, Roscoe reforçou ser necessária uma política monetária mais equilibrada para fortalecimento da economia brasileira, e uma atuação firme e estratégica por parte do Banco Central.

O Estado de S.Paulo - SP   12/12/2024

Em linha com a frustração gerada no mercado financeiro pelo pacote de corte de gastos proposto pelo governo Lula, o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central (BC) e professor adjunto da Georgetown University (EUA), diz que a reação negativa da banca e dos investidores às medidas era previsível e faz uma avaliação sinistra do quadro fiscal e da economia do País na atual gestão. “Era óbvio para qualquer pessoa que, se o pacote de corte de gastos do governo fosse fraco, haveria uma reação negativa do mercado”, disse Volpon ao Estadão.

Segundo ele, a situação fiscal do País com Lula 3 está “bem pior” do que com Dilma 2, porque os juros, que incidem sobre a dívida pública, estão mais ou menos no mesmo nível daquela época, mas o endividamento está muito maior e crescendo de forma mais acelerada. “A taxa de juros real (acima da inflação) que o Tesouro está praticando hoje está no mesmo nível da que vigorava no pico da crise de 2015 e 2016", afirma. “Só que, agora, como a dívida bruta está perto de 80% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto lá atrás estava em 57% do PIB, ela cresce muito mais rápido. É um quadro muito mais delicado.”

Elementos negativos

Na visão de Volpon, não há como o País ter um crescimento econômico de 3% do PIB, como está ocorrendo, com o juro real na faixa de 7% ao ano, a inflação em alta, o dólar nas alturas e a Bolsa em baixa. “Não existe essa mágica”, diz. “Esses quatro elementos são negativos para o crescimento futuro. Então, é inevitável que haja uma queda na economia. Esse aperto monetário vai ter um impacto sobre o nível de atividade.”

Para ele, quando a relação dívida/PIB é muito alta e sua trajetória é percebida como “insustentável”, há duas soluções possíveis. Uma é reduzir os gastos e gerar superávits primários, para estabilizá-la ou até baixá-la com o tempo, que é algo que o governo não parece empenhado em fazer. A outra é reduzir a relação dívida/PIB por meio do aumento da inflação, porque todo o estoque da dívida que não é indexado à variação média dos preços acaba perdendo valor. Este é, aparentemente, o caminho que o governo decidiu seguir.

É por isso, de acordo com ele, que os investidores estão exigindo prêmios cada vez maiores para absorver o volume de títulos públicos que o Tesouro tem de colocar no mercado, para financiar os déficits fiscais recorrentes e a dívida pública crescente. “O governo está sinalizando que não está disposto a controlar suas contas pelo lado bom, o que significa que ele não consegue entregar para o mercado uma perspectiva crível de que, em algum momento, no futuro próximo, vai obter um superávit primário que seja suficiente para estabilizar a relação dívida/PIB”, afirma. “Aí o mercado fala ‘bom, eles estão sinalizando que vão querer fazer isso pelo lado mau, pelo lado da inflação’ e passa a exigir prêmios maiores, para não correr risco de ficar no prejuízo. O mercado não é bobo.”

Volpon ressalva que, hoje, a economia está indo “relativamente bem” e ao menos por ora não há uma recessão no horizonte, enquanto com Dilma o País enfrentou uma retração profunda na atividade econômica, a maior de que se tem notícia em todos os tempos, com queda acumulada de 7% no PIB em 2015 e 2016, o que acabou agravando o problema. Mas agora, ao contrário do que aconteceu com Dilma, quando havia uma perspectiva de mudança política, que acabou sendo o seu impeachment, a próxima eleição, em 2026, ainda está muito longe. Isso significa que se nada mudar, como tudo parece indicar, o País terá de conviver com essa situação até lá, com resultados nefastos nos preços dos ativos financeiros e na economia. “Não dá para o mercado se ancorar hoje numa possível mudança de governo em 2026.”

O economista diz que não consegue “decifrar” aonde o governo está querendo chegar, ao expandir de forma descontrolada os gastos, aumentando o déficit fiscal e a dívida pública, num momento em que o mercado emite sinais de que é preciso manter as contas sob controle. “Eles viram o que aconteceu no governo Dilma. Há muitos paralelos entre o que a gente está vivendo hoje e o que viveu no governo Dilma 2. Eu não consigo entender o que passa na cabeça deles, como eles imaginam que a economia estará daqui a dois anos, porque isso não vai acabar bem para eles”, diz.

“O Lula e a galera podem culpar o mercado, dizer que a Faria Lima está fazendo isso de propósito para prejudicar o governo, mas isso não deveria impedi-los de concluir que o final não vai ser feliz. Eles acham que vão ganhar a eleição de 2026 culpando a Faria Lima? Que a inflação dos alimentos vai estar bombando em 7% ou 8% e as pessoas ainda vão votar neles, porque a culpa é da Faria Lima? Eles podem estar lá em Brasília pensando ‘ah, esse mercado malvado levou o dólar a R$ 6'. Mas isso vai acabar derrubando politicamente o governo. A saída pela inflação é altamente impopular.”

Investing - SP   12/12/2024

Na quarta-feira, a Reuters informou que a liderança da China está contemplando uma estratégia para permitir o enfraquecimento do yuan no ano de 2025. Esta consideração é uma resposta ao aumento previsto nas tarifas comerciais dos EUA, à medida que Donald Trump se prepara para retornar à Casa Branca. As discussões sugerem que a China está se preparando para um estímulo econômico significativo para mitigar os efeitos das políticas comerciais propostas por Trump.

De acordo com fontes familiarizadas com a situação, Trump anunciou sua intenção de implementar uma tarifa universal de importação de 10%, juntamente com uma tarifa de 60% sobre bens importados da China para os Estados Unidos. Essas barreiras comerciais poderiam afetar significativamente a economia chinesa orientada para exportações.

Em antecipação a essas medidas, autoridades chinesas estão debatendo se devem permitir a depreciação do yuan. Um yuan mais fraco poderia potencialmente reduzir o custo das exportações chinesas, tornando-as mais competitivas internacionalmente, apesar da imposição de tarifas mais altas. Isso também resultaria em condições monetárias mais relaxadas dentro da China continental.

As informações sobre essas discussões internas vieram de três indivíduos que têm conhecimento do assunto, mas optaram por permanecer anônimos devido à sensibilidade da questão e porque não estão autorizados a divulgar tais planos publicamente.

Até o momento, o People's Bank of China (PBOC), que é o banco central do país, não forneceu nenhum comentário quando abordado por veículos de mídia. Da mesma forma, o State Council Information Office, responsável pelas relações com a mídia do governo, não ofereceu nenhuma resposta imediata às indagações sobre essa possível mudança de política.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.

Quer saber qual ação comprar agora?

Com a disparada do mercado em 2024, muitas pessoas têm medo de colocar mais dinheiro em ações. Se você está em dúvida sobre onde investir, nossas estratégias comprovadas mostram as oportunidades mais promissoras.

Em 2024, o ProPicks IA identificou 2 ações que já subiram mais de 150%, outras 4 que saltaram mais de 30% e mais 3 que se valorizam mais de 25%. É um histórico impressionante.

Com portfólios personalizados com ações do Dow, S&P, setor de tecnologia e empresas em crescimento, você pode explorar diversas estratégias para construir seu patrimônio.

Investing - SP   12/12/2024

O histórico acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia gerou preocupações no maior sindicato de metalúrgicos do país, que teme um aumento de importações de produtos industrializados europeus em meio a um quadro em que a indústria cobra há anos medidas de melhora de competitividade.

O acordo, que teve os termos divulgados na terça-feira, prevê mecanismos de proteção para alguns setores da indústria nacional em caso de ocorrência de dano ao Brasil. No entanto, dado o peso do agronegócio nas negociações, existe o receio de dificuldades para a implementação de medidas que freiem um eventual salto nas importações do setor industrial europeu, disse o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Damasceno, nesta quarta-feira.

"Como está construído (o acordo) beneficia muito mais o agronegócio", disse o diretor do sindicato do ABC, que afirma representar 72 mil trabalhadores na região metropolitana de São Paulo.

"A balança comercial pode continuar favorável para o Brasil, mas em termos de desenvolvimento tecnológico, de se ter mão de obra mais qualificada, de agregar valor, pode ser um grande prejuízo no longo prazo", afirmou o sindicalista.

Os termos do acordo foram assinados alguns meses depois que o governo federal tomou as primeiras medidas de proteção comercial de alguns setores industriais do país de olho principalmente em um salto nas importações brasileiras de produtos da China.

Mas com o acordo de liberação de tarifas entre UE-Mercosul, que ainda deve levar meses, ou anos, para ser implementado, Damasceno vê novo risco para o setor industrial brasileiro.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

"Temos grande preocupação desses setores -- automotivo, químico, de máquinas, fármacos, entre outros -- ficarem muito vulneráveis, ainda mais porque grande parte das matrizes das empresas que atuam no Brasil estão na Europa."

Desde semana passada, quando os blocos comerciais anunciaram o acordo, o setor industrial brasileiro tem se mostrado comedido nos comentários a respeito do pacto.

