Clipping Diário

13 | Janeiro | 2025

SIDERURGIA

Valor - SP   13/01/2025

O governo dos Estados Unidos adiará a execução uma ordem executiva assinada pelo presidente Joe Biden neste mês para que a Nippon Steel abandone sua oferta de US$ 14,9 bilhões pela U.S. Steel, disseram as empresas no sábado.

O presidente dos Estados Unidos bloqueou a aquisição planejada da U.S. Steel pela Nippon Steel por motivos de segurança nacional em 3 de janeiro, e sua secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse esta semana que o acordo proposto recebeu uma "análise completa" pelo órgão de revisão interinstitucional, o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (Cfius).

O atraso dará aos tribunais tempo para analisar uma contestação legal apresentada pelas partes no início deste mês contra a ordem de Biden. A ordem executiva dava 30 dias para as empresa desfazerem a transação.

"Estamos satisfeitos que o Cfius tenha concedido uma extensão até 18 de junho de 2025 do requisito da Ordem Executiva do Presidente Biden de que as partes abandonem permanentemente a transação", disseram as empresas em uma declaração conjunta.

"Estamos ansiosos para concluir a transação, que garante o melhor futuro para a indústria siderúrgica americana e todas as nossas partes interessadas", disseram.

A U.S. Steel e a Nippon Steel alegaram em um processo na segunda-feira que a revisão do Cfius foi prejudicada pela oposição de longa data de Biden ao acordo, negando-lhes o direito a uma revisão justa. Eles pediram a um tribunal federal de apelações que anulasse a decisão de Biden de permitir uma nova revisão para garantir outra chance de fechar a fusão.

O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos preside o painel do Cfius, que analisa aquisições estrangeiras de empresas dos Estados Unidos e outros acordos de investimento para questões de segurança nacional. O Cfius normalmente decide diretamente sobre os casos ou envia recomendações ao presidente, mas no caso U.S. Steel-Nippon Steel, o painel não conseguiu chegar a um consenso sobre se Biden deveria aprovar ou rejeitar, deixando a decisão para ele.

Tanto Biden quanto seu sucessor, o republicano Donald Trump, expressaram oposição à empresa japonesa adquirir a siderúrgica americana, já que os candidatos cortejavam os votos dos sindicatos na eleição de novembro passado, vencida por Trump.

O Cfius raramente rejeitou acordos envolvendo os países do Grupo dos Sete, estreitamente aliados, que incluem o Japão.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   13/01/2025

A combinação entre forte crescimento da atividade econômica, alta do dólar e ocorrência de fatores climáticos explica o descumprimento da meta de inflação de 2024, segundo carta aberta enviada pelo novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“A inflação de 2024 ficou acima do intervalo de tolerância em decorrência do ritmo forte de crescimento da atividade econômica, da depreciação cambial e de fatores climáticos, em contexto de expectativas de inflação desancoradas e inércia da inflação do ano passado”, diz o texto, publicado pelo BC na noite desta sexta-feira.

Pela manhã, o IBGE divulgou que o IPCA, índice oficial de preços, ficou em 4,83% no ano passado - acima do teto da meta, de 4,50%, e acelerando frente a 2023 (4,62%). O centro do alvo era de 3%.

Alta do dólar e piora da percepção fiscal

A alta de 24,5% do dólar frente ao real em 2024 foi o fator que mais contribuiu para que a inflação superasse o teto da meta no ano passado, segundo o presidente do BC.

Comparando-se as médias da taxa de câmbio no último trimestre de 2023 e 2024, de R$ 4,95 e R$ 5,84, o dólar subiu 18% frente ao real. Isso responde por 1,21 ponto porcentual do desvio da inflação frente à meta, segundo o BC.

Na carta, Galípolo afirma que a depreciação cambial ocorreu principalmente de fatores domésticos, complementada pela apreciação global do dólar norte-americano. Galípolo cita que esse processo de deterioração começou em abril de 2024 e se intensificou ao longo do ano, citando a piora da percepção sobre o cenário fiscal do País.

“O fato de o real ter sido a moeda de maior depreciação em 2024, considerando seus pares ao nível internacional e os países avançados, sugere que fatores domésticos e específicos do Brasil tiveram papel expressivo nesse movimento cambial”, escreveu. “No âmbito doméstico, a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.”

O dólar escalou no final do ano passado após o anúncio do pacote de contenção de gastos do governo Lula, considerado pelos analistas como insuficiente para o reequilíbrio das contas públicas.

A parcela dos efeitos diretos e indiretos do repasse cambial, segundo Galípolo ainda deve se efetivar em 2025.

Na carta, Galípolo pondera, por outro lado, que a queda no preço internacional do petróleo amorteceu o impacto da depreciação cambial. O preço do petróleo, depois de crescer até abril, entrou em trajetória de queda. “Essa redução refletiu evolução menor que a esperada da demanda global e crescimento maior que o esperado da oferta”, disse.
Crescimento mais forte

Já o crescimento da atividade econômica, que surpreendeu para cima ao longo do ano, foi forte e também contribuiu para a inflação acima do intervalo de tolerância, na avaliação de Galípolo. Esse desempenho, disse, foi bem acima das expectativas do BC e dos analistas.

Na carta, ele destaca o significativo crescimento da demanda doméstica, em especial do consumo das famílias e da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), os investimentos, que atingiram crescimento de 5,1% e 6,6%, respectivamente, no acumulado até o terceiro trimestre do ano.

Seca

O presidente do BC avaliou que os efeitos da seca e do ciclo do boi foram fatores que contribuíram para o quadro inflacionário no ano passado.

No documento, Galípolo cita que a seca pressionou os preços de alimentação, em especial, de carnes e leite. Já o ciclo do boi repercutiu nos preços de carne de forma significativa e mais forte do que o esperado, somando-se aos efeitos da seca e da depreciação cambial nesses preços.

Ele mencionou ainda que no segundo trimestre do ano as enchentes no Rio Grande do Sul impactaram alguns preços de alimentos, mas ponderou que houve reversão nos meses seguintes.

Por outro lado, Galípolo ressalta que a melhora das chuvas nos últimos meses de 2024 permitiu que o ano terminasse com bandeira tarifária de energia elétrica verde, fazendo com que a inflação acumulada em 2024 não fosse afetada diretamente por esse fator.

Compromisso de convergência à meta

Galípolo afirmou que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação aos limites estabelecidos e dependerá da evolução da dinâmica da inflação.

“Vários riscos se materializaram, tornando o cenário mais adverso, mas menos incerto, permitindo maior visibilidade para que o Comitê oferecesse uma indicação de como antevia as próximas decisões”, escreve na carta. “A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, emenda.

Hoje, a taxa Selic está em 12,25% ao ano e o Comitê de Política Monetária do Banco Central já sinalizou mais duas altas de um ponto porcentual nas próximas reuniões. Na carta, Galípolo também ressaltou que a autoridade monetária tem definido a taxa Selic para assegurar a convergência da inflação aos limites estabelecidos e garantiu que o BC tem tomado providências para que o IPCA atinja a meta contínua.

No documento, Galípolo cita ainda que, de acordo com as projeções do cenário de referência do Relatório de Inflação de dezembro, a inflação ficará acima do limite do intervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025, entrando depois em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo acima da meta.

O presidente do BC citou ainda que, de acordo com a pesquisa Focus do dia 3 de janeiro de 2025, a taxa de juros real ex-ante alcança pico de 9,8% no segundo trimestre de 2025, e depois entra em trajetória de queda, alcançando 6,4% no final do horizonte considerado, referente ao segundo trimestre de 2027.

O Estado de S.Paulo - SP   13/01/2025

A queda de 24,6% no superávit da balança comercial em 2024 está longe de representar um abalo para o Brasil no comércio exterior. Afinal, o saldo positivo de US$ 74,6 bilhões entre exportações e importações é um resultado robusto que mantém o País como um dos grandes mercados no jogo mundial. É a típica situação em que cabe a máxima de que basta o governo não atrapalhar para prestar uma grande ajuda.

O saldo de 2024 só perde para o recorde histórico de 2023, de US$ 98,9 bilhões, e mesmo assim em razão, basicamente, do aumento das compras para atender à demanda interna, aquecida de forma exagerada por políticas públicas de indução ao consumo. Em desempenho, as exportações não recuaram tanto em relação a 2023; em valor, foram US$ 2,7 bilhões a menos. Já as importações dispararam, com US$ 21,69 bilhões a mais em relação ao ano anterior.

Estivessem a competitividade e a capacidade de produção da economia brasileira girando no mesmo ritmo da demanda interna, provavelmente a diferença não seria tão expressiva. Talvez o aumento das importações pudesse, inclusive, ser integralmente creditado à aceleração produtiva nacional. Não parece ser o caso, embora o resultado comercial do País continue a integrar o rol de contribuições positivas na aferição do desempenho econômico.

O foco em commodities agrícolas e minerais é, ao mesmo tempo, o motor que mantém a importância brasileira no comércio internacional e o maior ponto fraco de nossa pauta. Primeiro, porque os preços são ditados pelo mercado internacional e, segundo, por deixar em segundo plano produtos de maior valor agregado.

A grande diferença na pauta em 2024 foi a liderança inédita da exportação de petróleo, que ultrapassou em valor a soja e outras commodities agrícolas. Fator pontual que, segundo especialistas, tende a ser revertido com o aumento da produção agrícola neste ano, livre de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, embora ainda à mercê dos extremos climáticos que surpreendem o planeta.

Para 2025, economistas ouvidos pelo Broadcast/Estadão preveem que o saldo da balança volte ao patamar de US$ 90 bilhões, embora as previsões do governo sejam mais modestas – e imprecisas –, entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. Voltando ao cerne da questão, de que basta o governo não atrapalhar, a indução ao crédito e ao consumo começa a soar como o tique-taque do relógio de uma bomba, à medida que a oferta doméstica caminha em descompasso com a demanda.

O dólar acima de R$ 6 é o sinal mais evidente de que algo está muito errado. Esse mesmo câmbio, que tende a puxar para cima o valor das exportações, vai pesar no déficit financeiro, com a saída expressiva de dólares, como já vem sendo verificado. A previsão de que a taxa básica de juros se firme em 15% neste ano, para conter a inflação e o câmbio, afasta investimentos em novos projetos.

Para deixar de atrapalhar, bastaria ao governo rever seus padrões de despesas – e de incentivo a gastos pelos consumidores. Equilibrar o fiscal seria de grande ajuda não só para o comércio exterior, como para a economia como um todo.

O Estado de S.Paulo - SP   13/01/2025

Maastricht é uma pequena cidade holandesa que projeta uma grande sombra econômica. Os líderes europeus se reuniram lá em 1992 para assinar o tratado que deu origem ao euro. Sob a serenata de uma banda marcial, eles prometeram manter seus déficits orçamentários abaixo de 3% do PIB e sua dívida pública abaixo de 60%.

Os números não faziam muito sentido, e um importante economista os classificou como “numerologia fiscal”. Mas eles passaram a definir o que conta como uma política fiscal respeitável e equilibrada, mesmo fora da Europa. A China, por exemplo, tem se orgulhado de cumprir essas normas em todos os momentos. Em 2009, no auge da crise financeira global, seu déficit oficial foi inferior a 2,8%.

É surpreendente, portanto, que a China tenha violado o limite de Maastricht três vezes nos últimos cinco anos. “Medidas especiais são necessárias para circunstâncias especiais”, disse o Ministério das Finanças em 2020, após a pandemia de covid-19. Cinco anos depois, o que era especial está se tornando rotina. A China planeja aumentar seu déficit para 4% do PIB em 2025, segundo a agência de notícias Reuters.

Com a baixa confiança das famílias, o encolhimento dos investimentos imobiliários e as exportações ameaçadas pelas tarifas, a economia precisa de um impulso fiscal extra. Ao gastar mais, o governo espera incentivar outros a fazer o mesmo.

