Valor - SP 14/02/2025
A siderúrgica diz confiar que Brasil e EUA encontrarão uma solução que seja benéfica para ambos os lados, levando em consideração a cadeia de suprimentos complementar que existe entre os dois países
A ArcelorMittal divulgou um comunicado afirmando que considera que é cedo para avaliar os impactos da decisão do governo dos Estados Unidos de elevar para 25% a tarifa sobre a importação de aço. A posição da empresa, que atua no setor siderúrgico, vem em um momento de crescente tensão comercial, à medida que o presidente Donald Trump reforça sua política protecionista para fortalecer a indústria doméstica.
A taxação pode afetar exportadores de diversos países, incluindo o Brasil, que é um dos principais fornecedores de aço para o mercado americano. “Medida semelhante foi anunciada pelos Estados Unidos em 2018 e, posteriormente, ajustada para o regime de ‘hard quota’ após negociação com o governo brasileiro, atendendo aos interesses tanto das produtoras de aço brasileiras quanto das americanas”, disse a empresa em nota.
O desafio do Brasil é mostrar ao governo americano que o aço brasileiro desempenha um papel complementar na indústria americana. A empresa diz confiar que Brasil e Estados Unidos encontrarão uma solução que seja benéfica para ambos os lados, levando em consideração a cadeia de suprimentos complementar que existe entre os dois países.
“Importante reforçar que a ArcelorMittal defende a adoção da ‘hard quota’ pelo governo brasileiro contra a concorrência desleal do aço importado no país. A empresa esclarece que o plano de investimentos no Brasil está mantido e nenhum dos projetos tem como foco o mercado norte-americano.”
O termo “hard quota” refere-se a um limite para a importação de um determinado produto, sem a possibilidade de flexibilização, como taxas adicionais ou ajustes conforme a demanda. Analistas do mercado, no entanto, têm dito que a multinacional pode ser afetada pela provável aplicação de tarifa, já que tem usinas no Brasil.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda avalia que as tarifas de importação sobre aço e alumínio anunciadas por Donald Trump devem exercer impacto limitado nas exportações brasileiras, se efetivamente implementadas.
“As exportações brasileiras de produtos de ferro, aço e alumínio para os Estados Unidos corresponderam a apenas 1,9% do valor total exportado pelo Brasil em 2024, mas a cerca de 40,8% do valor total de ferro, aço e alumínio exportado”, diz o documento “2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025", apresentado pela SPE nesta quinta-feira, 13.
“Nesse sentido, tarifas de 25% sobre importações de produtos de ferro, aço e alumínio devem ter impactos relevantes na indústria de metalurgia, porém limitados no total das exportações e no PIB brasileiro”, diz o documento.
O secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que ainda é difícil avaliar os impactos da política comercial adotada pelos Estados Unidos.
“Acho que é cedo para incorporar esse tema em qualquer cenário. Claro que podemos construir cenários alternativos, mas temos ainda que entender melhor como isso vai correr, em que prazo, como vai ser afetado”, afirmou.
“Ainda leva tempo para ter mais clareza sobre esse cenário. Hoje é muito difícil apontar possíveis impactos. Por enquanto, do que foi anunciado, você pode ter algum impacto setorial, mas o impacto macro é mais difícil.”
Valor - SP 14/02/2025
“É possível que os concorrentes chineses que vendem hoje para os EUA, e agora enfrentarão tarifas maiores, possam tentar vender mais para a Europa”, diz Jens Schulte, diretor financeiro da siderúrgica
A Thyssenkrupp alertou, nesta quinta-feira (13), que as tarifas ao aço de Donald Trump poderão agravar os problemas de excesso de capacidade da Europa, comprimindo as exportações do bloco, ao mesmo tempo em que levariam os produtores chineses a inundar o mercado com ainda mais remessas.
Jens Schulte, o diretor financeiro da siderúrgica, disse a jornalistas que a companhia vai analisar, “nos próximos meses”, o impacto indireto das tarifas que o presidente dos Estados Unidos anunciou, na segunda-feira (10).
Schulte disse que as tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio dos EUA poderão levar o maior exportador de aço do mundo a desviar o excesso de produção para a Europa. “É possível que os concorrentes chineses que vendem hoje para os EUA, e agora enfrentarão tarifas maiores, possam tentar vender mais para a Europa”, disse Schulte.
No ano passado, as siderúrgicas europeias pediram às autoridades reguladoras da União Europeia (UE) que tomassem medidas contra as importações chinesas baratas, já que os preços caíram abaixo do custo de produção, em meio aos altos custos da energia na região.
O negócio de aço da Thyssenkrupp – que já foi um dos pilares da indústria alemã – vem sofrendo com a queda da demanda europeia, motivada pela redução da produção das fabricantes de automóveis da região.
Em novembro, ela anunciou um plano para eliminar 11 mil empregos – cerca de 40% da força de trabalho da divisão siderúrgica de Duisburg –, num esforço para reduzir sua capacidade de produção em até um quarto.
Nos últimos dois anos, a Thyssenkrupp reduziu o valor de sua unidade siderúrgica em 3 bilhões de euros via série de depreciações fiscais de seus ativos. Ao mesmo tempo, a companhia está envolvida em negociações com o bilionário checo Daniel Kretínský, cujo plano de elevar sua participação na siderúrgica de 20% para 50% vem se arrastando.
Schulte fez seus comentários depois que a Thyssenkrupp disse, nesta quinta-feira, que um pagamento adiantado de 1 bilhão de euros à sua divisão naval, referente a um grande contrato de submarinos, levará a empresa a prever um fluxo de caixa antes de fusões e aquisições de 300 milhões de euros neste ano. O número é uma melhora significativa em relação à previsão anterior, que indicava um prejuízo de algo entre 200 milhões de euros e 400 milhões de euros.
As ações da Thyssenkrupp subiram 9%, na metade da manhã desta quinta-feira, em Frankfurt, com as notícias. O CEO da companhia, Miguel López, disse, em um comunicado, que a empresa está “trabalhando intensamente” na planejada cisão de sua divisão naval, a Thyssenkrupp Marine Systems.
A companhia desenvolveu planos para listar uma participação minoritária da empresa, depois que o grupo americano de private equity Carlyle desistiu de uma aquisição parcial, em outubro. O governo alemão estava hesitante com a possível venda de uma empresa estrategicamente importante para uma entidade estrangeira.
Infomoney - SP 14/02/2025
A Moody’s informou nesta quarta-feira que rebaixou o rating da CSN para “Ba3”, de “Ba2” anteriormente, mudando a perspectiva da companhia para estável, ante negativa, conforme relatório da agência de classificação de risco.
“A rebaixamento para Ba3 reflete os fracos indicadores de crédito da empresa nos últimos doze meses e nossas expectativas de que esses indicadores continuarão pressionados nos próximos 12 a 18 meses devido às condições de mercado mais fracas nos segmentos de aço e minério de ferro”, disse a agência.
Já a mudança na perspectiva da siderúrgica, disse a Moody’s, reflete expectativa da agência de que os indicadores de crédito da CSN permanecerão adequados para a categoria “Ba3” nos próximos 12 a 18 meses, e que a empresa manterá boa liquidez.
CNN Brasil - SP 14/02/2025
O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou em entrevista à CNN que as siderúrgicas brasileiras rejeitam uma postura de retaliação aos Estados Unidos após a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio ao país.
Lopes enfatizou que o setor não espera do governo brasileiro uma postura combativa neste momento.
“Não achamos que qualquer movimento no sentido de retaliação, postura mais agressiva do governo brasileiro, possa ajudar”, declarou.
Negociações diretas e acordo de cotas
O presidente do Instituto Aço Brasil destacou a importância de estabelecer negociações diretas com o governo americano para restabelecer o acordo de cotas.
Segundo ele, este acordo é benéfico tanto para a indústria siderúrgica brasileira quanto para a americana.
Lopes explicou que o sistema aprovado em 2018, conhecido como “sistema de hardcore”, estabelece cotas rígidas para a importação de produtos siderúrgicos.
Por exemplo, para os itens semi-acabados, a cota é de 3,5 milhões de toneladas, e uma vez atingido esse limite, nenhuma quantidade adicional pode entrar no mercado americano.
Balança comercial favorável aos EUA
O executivo ressaltou que a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos tem superávit para os americanos desde 1919.
Nos últimos cinco anos, os EUA acumularam um superávit médio de 6 bilhões de dólares.
“Nós achamos que todos os fatores recomendam que nós restabeleçamos a nossa negociação para conseguir recompor o nosso acordo que vigorou durante todo esse tempo”, concluiu Lopes, reforçando a importância de manter um diálogo construtivo entre os dois países para resolver a questão da taxação do aço.
Money Times - SP 14/02/2025
Amanhã (14) a Usiminas (USIM5) divulga o seu último balanço referente ao ano de 2024, antes da abertura do mercado. Estimativas da Genial Investimentos apontam para números consolidados ainda frágeis.
Igor Guedes e equipe, que assinam o relatório, projetam uma receita líquida próxima de R$ 6,4 bilhões, representando uma queda de 5,5% na base trimestral e de 5% na anual, parcialmente sustentada pelo mercado doméstico de aço, com 999 mil toneladas, uma redução de 6,6% no trimestre e alta de 8,6% no ano.
A retração sequencial considera a sazonalidade típica, com as usinas desacelerando após o pico anual que ocorre nos terceiros trimestres.
Embora vejam que o segmento automotivo possa ter oferecido certo fôlego, ajudando no volume na base anual, a Genial vê na forte concorrência com importados chineses e no mix de vendas menos favorável fatores que tendem a limitar reajustes de preços.
Para a divisão de mineração no 4T24, a Genial espera um cenário mais desafiador, com embarques em torno de 2,2Mt (milhões de toneladas), o que representa uma queda de 4,5% no trimestre e de 8,3% no ano, refletindo principalmente o enfraquecimento da demanda chinesa.
Apesar disso, a taxa de câmbio mais elevada e o leve aumento no preço de referência devem sustentar aceleração no preço realizado para R$ 361 por tonelada na estimativa da Genial, um avanço de 7,5% na base trimestral.
Rentabilidade da Usiminas no 4T24
Em termos de rentabilidade, a Genial projeta um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 404 milhões, um recuo de 35,4% em comparação com o quarto trimestre de 2023, sugerindo que a recuperação de margens ainda permanece restrita.
Na divisão de aço, o Ebitda deve ficar em R$ 308 milhões, calculam os analistas, impactado por custos operacionais elevados e ineficiências decorrentes da reforma do Alto-Forno 3 (AF3), cujo ramp-up (aumento da produção) permanece abaixo do potencial esperado inicialmente pelo consenso.
Já a mineração tende a apresentar um Ebitda de R$176 milhões, beneficiado principalmente pela valorização da taxa de câmbio e por um aumento no preço do minério de ferro convertido em real.
A projeção de lucro líquido em torno de R$ 179 milhões, um recuo de 2,9% na comparação trimestral e 81,6% no ano, reforça a visão da Genial de que, apesar de alguma melhora pontual nos indicadores, o ambiente competitivo e as incertezas regulatórias continuarão a dificultar uma recuperação mais expressiva no curto prazo.
“Diante desse contexto, mantemos um viés cauteloso, considerando que a plena captação de ganhos operacionais — seja via implantação do PCI ou pela estabilização total do AF3 — deve ocorrer apenas em um horizonte mais dilatado”, dizem os analistas.
A Genial permanece com sua recomendação neutra para Usiminas, com preço-alvo de R$ 6.
Revista Mineração - SP 14/02/2025
A ArcelorMittal acaba de implantar sua primeira solução baseada em inteligência artificial para inspeção de qualidade de produtos na América Latina. O Standard Coil foi desenvolvido para garantir maior precisão na análise de bobinas de aço e já demonstra resultados relevantes na unidade de Resende, no Rio de Janeiro.
Por meio de um algoritmo de inteligência artificial integrado ao sistema de câmeras da operação, a ferramenta é capaz de identificar irregularidades nos padrões das bobinas. Os dados são analisados por uma plataforma digital que, ao detectar problemas no produto, como riscos de segurança ou danos, direciona os materiais para ajustes.
Além de elevar o padrão de qualidade, o Standard Coil também otimiza os processos e reduz os custos operacionais, além de ter o potencial estimado de cerca de R$ 1 milhão em ganhos por ano.
Até o momento, mais de 43 mil bobinas já foram inspecionadas, com o algoritmo alcançando 89% de assertividade e contribuindo para um Índice de Qualidade (IQ) de 99,70%. Além disso, houve uma redução de 30% nas ocorrências de retrabalho e uma queda de 70% na quebra de estoque.
O desenvolvimento do Standard Coil contou com o suporte do Açolab, o laboratório de inovação aberta da ArcelorMittal, que fomenta a criação de soluções inovadoras em parceria com startups e o ecossistema de inovação aberta.
De acordo com a gerente da área de Laminação de Resende e idealizadora do projeto, Izabelle Lannes, a metodologia colaborativa do Açolab foi essencial para identificar os parceiros ideais e integrar soluções tecnológicas de forma eficiente.
“Esse processo resultou no desenvolvimento de uma ferramenta inovadora, capaz de elevar os padrões de qualidade e eficiência da empresa. No total, foram necessários 12 meses de estudos para viabilizar essa tecnologia”, destaca.