A associação de montadoras, Anfavea, por exemplo, citou que a Europa "é um parceiro histórico do Brasil" e que o acordo "parece" estimular um "ambiente de maior competitividade para a indústria nacional, beneficiando todas as partes envolvidas".

Já a entidade que reúne fabricantes de autopeças, Sindipeças, afirmou que precisa analisar detalhadamente os termos do acordo, citando que ele "é mais um dos caminhos possíveis para aumentar a inserção de nossa indústria nas cadeias globais de valor".

Enquanto isso, a Fiesp, afirmou no dia do anúncio do acerto com a UE que "confia que o acordo será um espaço de diálogo para a promoção do comércio em bases justas, como forma de superar eventuais medidas que restrinjam o fluxo de bens e serviços entre os blocos econômicos".

AUTOMOTIVO

Na avaliação do diretor do sindicato do ABC, os mecanismos de proteção do setor automotivo brasileiro previstos no acordo não são suficientes.

Segundo os termos do acordo do Mercosul com UE, o Brasil poderá suspender por três anos o cronograma de liberalização de tarifas de todo o setor automotivo ou retomar a alíquota de 35% em vigor atualmente, sem necessidade de oferecer compensação à União Europeia. A suspensão poderá ser renovada por dois anos.

"Não é suficiente... por mais que se tenha alguns anos, carro não se faz da noite para o dia e os próximos ciclos, principalmente para eletrificação, podem considerar plataforma europeia para exportação para o mercado brasileiro", disse Damasceno, citando que atualmente a indústria automotiva do Brasil já está importando número crescente de componentes eletrônicos para equipar seus veículos.

O acordo entre os dois blocos ocorreu em um momento em que a maior montadora de veículos da Europa, a Volkswagen (ETR:VOWG), trava uma disputa com trabalhadores para fechar fábricas e demitir pessoal na Alemanha diante de um quadro de excesso de capacidade produtiva, fraqueza de demanda e concorrência com montadoras da China.

Damasceno é representante do sindicato no comitê mundial de trabalhadores da Volkswagen e voltou nesta semana ao Brasil de encontro com metalúrgicos da montadora na Alemanha.

Segundo ele, há possibilidade de que atualizações de veículos fabricados no Brasil pela Volkswagen sejam feitas apenas na Europa, com a montadora optando por apenas importá-las ao país. O mesmo pode ocorrer com novos modelos.

"Eles (VW na Alemanha) têm uma capacidade ociosa de 500 mil veículos (por ano). Isso é a produção da Volkswagen no Brasil e na Argentina no ano. Temos carros produzidos aqui que também são produzidos lá e o acordo abre possibilidade desses carros chegarem aqui sem pagar imposto de importação", disse o diretor do sindicato dos metalúrgicos do ABC, citando os veículos Nivus, Polo e T-Cross.

A Volkswagen assinou no ano passado acordo de estabilidade de emprego com sindicatos de metalúrgicos do Brasil até 2028. Para Damasceno, o acordo com os trabalhadores é um dos fatores que permitiu o anuncio de investimentos de 16 bilhões de reais pela montadora no país até 2028.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

Atualmente, a Volkswagen tem quatro fábricas no Brasil, empregando 15 mil funcionários, dos quais 8,2 mil em São Bernardo do Campo (SP), sede do sindicato, disse Damasceno.

Segundo o diretor, atualmente a operação brasileira goza de boa autonomia em relação à matriz da Volkswagen, apresentando "bons resultados" e o acordo acertado no ano passado está sendo usado de "modelo" nas discussões dos trabalhadores da companhia na Alemanha.

Infomoney - SP   12/12/2024

A capacidade do setor de serviços se manter aquecido mesmo em meio a desafios como o início da alta de juros e um repique inflacionário continua sendo a marca em 2024, conforme mostrou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE relativa a outubro. Para os economistas, que voltaram a frisar a expressão “resiliência”, o desempenho reforça a projeção de um crescimento do PIB em torno de 3,5% no ano.

O volume de serviços prestados subiu 1,1% em outubro ante setembro, acima das expectativas, enquanto na comparação com outubro do ano passado houve elevação de 6 3%.

Segundo a opinião dos especialistas, continuam a aparecer sinais de que o crescimento não tem sido homogêneo. O setor de transportes, por exemplo, foi o grande responsável pela alta mensal, especialmente o aéreo, enquanto os serviços prestados às famílias mostraram alguma perda de fôlego.
Rodolfo Margato, economista da XP, destaca em sua análise exatamente o impulso exercido pelo setor de transporte aéreo, que cresceu 27% em relação a setembro e mais de 34% comparado a outubro de 2023.

Mas ele sugere cautela na interpretação do resultado, uma vez que essa alta foi em boa parte gerada pela deflação nas passagens aéreas – queda de 11,4% em outubro pelo IPCA – algo que tende a ser revertido na sequência. “As passagens aéreas, segundo o IPCA, subiram mais de 20% no mês passado, o que deve derrubar o faturamento real dos serviços de transporte aéreo na próxima leitura”, alerta.

Ele comenta ainda que permanece a nossa visão de que o setor terciário continua sólido, com crescimento contínuo, apesar de alguns sinais heterogêneos entre as categorias. “Notamos certa acomodação na margem dos serviços prestados às famílias, mas, por outro lado, uma aceleração em serviços técnico-profissionais.”

Como o setor de serviços tem grande peso no PIB, Margato diz que a projeção de curto prazo da XP para o PIB do quarto trimestre foi revista para uma alta 0,6% em relação ao terceiro trimestre e crescimento de 4,3% na comparação com o último trimestre do ano passado.

“Mantemos nossa projeção de aumento de 3,5% para o PIB de 2024 como um todo, com um ligeiro viés de alta em nossas estimativas mais recentes. O PIB deve crescer entre 3,5% e 3,6%”, estima.

Leonardo Costa, economista do ASA, por sua vez, destaca que o setor de serviços já vinha de uma alta de 1,0% em setembro e que a média móvel de três meses registra um crescimento num ritmo ainda mais forte, de 1,4%.

Ele também cita como destaque positivo em outubro os serviços de transporte, além dos serviços administrativos, que subiram 1,6%. Por outro lado, ele comenta que houve queda em serviços de comunicação (-1,0%) e outro serviços (-1,4%).

Enquanto isso, os serviços prestados às famílias tiveram leve recuo (-0,1%). Para ele, isso foi efeito da volatilidade causada por eventos no Rio de Janeiro, como o Rock in Rio, que impulsionou o crescimento de outros serviços em setembro, com posterior queda em outubro.

“Muito da alta de outubro foi apoiada nos serviços de transporte, com os serviços mais sensíveis ao PIB registrando estabilidade. Apostamos em pequena desaceleração do crescimento da atividade doméstica no 4º trimestre, com o PIB avançando 3,6% em 2024”, prevê.

Fluxo nas estradas

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, concorda que o setor de serviços segue resiliente e que contribuirá para um crescimento mais forte do PIB em 2024. Além do transporte aéreo, ela destaca no mês a alta de 1,6% no transporte terrestre, que pode ter sido puxado pelo aumento no tráfego de veículos pesados em estradas.

No mês, lembra a economista, o fluxo foi 1,1% maior do que em setembro, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

Ele estima que o setor de serviços deve terminar o ano com uma expansão de 3,1%. “Acreditamos que, neste momento, a atividade econômica esteja em processo de desaceleração gradual, o que deve fazer com que tenhamos no quarto trimestre um PIB um pouco mais fraco do que no trimestre anterior. Mesmo assim, nossa projeção é de que o PIB feche o ano com crescimento de 3,4%”, calcula.

Para 2025, a aposta da economista é de continuidade dos estímulos do governo deve manter o bom desempenho da economia, apesar de os juros altos pesarem sobre os investimentos. “Nossa expectativa é de que o PIB cresça 2% no ano que vem.”

Na análise do Goldman Sachs, a expansão da atividade de serviços continua a se beneficiar do estímulo fiscal contínuo, como transferências fiscais federais para famílias de baixa renda – com alta propensão a consumir -, aumentos no salário-mínimo e crescimento sólido da renda real disponível das famílias.

Tudo isso sendo em parte mitigado por condições monetárias e financeiras domésticas apertadas, altos níveis de endividamento das famílias e baixos níveis de folga econômica.

O Bradesco, por sua vez, comenta em sua análise que os serviços prestados às famílias estão andando praticamente de lado desde o final do ano passado. E destaca que os serviços de informação recuaram 1% no mês, após crescimento de 0,9% em setembro. “Apesar da volatilidade mensal, esse segmento tem tido bom desempenho e está quase 5% acima do verificado no final do ano passado.”

Como o desempenho do setor de serviços aponta para um PIB do último trimestre do ano ainda com crescimento robusto, o Bradesco colocou um viés de alta em sua projeção de alta de 3,5% do PIB do ano.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   12/12/2024

A Vale (VALE3) concluiu negociações com o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) e iniciará a fase 1 do projeto de desenvolvimento de uma planta de briquetes no Estado norte-americano da Louisiana, informou a mineradora em nota nesta quarta-feira.

O projeto prevê a produção em escala industrial de briquetes de minério de ferro, customizado para a rota de redução direta (DRI). A capacidade prevista da planta é de 1,5 milhão de toneladas por ano, com potencial de expansão.

