Clipping Diário

14 | Outubro | 2024

SIDERURGIA

Globo Online - RJ   14/10/2024

O governo da Itália levou novamente ao governo brasileiro na semana passada sua preocupação com o Caso Ternium — ou seja, longa disputa judicial entre ac empresa ítalo-argentina e a CSN em torno da Usiminas, uma contenda bilionária de mais de uma década que já no STJ teve uma reviravolta surpreendente (e coalhada de lances para lá de inéditos) que beneficiou a siderúrgica de Benjamin Steinbruch.

Uma primeira abordagem já fora feita em maio por parte do ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, em conversa com Mauro Vieira.

Na quarta-feira, 9, Tajani, que também é vice-Primeiro Ministro, reuniu-se com Rui Costa na Fiesp durante 35 minutos. Expôs novamente seu espanto pela  mudança de entendimento do caso no STJ. Costa prometeu analisar o imbróglio, que hoje subiu ao STF.

Exame - SP   14/10/2024

Com a pressão da competição chinesa no Brasil, os Estados Unidos vinham se apresentando com um porto seguro para a Gerdau.

Agora, a rentabilidade no país, que já vinha numa tendência de “pouso suave”, arrisca perder mais momentum.

Ontem à noite, a concorrente Nucor anunciou uma redução de US$ 120 por tonelada nos preços de seus principais produtos. A medida, segundo a empresa, visa responder à pressão dos preços mais baixos justamente dos importados.

A empresa já vinha concedendo descontos nas últimas semanas e agora converteu as cotações mais baixas no preço de tabela.

Se a Gerdau tiver que acompanhar o movimento na América do Norte e aplique um desconto semelhante, o impacto pode ser relevante para o EBITDA do próximo ano.

Nas contas do Itaú BBA, uma redução menor, entre US$ 50 e US$ 100 por tonelada nos preços, pode resultar numa redução de US$ 200 milhões a US$ 400 milhões no EBITDA anual. É o equivalente a 9 a 17% da estimativa do banco para o resultado operacional em 2025.

As operações na América do Norte representam mais de 50% das receitas da Gerdau. Com novas incertezas no ar, a ação figura entre as maiores quedas da sessão desta quinta-feira, 11, recuando 2,92% a R$ 18,59.

O Itaú tem um preço-alvo de R$ 25 para 2025, o que representa um potencial de ganho de quase 34,5% em relação à cotação acima. A recomendação do banco é de compra.

De um recorde de 30% durante os anos de pós-pandemia, a margem EBITDA da Gerdau vem se normalizando com volumes progressivamente menores e descontos com o soft landing da economia americana. A previsão do BTG (do mesmo grupo de controle da Exame) é que ela chegue a 16% no terceiro trimestre deste ano.

Mas no Investor Day na semana passada, a direção se mostrou ainda confiante em relação às perspectivas para a região, tanto em termos de demanda, quanto em termos de manutenção das tarifas. (Na visão do mercado, contudo, cenário mais protecionista, via Trump poderia ser um gatilho para a companhia.)

CNN Brasil - SP   14/10/2024

A Nippon Steel anunciou nesta sexta-feira (11) que venderá por US$ 1 toda a sua participação de 50% na usina siderúrgica de Calvert para a sócia ArcelorMittal, se tiver sucesso em concluir a compra da U.S. Steel.

A quarta maior siderúrgica do mundo acredita que a venda será necessária para eliminar preocupações de autoridades de proteção da concorrência e que poderá ajudar acelerar a análise da compra da U.S. Steel pelo governo norte-americano, informou um representante de alto escalão da empresa.

A compra da U.S. Steel tem enfrentado oposição política nos Estados Unidos desde que foi anunciada em dezembro passado.

Tanto a vice-presidente dos EUA e candidata democrata à presidência, Kamala Harris, quanto o republicano Donald Trump dizem que apoiam a manutenção da U.S. Steel como uma empresa controlada por um grupo norte-americano.

O Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS) estendeu análise do negócio até o final de dezembro, ou após a eleição presidencial no início de novembro, e a Nippon Steel reapresentou seu pedido de aprovação da transação ao órgão.

A Nippon Steel disse nesta sexta-feira que o plano de vender sua participação na usina de Calvert, no Alabama, visa “abordar proativamente quaisquer preocupações antitruste” que possam surgir com a compra da U.S. Steel.

“Determinamos que a venda de ações é o caminho mais seguro para recebermos aprovação regulatória em tempo hábil para a aquisição da U.S. Steel”, disse Shigekazu Iwamoto, diretor executivo da Nippon Steel.

O executivo acrescentou que o plano da empresa de fechar o negócio com a U.S. Steel até o final do ano não foi alterado.

A Nippon Steel registrará uma perda consolidada de cerca de 230 bilhões de ienes (US$ 1,55 bilhão) na venda por US$ 1 da participação de 50% na usina de Calvert para a ArcelorMittal, disse a empresa, sem entrar em detalhes.

A usina produz 4,7 milhões de toneladas de chapas de aço por ano, principalmente para automóveis, gerando resultados saudáveis, disse a Nippon Steel.

“Mas estamos priorizando a aquisição da U.S. Steel, que supera a Calvert em escala de produção, para fortalecer nossos negócios na América do Norte”, disse Iwamoto, acrescentando que a capacidade anual de produção de aço bruto da U.S. Steel é de quase 16 milhões de toneladas.

Se a aquisição da U.S. Steel não for concluída por qualquer motivo, a venda “não será consumada e não haverá impacto sobre os resultados”, disse a Nippon Steel.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

Dos R$ 342 bilhões que o governo Lula destinou ao programa Nova Indústria Brasil (NIB), o BNDES vai cuidar de quase metade do total, ou R$ 260 bilhões. Até agosto, o banco de fomento havia repassado R$ 143,8 bilhões, com crescimento de 153% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022. A demanda por recursos da instituição pelo setor está forte, especialmente nas linhas incentivadas, de inovação e descarbonização, que têm juros menores. “Hoje temos mais demanda do que recursos”, diz José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES.

É uma fase de retomada do protagonismo ao financiamento industrial, depois do que Gordon chama de “destruição” da estrutura no banco voltada à área. Sem estarem presentes formalmente no escopo do BNDES no governo anterior, inovação e exportação voltaram ao centro da estratégia para política industrial, ao lado de renovação do parque fabril e sustentabilidade.

Por outro lado, o banco também está diferente de gestões petistas anteriores. “Houve um aprendizado, com um acúmulo de estudos sobre o BNDES, que se tornou muito mais transparente e criou uma área de acompanhamento de resultados”, diz Sergio Lazzarini, professor do Insper e um dos principais pesquisadores sobre o tema no País.

Mesmo assim, Gordon diz não ser possível falar que políticas industriais, como a dos campeões nacionais, deram errado. “O maior erro da política industrial é deixar de fazê-la”, diz. “Todos os países fazem política industrial e, quando ela não existe, não há como fazer correções de rumos em erros e acertos.”

Para ele, o banco ganhou maturidade e aprendeu no período. Ele considera, por exemplo, equivocada a visão de que o BNDES concorre com o mercado financeiro e de capitais, reclamação bastante comum à época das campeãs nacionais. O argumento era que os juros mais baixos praticados pelo banco de fomento impediam a entrada das instituições tradicionais na disputa por clientes e limitava o crescimento do setor.

Hoje, desses R$ 260 bilhões repassados pelo BNDES, 70% se dão a taxas de mercado. Os 30% restantes são basicamente os recursos subsidiados para inovação e descarbonização. “O BNDES tem de estar presente em inovação, em que dificilmente o setor privado atua por conta do risco”, diz.

BNDES soma menos de 1,5% do crédito do País

Além disso, os empréstimos feitos pelo BNDES hoje representam apenas 1,4% do crédito oferecido no País, porcentual que, segundo ele, não impacta a política monetária. “A história do BNDES ser concorrente do mercado não existe”, afirma. “Ao contrário: estamos ao lado dos bancos privados, de maneira complementar às necessidades de financiamento.” Como exemplo, ele cita a presença do BNDES nas emissões de títulos que financiaram grandes concessões, como a Nova Dutra e a Cedae, no Rio de Janeiro, ao lado da iniciativa privada.

Essa parceria tem acontecido também nos novos instrumentos financeiros usados pelo BNDES. Entre eles está a Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD), título de renda fixa isento de imposto de renda à pessoa física, aprovado em julho e que pode ser emitido apenas por bancos de desenvolvimento. Para Lazzarini, cabe um acompanhamento próximo sobre a renúncia fiscal em relação a esses investimentos, bem como às contrapartidas que serão exigidas.