Em 8 de janeiro, a agência de planejamento da China disse que ampliaria dois esquemas de “troca” que oferecem ajuda financeira a empresas e famílias que substituem equipamentos antigos por novos. Os consumidores agora podem receber subsídios de até 500 yuans (US$ 68) para novos smartwatches, telefones e tablets. O esquema também abrangerá máquinas de lavar louça, panelas de arroz e decoração de casa. Há muito tempo o governo da China insiste que as casas são para morar, não para especulação. Agora, elas também devem ser reformadas.

Em novembro, o ministro das finanças, Lan Fo’an, insistiu que a China pode se dar ao luxo de tal generosidade, alegando que tem muito “espaço” fiscal. Será que ele está certo? Um motivo para preocupação é que o déficit oficial cobre apenas uma fração dos empréstimos públicos. Se adicionarmos as outras três contas do governo — que cobrem o seguro social, os gastos com infraestrutura com financiamento baseado em terras e as transações com empresas estatais —, o déficit provavelmente será de 7,1% do PIB em 2024, segundo a agência de classificação de risco Fitch.

Medidas ainda mais amplas são possíveis. O Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula um déficit “aumentado”, que inclui uma grande quantidade de tinta vermelha que não aparece no orçamento. Um exemplo é a tomada de empréstimos por “veículos de financiamento” do governo local, que investem em infraestrutura e outros empreendimentos. Por essa medida, o FMI acredita que o déficit da China este ano poderá exceder 13% do PIB e sua dívida poderá chegar a quase 129%.

Quando inseridos nos modelos do FMI, esses números sugerem que o risco de estresse da dívida da China é “alto” no médio prazo. As agências de classificação de crédito também tomaram nota. O déficit (orçamentário) da China é mais do que o dobro do déficit de um país mediano com uma classificação de crédito semelhante, aponta a Fitch. Em abril, a agência afirmou que a China podia sofrer um rebaixamento. Isso poderia tornar os empréstimos mais caros para os muitos bancos e empresas estatais cujas classificações estão fortemente vinculadas às do país.

As finanças públicas da China também enfrentam tensões de longo prazo. Com o envelhecimento da população, a parcela do PIB destinada aos gastos com pensões aumentará em cerca de nove pontos porcentuais até meados do século, estima o FMI.

A erosão das receitas do governo da China parece persistente. Elas começaram a diminuir mesmo antes da pandemia, observa Jeremy Zook, da Fitch, caindo de cerca de 30% do PIB em 2018 para aproximadamente 23% em 2024. E a China ainda não encontrou uma fonte de receita para substituir as vendas de terras, que sofreram com a queda no mercado imobiliário. Diante de tais dificuldades, o Rhodium Group, empresa de pesquisa americana, argumentou que o “espaço fiscal” da China é um mito.

Mas a margem de manobra de um governo para tomar empréstimos e gastar depende, em parte, do que está acontecendo na economia. O espaço disponível depende de quem mais deseja preenchê-lo. Se o setor privado estiver em um clima de expansão, os déficits do governo atrapalham, aumentando os custos dos empréstimos e a inflação.

A China, infelizmente, tem o problema oposto. As famílias e os empreendedores privados estão retraídos, relutantes em gastar e muito ansiosos para acumular ativos financeiros seguros. Isso deixou a economia com falta de demanda e propensa à deflação: os preços ao consumidor aumentaram apenas 0,1% em dezembro, em comparação com o ano anterior.

A ânsia do restante da economia em poupar, e não em gastar, também tornou extraordinariamente barato para o governo central se financiar. Agora, ele pode tomar empréstimos por dez anos a rendimentos de cerca de 1,6%, um recorde de baixa. Em outras palavras, o restante da economia está abrindo bastante espaço para o Estado se expandir.

A demanda pelos títulos do governo é favorecida pelos controles de capital da China, que dificultam que os investidores nacionais busquem refúgios seguros no exterior. Muitos títulos do governo são mantidos por bancos que, por acaso, são de propriedade do governo. De fato, assim como o Estado tentacular da China tem passivos espalhados por toda a economia, ele também tem uma coleção extensa de ativos.

W. Raphael Lam e Marialuz Moreno-Badia, do FMI, estimam que os depósitos fiscais no sistema bancário totalizaram cerca de 18% do PIB em 2019 (excluindo o dinheiro destinado a pagamentos de serviços). As participações acionárias do governo em empresas estatais e instituições financeiras totalizaram outros 68%. Os fundos de seguro social também detinham ativos superiores a 2% do PIB.

Quaisquer que sejam os riscos de longo prazo, o governo central tem, portanto, os recursos necessários para resgatar a economia de suas dificuldades imediatas. O FMI pediu a Pequim que acabe com a crise imobiliária da China, fornecendo mais financiamento necessário para concluir edifícios pré-vendidos, mas inacabados (ou para indenizar seus compradores).

O objetivo provável do impulso fiscal da China é reforçar a confiança das famílias, segundo Zook, da Fitch. Quanto mais as famílias gastarem de sua renda, menos o Estado terá de fazer para sustentar a demanda.

Uma retomada dos empréstimos e gastos privados pode tornar os déficits do governo mais caros e mais difíceis de sustentar. Mas também tornará os déficits menos necessários. O governo poderá, então, fazer cortes sem prejudicar a recuperação. “O boom, não a queda, é o momento certo para a austeridade no Tesouro”, disse John Maynard Keynes durante a Grande Depressão. Sua máxima orçamentária é muitas décadas mais antiga do que o Tratado de Maastricht. Ela merece lançar uma sombra fiscal ainda mais longa.

Infomoney - SP   13/01/2025

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medida de inflação do Brasil, encerrou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. O número foi divulgado nesta sexta-feira (10), sendo a oitava vez que houve o descumprimento desde 1999. A alta em dezembro, de 0,52%, embora ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado, consolidou a tendência de aceleração nos preços de bens e serviços ao longo do ano.

Quanto aos impactos no mercado, as últimas declarações do Banco Central, tanto na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) anterior quanto no relatório trimestral de inflação, segundo o estrategista de investimentos, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, Marcelo Bolzan, já indicavam que a inflação ficaria acima do limite superior da meta. “O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, vai ter que explicar, vai ter que fazer uma carta oficial para o Congresso explicando por que os preços ficaram fora desse objetivo que o Banco Central tem”, diz.

A desvalorização do real, que acumulou queda de 27,36% em relação ao dólar em 2024, foi apontada como um dos principais fatores que impulsionaram os preços. A valorização da moeda norte-americana encarece insumos e produtos importados, afetando tanto o consumidor quanto a indústria nacional, explicam os especialistas. Além disso, a inflação nos serviços, especialmente aqueles sensíveis à política monetária, como alimentação fora do lar e transporte, reforça a preocupação com a capacidade de controle dos preços em 2025.

Economistas de grandes instituições financeiras já projetam que o IPCA de 2025 fique novamente acima do teto da meta, que será de 4,5% no próximo ano.

A partir deste ano, passa a valer um novo sistema de meta contínua, com centro de 3%, apurada com base na inflação acumulada em 12 meses. Se ela ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) por seis meses consecutivos, considera-se que o alvo foi perdido. Nesse caso, também caberá ao BC divulgar as razões para o descumprimento, as providências e o prazo para a convergência, também por meio de carta aberta.

A XP Investimentos, por exemplo, prevê uma inflação acumulada de 6,1%, enquanto o Bradesco BBI projeta 5,8%.

O Itaú BBA, embora mais conservador, também trabalha com projeções superiores à meta. Os principais fatores para essas previsões incluem a continuidade da desvalorização cambial, o aumento dos custos de produção e a demanda interna aquecida. “No geral, a inflação núcleo permanece sob pressão e dificilmente apresentará alívio nas próximas divulgações”, afirma o BBA em relatório.

Especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters projetam que, em 2025, o IPCA pode ultrapassar 6% devido à pressão contínua do mercado de trabalho aquecido e do aumento da demanda interna. A inflação de serviços, que foi um problema em 2024, deve continuar a pressionar o índice, com aumentos sazonais como os de educação e reajustes no custo de vida em um ambiente econômico ainda aquecido.
Sem trégua

Preços de alimentos como café, açúcar e proteínas devem seguir altos, e o impacto nos preços no atacado deve se refletir no consumidor já nos primeiros meses de 2025, mantendo a inflação acima da meta, conforme Igor Cadilhac, economista do PicPay. A projeção para janeiro já sinaliza um impacto imediato, com altas previstas nos preços de produtos básicos como hortifrútis e carnes. Essa dinâmica, somada à pressão sobre serviços básicos e bens industriais, tende a manter a inflação elevada.

“Os fundamentos econômicos ainda apontam para uma aceleração dessa inflação no curto prazo, ao longo dos próximos trimestres. A gente vê uma demanda doméstica ainda bastante firme e também a depreciação cambial recente deve fazer efeito para essa aceleração do IPCA, junto com as expectativas em alta”, diz Alexandre Maluf, economista da XP.

Diante desse cenário, o Banco Central iniciou um novo ciclo de alta da taxa Selic, que terminou 2024 em 12,25% ao ano, com previsão de elevação para 14,25% até março. O objetivo é conter a escalada dos preços, especialmente em itens como serviços intensivos em mão de obra e produtos industrializados, cujos custos têm sido diretamente impactados pela desvalorização cambial.

No entanto, analistas alertam que a política monetária enfrenta limitações, especialmente em um contexto de expectativas inflacionárias desancoradas e percepção de risco fiscal. A condução das contas públicas será importante para evitar uma espiral de aumentos de preços, já que o mercado segue atento às ações do governo em relação ao controle de gastos e à trajetória da dívida pública.

Cadilhac explica que a inflação persistente pesa diretamente no bolso do consumidor, que vê seu poder de compra reduzir-se à medida que os preços de itens essenciais, como alimentos e transporte, aumentam. Setores como o varejo e a indústria também sofrem com custos mais altos e menor capacidade de repasse, enquanto as empresas dependentes de insumos importados enfrentam margens de lucro reduzidas.

A continuidade desse cenário inflacionário pode levar a ajustes ainda mais severos na economia em 2025, com reflexos no crescimento econômico, na geração de empregos e na renda disponível das famílias. Para o Banco Central, a tarefa de reancorar as expectativas inflacionárias e trazer a inflação de volta para dentro da meta será decisiva nos próximos meses.

O Estado de S.Paulo - SP   13/01/2025

Sem novidades, a inflação encerrou o ano passado em 4,83%, rompendo a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional, de 3%, bem como seu limite superior, de 1,5 ponto porcentual (p.p.). O fato de que o índice não ultrapassou os 5% certamente trouxe alívio ao governo, que, como esperado, minimizou o resultado e o atribuiu à seca. O problema, no entanto, está na tendência, longe de trazer tranquilidade a quem quer que seja.

De fato, os alimentos foram os vilões do IPCA, e muito disso se deve a fatores climáticos como o El Niño, as enchentes no Rio Grande do Sul e a estiagem em diversas outras regiões. Grupo de maior peso na inflação medida pelo IBGE, alimentação e bebidas subiu 7,69% no ano passado e contribuiu com um terço do índice oficial. O café aumentou impressionantes 39,6%; as carnes, 20,84%; o leite do tipo longa vida, 18,83%; e as frutas, 12,12%.

Com a perspectiva de uma safra melhor neste ano, o comportamento dos itens alimentícios deve arrefecer um pouco, mas tudo indica que permanecerá acima da inflação geral. Se os alimentos fossem o único problema, o governo realmente teria motivos para comemorar, mas há muitas razões para colocar as barbas de molho. Todos os outros oito grupos que compõem o IPCA também registraram aumento de preços no ano passado, em especial saúde e cuidados pessoais, influenciado pelos planos de saúde e produtos farmacêuticos, e transportes, puxado pelo preço da gasolina e do etanol.

Já no mês passado, o IPCA subiu 0,52%. Foi o resultado mais baixo para o mês desde 2018, mas sua composição veio pior do que se esperava. O índice de difusão mostrou que 69% dos itens monitorados pelo IBGE tiveram alta em dezembro, maior nível desde maio de 2022. Oito dos nove grupos que compõem o IPCA subiram. Os núcleos, que desconsideram distúrbios decorrentes de choques temporários, também se elevaram - tanto no caso de serviços, pressionados há meses em razão da demanda aquecida, quanto no de bens industriais, consequência da desvalorização cambial registrada nas últimas semanas do ano.