O projeto também contou com a participação da Sirros IoT, startup que atua na área de internet das coisas para a indústria 4.0 e recebeu investimento do Açolab Ventures, fundo de CVC da companhia.
O diretor da unidade de negócio Sul Fluminense, Paulo Marcelo, ressalta que a aplicação do Standard Coil está totalmente alinhada à estratégia de inovação da empresa, que visa a otimização de processos, melhoria nos produtos e serviços que oferta, a redução de custos e o aumento de produtividade.
“O projeto não apenas aprimora nossos índices de qualidade e eficiência, mas também reforça nosso compromisso com soluções inteligentes e responsáveis. Os resultados já alcançados na unidade de Resende demonstram o impacto positivo dessa iniciativa, motivando-nos a expandir sua aplicação”, afirma.
A ArcelorMittal planeja implementar o sistema em outras unidades neste ano, incluindo a usina de Monlevade (MG) e Acindar, na Argentina.
Brasil Mineral - SP 14/02/2025
Com nove meses de duração, o projeto envolveu o diagnóstico do problema e o desenvolvimento de solução sob medida para atender às demandas da Sinobras.
O Instituto Atlântico desenvolveu em parceria com a Embrapii, na siderúrgica Sinobras, que faz parte do Grupo Aço Cearense, um sistema que integra recursos tecnológicos avançados, como sensores de alta precisão, Machine Learning, automação e controle. “Com essa solução, conseguimos atender à necessidade da Sinobras, com unidade em Marabá, além de aprimorar o processo fabril do seu produto, como forma de melhoria contínua”, afirma Luiz Alves, diretor de Inovação e Novos Negócios do Atlântico e coordenador Embrapii (o Atlântico é credenciado como Unidade Embrapii de Manufatura Inteligente).
Com nove meses de duração, o projeto envolveu o diagnóstico do problema e o desenvolvimento de solução sob medida para atender às demandas da Sinobras. “Dessa forma, o projeto gerou ganhos financeiros expressivos e em conformidade com a norma ABNT-NBR-7480”, disse Henrique Pereira, gerente de Inovação da Aço Cearense. Segundo Pereira, o sistema permitiu ajuste do diâmetro externo do fio de aço nervurado, em diferentes bitolas.
Para Alves,o conjunto de soluções implantado na Sinobras monitora continuamente o diâmetro dos fios em tempo real, ajuste automático do processo de conformação, por meio de algoritmos inteligentes, e ajuste dinâmico da produção, eliminando variações e reduzindo desperdícios. “Essa abordagem combina tecnologia de ponta com expertise técnica, transformando o processo produtivo em um sistema altamente eficiente”, observa o diretor do Atlântico. Com o monitoramento em tempo real e a redução da variabilidade, o uso de materiais foi otimizado. De acordo com a equipe de produção da Sinobras, a solução impactou diretamente a margem operacional, ao diminuir desperdícios e aumentar a produtividade, tornando os produtos ainda mais competitivos. Além disso, os produtos finais, como treliças de aço, apresentam padrões de qualidade superiores, aumentando a confiabilidade no mercado. “A parceria entre o Instituto Atlântico, o Grupo Aço Cearense e a Embrapii foi um projeto de muito sucesso, com excelente resultado financeiro e excelentes perspectivas”, avalia o gerente de Inovação da Aço Cearense. Luiz Alves completa: “Esse projeto destaca o impacto da tecnologia na indústria e reforça o compromisso do Atlântico em oferecer soluções sob medida para desafios industriais complexos”.
Veja - SP 14/02/2025
Pode-se dizer muita coisa sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, menos que ele tenha cometido um estelionato eleitoral, vencendo o pleito com promessas que nunca pretendeu cumprir. Empossado há menos de um mês, o republicano segue à risca o que defendeu na campanha para “fazer a América grande de novo”, como brecar a entrada de imigrantes ilegais e deportar os que já vivem no país. Era, portanto, uma questão de tempo para que decidisse corrigir o que considera injusto na relação comercial com outros países. Após anunciar, no início do mês, uma taxa de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México — adiadas posteriormente por trinta dias —, ele revogou, na segunda-feira 10, o regime de cotas de importação de produtos siderúrgicos. Em troca, instituiu uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio que outras nações, Brasil incluído, vendem aos Estados Unidos. A medida, que entrará em vigor em 12 de março, pretende proteger a sucateada indústria siderúrgica local, cujos trabalhadores compõem uma fatia importante de seu eleitorado. Trata-se de um setor que encolheu nos últimos vinte anos, enquanto a China se tornou a maior produtora mundial de aço. Não à toa, Trump deixou claro que seu alvo principal é a potência asiática. Para ele, exportadores como o Brasil e outros países seriam apenas intermediários que estariam triangulando a venda de aço chinês ao mercado americano. É uma espécie de terraplanismo siderúrgico, mas, independentemente do que justificou a medida, a sombra do porrete tarifário já se projetou.
No caso do Brasil, o primeiro passo é reconhecer o óbvio: não somos páreo em um confronto direto com os Estados Unidos. Enquanto somos apenas o nono maior produtor mundial de aço, com 33 milhões de toneladas no ano passado, os americanos estão em quinto lugar, com 79 milhões de toneladas. A produção por lá, contudo, é insuficiente para suprir a demanda. Por isso, os Estados Unidos são também os maiores importadores de produtos siderúrgicos do mundo. Em 2024, o país comprou 26 milhões de toneladas de seus parceiros. O Brasil detém uma posição privilegiada nesse tabuleiro, por ser o segundo maior fornecedor desses materiais para a terra de Trump. No ano passado, as siderúrgicas brasileiras despacharam para clientes americanos 4,1 milhões de toneladas de aço, obtendo uma receita de 5,7 bilhões de dólares. O dado mostra, ainda, o tamanho da disparidade de armas entre os dois países. Enquanto os Estados Unidos ficam com 48% das exportações de aço brasileiro, respondemos por menos de 16% do suprimento que eles necessitam. Os produtores de alumínio também veem os americanos como um mercado estratégico. As vendas para lá somaram 267 milhões de dólares em 2024, correspondentes a 17% do total exportado pelo setor. Ou seja, a dependência brasileira do mercado americano confere a Trump uma vantagem inquestionável.
A maior parte de nossas exportações para os Estados Unidos é formada por produtos semiacabados, como placas que são laminadas e finalizadas por empresas americanas. “É difícil encontrar mercados que compensem a provável queda das exportações em função da nova tarifa”, diz Germano Mendes de Paula, especialista no setor siderúrgico e professor da Universidade Federal de Uberlândia. “Para piorar, o setor mundial de placas está estagnado.” No ano passado, a produção global caiu quase 1%.
Se a foto panorâmica é preocupante, o retrato dos impactos da sobretaxa sobre as siderúrgicas revela nuances. A mais protegida contra a ofensiva trumpista é a Gerdau, que conta com usinas na América do Norte. No acumulado de 2024 até setembro, 39% de sua receita líquida de 50 bilhões de reais vieram daquelas operações. Em um relatório, o banco Itaú BBA calcula que seu Ebitda, um indicador de geração de caixa apreciado pelos investidores, cresceria até 12%, caso a sobretaxa elevasse os preços do aço no mercado americano em apenas 5%. O otimismo é compartilhado pela própria empresa. “A tendência é positiva para nós”, afirma uma fonte da Gerdau que pediu para não ser identificada. “Não exportamos para os Estados Unidos, nós produzimos lá.”
Outras companhias, contudo, não contam com a mesma vantagem. Os analistas de mercado apontam a ArcelorMittal como uma das mais prejudicadas, pois exporta 75% da produção para os Estados Unidos. No caso das companhias com ações listadas na bolsa brasileira, o impacto deve ser pequeno, segundo um relatório do BTG Pactual que avaliou a situação. O banco afirma que menos de 5% da receita da CBA, a maior produtora de alumínio do Brasil, provêm do mercado americano. Já a Usiminas mantém apenas exportações esporádicas para os conterrâneos de Trump, concentrando as vendas externas na Argentina. Com 15% da receita atrelada de alguma forma aos Estados Unidos, a CSN lhes envia por ano 250 000 toneladas. Não chega a ser um problema, segundo o BTG, que afirma que a siderúrgica poderá redirecionar “facilmente” esse volume para outros países.
O teste da tarifa do aço vai também colocar à prova a capacidade de negociação do governo brasileiro diante do estilo agressivo de Trump. Seguindo a liturgia diplomática, que recomenda medir cada palavra, parte do primeiro escalão tem pregado parcimônia para lidar com a situação. “O caminho é dialogar”, pregou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. A postura é compartilhada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que lembrou o básico. “A decisão não é contra o Brasil”, afirmou a jornalistas na terça-feira 11. “É para todo mundo.” A reação comedida é o que o setor siderúrgico espera para manter abertos os canais de negociação com Washington. Faltou, contudo, combinar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fiel à sua incontinência verbal, Lula meteu os pés pelas mãos quando, poucos dias depois de o presidente americano anunciar a sobretaxa de 25% a todos os produtos canadenses e mexicanos, afirmou em entrevista a rádios mineiras que estava preparado para retaliar, se o país fosse alvo de algo parecido. “Se Trump aumentar a taxação do Brasil, nós vamos taxar eles também”, disse. A bravata, evidentemente, pegou mal. “O melhor para o Brasil é não polemizar com Trump”, afirma Eduardo Mello, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas.
Trombar com a Casa Branca, de fato, é a pior decisão que Lula tomaria. Exemplos não faltam. No fim de janeiro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, impôs uma tarifa sobre os produtos americanos. Era uma retaliação à decisão de Trump de taxar as importações colombianas em 25%, após o país se recusar a receber um avião com imigrantes ilegais deportados. Para completar a patriotada, Petro anunciou que os artigos americanos seriam substituídos por similares nacionais. No dia seguinte, a Colômbia capitulou, concordou em receber os voos e prometeu adotar políticas mais rígidas de imigração. Com a presidente Claudia Sheinbaum, que tem se mostrado habilidosa, o México também já aceitou controlar mais as fronteiras para se acomodar a Trump.
Tentar pagar os americanos na mesma moeda seria um erro por diversas razões. As sobretaxas encareceriam os importados, pressionando ainda mais a inflação, que já aponta para mais um ano acima do teto da meta de 4,5%. Trump também ordenou, na quinta-feira 13, a criação das tarifas recíprocas, que visam equiparar as taxas que os Estados Unidos cobram sobre as importações àquelas que suas exportações pagam a outros países. Ele citou o caso do etanol brasileiro, que paga 2,5% para entrar no mercado americano, enquanto o etanol de milho é taxado em 18% por nós. Isso mostra que, se a referência forem as taxas que o Brasil aplica às mercadorias de fora, o prejuízo será nosso. Há décadas, o país recorre ao caminho fácil do protecionismo para estimular a indústria nacional, em vez de criar as condições para que as empresas invistam em produtividade, tecnologia e inovação, fortalecendo-se para disputar ombro a ombro com as rivais estrangeiras. “Em matéria de tarifa, o Brasil não tem moral para reclamar”, diz Samuel Pessôa, economista da Fundação Getulio Vargas.
O grande trunfo do Brasil para virar o jogo é a própria pressão das empresas americanas, que temem um aumento dos custos de produção em meio aos tarifaços de Trump. “Uma tarifa de 25% é muito alta para commodities metálicas”, diz Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior. “Como os Estados Unidos não são autossuficientes em aço, será muito difícil implementar essa taxa na prática.” O que ocorreu em 2018 dá uma pista do que pode azedar o humor do empresariado americano. Naquela ocasião, Trump, então em seu primeiro mandato, impôs também 25% de tarifa sobre o aço importado. É verdade que a medida trouxe benefícios para as cambaleantes siderúrgicas americanas, como o aumento de 19% do preço do produto, a melhora dos lucros e a criação de 8 700 empregos no setor. Em compensação, as companhias americanas que consomem aço desembolsaram 5,6 bilhões de dólares a mais pelo material. Entre o aumento de lucros e o de custos, o centro de estudos Peterson Institute calcula que cada emprego criado pela sobretaxa custou aos consumidores americanos 380 000 dólares. Não foi por acaso que, tempos depois, Trump converteu a sobretaxa em um sistema de cotas de importação. “O erro fundamental da doutrina de Trump é ignorar que os Estados Unidos são ricos justamente porque são grandes importadores”, diz o embaixador José Alfredo Graça Lima, que representou o Brasil na Organização Mundial do Comércio.
Esperar até que os eleitores de Trump sintam o impacto das medidas na forma de mais inflação pode ser a postura mais sábia neste momento. Na diplomacia, assim como no pôquer, os melhores jogadores são os que jogam com as cartas do adversário, não com as suas próprias. A guerra do aço vai exigir nervos de aço daqui para frente.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/02/2025
O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira, 13, que calcula o PIB (Produto Interno Bruto) de 2024 com alta de 3,5%. Em documento, a pasta diz que o “ritmo de crescimento surpreendeu mais uma vez em 2024” e que as surpresas positivas “refletiram o bom desempenho de setores cíclicos, motivados por impulsos positivos vindos do mercado de trabalho e crédito”.
No boletim macrofiscal divulgado em novembro, a projeção era de 3,3% para 2024. O PIB oficial de 2024 será divulgado em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o 2025, o ministério espera uma desaceleração no crescimento da economia, com PIB aumentando 2,3%, repercutindo o ciclo contracionista da política monetária e fiscal. Segundo a pasta, a expectativa até novembro era de 2,5% para a expansão da economia neste ano, contudo, “o aumento na taxa de juros básica e o cenário conjuntural externo levaram à expectativa de menor ritmo de expansão da atividade em 2025”, aponta o documento.