Os recursos para os LCDs serão captados via mercado, bem como os green bonds, papéis que financiam projetos e atividades que tenham benefícios ambientais. “Essas captações em parceria com o mercado evitam qualquer pressão sobre o Tesouro”, diz ele.
Compras de participações priorizam startups e projetos de inovação

Já as compras de fatias de empresas (equities), via BNDESPar, também estão distantes das políticas dos governos petistas anteriores. Elas priorizam startups que desenvolvam projetos de inovação em áreas que precisem ser apoiadas e coerentes com o NIB. O BNDES tem lançado fundos para estimular setores específicos.

Além de minerais críticos, estão sendo priorizados os setores de biofármacos e transição energética. Para Gordon, a costura que amarra essas frentes é inovação, bem como uma coordenação de todo o governo para a oferta de financiamentos. Foi criado um grupo de trabalho no NIB que envolve BNDES, Embrapii, FINEP, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa. Com exceção de Banco do Brasil e Caixa, as outras instituições já anunciaram o volume de recursos que destinarão à política industrial, até 2026.

“A grande diferença é que, agora, o recurso estará disponível”, diz ele. Até então, as verbas do Finep, por exemplo, podiam ser contingenciadas, o que não acontece mais. “O empresário que quiser investir em inovação sabe que encontrará recursos disponíveis porque há uma política de desenvolvimento clara”, afirma.

Para ele, a expansão do agronegócio sustentou-se nesse tipo de previsibilidade, por décadas. “A indústria não conseguia ter a mesma perspectiva, o que gera muita instabilidade na decisão de investimento”, diz ele. “A gente precisa parar com a demonização da indústria, que é um grande gerador de empregos qualificados.”

Nos EUA, afirma, a maior parte dos postos de trabalho da economia é de serviços, porém, voltados ao setor industrial. “É um serviço de alta complexidade tecnológica e que precisa ser desenvolvido”, diz.

Exame - SP   14/10/2024

A China anunciou, neste sábado, 12, que vai recorrer massivamente à dívida pública, por meio de títulos especiais, para estimular a sua economia desacelerada e impulsionar o setor imobiliário e bancário.

O anúncio soma-se a uma série de medidas comunicadas nas últimas semanas, como a redução das taxas de juros, e visa fortalecer os bancos, apoiar o mercado imobiliário e incentivar o consumo.

A China também permitirá que os governos locais assumam mais dívidas para financiar a compra de terrenos urbanizáveis e, assim, estimular o mercado imobiliário há muito estagnado.

O ministro das Finanças, Lan Fo'an, não forneceu detalhes em coletiva de imprensa sobre os títulos especiais anunciados, mas disse que a China ainda tem espaço "para emitir dívida e aumentar o déficit" para financiar novas medidas.

Em 2023, a China teve um dos crescimentos mais fracos das últimas três décadas (5,2%), um número oficial que, no entanto, alguns economistas questionam.

Neste sábado, Lan disse que Pequim está "acelerando o uso de títulos do Tesouro adicionais, e títulos do tesouro especiais de ultralongo prazo também estão sendo emitidos para uso".

"Nos próximos três meses, um total de 2,3 trilhões de yuanes [cerca de US$ 325 bilhões ou R$ 1,8 trilhão] em fundos de títulos especiais poderão ser disponibilizados para uso em vários lugares", acrescentou.

Além disso, o governo chinês também planeja "emitir títulos governamentais especiais" para "melhorar a resistência ao risco e as capacidades de empréstimo" dos bancos comerciais estatais, com o objetivo de "servir melhor ao desenvolvimento da economia real".

Impulso imobiliário

O vice-ministro das Finanças, Liao Min, afirmou que serão emitidos títulos especiais para os governos locais adquirirem terrenos para fins urbanísticos, uma medida que deverá impulsionar o mercado imobiliário.

Esta iniciativa "ajudaria a reduzir a pressão sobre os governos locais e as empresas imobiliárias em termos de dívida e liquidez", explicou.

Pequim também incentivará a compra de propriedades comerciais existentes para serem transformadas em habitação a preços acessíveis.

No entanto, o fato de Pequim se ter abstido de especificar o montante destes estímulos fiscais adicionais gerou críticas entre os analistas.

"A mensagem principal é que o governo central tem capacidade para emitir mais títulos e aumentar o déficit fiscal e [...] o governo central planeja emitir mais títulos para ajudar os governos locais a pagar a sua dívida", disse Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

Pequim provavelmente "ainda está trabalhando nos detalhes", afirmou Heron Lim, da Moody’s Analytics, à AFP.

"Falta de previsão"

A incerteza econômica também pesou sobre o consumo. Julian Evans-Pritchard, diretor da seção de economia chinesa da Capital Economics, destacou a "notável ausência" de "qualquer menção a ajudas em grande escala aos consumidores".

"A falta de uma previsão para a dimensão do déficit orçamentário do próximo ano significa que ainda é difícil avaliar quanto será o estímulo fiscal e quanto tempo irá durar", observou.

O governo chinês afirmou que pretende crescer 5% este ano, um número que qualquer país ocidental gostaria, mas que está longe da expansão de dois dígitos que a economia chinesa sustentou durante anos.

Embora as medidas de estímulo para aliviar a incerteza econômica incluam a redução das taxas e a flexibilização das compras de habitação, os economistas dizem que é necessário mais do que isso.

Neste sábado, os principais bancos chineses anunciaram que reduziriam as taxas de juros das hipotecas existentes a partir de 25 de outubro, segundo a mídia estatal.

Com algumas exceções, como segundas hipotecas, "as taxas de juros de outras hipotecas elegíveis serão ajustadas" para não menos de 30 pontos-base abaixo da taxa de juros de referência do banco central, informou a emissora estatal CCTV.

Os bancos anunciaram que os ajustes "serão feitos de maneira uniforme... e os clientes não terão que solicitá-los", acrescentou a CCTV.

Esta semana, o banco central da China aumentou o apoio aos mercados ao liberar dezenas de bilhões de dólares em liquidez para as empresas comprarem ações.

Pequim disse que o mecanismo de "swap" de 500 bilhões de yuanes (cerca de US$ 70 bilhões ou R$ 393 bilhões) promoveria "o desenvolvimento saudável e estável do mercado de capitais".

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

Por mais que o presidente Lula diga o contrário, aumenta a deterioração das contas públicas.

O gráfico abaixo, elaborado pela consultoria Tendências, mostra que o rombo deste ano não será zerado pelo chamado arcabouço fiscal, como indica o governo, mas aponta para um buraco de R$ 78,1 bilhões, o equivalente a 0,7% do PIB.

O diretor da consultoria Tendências, Nathan Blanche, adverte que este é um resultado preocupante, não só porque estoura todas as metas do governo, mas, também, porque nada de relevante vem sendo feito para conter a escalada das “despesas obrigatórias”, como as da Previdência Social, as da área da Saúde e da Educação.

Ainda não dá para afirmar que a administração da dívida pública se encaminha para a situação de dominância fiscal, que é quando a política de juros perde a capacidade de controlar a inflação, mas alguns analistas começam a examinar seriamente essa possibilidade.

Em confronto com a decisão da Moody’s, a agência de análise de risco que acaba de promover a nota do título do Brasil e colocando-a em perspectiva de grau de investimento, na última sexta-feira a agência Fitch, uma das três grandes, avisou por meio de declaração do diretor sênior de Soberanos, Todd Martinez, que “o Brasil não tem condições de avançar mais uma casa rumo ao grau de investimento, perdido em 2015". Ele adverte que mais crescimento econômico não vem acompanhado de melhora das finanças públicas e põe em dúvida as promessas do governo de que cumprirá as metas fiscais deste ano.

Tanto o presidente Lula como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmam a intenção de sobretaxar os contribuintes com renda milionária. A ideia apresentada não é obter recursos extras para cobrir o rombo, mas para financiar o aumento da isenção do Imposto de Renda de R$ 2.258,20 para R$ 5 mil.

A proposta procura elevar a taxação de quem recebe altos volumes em dividendos, hoje isentos. Mas tromba com outro projeto do governo, que é o de enquadrar os dividendos como renda sujeita à tributação regular.

Não há garantia de que esse aumento de taxação seja neutro, ou seja, que não tenha por objetivo aumentar a arrecadação. Até agora, as tentativas do governo de conter o rombo fiscal concentraram-se no aumento das receitas, e não na redução das despesas.

Sobra uma esperança: o presidente Lula passou a valorizar de tal modo a obtenção de grau de investimento pelo Brasil, o que produziria forte aumento dos investimentos, que seria capaz de até mudar sua política e passar a atacar mais decisivamente as despesas públicas. Mas quem aposta nisso?

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

A equipe econômica aposta no crédito com garantias como forma de turbinar os empréstimos com taxas de juros mais baixas do que as praticadas no mercado - uma agenda que conta com o apoio do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Para isso, o governo mira quatro pilares: imóveis, veículos, previdência privada e o novo consignado privado, cuja proposta será enviada ao Congresso Nacional ainda neste ano (leia mais abaixo).