A percepção geral de que tudo subiu de preço é real, e a sensação de que os aumentos vão continuar também é. Há razões para se preocupar. O IGP-M, índice de inflação calculado pela Fundação Getulio Vargas que é referência para o reajuste de aluguéis, fechou o ano em 6,54%. Diferentemente do IPCA, mais estável e que acompanha o consumo das famílias, o IGP-M é um índice mais volátil e reflete os preços do atacado e do dólar. Apesar disso, no médio e longo prazos, as curvas dos índices tendem a convergir.

Não por acaso, bancos e corretoras projetam que o IPCA continuará pressionado no primeiro semestre deste ano, sobretudo em razão dos serviços. No mais recente Boletim Focus, a mediana das projeções para a inflação em 2025 foi de 4,99%, na 12.ª semana consecutiva de alta, e há quem estime que o IPCA encerrará o ano em 6%.

Nesse cenário, para o Banco Central (BC), ter de escrever uma carta ao governo para explicar por que não conseguiu cumprir a meta no ano passado é a parte fácil do trabalho, mesmo porque não afetará a credibilidade da instituição. O desafio da autoridade monetária será conduzir o índice rumo à meta neste ano. Todos já sabem que a taxa básica de juros aumentará para 14,25% ao ano em março, mas como esse patamar, ainda que elevadíssimo, não tem sido suficiente para domar as expectativas, não se sabe até onde eles irão para o BC cumprir sua missão.

Até agora, o governo Lula da Silva não colaborou e manteve uma política fiscal expansionista. Seria ingenuidade acreditar que algo mudará até 2026, haja vista o esvaziado pacote de corte de gastos anunciado e aprovado no fim do ano passado. Com o dólar acima de R$ 6,00, a tarefa do Banco Central será ainda mais difícil, com a agravante de que, pelo sistema de meta contínua, em vigor desde o início deste ano, terá de elaborar uma nova carta ao governo toda vez que a inflação acumulada em 12 meses ficar acima de 4,5% por 6 meses consecutivos. Melhor começar a pensar no texto da primeira delas, a ser enviada em julho.

Globo Online - RJ   13/01/2025

A China registrou em 2024 um nível recorde de exportações, anunciaram na segunda-feira os meios de comunicação oficiais, antes da chegada de Donald Trump à Casa Branca. Trump ameaçou impor tarifas sobre os produtos do gigante asiático. "O valor das exportações superou pela primeira vez os 25 trilhões de yuans", cerca de US$ 3,58 trilhões, o que representa "um aumento anual de 7,1%", informou a emissora estatal CCTV.

As importações, por sua vez, totalizaram 18,39 trilhões de yuans, cerca de US$ 2,59 trilhões, um aumento anual de 2,3%, acrescentou a CCTV. O superávit resultante de US$ 990 bilhões quebrou o recorde anterior da China, que foi de US$ 838 bilhões, em 2022.

As vendas ao exterior representam um dos poucos pontos positivos no desempenho da segunda maior economia do mundo, que cresce lentamente, prejudicada pelo fraco consumo interno e por uma grave crise no endividado setor imobiliário.

No entanto, essa atividade exportadora está ameaçada pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Durante seu primeiro mandato, ele já havia iniciado uma guerra comercial com o gigante asiático.

Superávit imbatível

Segundo análise o jornal "The New York Times", quando ajustado pela inflação, o superávit comercial da China no ano passado excedeu em muito qualquer outro no mundo no século passado, mesmo as de potências de exportação como Alemanha, Japão ou Estados Unidos. As fábricas chinesas estão dominando a manufatura global em uma escala não experimentada por nenhum país desde os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.

O crescimento chinês, ainda segundo o NYT, atraiu críticas de uma lista cada vez maior de parceiros comerciais da China. Países industrializados e em desenvolvimento ergueram tarifas, tentando desacelerar a maré. Em muitos casos, a China retaliou em espécie, aproximando o mundo de uma guerra comercial que poderia desestabilizar ainda mais a economia global, e que tende a escalar com o retorno de Trump.

As exportações chinesas, de carros a painéis solares, têm sido uma bonança econômica para o país. Criaram milhões de empregos, não apenas para os trabalhadores das fábricas, cujos salários ajustados pela inflação quase dobraram na última década, mas também para engenheiros, designers e cientistas de pesquisa de alto rendimento.

Ao mesmo tempo, as importações chinesas de produtos industriais desaceleraram acentuadamente. O país tem perseguido a autoconfiança nacional nas últimas duas décadas, principalmente através de sua política "Made in China 2025", para a qual Pequim prometeu US$ 300 bilhões para promover a manufatura avançada.

A China passou de importar carros para se tornar o maior exportador de carros do mundo, superando Japão, Coréia do Sul, México e Alemanha. Uma empresa estatal chinesa começou a fabricar aviões comerciais de corredor único, na tentativa de substituir os jatos Airbus e Boeing algum dia. As empresas chinesas já produzem quase todos os painéis solares do mundo.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   13/01/2025

Lucas Laghi, head de mineração e siderurgia da XP, participou nesta sexta (10) do programa Morning Call da XP, e explicou que segue muito baixo o consumo de minério de ferro na China, maior compradora da commodity no mundo, prejudicando empresas exportadoras da matéria-prima, como a Vale (VALE3).

Na China, os setores que mais consomem minério de ferro, como mercado imobiliário e infraestrutura, as quedas são representativas em relação ao período pré-pandêmico.

“Os novos lançamentos (imobiliários), onde se concentram o consumo de aço (produto gerado a partir do minério de ferro), caíram 60% versus o período pré-pandemia. Isso acaba gerando receio com a dinâmica de receita futura e pressiona os preços da commodity”, disse.
O analista avalia que o minério de ferro no preço entre US$ 110 a US$ 120 a tonelada é muito assimétrico à realidade. “No valor de US$ 95 a US$ 100, teria espaço para cair até US$ 90”, avaliou.

Ele lembrou que desde que a XP fez a mudança de recomendação da Vale de compra para neutra devido ao cenário duvidoso na China com relação ao minério de ferro, a mineradora já teve queda das ações em cerca de 15%. “Apesar de ser uma recomendação neutra, a gente vê pouco espaço para queda do preço da commodity”, ressaltou.

“Mas a gente segue cético com o preço de minério de ferro. Hoje, ele está entre US$ 95 a US$ 100, mas de US$ 85 a US$ 90 é um patamar razoável”, disse, complementando que este valor pode ser alcançado.

Laghi ressaltou ainda que as ações da Vale estão sendo negociadas bastante descontadas em relação aos preços à vista do minério de ferro hoje.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   13/01/2025

Depois de ampliar suas exportações para o Brasil, as montadoras chinesas BYD (Build Your Dreams) e GWM (Great Wall Motors) iniciam um novo capítulo de sua ofensiva no país este ano: começam sua produção local de seus veículos híbridos e elétricos.

A GWM confirmou que a fábrica de Iracemápolis, interior de São Paulo, será inaugurada em maio, e a produção para o mercado brasileiro começa no início do segundo semestre com o híbrido Haval 6, a gasolina. A BYD também pretende dar a partida em sua fábrica na Bahia neste primeiro semestre.

As novatas têm tudo para mexer com o mercado brasileiro de automóveis. Especialistas do setor apontam que a fabricação no Brasil de seus veículos faz parte da estratégia de crescimento global dessas companhias chinesas.

Afinal o país é um dos pontos com mais de 2 milhões de unidades vendidas por ano, o quinto maior mercado do mundo, resiliente mesmo nos piores momentos econômicos.

Mercado de 2,5 milhões em vendas

No ano passado, por exemplo, mesmo com juros altos, o país somou 2,5 milhões de veículos vendidos, alta de 15% em relação a 2023, o maior crescimento entre os dez maiores mercados globais.

Unidade no norte da Itália, de € 200 milhões, entrou em operação em junho

A expectativa é que outras montadoras chinesas anunciem produção no Brasil, entre 2026 e 2030. Entre elas estão Neta, GAC e Omoda/Jaecoo.

— O consumidor brasileiro é fiel e se aproximar dele com a fabricação no país passa mais confiança. É interessante notar que os carros populares sumiram, mas os brasileiros continuam comprando veículos mais caros, com mais margem de ganho para as empresas — diz Cristiano Doria, sócio-diretor da consultoria Roland Berger Brasil e especialista no setor automotivo, lembrando que a fabricação local também livra as empresas do imposto de importação de carros eletrificados importados, atualmente em 18%, que chegará a 35% em 2026.

Com a produção nacional, diz Doria, as chinesas também começam a se apropriar dos incentivos do governo para o setor por meio do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que oferece benefícios fiscais para pesquisa e desenvolvimento, produção tecnológica e autopeças.

Em pesquisa, o Mover prevê crédito num total de R$ 19,8 bilhões até 2028. Doria observa que o Brasil passará a ser um hub de exportação dessas companhias para vizinhos como Argentina, Colômbia e Bolívia, o que também é importante na estratégia de expansão chinesa.

Saída para driblar possíveis tarifas nos EUA

Milad Kalume Neto, consultor e especialista no mercado automotivo, lembra que com o aumento do protecionismo dos mercados da Europa e dos EUA, com aumento de tarifas de importação sobre os carros elétricos chineses, as companhias do país asiático têm buscado “saídas estratégicas” em outros mercados, como Rússia, Austrália e Tailândia.

Para Kalume, o Brasil tornou-se uma peça fundamental de expansão global das montadoras chinesas e a fabricação aqui deve levar a ganho de mercado doméstico, acirrando a competição com as outras multinacionais que já produzem no país.

— O Brasil não é apenas um “campo de provas” para as montadoras chinesas, mas uma saída estratégica já que é um mercado consolidado. E está fora das regiões onde essas companhias estão enfrentando restrições comerciais — afirma Kalume Neto.

Contratações em curso

Na GWM, as contratações já começaram e chegarão a 700 funcionários este ano. Do investimento previsto no Brasil, de R$ 4 bilhões até 2026, ao menos 50% já foram aplicados.

A GWM vai produzir o híbrido Haval 6, a gasolina, na fábrica que comprou da alemã Mercedes Benz no interior paulista. Em maio, após a inauguração da unidade reformada, começam a ser feitos os primeiros protótipos. Depois de ajustes na linha de produção, em julho deve começar a produção efetivamente.

Os componentes ainda virão da China, mas já há conversas com fornecedores locais para a nacionalização de peças, que deve ficar entre 2% e 5% no início. A ideia é fabricar 25 mil veículos por ano, quando a unidade estiver a pleno vapor, mas a capacidade será de 50 mil anuais. Já são 100 concessionárias no país e mais 30 devem abrir neste ano.

Depois do Haval, no futuro sairão dali uma picape e uma SUV, que já poderão ser equipadas com o motor flex em desenvolvimento pela montadora. Os três veículos estão habilitados no Mover para ter incentivos.

— O Haval para os brasileiros não é igual ao chinês. Tem power train (trem de força que dá potência ao veículo) mais forte para as estradas nacionais e está adaptado ao gosto do consumidor local, com menos cromação e iluminação interna — diz Ricardo Bastos, diretor de Relações Institucionais da marca no Brasil, lembrando que a montadora já analisa acordos comerciais na região para exportar e deve inaugurar também este ano um centro de pesquisa em Iracemápolis.

BYD: produção neste semestre

Já a BYD promete iniciar neste primeiro semestre a produção em Camaçari, na Bahia, na fábrica que foi da americana Ford. Está prevista a abertura de 2 mil vagas este mês, 3 mil em maio e 5 mil em agosto.

A empresa já anunciou o desenvolvimento de um motor flex, que vai equipar o híbrido Song Plus, que será fabricado na Bahia. O BYD Dolphin Mini, carro 100% elétrico, será o segundo modelo a ser montado aqui.

As obras da fábrica da BYD começaram há cerca de nove meses. Na primeira fase, estão sendo preparados o galpão para a montagem dos carros no sistema SKD (Semi Knocked Down), a fábrica de inspeção final e as pistas de teste de velocidade.

Na segunda fase, que deve terminar até o fim do ano, serão 28 novas edificações e dois pátios para a produção completa de veículos elétricos e híbridos.