Nessa primeira fase, segundo a Vale, mais de 3,8 milhões de dólares de fundos concedidos serão aplicados na realização de estudos de engenharia e no envolvimento da comunidade ao longo do ano de 2025.
A concessão feita a uma afiliada da Vale nos EUA se insere em um acordo cooperativo no âmbito de Programa de Demonstrações Industriais do DOE, parte do financiamento vinculado à Lei de Infraestrutura Bipartidária e à Lei de Redução da Inflação.

O acordo prevê a alocação de até 282,9 milhões de dólares durante todo o período do projeto, até 2031, informou a companhia.

A localização do projeto, ao longo do rio Mississippi, na região de River Parishes, Louisiana, “é favorável para o acesso a atuais e potenciais consumidores finais no mercado dos EUA, disse a Vale no comunicado.

“Acreditamos que esse acordo representa um caminho crítico para a validação de nossa estratégia centrada no cliente e liderada pela inovação, que tem o objetivo de escalar soluções transformadoras que permitam aos nossos clientes criar um setor siderúrgico mais eficiente e sustentável”, disse em nota o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.

“Isso é especialmente verdadeiro para o mercado dos Estados Unidos, que já é líder na produção de aço em fornos elétricos a arco e onde vemos uma demanda crescente por metais com base em minérios de baixa emissão.”

Em comparação com a produção tradicional de pelotas de minério de ferro, a tecnologia do briquete oferece uma redução significativa das emissões de CO2, óxidos de enxofre (SOx) e óxidos nitrosos, em um processo com uso mínimo de água, destacou a mineradora.

Investing - SP   12/12/2024

Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian perderam terreno nesta quarta-feira, recuando de uma máxima de dois meses alcançada na sessão anterior, com as perspectivas de uma demanda sazonal de aço mais fraca superando as apostas em novos estímulos econômicos na China.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 1,64%, a 809,5 iuanes (111,38 dólares) a tonelada.

Mais cedo, o contrato atingiu o pico de 818,0 iuanes alcançado na terça-feira, nível mais alto desde 8 de outubro.

O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Cingapura teve perda de 1,12%, a 104,2 dólares a tonelada.

As importações de minério de ferro da China caíram 1,91% em relação ao mês anterior em novembro, com a desaceleração dos embarques antes da temporada de inverno, quando o clima mais frio interrompe os trabalhos de construção no norte do país, prejudicando a demanda por aço.

As importações gerais do país encolheram inesperadamente no mesmo mês, enquanto as exportações também diminuíram drasticamente, mostraram dados alfandegários na terça-feira.

Os lucros das usinas siderúrgicas retraiu, enquanto a produção de metais quentes diminuiu, embora continue resistente, disseram os analistas da Everbright Futures em nota.

Enquanto isso, em uma de suas declarações mais dovish em mais de uma década, os líderes chineses sinalizaram na segunda-feira que estão prontos para implantar qualquer estímulo necessário para combater o impacto das tarifas comerciais esperadas dos EUA sobre o crescimento econômico do próximo ano.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.

As principais autoridades do Partido Comunista disseram que adotariam uma postura de política monetária "adequadamente frouxa" e alavancas fiscais "mais proativas".

Analistas dizem que o mercado está aguardando a Conferência Central de Trabalho Econômico desta semana, na qual Pequim definirá as prioridades políticas, incluindo sua meta de crescimento para o próximo ano.

Brasil Mineral - SP   12/12/2024

O projeto Jambreiro DRPF é capaz de produzir um produto de alto teor (+67,5% Fe) e baixa impureza (Sílica + Alumina < 2%) que garante o status de prioridade.

A Centaurus Metals anuncia que o projeto de minério de ferro Jambreiro Direct Reduction Pellet Feed (DRPF) localizado em Minas Gerais recebeu status de prioridade do Governo estadual por seus potenciais impactos sociais e econômicos positivos. O Comitê de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, composto por membros dos principais departamentos estaduais, aprovou a inclusão do projeto Jambreiro DRPF na lista de projetos a serem priorizados no processo de licenciamento ambiental.

A decisão foi baseada em uma avaliação estruturada, que considera sete critérios diferentes para classificar empreendimentos de investimento, incluindo, mas não se limitando a, investimento de capital, criação de empregos, índice de desenvolvimento social e humano da região do projeto e previsão de receita do projeto. O projeto Jambreiro DRPF é capaz de produzir um produto de alto teor (+67,5% Fe) e baixa impureza (Sílica + Alumina < 2%) que garante o status de prioridade. O processo de licenciamento para Jambreiro será totalmente concluído em nível estadual.

O status de prioridade significa que o projeto será avaliado diligentemente por reguladores ambientais com vistas a licenciá-lo no menor tempo possível. A agência ambiental estadual, Supram, também reportará regularmente o progresso do processo de licenciamento ao departamento de investimentos do estado – InvestMinas – cujo objetivo é atrair investimentos para o estado de Minas Gerais. Como resultado desta decisão, o Projeto DRPF Jambreiro é entendido como um projeto crítico para a descarbonização da indústria siderúrgica e agora receberá o mesmo tratamento de licenciamento acelerado como uma série de projetos de lítio localizados no Vale do Lítio de Minas Gerais.

O projeto de Minério de Ferro Jambreiro já havia sido totalmente licenciado em 2013, quando a empresa considerou pela primeira vez seu desenvolvimento e iniciou algumas obras de construção limitadas em estágio inicial. Infelizmente, logo após o início das atividades de desenvolvimento, o preço do ferro caiu mais de 65% e a companhia tomou a decisão de colocar o projeto em espera. Com a crescente demanda por minério de ferro de alta qualidade e baixa impureza nos últimos anos para aço de baixo carbono, a Centaurus começou a avaliar a viabilidade de produzir um produto DRPF de Jambreiro. Os resultados iniciais dos testes foram muito positivos em relação à produção de um produto DRPF de Jambreiro.

Com estes resultados, a Centaurus tem revisado o trabalho de estudo de viabilidade anterior e discutindo a especificação do produto com vários potenciais compradores. Enquanto um detalhado Estudo de Viabilidade Bancável sobre o projeto Jambreiro como um projeto de concentrado de alimentação de sinterização foi concluído em 2012, um Estudo de Pré-Viabilidade mais recente sobre Jambreiro foi lançado no mercado em 5 de julho de 2019, que foi posteriormente atualizado no lançamento do Relatório de Atividades Trimestrais de junho de 2020 em 29 de julho de 2020.

O trabalho do PFS usou um preço de referência de minério de ferro de US$ 75/tonelada para 62% Fe CIF China para determinar os preços de entrada da mina do concentrado de alimentação de sinterização. O preço de referência atual para material DRPF de alto teor (+67,5% Fe) seria mais de US$ 125/tonelada CIF China. O pedido de renovação da Licença Preliminar (LP) de Jambreiro foi feito em setembro de 2023, com a apresentação de uma nova declaração de impacto ambiental (EIA/RIMA). Este EIA/RIMA atualizado incluiu algumas vantagens ambientais importantes, em comparação com o original de 2012, incluindo: Empilhamento a seco de rejeitos, em oposição ao descarte em uma barragem de rejeitos; Redução de 50% na pegada do projeto, com 80 ha de floresta nativa sendo preservada; e Fornecimento de energia da rede, em oposição à geração de energia a diesel. Com o novo status de prioridade para Jambreiro, a Centaurus espera que a LP para o Projeto DRPF seja emitida no próximo trimestre.

Portal Fator Brasil - RJ   12/12/2024

Com foco na inovação na mineração para descarbonização da indústria do aço. O evento “Novos Tempos” celebrará a nova fase da empresa, com a presença do governador de Minas Gerais, vice-governador, representantes do Executivo Municipal de Sarzedo, o novo corpo diretivo, outras autoridades e stakeholders regionais.

A mineradora Itaminas apresentará oficialmente sua nova gestão no evento “Novos Tempos”, que acontecerá no próximo dia 16 de dezembro de 2024 (segunda-feira), das 9h30 às 12 horas, no Parque de Sarzedo, localizado na Avenida São Lucas, 642, Bairro São Pedro. Com a presença do governador, vice-governador, representantes do Executivo Municipal e da prefeita eleita de Sarzedo, o evento marca o início de uma fase transformadora da empresa, após aquisição pelo grupo de empresários para modernização das operações, ampliação da produção e um forte compromisso com a produção de um minério de alta qualidade que vai ajudar na descarbonização da indústria siderúrgica.

Na ocasião, também será apresentado o Programa de Integridade da Itaminas, o qual é gerido pelo setor de Compliance e tem por objetivo promover a ética e a conformidade em toda a organização, garantindo que os colaboradores atuem de acordo com as normas legais e os padrões éticos estabelecidos.

—A nova gestão da Itaminas chega com o propósito de alinhar avanço tecnológico e responsabilidade ambiental. Nosso objetivo é contribuir diretamente para as metas globais de descarbonização, produzindo minério de ferro de altíssima qualidade, essencial para siderúrgicas comprometidas com a sustentabilidade —destaca Thiago Toscano, atual presidente da Itaminas. Sob sua liderança, o novo corpo diretivo conta também com Argeu de Lima Géo Filho como vice-presidente de Operações e Rodrigo Medrado Géo como vice-presidente de Finanças.