Segundo o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, a meta é cortar pela metade o chamado spread bancário, que é a diferença entre o juro que o banco paga para captar recursos e a taxa que ele cobra para emprestar aos clientes. Hoje, segundo Pinto, o spread médio do País está em 20%, mais do que o triplo da média internacional, que é de 6%.

“De um lado, a gente está reduzindo muito o custo para as empresas por meio da competição fora do sistema bancário (via mercado de capitais). Só que, para as pessoas físicas, os spreads continuam elevados. E é aqui que a garantia é extremamente relevante”, diz o secretário ao Estadão. “O rotativo e o cheque especial (duas linhas emergenciais que não têm garantia) puxam esse número lá para cima”, afirma.

O objetivo da equipe econômica é reduzir esse custo para 10% em um período de cinco anos. “Isso nos daria um ganho de 3% no nível do PIB (Produto Interno Bruto)”, diz Pinto.

Ele pondera que isso só será alcançado se o governo conseguir aprovar um pacote de mudanças regulatórias embutidas em oito projetos de lei. Os textos, pendentes de análise no Congresso, incluem alterações em regras dos setores bancário e de seguros e no mercado de capitais.

O tema também teve destaque nas falas do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante sabatina no Senado, na terça-feira, 8. Na ocasião, ele defendeu a expansão do crédito com garantia como uma das prioridades da instituição sob seu comando.

“Me parece que as pessoas, pelo acesso mais simples ao (crédito) rotativo, que não é exatamente o tipo de crédito desenhado para você usá-lo, mas a maioria está sempre usando, isso acaba acelerando ou aumentando o custo de capital”, disse Galípolo, referindo-se aos juros do cartão de crédito, o financiamento mais caro do País.

“O fato é: a gente precisa avançar nesta agenda (do crédito com garantias), que é uma das agendas prioritárias para os próximos ciclos do Banco Central”, afirmou.

A autoridade monetária aposta que o Drex, a futura moeda digital do País, ainda em fase de desenvolvimento, será um ponto-chave desse processo. Isso porque ativos digitais variados poderão ser oferecidos como lastro em transações de crédito, reduzindo os custos para o tomador.
Veículos, imóveis e consignado privado

Quatro áreas já estão com as legislações aprovadas ou engatilhadas e são as apostas da Fazenda para potencializar os empréstimos com garantia no curtíssimo prazo: veículos, imóveis, previdência privada e consignado do setor privado.

As três primeiras tiveram as regras ajustadas por meio de projetos de lei aprovados no ano passado e sancionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já o último, o consignado do setor privado, será alvo de projeto de lei a ser enviado ao Congresso até o fim deste ano, segundo Pinto.

O objetivo é pulverizar a modalidade - hoje concentrada em empresas maiores - entre trabalhadores de pequenas e médias companhias e em públicos que contam com oferta limitada ou inexistente do consignado, como por exemplo os empregados domésticos.

“Esse (trabalhador doméstico) é um público importante. Pessoas que se financiam em crediários supercaros do varejo ou no rotativo do cartão de crédito e que vão poder pegar esse novo tipo de financiamento”, diz Pinto.

A ideia é lançar uma plataforma, atrelada ao e-Social e ao FGTS Digital, que permita a concorrência entre os bancos na concessão deste crédito, sem a necessidade de realização de um convênio entre a instituição financeira e o empregador, como ocorre hoje.

No caso do crédito com garantia de imóvel, que passou por reformulação recente, dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) apontam um salto de 59% na concessão em agosto na comparação com o mesmo mês de 2023. Pinto frisa, porém, que se trata de um mercado ainda incipiente e que, por isso, o avanço ocorre em cima de bases relativamente pequenas.

A inovação, trazida pela nova legislação, permite que um mesmo imóvel seja usado como garantia em mais de um empréstimo. Antes, o imóvel ficava “preso” a um único financiamento até a quitação do crédito, mesmo que fosse uma operação de valor inferior ao bem. Agora, é possível fracionar o valor e, assim, obter lastro para diversos empréstimos.

O financiamento de veículos - que conta com a perspectiva de recuperação mais ágil da garantia, pendente de regulamentação pelos Detrans - também experimenta um crescimento expressivo neste ano. Segundo a B3, responsável pelo Sistema Nacional de Gravames (SNG), as vendas a prazo cresceram 22,9% no acumulado do ano até agosto, alcançando o maior patamar de veículos financiados desde 2012.

A expectativa da Fazenda é de que a recuperação desses bens, em caso de inadimplência, suba dos atuais 20% para algo em torno de 80% ou 90%, o que ajudará a reduzir o custo do crédito, porque os bancos vão cobrar menos para emprestar.

Apesar do salto nas concessões, as taxas de juros nessa modalidade ainda seguem estagnadas. Em outubro de 2023, os juros médios das operações de aquisição de veículos estavam em 16,98% ao ano para pessoa jurídica e 26,19% para pessoa física, segundo dados do Banco Central. No último mês de agosto, ficaram em 16,84% e 25,7%, respectivamente.
Previdência privada, um mercado de R$ 1 trilhão

Outra aposta da Fazenda é o crédito com garantia da previdência privada. Pinto afirma que a modalidade deve oferecer juros mais baixos em razão da natureza do lastro: são recursos depositados nos bancos em fundos, títulos de capitalização e seguros. “É um crédito superbarato porque já é dinheiro no banco”, afirma.

Nesta linha, o tomador de empréstimo oferece como garantia o valor que está depositado no seu VGBL ou PGBL ou no seu título de capitalização. Segundo Pinto, há R$ 1 trilhão depositados nos bancos, o que pode alavancar empréstimos na mesma proporção.

A vantagem para o tomador é que ele não precisará abrir mão do investimento para arcar com uma emergência ou necessidade de curto prazo, evitando a tributação que incide sobre o saque desse tipo de aplicação, que é normalmente regressiva — quanto mais cedo você saca, mais imposto paga.

Os bancos já operam nesta modalidade oferecendo taxas de juros ao redor de 1,10% ao mês — como comparação, a taxa de juros do crédito pessoal é de 5,3% ao mês. Em setembro, o Conselho Monetário Nacional e o Conselho Nacional de Seguros Privados baixaram normas para o compartilhamento automático de informações entre instituições financeiras.

Segundo Marcos Pinto, as operações que ocorrem hoje são majoritariamente feitas dentro de um mesmo conglomerado, ou seja, envolvendo uma seguradora e um banco de um mesmo grupo financeiro.

“Para baixar as taxas de juros mais ainda, a gente quer competição e daí teve todo um processo de regulamentação para que as seguradoras tenham as informações e o cliente possa tomar empréstimo em outro banco”, afirma Pinto.

O secretário espera que, com a troca de informações de maneira automática, essa linha de crédito com garantia avance mais rapidamente com taxas mais atrativas. A obrigação de compartilhamento de informações começa a valer em setembro de 2025.

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

O Brasil, tudo indica, está em trajetória que o conduzirá a uma severa crise fiscal. Sua origem está em uma cultura favorável à elevação de gastos, particularmente na classe política. As desastrosas decisões fiscais da Constituição são parte integrante desse processo. Os constituintes foram tomados de uma “euforia constitucional”, que os habilitaria a garantir direitos sociais para todos. Buscaram criar um Estado de bem-estar social típico de países desenvolvidos, mas não avaliaram se o País reunia condições para financiá-lo adequadamente.

Além disso, vincularam impostos a gastos com educação e saúde, o que não existe em nenhum país que leve a sério as finanças públicas. Perenizaram escolhas, esquecendo que as prioridades devem ser avaliadas anualmente. Imputaram às gerações futuras as custosas consequências. Níveis crescentes de despesas obrigatórias engessaram o Orçamento.

De 37% das despesas primárias da União em 1987, os gastos obrigatórios saltarão para 96% em 2025, como se verá adiante. A margem para gastos discricionários diminuiu drasticamente. Nos últimos 40 anos, os ajustes fiscais foram temporários. O atual arcabouço fiscal, a exemplo do teto de gastos, estabelece, para os casos que menciona, uma série de medidas de contenção de despesas, nos termos do artigo 167-A da Constituição. Todas são temporárias. Veda-se criar cargos, alterar a estrutura de carreiras, admitir pessoal, repor cargos de chefia, realizar concursos públicos, criar despesas obrigatórias e conceder ou ampliar incentivos fiscais. Parece um arsenal poderoso aos olhos de muitos, mas essas medidas não podem ser mantidas indefinidamente. Assim, o problema estrutural permanece.