Será a maior fábrica da BYD fora da China, com capacidade de produzir até 150 mil carros por ano na primeira fase de operação e 300 mil na segunda. A empresa já tem 150 concessionárias no país.

Problemas trabalhistas

Em dezembro, a BYD teve problemas com uma empresa terceirizada chinesa, a Jinjiang Group, que foi acusada pelo Ministério do Trabalho brasileiro de submeter 163 operários chineses trazidos para a obra a condições degradantes de trabalho.

A BYD cortou relações com a empresa, que negou essa situação. Por isso, a primeira fase que estava prevista para terminar após o carnaval, pode atrasar um pouco, diz uma fonte ligadas às obras.

“Estamos entusiasmados em produzir no Brasil o primeiro SUV híbrido plug-in flex, uma inovação que combina tecnologia de ponta e sustentabilidade. O complexo de Camaçari posiciona o Nordeste como um polo estratégico de inovação”, afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, referindo-se ao Song, em nota.

Preço não deve cair: carros mais baratos são R$ 115 mil

Para o consumidor, o início da produção local não deve se refletir em preços mais baixos que os importados, dizem os especialistas. Como estão em fase de investimentos, as empresas precisam de margens de lucro mais altas para cobrir seus custos de instalação.

O Haval 6 custa em torno de R$ 240 mil enquanto o Song Plus e o Dolphin Mini saem por volta de R$ 299 mil e R$ 115 mil, respectivamente.

Levantamento da Bright Consulting, especializada no setor automotivo, mostra que os carros chineses avançaram no mercado brasileiro no ano passado.

A participação da BYD, por exemplo, saltou de 0,8% em 2023 para 3,1% enquanto a da americana General Motors caiu de 15% para 12,7%. As duas marcas com maior participação no mercado de eletrificados foram BYD (72%) e GWM (10,4%).

Mas os especialistas ainda veem obstáculos para um crescimento mais forte delas no Brasil, como a falta de infraestrutura de carregamento de elétricos por aqui.

O ano passado terminou com pouco menos de 11 mil carregadores públicos e semipúblicos, ainda aquém do que o país precisa, diz Milad Kalume. Doria observa que o preço ainda elevado dos elétricos e a taxa básica de juros em 12,5% ao ano também dificultam as vendas, mesmo financiadas.

Fabricantes tradicionais preocupados

O avanço das chinesas preocupa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras multinacionais que já produzem no país. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, observou que a importação de veículos deixou a balança comercial do setor negativa em 2024, o que não acontecia desde 2021.

A China, que respondeu por 10% nas importações brasileiras de veículos entre janeiro e novembro de 2023 (com 32.180 unidades), saltou para 26% em 2024 (105.763). A Anfavea quer a elevação do Imposto de Importação para 35% para estimular as montadoras já instaladas no país, que investem R$ 150 bilhões até 2030.

A capacidade total das montadoras no país é de 4 milhões de veículos por ano, mas há ociosidade de cerca de 45%. A Anfavea prevê 2,8 milhões de veículos vendidos neste ano, alta de 6,8%, mas com a chegada das chinesas, a disputa pelo consumidor vai aumentar.

Infomoney - SP   13/01/2025

A Hyundai Motor, maior montadora da Coreia do Sul, doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural do presidente reeleito Donald Trump, segundo informações do Wall Street Journal. A doação, a primeira na história da Hyundai para uma posse presidencial americana, é parte de uma estratégia da empresa para estreitar laços com o governo Trump e evitar a imposição de tarifas que poderiam prejudicar seus negócios nos Estados Unidos, afirma a publicação.

O medo de tarifas se justifica pelas ameaças feitas por Trump durante sua primeira gestão e a campanha para a reeleição. O presidente republicano ameaçou impor tarifas sobre produtos da China, México e Canadá, caso esses países não tomassem medidas para conter o fluxo de drogas e imigrantes para os EUA. Além disso, Trump prometeu implementar tarifas gerais de até 20% sobre todas as mercadorias importadas para os EUA.

A Hyundai seria particularmente afetada por essas tarifas, já que muitas das peças usadas em seus veículos são fabricadas no exterior. Scott Lincicome, vice-presidente do Cato Institute, especialista em comércio internacional, afirmou ao Wall Street Journal que a Hyundai seria impactada tanto pelas vendas diretas para os Estados Unidos quanto pela produção doméstica, devido à dependência de peças importadas.

A montadora tem investido fortemente nos EUA nos últimos anos e a imposição de tarifas poderia prejudicar seus planos de expansão, diz a publicação.

A doação da Hyundai para o fundo inaugural de Trump garante à empresa seis ingressos para um jantar privado com o presidente e a primeira-dama, Melania Trump, além de acesso a outros eventos exclusivos, apurou o jornal.

Outras grandes montadoras, como General Motors, Ford Motor e Toyota Motor, também doaram US$ 1 milhão cada para o fundo inaugural de Trump.

O Estado de S.Paulo - SP   13/01/2025

As montadoras Nissan e Honda assinaram recentemente um memorando de entendimento (MOU) descrito pelas companhias como uma “opção para manutenção da competitividade global”. Na prática, tentarão combinar forças, em um movimento que pode também vir a envolver a Mitsubishi, para não serem engolidas pelas automobilísticas chinesas.

A expansão dos carros híbridos e elétricos chineses pelo mundo desafia a indústria mundial de automóveis como um todo, mas a estratégia de fusão das companhias japonesas é carregada de simbolismo porque, se agora são as montadoras chinesas que representam uma nova era de avanços tecnológicos, nos anos 1980 e 1990 foram os carros japoneses, em geral menores e menos poluentes, que revolucionaram o mundo e ganharam mercados como o norte-americano, o que acabou por abalar o domínio da trinca GM, Ford e Chrysler – as duas primeiras muito conhecidas do público brasileiro.

Desafiadas em seu próprio território, as montadoras dos Estados Unidos foram buscar na China a expansão e os lucros que minguavam em casa. E em um primeiro momento foram muito bem-sucedidas. A GM, por exemplo, previu corretamente a força do mercado chinês, no qual chegou a ser líder de mercado, e a importância dos veículos elétricos. Dados recentes, porém, mostram que a GM amarga agora a 16.ª posição em vendas no maior mercado de automóveis do mundo.

Parte do erro da GM, e das demais fabricantes de veículos estrangeiras que se instalaram na China, foi subestimar a capacidade dos chineses de aprender e inovar. Quando permitiu que montadoras de outros países se instalassem em território chinês, Pequim ofereceu subsídios a essas empresas, com a contrapartida de que houvesse transferência de tecnologia.

Altamente dependente da importação de petróleo, a China já planejava um mercado interno dominado por carros movidos por fontes alternativas de energia, em especial as baterias elétricas.

Agora, as montadoras estrangeiras que remetiam para suas matrizes os lucros polpudos que obtinham no mercado chinês veem os carros desenvolvidos por concorrentes chinesas avolumarem-se não apenas no país asiático, como proliferarem mundo afora.

De acordo com o Financial Times, as vendas de veículos elétricos na China devem superar pela primeira vez, em 2025, as dos tradicionais carros a combustão. A meta original do governo chinês era de que tal marca fosse alcançada somente em 2035. Além disso, mesmo a Tesla, outra líder global em veículos elétricos cujo desenvolvimento contou com subsídios do governo dos EUA, produz boa parte de seus carros na China.

Às concorrentes estrangeiras, resta rever suas estratégias, como buscam fazer a Honda e a Nissan. Embora não se possa afirmar que o movimento das companhias japonesas dará certo, o fato é que as montadoras mais tradicionais estão atrasadas em relação às chinesas e precisarão se reinventar rapidamente. Não é questão de liderança nas vendas ou conquista de mercados, mas de vida ou morte.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   13/01/2025

Os preços dos imóveis residenciais saltaram quase 8% em 2024, a maior alta desde 2013. Mas a alta acima da inflação nem sempre foi uma constante nos últimos anos.

O índice de inflação oficial medido pelo IBGE foi o dobro da valorização dos imóveis medida pelo índice de venda do FipeZap entre 2014 e 2024. No período de 2014 a 2024, a variação acumulada do IPCA foi de 85,8% e a do FipeZAP de Venda Residencial de 41,6%.

O maior descolamento entre os dois dados foi em 2015, quando a inflação oficial foi de 10,67% e os imóveis valorizaram 1,32%. Veja tabela abaixo:

De acordo com a economista da FipeZap Paula Reis, a diferença é tão grande pois o período selecionado engloba, além da pandemia, a crise econômica de 2015/2016. “Nas duas ocasiões, a inflação brasileira se descontrolou e passou do teto da meta. Mesmo após a estabilização do nível de preços, em 2017, até a pandemia, a variação do FipeZAP ficou bem próxima de zero. No período anterior à crise de 2015/2016, houve um boom de crédito e commodities e, nesta fase, o preço de venda dos imóveis havia crescido de forma acelerada de 2009 até meados de 2011”, explica.

Imóvel ainda é um bom investimento?

Apesar de ter rendimento menos que a inflação no acumulado, a economista explica que essa informação sozinha não basta para analisar se a compra de um imóvel vale ou não à pena como forma de investimento.

“Esse resultado pode sugerir que quem investiu em imóveis necessariamente não teve retorno real positivo. Porém, isso é equivocado, já que há praças com retornos reais, como Belo Horizonte e Curitiba, sem falar nas variações de bairros que existem na própria cidade. A variação do índice para Belo Horizonte foi de 40,8% e para Curitiba de 78,0%, muito acima da inflação do período”, afirma Reis.

Já o analista de research da Rico Investimentos Antônio Sanches pondera que se a intenção do investimento é somente proteger o dinheiro da inflação, há opções melhores como o Tesouro IPCA ou debentures ou previdência privada atrelada a inflação.

Ele explica, porém, que o IPCA leva em conta uma cesta de produtos diversa e que não fala especificamente do setor imobiliário, que não conta com um índice exclusivo que envolva toda a cesta de produtos do setor.

“A compra de um imóvel como investimento não necessariamente tem a intenção de proteger o dinheiro da inflação. A pessoa pode querer se livrar de um custo mensal com o aluguel ou investir em um ativo real que, caso ele desista de vender ou de ter renda no aluguel, ele possa usufruir dele”, explicou.
Vender ou alugar?

Quem compra um imóvel para investir pode ganhar dinheiro de duas formas: na venda, contando com uma valorização do imóvel, ou na locação. A economista explica que é preciso saber qual o índice de rentabilidade do aluguel em sua cidade.

“Para avaliar se vale a pena comprar um imóvel e locá-lo para fins residenciais, devemos olhar para a rentabilidade do aluguel na cidade onde ele reside. Deste modo, em Curitiba, além do ganho de capital, seria possível ganhar mais 4,57% na locação do imóvel para fins residenciais. O rental yield de Belo Horizonte é de 5,08%. Santos teve variação de FipeZAP de 37,2% e rentabilidade do aluguel de 8,41%, a maior entre as cidades monitoradas pelo índice”, explicou.
O que esperar dos preços em 2025?

Em 2024 o índice Fipe/Zap foi de 7,73%, superando a inflação que foi de 4,64%. A expectativa para 2025 é que esse índice desacelere para venda e que fique estável ou até mesmo acelere para a locação.

“Prevemos uma desaceleração do reajuste do preço de venda por conta dos aumentos da Selic e esgotamento da poupança. Tais fatores devem afetar principalmente o médio padrão, que é mais dependente de financiamento. Já no mercado de locação, a desaceleração do reajuste verificada ao longo de 2024 deve ser menor ou até convertida em aceleração, por conta da situação do mercado de venda, mais restrito”, afirmou.

Valor - SP   13/01/2025

O aumento foi mais intenso do que o observado pelo mesmo indicador em 2023

A inflação da construção civil apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) encerrou o ano passado em 3,98%, na ótica do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), veiculado nesta sexta-feira (10) pelo instituto. O aumento foi mais intenso do que o observado pelo mesmo indicador em 2023 (2,55%).