O foco na descarbonização da indústria da siderurgia é um dos pilares centrais deste plano. Trata-se da redução das emissões de carbono na produção de aço, que se torna mais eficiente e menos poluente com o uso de minérios de ferro de alta fornecedora estratégica para os mercados europeu e asiático, que lideram as metas de neutralidade de carbono.

Reconhecida como uma das maiores do Brasil, ocupa a décima posição no ranking nacional de produtores de minério de ferro. A empresa possui capacidade produtiva de 15,5 milhões de toneladas anuais. Além disso, conta com um terminal logístico capaz de movimentar 10 milhões de toneladas por ano e com projeto de expansão.

Investimentos impulsionam sustentabilidade e desenvolvimento regional — Além do aporte de R$1,5 bilhão no Plano de Investimentos, a empresa destinará mais R$9 milhões para ampliar as áreas públicas e implantar novos equipamentos no Parque Cachoeira de Sarzedo, construído pela própria Itaminas. Além da construção, outros R$7,8 milhões serão aplicados na manutenção e conservação do espaço, reforçando o compromisso com a comunidade local. Hoje, cerca de 85% dos colaboradores residem em Sarzedo, e a mineradora gera mais de 700 empregos diretos e quase 2.000 indiretos.

No âmbito da produtividade e logística, o novo terminal em Sarzedo será uma das principais ações de desenvolvimento da empresa. Com previsão de ficar pronto até o final de 2029, o espaço terá capacidade para escoar até 20 milhões de toneladas de minério por ano e consolidará a Itaminas como um hub logístico na região, gerando emprego e renda durante sua construção e oferecendo infraestrutura para outras mineradoras após sua inauguração.

O novo posicionamento da Itaminas representa um marco no setor de mineração em Minas Gerais, ao colocar a descarbonização da indústria do aço no centro da sua estratégia, além de integrar inovação, responsabilidade ambiental e compromisso social. Os investimentos planejados simbolizam não apenas o fortalecimento da empresa, mas também seu papel estratégico no avanço de práticas mais sustentáveis e eficientes na produção de minério de ferro.

Valor - SP   12/12/2024

Troca do comando da mineradora foi um processo artificialmente criado pelo governo, com participação proeminente do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira

O novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, falou a investidores, num encontro promovido pela empresa em Nova York na semana passada, que tem dedicado muito tempo a relações institucionais com o governo federal. O plano é criar três diretorias de relações institucionais, ligadas diretamente a ele. Uma delas, provavelmente a mais importante, ficará em Brasília e será comandada por jornalista próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Parece ser a capitulação da empresa depois de um desgastante processo desencadeado por Brasília para ganhar mais poder sobre uma das maiores mineradoras do mundo, privatizada há exatamente 27 anos. Os mais pragmáticos podem responder que os burocratas de Brasília sempre estiveram de olho nos negócios privados, e o conselho de administração tem que saber até onde pode ir para preservar os interesses dos acionistas. É a “realpolitik” empresarial, estúpido! Se o capitalismo é de Estado, não espere empresários e executivos sacrificando-se pelo livre-mercado.

O fato é que a troca do comando da mineradora foi um processo artificialmente criado pelo governo, com participação proeminente do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que comemorou a chegada de Pimenta dizendo que a empresa deixava assim de estar “acéfala” - como se o antecessor, Eduardo Bartolomeo, fosse um zero à esquerda. Com longa carreira na Vale, Bartolomeo foi chamado para reerguer a mineradora depois da tragédia de Brumadinho, o que não é pouca coisa, e provavelmente seria reconduzido ao cargo não fosse a mão pesada de Brasília.

A Vale é uma companhia com capital disperso na bolsa, cujas maiores acionistas são a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, Mitsui e BlackRock, todas com menos de 10% do capital. Não tem um dono, algo que parece incomodar profundamente o Palácio do Planalto. A União tem uma dúzia de ações preferenciais chamadas de especiais, ou “golden shares”, que lhe dá poder de veto em algumas situações extraordinárias, como mudança de sede. Não vale, em teoria, para questões ordinárias da gestão, que inclui as trocas no comando.

De qualquer forma, a pressão não depende de detalhes societários. Há maneiras mais incisivas de se convencer quando se tem o poder regulatório nas mãos, e na maioria das vezes basta usara a velha e eficiente tática do bode na sala. Pode-se levantar a possibilidade de renegociação das concessões das ferrovias usadas pela empresa para transportar o minério. As fontes que fazem plantão nos arredores do Eixo Monumental podem soprar nos ouvidos de jornalistas que o governo cogita esse ou aquele para o comando da empresa. A hipótese de Guido Mantega na presidência da Vale foi um abalo sísmico que fez tremer as janelas na sede da mineradora na zona sul do Rio e derrubou suas ações no centro histórico de São Paulo.

Pode ser que seja só uma bravata, uma simples lembrança do poderio nuclear para persuadir o outro lado. A arte da dissimulação é imprescindível para o príncipe, ensina Maquiavel. No entanto, os investidores já aprenderam que no Brasil não é seguro fiar-se no bom-senso, por isso saem para comemorar sempre que um absurdo deixa de ser cometido.

Foi o que aconteceu com outra ex-estatal, a Eletrobras. A maior empresa do setor elétrico brasileiro, supostamente livre da interferência indevida do Estado desde 2022, apareceu na semana passada para dizer aos seus acionistas que as discussões com o governo - de uma questão criada pelo próprio governo - estavam perto do final. Qual a solução, comemorada pelos analistas e pelos acionistas, com direito a disparada das ações? Dar mais vagas à União no conselho. Qual era a ameaça? Simplesmente rever os termos da privatização, com discussão levada pela Advocacia-Geral da União ao onipresente Supremo Tribunal Federal.

E numa semana marcada pela repercussão do anúncio desastroso do pacote de cortes que levou o dólar a R$ 6 e a projeção da taxa básica de juros para acima de 14%, alguém em Brasília achou que era a hora ideal de colocar a Petrobras - controlada pela União, mas com sócios privados - no noticiário com mais um rumor sobre mudanças na alta cúpula, desta vez a presidência do conselho. A ação, que estava subindo, começou a cair com a notícia e levou a bolsa junto.

Enquanto isso, as estatais propriamente ditas, aquelas com as quais o governo deveria dedicar sua atenção, davam sinais de estar à deriva. Dados do Banco Central divulgados em novembro mostram que as estatais federais tiveram déficit de R$ 4,18 bilhões, o maior já registrado desde que os dados começaram a ser divulgados. Esse valor, que considera apenas as receitas e despesas do ano corrente, não incluem Petrobras e os bancos públicos.

Os Correios também apareceram para assombrar o público com seu balanço. A estatal, que ficou marcada no primeiro governo do PT pela denúncia que revelou o que viria a ser conhecido como o escândalo do mensalão, teve prejuízo líquido de R$ 2,14 bilhões até setembro e está com um rombo de R$ 1,85 bilhão no patrimônio líquido - o valor dos ativos não é suficiente para quitar os passivos -, os piores resultados da série do Valor Data, que começa em 2009.

A administração da empresa impôs um teto de gastos para estancar a sangria e evitar a “insolvência”, segundo um documento interno obtido pelo site Poder 360. Não deixa de ser irônico que um governo que acabou com esse mecanismo simples e eficiente de controle e colocou o país na enrascada fiscal em que se encontra hoje tenha que recorrer a ele para salvar uma empresa que se tornou um símbolo de sua má gestão. E a pergunta ingênua, mas que praticamente se faz sozinha: o que um Estado que não cuida de suas próprias empresas quer com as que não são?

Nelson Niero é editor de S.A. do Valor Econômico.

E-mail: nelson.niero@valor.com.br

AUTOMOTIVO

Exame - SP   12/12/2024

Os bons ventos sopram para a Ford no Brasil. A montadora registrou um expressivo aumento de 70% nas vendas em 2024, comparado ao ano passado, com quase 48.000 unidades vendidas, impulsionadas pelo sucesso da Ranger, que já soma 30.000 picapes comercializadas neste ano. Este é o melhor desempenho da empresa no mercado brasileiro desde a adoção de seu novo portfólio importado, focado em picapes, SUVs, veículos comerciais e ícones, como o Mustang.

"O pilar de crescimento sem dúvida alguma foi a Ranger", comemora Martín Galdeano, CEO da Ford para a América do Sul. A venda da picape teve um crescimento de quase 60%, alcançando recordes históricos de participação nos quase 30 anos de comercialização da Ranger no Brasil.

Para atender à crescente demanda no Brasil e na América do Sul, a Ford anunciou um aumento de 15% na produção da picape na fábrica de Pacheco, na Argentina, a partir de 2025, com uma capacidade anual de 70.000 unidades.

Transformação na produção da Ranger

Uma mudança estratégica na planta argentina foi crucial para alavancar as vendas da picape no Brasil. Antes, o motor da Ranger era importado, mas agora, com a remodelação da linha de montagem, a produção do motor passou a ser realizada localmente.

O investimento total nesse processo foi de 80 milhões de dólares, parte de um aporte maior de 660 milhões de dólares voltado para a produção da Ranger na Argentina.