“Veremos um crescimento econômico muito mais próximo do que apontamos como o PIB potencial não inflacionários”, afirmou Bernardo Mello, secretário especial da Fazenda. O secretário também pontou que “é natural” que o crescimento de 2025 seja menor, já que o resultado de 2024 “surpreendeu a todos”.
“É natural que um ano de crescimento mais forte seja seguido de outro mais moderado. E o que estamos projetando para 2025 não é um crescimento baixo”.
O percentual está em linha com a última projeção feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) no documento World Economic Outlook (WEO), de 2,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, e de 3,7% em 2024.
Com isso, a projeção do PIB do Brasil pela instituição fica abaixo da projeção de crescimento econômico global. A projeção para o crescimento econômico global é de 3,3% em 2025 e 2026, abaixo da média histórica (2000–19) de 3,7% – cenário que o FMI considera ‘divergente e incerto’.
Inflação
A Fazenda vê que a inflação medida pelo IPCA fechará 2025 em 4,8%. A projeção anterior, divulgada em novembro, era de 3,6%. O secretário Guilherme Mello diz esperar uma inflação menor dos alimentos em 2025 em relação a 2024. Segundo Mello, o recuo inflacionário seria pela melhora no câmbio, com valorização do real, e um mercado de trabalho menos apertado, mas ainda dinâmico.
Cenário fiscal
O secretário destacou que em 2024 foi o primeiro ano de vigência do Novo Arcabouço Fiscal, e que a orientação da política fiscal foi “pró-consolidação”.
“A atuação fiscal do governo central no ano foi marcada pelo acompanhamento e controle do crescimento da despesa, em respeito ao limite imposto pelo NAF, e pela busca de atingimento da meta de resultado primário, sem comprometer o processo de inclusão social e a recuperação dos indicadores socioeconômicos em curso desde 2023”
Segundo a SPE, o resultado primário de 2024 registrou déficit de R$ 43 bilhões (-0,36% do PIB), considerando os créditos extraordinários que não são computados para fins de cumprimento da meta, e de R$ 11 bilhões, ou -0,1% do
PIB, quando se desconta esses créditos.
Do lado das despesas, o ano de 2024 registrou redução real de 0,7% no montante da despesa primária do governo
central em relação ao ano anterior. Do lado das receitas, Mello destacou o crescimento da arrecadação federal no ano passado. Conforme dados da Receita Federal, a arrecadação total das receitas federais foi de R$ 2,65 trilhões, alta real de 9,62% em relação ao ano de 2023. A receita líquida atingiu 18,3% do PIB em 2024, frente a 17,4% do ano anterior.
Para 2025, o secretário diz que seguem os esforços para a continuidade “da busca por sustentabilidade fiscal, com foco no controle da dinâmica de crescimento das despesas de acordo com os limites do arcabouço fiscal”, assim como foco no atingimento da meta de resultado primário, na implementação das medidas aprovadas ao final de 2024.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
As contas externas, que pareciam não ser mais um problema da economia brasileira, voltaram a chamar a atenção do mercado diante das saídas de dólares pela intervenção do Banco Central (BC) no câmbio em dezembro, a maior da história do regime de flutuação, em paralelo à piora no déficit das transações correntes (entradas e saídas de recursos) do País com o mundo.
O cenário não é considerado alarmante pelos economistas, pois a desaceleração econômica, aliada ao dólar mais caro, tende a reduzir as importações. Além disso, há confiança de que o Banco Central não retomará a venda de dólares com a mesma intensidade. Os indicadores de contas externas, no entanto, voltaram a merecer acompanhamento especial pelo risco de o Brasil se tornar mais vulnerável a choques internacionais.
As políticas do governo de Donald Trump, com barreiras comerciais e deportação de imigrantes, apontam para um mundo onde o dólar circula com menor fluidez. Já no Brasil, os saldos negativos do balanço de contas correntes com o exterior têm aumentado com o buraco nas contas públicas, num déficit duplo que leva analistas a questionar se a depreciação cambial dos últimos sete meses tem algo de estrutural.
Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil, superiores a US$ 71 bilhões (R$ 408 bilhões) no ano passado, não financiam mais com tanta folga o déficit nas transações correntes, que mais do que dobrou: de US$ 24,5 bilhões, ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2023; para US$ 56 bilhões, ou 2,5% do PIB, em 2024.
A cobertura da dívida externa é a menor em 17 anos. Conforme dados estimados pelo BC, a soma das reservas internacionais, créditos brasileiros no exterior e haveres de bancos comerciais terminou dezembro superando a dívida externa bruta em menos de US$ 5 bilhões. É a menor sobra desde setembro de 2007, quando o Brasil não tinha cobertura para toda a sua dívida externa.
Posso dizer que o Brasil hoje está em situação mais vulnerável (por causa dos choques externos que podem ser causados pelas tarifas de Trump)
Alex Fuste, economista-chefe do Andbank
Em entrevista recente ao Estadão/Broadcast, o economista-chefe do Andbank, Alex Fuste, considerou que, embora tenha US$ 329,7 bilhões em reservas, o Brasil se tornou mais vulnerável a choques vindos do exterior. “Como o que temos pela frente, fruto da estratégia de tarifas (de Trump), é um choque externo por escassez de dólares, posso dizer que o Brasil hoje está em situação mais vulnerável. Isso é o que nós, investidores com foco em mercados emergentes, observamos”, comentou.
Diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, Solange Srour observa que as saídas de dólares no fim do ano passado tiraram as contas externas da zona de conforto. “Está piorando de uma maneira mais acelerada. Não tem mais folga no balanço de pagamentos”, comentou. “O déficit fiscal é muito alto, e o de contas correntes está se deteriorando em velocidade muito forte. Passa a ser um problema, sim”, acrescenta.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/02/2025
Pressionada por alimentos e energia (incluindo gasolina), a inflação nos Estados Unidos voltou a acelerar em janeiro e fechou em 3% na taxa anualizada, ante 2,9% em dezembro. A alta deve estender por mais tempo a manutenção do atual patamar das taxas básicas de juros pelo Fed (o banco central americano).
A carestia cria um problema a mais para o presidente Donald Trump, empenhado em taxar parceiros comerciais num movimento que, para economistas, pode agravar o aumento dos preços. Também causa embaraços ao Brasil, pois juros altos nos EUA indicam a valorização da moeda americana ante o real, ao mesmo tempo que investidores tendem a optar por títulos americanos em vez de papéis de economias emergentes.
Nesta quarta, 12, o mercado brasileiro já sentiu o impacto do dado americano, com queda na Bolsa, mas foi beneficiado pelo início das tratativas do presidente Donald Trump para o fim da guerra na Ucrânia, o que fez o dólar cair. O Ibovespa, principal índice da Bolsa do País, fechou em baixa de 1,69%, aos 124.380,21 pontos. Já a divisa americana caiu a R$ 5,76 (-0,08%).
Segundo o Departamento de Estatísticas Trabalhistas do governo federal dos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,5% no mês passado, acima das previsões dos economistas. Trata-se do maior aumento no período desde agosto de 2023.
Entre 2022 e 2023, o Fed aumentou as taxas de juros ao maior nível em duas décadas, quando chegou a um patamar entre 5% e 5,50%, na tentativa de conter um pico de inflação de 9,1%, registrado em junho de 2022. Hoje, o juro básico está entre 4,25% e 4,50%, após três cortes no ano passado.
Em janeiro, a autoridade monetária decidiu manter a faixa atual e não indicar mais cortes. A meta de inflação anualizada perseguida pelo Fed é de 2%.
“Não estamos progredindo na redução da inflação”, afirmou Sarah House, economista sênior do banco Wells Fargo. “E isso só deve estender a manutenção das taxas de juros pelo Fed.”
O grande vilão da inflação americana no mês passado foi o ovo, que registrou alta de 15,2%, a maior elevação mensal desde junho de 2015. Desde o ano passado, o produto já subiu 53%. Já o óleo combustível subiu 6,2%, e a gasolina, 1,8%.
Tarifas
Analistas disseram que o cenário pode piorar com a tarifa de 25% para o aço importado pelos EUA determinada por Trump nesta semana. A medida, dizem, pode aumentar o custo de carros, eletrodomésticos e maquinário industrial.
“Há um caldo de incerteza que, se durar e persistir nos próximos meses, poderá fazer com que a confiança dos empresários caia”, disse Anthony Saglimbene, estrategista-chefe de mercado da Ameriprise.
Mesmo com o número ruim, Trump voltou a pressionar o Fed ontem para que baixe as taxas de juros em sua próxima reunião, em 18 e 19 de março. “As taxas de juros devem ser reduzidas, algo que deve acontecer com as tarifas iminentes!”, escreveu ele, na Truth, sua rede social.
O presidente do Fed, Jerome Powell, não pareceu incomodado. “As pessoas podem ficar tranquilas, pois continuaremos a fazer nosso trabalho e tomar nossas decisões com base no que está acontecendo na economia”, disse Powell na Comissão de Finanças na Câmara ontem (mais informações nesta página). Segundo ele, o Fed fez um “grande progresso” para conter a inflação. “Mas ainda não chegamos lá”, disse.
Segundo economistas, taxas de juros mais baixas são improváveis no curto prazo. “A incerteza política generalizada em razão da política de comércio exterior provavelmente alimentará as crescentes expectativas de inflação para os próximos meses”, disse Joe Brusuelas, economista-chefe da RSM.
Outra iniciativa que pode piorar a inflação é a política de deportação em massa de imigrantes. Com menos força de trabalho, os salários podem aumentar e os consumidores terão de pagar por eles.
Para o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, o dado de janeiro deve ser levado em conta para as projeções de todo o ano. “Este é um solavanco bem significativo”, disse o executivo regional – alguns Estados americanos têm sua autoridade monetária e seus representantes integram o colegiado do Fed.
Reação
“Esta é uma notícia ruim para todos os envolvidos: o governo, Trump e Fed”, disse Douglas Holtz-Eakin, presidente do American Action Forum, uma consultoria conservadora.
Trump deve muito de sua vitória em novembro à inflação que incomodou quase todo o governo de Joe Biden. Ontem, o republicano disse que o índice de janeiro seria culpa do antecessor. “Presidentes recebem crédito e culpa por coisas que acontecem sob seu comando, e isso é sob o comando dele (Trump). Essa é a realidade política”, disse Holtz-Eakin.
Criticado por Trump, presidente do Fed diz que não vai renunciar
Em audiência na Comissão de Finanças da Câmara, ontem, o presidente do Fed (o banco central americano), Jerome Powell, afirmou que não vai renunciar ao cargo caso haja um pedido de Donald Trump. “Não”, disse ele, ao ser questionado se deixaria a cadeira do Fed.
Powell foi indicado por Trump, em 2017. O ex-presidente Joe Biden, em 2021, o manteve no cargo para um segundo mandato, que expira em maio de 2026.
No entanto, o republicano parece ter mudado de ideia em relação às competências de Powell para o cargo. Desde o ano passado, ele tem criticado a política monetária adotada pelo Fed e pede um corte de juros, que agora está cada vez mais improvável.
Especialistas dizem que a demissão de um presidente do Fed não é algo trivial. Seria preciso um longo processo, que passaria por uma comissão do Senado, que teria de provar que Powell agiu de má-fé ou foi ineficiente.
Em entrevista recente, ao ser indagado se o titular da Casa Branca poderia demiti-lo, Powell foi mais sucinto: “Não é permitido por lei”.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
Na entrevista coletiva que concedeu em 30 de janeiro, o presidente negou peremptoriamente que seu governo e o País estejam enfrentando sérias dificuldades fiscais. Houve uma escalada. Na esteira da nova política de comunicação, o negacionismo relacionado à questão fiscal mudou de patamar.
Os interessados em avaliar por conta própria a extensão da escalada podem e devem assistir ao trecho curto que tem início no 63º minuto do vídeo da entrevista, disponível no YouTube.
A pergunta, muito oportuna, foi feita pela jornalista Delis Ortiz, da Rede Globo. “O senhor entende que cumpriu a necessidade de contenção de gastos para o equilíbrio fiscal de longo prazo? Porque o problema do mercado não é hoje. É daqui para frente. O que a gente quer saber é se o senhor considera que cumpriu a necessidade de baixar o rombo fiscal?”
A resposta foi espantosa, para dizer o mínimo. “Não existiu rombo fiscal. Rombo fiscal existiu no governo passado. [...]No nosso não houve. Aliás, se não fosse o Rio Grande do Sul, nós teríamos feito superávit, pela primeira vez, em muitas décadas. [...]Quero que as pessoas tenham certeza de que neste governo não haverá irresponsabilidade fiscal. Meu histórico é a prova disso. [...]Eu não tento discutir aquilo que meia dúzia de pessoas querem. Eu quero discutir aquilo que interessa à maioria das pessoas. É gerar emprego, é gerar renda para essas pessoas.”
Os fatos negados e renegados saltam aos olhos. O reles déficit primário quase zero, de 2024, a que Lula se refere, ficou muito aquém do esforço fiscal necessário para impedir que a dívida do setor público continue a aumentar de forma alarmante. De 72% do PIB, em 2022, para 86% do PIB em 2026. São essas as proporções do rombo fiscal que Lula deixará. E que, na entrevista, jurou não existir.