No entanto, na evolução mensal, o Sinapi desacelerou de 0,24% para 0,21% entre novembro e dezembro do ano passado. Em dezembro de 2023, o indicador subiu 0,26%.

Também na evolução mensal, o IBGE informou ainda que subiu o custo nacional da construção, por metro quadrado, que em novembro fechou em R$ 1.786,82 e, em dezembro, passou para R$ 1.790,66. Nesse último valor, referente a dezembro, R$ 1.034,95 foram relativos aos materiais, e R$ 755,71 à mão de obra.

Ainda em dezembro, a parcela de variação de preços dos materiais apresentou variação de 0,33%, 0,08 ponto percentual (p.p.) a menos ante novembro (0,41%). Entretanto, a considerar o resultado de dezembro de 2023 (0,27%), houve alta de 0,06 ponto percentual, na inflação dos materiais, em dezembro de 2024.

Por fim, a mão de obra teve alta de 0,06% em dezembro, 0,05 p.p. a mais em relação ao mês anterior (0,01%). Considerando o índice de dezembro de 2023 (0,24%), houve queda de 0,18 p.p..

Assim, em 2024, na construção, os acumulados de inflação apurados pelo IBGE foram de 3,32% para os materiais; e de 4,90% para a mão de obra. Em 2023, a parcela dos materiais fechou em 0,06% e a mão de obra, em 6,22%, informou ainda o instituto.

“A diferença de 3,26 pontos percentuais entre as taxas acumuladas obtidas em 2023 e 2024 na parcela dos materiais teve influência muito forte das variações obtidas no segundo semestre de 2024, quando comparadas com taxas do mesmo período de 2023, que apresentaram em alguns meses deflação”, informou Augusto Oliveira, pesquisador do IBGE.

"Já o acumulado da parcela da mão de obra ficou 1,32 p.p. menor do que a registrada no ano de 2023. Mas, com uma taxa de 4,90%, contribuiu para o resultado do acumulado do ano no agregado, que ficou 1,43 p.p. acima do registrado em 2023”, complementou o gerente.

Globo Online - RJ   13/01/2025

Basta circular pelas ruas do Rio para ver que o mercado imobiliário tem seus bairros favoritos. Botafogo, Ipanema, Barra da Tijuca estampam placas de novos residenciais para onde quer que se olhe. Mas, de vez em quando, outros cantinhos da cidade ganham os holofotes das incorporadoras. Nos últimos anos, Fonte da Saudade, Gávea, Glória e Humaitá, e até recantos exclusivos, como Urca e São Conrado, receberam lançamentos. Agora chegou a vez de o Bairro Peixoto e o Catete ganharem residenciais de alto padrão, enquanto o Flamengo continua surfando na onda dos preferidos pelas construtoras.

O Aqua Village Residence Club, da incorporadora Newview, talvez seja o mais surpreendente na lista de novidades deste início de ano. O empreendimento de casas e apartamentos no Catete, bairro que não recebia um residencial novo havia décadas, é vizinho do Palácio do Catete, antiga sede da Presidência da República.

A ausência de novos prédios no bairro tem justificativa: a escassez de terrenos que comportem prédios de médio/alto padrão, com todas as comodidades e infraestrutura de lazer para os moradores, com preço atrativo. À parte isso, o Catete transborda qualidades: comércio e serviços variados, três estações de metrô nas redondezas, Aterro do Flamengo a cinco minutos de caminhada, bons colégios e uma vida noturna com opções de boa gastronomia que começa a crescer.

— Quem mora no Catete não quer sair, mas não encontra prédios novos para dar um upgrade na moradia. A maioria dos compradores do Aqua são pessoas que já vivem no bairro e até mesmo na própria rua do residencial, a Silveira Martins. Sempre procuramos terrenos em áreas semelhantes, como Laranjeiras e Flamengo, de onde os moradores não querem sair, mas desejam viver em um edifício moderno e com infraestrutura de lazer completa — observa Guili Chor, diretor da Newview .

CAMPEÕES DE VENDA

Bairro de pouca oferta e muita demanda, o Flamengo caiu nas graças da Piimo Empreendimentos Imobiliários, que vem se firmando como a dona do pedaço. Já são seis residenciais no bairro, com destaque para o Paysandu 23, retrofit do antigo Hotel Paysandu, cuja fachada é tombada pelo Patrimônio Histórico, e mais dois campeões de vendas: o Taman, na Rua Almirante Tamandaré, de cara para o Aterro do Flamengo; e o Euzébio Flamengo Contemporâneo, na Rua Senador Euzébio.

— Lançamos um produto moderno de um e dois quartos, com lazer raro na região, em uma localização especial. Isso despertou o desejo de quem compra tanto para morar quanto para investir, e o resultado é que 95% do Euzébio foi vendido em menos de dez dias — destaca o CEO da Piimo, Marcos Saceanu.

Até o discretíssimo Bairro Peixoto, um oásis em meio ao burburinho de Copacabana, tem novidades. O Hotel Santa Clara, que serviu de cenário para novelas e filmes, passou por retrofit e ressurgiu como o Residencial Villares, um edifício-butique de estúdios, que homenageia o artista plástico Décio Villares, ilustre morador da área. Empreendimento da Imóvel Vazio, grupo de investimento imobiliário, o residencial será administrado pela Lobie.

— A ideia é oferecer uma taxa condominial enxuta e uma rentabilidade competitiva para o investidor — explica o CEO da Lobie, Ernesto Otero.

E os cariocas não perdem por esperar, porque vêm mais projetos por aí. A Mozak já prepara o lançamento do Estância Pernambuco, um superexclusivo condomínio de casas no ainda mais exclusivo Jardim Pernambuco, reduto privilegiado do Leblon. Sem falar que a venda do Colégio São Paulo, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, abre possibilidade para surgir um novo residencial em um dos endereços mais cobiçados do país. É esperar para ver.

Money Times - SP   13/01/2025

O ano de 2025 já começou. E, assim, vem a pergunta de sempre: quais serão as tendências do mercado imobiliário para o ano?

Não temos uma bola de cristal para cravar o que vai acontecer, ainda mais que vivemos em um país de fortes emoções. Porém, é possível prever algumas coisas que vão movimentar o segmento logo que janeiro começar.

Pensar nisso é animador, visto que as festas de final de ano são carregadas de novas esperanças, tanto para o lado pessoal quanto para o profissional. Os representantes da CBIC e Brain Inteligência Estratégica já debateram possíveis tendências e desafios do setor e, neste artigo, quero dar minha visão sobre o que pode acontecer.

Recuperação do crédito imobiliário e alta de juros

A recuperação do crédito imobiliário observada em 2023 deve continuar a influenciar o setor da construção civil em 2025. O aumento no financiamento de imóveis, tanto em volume quanto em valores médios, demonstrou que o mercado está mais aquecido, o que favorece a expansão das vendas e dos lançamentos.

A utilização de recursos como o FGTS e os ajustes no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) têm sido atores importantes ao garantir maior acessibilidade para as famílias de baixa renda. A manutenção desse cenário exigirá estratégias específicas para lidar com as oscilações econômicas e políticas, como o aumento do teto do FGTS na faixa 2.

Por outro lado, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Taxa Selic em 1% intensificou os desafios enfrentados pela economia brasileira. Os juros elevados restringem o acesso ao crédito, dificultam investimentos e ampliam as despesas financeiras de famílias e empresas.
Adaptação às condições econômicas e novos modelos de financiamento

Motivada pelo aumento de juros, a construção civil enfrentou a necessidade de adaptação às mudanças no cenário econômico em 2024 — movimento que tende a se manter em 2025.

Por isso, estratégias ajustadas ao contexto, como a diversificação dos produtos oferecidos e a reformulação de práticas de financiamento, aparecem como ações importantes para manter a competitividade.

Uma oportunidade é a ampliação de novos imóveis, vinda das mudanças do MCMV e pelo crescimento do orçamento do FGTS para 110 bilhões em 2025.

Ainda, o fortalecimento da parceria entre empresas, entidades e governos estaduais, como o Casa Paulista no estado de São Paulo, é uma saída para mitigar os impactos das oscilações econômicas na área e auxiliar o cliente no fechamento da compra.
Velocidade de vendas como indicador de estratégias futuras

As vendas são o melhor balizador para qualquer estratégia. Afinal, mais vendas significam a construção mais aquecida.

Assim, o ritmo acelerado das vendas observado nos últimos anos continuará a ser um termômetro importante para o setor. A partir desse panorama, empresas ajustam seus processos de pré-lançamento, lançamento e precificação, especialmente em segmentos voltados para a baixa renda.

A velocidade com que imóveis são vendidos reflete tanto a demanda quanto a capacidade de adaptação das empresas às novas condições do mercado. Mas, cuidado: não adianta focar demais em vender sem ter uma gestão bem planejada, principalmente de aumento do ticket médio no decorrer da construção.

Reforma tributária

A proposta de reforma tributária aprovada pelo Senado, na última semana, tem no seu texto-base a redução de 50% na alíquota para o setor imobiliário e regra de transição clara.

O plenário do Senado aprovou os principais pleitos apresentados pela ABRAINC e demais entidades do setor da Construção Civil.

Principais conquistas aprovadas pelo Senado
Alíquota para incorporação: aumento no redutor de 40% para 50%; Alíquota para locação: aumento no redutor de 60% para 70%; Regra de transição: garantida a opção de aplicação da alíquota de 2,08% para todos os empreendimentos que estiverem com Registro de Incorporação, Patrimônio de Afetação e protocolo até 31/12/2028.

As alterações não impactarão negativamente o mercado imobiliário, o que é uma ótima notícia a todos que estavam preocupados com o que poderia acontecer.
Parcerias como alavanca para a resiliência

Já diz o ditado “a união faz a força”. E, para este ano, alianças estratégicas podem viabilizar iniciativas voltadas para habitação popular, infraestrutura e modernização. Essa integração tem o potencial de fortalecer o segmento como um todo, promover a criação de empregos e estimular a economia local.

A construção de um ambiente de cooperação deve ser acompanhada de ações concretas, como a criação de políticas públicas alinhadas às necessidades do setor e o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias que promovam maior produtividade e redução de custos.

O que vai acontecer, na realidade, em 2025, foi muito bem definido pela ABRAINC nas últimas notícias divulgadas, em que a entidade diz ser urgente que o governo faça cortes nos gastos públicos para estabelecer o equilíbrio fiscal de longo prazo.

Com esse cenário e de olho no andar da carruagem, as empresas têm tudo para se manterem competitivas em um mercado em crescimento. Que o ano seja repleto de novas oportunidades e negócios para o setor. Tenho a confiança de que, daqui a um ano, estarei escrevendo que 2025 foi um sucesso para a área imobiliária.

Por Eduarda Tolentino

Eduarda Tolentino é sócia e presidente da BRZ Empreendimentos. Ela é especialista em assuntos ligados a empreendedorismo feminino, liderança feminina no setor de construção civil, empreendimentos, construções, moradia, moradia popular, entre outros. Formada em Direito e pós-graduada em Direito Empresarial, Eduarda iniciou sua atuação na BRZ Empreendimentos como coordenadora do departamento jurídico e em 2015 tornou-se sócia e diretora comercial. Desde 2020, é sócia e CEO e em outubro de 2022 tornou-se também presidente do Conselho de Administração da companhia. Mãe de três filhos, atua pela equidade de gênero no mercado da construção civil, mais mulheres em cargos de liderança e, à frente da BRZ, para que mais famílias tenham acesso à moradia.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   13/01/2025

Correio de Carajás – Ano a ano a procura pela viagem no Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás aumenta. Em 2024, foram 423 mil pessoas transportadas, um recorde considerando o histórico desde que o transporte começou a ser oferecido em 1986. O total de passageiros de 2024 é cerca de 28% superior ao registrado em 2019, ano que antecedeu a pandemia. Naquele ano, foram 329 mil pessoas.