A proposta de lei do Orçamento de 2025 indica que 91% dos gastos são nominalmente obrigatórios, mas se considera apenas desembolsos mandatórios pela legislação. Há outros que na prática têm a mesma natureza, como as emendas parlamentares, os pisos constitucionais de educação e saúde e o valor mínimo de investimento criado no atual governo. Por aí, a conta sobe para 96%. Restam apenas 4% para as despesas discricionárias. A tendência é piorar, dado que os gastos previdenciários e os Benefícios de Prestação Continuada sobem em ritmo superior ao das despesas discricionárias, o que se deve aos reajustes reais do salário mínimo – restabelecidos por Luiz Inácio Lula da Silva – e ao envelhecimento da população. À medida que se reduzir a margem de 4%, será cada vez mais difícil contingenciar gastos e bloquear dotações orçamentárias para cumprir metas fiscais. Faltará dinheiro para seguro rural, subsídios para a agricultura, o Programa Minha Casa, Minha Vida, ciência, tecnologia, cultura, manutenção de estudantes no exterior e outras.

O governo tem-se esforçado para cumprir metas fiscais, mas depende de aumentos da arrecadação, uma parte da qual será gasta obrigatoriamente em educação e saúde ou distribuída aos fundos de participação dos Estados e municípios (50% das receitas do Imposto de Renda e 60% do IPI). A elevação da carga tributária enfrentará crescente oposição do Congresso. Segundo estudo do Tesouro Nacional, as despesas obrigatórias consumirão 100% dos gastos primários em 2032. Para o Ministério do Planejamento, isso ocorrerá em 2027. Pode ser antes.

Essa dramática situação tende a induzir o governo a usar contabilidade criativa, seja para satisfazer o apetite populista de Lula por mais gastos, como se cogitou na ampliação do programa de subsídios ao consumo de gás, seja para permitir a mínima cobertura dos gastos associados às atividades básicas da União, incluindo as do Judiciário e das Forças Armadas. Mesmo que as manobras assegurem o cumprimento formal das metas, elas reduzirão a credibilidade do governo e das regras fiscais, e não evitarão o crescimento da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB), o principal indicador de solvência do Tesouro.

Sem medidas para restabelecer a flexibilidade na gestão do Orçamento, temos um encontro marcado com uma severa crise fiscal. Os ministros da área econômica reconhecem a necessidade de diminuir os gastos obrigatórios, mas são logo “aconselhados” a desistir. Lula e o PT não reconhecem o problema, enquanto o presidente inventou uma contabilidade esquisita, pela qual gastos com educação e salário são “investimento”, e, portanto, não se submeteriam aos limites da restrição orçamentária.

A tarefa de resolver a crescentemente insustentável situação fiscal tende a cair no colo do próximo governo. Dificilmente o atual enfrentará o problema. Pode ser, todavia, que não haja tempo para agir e que mergulhemos na crise. A exemplo do que aconteceu no passado, ela pode propiciar o ambiente para uma mobilização política e social em favor das reformas estruturais. Será preciso, todavia, dispor de liderança política transformadora para conduzir o processo. Rezemos.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2024

Embora continue sendo um desafio reduzir o déficit das contas públicas para pelo menos 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o mercado agora calcula uma chance maior de o governo chegar neste ano ao limite inferior da meta fixada no arcabouço fiscal. A distância ao objetivo foi encurtada pelo aumento da arrecadação, graças às surpresas positivas da atividade econômica, porém a meta exigirá algum aperto no cinto dos gastos na reta final do ano.

Nas contas do Santander, que passou a ver uma probabilidade superior a 50% de cumprimento da meta, o esforço fiscal para atingir o objetivo é de aproximadamente 0,2% do PIB. Em valores, cálculos feitos pela Instituição Fiscal Independente (IFI) apontam para a necessidade de superávit – ou seja, receitas superiores às despesas – superior a R$ 42 bilhões no último trimestre do ano. Se fizer isso, o governo conseguirá terminar 2024 com déficit de R$ 28,8 bilhões, saldo aceito pela regra fiscal.

Facilita o esforço o fato de parte das despesas já ter sido antecipada no primeiro semestre, caso, por exemplo, da antecipação entre maio e junho do décimo terceiro salário de aposentados. Também há motivação política para que o esforço seja feito, uma vez que, pelas penalidades do arcabouço, o estouro da meta levará a um menor espaço para gastos em 2026, ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente buscará a reeleição.

Já em relação ao ano que vem, haverá ainda o desafio de acomodar a expansão das despesas obrigatórias dentro do limite do arcabouço, que permite um aumento das despesas em, no máximo, 2,5% acima da inflação. O teto, se respeitado, implica uma redução relevante do impulso fiscal em 2025, conforme avaliaram analistas da Bradesco Asset Management em sua última revisão mensal de cenário.

Ainda que o último relatório da IFI, publicado há duas semanas, tenha apontado risco de descumprimento da meta, dada a deterioração da política fiscal, a diretora da instituição, Vilma da Conceição Pinto, acredita que o limite inferior do alvo será alcançado em 2024. “A pressão ficou nos meses iniciais do ano. Vários fatores vão ajudar o perfil da despesa primária neste último trimestre, mas não necessariamente por mudança estrutural das despesas”, comenta a economista.

Conforme Vilma, o cenário para o ano que vem tem desafios, porém haverá mais tempo para ajuste das despesas. “Lembrando que o governo tem trabalhado na agenda de avaliação de gastos de forma mais efetiva. Provavelmente teremos no ano que vem alguns resultados.”

Especialista em contas públicas do Santander, o economista Ítalo Franca calcula em torno de R$ 5 bilhões o bloqueio orçamentário que o governo precisará fazer no mês que vem, basicamente em razão do crescimento das despesas previdenciárias. “Aí chega muito próximo [da meta]. O problema é que vamos precisar de novos fatores extraordinários para continuar na trajetória de consolidação fiscal”, comenta Ítalo, ponderando que parte das receitas obtidas pela União em 2024 não são recorrentes.

Em relação ao ano que vem, a expectativa do economista do Santander é de o governo economizar R$ 18 bilhões com o pente-fino em benefícios sociais. Por ser menor do que a economia de R$ 25,9 bilhões prevista pela equipe econômica, a tendência, prevê Ítalo, é de um contingenciamento de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões já em março. “Ninguém quer fazer um aperto, mas vai precisar contingenciar.”

Ainda que a meta seja entregue, os questionamentos do mercado sobre a consistência dos resultados fiscais permanecem. Com a autorização de créditos extraordinários no combate a queimadas, o uso de fundos para reforçar programas sociais e a retirada do socorro ao Rio Grande do Sul dos limites fiscais, um volume expressivo de recursos é excluído do cálculo da meta, só que não da dívida pública. Pelas previsões de mercado, a dívida pública caminha para chegar em quatro anos a um nível só experimentado durante a explosão sem precedentes de gastos na pandemia, quando o endividamento do País ultrapassou os 87% do PIB. “O risco fiscal ainda está presente”, diz Vilma, da IFI.

MINERAÇÃO

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

O cenário futuro dos preços do minério de ferro considera vários fatores. Primeiro, o comportamento da demanda global futura, especialmente da China, maior importador da principal matéria-prima do aço. Nos últimos três anos, o consumo de aço no país caiu devido à desaceleração econômica, com destaque para o setor imobiliário, que absorvia cerca de 35% do volume consumido.

Os preços do minério não foram tão impactados porque siderúrgicas locais compensaram a desaceleração da demanda interna por aço com exportações acima de 90 milhões de toneladas em 2023, e projeções indicam mais de 100 milhões de toneladas em 2024. O governo chinês vem anunciando várias medidas de estímulo, como pacotes robustos de financiamento e refinanciamento de hipotecas de imóveis, visando reativar o setor da construção.

Outro fator para o mercado de minério é a evolução da oferta, que é o que regula o desenvolvimento de novas minas e a expansão das existentes. Cinco grandes produtores - Rio Tinto, Vale, BHP, grupo FMG e Anglo American - dominam mais de metade da produção global da commodity. Novas minas e expansões surgem no Brasil e em outros países.

A Bamin, mineradora na Bahia que tem um projeto para fazer 26 milhões de toneladas tem plano para entrar no mercado entre 2028 e 2029. No momento, a empresa trabalha para viabilizar o projeto integrado (mina-ferrovia-porto), com investimentos totais de R$ 30 bilhões, com um pacote de financiamentos públicos e a entrada de novos acionistas (ver matéria).

No médio prazo, o aumento de oferta de maior impacto é a mina gigante de Simandou, na Guiné, com início de operação previsto para 2026. Chamada de “Nova Carajás” (referência à mina brasileira da Vale), Simandou tem como acionistas a australiana Rio Tinto e grupos chineses. A mina poderá colocar no mercado mais de 150 milhões de toneladas quando atingir a plena operação.