Não se trata de autoengano. O governo sabe perfeitamente de tudo isso. A ideia é bem outra. É, sem qualquer recato, partir para a mistificação grotesca e deslavada, sob o velho mito de que, “em eleição, a gente faz o diabo”.
A palavra de ordem no governo, já em modo eleitoral avançado, é negar de forma incisiva e reiterada que o descontrole do endividamento público sequer exista. E continuar brandindo o déficit primário quase zero como suposta prova irrefutável disso.
Pode até ser que, por algum tempo, a “maioria das pessoas” possa ser iludida. O problema, na longa travessia até a disputa presidencial, será a reação da “meia dúzia de pessoas” a que o presidente alude. Poderá ser um deus nos acuda.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, relativizou o indicativo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que irá aplicar tarifas recíprocas para parceiros comerciais dos EUA – citando como exemplo o etanol brasileiro.
“É natural governo dos EUA querer avaliar seu comércio exterior”, disse Alckmin a jornalistas na sede do ministério. “O Brasil não é problema comercial dos Estados Unidos. A balança comercial nossa é equilibrada, com um pequeno superávit de US$ 200 milhões no caso de bens. Nós não somos problema comercial”, diz.
Alckmin afirmou que, dos dez produtos mais exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, quatro têm tarifa zero. Por outro lado, oito dos dez produtos que os EUA mais vendem para o País não pagam taxa, segundo o vice-presidente.
De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a lista dos dez itens mais exportados inclui, por exemplo, óleos brutos de petróleo, semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, café, gasolinas e carnes desossadas. Já a relação dos importados tem, entre outros, gás natural liquefeito, óleos lubrificantes sem aditivos, partes de turborreatores e naftas para petroquímica (veja lista completa abaixo).
Ele reforçou que o memorando que indicou novas tarifas não é especificamente sobre o Brasil, mas seria um documento mais “genérico” – nessa lógica, não haveria uma discriminação contra o País.
Questionado sobre o etanol, citado especificamente pela Casa Branca no memorando desta quinta, o vice-presidente afirmou: “É importante ressaltar que o etanol no Brasil é de cana de açúcar. Então, ele descarboniza mais, ele tem um terço a menos de pegada de carbono. E, quando a gente analisa o açúcar, ele tem uma cota. E quando sai da cota, é 90% o imposto de importação para entrar nos EUA; não é 18%, é 90%.”
Alckmin também disse que reciprocidade não é taxa igual para os dois lados. Nesse raciocínio, pode haver variações de acordo com os produtos que os países desejam comercializar. “A intenção do governo brasileiro é o diálogo com as autoridades dos Estados Unidos”, reiterou o vice-presidente.
Na segunda-feira, Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% sobre aço e alumínio importados pelos EUA. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para o País
Alckmin voltou a defender cotas de exportação para o aço em vez do aumento de tarifas. Segundo ele, não haveria negociações para cotas de outros produtos.
Não há motivos para temer, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o melhor neste momento é “aguardar”, quando questionado sobre o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre imposição de tarifas de reciprocidade. Haddad afirmou que não há motivos para o Brasil temer e reiterou que a reciprocidade deve ser um princípio a ser “observado pelos dois países”.
Questionado se o fato de Trump não ter especificado um prazo para imposição das tarifas poderia sinalizar espaço para negociação, Haddad disse que “possivelmente sim”, mas reforçou que é necessário aguardar, já que não faz sentido complicar “o que está funcionando bem”. “A maneira como estão sendo anunciadas as medidas é um pouco confusa ainda. Então, nós temos que aguardar para ter uma ideia do que é concreto, do que é efetivo e levar em consideração”, disse.
Haddad reforçou que não há motivos para o Brasil temer, já que a balança comercial entre ambos os países é superavitária para a economia norte-americana. “A balança é superavitária para os Estados Unidos, considerados bens e serviços. No caso de bens, ela é equilibrada, praticamente equilibrada. Então, não há muita razão nem para nós temermos, porque não há um parceiro que está importando muito do Brasil e exportando pouco. Ao contrário. Então, vamos com cautela avaliar o conjunto das medidas que vão ser anunciadas”, avaliou.
O ministro disse que, a partir do momento em que tiver um balanço sobre o que de fato os Estados Unidos irão fazer, o governo fará uma radiografia para considerar as medidas. Enquanto isso, segundo Haddad, a área econômica, sobretudo o MDIC, está fazendo um balanço das relações comerciais para que “a reciprocidade seja um princípio a ser observado pelos dois países”.
Monitor Digital - RJ 14/02/2025
Apesar das tensões geopolíticas e do crescente protecionismo comercial, as empresas internacionais estão a aprofundar os seus compromissos na China à medida que 2025 se desenrola, demonstrando o apelo do país para aqueles que procuram permanecer competitivos a nível global.
A Megafábrica da montadora norte-americana Tesla em Shanghai começou a produzir baterias de armazenamento de energia na terça-feira. No início deste mês, a Toyota anunciou planos para estabelecer uma fábrica de veículos elétricos de propriedade integral no centro econômico do leste da China. Em janeiro, foi iniciada a construção das novas instalações de fabricação e pesquisa da Siemens Healthineers em Shenzhen, no sul da China.
A lógica por trás destes investimentos por parte dos líderes industriais globais é clara: a China continua a ser um mercado vital com um potencial de crescimento significativo.
Com a sua classe média em expansão, a posição da China como potência económica global torna difícil ignorar o seu vasto mercado. Em 2024, o produto interno bruto (PIB) do país atingiu um recorde de 134,91 trilhões de yuans (cerca de US$ 18,81 trilhões), marcando um aumento anual de 5%. Sendo a segunda maior economia do mundo, a China oferece oportunidades que são difíceis de encontrar noutros lugares.
A cadeia de abastecimento da China tornou-se cada vez mais sofisticada e completa. O seu ecossistema de produção altamente competitivo e avançado continua a atrair investimentos de alto valor e intensivos em tecnologia.
Além disso, o conjunto de talentos da China, especialmente a sua abundância de engenheiros, reforça a confiança das empresas multinacionais no estabelecimento de centros globais de investigação e desenvolvimento. A transformação do país num centro de inovação é particularmente evidente em indústrias como a dos veículos eléctricos e das baterias de iões de lítio. À medida que a China constrói um sistema industrial moderno, acelera os esforços para desenvolver novas forças produtivas de qualidade, criando novas oportunidades para as empresas globais.
A China continua empenhada em abrir e promover uma cooperação vantajosa para todos. O mercado nacional tornou-se cada vez mais acessível e uma série de medidas foram tomadas para incentivar o investimento estrangeiro. Nos últimos anos, a China fez progressos significativos na promoção de uma abertura de elevados padrões, incluindo a redução da lista negativa para o investimento estrangeiro, a eliminação de todas as restrições aos investidores estrangeiros na indústria transformadora e a expansão da abertura unilateral aos países menos desenvolvidos. Os resultados destes esforços refletem-se no aumento de 9,9% no número de empresas recém-criadas com financiamento estrangeiro na China no ano passado.
Além disso, as autoridades chinesas fizeram da expansão da abertura econômica de alto padrão uma prioridade fundamental para 2025. Durante uma reunião executiva na segunda-feira, o Conselho de Estado aprovou um plano de ação para estabilizar o investimento estrangeiro este ano. A reunião apelou a medidas mais práticas e eficazes para atrair capital estrangeiro, sublinhando o compromisso da China em criar um ambiente favorável aos negócios.
Apesar dos desafios colocados pela politização das questões económicas e comerciais no Ocidente e pela lentidão do investimento global, a abertura de alto nível, a vitalidade econômica e a expansão da base de consumidores da China continuam a torná-la um destino de investimento de topo.
De acordo com o Índice de Confiança do Investimento Direto Estrangeiro Kearney de 2024, que mede as expectativas dos investidores em relação ao IDE nos próximos três anos, a China saltou do sétimo para o terceiro lugar nas classificações globais, liderando todos os mercados emergentes.
Como observaram muitos executivos multinacionais: “A próxima China ainda é a China”. Numa era de incerteza e instabilidade, uma coisa permanece clara: investir na China é um movimento estratégico para aqueles que procuram garantir o seu futuro.
Agência Brasil - DF 14/02/2025
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira (13) projeções macroeconômicas para o país em 2025. De acordo com a pasta, a inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo principalmente em razão de um cenário climático melhor, de safras recordes, e do fim da reversão do ciclo do abate de bovinos.
“A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, uma safra muito favorável de arroz e feijão, vão ajudar [a conter] os preços de cereais, leguminosas, derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar preço de frutas e hortaliças, entre outras”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.
Carne
O comportamento do preço da carne em 2025, de acordo com a subsecretária, terá um papel central no resultado da inflação da alimentação. O preço do produto deverá desacelerar em razão do fim da reversão do ciclo do abate - período em que as vacas são destinadas ao abate, após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado - que aumentará a oferta de animais para o mercado.
“O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então a tendência é de desaceleração desses preços [em 2025]. Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, esse ano, essa inflação deve desacelerar. Então nós estamos vendo tudo isso ajudando na [contenção da] inflação de alimentos”, acrescentou Raquel Nadal.
A subsecretária frisou que os preços do café e do leite subiram em 2024 impactados pelas estiagens e queimadas no segundo semestre do ano. Já a inflação no preço da laranja ocorreu, segundo ela, devido ao greening, doença que prejudica a produção de cítricos.
O maior choque nos preços de alimentos no ano passado, de acordo com a subsecretária, veio em razão da reversão do ciclo de abate de bovino, de agosto em diante. A queda no abate, somado ao forte crescimento das exportações em 2024, levou a uma alta de mais de 19% no preço das carnes bovinas.
“A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% ao invés de 8,2% em 2024. Nesse cenário, a inflação cheia teria fechado 2024 dentro da meta, em 4,5%”, destacou Nadal.
Para 2025, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA), variação similar à observada em 2024.
Infomoney - SP 14/02/2025
Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian interromperam uma alta de dois dias nesta quinta-feira, conforme preocupações com as tarifas dos EUA para o aço e possíveis impostos da Índia superaram os problemas de fornecimento da Austrália Ocidental.
O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com perda de 1,52%, para 808 iuanes (US$110,87) a tonelada.
O minério de ferro de referência de março na Bolsa de Cingapura caiu 1,59%, para US$106,1 a tonelada, depois de atingir o valor mais alto em quase quatro meses na quarta-feira.
“Os investidores estão preocupados com um possível efeito dominó desencadeado pelas últimas tarifas de Trump”, disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures.
A Índia poderia impor um imposto temporário de 15% a 25% sobre o aço da China em um prazo de seis meses, devido ao “sério desafio” enfrentado pelos produtores domésticos com as importações baratas após as novas tarifas de Trump, disse o ministro do Aço, H.D. Kumaraswamy.
Isso ocorreu depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas pesadas sobre as importações de aço e alumínio, o que, segundo especialistas do setor, poderia agravar o aumento das importações, à medida que os exportadores buscam enviar seus produtos para a Índia.
Trump também disse que imporia tarifas recíprocas já na noite de quarta-feira, aumentando os temores de uma guerra comercial global cada vez maior.
Os atritos comerciais podem perturbar o mercado de minério de ferro, já que tarifas adicionais podem agravar as preocupações com as exportações, disse a consultoria chinesa Hexun Futures.
Tempestades afetaram os embarques australianos do minério, restringindo a oferta, acrescentou a Hexun.
Os embarques da Austrália deverão cair ainda mais depois que Port Hedland, o maior centro de exportação de minério de ferro do mundo, fechou na quarta-feira, enquanto os portos de Dampier e Varanus Island estarão fechados na quinta-feira.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
A Tesla, de Elon Musk, inaugurou uma enorme fábrica de baterias de US$ 200 milhões em Xangai na terça-feira, 11, perto de sua Gigafactory de fabricação de automóveis, aprofundando o investimento da empresa na China, mesmo com seu CEO atuando em um governo que está travando uma guerra comercial com Pequim.
Musk tem estado ocupado em Washington - ele está liderando o esforço do presidente Donald Trump para remodelar radicalmente o governo federal por meio de seu serviço DOGE dos EUA - e não compareceu à cerimônia na China.
Mas a nova fábrica ressalta sua posição incomum à medida que as tensões econômicas entre os Estados Unidos e a China aumentam.
“Se ele não estiver jogando bem no limite, Elon Musk não se sente confortável, então ele está em seu elemento”, disse Michael Dunne, consultor do setor automotivo da China, acrescentando que isso reflete a crença aparente de Musk de que ele inovaria mais rápido do que todos os outros, mantendo-o em boa posição na China.
“Essa é a posição de onde ele planeja navegar no que se tornará águas cada vez mais turbulentas”, disse Dunne.
Essas águas agora incluem um conflito comercial cada vez maior.
A China implementou tarifas na segunda-feira, 10, sobre as importações de carvão, gás natural liquefeito e outros produtos dos EUA em retaliação à decisão de Trump, na semana passada, de impor uma tarifa adicional de 10% sobre todos os produtos chineses.
Pequim também lançou recentemente investigações antitruste sobre o Google e a Nvidia, a gigante dos chips de inteligência artificial (IA), e colocou na lista negra a PVH, a gigante da moda dos EUA que possui marcas como Tommy Hilfiger e Calvin Klein.