Na última pesquisa realizada pela Vale junto aos usuários, entre os principais motivos da escolha pelo trem estão a segurança e valor das passagens. A viagem de trem chega a ser até 50% mais barata do que a rodoviária em alguns trechos, quando comparados os mesmos percursos.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

Quando se fala do aspecto ambiental, o trem ainda leva vantagem pela quantidade de pessoas transportadas em uma só viagem. Isto porque a emissão de CO2 proporcional ao total de usuários é menor. Para se ter uma ideia, se fossem utilizar ônibus rodoviários para levar os passageiros transportados pela EFC em 2024, seriam necessários 9.409 veículos. Com menos veículos nas estradas, além do meio ambiente, o trânsito também é beneficiado.

A partir de 2027, como parte do contrato de antecipação das concessões firmado entre a Vale e o Governo Federal em 2020, o trem de passageiros terá frequência diária nos dois sentidos. Ou seja, um trem percorrerá o sentido de ida; enquanto, o outro, fará o sentido contrário no mesmo dia. Hoje, o trem circula em dias alternados, saindo de São Luís, às segundas-feiras, quintas e sábados. Retornando, do Pará ao Maranhão, nos demais dias. Às quartas, o trem passa por manutenção em São Luís e não circula.

Sobre o trem de Passageiros da EFC

É o trem de passageiros da EFC é o que percorre a maior distância entre dois pontos no Brasil. Com 15 pontos de parada entre os estados o Maranhão e Pará, o trem percorre 27 municípios, em 16 horas de viagem, sendo muitas vezes a melhor forma de acesso a alguns povoados e comunidades vizinhas à ferrovia.

O transporte de passageiros integra o contrato de concessão da Vale para a Estrada de Ferro Carajás desde 1986. Aos passageiros e interessados nas viagens, além das estações e pontos de venda de bilhetes, a Vale disponibiliza um canal telefônico gratuito 24h, o Alo Vale 0800 285 7000.

A EFC é uma das principais ferrovias do Brasil em eficiência e segurança. Por ela circulam diariamente cerca de 60 trens de carga geral, combustível e minério de ferro. São cerca de 900 quilômetros, interligando o sudeste do Pará ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís.

Valor - SP   13/01/2025

Movimentação de produtos por via férrea avançou 3,07% entre janeiro e novembro de 2024

A movimentação de carga nas ferrovias brasileiras avançou 3,07% em 2024, entre janeiro e novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O volume somou 364,46 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil). O tipo de carga que mais avançou no ano passado foi o contêiner, com aumento de 8,96%. Porém, a categoria, que inclui as cargas da indústria, ainda representa uma parte ínfima do total: 4,44 bilhões de TKU, ou 1,22% — contra 1,15% em 2023. Os dados são da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).

O minério de ferro é a principal carga do modal, com 66,67% do volume transportado em 2024, até novembro. Na sequência, vem o setor agrícola, com 26,16% do total. O segmento teve crescimento anual de 2,45% no período, abaixo da média de 2023. Os combustíveis tiveram uma retração de 2,48% entre janeiro e novembro de 2024, em relação ao ano anterior, e representaram uma fatia de 1,9% do volume global.

A participação da ferrovia nas exportações também teve avanço. A relação entre a carga ferroviária destinada aos portos e o total das exportações brasileiras foi de 60,34% em 2024, até novembro, contra 59,38% no ano anterior. No complexo portuário de Santos, o modal representou 49,23%, ante 49,36% em 2023.

Revista Ferroviaria - RJ   13/01/2025

Após décadas de projeto engavetado, a possibilidade de uma nova linha de metrô, ligando o Rio de Janeiro a Niterói e São Gonçalo pode finalmente sair do papel. Isso pode ocorrer devido a nova edição dos Jogos Pan e Parapan-Americanos de 2031, os quais a capital e Niterói lançaram uma candidatura conjunta.
O que se sabe sobre o metrô Rio-Niterói?

Conforme informações da Agência Brasil, o lançamento do pleito para as cidades fluminenses virarem sede dos jogos cria um horizonte para a linha 3 do metrô. Para viabilizar o evento, o transporte público entre as cidades precisa ser aprimorado para não depender apenas da Ponte Rio-Niterói e das balsas que cruzam a Baía de Guanabara.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

Como funciona a candidatura?

Para concorrer, as cidades do Rio de Janeiro e Niterói devem enviar uma proposta oficial de candidatura conjunta ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) até o dia 16 de janeiro. O resultado está previsto para sair no dia 29 de janeiro após assembleia geral do COB.

Além disso, os municípios fluminenses devem encarar São Paulo, que também vai concorrer a ser sede da competição. Após o resultado brasileiro, a Comissão Desportiva Pan-Americana vai avaliar a candidatura vencedora.

Conforme a Agência Brasil, a cidade selecionada no País ainda precisa superar sua principal concorrente: Assunção, no Paraguai. Por fim, em agosto de 2025 a comissão vai divulgar a cidade sede dos jogos de 2031.

Por que precisa de um metrô para sediar o Pan e Parapan?

Na proposta de candidatura enviada ao COB, as cidades precisam pontuar as vantagens de sediar o evento naquele espaço. Desta forma, é importante que o Rio de Janeiro e Niterói comprovem que haverá um legado, fruto dos investimentos promovidos para realização dos Jogos Pan e Parapan-Americanos. Um exemplo disso é justamente a ampliação do metrô, com a linha 3.
Como Rio e Niterói se preparam?

De acordo com a Agência Brasil, a prefeitura do Rio de Janeiro criou um grupo de trabalho para elaborar as propostas, se enquadrando nos pedidos do COB. Além disso, esse grupo deve propor soluções para as demandas de mobilidade, infraestrutura esportiva e urbana das cidades.

Mesmo com tantas etapas por vir, a prefeitura do Rio já criou um grupo de trabalho para elaborar propostas que atendam às exigências do COB e demais entidades esportivas. Uma das funções do grupo é justamente identificar e propor soluções para as demandas relacionadas à infraestrutura esportiva, urbana e de mobilidade.
Desde quando existe o projeto do do ramal metroviário?

Quando a construção do metrô Rio começou, em 1970, já havia intenção de expandir o modal até Niterói. Isso seria feito por meio de um túnel submarino pela Baía de Guanabara.

Décadas depois, em 2023, a prefeitura chegou a lançar uma licitação para estudos de viabilidade, mas ela foi anulada pelo Tribunal de Contas Estadual (TCE-RJ) em 2024.
Como é o metrô Rio atualmente?

Atualmente, o metrô Rio tem 54,4 quilômetros de extensão, com 41 estações, distribuídas em três linhas. Todavia, a última ampliação, com a construção da Linha 4, aconteceu no último grande evento internacional, as Olimpíadas de 2016.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   13/01/2025

Apesar das adversidades climáticas, a Portos do Paraná registrou aumento de 23% de carga geral.

Mesmo com mais dias de chuva em 2024, que afetam a operação, a Portos do Paraná fechou o ano com a maior movimentação de cargas da sua história, com o recorde de 66.769.001 toneladas. O crescimento registrado é de 2,1%, com 1.375.745 toneladas a mais do que em 2023. Os números foram alcançados diante de condições adversas — foram 115 dias de chuva em 2024, oito a mais do que no ano anterior.

O Porto de Paranaguá recebe e envia os mais diversos tipos de produtos, mas apenas a título de comparação, o volume movimentado equivale a 80% de toda a produção de grãos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, colhidos na safra de 2024. Isso corresponde a 3.209 caminhões bitrens sendo recebidos diariamente ao longo de 365 dias.

—Temos muitos motivos para comemorar. Os dados são resultados de muito trabalho e provam que estamos no caminho certo. Conseguimos o recorde, apesar de mais momentos chuvosos, graças ao foco em eficiência—destaca o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Os números também são celebrados pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. —O Porto de Paranaguá representa a pujança do Paraná, como o termômetro de como a nossa economia vai bem —enfatiza.

Pelos berços do cais passaram 40 milhões de toneladas em exportação e 26,7 milhões em importação. Os tipos de cargas mais enviados ao exterior foram soja (13.265.751), contêineres (9.049.796) e açúcar a granel (6.412.716). Já os mais trazidos ao Brasil por Paranaguá foram fertilizantes (11.140.049), contêineres (7.276.868) e derivados de petróleo (4.912.767).

Já em números proporcionais, um dos destaques é a cevada. No acumulado de 2023, a Portos movimentou 159.458 toneladas. Em 2024 alcançou a marca de 428.132 — aumento de 168% impulsionado pela indústria cervejeira que coloca o Paraná entre os maiores fabricantes da bebida em todo o Brasil.

O expressivo crescimento da movimentação da cevada em Paranaguá se deve a implantação da maior maltaria do mundo em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. O malte é a matéria prima da cerveja. A indústria tem capacidade para produção de 360 mil toneladas por ano, equivalente a 30% do mercado nacional. Somente duas cervejarias, instaladas em Ponta Grossa, são responsáveis pelo abastecimento das regiões Sul e Sudeste do país, considerando o mercado premium.

Outro destaque é o trigo, com 157% de importação e 58% de exportação ao longo do último ano. Paranaguá tem se consolidado cada vez mais como porto multicargas, mas seis tipos (soja, farelo de soja, contêineres, fertilizantes, açúcar a granel e derivados de petróleo) somaram 58,3 toneladas transportadas em 2024, o que representa 87,3% do que foi movimentado durante o ano.

Um dos pontos altos do ano foi o aumento de cargas gerais, que registrou crescimento de 23% em 2024, em comparação com o ano anterior. A movimentação de veículos disparou em 29%: 112.870 passaram por Paranaguá, importados ou exportados. Também o Porto de Antonina registrou índices positivos em 2024, com 47% a mais de volume movimentado em relação ao ano anterior. O total chegou a 1.993.620 toneladas, em comparação com 1.355.626 toneladas de 2023, concentradas em dois produtos: fertilizantes e açúcar.

Investimentos e inteligência logística — O recorde é resultado de um planejamento estratégico de longo prazo, efetivado desde o início da atual gestão, que promoveu a regularização de contratos e a melhoria da estrutura, principalmente de equipamentos que garantem a operacionalidade do porto com máxima eficiência. —É com inteligência logística e ajustes operacionais que fazemos a Portos do Paraná crescer cada vez mais — salienta o diretor-presidente.

Os investimentos realizados em derrocagem (retirada de pedras) e em dragagem no canal de acesso e nos berços de atracação também contribuíram para esses números positivos. Recentemente o Porto de Paranaguá passou a operar com uma profundidade maior. A atualização do calado — que corresponde à distância entre o ponto mais profundo da embarcação (quilha) e a superfície da água — ajuda a diminuir o tempo de espera para atracação e desatracação. Ao mesmo tempo, permite que navios possam chegar e sair com muito mais carga e com total segurança.

A Tribuna - SP   13/01/2025

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) aprovou, em 2024, R$ 30,8 bilhões para financiar mais de 430 projetos com o objetivo de impulsionar a indústria naval no País. Os recursos, oriundos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), são destinados para construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.

Em dois anos, o Governo Federal autorizou aproximadamente R$ 45 bilhões para 1.300 projetos nos últimos dois anos. “Estamos no caminho certo para retomar o protagonismo da indústria naval e do setor portuário. Nos últimos dois anos, aprovamos quase R$ 45 bilhões em projetos de modernização e construção no setor naval”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Ele enumerou os impactos socioeconômicos com o impulsionamento da indústria naval. “Mais crédito, mais investimento, fortalecimento do setor portuário e de navegação, o que representa desenvolvimento econômico, geração de empregos e aumento da renda aos brasileiros”.

Contratos firmados
De janeiro a dezembro de 2024, foram firmados contratos no valor de R$ 5,33 bilhões, o maior volume desde 2012. Esses recursos financiaram 548 novas obras, sendo a maior parte para navegação interior (415), seguidas por apoio marítimo (94), apoio portuário (37) e cabotagem (duas). Contando com os recursos aplicados em 2023, ao todo, foram destinados R$ 6,36 bilhões para novos empreendimentos.

Empresas habilitadas
Conforme a Resolução do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), as empresas que tiverem seus projetos priorizados estão habilitadas a contratar financiamento por meio dos agentes financeiros conveniados.

São eles, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco da Amazônia. Os recursos são liberados de acordo com o andamento dos projetos e suas fases de implantação. A primeira reunião do CDFMM está prevista para 27 de março.