Novos lançamentos para 2025

A Ford se prepara para um ano de grandes lançamentos. Em 2025, serão dez novos modelos, incluindo uma edição limitada para comemorar os 60 anos do Mustang. Anunciado em 11 de dezembro, o modelo celebra o legado do icônico esportivo, com uma novidade: o câmbio manual.

"O câmbio manual se soma a outros atributos da sétima geração do Mustang, consolidando-o como a expressão máxima do muscle car", afirma Marcel Bueno, diretor de marketing da Ford América do Sul. O objetivo da montadora é tornar esse modelo uma peça colecionável, alinhada com a história do Mustang.

Ford Ranger Raptor: confiabilidade e alta performance

Em outubro, a Ford Ranger Raptor foi destacada no ranking EXAME Casual Melhores Carros do Ano de 2024 como o carro mais confiável acima de R$ 300.000. Lançado com grande sucesso, o modelo vendeu 400 unidades em apenas 5 horas. Com 397 cavalos de potência, a Raptor acelera de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos e é equipada com amortecedores de competição com ajuste ativo, adaptando-se automaticamente às condições do terreno.

A picape se destaca pela grade preta com o nome "Ford" em letras grandes e para-choques de aço conectados aos alargadores dos para-lamas. No interior, a Ranger Raptor combina esportividade e refinamento, tornando-se referência em sua categoria. Seu preço parte de R$ 469.700.

Valor - SP   12/12/2024

Abraciclo prevê que o ano feche com cerca de 1,72 milhão de motos produzidas no polo, com expansão de 9,3% no fechamento de 2024 sobre o ano passado

Fábrica da Moto Honda em Manaus, Amazonas — Foto: Alberto Cesar Araújo/Valor

A produção de motos atingiu, no acumulado do ano até novembro, 1,62 milhão de unidades, superando o total de 2023, que ficou em 1,57 milhão. Segundo dados divulgados, nesta quarta-feira (11) , pela Abraciclo – entidade que representa os fabricantes com produção no Polo Industrial de Manaus –, nos 11 primeiros meses do ano, o setor apresenta crescimento na produção de 11,6% na comparação anual.

A associação prevê que o ano feche com cerca de 1,72 milhão de motos produzidas no polo, com expansão de 9,3% no fechamento de 2024 sobre o ano passado.

“Esses números comprovam o bom momento vivido pela nossa indústria, que cumpriu seu planejamento e soube se preparar com antecedência para enfrentar a estiagem (na região de Manaus, no segundo semestre)”, afirmou o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, em nota.

“Passamos pelo período mais crítico e já caminhamos rumo à normalidade logística, com os navios voltando a atracar em Manaus.”

Somente em novembro, foram montadas 146 mil motos, com alta de 10,6% na comparação com o mesmo mês de 2023, mas queda de 5,8% sobre outubro. A Abraciclo destacou que foi o melhor mês de novembro em 13 anos.

Vendas e exportações

As vendas de motocicletas no ano continuam aquecidas e fecharam o acumulado até novembro com 1,72 milhão de veículos licenciados. O crescimento sobre o mesmo período de 2023 é de 19%.

Em novembro foram 147,1 mil emplacamentos, volume 12,7% maior na comparação anual e 11,8% menor sobre o mês anterior. Assim como na produção, foi o melhor mês de novembro em 13 anos.

As exportações continuam sendo o motivo de preocupação do setor. Nos 11 meses de 2024, foram embarcadas 28,5 mil motos, queda de 10,7% na comparação com o mesmo período de 2023. No mês passado, foram exportadas 1.640 unidades, alta de 14,2% sobre novembro de 2023 e queda de 44,7% sobre outubro passado.

Valor - SP   12/12/2024

Papéis da empresa de Elon Musk tiveram aumento superior a 60% desde a vitória de Donald Trump, à medida que os investidores especulam que nova administração abrirá caminho para veículos autônomos

O valor das ações da Tesla subiu pelo sexto dia seguindo, nesta quarta-feira (11), ultrapassando seu recorde histórico. Os papéis fecharam em alta de 5,93% na Nasdaq, em Nova York, cotados a US$ 424,77. O recorde anterior foi em 4 de novembro de 2021, quando as ações chegaram a atingir US$ 414,50 e fecharam a US$ 409,97.

Antes desta semana, o valor das ações da Tesla havia tocado US$ 400 pela última vez em janeiro de 2022, segundo gráficos do MarketSurge. As ações da empresa de Elon Musk tiveram aumento superior a 60% desde a vitória de Donald Trump nas eleições, à medida que os investidores especulam que a nova administração facilitará o caminho regulatório para veículos autônomos.

Adam Jonas, analista automotivo do Morgan Stanley e defensor das ações da Tesla, foi o mais recente a aumentar sua meta de preço para os papéis da companhia. Jonas elevou a meta de US$ 310 para US$ 400, reafirmando a recomendação de compra. O analista também manteve as ações da Tesla como uma “escolha principal”.

“A entrada de Elon Musk no campo político expandiu o pensamento dos investidores sobre a perspectiva fundamental da Tesla — as ações da Tesla reagiram subindo além de nossa meta anterior de US$ 310”, escreveu Jonas.

No entanto, Jonas se manteve cauteloso em relação às perspectivas de condução autônoma da Tesla no curto prazo. “Embora uma reavaliação das políticas de direção autônoma em nível nacional possa ser inevitável, acreditamos que a Tesla ainda enfrenta obstáculos significativos em termos de tecnologia, testes e licenciamento necessários para a comercialização”, escreveu Jonas.

“Contudo, acreditamos que os Estados dos EUA e as áreas metropolitanas continuarão a ter a maior influência sobre a implementação final”, ressaltou.

Com informações do Dow Jones

Globo Online - RJ   12/12/2024

O novo relatório da reforma tributária, apresentado ontem pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), surpreendeu o setor automotivo nacional.

Modificado em relação ao parecer apresentado anteontem, o novo texto manteve a questão do imposto seletivo sobre veículos – que tende a encarecer o preço dos carros no futuro. E alterou critérios para incidência dessa tributação, tais como: realização de etapas fabris no país; potência do veículo; e densidade tecnológica.

O novo texto beneficia os veículos premium e importados não fabricados no Brasil – como os chineses - em detrimento dos veículos produzidos no país, na contramão do Programa Mover, que garantiu o investimento anunciado pelas montadoras de mais de R$ 130 bilhões.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   12/12/2024

As vendas de imóveis em todo o país cresceram 19,7% de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período de 2023. Os lançamentos imobiliários aumentaram 17,3%, e o Valor Geral de Vendas (VGV) subiu 21%. As unidades enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) representaram 58,7% dos lançamentos e 43,6% das vendas. Até novembro, cerca de 500 mil unidades do MCMV haviam sido contratadas. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo SindusCon-SP.

Segundo o balanço da entidade, que representa empresas da indústria da construção paulista, na cidade de São Paulo, na comparação com o período de janeiro a setembro do ano passado, os lançamentos aumentaram 44,4%; as vendas, 36%; e o VGV, 21%. As unidades do MCMV registraram elevações de 94,2% nos lançamentos e 64,2% nas vendas, representando 56% do total das unidades vendidas.

Nos acumulado de janeiro a outubro, em comparação com o mesmo período de 2023, o número de unidades residenciais beneficiadas por crédito habitacional cresceu 12,8%, atingindo 1,131 milhão. Os investimentos públicos e privados em infraestrutura devem somar R$ 259,3 bilhões em 2024 (1,84% do Produto Interno Bruto, o PIB), ante R$ 224,9 bilhões em 2023.

De acordo com os dados, até outubro, o consumo de cimento aumentou 4,3%. Nesse mesmo, período foram criados pelas construtoras no país cerca de 230 mil empregos com carteira assinada, dos quais 45 mil no estado de São Paulo, sendo 19 mil na capital paulista. No país, a taxa de emprego aumentou 7,6% no segmento de infraestrutura, 5,5% no de edificações e 4,7% no de serviços para a construção.

Entretanto, o balanço revela que houve dificuldades na contratação de mão de obra qualificada e no custo dos funcionários, com 60,4% informando esses problemas. Para solucionar essas dificuldades, 43% informaram que investem em capacitação interna, 28% oferecem mais benefícios, 27% realocam colaboradores da empresa, 19% mudam processos para reduzir a dependência de mão de obra, e 18% aumentam salários.

Quanto ao aumento dos custos, até novembro, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) subiu 5,80%, puxado pela mão de obra (aumento de 7,67%), seguida de materiais e equipamentos (+4,59%) e serviços (3,97%). Pesquisado em dez capitais do país, o INCC-M registrou o maior percentual de aumento nesses 11 meses em São Paulo (6,48%), seguido do Rio de Janeiro (6,36%) e do Recife (6,29%).
Previsões

Para o SindusCon-SP, o ano de 2025 deve registrar um crescimento de 3% do PIB da construção, com estimativa de desaceleração, na comparação com a projeção de aumento de 4,4% em 2024. Na avaliação do presidente da entidade, Yorki Estefan, na cidade de São Paulo poderá haver uma velocidade maior de vendas e lançamentos de empreendimentos imobiliários. “Mas, se houver uma elevação maior da taxa de juros, isso poderá levar a uma desaceleração maior do que a prevista no cenário básico. Maiores os juros, menor o número de compradores de apartamentos de média e alta renda”, completou.

O vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, afirmou que no curto prazo os juros altos não impactam nas obras já contratadas. “Mas investimentos privados e das concessões serão postergados se houver uma elevação muito alta dos juros, levando a uma desaceleração maior da atividade da construção a partir do terceiro trimestre. Juros altos também competem com a rentabilidade dos novos investimentos.”

Money Times - SP   12/12/2024

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) se pronunciou nesta quarta-feira (11) após o anúncio de aumento da taxa básica de juros, pontuando que a alta de 1 ponto percentual intensifica os desafios enfrentados pela economia brasileiro e dificultam investimentos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano, em decisão unânime, e antecipou que mais duas altas das mesma magnitude devem ocorrer nas próximas reuniões, em janeiro e março de 2025.

‘’Os juros elevados restringem o acesso ao crédito, dificultam investimentos e ampliam as despesas financeiras de famílias e empresas, com efeitos profundos em diversos setores produtivos do país, comprometendo sua sobrevivência’’, disse a Associação.

A decisão vem no momento em que a inflação em 12 meses supera o teto da banda de tolerância de 1,5 ponto percentual da meta de 3% ao ano. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado referente ao mês de novembro o índice subiu 0,39% no mês e teve alta de 4,87% em um ano.

Varejo pede medidas alternativas

Para a associação que representa os supermercados, o BC poderia adotar outras alternativas além da alta de juros para controlar a inflação.

‘’Entendemos que na atual conjuntura há espaço para implementar uma política monetária mais ampla, que adote diferentes instrumentos, não apenas a calibragem periódica da taxa de juros, para o controle inflacionário’’, disse Felipe Queiroz, economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Na visão do economista, considerando o cenário econômico atual do Brasil, aumentar os juros desestimula o investimento e prejudica a expansão da capacidade produtiva, afetando diretamente o consumo e a demanda agregada.

‘’Para um desenvolvimento sólido, sustentável e que não seja marcado por picos inflacionários precisamos aumentar a capacidade produtiva e isto só ocorrerá quando tivermos uma taxa real de juros interna que seja compatível internacionalmente’’, disse.

Valor - SP   12/12/2024

Neste ano até setembro, o PIB do setor já avançou 4,1%, e a meta para 2024 é de aumento de 4,4%

É esperado que o PIB da construção cresça no ano que vem menos do que em 2024. A previsão é de aumento de 3% no Produto Interno Bruto do setor, no cenário-base, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) e o Sinduscon-SP, que divulgaram os dados nesta quarta-feira (11).

O PIB do setor cresceu 4,1% até setembro deste ano, e a meta para 2024 é de um aumento de 4,4%. A previsão de 2025 representa, portanto, uma desaceleração. Em 2023, houve uma queda de 0,3% no indicador.

A divulgação do Sinduscon também mostra cenários mais otimistas e pessimistas, no qual o indicador poderia crescer de 2,2% a 3,7%, ainda assim abaixo do desempenho de 2024.

Entre as variáveis que podem impactar a cadeia da construção estão o preço das commodities, o câmbio, a inflação, a taxa de juros, o mercado de trabalho, o apetite para investimentos e a oferta de crédito, além de eventos climáticos extremos.

É esperado que, embora a produção habitacional vinda do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continue alta, o crédito para a média e alta renda deva se contrair, o que pode afetar os lançamentos do segmento. As despesas com obras e reformas também devem desacelerar.

Do lado das obras de infraestrutura, a entidade reforça que os investimentos privados seguem em alta, mas não há segurança sobre o patamar dos investimentos públicos.

Em coletiva de imprensa, o presidente do Sinduscon-SP, Yorki Estefan, ressaltou que o plano de investimentos da Sabesp, de R$ 15 bilhões, previsto para os próximos dois anos no Estado de São Paulo, pode ser um “fator de crescimento”, se vier como prometido.

Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia da entidade, explicou que a construção civil não é tão influenciada pelo curto prazo, porque obras que já estão contratadas tendem a serem finalizadas, mesmo quando as condições econômicas mudam. A conta, no entanto, chega depois. “Se tiver elevação de juros muito alta, vamos ter postergação de investimentos privados e de concessões, o que vai gerar uma diminuição do ritmo de atividade mais para a frente”, afirmou, acrescentando que isso pode ser visível no segundo semestre de 2025.

As pessoas físicas também podem ser atingidas pelo aumento dos juros, na ponta do crédito imobiliário. “É realmente um cenário de alerta”, afirmou Estefan.

Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV-Ibre, ponderou que mais da metade das unidades vendidas já são do MCMV, que tem orçamento definido para o próximo ano.

Em outubro, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) previu alta de 3,5% para o PIB do setor no próximo ano.

Grandes Construções - SP   12/12/2024

O ritmo de atividades da Construção Civil segue forte. Nos três primeiros trimestres de 2024 o setor cresceu 4,1% em relação a igual período do ano anterior.

No 3º trimestre deste ano, a alta foi de 5,7% em relação ao 3º trimestre de 2023.

Considerando o período de 12 meses encerrados em setembro, comparado com os 12 meses imediatamente anteriores, o incremento das atividades foi de 3,3%.

Estes números são melhores do que os registrados pela economia nacional, conforme os resultados das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Certamente a Construção Civil encerrará 2024 com crescimento superior ao aguardado nos primeiros meses do ano. Entretanto, isso não significa a ausência de desafios para o próximo ano, entre eles, o novo ciclo de alta da taxa de juros que pode inibir os investimentos produtivos”, destaca o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia.

No 3º trimestre de 2024, em relação ao trimestre imediatamente anterior, a Construção Civil registrou queda de 1,7%. Nessa base de comparação o recuo do setor foi o maior entre todos os demais setores de atividade.

“Um dos fatores que pode ter contribuído para este resultado é o menor ritmo do segmento de infraestrutura, em função do fim do ciclo de algumas obras relacionadas às eleições municipais”, afirma a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.

A economia brasileira cresceu 0,9% no 3º trimestre de 2024 em relação ao 2º trimestre, resultado que ficou um pouco acima das expectativas de mercado, que apontavam incremento de cerca de 0,8% em seu Produto Interno Bruto (PIB). Neste período a Agropecuária recuou 0,9%, a Indústria cresceu 0,6% e o Setor de Serviços apresentou alta de 0,9%.

FERROVIÁRIO

Monitor Digital - RJ   12/12/2024

Depois de amargar um período muito negativo, o setor ferroviário de passageiros começou 2024 com uma perspectiva mais positiva. A produção em 2024 foi de 228 carros, enquanto a previsão para 2025 é de mais 188 unidades.

A mudança do perfil do setor, explica o primeiro-vice-presidente Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), Massimo Giavina, passa pelo apoio político em nível federal, e em particular, pelo governo do Estado de São Paulo.

No âmbito federal, o grande incentivo veio através da criação, no dia 19 de junho, da Frente Parlamentar para o Fortalecimento da Indústria Ferroviária Brasileira, que é presidida pelo deputado Pedro Uczai (PT-SC).

Segundo Giavina, ela permitirá que o setor tenha um apoio do legislativo na realização de leis e na atuação junto ao Governo Federal, para que o setor metroferroviário seja considerado, não só estratégico para o Brasil, mas também no atendimento do bem-estar da população nas grandes cidades.

Dentre as medidas que estão permitindo a retomada do setor, Giavina ressalta que foram licitadas e assinadas as concessões do Trem Intercidades (TIC – São Paulo/Campinas); a linha 7 do Metrô de São Paulo; a concessão do Metrô de Belo Horizonte; a resolução do impasse do VLT de Mato Grosso com a venda dos equipamentos para o VLT de Salvador e a sua consequente retomada, com a rescisão do Contrato do Monotrilho com o BYD; o lançamento, pela Prefeitura de São Paulo, do primeiro projeto de VLT no centro da cidade.

O Simefre e a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), junto com outras entidades de São Paulo, propuseram uma linha de VLT (Mandaqui/Barra Funda), o que certamente iria de encontro ao Programa de Mobilidade Urbana de Parceria e Investimento (PPI-SP), lançada pelo governo do Estado de São Paulo.

O programa prevê a realização de 11 projetos nos próximos cinco anos, com investimento estimados em R$ 215 bilhões.

“Por outro lado, existe um grande déficit nos sistemas do Metrô e CPTM. Serão necessários elevados investimentos para a evolução dos mesmos.” A indústria brasileira possui instalações que permitem atender à fabricação de 1200 carros e sistemas fixos, explica. No entanto, o grande problema é preparar mão de obra para acompanhar a evolução dessa indústria, que atualmente está bastante deficitária. Em função disto, o Simefre solicitou ao Sesi e Senai apoio na formação técnica.

As perspectivas para 2025 são bastante otimistas, com elevação dos faturamentos, graças ao PPI-SP e ao PAC do Governo Federal e ao BNDES, que deu prioridade ao setor de VLT. O vice-presidente do Simefre diz que existem identificados 50 projetos para a mobilidade urbana. “Além disso teremos a extensão do VLT de Santos; VLT de Brasília – W3 e, no Paraná o trem vermelho e o VLT de São José dos Pinhais.”