Segundo analistas e especialistas, também poderá ajudar na sustentação dos preços o produto de qualidade elevada (alto teor de ferro e baixos contaminantes - alumina, sílica e fósforo). A Vale aposta nessa vertente em parcerias que vem desenvolvendo com clientes da siderurgia, com foco em minérios mais enriquecidos - na forma de aglomerados (pelotas e briquetes) ou de HBI (hot briqueted iron). Outras mineradoras também seguem esse caminho, adotando termos como “minério verde”, pelo fato de ajudarem a reduzir a geração de CO2 nas siderúrgicas.

Na mina Pedra de Ferro, da Bamin, o minério que está nas frentes de lavra com teor médio entre 28% e 32% é elevado a um produto final entre 65% e 69% após processo de beneficiamento e concentração. A divisão prevê cerca de 40% de sinter-feed (direct shipping ore-DSO) com 65,5% de ferro e 60% de pellet-feed para redução direta (PFRD), com 67% a 68% de teor. O mercado para esse tipo de minério é o que tende a crescer mais no futuro, e pagando prêmios por gerar menos 50% de CO2.

Atualmente, a cotação do minério é definida por operadores do mercado na região norte da China, onde está o grande cinturão siderúrgico do país, tendo por base um produto de referência - teor de ferro de 62%. O país dá as cartas na formação dos preços porque é o grande consumidor global do insumo, com importações de cerca de 1,2 bilhão de toneladas, além de contar com produção própria.

Os produtos com teores acima de 62% têm um prêmio para cada 1% a mais somado com baixo índice de materiais contaminantes no minério. A junção dos dois fatores pode resultar em prêmios na casa de US$ 5 por fração de 1% no valor da tonelada. O que resultaria cerca de US$ 30 a mais ao pellet feed com 68%. A isso se somaria também um prêmio por redução à metade de CO2 na fabricação do aço.

O preço da commodity de referência na China encerrou setembro cotado a US$ 108,50 a tonelada, puxado pelas medidas de estímulos à economia anunciadas pelo governo chinês na última semana do mês. Nesta quinta-feira, 10, o produto encerrou as negociações a US$ 104,25 a tonelada. O mercado está na expectativa de anúncio de novos estímulos à economia chinesa pelas autoridades de Pequim para dar sustentação aos preços, comenta Daniel Sasson, chefe da equipe de analistas de commodities do Itaú BBA.

O minério viveu um momento ruim em setembro: chegou a ser cotado a US$ 89,35 a tonelada, segundo a consultoria S&P Global Insight Commodities. Apesar disso, a média da cotação está em US$ 111,50. A equipe do Itaú BBA trabalha com média de US$ 107 a tonelada para 2024.

Para outro especialista do mercado, no curto prazo (quarto trimestre), a previsão de preço médio é de US$ 90 a tonelada. Em 2024, as projeções são mais otimistas: US$ 100 a US$ 110 a tonelada, ante cotação média de US$ 120 no ano passado. No entanto, as estimativas para o longo prazo variam de US$ 70 a US$ 90.

Preço e custo de logística faz Bamin parar extração preliminar de minério

Depois de uma operação considerada de preparação da mina, com descascamento do minério superficial, a Bamin está paralisada neste ano. A logística disponível - caminhão, trem da ferrovia FCA e porto não apropriado de Maragogipe (BA) para carga pesada e navios de pequeno porte - tornou a operação de exportação inviável, no atual patamar de preço de US$ 100 a tonelada (colocado na China), informou ao Estadão o diretor financeiro da companhia, Alexandre Aigner.

A empresa vinha produzindo menos de 1 milhão de toneladas por ano (fez 1,6 milhão entre 2021 e 2023) na mina Pedra de Ferro, gerando alguma receita para a Bamin, que acumula prejuízos vistos como naturais para uma empresa em fase pré-operacional. O produto, segundo a mineradora, foi “muito bem aceito” por usinas de aço devido ao seu elevado teor de ferro - acima de 65%. A Bamin chegou a vender também para a Vale (para misturar com minério de Minas) e Anglo American.

A vida útil da mina Pedra de Ferro, na configuração com a capacidade atualizada, é de cerca de 25 anos, uma vez que as reservas lavráveis certificadas, conforme informações da Bamin, são de 647 milhões de toneladas de minério (no todo, as reservas inferidas são de aproximadamente 1 bilhão de toneladas).

O plano de investimento na nova configuração da mina, de 26 milhões de toneladas ao ano, prevê aportes acima de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,55 bilhões), sendo grande parte em instalações de extração e beneficiamento do minério itabirito, além de abertura da mina, outros equipamentos e a construção de uma pera ferroviária (espécie de pátio) de cerca de 3 km para os trens acessarem a mina e serem carregados. Mas esse valor pode ficar 20% maior pela complexidade do projeto para se obter minério de alta pureza, de acordo com especialistas a par do assunto.

O objetivo principal da Bamin, hoje, é deslanchar seu projeto integrado nas três frentes - mina, ferrovia e porto - para as obras serem aceleradas ao mesmo tempo até meados de 2027. A empresa lançou um grande pacote com dezenas de contratos para as três frentes de obras, de US$ 3 bilhões. A previsão é até o final do ano receber as propostas técnicas e comerciais de fornecedores de equipamentos e serviços.

A garantia de recursos provenientes do BNDES, Banco do Nordeste do Brasil e Fundo da Marinha Mercante (FMM), mais capital dos acionistas (atuais ou novos), são vistos como fundamentais para completar o total de investimentos e dar partida ao projeto ainda em 2025 e ganhar ritmo a partir de 2026. A partir daí seriam 36 meses de implantação, para começar a embarcar minério no início de 2029.

Money Times - SP   14/10/2024

A Vale (VALE3) informou nesta sexta-feira (11) que aprovou em conselho a emissão de debêntures simples no total de R$ 6 bilhões.

As debêntures serão emitidas em três séries e terão prazos de 10, 12 e 15 anos, segundo o documento da mineradora encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Vale quer acelerar atividades, com mais produção e melhor comunicação, dizem analistas

O novo presidente-executivo da Vale, Gustavo Pimenta, buscará acelerar a estratégia da companhia, tendo como alguns dos principais focos recuperar capacidade de produção perdida de minério de ferro e melhorar a comunicação da companhia com autoridades e população brasileira em geral.

Tais mensagens foram passadas pelo executivo na última quarta-feira, em sua primeira reunião com analistas de mercado, após ter iniciado seu mandato no início do mês, segundo relatórios de alguns bancos, enviados a clientes.

“As mudanças mais notáveis parecem ser acelerar a estratégia comercial em minério de ferro em direção a produtos de maior qualidade e um impulso mais forte na eficiência/produtividade; e melhor comunicação sobre os benefícios da Vale para o Brasil, para autoridades e população em geral”, afirmaram analistas do Citi, em relatório.

Monitor Digital - RJ   14/10/2024

A Vale afirmou que concluiu a descaracterização do Dique 1A do Sistema Conceição, localizado em Itabira (MG). Esta é a 16ª estrutura a montante eliminada pela Vale, que completa, portanto, 53% do Programa de Descaracterização de Barragens a Montante1. A mineradora informou o fato em nota publicada nesta sexta-feira em seu site. A mineradora foi responsável por dois dos maiores desastres socioambientais do Brasil, as tragédias de Mariana, em 2018; e Brumadinho, em 2019. Que provou a morte de 272 pessoas e grande impacto ambiental.

Depois da tragédia de Brumadinho, foi sancionada a Lei Mar de Lama Nunca Mais, em 2019, que proíbe a construção de novas barragens a montante e determina a descaracterização das que já estão ativas. A empresa 97 barragens de mineração no Brasil, todas construídas pelo método a montante, e está eliminando-as por meio do processo de descaracterização. A empresa se comprometeu a eliminar 30 barragens em Minas Gerais e no Pará,

O método a montante é uma técnica de construção de barragens de rejeito que consiste em construir o corpo da barragem com o próprio rejeito. É o método mais antigo e econômico, mas também o menos seguro.

De acordo com a Vale, as obras de descaracterização do Dique 1A foram finalizadas antes do prazo previsto inicialmente, em dezembro de 2024. A partir de agora, a descaracterização passará pelo processo de avaliação e validação dos órgãos competentes, conforme legislação aplicável. “As ações previstas no plano de recuperação ambiental da área estão em andamento”, destacou a nota assinada por Murilo Muller, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores. “A Vale tem avançado de forma consistente em seu compromisso de eliminar todas as suas barragens com alteamento a montante no Brasil”, frisou.