Diário do Comércio - MG   13/01/2025

A indústria naval e o setor portuário brasileiro encerraram 2024 com o melhor resultado em mais de uma década. O segmento fechou o último ano com R$ 30,8 bilhões aprovados para mais de 430 novos projetos, incluindo construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias, impulsionado pelos recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM).

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (foto), destacou que o governo federal tem retomado e priorizado projetos negligenciados pela gestão anterior. Segundo ele, o valor aprovado no último biênio foi duas vezes superior ao priorizado nos quatro anos do governo anterior.

Nos últimos dois anos, o total de projetos aprovados pelo FMM foi 70% maior que o número registrado entre 2019 e 2022, passando de 768 (em quatro anos) para 1.300 nos últimos dois anos.

“Não tenho dúvidas de que estamos no caminho certo para retomar o protagonismo da indústria naval e do setor portuário. E digo isso com base nos resultados que alcançamos durante o governo do presidente Lula. Nos últimos dois anos, aprovamos, por meio do Fundo da Marinha Mercante, quase R$ 45 bilhões em projetos de modernização e construção no setor naval. Esse valor é o dobro do que foi investido nos quatro anos do governo anterior. Isso significa mais crédito, mais investimento, fortalecimento do setor portuário e de navegação, o que representa desenvolvimento econômico, geração de empregos e aumento de renda para os brasileiros”, disse o ministro.

Expansão

Outro dado expressivo foi o valor destinado à realização de obras para expansão da indústria naval. De janeiro a dezembro de 2024, foram firmados contratos no valor de R$ 5,33 bilhões, o maior volume desde 2012. Esses recursos financiaram 548 novas obras, sendo a maior parte para a navegação interior (415), seguidas por apoio marítimo (94), apoio portuário (37) e cabotagem (2). Somados aos recursos aplicados em 2023, o governo destinou R$ 6,36 bilhões para novos empreendimentos, aumento de 326% em comparação ao período da gestão anterior (2019 a 2022).

De acordo com resolução do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), as empresas que tiverem seus projetos priorizados estão habilitadas a contratar financiamento por meio dos agentes financeiros conveniados — Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco da Amazônia (Basa). Os recursos são liberados conforme o andamento dos projetos e suas fases de implantação. A primeira reunião do CDFMM está prevista para o dia 27 de março próximo.

A Tribuna - SP   13/01/2025

O Porto de Santos deverá incorporar uma área verde localizada na Área Continental de São Vicente, próxima ao Humaitá, de 6,2 milhões de metros quadrados (m²). A região equivale a 574 campos de futebol. A área foi incluída no plano de expansão da poligonal do maior complexo portuário do País.

Trata-se de uma área greenfield, de mata virgem, localizada entre o Conjunto Residencial Humaitá e a margem do Rio Santana, nas imediações da praça de pedágio do Humaitá, no km 280 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega.

Além dessa área, a Prefeitura de São Vicente ofertou o Porto de Naus, uma ruína histórica situada em uma área de 850 mil m², onde foi construído o primeiro trapiche alfandegado do Brasil e, depois, um engenho de açúcar, próximo à Ponte Pênsil. O objetivo é explorar novos acessos hidroviários nessas regiões.

A secretária de Desenvolvimento Econômico de São Vicente, Juliana Santana, avaliou os impactos positivos ao Município.
“Cada empresa instalada tem potencial de gerar em seu entorno um impacto benéfico na contratação de mão de obra, prestadores de serviços, além de promover um transbordamento favorável que acaba por oportunizar a abertura de novas empresas de manutenção, alimentação, abastecimento, entre outras, com resultado positivo na economia local”.

Expansão da poligonal
O Porto de Santos poderá alcançar 20,4 milhões de m2 em até 30 anos, com a inclusão de mais 12,6 milhões de m2 em áreas localizadas em Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão.

O decreto, que permitirá a incorporação de 15 áreas e a expansão da poligonal em 162,4%, deverá ser publicado em fevereiro. Os anúncios foram feitos pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e pelo presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, no mês passado, na sede administrativa do Porto de Santos.

Valor - SP   13/01/2025

Subsidiária de logística da Petrobras estuda o arrendamento de dois berços de atracação no local para poder oferecer operações entre navios ancorados no terminal

A Transpetro assinou um memorando de entendimentos com o Grupo Imetame para analisar uma possível operação de escoamento de petróleo em um porto em construção em Aracruz, no Espírito Santo. O porto multipropósito, que está sendo construído pelo Grupo Imetame, será vizinho ao Terminal de Barra do Riacho (TABR), operado pela Transpetro.

A subsidiária de logística da Petrobras estuda o arrendamento de dois berços de atracação no local para poder oferecer operações entre navios ancorados no terminal.

“O objetivo é oferecer ao mercado uma nova alternativa para o escoamento do petróleo da Bacia de Santos, da Bacia de Campos e do Espírito Santo, contribuindo com a otimização das exportações do país”, disse a Transpetro, em comunicado.

O projeto do Grupo Imetame prevê a construção de dois píeres com estruturas que permitem a atracação de navios de grande porte.

De acordo com a Transpetro, na primeira fase, a infraestrutura atenderá embarcações da classe Suezmax, com capacidade de um milhão de barris e profundidade de 17 metros. Já na segunda fase, o berço estará apto a receber navios do tipo Very Large Crude Carrier (VLCC), com capacidade de 2 milhões de barris e calado de 25 metros.

A Transpetro afirmou ainda que o acordo passou pelas fases de avaliação técnica do empreendimento e negociação das bases comerciais.

As próximas etapas envolvem a apresentação da solução logística ao mercado e serão conduzidas ao longo dos próximos meses, com expectativa de conclusão até o fim do primeiro semestre de 2025, de acordo com a Transpetro.

“A companhia segue avaliando a participação em outros projetos no Brasil, alinhada à premissa de retomar o crescimento dos seus investimentos e parcerias”, concluiu a Transpetro.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   13/01/2025

A PPSA (Pré-Sal Petróleo), empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, arrecadou R$ 10,32 bilhões em 2024 com a comercialização das parcelas de petróleo e gás natural da União em cinco contratos de partilha de produção e no acordo de individualização de produção de Tupi. O valor é cerca de 71% maior do que o arrecadado em 2023 (R$ 6,02 bilhões) e reflete o aumento da produção nos contratos, além do sucesso obtido nos processos competitivos para a comercialização das parcelas de petróleo e gás da União realizados pela PPSA desde 2021. Todos os recursos arrecadados são direcionados ao Tesouro Nacional.

No ano de 2024, foram embarcadas 56 cargas de petróleo da União, totalizando 27,39 milhões de barris, sendo 43 cargas do campo de Mero, seis de Búzios, três de Sépia , duas do Entorno de Sapinhoá, uma de Tupi e uma de Atapu. À exceção da cargas de Sépia e Atapu, que foram comercializadas por meio de processos de venda direta, as demais são referentes a contratos de longo prazo, frutos de leilão realizado pela PPSA na B3 em 2021, que teve como vencedora a Petrobras. Em 2024, foi também comercializado, para a Petrobras, um volume total de 53,8 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Em dezembro de 2024, a empresa também alcançou um novo recorde, arrecadando R$ 2 bilhões para União com a comercialização. Até então, o recorde era o resultado obtido em agosto de 2024, com R$ 1,4 bilhão.

Segundo o Diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, este resultado representa o início de uma nova curva de desempenho da empresa, que terá arrecadações crescentes nos próximos anos. "Em 2030, quando os nove contratos de partilha comerciais que temos hoje alcançarem o pico de produção, a parcela da União será de 543 mil barris por dia, com arrecadação estimada de R$ 69 bilhões. Até 2034, as projeções indicam uma arrecadação acumulada de R$ 506 bilhões para a União", disse ele.

Money Times - SP   13/01/2025

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, impôs seu mais amplo pacote de sanções até agora visando as receitas de petróleo e gás da Rússia nesta sexta-feira, em um esforço para dar a Kiev e à nova equipe de Donald Trump uma vantagem para chegar a um acordo de paz na Ucrânia.

A medida tem como objetivo reduzir as receitas do petróleo utilizadas pela Rússia em uma guerra que matou ou feriu dezenas de milhares de pessoas e reduziu cidades a escombros desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse em uma postagem no X que as medidas anunciadas na sexta-feira “darão um golpe significativo” em Moscou. “Quanto menos receita a Rússia obtiver com o petróleo mais cedo a paz será restaurada”, acrescentou Zelenskiy.

Daleep Singh, um dos principais conselheiros econômicos e de segurança nacional da Casa Branca, disse em um comunicado que as medidas eram as “sanções mais significativas já impostas ao setor de energia da Rússia, de longe a maior fonte de receita para a guerra do (presidente Vladimir) Putin”.

O Tesouro dos EUA disse que impôs sanções à Gazprom Neft e à Surgutneftegas, que exploram, produzem e vendem petróleo, bem como a 183 embarcações que transportaram petróleo russo, muitas das quais fazem parte da chamada “frota sombra” de navios-tanque antigos operados por empresas não ocidentais.

As sanções também incluem redes que comercializam o petróleo.

Muitos desses navios-tanque foram usados para transportar petróleo para a Índia e a China, já que um teto de preço imposto pelos países do Grupo dos Sete em 2022 transferiu grande parte do comércio de petróleo russo da Europa para a Ásia. Alguns petroleiros transportaram petróleo russo e iraniano.

O Tesouro também rescindiu uma cláusula que isentava a intermediação de pagamentos de energia das sanções impostas aos bancos russos.

A lógica das sanções “é atingir todos os estágios da cadeia de produção e distribuição do petróleo russo”, disse a autoridade. Elas devem custar à Rússia bilhões de dólares por mês se forem suficientemente aplicadas, disse outra autoridade dos EUA a repórteres em uma ligação telefônica.

As sanções têm como alvo produtores de petróleo, navios-tanque, intermediários, comerciantes e portos.

“Não há uma etapa da cadeia de produção e distribuição que não tenha sido atingida, o que nos dá mais confiança de que a ação será ainda mais cara para a Rússia”, disse a autoridade.

As medidas permitem um período até 12 de março para que as entidades sancionadas concluam as transações relacionadas ao setor. Ainda assim, fontes do comércio de petróleo russo e do refino indiano disseram que as sanções causarão graves interrupções nas exportações de petróleo russo para seus principais compradores, Índia e China.

A Gazprom Neft disse que as sanções são injustificadas e ilegítimas e que continuará operando.

Os preços globais do petróleo subiram mais de 3% antes do anúncio do Tesouro, com o petróleo Brent se aproximando de 80 dólares por barril, à medida que um documento que mapeava as sanções circulava entre os comerciantes da Europa e da Ásia.

As sanções fazem parte de um esforço mais amplo, já que o governo Biden forneceu à Ucrânia cerca de 64 bilhões de dólares em ajuda militar desde a invasão. Isso inclui 500 milhões de dólares esta semana para mísseis de defesa aérea, munições ar-terra e equipamentos de apoio para caças.

A medida de sexta-feira seguiu as sanções dos EUA em novembro contra bancos, incluindo o Gazprombank, o maior canal da Rússia para o negócio global de energia, e no início do ano passado contra dezenas de navios-tanque que transportavam petróleo russo.

O governo Biden acredita que as sanções de novembro ajudaram a levar o rublo russo ao seu nível mais fraco desde o início da invasão e levaram o banco central russo a aumentar sua taxa de juros para um nível recorde de mais de 20%.

“Esperamos que nosso direcionamento direto para o setor de energia agrave essas pressões sobre a economia russa, que já elevaram a inflação para quase 10% e reforçam uma perspectiva econômica sombria para 2025 e além”, disse uma das autoridades.

Trump

Uma das autoridades de Biden disse que dependia “inteiramente” do presidente eleito Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, sobre quando e em que termos ele poderia suspender quaisquer sanções impostas durante a era Biden.

Mas qualquer administração que deseje reverter as novas sanções terá que notificar o Congresso e dar a ele a capacidade de fazer um voto de desaprovação, disse a autoridade, acrescentando que vários membros republicanos do Congresso pediram ao presidente cessante que impusesse as sanções de sexta-feira.