Apesar do otimismo, Giavina chama atenção para as ameaças que estão surgindo, devido às isenções de impostos Federais para a importação de fornecedores estrangeiros, sem extensão para os contratos brasileiros. “Os impostos de importação são bem abaixo dos valores atribuídos aos outros setores do Simefre que são da ordem de 30/35%, enquanto o setor ferroviário é em torno de 11,5%.”

A projeção para os próximos 20 anos é de encomendas da ordem de 70 bilhões de reais, sendo 23 bilhões para exportação. “Somente uma indústria está com encomendas no Brasil para as linhas 8, 9 e 6 para o Metrô de São Paulo e, no exterior, fornecimento para Taiwan e Bucareste. E ainda temos uma previsão de substituição do BRT no Rio de Janeiro por um modal com maior capacidade, como o VLT.”

Já a movimentação de cargas por ferrovias no Brasil atingiu, em 2023, o maior nível dos últimos cinco anos, com o transporte de 530,6 milhões de toneladas úteis, conforme dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). Paralelamente, os sistemas metroferroviários brasileiros transportaram 1,25 bilhão de pessoas nos primeiros seis meses de 2024, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Associação Nacional de Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). Esses números destacam o papel estratégico do transporte metroferroviário para a economia e reforçam a importância das inspeções técnicas acreditadas para garantir eficiência e segurança neste setor.

A atividade de inspeção acreditada é o mecanismo pelo qual um Organismo de Inspeção (OIA), reconhecido pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), verifica se um empreendimento de infraestrutura está em conformidade com normas, diretrizes e regulamentos previamente estabelecidos. Este mecanismo se aplica a qualquer área da infraestrutura, como ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, energia, habitação e outros.
A inspeção acreditada abrange todas as etapas da infraestrutura de um empreendimento metroferroviário, desde sua concepção até a operação e manutenção. Além de melhorar a infraestrutura, a inspeção acreditada atua na segurança operacional e na prevenção de acidentes, assegurando que a infraestrutura implantada atenda aos requisitos estabelecidos e seja mantida de forma segura e ambientalmente correta.

A Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) destaca o papel essencial da inspeção acreditada para o desenvolvimento do setor metroferroviário no Brasil.

“O transporte metroferroviário é um motor para o desenvolvimento econômico e social do país, e a inspeção acreditada permite assegurar que esse potencial seja realizado com conformidade e eficiência, além de segurança técnica e jurídica”, aponta Jefferson Carvalho, vice-presidente de Inspeções da entidade.

NAVAL

InfraRoi - SP   12/12/2024

Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os portos brasileiros vão crescer 6% em 2024, mas para garantir números melhores, é preciso resolver o problema da desatualização tecnológica. A afirmação é de Ricardo Molitzas, presidente do Instituto Brasil Logística, que diz ser imperativo que o governo e o setor privado adotem medidas urgentes para modernizar e expandir a infraestrutura portuária do País.

Molitzas cita como uma das ações importantes acelerar a modernização de todos os equipamentos que compõem a estrutura funcional dos portos, a fim de que ganhem agilidade nos processos de carga e descarga, por exemplo, e os tornem mais competitivos e lucrativos.
Desatualização de portos brasileiros pode ser de dez anos

A maioria dos portos pertencem à esfera federal e muitos deles estão sob concessão para a iniciativa privada em contratos que duram em média 30 anos. As atualizações tecnológicas na infraestrutura interna são dependentes dessa relação contratual, segundo informa Carlos Dambroz, gestor comercial do Setor Portuário na PCE Engenharia. De acordo com ele, os ganhadores das concessões investem mais fortemente nos primeiros 15 anos do contrato e depois, ficam mais em manutenções pontuais.

“Isto acontece porque a gestora não sabe se ficará mais tempo no negócio quando o contrato acabar”, explica Dambroz. O resultado disto é que muitos portos brasileiros podem estar com defasagem em muitas áreas, como a parte de automação, por exemplo.

O sócio diretor da PCE Engenharia, Everton Rorato, arrisca a dizer que, diante da forma como é administrado os portos brasileiros e pela rapidez como as tecnologias vão surgindo, o gap na atualização da instrumentação e painéis de controles deve estar na faixa de 10 anos. Essa diferença pode ser considerada de nível médio para alto.

PETROLÍFERO

Investing - SP   12/12/2024

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo a oferta de líquidos do Brasil em 2024, incluindo biocombustíveis, devido à produção menor do que o esperado nos últimos meses. Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, 11, o cartel também observou a produção total de combustíveis líquidos brasileiros caiu 20 mil barris por dia (bpd) em outubro, a 4,1 milhões de bpd.

A Opep espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba cerca de 15 mil bpd neste ano, para uma média de 4,2 milhões de bpd. O número representa corte de 15 mil bpd em relação as estimativas de novembro, devido a produção brasileira aquém do previsto nos últimos meses.

No entanto, para 2025, a instituição prevê um aumento do fornecimento brasileiro, por conta de uma expansão de produção em campos do país, embora limitado por questões técnicas e operacionais que podem atrasar o início da produção programada de algumas plataformas. O relatório projeta alta de 200 mil bpd na oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, a 4,4 milhões de bpd.

Somente a produção brasileira de petróleo bruto caiu 200 mil bpd em outubro, à média de 3,3 milhões de bpd. Segundo a Opep, a queda foi maior que o esperado e representa continuidade da performance fraca, com produção lenta em diversas plataformas offshore.

Para o primeiro trimestre de 2025, o cartel cita que a economia do Brasil, liderada pela forte atividade agrícola e industrial em meio à demanda saudável por viagens, deve sustentar o crescimento da demanda regional de petróleo da América Latina em 136 mil bpd ao ano, a uma média de 6,8 milhões de barris por dia.

Valor - SP   12/12/2024

Impedir a pesquisa e exploração da Margem Equatorial é contribuir para que nossa matriz energética fique menos limpa, já que o Brasil voltaria a ser importador e dependeria de um petróleo muito mais poluente

Há quase 20 anos, em 2006, a Petrobras anunciou a descoberta do pré-sal, uma das maiores reservas de petróleo e gás do planeta. O país passou a ser autossuficiente em petróleo, além de figurar como um dos maiores produtores do mundo. Quando completou 15 anos de exploração, em 2023, o pré-sal tinha alcançado uma produção acumulada de 5,5 bilhões de barris de um dos petróleos mais descarbonizados do mundo. Houve também um importante benefício para a sociedade, já que a Petrobras pagou cerca de US$ 63 bilhões em royalties e participações especiais a Estados e municípios, mais outros US$ 63 bilhões ao governo federal pela aquisição de blocos e direitos em ativos.

E nos últimos anos uma região inexplorada passou a ser considerada um novo pré-sal: a Margem Equatorial. Ela se estende da Guiana ao Estado do Rio Grande do Norte, sendo que, no caso de nosso litoral, a área tem início no Amapá. Guiana e Suriname, com a participação de algumas das maiores companhias de petróleo do mundo, já fazem a exploração com sucesso. Mas o Brasil está na dependência de licenciamento ambiental para a pesquisa da Petrobras na Bacia da Foz do Amazonas, foco da companhia na Margem Equatorial. Ou seja, não se pode conhecer e comprovar o potencial.

O primeiro poço exploratório da Petrobras na Margem Equatorial, feito para iniciar a avaliação do seu potencial, está a mais de 160 km do ponto mais próximo da costa e a mais de 500 km da foz do Rio Amazonas.

Apenas na Guiana, com costa que não passa de 10% da extensão do nosso litoral na Margem Equatorial, já são seis plataformas em desenvolvimento, com capacidade produtiva total de mais de 1,3 milhão de barris de petróleo por dia. São mais de US$ 30 bilhões em investimentos, gerando 5.400 empregos, sem contar os impactos positivos de contratação local e movimentação da economia.

Explorar a Margem Equatorial não é algo novo: já perfuramos 700 poços nessa região. Por isso, no Plano de Negócios da Petrobras há previsão de US$ 3 bilhões com 15 poços exploratórios. Seria utilizada apenas uma sonda, que garantiria a manutenção de 1.000 empregos diretos e indiretos, além das demandas para a indústria.

O Brasil já teve uma perda de renda inestimável por impedir o acesso ao conhecimento da Margem Equatorial. Em estudo recente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que a produção de petróleo na Margem Equatorial pode adicionar R$ 65 bilhões ao Produto Interno Bruto e acrescentar quase R$ 4 bilhões à arrecadação indireta, e que a atividade tem o potencial de geração de 326 mil empregos formais.

O acesso ao conhecimento gera novas oportunidades, uma economia mais dinâmica, inovadora e resiliente. Cria soluções que nos atendem sem comprometer o futuro das novas gerações, viabilizando políticas públicas mais eficazes para combater a degradação ambiental, além de promover a resolução de problemas complexos como mudanças climáticas, desigualdades sociais e crises sanitárias. Melhora a competitividade local num ambiente propício à criação de novos produtos e serviços que podem transformar a sociedade e o entorno, estimulando um ciclo de desenvolvimento contínuo.