Para a execução do programa, a Vale diz ter investido mais de R$ 9 bilhões. Segundo a mineradora, as estruturas estão inativas e sob monitoramento permanente, 24 horas por dia, pelos Centros de Monitoramento Geotécnico da Companhia. As soluções aplicadas são compatíveis com as características únicas de cada estrutura e priorizam a segurança das pessoas e do meio ambiente. As ações são avaliadas e acompanhadas continuamente por auditorias independentes e pelas autoridades públicas competentes.

Rompimentos

Em 2018, a barragem de Fundão, de propriedade da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, se rompeu, liberando cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro.

A barragem I (B-I) da Mina Córrego do Feijão, da Vale, rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho, Minas Gerais. O rompimento desta barragem levou ao rompimento das barragens B-IV e B-IV-A, também da Mina Córrego do Feijão.

O acidente causou a morte de 272 pessoas e espalhou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério pela bacia do Rio Paraopeba. A lama atingiu o centro administrativo da Vale, a comunidade Vila Ferteco e casas na região rural de Brumadinho.

A causa do rompimento foi a liquefação dos rejeitos durante uma perfuração na barragem. A consultora Tüv Süd emitiu Declarações de Condição de Estabilidade que permitiram que a estrutura continuasse funcionando mesmo com fator de segurança abaixo do recomendado.

Money Times - SP   14/10/2024

O trimestre viu o minério de ferro despencar 11%, o que baterá nos lucros das siderúrgicas e mineradoras da bolsa, diz o BTG em relatório.

O banco lembra que o trimestre foi particularmente desafiador para os ativos de minérios de ferro, uma vez que os preços convergiram para custos de produção marginais devido à contínua fraqueza da demanda na China (o setor imobiliário ainda se deteriorar em dois dígitos) e a um cenário robusto de oferta.

Entre as ações, Usiminas (USIM5) deverá se destacar com o maior crescimento do Ebitda após um segundo trimestre de 2024 bastante deprimido, “mas vemos a base atual ainda muito baixa, insuficiente para reforçar a confiança dos investidores”.

“A questão principal para o setor nas próximas semanas continua a ser a extensão da resposta fiscal das autoridades chinesas e o impacto contínuo do processo de cobertura de shorts (posições vendidas). Acreditamos que é prudente cobrir posições vendidas por enquanto, mas continuamos a adotar uma abordagem seletiva”, destaca.

Já a Gerdau (GGBR4) deverá aumentar o seu Ebitda por meio de resultados melhores no Brasil (margens Ebitda
atingindo 15% graças ao seu bem-sucedido programa de redução de custos).

Por outro lado, o BTG espera que as empresas com exposição significativa ao minério de ferro, como Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3), apresentem resultados trimestrais mais fracos.

Veja a prévia

Empresa Lucro 3T24 Lucro 3T23 Variação anual
Vale US$ 2,1 bi US$ 2,8 bi -25%
CSN R$ -97 mi R$ -1,1 bi 445%
CSN Mineração R$ 450 mi R$ -154 mi
Usiminas R$ 171 mi R$ -212 mi
Gerdau R$ 1.1 bi R$ 1,5 bi 40%

Diário do Comércio - MG   14/10/2024

“Minério não dá duas safras”. A célebre frase do ex-presidente Arthur Bernardes, dita há cerca de um século, continua atual em relação à extrema dependência dos municípios mineradores da atividade extrativa. Em muitas cidades mineiras, como Itabira, a “safra” já está em processo adiantado de exaustão. As prefeituras buscam reduzir a dependência com projetos de diversificação econômica, que enfrentam dificuldades para sair do papel diante da profunda interligação do comércio, indústria e serviços locais com a mineração.

Dentro desse contexto complicado, chama a atenção uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), segundo a qual o setor mineral tem sonegado um valor bilionário da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) que seria repassado para as prefeituras, gerando um enorme prejuízo para os municípios que precisam justamente dos royalties da atividade para manter em funcionamento os serviços básicos para seus habitantes.

O órgão identificou que, entre 2017 e 2022, 69,7% dos titulares de 30.383 processos ativos de concessão de lavra e licenciamento não pagaram espontaneamente a Cfem. Nos 134 processos fiscalizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), em que houve o recolhimento espontâneo, o percentual médio de sonegação chegou a 40,2%, o que corresponde a R$ 12,4 bilhões que não foram arrecadados entre 2014 a 2021.

De acordo o TCU, pelo menos R$ 4 bilhões já foram perdidos de forma definitiva entre 2017 e 2021, por decadência ou prescrição, o que significa que não podem mais ser cobrados. Mais da metade dessa cifra se refere a pagamentos que deveriam ser feitos pela Vale. Os recursos são irrecuperáveis já que venceu o prazo legal de dez anos para que a ANM apurasse os valores devidos, cobrasse os devedores e tomasse as demais providências para reavê-los.

Mais uma vez, os municípios mineradores são prejudicados pela ineficiência da agência reguladora do setor, que foi incapaz de cumprir a sua obrigação de fiscalizar o recolhimento da Cfem e cobrar das empresas a dívida da Justiça em tempo hábil. Além dos impactos ambientais irreversíveis da atividade extrativa e dos riscos de tragédias, como as ocorridas em Mariana e Brumadinho, a população de cidades como Ouro Preto, Itabira e Congonhas, na região Central de Minas Gerais, é afetada pela perda de verbas públicas essenciais para a prestação dos serviços básicos para a sociedade, como saúde, educação e saneamento.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   14/10/2024

A VW também viu uma queda na demanda por EVs na Europa, onde as entregas de carros movidos a bateria caíram 12%, e nos EUA, onde recuaram mais de 40%

As vendas da Volkswagen AG na China caíram 15% no terceiro trimestre, uma vez que a maior montadora da Alemanha continuou a perder terreno em mercados importantes com mudança para veículos elétricos.

A intensificação da competição e os gastos mais fracos na China arrastaram a marca de carros esportivos de luxo da VW, Porsche AG, para suas menores vendas no terceiro trimestre em uma década. O declínio foi particularmente acentuado para o modelo elétrico Taycan da Porsche, que afundou 47% globalmente.

A VW também viu uma queda na demanda por EVs na Europa, onde as entregas de carros movidos a bateria caíram 12%, e nos EUA, onde recuaram mais de 40%. A remoção de subsídios estatais na Alemanha e em outros países da UE cortou as compras de EVs, que ainda tendem a custar mais do que seus equivalentes com motor de combustão.

A fraqueza na China, no entanto, está cobrando o preço mais alto da indústria automobilística da Alemanha, levando a alertas de lucro da Mercedes-Benz Group AG e da BMW AG. A VW, que, por muito tempo, dominou as vendas de carros movidos a gasolina lá e ficou para trás de fabricantes locais como a BYD Co., que assumiu a liderança com modelos plug-in inovadores e acessíveis.

“A situação competitiva na China é particularmente intensa, o que é a principal razão para o declínio global em nossas entregas”, disse Marco Schubert, que supervisiona as vendas da VW.

As ações da Volkswagen caíram até 1,6% nesta sexta-feira (11), empurrando o declínio das ações neste ano para mais de 17%. As ações da Porsche foram negociadas até 2% mais altas, com o preço das ações caindo cerca de 12% desde o início do ano.

BMW e Mercedes registraram declínios acentuados na China esta semana. As vendas de carros BMWs e Mini — também feitos pela empresa bávara — registraram sua maior queda em mais de quatro anos, caindo 30% no terceiro trimestre na China. As entregas da Mercedes lá caíram 13% em meio à fraca demanda por modelos caros como o S-Class e o Maybach.

Acerto de contas na Alemanha

As dificuldades da VW na China estão contribuindo para um acerto de contas mais amplo na Alemanha, onde a marca homônima da empresa está passando por uma reestruturação massiva. A VW disse que não pode mais arcar com os custos do excesso de capacidade de produção e altos salários em seu mercado doméstico, levando-a a encerrar três décadas de acordos de segurança de emprego e ameaçar fechar fábricas alemãs pela primeira vez em seus 87 anos de história.

A desaceleração da China também fez a Porsche reavaliar sua estratégia. Diante da rápida mudança para EVs e uma desaceleração econômica, o CEO Oliver Blume começou a empurrar os volumes da Porsche com destino à China para outros mercados este ano. Ele também disse que a marca recuaria em sua meta de eletrificação: EVs podem ser responsáveis ​​por mais de 80% das vendas de veículos novos da Porsche em 2030, mas não é mais a meta concreta da empresa.

Tarifas retaliatórias de Pequim

Apesar dos ventos contrários, a VW viu algum crescimento nas vendas de EV na China. As entregas de veículos movidos a bateria em todas as suas marcas aumentaram 5,2% no terceiro trimestre e 26,5% neste ano.

A VW é uma das montadoras europeias que correm o risco de sofrer tarifas retaliatórias de Pequim, depois que os estados-membros da União Europeia votaram para impor tarifas sobre veículos elétricos da China.