E em um movimento amplamente visto como um esforço para conter o domínio da China no mercado global de aço, Trump assinou uma ordem executiva na segunda-feira impondo tarifas de 25% sobre todo o aço e alumínio importados.
A fábrica de armazenamento de energia da Tesla, inaugurada oficialmente na terça-feira, está preparada para produzir 10 mil baterias, que a Tesla chama de Megapacks, anualmente, e foi construída em apenas sete meses. Foi necessário um mês de negociação com o governo de Lingang, uma zona de produção em Xangai, de acordo com um comunicado à imprensa de Lingang.
“Testemunhamos a incrível velocidade de Xangai e da Tesla mais uma vez. Estou entusiasmado com o fato de essa fábrica dar início a um ano empolgante para a Tesla”, disse Michael Snyder, vice-presidente da montadora, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.
A Tesla não respondeu aos pedidos de comentários.
As baterias gigantes, que se assemelham a contêineres, ajudam as empresas de serviços públicos e grandes projetos comerciais a suavizar a demanda de energia em uma rede e fornecer eletricidade em momentos de pico de demanda ou apagões. Um Megapack, de acordo com a Tesla, armazena energia suficiente para abastecer cerca de 3,6 mil residências por uma hora.
Essa é a primeira fábrica de Megapack da Tesla fora dos Estados Unidos - a empresa opera uma fábrica de armazenamento de energia na Califórnia, que também é capaz de produzir 10 mil pacotes por ano, de acordo com o site da Tesla.
A liderança da China no setor global de baterias torna o país um local natural para a expansão da empresa, segundo analistas.
“Não há lugar melhor para fabricar baterias no mundo, em termos de escala, qualidade e custo, do que a China atualmente”, disse Dunne. “Desde o início até a fabricação de células de bateria, a China tem um controle avassalador sobre o setor.”
A Tesla já tem uma grande presença na fabricação de carros na China. Sua Gigafactory em Xangai, inaugurada em 2019 e que abastece os mercados chinês e internacional, produziu seu carro de número três milhões em outubro. A China é o segundo maior mercado da Tesla, depois dos Estados Unidos.
Pequim estava ansiosa para receber a fabricação de carros da Tesla, dizem os especialistas, em parte para impulsionar seu próprio setor de veículos elétricos domésticos e sua cadeia de suprimentos.
Esse esforço funcionou: A Tesla agora enfrenta uma forte concorrência de fabricantes de automóveis nacionais como a BYD, que a ultrapassou na produção de veículos elétricos em 2024. A Tesla ficou apenas em 10º lugar entre as marcas de automóveis em números de vendas na China no ano passado, de acordo com a China Passenger Car Association.
A cobertura da mídia estatal chinesa sobre a mais nova fábrica da Tesla tem sido extremamente positiva. O The Paper, um veículo estatal, saudou a inauguração como uma representação da “velocidade da Tesla” e da “velocidade de Xangai”, bem como uma “situação vantajosa para a Tesla e Xangai”.
A Xinhua publicou fotos da cerimônia de abertura, mostrando trabalhadores com capacetes e coletes refletivos posando em frente a um fundo vermelho brilhante. Também mostrou imagens de drones do local da fábrica, que abrange 200 mil metros quadrados, de acordo com a mídia estatal.
Zhang Xiaohan, especialista em mercado de armazenamento de energia da empresa de consultoria APCO Worldwide, sediada em Pequim, disse que os artigos brilhantes se devem à posição da Tesla em “ajudar a cadeia de suprimentos local a se fortalecer e se consolidar” em armazenamento de energia e EVs.
“Diante dessa guerra tecnológica ou econômica entre os EUA e a China, a Tesla ainda é uma marca muito notável e positiva na China”, disse ela.
O próprio Musk é extremamente popular na China, onde recebe as boas-vindas dos líderes em tapete vermelho e é aclamado por sua perspicácia nos negócios. Em uma viagem a Pequim em abril, por exemplo, o primeiro-ministro Li Qiang se reuniu com Musk e chamou as operações da Tesla na China de “um exemplo bem-sucedido de cooperação econômica e comercial entre a China e os EUA”.
A China está ansiosa para usar a Tesla como exemplo em um momento em que a Câmara Americana de Comércio em Xangai relata a diminuição do otimismo entre seus membros em relação ao mercado chinês.
Alguns comentaristas chineses expressaram a esperança de que Musk possa levar esse espírito de cooperação entre os EUA e a China para Washington e servir como um intermediário diplomático à medida que a guerra comercial se intensifica.
Esperava-se que Trump e o líder chinês Xi Jinping conversassem na semana passada após a implementação das tarifas americanas, mas não houve nenhuma palavra oficial sobre qualquer acordo para evitar uma guerra comercial total. Trump disse a Bret Baier, da Fox News, que conversou com Xi nas semanas seguintes à sua posse em 20 de janeiro, mas um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse na terça-feira apenas que os dois conversaram em 17 de janeiro.
Se Trump e Xi começarem a negociar - como fizeram os líderes do Canadá e do México para evitar as tarifas gerais - Musk poderá desempenhar um papel importante na formação da agenda, disse Wu Xinbo, acadêmico de relações internacionais da Universidade Fudan, em Xangai.
No entanto, embora Musk argumente que “a dissociação é desnecessária e irrealista”, disse Wu, seu impacto será limitado pela lista de falcões da China no governo de Trump.
“Não é uma tarefa fácil para ele desempenhar um papel nas relações sino-americanas atualmente”, disse Wu.
Valor - SP 14/02/2025
Marca da VW AG planeja reduzir quadro de funcionários de duas unidades com medidas voluntárias, como aposentadoria antecipada e indenização, além de “abordagem restritiva” em novas contratações
A Porsche AG reduzirá sua força de trabalho em 1.900 funcionários até o final da década, em resposta à fraca demanda por veículos elétricos e às “desafiadoras condições geopolíticas e econômicas”.
A marca de luxo controlada pela Volkswagen AG planeja reduzir o quadro de funcionários em duas unidades alemãs por meio de medidas voluntárias, como aposentadoria antecipada e pacotes de indenização, e adotará uma “abordagem restritiva” para novas contratações, disse na quinta-feira. A meta é reduzir o quadro de funcionários em Zuffenhausen e Weissach em 15% até 2029.
A Porsche está lidando com queda na demanda por veículos elétricos e estava entre as principais montadoras a recuar em suas metas nesse modelo no ano passado. Os desafios para dar o salto para carros elétricos custaram caro à fabricante do 911 na China, onde as entregas caíram, aumentando a pressão para cortar custos. A empresa terá um golpe de 800 milhões de euros (US$ 831 milhões) este ano, vinculado ao desenvolvimento de produtos, com mais motores de combustão e modelos híbridos plug-in.
Um acordo de segurança de emprego permanece em vigor para todos os funcionários alemães até 2030, o que significa que medidas voluntárias serão empregadas até lá. Os cortes, relatados anteriormente pelo Stuttgarter Zeitung, seguem uma decisão de parar de renovar contratos de trabalhadores temporários.
A demanda fraca por veículos elétricos supostamente levou outras marcas de propriedade da Volkswagen a considerar atualizações adicionais em suas linhas de motores de combustão. A VW pode atualizar modelos mais vendidos, incluindo o Golf hatchback e os utilitários esportivos T-Roc e Tiguan na década de 2030, e a Audi está tendo discussões semelhantes sobre o modelo compacto A3, informou o Handelsblatt na quarta-feira (12), à noite.
“A Volkswagen não mudou seus planos de eliminar o motor de combustão na Europa até o início da década de 2030 e reagirá com flexibilidade a possíveis mudanças de mercado”, disse a marca, em comunicado por e-mail.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
As diferenças entre os governos do Brasil e da Argentina no campo político não trouxeram prejuízos para as montadoras de automóveis brasileiras, que encontraram um ambiente favorável, como há muito tempo não se via, para colocar seus produtos no país vizinho. As compras da Argentina estão salvando as exportações de veículos do Brasil, compensando a forte queda nos pedidos do México. A cada cinco carros vendidos na Argentina no ano passado, dois foram importados do Brasil.
No total, mais de 166 mil veículos foram exportados pelo Brasil ao mercado argentino em 2024, volume com o qual a indústria faturou US$ 2,58 bilhões (R$ 14,8 bilhões). O volume exportado, além de superar em 50% o total de 2023, é o maior em quatro anos. Já o valor, 60% superior ao do ano anterior, corresponde ao maior faturamento desde 2018, quando o montante foi de US$ 4,61 bilhões (R$ 26,5 bilhões). Os dados foram extraídos do Comex Stat, o sistema de estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Mesmo longe de igualar o fluxo de um passado nem tão distante — em 2017, o volume de carros brasileiros que entraram no país foi três vezes maior —, as exportações ao parceiro do Mercosul foram suficientes para puxar uma reação considerada pelas montadoras como uma grata surpresa. Da queda de 28,3% acumulada até junho, os embarques de veículos, na soma de todos os destinos, terminaram o ano passado com um recuo de apenas 1,3%, conforme números da Anfavea, a entidade que representa as montadoras de automóveis.
Das 398,5 mil unidades exportadas, 40% foram para a Argentina, que voltou a ser o principal destino dos veículos brasileiros no exterior, à frente do México, cujo recuo nas compras de 25% derrubou a sua participação para 24%.
As transformações em curso tanto na economia quanto na indústria argentina estão por trás desses números. A reversão do déficit comercial — no ano passado, as exportações do país superaram as importações em US$ 18,9 bilhões — mais os US$ 5,4 bilhões liberados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em dois acordos dentro do plano de estabilização do país ajudaram a diminuir o maior obstáculo no comércio com a Argentina: a escassez de dólares.
As reservas internacionais da Argentina, que estavam em US$ 21 bilhões antes de o presidente Javier Milei tomar posse, chegaram a ultrapassar os US$ 32 bilhões após um ano de governo. Na segunda-feira, 10, as reservas acumulavam US$ 29,5 bilhões.
Milei também eliminou duas causas de dor de cabeça para as empresas que fazem comércio com a Argentina. De um lado, logo no início do mandato, acabou com a exigência de licenças para a entrada de produtos importados no país, facilitando assim o comércio. De outro, deu fim, ao imposto sobre as operações de câmbio, que recaía inclusive sobre as compras de divisas para pagamento de produtos e serviços do exterior. Agora, o país busca com o FMI nova injeção nas reservas para eliminar as cotas de compra de dólares.
Por ora, o governo Milei não surtiu os mesmos efeitos nas demais indústrias que fornecem para a Argentina. Apesar do forte crescimento dos automóveis, principal produto vendido ao país, as exportações do Brasil para a Argentina caíram no ano passado 17,6%, para US$ 13,8 bilhões, quando somados todos os produtos. Se desconsideradas da conta, as exportações de soja, que tiveram em 2023 um boom atípico por conta da quebra de safra na Argentina, essa queda é diminuída para 6,8%.
No caso das montadoras, porém, a resposta mais rápida às medidas de abertura comercial está relacionada à estratégia setorial de usar a capacidade instalada na Argentina, bem inferior à do Brasil, para a produção de carros maiores, como picapes e sedãs grandes. Já o Brasil, como parte desse sistema de complementação produtiva, fica encarregado de produzir os carros compactos, que têm maior volume e preços mais baixos.
“A Argentina se especializou em veículos maiores, já que não tem a capacidade de produção do Brasil. A indústria deles também é menos competitiva. Nesse sentido, a Argentina se especializou em segmentos de volume menor, e daqui importam carros de volume com valor agregado normalmente menor”, explica o consultor Milad Kalume Neto.
Assim, os carros brasileiros, também contando com um câmbio mais competitivo, aproveitam em posição privilegiada a retomada engatada pelo mercado argentino no segundo semestre do ano passado.
“O mercado (na Argentina) teve realmente uma reação muito forte, e começa 2025 também muito forte”, comenta o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. “Apesar da queda na maioria dos demais países, as nossas exportações ficaram praticamente no ‘zero a zero’ em 2024. E isso foi graças à Argentina”, acrescenta.
Segundo o presidente da Anfavea, as compras de carros na Argentina, entre nacionais e importados, devem superar as 500 mil unidades em 2025, aproximadamente 100 mil a mais do que os volumes registrados nos últimos dois anos, quando o consumo ficou estacionado em pouco mais de 400 mil veículos.
De acordo com Federico Servideo, presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo (Camarbra), o consumo está crescendo rápido porque houve um represamento no mercado. Com a disparada dos preços nos primeiros meses do governo Milei, o consumidor preferiu esperar e agora está voltando. “Durante o segundo semestre, o poder de compra dos argentinos começou a se recuperar. Também começou a aparecer mais crédito”, observa Servideo.
Ainda que tenha uma visão otimista sobre o crescimento das vendas no país, Marcio de Lima Leite, da Anfavea, pondera que a Argentina pode se tornar o próximo alvo de ataque dos carros elétricos chineses. A preocupação se deve à eliminação, a partir deste mês, do imposto de importação para até 50 mil veículos eletrificados com valor de nota fiscal no porto de até US$ 16 mil.
“Em função de instabilidades na política e na economia, e por ter um mercado de baixo volume, a Argentina não estava no foco dessas empresas (chinesas). Mas, com o crescimento do mercado, e agora a redução das tarifas, vamos ter, sim, uma nova configuração. A tendência é de aumento das importações extrazona (fora do Mercosul) na Argentina”, comenta Leite.