Um país que pretende entregar mais para seus cidadãos não pode negar acesso a conhecimento. Precisamos conhecer mais e mais da nossa Margem Equatorial, das nossas bacias sedimentares, marítimas e terrestres. Saber de nossas riquezas, além de nossas necessidades. Não se pode renunciar aos benefícios de uma nova fronteira do petróleo no país.

A exploração do pré-sal contribuiu para o desenvolvimento econômico e social de Estados e municípios em cujo litoral acontece a exploração. Enquanto isto, segundo o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades - Brasil, as capitais dos Estados da Margem Equatorial têm nível baixo ou muito baixo considerando 100 indicadores temáticos alinhados com a Agenda 2030 da ONU - ou seja, distantes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O intricado processo de licenciamento ambiental que temos, no qual o que precisa ser feito é substituído por uma negativa sem fim, em nada contribui para reverter este quadro.

O avanço da indústria de petróleo e gás no país é indiscutível. Colabora com o futuro da nossa segurança energética, com nossa balança comercial e com o desenvolvimento de tecnologias nas quais somos reconhecidamente líderes globais. Colabora ainda na formação de uma legião de profissionais, agregando muitos recursos financeiros e intelectuais, que contribuíram sob maneira para agregar cada vez mais segurança às operações, seja na perspectiva da vida humana, seja na perspectiva de proteção ao meio ambiente onde essas atividades foram ou são realizadas. A Petrobras se consolidou, nas últimas décadas, como uma referência internacional.

A harmonia entre exploração e produção e a proteção ambiental é, claro, algo que não deve ser ignorado. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, só com recursos da Cláusula de PD&I dos contratos de concessão foram investidos pelas operadoras perto de R$ 700 milhões nos últimos sete anos, em mais de 100 diferentes projetos de pesquisa, com qualificação em meio ambiente.

Impedir a pesquisa e exploração da Margem Equatorial é contribuir para que nossa matriz energética fique menos limpa. As reservas brasileiras de petróleo estão em declínio, e no ritmo atual se esgotariam na década de 2030. O Brasil voltaria a ser importador, e dependeria de um produto muito mais poluente - nossa produção emite metade de gases efeito estufa em relação à média mundial.

O petróleo permanece como fonte estável e barata que ainda tem muito a contribuir com a melhoria de vida de milhões e milhões de brasileiros e brasileiras. Precisamos dele para mantermos nossa maior independência energética. Não é um inimigo do desenvolvimento sustentável. Muito pelo contrário: trata-se de um aliado poderoso.

Pensar o futuro do Brasil considerando o potencial de contribuição da Margem Equatorial é um necessário ato de coragem e de responsabilidade com as gerações futuras. Quem é de Estados como o Rio de Janeiro, que passaram a colher os frutos da exploração do pré-sal, sabe como é importante construir riquezas a partir de uma nova fronteira em reservas de petróleo.

Luiz Césio Caetano é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)

Investing - SP   12/12/2024

Os Estados Unidos continuam a procurar maneiras criativas de reduzir a receita petrolífera da Rússia e a menor demanda global por petróleo cria uma oportunidade para mais sanções, disse a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, nesta quarta-feira.

Os EUA têm reforçado constantemente as sanções contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia, e a Rússia tem investido muito em sua própria frota de navios para evitar um limite de preço do petróleo no Ocidente, disse ela em uma entrevista à Bloomberg Television.

Yellen disse que o objetivo geral dos EUA tem sido prejudicar a capacidade da Rússia de continuar conduzindo a guerra por meio de uma série de medidas, mas desde o início o foco tem sido a receita petrolífera da Rússia.

"O que é incomum neste momento é que o mercado de petróleo parece estar bem abastecido", disse ela. "Os preços estão relativamente baixos. A demanda global está baixa e houve realmente um aumento na oferta", disse Yellen.

"Portanto, o mercado global de petróleo está mais fraco, e isso cria, possivelmente, uma oportunidade para tomar novas medidas.

Infomoney - SP   12/12/2024

A Brava Energia (BRAV3) teve produção total bruta de 34,8 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) em novembro, ante 45,1 mil em outubro, conforme dados prelimianares não auditados divulgados nesta quarta-feira.

A companhia comunicou que a produção de óleo somou 25,9 mil boe/dia, de 34,3 mil no mês anterior.

Já a produção de gás atingiu 8,9 mil boe/dia, ante 10,8 mil boe/dia do mês anterior.

RODOVIÁRIO

Grandes Construções - SP   12/12/2024

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse na semana passada que o governo está criando uma comissão de licitação das obras para a construção do túnel imerso Santos-Guarujá, que ligará os municípios de Santos (SP) e Guarujá (SP).

As cidades são separadas pelo canal do estuário, a uma distância de 400 metros.

Segundo o ministro, o projeto deve ser encaminhado ao Tribunal de Contas (TCU) em janeiro para que a licitação seja realizada ainda em 2025. As obras devem ir a leilão para o setor privado.

“Estamos criando nesta próxima semana a comissão de licitação do túnel que será construída de maneira transversal entre o ministério, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), governo do estado e o Porto de Santos para que a gente consiga avançar nessa grande concessão que será feita”, disse.

Plano setoriais – O Ministério de Portos e Aeroportos apresentou no dia 5 de dezembro os planos setoriais de hidrovias, portos e aeroportos.

Na aviação civil, o governo federal projeta que 99,5% da população esteja a menos de quatro horas de um aeroporto ou de um aeródromo.

Ao todo, o governo federal prevê 1.711 empreendimentos nos setores ferroviários, portuários, rodoviários e hidroviários até 2035.

AGRÍCOLA

Canal Rural - SP   12/12/2024

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta um crescimento de até 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro em 2025, impulsionado pelo aumento da produção agrícola e pela recuperação da agroindústria exportadora. A previsão foi divulgada nesta quarta-feira (11).

Segundo a CNA, o avanço do PIB será liderado pela produção de grãos e pela recuperação da agroindústria.

Mas fatores como valorização do dólar, manutenção da taxa Selic em patamar elevado e a implantação da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR) são obstáculos que podem impactar os custos e a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global.
Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!

A valorização do dólar é vista como uma faca de dois gumes: enquanto favorece a exportação de commodities agrícolas, aumenta os custos de insumos importados, como fertilizantes e tecnologias agrícolas.

Já a política monetária deve continuar restritiva, com a Selic projetada em 13,5% para o fim de 2025, o que dificulta o acesso ao crédito rural. O orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), por sua vez, continuaria insuficiente, com previsão de R$ 1,06 bilhão, frente a uma demanda de R$ 4 bilhões.
Inflação e recuperação

A inflação dos alimentos deve desacelerar para 5,75% em 2025, comparada aos 8,49% estimados para 2024, em função da recuperação agrícola.

A CNA estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,59%, acima do teto da meta de inflação.

Já o Valor Bruto da Produção (VBP) do setor deve crescer 7,4%, totalizando R$ 1,43 trilhão, puxado pela alta de 9,2% na receita da pecuária e recuperação agrícola de 5,8%.
Logística e exportações

No comércio exterior, a CNA aponta que o câmbio elevado deve beneficiar as exportações, mas a demanda global continua instável devido a tensões geopolíticas. A China, principal parceira comercial do Brasil, enfrenta redução no crescimento econômico, enquanto a Europa aumenta barreiras regulatórias aos produtos brasileiros.

No setor logístico, o Brasil avança em projetos de hidrovias e ferrovias. A Ferrovia Transnordestina, com previsão de conclusão em 2026, e o leilão da Ferrogrão são apostas para melhorar o escoamento da produção e reduzir custos logísticos.
Sustentabilidade e desafios regulatórios

Outro ponto de atenção é o cumprimento do Código Florestal e a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR), considerados entraves estruturais que demandam soluções urgentes.

A CNA reforça que esses aspectos precisam de avanços para garantir a sustentabilidade da produção agropecuária e fortalecer a imagem do Brasil no mercado internacional.
Valor Bruto da Produção

Neste ano, o Valor Bruto da Produção (VBP) está estimado em R$ 1,34 trilhão, o que representa um leve aumento de 0,3% em relação ao ano anterior. O resultado é puxado pela receita agrícola de R$ 886,55 bilhões, mesmo com redução projetada de 2,5%. Já a receita pecuária deve crescer 6,2%, atingindo R$ 453,3 bilhões.

Para 2025, a expectativa é de crescimento de 7,4% comparado a 2024, totalizando uma receita de R$ 1,43 trilhão. De acordo com a CNA, o segmento agrícola deve alcançar R$ 937,55 bilhões, mostrando a recuperação da produção após a quebra de safra em 2024.

Já o VBP da pecuária deve crescer 9,2%, alcançando R$ 495,13 bilhões, com destaque para a bovinocultura de corte, que deve registrar, puxada pelos preços, crescimento de 20,9%.
Agricultura

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa para a safra de grãos 2024/2025 é de um recorde de 322,53 milhões de toneladas, alta de 8,2% ou 24,6 milhões de toneladas em relação à safra 2023/24.

A projeção reflete uma pequena elevação na área plantada (+1,9%) e recuperação da produtividade média.
Pecuária

A produção nacional de leite deve crescer 1,5% em 2025, resultado da desaceleração econômica e das importações do produto que bateram recorde no início de 2024.

A alimentação concentrada mais acessível para os animais deve contribuir para esse aumento modesto da produção.

TOP