Monitor Digital - RJ   14/10/2024

A indústria automotiva teve o melhor trimestre em cinco anos, em ritmo de crescimento. No acumulado dos nove meses, a produção de leves e pesados avançou 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Anfavea.

Os emplacamentos estão 14,1% maiores, com um total de 1,859 milhão de vendas. Dessas, 322 mil são de modelos importados, sendo 25% chineses. De acordo com a entidade, há mais 86 mil veículos chineses estocados em portos.

O problema, segundo a Anfavea, é que isso provocará dificuldades logísticas, afetando diversos setores da economia. Os fabricantes estão tendo que realizar importações de autopeças por transporte aéreo, encarecendo seus custos de produção.

“Os resultados de setembro refletem a resiliência da nossa indústria e o aquecimento do mercado interno, que vem superando nossas expectativas. A média diária de vendas de setembro é um indicativo positivo de que o último trimestre pode trazer ainda mais crescimento”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

No ranking dos mais vendidos, poucas mudanças: Strada continua líder, o Argo subiu um degrau e o Nissan Kicks entrou nos dez mais. Confira:

Top 10 dos mais vendidos de janeiro a setembro de 2024:

ModeloUnidades
1º Fiat Strada101.450
2º Volkswagen Polo97.031
3º Chevrolet Onix68.653
4º Fiat Argo64.473
5º Hyundai HB2063.991
6º Volkswagen T-Cross55.362
7º Fiat Mobi49.672
8º Hyundai Creta48.937
9º Chevrolet Tracker47.849
10º Nissan Kicks45.143Fonte: Fenabrave Nova geração Hyundai Creta tem mudança radical

O design controverso do Hyundai Creta lançado em 2021 nunca atrapalhou seu sucesso: é um dos mais vendidos do segmento. Agora, o SUV ganha uma renovação completa, novo motor e mais conteúdos.

A parte frontal foi toda redesenhada e está mais harmoniosa, com destaque para os elementos retangulares. Moderna, traz faróis em LED (nas versões mais caras) que se interligam. Atrás, em nada lembra a geração anterior: são novas a tampa do porta-malas, para-choque e lanternas, que parecem ser uma peça só.
Projeto gráfico inteiramente realizado em CGI (Full CGI) para o lançamento do All-New Hyundai Creta 2025. O CRETA Nova Geração apresenta um visual único ainda mais premium com nova grade frontal hexagonal preta, faróis de luz diurna (DRL) em LED e muito mais.
Conjuntos de sistemas de segurança SmartSense para proteção do motorista condutor, passageiros e pedestres. Versões disponíveis nas cores Cinza Shadow, Cinza Silk, Prata Brisk, Prata Sand, Branco Atlas, Preto Ônix e Azul Sapphire. Trabalho realizado pela oddy_ works com a Innocean Brazil e Hyundai Motor Brasil.

Por dentro, mais mudanças: nas versões mais caras, as telas do quadro de instrumentos e multimídia estão integradas com 10,25” cada, nova iluminação e, para a segurança, 6 airbags.

A partir da segunda versão, já conta com frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência e centralização de faixa, sensor de fadiga e farol alto adaptativo. Já a versão topo de linha vem equipada com alertas de ponto cego, de tráfego cruzado traseiro e de saída segura.

O bom motor 1.0 turbo de até 120 cv foi mantido, com maior eficiência energética e melhor consumo. No lugar do motor 2.0, o Creta recebe o 1.6 turbo, só a gasolina, de 193 cv.

São cinco versões, sendo quatro delas equipadas com motor 1.0 TGDI Flex AT6: Comfort por R$ 141.890; Limited por R$ 156.490; Platinum custando R$ 172.690 e N Line por R$ 182.909. A única 1.6 é a Ultimate, por R$ 189.990.
Basalt abre uma nova era de SUVs populares

Como é comum ver nas redes sociais, a Citroën quis “lacrar” com o lançamento do Basalt, seu novo SUV cupê. Seja pelo design arrojado, pelo amplo espaço interno ou pelos preços agressivos, o Basalt é o mais acessível de sua categoria, tornando-se um SUV popular.

Disponível em quatro versões, parte de R$ 89.990 (Feel 1.0), R$ 96.990 (Feel Turbo), R$ 104.990 (Shine Turbo) e R$ 107.390 (First Edition Turbo).

Apenas a versão de entrada conta com motor 1.0 aspirado de até 75 cv e câmbio manual de 5 marchas. Os demais são equipados com motor turbo 1.0 de até 130 cv e transmissão CVT.

O espaço interno é outro destaque, com boa área para os joelhos dos passageiros do banco de trás e porta-malas de 490 litros.

O acabamento é espartano, com presença de plástico no painel e nas portas, além de revestimentos simples. Mas, desde a versão de entrada, já vem bem equipado com sistema multimídia de 10”, câmera de ré, ar-condicionado, rodas de 16” e três tomadas USB.
Cummins testa tecnologia inovadora

A Cummins, líder global na fabricação de eixos e sistemas de trem de força, apresenta uma nova tecnologia de controle de pressão de pneus, a Meritor CalibrAR. A solução é voltada exclusivamente para carretas, está em fase de testes de adequação às características dos veículos brasileiros e deve ser lançada em meados de 2025.

Alimentada pelo compressor que integra o sistema de freios e suspensão a ar do veículo, a tecnologia mantém a pressão ideal dos pneus, repondo automaticamente o ar em caso de vazamento.

Auto Industria - SP   14/10/2024

O crescimento da venda de veículos eletrificados, da ordem de 113% este ano, com 122,5 mil emplacamentos, vem puxando negócios do ecossistema da eletromobilidade em diferentes regiões do País.

É o que garante a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, que reúne 58 empresas relacionadas com a infraestrutura de recarga, que a cada dia ganha novos investimentos locais.

De acordo com a Tupi Mobilidade,o número de eletropostos no Brasil passou de 350 em dezembro de 2020 para 10,6 mil em agosto deste ano. Em relação a dezembro último (4,3 mil postos), o crescimento em 2024 é de 147% (veja tabela ao final do texto).

Ao divulgar os números, o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, comentou que a projeção mais otimista feita para este ano até entrão, de vendas da ordem de 150 mil unidades, tem tudo para ser superada.

“A três meses do fechamento do ano, a média mensal de vendas de eletrificados se encontra em 13,6 mil, o que indica que o total anual deverá ultrapassar a projeção de 150 mil unidades”, comenta o executivo.

Se a média for mantida neste último trimestre, seriam 163,3 mil eletrificados comercializados no ano. E vale lembrar que tradicionalmente este período de final de ano é o mais aquecido do setor automotivo em geral.

A Anfavea no início do ano havia projetado 120 mil emplacamentos de eletrificados no ano, meta revista depois para 150 mil. A entidade protocolou pedido na Camex para retomada imediata da alíquota de importação de 35% para esses modelos.

Com os emplacamentos de 2024, a frota brasileira de eletrificados deve ficar próxima da marca de 400 mil veículos.
No contexto dos eletrificados, os veículos elétricos respondem por 70% das vendas realizadas no período de janeiro a setembro deste ano (86,3 mil). Os demais são híbridos simples e plug-ins.

A expansão do ecossistema de eletromobilidade está gerando empregos, renda e investimentos, não apenas na produção e venda de veículos, mas também na fabricação de equipamentos e componentes, peças, softwares e prestação de serviço”, destaca Bastos.

Rede eletropostos Volvo Car

A Volvo Car, por exemplo, anunciou esta semana que com os 58 eletropostos de carga rápida da empresa no Brasil já é possível ir de Pelotas, RS, até Ilhéus, BA, de carro elétrico. O trajeto de mais de 3 mil km contempla, entre outros lugares, São José, Cajati e Ubatuba, SP, Campos dos Goytacazes, RJ, e São Maatheus, ES.

Dos 101 eletropostos que a Volvo Car Brasil irá instalar nas rodovias, 58 já estão à disposição da frota de mais de 150 mil carros “recarregáveis” (totalmente elétricos e Híbridos Plug-In) que rodam atualmente no país – conforme levantamento realizado pela ABVE.

Evolução dos eletropostos no Brasil nos últimos dois anos:
• Dezembro/2020: 350
• Março/2021: 500
• Fevereiro/2022: 1.250
• Outubro/2022: 2.862
• Dezembro/2022: 2.955
• Maio/2023: 3.200
• Junho/2023: 3.503
• Agosto/2023: 3.800
• Dezembro/2023: 4.300
• Março/2024: 7.758
• Julho/2024: 8.800
• Agosto/2024: 10.622

Investing - SP   14/10/2024

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu neste domingo que ele poderia impor tarifas acima de 200% para veículos importados do México, dizendo que seu objetivo é impedir a venda de carros fabricados no país vizinho dentro dos Estados Unidos.