Veja - SP 14/02/2025
As montadoras que atuam no Brasil liberaram cerca de 274 bilhões de reais para financiamentos de veículos ao longo de 2024, um aumento de quase 29% em relação ao montante registrado no ano anterior. O dado, que superou as expectativas do setor, é do balanço anual da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF). Em 2023, o crescimento foi de 9%, evidenciando o bom resultado do ano passado. “Os subsídios oferecidos pelas montadoras às suas financeiras foram muito importantes para a performance do setor. Além disso, outro ponto positivo foi manter os indicadores de inadimplência em um patamar de estabilidade”, diz Paulo Noman, presidente da entidade. Para 2025, a ANEF projeta um aumento de 8,5% no total de recursos liberados, alcançando 297 bilhões de reais, dada a alta taxa de juros praticada no país.
O saldo total das carteiras também aumentou, chegando a 484 bilhões de reais, aumento de quase 16% em relação a 2023. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) continua o preferido dos compradores, alcançando praticamente o total de financiamentos. A inadimplência apresentou uma queda de 0,3 pontos percentuais para Pessoas Físicas e 0,7 pontos percentuais para Pessoas Jurídicas. As vendas financiadas para veículos leves, chegaram a 46% do total em 2024, subindo seis pontos percentuais em relação a 2023. As vendas à vista, por sua vez, apresentaram queda no ano passado, saindo de 56% para 50% do total. No caso de caminhões e ônibus, as vendas financiadas tiveram um pequeno decréscimo, indo de 41% para 40%, enquanto as vendas à vista aumentaram de 23% para 25%.
O Estado de S.Paulo - SP 14/02/2025
A Honda Motor e a Nissan Motor oficializaram nesta quinta-feira, 13, em comunicado conjunto, o fim das conversas pela fusão das operações. As duas montadoras haviam anunciado a intenção de combinar os negócios no fim do ano passado.
O diálogo entre as empresas, no entanto, logo entrou em colapso. A Honda aceitou inicialmente realizar a fusão em termos equivalentes com a rival, mas depois passou a pretender transformar a Nissan em uma subsidiária.
A mudança de planos irritou o Conselho de Administração da Nissan, segundo uma pessoa familiarizada com as negociações.
No comunicado, as duas montadoras informaram ainda que vão manter a parceria voltada à tecnologia automotiva anunciada em agosto.
Histórico
A Honda e a Nissan assinaram, em dezembro de 2024, um acordo de intenções para dar início formal às negociações para a fusão das duas empresas. O objetivo inicial era discutir a combinação de suas operações sob uma holding, com um plano para concluir a fusão em agosto de 2026.
O acordo foi visto como uma salvação para a Nissan em particular. A Honda mantém um lucrativo negócio de veículos de duas rodas, mas ambas as montadoras estão lutando sob o peso da difícil e cara transição para veículos elétricos e carregados de software.
A Honda e a Nissan apresentaram o negócio como uma forma de compartilhar o ônus financeiro, desenvolvendo e investindo juntas em veículos de última geração. A Nissan vende mais de três milhões de veículos por ano, enquanto a Honda vende quase quatro milhões. Uma fusão os posicionaria como o terceiro maior grupo de montadoras do mundo, atrás da Toyota e da Volkswagen.
Agência Brasil - DF 14/02/2025
Projeção da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) prevê que o setor vai crescer em torno de 2,8% em 2025. "Sinaliza um ano de oportunidades para o crescimento sustentável da indústria de materiais de construção, impulsionado por investimentos, novas tecnologias e processos produtivos, além de estímulos a programas de Estado, como habitações de interesse social”, disse, em nota, Rodrigo Navarro, presidente da associação.
Navarro destaca, porém, que o setor precisa estar atento e trabalhar muito para enfrentar os desafios trazidos pela conjuntura econômica envolvendo taxas de juros, inflação e endividamento das famílias, que afeta o consumo e a demanda do mercado imobiliário.
Em janeiro, o faturamento das indústrias de materiais deve apresentar retração de 0,2% em comparação ao mês de dezembro, estima a pesquisa Índice, elaborada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação a janeiro de 2024, há expectativa de que deva ocorrer aumento de 0,6%.
Revista Ferroviaria - RJ 14/02/2025
Em nota à Agência iNFRA, a VLI informou que “as negociações referentes à renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica seguem em curso nos órgãos reguladores e no Ministério dos Transportes e são naturais em um processo de tamanha proporção e relevância”.
Ainda de acordo com o texto: “A VLI enxerga que o tempo decorrido no processo, iniciado em 2015 e submetido a audiências públicas e coletas de sugestões da sociedade, tem como consequência uma proposta madura, equilibrada nos aspectos operacional e econômico, de amplo espectro e com um volume expressivo de investimentos a serem feitos ao longo dos próximos anos.
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Desde 2011, a VLI já investiu mais de R$ 14 bilhões, em valores corrigidos, diretamente na FCA. Esse valor corresponde a mais do que 100% do caixa gerado na operação da concessão.
Foram realizados, ainda, investimentos para a construção e a modernização de terminais integradores que conectam o modal rodoviário ao ferroviário, aumentando a eficiência da logística de cargas como grãos, açúcar, fertilizantes, celulose, insumos e produtos siderúrgicos, minérios, entre outras.
Um novo ciclo de concessão, com um contrato mais equilibrado e sustentável, permitirá a continuidade desses aportes, com reflexos diretos no fortalecimento da infraestrutura ferroviária nacional, no aumento da circulação de riquezas produzidas no país via FCA e na vida de milhões de pessoas, beneficiadas por obras de resolução de conflitos urbanos, entre outros impactos positivos”.
Negociações continuam, diz secretário-executivo
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, disse à Agência iNFRA que as negociações com a FCA continuam e que há chance de se chegar a um entendimento com a companhia para a renovação.
De acordo com ele, as negociações para renovação de ferrovias são complexas porque o ministério está enfrentando e solucionando problemas de grande monta que se acumularam em três décadas de concessões ferroviárias no país.
Lembrou ainda que houve uma mudança na diretriz dessas renovações em relação ao que estava sendo feito pelo governo anterior, com erros que levaram a valores subestimados para os investimentos no setor ferroviário.
“Não é um processo fácil, mas estamos realizando encontros e temos confiança de que é possível”, disse o secretário-executivo da pasta.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/02/2025
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais expediu em 10 de fevereiro de 2025, o licenciamento ambiental para a construção do Terminal Ferroviário de Bação (TFB), da Cedro Participações, em Itabirito (MG). O empreendimento ocupará área útil de 10,77 hectares no distrito de São Gonçalo do Bação.
O projeto, desenvolvido pela Bação Logística S.A., que conta com a participação J.Mendes e a Herculano, prevê uma nova rota para o transporte de minério com previsão de redução da circulação de carretas no distrito de São Gonçalo do Bação. O novo trajeto utilizará a estrada Pico de Fábrica, propriedade da Vale, seguindo pela ITA-330 em direção ao Ribeirão do Eixo até chegar ao terminal ferroviário.
O documento emitido pela Semad inclui as licenças de instalação e operação e tem validade até 10 de fevereiro de 2035. O TFB será integrado à malha da MRS Logística S.A. e deve gerar 100 empregos diretos. O projeto foi precedido por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2023 entre a empresa, o Ministério Público de Minas Gerais e o Estado de Minas Gerais, com medidas para mitigar impactos ambientais e culturais.
A expectativa do setor minerário é de que o TFB se torne uma alternativa eficiente para o escoamento da produção mineral, contribuindo para a redução do tráfego pesado nas rodovias federais que cortam a região.
O TFB localiza-se na Estrada Camargo Correa e está sujeito ao cumprimento de condicionantes específicas detalhadas no documento de licenciamento emitido pela Semad. O empreendimento também deverá manter registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais.
Em seu site, o TFB informa que seu objetivo é facilitar o transporte de cargas sólidas a granel pela ferrovia MRS Logística S.A., em uma área já utilizada pela Ferrovia do Aço há mais de 30 anos.
Além disso, explica que busca fortalecer os laços com a comunidade local antes mesmo de iniciar sua atuação, a fim de fortalecer os valores e propósitos da empresa, ao aproximar-se das áreas vizinhas ao terminal para entender as necessidades da comunidade e estabelecer uma relação de responsabilidade social através de desenvolvimento socioeconômico, bem-estar, cultura e lazer.
Globo Online - RJ 14/02/2025
O transporte público do Rio vem perdendo muitos passageiros. Nos últimos cinco anos, a redução alcançou 21,7%, com o número de usuários caindo de 147 milhões para 115 milhões por mês. E o impacto foi em trens, metrô, barcas e ônibus, segundo a Coppe/UFRJ. Nesse cenário, na contramão de cidades desenvolvidas, que priorizam trilhos, no Rio a falta de planejamento tem levado a privilegiar o transporte rodoviário, com investimentos desiguais em infraestrutura, descentralização da bilhetagem e políticas de subsídios e tarifas muito diferentes.
A primeira edição do ano do Caminhos do Rio, que acontece na próxima terça-feira, a partir de 9h30, terá como tema “O futuro sobre trilhos”. No evento — realizado pelos jornais O GLOBO e EXTRA, com patrocínio da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) —, autoridades e especialistas vão debater os desafios e as respostas para garantir um transporte público eficiente e acessível para a mobilidade no Rio. A mediação será do jornalista Rafael Galdo, editor da Editoria Rio do GLOBO.
O evento será no auditório da Editora GLOBO, na Rua Marquês de Pombal 25, no Centro. As inscrições para participar do seminário são gratuitas e podem ser feitas através do link https://oglobo.globo.com/ projetos/caminhosdorio/
O futuro do transporte de massa
A abertura do seminário terá a participação remota de Ignacio Vázquez, CEO do Metrô de Madri. Já o primeiro painel, sobre "O futuro do transporte de massa", terá como debatedores Washington Reis, secretário estadual de Transporte e Mobilidade Urbana; Guilherme Ramalho, presidente do MetrôRio; e Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes.
Para Quintella, “o transporte urbano sobre trilhos é a única forma de melhorar a mobilidade nas grandes cidades”:
— Os trens e metrôs são os únicos modos de transporte de alta capacidade e devem ser a espinha dorsal da mobilidade urbana das metrópoles. O Rio de Janeiro carece urgentemente de fortes e permanentes investimentos em trens e metrôs, sob pena de tornar a vida de seus cidadãos insuportável, com congestionamentos intermináveis e baixíssima qualidade de vida.
Guilherme Ramalho considera urgente e fundamental o debate sobre a melhoria do sistema de transporte público:
— Um sistema de transporte eficiente, acessível e de boa qualidade é essencial para a melhoria da qualidade de vida, para a atração e geração de empregos e para o fomento do desenvolvimento econômico e social.
O presidente do MetrôRio cita ainda o desafio da transição energética:
— Precisamos reduzir a emissão de gases poluentes nas grandes cidades e, para isso, temos que agir agora. No Rio, acredito que temos hoje uma grande oportunidade para redefinir as políticas públicas voltadas para a mobilidade urbana, priorizando os transportes coletivos e sustentáveis. Tomando as medidas corretas, podemos ter um sistema integrado, acessível e abrangente, suportado por uma política contínua de investimentos. As nossas decisões de hoje vão moldar o Rio de Janeiro dos próximos 20 anos.
O desafio da tarifa única
Na mesa 2, "O desafio da tarifa única", estarão presentes Adolpho Konder, presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp); Joubert Flores, presidente do Conselho Administrativo da ANPTrilhos; Edmar de Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-Rio; e Lucas Costa, diretor de Estruturação de Projetos da CCPAR.
Joubert Flores lembra que o transporte público é um direito social:
— A perda de passageiros que enfrentamos exige uma reflexão por parte dos tomadores de decisão. Tempos de viagem e custo da tarifa são as percepções de maior valor para os usuários dos sistemas. Organizar, otimizar e integrar as redes, além de custear uma tarifa social justa e acessível, pode ser a saída, que certamente também trará contribuição na questão da sustentabilidade.
Valor - SP 14/02/2025
Com custo total de US$ 332 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,9 bilhão ao câmbio atual, seis navios serão entregues até 2028
Silvia Migueles, diretora de logística: “Conceito é ter frete mais competitivo” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
A Braskem colocou em operação o primeiro navio de uma frota própria que será dedicada ao transporte internacional de suas principais matérias-primas, nafta e etano. Com custo total de US$ 332 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,9 bilhão ao câmbio atual, os seis navios que atenderão ao complexo petroquímico da Braskem Idesa, no México, e às centrais base nafta no Brasil trarão redução de gastos com frete e garantia de disponibilidade, num momento em que os estaleiros têm se dedicado mais à construção de embarcações para contêineres do que para líquidos e gases.
Todos os navios serão financiados pela norueguesa Ocean Yield, via leasing, com prazo de 15 anos. Mas a Braskem tem opção de compra ao fim dos contratos. “O conceito é ter frete mais competitivo, ser mais eficiente e ser mais sustentável, gerando menos emissões”, diz a diretora de logística da Braskem, Silvia Migueles.
O primeiro navio, “Brillant Future”, está dedicado ao transporte de etano dos Estados Unidos para o complexo mexicano da Braskem, e recebeu investimentos de US$ 80 milhões. Construído pela chinesa Yamic, tem 188 metros de comprimento e capacidade para 19 mil toneladas por viagem.