A ajuda militar e as sanções petrolíferas “proporcionam ao próximo governo um impulso considerável à sua influência e à Ucrânia na intermediação de uma paz justa e duradoura”, disse uma das autoridades.

O retorno de Trump, um republicano, à Casa Branca despertou a esperança de uma resolução diplomática para acabar com a invasão de Moscou, mas também temores em Kiev de que uma paz rápida poderia ter um preço alto para a Ucrânia.

Os assessores de Trump apresentaram propostas que efetivamente cederiam grandes partes da Ucrânia à Rússia em um futuro próximo.

A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as novas sanções.

Infomoney - SP   13/01/2025

A Rússia dará continuidade a seus grandes projetos de petróleo e gás, apesar das novas e abrangentes sanções impostas pelos Estados Unidos, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia neste sábado.

A pasta também disse que a Rússia responderá às ações “hostis” de Washington enquanto elabora sua estratégia externa.
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“Apesar das convulsões na Casa Branca e das maquinações do lobby russofóbico no Ocidente, tentando arrastar o setor de energia mundial para a ‘guerra híbrida’ desencadeada pelos Estados Unidos contra a Rússia, nosso país tem sido e continua sendo um participante importante e confiável no mercado global de combustíveis”, disse.

Infomoney - SP   13/01/2025

Os preços do petróleo fecharam em alta de mais de 3% nesta sexta-feira, atingindo seus níveis mais altos em três meses, já que os investidores se concentraram nas possíveis interrupções no fornecimento decorrentes de mais sanções dos EUA à Rússia.

Os futuros do petróleo Brent ganharam 2,84 dólares, ou 3,7%, fechando a 79,76 dólares por barril, após superar o patamar de 80 pela primeira vez desde 7 de outubro.

Os futuros do petróleo dos EUA avançaram 2,65 dólares, ou 3,6%, para fechar a 76,57 dólares.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, impôs nesta sexta-feira seu mais amplo pacote de sanções até agora visando as receitas de petróleo e gás da Rússia, em um esforço para dar a Kiev e à nova equipe de Donald Trump uma vantagem para chegar a um acordo de paz na Ucrânia.

A medida tem como objetivo reduzir as receitas do petróleo utilizadas pela Rússia em uma guerra que matou ou feriu dezenas de milhares de pessoas e reduziu cidades a escombros desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

O Tesouro dos EUA disse que impôs sanções à Gazprom Neft e à Surgutneftegas, que exploram, produzem e vendem petróleo, bem como a 183 embarcações que transportaram petróleo russo, muitas das quais fazem parte da chamada “frota sombra” de navios-tanque antigos operados por empresas não ocidentais.

Antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de janeiro, aumentaram as expectativas de que o governo do presidente Joe Biden reforce as sanções contra a Rússia e o Irã, em um momento em que os estoques de petróleo permanecem baixos.

“Esse seria o presente de despedida do governo Biden”, disse o analista da PVM Tamas Varga. As sanções existentes e as possíveis sanções adicionais, bem como as expectativas do mercado de aumento nos estoques de combustível devido ao clima frio, estão elevando os preços, acrescentou ele.

O departamento de meteorologia dos EUA espera que as regiões central e leste do país apresentem temperaturas abaixo da média. Muitas regiões da Europa também foram atingidas pelo frio extremo e provavelmente continuarão a ter um início de ano mais frio do que o normal.

“Prevemos um aumento significativo em relação ao ano anterior na demanda global de petróleo de 1,6 milhão de barris por dia no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pela demanda por óleo para aquecimento, querosene e GLP”, disseram analistas do JPMorgan em uma nota na sexta-feira.

O Estado de S.Paulo - SP   13/01/2025

Duas das principais transportadoras de gás natural do País (TAG e NTS) estão desde 1º de janeiro com suas operações interconectadas em Macaé, no Rio de Janeiro. Segundo os dirigentes das duas companhias, a independência das transportadoras, trazida pela Lei do Gás, vai tornar o mercado mais dinâmico e reduzir o preço do insumo. A taxa de entradas e saídas recebeu um desconto de 90% para atrair os agentes.

Em menos de uma semana, a novidade já atraiu dois clientes: Eneva e BTG Pactual Commodities, totalizando 220 mil metros cúbicos por dia (m³/dia). A troca entre as transportadoras também deve atrair os participantes do próximo leilão de energia de reserva térmica, marcado para junho, afirmam os dirigentes das duas empresas.

“Com certeza muitos desses players que vão estar ofertando esse gás, essa nova capacidade de energia elétrica no leilão, vão estar contratando essa capacidade de transporte com a TAG e a NTS”, avaliou o presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), Gustavo Labanca, acenando com contratos anuais, mensais, semanais ou diários.

Antes da regulamentação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no apagar das luzes de 2024, as duas transportadoras trabalhavam separadas. Tanto o gasoduto Cabiúnas-Reduc III (Gasduc III), da NTS, quanto o gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gascav), da TAG, dependiam do Terminal de Cabiúnas (Tecab), da Transpetro, subsidiária de transportes da Petrobras, para se conectar.

Com a obra de interconexão bidirecional, que absorveu R$ 46 milhões, sendo R$ 33 milhões da NTS e R$ 13 milhões da TAG, as transportadoras ganharam a mesma independência que se vê nas operadoras da Europa, disse ao Estadão/Broadcast o presidente da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), Erick Portela.

“A gente está praticando no novo mercado de gás uma independência das transportadoras, o que a gente chama de ‘unbundling’, um modelo europeu. Ou seja, quem está transportando o gás não produz o gás. O core-business é transportar”, explicou Portela. “Isso levou na Europa à abertura do mercado”, completou, ressaltando que a NTS também é interligada com a Transportadora Bolívia-Brasil (TBG).

“Estamos falando aqui da integração nacional das malhas. Então, a TBG se conecta com a NTS e se conecta com a TAG. Ou seja, hoje você tem todas as ofertas de gás que estão conectadas nos gasodutos de transporte, seja na TBG, por exemplo, o gás da Bolívia, seja da NTS, o gás do pré-sal, seja da TAG, que também tem o pré-sal, mas tem os campos onshore (em terra) do Nordeste, Manati, enfim, outros terminais de GNL, tem baía de Guanabara, tem Sergipe e Bahia. Todos esses players podem ofertar gás de maneira comercial para toda a malha”, destacou Labanca.
Flexibilidade maior, preço menor

Com uma oferta maior e mais flexível, a expectativa dos dirigentes é a de que o preço do gás natural caia no País. Como exemplo, Labanca cita a abertura do mercado em 2022, no Nordeste, quando as distribuidoras passaram a poder comprar o gás do pré-sal. “Houve uma queda de preço da molécula de 18%”, destacou.

“Hoje, elas (distribuidoras) podem comprar de qualquer lugar, até da Bolívia”, disse o executivo da TAG. “Teoricamente, com esse aumento de liquidez e esse aumento de transações, a gente pode ter um benefício ainda maior nessas transações nacionalmente. Esse é o grande mérito dessa conexão, funcionar como um grande hub nacional de comercialização.”

Ele explica que a competição será maior, já que um produtor de gás do Nordeste pode vender para um cliente em São Paulo usando a interconexão, e ao mesmo tempo um produtor de gás da Bolívia pode entregar no Nordeste.

Para eles, Cabiúnas será no futuro um dos maiores pontos de injeção de gás natural do Brasil. O local, atualmente, recebe a produção de gás pela Rota 2 (rota submarina do gás do pós-sal). Para 2028/29 está prevista a chegada do Projeto Raia, da Equinor com a Petrobras (Rota 5). E também pode receber gás da Rota 3, recém-inaugurada em Itaboraí (Complexo de Energias Boaventura).

“Se a gente trabalhar com a menor tarifa possível de injeção ou de retirada, eu vou estimular os agentes a chegarem ali”, concluiu Portela.

RODOVIÁRIO

InfraRoi - SP   13/01/2025

O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), autarquia da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), concluiu 2024 com R$ 1 bilhão de de contratos, parcerias e acordos de serviços de obras rodoviárias executados. Entre os destaques estão o começo do projeto da Ponte de Guaratuba e a restauração em concreto (whitetopping) da PRC-280.

O primeiro destaque conta com um investimento de quase R$ 400 milhões para transformar o litoral paranaense e a secretaria promete que um terço da obra será executada até o final deste ano. O projeto ainda deve ser complementado pela duplicação das rodovias entre Matinhos e Pontal do Paraná e entre Guaratuba e Garuva.

Já a restauração da PRC-280 já está com o novo pavimento concluído no pedaço entre Palmas e Clevelândia, e demais serviços sendo finalizados nos próximos meses. O trecho seguinte de whitetopping, entre Clevelândia e Pato Branco, começa a concretagem já em janeiro. Obra semelhante começou as atividades entre Goioerê e Quarto Centenário, com as placas do pavimento rígido de concreto já em execução na PR-180.
Outras obras rodoviárias no Paraná

A secretaria também destaca o início da duplicação em concreto entre Guarapuava e Pitanga, com a primeira obra já em andamento e as duas seguintes com edital na praça. Em Ponta Grossa também já começou a duplicação da PR-151 até o trevo da PR-438 e em breve uma ordem de serviço deve ser expedida para a pista de concreto até Palmas.

Duas obras em pavimentação asfáltica tiveram início em 2024, a implantação de um trecho variante da PR-364 em Irati, e a pavimentação da PR-990, ligando Rebouças até a PR-364. Nas próximas semanas deve começar a pavimentação da PR-092 em Doutor Ulysses, e após elaborado o projeto de engenharia, a restauração e ampliação da PR-180 e PR-281 entre Francisco Beltrão e Dois Vizinhos.

Foram concluídas no primeiro semestre de 2024 a pavimentação da PR-239 entre Toledo e Bragantina, distrito de Assis Chateaubriand, o Contorno Oeste de Marechal Cândido Rondon e a duplicação de um trecho da BR-277 em Cascavel, esta última em parceria com a Itaipu Binacional.
Mais obras em andamento

Continuam em andamento, com perspectiva de conclusão neste semestre, a pavimentação da PR-239 entre Pitanga e Mato Rico, com a pista sendo concluída em dezembro passado e demais serviços nos próximos meses.

No segundo semestre de 2025 deve ser concluído o Trevo do Catuaí em Maringá, e também, todas obras em parceria com a Itaipu Binacional, a pavimentação da Perimetral Leste de Foz do Iguaçu, a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469) em Foz do Iguaçu, e a pavimentação da estrada entre Ramilândia e Santa Helena.

AGRÍCOLA

Agrolink - RS   13/01/2025

A tecnologia de colheita autônoma está ganhando destaque no agronegócio brasileiro, prometendo revolucionar a forma como pastagens são manejadas. Máquinas autônomas, que dispensam a necessidade de operadores humanos, oferecem maior eficiência operacional e redução de custos, além de atender à crescente demanda por inovação no campo.

Essas colheitadeiras inteligentes utilizam sensores avançados, inteligência artificial e sistemas de navegação para realizar a colheita de forma precisa e independente. Com isso, os produtores conseguem otimizar o uso de recursos, minimizar desperdícios e reduzir a dependência de mão de obra especializada, um desafio recorrente no setor.

A automação não apenas aumenta a produtividade, como também contribui para um manejo mais sustentável, ao reduzir emissões de carbono e evitar compactação excessiva do solo. Segundo especialistas, essa tecnologia tem potencial para diminuir custos operacionais em até 30%, tornando-a uma solução atraente para grandes propriedades e cooperativas agrícolas.

Embora já amplamente utilizada em mercados como Estados Unidos e Europa, a adoção de colheitadeiras autônomas no Brasil ainda enfrenta desafios, como altos custos iniciais e a necessidade de adaptação às condições locais. No entanto, empresas de tecnologia agrícola estão investindo em soluções customizadas para o mercado brasileiro, visando popularizar essa inovação nos próximos anos.

Com a expectativa de um aumento gradual na adesão, a automação agrícola pode se tornar um pilar essencial para a competitividade do agronegócio brasileiro. Para produtores, a possibilidade de reduzir custos e aumentar a eficiência torna as colheitadeiras autônomas uma promessa de transformação no manejo de pastagens.

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