A segunda embarcação da frota da Braskem, similar ao “Brillant Future”, será entregue em junho e fará a mesma rota. Equipados com motor bicombustível, os navios podem usar tanto óleo de bunker quanto o próprio etano como combustível, resultando em uma redução de 40% das emissões de gás carbônico.
Ambos chegam à Braskem às vésperas da inauguração do novo terminal de etano no México, que possibilitará à Braskem Idesa importar toda a matéria-prima que demanda para produção de polietileno e, futuramente, ampliar suas operações.
Outras quatro embarcações, que abastecerão as unidades da petroquímica no Brasil com nafta importada de diferentes regiões - Estados Unidos, Oriente Médio e África, entre outras -, entrarão em operação em 2028. Com custo unitário de US$ 43 milhões cada, terão de capacidade de transporte de 55 mil toneladas da matéria-prima.
A nafta ainda é a matéria-prima mais consumida pelas operações brasileiras da Braskem e, embora a Petrobras seja uma fornecedora relevante - além de acionista relevante da petroquímica -, hoje 60% já são importados. Por ano, as centrais no país demandam entre 4,5 e 5,5 milhões de toneladas do insumo.
De acordo com Migueles, a contratação dos seis navios já recebeu o aval do conselho de administração. Grandes petroquímicas globais, como Ineos e Reliance, têm frota própria para transporte do etano. No caso da Braskem, o investimento, no formato de leasing, não deve jogar mais pressão sobre o balanço da companhia. “A importação de nafta é crucial para as operações no Brasil. Hoje, a disponibilidade de navios maiores [para transporte desse tipo de carga] é muito baixa no mundo”, afirma o gerente de logística da Braskem, Eduardo Ivo Cavalcanti.
No ano passado, a petroquímica já havia se tornado uma Empresa Brasileira de Navegação (EBN) e deu início a operações próprias de cabotagem, com expectativa de economia de R$ 10 milhões ao ano. Mais adiante, o plano é ampliar o número de embarcações. Conforme os executivos, a Braskem não almeja ser autossuficiente ou prestar serviços para terceiros de navegação.
Petro Notícias - SP 14/02/2025
A distribuidora paranaense de gás natural Compagas vive um novo momento de sua história. No final do ano passado, como é de conhecimento do mercado, a empresa passou a ter uma gestão 100% privada – após a Compass, controlada pelo Grupo Cosan, comprar uma fatia de 51% da companhia. Além disso, ainda em 2024, a distribuidora também iniciou o seu novo contrato de concessão com o Governo do Paraná. Para os próximos 30 anos, a Compagas prevê investimentos de mais de R$ 2,5 bilhões. Depois de viver um ano marcante em 2024, a empresa se prepara para iniciar grandes projetos em 2025. É o que afirma o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Junior, nosso entrevistado desta quinta-feira (13). Ele afirma que uma das metas é ampliar a rede para atender a mais clientes e a mais cidades. “Um bom exemplo é a expectativa de operação nas cidades de Londrina e Maringá, no Norte do Paraná, com atendimento a biometano”, afirmou. Outro projeto importante é o início das obras de um gasoduto de 52 km desde Araucária para levar gás canalizado para a planta de biodiesel do Grupo Potencial, em Lapa. “As perspectivas da Compagas não apenas para 2025, como para os próximos anos, são bastante positivas. Com os investimentos anunciados, estamos preparados para seguir com a expansão da nossa rede de distribuição de gás canalizado de forma estratégica e sustentável”, acrescentou o executivo. Lamastra também destacou o papel do biometano e do gás natural na descarbonização e traçou caminhos para viabilizar a ampliação da presença desses combustíveis na frota nacional de veículos pesados.
Gostaria de iniciar nossa entrevista pedindo que faça um rápido balanço sobre o último ano da Compagas. Quais foram os principais destaques alcançados?
O ano de 2024 foi bastante desafiador para a Compagas e marcado por transições. A primeira que cabe destacar trata da alteração do controle acionário. Em setembro, a Companhia passou a integrar o portfólio da Cosan, com o controle acionário da Compass. Essa mudança faz com que a Compagas tenha uma gestão 100% privada, visto que contávamos desde o segundo semestre de 2023 com a participação da Commit, resultado da parceria da Compass e Mitsui, e, antes, com a própria Mitsui.
A partir disso, a experiência acumulada da Compagas, somada à da Compass, da Commit e da Mitsui, concede à empresa o potencial de criar um importante vetor de desenvolvimento de infraestrutura no Paraná, ampliando o acesso aos benefícios do gás canalizado e contribuindo com a segurança energética do estado.
Outro grande momento que merece ser registrado em 2024 é o início da vigência do contrato de concessão firmado com o Governo do Paraná para o serviço de distribuição de gás canalizado pelos próximos 30 anos. Esse novo contrato, que já está em andamento, prevê metas e investimentos de mais de R$ 2,5 bilhões para as próximas três décadas no estado e, deste montante, R$ 505 milhões serão aplicados já até 2029. Nosso objetivo é ampliar a rede de distribuição, interiorizar o atendimento, expandir nossa atuação para outras regiões do Paraná e incluir o biometano em nosso portfólio de suprimento.
Quais foram as primeiras ações dentro desse novo período de concessão?
Plano de expansão da empresa – clique para ampliar
Para os primeiros cinco anos da concessão, já iniciamos o trabalho em projetos estratégicos, como por exemplo, para o atendimento a região Norte do Paraná, especialmente nos municípios de Londrina e Maringá com o biometano – combustível 100% renovável e alinhado às metas de descarbonização e compromissos da agenda de sustentabilidade -, para a construção do gasoduto a partir do município de Araucária até a Lapa, para atendimento a fábrica do grupo Potencial, para o desenvolvimento de postos de abastecimento de veículos pesados em rotas estratégicas dos Corredores Sustentáveis, e principalmente para ampliar nosso atendimento nos mercados residencial, comercial e industrial em Curitiba e na Região Metropolitana.
Finalizamos o ano com resultados que refletem esse novo momento da Companhia. Ao todo, nosso investimento foi de mais de R$ 40 milhões, sendo 57% desse montante direcionado a projetos de conexões a clientes residenciais, comerciais e industriais, o que permitiu o aumento de 7% na base atendida pela companhia. Conectamos mais de 4 mil novos consumidores, e fechamos o ano com 58 mil clientes atendidos. Com mais clientes, temos mais rede construída, e com isso superamos a marca de 900 quilômetros de extensão nos 16 municípios atendidos.
Entendo que o ano de 2024 é um novo marco do início de uma jornada de expansão e desenvolvimento da Compagas no Paraná.
O setor de gás natural no Brasil está passando por intensas transformações. Se fosse consultado, quais seriam suas sugestões para melhorar ainda mais o ambiente de negócios nesse segmento?
Entendemos que o gás natural é o energético que vai facilitar a transição energética de diversos setores no país e que o biometano é o caminho mais rápido para a descarbonização de indústrias e frotas que necessitam de energias renováveis, aliando eficiência e tecnologia, com segurança energética. Por isso, trabalhamos em ações que visam a criação de políticas públicas voltadas a esses mercados.
Por exemplo, para que seja viabilizada a expansão dos Corredores Sustentáveis, não apenas no Paraná, mas em todo o país, é importante a criação de políticas públicas que destaquem o gás natural e o biometano como energéticos substitutos ao diesel na frota de veículos pesados, como caminhões e ônibus. Essa medida contribui não apenas com a redução das emissões dos gases de efeito estufa, como também, na menor poluição do ar e, de forma consequente, para a melhoria da mobilidade urbana e da qualidade de vida da sociedade. Tem -se ainda uma redução da importação de diesel, o que melhora a balança comercial do país e pode ser uma âncora para ampliar o consumo de gás no país.
Em se tratando do biometano, é possível destacar também o melhor aproveitamento de resíduos orgânicos, como os gerados pela agroindústria, transformando-os em energia e promovendo a economia circular.
Aqui no Paraná, dispomos de lei que estabelece um limite mínimo de consumo de biometano de 10 mil m³/dia e defendemos a remoção desse limite para incentivar o uso desse combustível renovável, que é mais limpo e sustentável e que contribui diretamente para o alcance de metas corporativas e governamentais relacionadas à redução de emissões e para a transição energética.
Além disso, trabalhamos de forma colaborativa com o Governo do Estado, em especial com a Secretaria de Planejamento, que conta com uma Superintendência de Energia e uma coordenação dedicada a atuar nas interfaces e ações em prol do desenvolvimento do biogás e do biometano no Paraná.
O cenário político e econômico internacional está passando por um momento de mudanças e tensões. De que forma isso pode impactar o mercado brasileiro de gás natural?
O mercado brasileiro tem grande influência do cenário internacional, em especial na precificação do gás natural, que acompanha, especialmente, as oscilações do petróleo tipo Brent e da taxa de câmbio. Essas variáveis, por consequência, são afetadas por movimentos como discussões geopolíticas e crises sanitárias, a exemplo do que vimos acontecer na pandemia, com a alta em mais de 100% do preço do gás natural. Estamos sujeitos a movimentos globais que afetam nossa economia de diversas formas e no que se refere ao gás, para que tenhamos um menor impacto, é fundamental a adoção de medidas que incentivem a produção nacional, seja de gás natural e de biometano.
O Brasil, em especial o Paraná, possui potencial para produzir biometano a partir de resíduos agroindustriais e pode contribuir localmente com a redução das emissões de combustíveis fósseis. Atualmente, 54% da produção nacional de biogás e biometano está no Paraná. Olhando para esta tendência, a Compagas tem como compromisso a inserção do biometano em sua rede de distribuição. Para isso, realizamos no ano passado duas chamadas públicas para a compra do combustível no estado e firmamos parceria com a empresa H2A para injeção na rede já a partir de 2025.
Mapeamos os principais clusters produtivos do Estado, identificamos as principais regiões onde há maior demanda pelo gás canalizado e projetamos em nosso plano indicativo de investimentos as principais regiões que podem ser atendidas no horizonte do contrato de concessão em vigência. Essa é uma forma de aproveitar a produção local para gerar desenvolvimento e infraestrutura de gás canalizado no Estado, impactar positivamente a economia estadual e reduzir a dependência de pressões internacionais.
Quais são as perspectivas da empresa para os próximos anos?
As perspectivas da Compagas não apenas para 2025, como para os próximos anos, são bastante positivas. Com os investimentos anunciados, estamos preparados para seguir com a expansão da nossa rede de distribuição de gás canalizado de forma estratégica e sustentável. Nossos acionistas têm bastante experiência nesse trinômio que une investimentos, eficiência operacional e de gestão financeira, e expansão dos serviços para mais municípios, localidades, clientes residenciais e negócios. Com a Commit na Diretoria Técnico-Comercial, por exemplo, é fundamental o compartilhamento de conhecimento. É uma companhia que já surgiu tendo no DNA a expertise de dois acionistas com muita experiência na gestão de negócio de distribuição de gás canalizado. Com isso, ganhamos em e consistência e eficiência para que possamos cumprir plenamente nosso plano de negócios com mais agilidade.
E especificamente em 2025? Quais são as principais metas da companhia para esse ano?
Apresentação do plano de investimentos da Compagas, realizada no ano passado
Para este ano o objetivo é concretizar alguns planos que envolvem a expansão no atendimento a mais clientes e a mais cidades. Um bom exemplo é a expectativa de operação nas cidades de Londrina e Maringá, no Norte do Paraná, com atendimento a biometano. Também está previsto o início das obras do projeto Lapa, para a construção de 52 km de gasoduto desde Araucária para levar gás canalizado para a planta do Grupo Potencial, que será o maior complexo de biodiesel do mundo a base de óleo de soja. E em Curitiba e na Região Metropolitana nosso time está avançando para conectar ainda mais clientes.
Temos um grande trabalho pela frente e metas desafiadoras, mas vemos um cenário de estabilidade regulatória e segurança jurídica – itens fundamentais para que possamos avançar para legar ao Paraná uma infraestrutura e serviços de canalizados capazes de contribuir para o desenvolvimento do Estado. Vamos com a certeza de que com o time unido e confiante teremos bons resultados a comemorar. Estamos otimistas.
Infomoney - SP 14/02/2025
A Brava Energia (BRAV3) anunciou nesta quinta-feira que assinou em 11 de fevereiro com a Trafigura contrato para a venda de 6 milhões de barris de óleo produzido pelo consórcio em Atlanta.
O consórcio é 80% da Brava, segundo fato relevante da companhia publicado ao mercado.
“O contrato prevê condições flexíveis que permitem compartilhamento de ganhos via combinações de carga, acesso a mercados específicos para o tipo de óleo de Atlanta e linha de financiamento competitiva. A precificação do contrato está atrelada a preços de referência de bunker de baixo enxofre no mercado internacional”, afirmou a empresa.
Valor - SP 14/02/2025
Se desenlace sobre a exploração da Foz do Amazonas não for bem conduzido, pode arruinar a imagem que Lula quer construir de condutor da agenda ambiental planetária
A COP30 desembarcará no Brasil envolta em problemas. A herança das conferências anteriores não é boa, e a mais recente, no Azerbaijão, não trouxe qualquer alento. Centrada no financiamento ao combate às mudanças climáticas, foi de impasse em impasse até a undécima hora, quando se decidiu elevar os recursos para países pobres e emergentes a US$ 300 bilhões, longe do US$ 1,3 trilhão que a maioria das 197 nações participantes desejava. As circunstâncias se tornaram piores para a reunião de Belém: Donald Trump assumiu o governo dos EUA, retirou seu país do Acordo de Paris e está dizimando a legislação de proteção ambiental doméstica.
Adversidades externas, como a ascensão de Trump, e domésticas, como a indefinição sobre o que fazer com a exploração de petróleo na Margem Equatorial, envolvem a cúpula de Belém. O aquecimento global é o denominador comum da urgência por soluções. O mundo caminha para o segundo ano de extremos de temperatura, em que o limiar de 1,5 C, estabelecido pelo Acordo de Paris, está sendo ultrapassado.
As últimas estatísticas colocam mais pressão sobre os países para que acelerem suas ações e impeçam que o pior aconteça. Há mais frustrações nesse ponto. A COP 30 reunirá as novas metas decorrentes da revisão quinquenal acordada. Até esta semana, apenas 12 países o fizeram.
Com exceção dos EUA e do Brasil, todos com demais têm peso pequeno nas emissões. O governo americano apresentou em 2024, sob o governo de Joe Biden, suas novas metas, de corte de 61% a 66% das emissões até 2035, em relação às medições de 2005. O país é o segundo maior poluidor mundial, mas as promessas feitas antes nada valem agora, diante da agenda de Trump.
A COP 28 fixou o objetivo de que os países deveriam contemplar ações para se afastar da dependência dos combustíveis fósseis. Embora seja incrível que fossem necessários 28 anos de reuniões para se chegar a essa decisão, ainda assim não é certo que ela prevaleça. Na COP29, as menções ao petróleo desapareceram. O aumento das emissões, na contramão da redução que já deveria estar ocorrendo, e a defesa de que a exploração de combustíveis fósseis é que garantirá a transição energética mostraram que os rumos das COPs seguem indefinidos.
A mesma controvérsia existe, com nuances, no Brasil, anfitrião da próxima COP. O governo Lula deixou de lado, por conveniência ou desleixo, o debate vital de explorar ou não o petróleo em uma região muito rica em biodiversidade e altamente sensível à exploração: a foz do Amazonas. O Ibama concedeu as primeiras licenças para blocos exploratórios na ponta leste da Margem Equatorial, no Rio Grande do Norte, em 2023, mas até hoje negou-as para o Amapá e adjacências. A descoberta de um mar de petróleo na vizinha Guiana atraiu a atenção da Petrobras e outras petroleiras.
O presidente Lula, diante da recusa técnica de concessão de licença para perfurações de pesquisa, elevou na quarta-feira o tom contra o Ibama, acusando-o de “lenga-lenga” e de parecer ser um órgão “contra o governo”. O parecer técnico do Ibama foi contrário às pretensões da Petrobras, e novas exigências foram feitas para a estatal, que diz tê-las cumprido. Novo veredito deve sair em março.
Lula já disse que tem vontade de explorar o petróleo na região, mas afirma corretamente que é preciso fazer os estudos antes. Também defendem a exploração políticos como o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), e o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo na Casa, que acreditam que os royalties promoverão o desenvolvimento dos Estados do Norte, embora não o tenham feito, cabalmente, nas demais regiões ricas em petróleo do país.
Apesar da controvérsia, a decisão final deveria se dar em bases técnicas, com bastante debate com a sociedade e sem pressão sobre o órgão técnico. É o que a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, defende, ainda que a Petrobras, o ministro Alexandre Silveira e agora Lula acreditem que a decisão deva ser essencialmente política.
A definição, porém, vem tarde demais e pode se tornar um enorme problema, com repercussões globais. O Brasil deveria ter resolvido a questão bem antes, pois agora o assunto se arrasta perto da COP, e seu desenlace, se não for bem conduzido, pode arruinar a imagem que Lula quer construir de condutor da agenda ambiental planetária. Nessa agenda, o governo é caudatário de Marina Silva e não o contrário, e uma repetição do desfecho ocorrido no passado seria um desastre (Marina era ministra nos dois primeiros governos de Lula e se opôs à construção das hidrelétricas no Amazonas; ela deixou o cargo antes do fim do segundo mandato).
Queda nas pesquisas, reeleição em risco, bilhões de reais potenciais a serem distribuídos a zonas sob influência de políticos poderosos formam uma confluência de interesses que vão contra um desfecho virtuoso e que deveria ser essencialmente técnico, visando ao desenvolvimento do país. Lula deveria decidir (mesmo sobre a fase de pesquisa) com base no que o Ibama apresentar e com o resultado de amplo debate público. Ao governo cabe indicar o rumo e arcar com as consequências.
Infomoney - SP 14/02/2025
Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 13, ainda pressionados pela possível paz entre a Rússia e Ucrânia, e pelo anúncio de tarifas recíprocas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Porém, o recuo foi limitado pelas incertezas sobre a permanência do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, bem como a elevação nas projeções de aumento da demanda em 2025 pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 0,11% (US$ 0,08), a US$ 71,29 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,21% (US$ 0,16), a US$ 75,02 o barril.
Nesta quinta, a commodity aumentou as perdas da sessão anterior com a possibilidade de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia promovidas pelo presidente Trump e com o anúncio de novas tarifas recíprocas pelo republicano. Peter Cardillo, da Spartan Capital, vê “fatores de demanda decorrentes dessas tarifas” contribuindo para o enfraquecimento do petróleo bruto, “no entanto, acreditamos que a extremidade baixa do nível de US$ 70 o barril provavelmente se manterá”.
Mais cedo, os Houthis, militantes do Iêmen, afirmaram que vão retomar ataques no Mar Vermelho se Israel continuar a ofensiva em Gaza, trazendo mais dúvidas sobre a estabilidade no Oriente Médio.
Enquanto isso, a AIE elevou levemente sua projeção para o avanço da demanda global por petróleo este ano e disse que a melhora de cumprimento de cotas de produção entre integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) está reduzindo um esperado superávit no mercado.
Globo Online - RJ 14/02/2025
O presidente Lula criticou, nos últimos dias, a demora do Ibama em conceder uma licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço para pesquisar petróleo numa área conhecida da chamada Margem Equatorial, no litoral norte do país. Mas onde seria perfurado este poço? E por que está gerando tanta disputa dentro do governo? Entenda, em quatro mapas, o que está em jogo.
NOVA FRONTEIRA PETROLÍFERA?
O poço FZA-M-59 fica na Margem Equatorial, área com grande potencial petrolífero que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. Esta área é formada por cinco grandes bacias sedimentares (como são chamadas as formações geológicas que podem ter reservas de petróleo): Potiguar, Ceará, Barreirinha, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. O poço em questão fica a 175 quilômetros da costa do Amapá e a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas.
A Petrobras alega que a região tem grande potencial e pode se tornar uma nova fronteira petrolífera para o Brasil. O Ibama vê a área como de grande sensibilidade ambiental por abrigar unidades de conservação e ter grande biodiversidade marinha.
LEILÃO DE PETRÓLEO EM JUNHO
A Petrobras tem planos para investir na área dentro do seu projeto Amapá Águas Profundas e aguarda o aval do Ibama para pesquisar o petróleo na região.
Além disso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) marcou para junho um leilão de vários blocos de petróleo que, entre outras, prevê 47 áreas na Bacia do Foz do Amazonas. A expectativa é que o aval do Ibama à Petrobras aia antes disso, para aumentar o interesse pelas áreas no leilão
A GUIANA
Na Guiana, em 2015, a Exxon Mobill fez uma grande descoberta de petróleo em águas profundas na mesma região geológica da Margem Equatorial brasileira.
A estimativa é que a reserva seja de 11 bilhões de barris de petróleo. A exploração petrolífera fez o PIB do país, um dos menores da América do Sul, crescer 62% em 2022
BACIA POTIGUAR
Em abril de 2024, a Petrobras anunciou uma segunda descoberta de acumulação de petróleo em águas ultraprofundas na Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá. Antes, em janeiro, tinha encontrado petróleo em outro poço, o Pitu Oeste, a 24 quilômetros dali.
O reservatório Anhangá é do tipo turbidítico, formação rochosa similar à das reservas de petróleo de Guiana e Suriname.
Canal Rural - SP 14/02/2025
A atividade econômica deverá ter alta de 2,3%. A estimativa anterior, em novembro, era de um crescimento de 2,5% do PIB. A queda poderia ser maior se não fosse a projeção de crescimento para as atividades agropecuárias, de 6%, levando em consideração os prognósticos da safra, dados preliminares de abate de bovinos para o quarto trimestre de 2024 e uma melhora da situação climática.
Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
De acordo com o ministério, a redução da estimativa de 2,5% para 2,3% para o ano está baseada, principalmente, na elevação dos juros, na desaceleração da atividade econômica no quarto trimestre de 2024 e no cenário conjuntural externo.
“A gente reduziu essa projeção, em parte, pesando o que a gente está vendo na política monetária. E, em parte, porque estamos vendo uma desaceleração mais acentuada da atividade agora no quarto trimestre de 2024. Então, no cenário de 2,3% estão incorporados esses dois elementos”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.
No entanto, ela ressalvou que o ministério incluiu nessa projeção do PIB a melhora nos resultados do setor agropecuário em razão das boas perspectivas para a safra de 2025.
Desaceleração da indústria
Por setor produtivo, a SPE espera uma desaceleração da indústria e dos serviços, parcialmente compensada pela aceleração da produção agropecuária.
Para a indústria, a previsão de crescimento em 2025 foi revisada de 2,5% para 2,2% em razão da desaceleração projetada para a indústria de transformação e para a construção, apesar da recuperação da indústria extrativa, sobretudo, em função da entrada em operação de novas plataformas de petróleo.
Para serviços, o ritmo de expansão projetado para 2025 pela secretaria caiu de 2,1% para 1,9%, principalmente como reflexo da desaceleração na criação de novos postos de trabalho e da redução no ritmo de concessões de crédito em função do patamar elevado dos juros.
Efeito Trump
Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, ainda é cedo para projetar os impactos da política comercial implementada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no crescimento brasileiro de 2025.
“É muito cedo para incorporar esse tema em qualquer cenário. Claro que você pode construir cenários alternativos e possíveis, mas nós temos ainda que entender melhor como isso vai ocorrer, em que prazo, quem vai ser mais afetado, quem não vai ser, isso ainda leva tempo para ter mais clareza sobre esse cenário. Então, hoje é muito difícil apontar possíveis impactos”, disse.
De acordo com Mello, até o momento é possível apontar apenas impactos setoriais, mas não macroeconômicos.
“Caso necessário, caso a gente enxergue que existe a necessidade de incorporação de algo no cenário macro, nós vamos incorporar no momento que nós tivermos essa convicção”, finalizou.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/02/2025
A safra agrícola de 2025 deve totalizar um recorde de 325,3 milhões de toneladas, 32,6 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 11,1%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro, divulgado nesta quinta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao terceiro Prognóstico da Produção Agrícola de 2025, houve um aumento de 0,8% na estimativa, 2,7 milhões de toneladas a mais.
A área a ser colhida na safra agrícola de 2025 deve totalizar 80,9 milhões de hectares, 1,8 milhão de hectares a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 2,4%, segundo o levantamento do IBGE divulgado nesta quinta.
Em relação ao terceiro Prognóstico da Produção Agrícola de 2025, houve um aumento de 0,6% na estimativa da área colhida, 472,1 mil hectares a mais.
Soja
A expectativa de uma nova safra recorde de soja tem ajudado a turbinar a projeção para a produção agrícola brasileira de 2025. A colheita da oleaginosa deve totalizar um ápice de 166,5 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 14,9% em relação a 2024.
Em relação ao terceiro prognóstico para a safra 2025, porém, houve uma retração de 0,6% no rendimento médio e de 0,4% na estimativa da produção, o que representou uma queda de 750,2 mil toneladas.
“Ainda assim, estima-se que teremos um incremento de 11,7% no rendimento médio anual, que deve alcançar 3.519 kg/ha, contribuindo para que o volume colhido da oleaginosa represente mais da metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País em 2025”, frisou o IBGE.
Clima favorável
Além da soja, o País deve colher neste ano mais milho, algodão, sorgo, arroz e feijão. São esperados aumentos em 2025 para a soja (alta de 14,9%, para um recorde de 166,5 milhões de toneladas) e o milho (8,2%, para 124,1 milhões de toneladas).
O milho 1ª safra terá alta de 10,0%, para 25,2 milhões de toneladas, e o milho 2ª safra terá aumento de 7,8%, totalizando 98,9 milhões de toneladas.
As projeções são de aumentos também para o arroz (8,3%, para 11,5 milhões de toneladas), feijão (10,9%, para 3,4 milhões de toneladas), algodão (1,6%, para um novo recorde de 9,0 milhões de toneladas) e sorgo (5,4%, para 4,2 milhões de toneladas). O trigo deve encolher 3,3%, para 7,3 milhões de toneladas.
“O clima está beneficiando as lavouras, embora as chuvas tenham demorado a chegar. Desde os meses de outubro e novembro, tem chovido bem, com exceção da Região Sul, que já apresenta algumas secas”, explicou Carlos Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, em nota.
Segundo o pesquisador, a estiagem atinge principalmente o Rio Grande do Sul, mas as perdas no Estado ainda não estão contabilizadas no levantamento de janeiro.
As equipes do IBGE ainda estão em campo para atualizar as estimativas nas divulgações seguintes.