“Tudo o que estou fazendo é dizer que vou colocar 200 ou 500, não importa. Vou colocar um número que eles não consigam vender um carro", disse ele durante entrevista à Fox News que foi ao ar no domingo. "Não quero que eles prejudiquem nossas montadoras”.

Trump, que enfrenta a democrata Kamala Harris em uma disputa acirrada, já havia prometido que, caso fosse eleito novamente presidente, estabeleceria uma tarifa de 100% sobre carros e caminhões importados com o objetivo de ajudar a indústria automotiva nacional.

Falando em um comício na semana passada em Juneau, Wisconsin, Trump dobrou a taxa.

"Quando uso 200, estou falando em um número", disse durante a entrevista à Fox News. "Eu não quero os carros deles. Eles não serão capazes de vender carros. Não vou permitir que construam uma fábrica do outro lado da fronteira e vendam milhões de carros nos Estados Unidos, destruindo ainda mais Detroit”.

(Por Michelle Nichols)

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GM: Será que esse gigante do mercado está enfrentando desafios?

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O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

Nenhum setor é mais importante para a economia alemã do que o de automóveis. E nenhuma montadora é mais importante do que a Volkswagen.

Agora, como a montadora de 87 anos de idade está discutindo a perspectiva de cortes de empregos e fechamento de fábricas enquanto busca retornar à lucratividade, as dificuldades da Volkswagen estão sendo refletidas nos problemas gerais enfrentados pelo país, que está lutando com um setor industrial em retração e uma economia que está prevista para contrair pelo segundo ano consecutivo.

“O fato de que a Volkswagen, a maior fabricante de automóveis da Alemanha, a maior empregadora industrial e a segunda maior do mundo, atrás da montadora japonesa Toyota, não está mais descartando o fechamento de fábricas e demissões compulsórias mostra o quanto a indústria alemã está em crise”, disse Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Germany.

Os problemas que estão afetando a lucratividade da marca principal da Volkswagen — mão de obra cara, estruturas organizacionais complicadas e a incapacidade de acompanhar os avanços das montadoras chinesas — refletem os problemas enfrentados pela economia alemã em geral.

Na segunda-feira, 7, o governo alemão disse que a economia teria uma contração de 0,2% em 2024, abaixo da projeção anterior de crescimento de 0,3%. O setor industrial, que não conseguiu se recuperar dos choques da pandemia de covid-19 e da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, está puxando a produção para baixo.

A Alemanha também parece ter perdido alguma influência na União Europeia, que votou no dia 4 de outubro para impor tarifas mais altas sobre veículos elétricos importados da China, um importante parceiro comercial da Alemanha.

Alguns economistas atribuem a raiz dos problemas, tanto na Volkswagen quanto na Alemanha como um todo, a uma oportunidade perdida de investir no futuro durante o que muitos chamam de “década de ouro”, quando a produção do país cresceu 14% após a recessão econômica global de 2008.

“A economia alemã foi muito bem, e a Volkswagen também”, disse Jens Südekum, economista da Universidade Heinrich Heine, em Düsseldorf.

Naqueles anos, a Volkswagen exportou carros com motores a combustão para toda a Europa e para a China, tornando-se a maior montadora do mundo em vendas em 2016. Ela manteve essa posição até 2019, apesar de um escândalo de fraude em testes de emissões na Europa e nos Estados Unidos, que custou à empresa mais de € 31 bilhões, ou US$ 34,6 bilhões.
Lei limita investimento

O governo alemão acumulou superávits orçamentários de 2014 a 2019. As taxas de juros eram negativas, e a Alemanha poderia ter tomado empréstimos para investir em infraestrutura pública, digitalização e transformação para uma economia verde. Em vez disso, aprovou uma lei que consagra um orçamento equilibrado em sua Constituição, uma medida que continua a limitar o investimento.

“De certa forma, a Alemanha foi bem-sucedida demais e as pessoas se tornaram complacentes, pensando que o sucesso continuaria para sempre”, disse Südekum. “E agora sabemos que esse não é o caso.”

O mesmo poderia ser dito da Volkswagen, que vendeu milhões de carros movidos a gasolina na China desde a década de 1990. Mas ela não levou a sério a ameaça representada por marcas chinesas como BYD, Geely e Nio, que se concentraram no desenvolvimento de carros totalmente elétricos e híbridos e na construção de uma cadeia de suprimentos para apoiá-los.

A falta de previsão irritou o IG Metall, que representa 120 mil trabalhadores da Volkswagen na Alemanha. O sindicato levantou reclamações de má administração contra os líderes da Volkswagen, que se esforçaram para investir bilhões nos últimos anos para mudar a produção das fábricas alemãs para veículos elétricos.

Milhares de trabalhadores da Volkswagen fizeram uma manifestação no mês passado antes da primeira rodada de negociações salariais com os líderes da empresa. Os trabalhadores sopraram apitos e tocaram tambores, prometendo defender os 120 mil empregos em seis fábricas na Alemanha e exigindo um aumento salarial de 7%.

“Os cortes não são um conceito futuro”, disse Thorsten Gröger, um dos principais negociadores do IG Metall, à multidão que se reuniu no pátio do palácio de verão da Casa de Hanover, uma antiga dinastia real. Ele pediu que a montadora reduzisse a burocracia e a complexidade e desenvolvesse uma estratégia de sobrevivência.

Mas os representantes da empresa apontam para os generosos benefícios desfrutados pelos trabalhadores da Volkswagen, incluindo a possibilidade de até 36 dias de férias — seis a mais do que o padrão do setor.
Custos trabalhistas preocupam

“Precisamos reduzir nossos custos trabalhistas na Alemanha”, disse Arne Meiswinkel, chefe de recursos humanos da Volkswagen e principal negociador da empresa, no início das negociações. “Só podemos manter nossa posição de liderança e salvaguardar os empregos no longo prazo se trabalharmos de forma mais econômica.”

Os trabalhadores estão reagindo, dizendo que, embora estejam sendo solicitados a fazer concessões, a Volkswagen pagou € 4,5 bilhões em dividendos no ano passado. A montadora também disse este ano que investiria até € 5 bilhões na Rivian, uma fabricante americana de caminhões elétricos que tem tido dificuldades para obter lucro.

“Tente explicar isso para os trabalhadores daqui”, disse Stefan Henze, representante sindical da divisão de software da Volkswagen, a Cariad. “Não faz sentido.”

O Grupo Volkswagen, que possui 10 marcas, incluindo Porsche e Audi, está em uma posição mais forte do que sua marca principal, que relatou uma queda de 5% em sua margem de lucro nos primeiros seis meses de 2024.

A mídia alemã informou que até 30 mil empregos poderiam ser perdidos — um número que a empresa até agora se recusou a confirmar. Essa medida não seria sem precedentes. A empresa demitiu mais de 37 mil trabalhadores entre 1971 e 1975, uma medida que ela credita à recuperação da lucratividade na época.

Os trabalhadores prometeram levar sua luta para as ruas assim que o período de paz obrigatório em torno do início das negociações expirar, o que pode acontecer no final de novembro, no máximo.

“Falar nunca salvou nenhum emprego”, disse uma programadora de uma fábrica da Volkswagen que produz motores elétricos, cujo nome é Anne-Marie, no comício em Hanover.

Os políticos alemães avaliaram se deveriam intervir para ajudar a sustentar a Volkswagen, especialmente em face da desaceleração econômica que o país está enfrentando. O setor automobilístico dá emprego a 773 mil pessoas, sem contar os empregos em centenas de empresas menores e fornecedores.

Um dos maiores fornecedores, a ZF, anunciou este ano que cortaria até 14 mil postos de trabalho em quatro anos, citando a queda na demanda por veículos elétricos como um dos motivos.
Subsídio aos elétricos teve corte

No ano passado, o governo alemão interrompeu abruptamente um subsídio para incentivar a venda de carros elétricos, fazendo com que muitos clientes recuassem. A medida não apenas prejudicou a demanda, mas também fez com que os clientes questionassem a ambição geral da Europa de proibir a venda de carros novos com motores a combustão até 2035.

Nas últimas semanas, alguns políticos na Alemanha pediram que a proibição fosse suspensa ou, pelo menos, estendida, uma medida que, segundo os economistas, cria mais confusão para os consumidores.

Ao mesmo tempo, a União Europeia está se preparando para aumentar as tarifas sobre os veículos elétricos importados da China, com o objetivo de nivelar o campo de atuação das montadoras europeias, que, segundo eles, não se beneficiaram da quantidade de subsídios estatais que suas contrapartes chinesas recebem.

Mas a Volkswagen, que tem grandes investimentos na China, e o governo alemão se opõem aos impostos, que temem que possam levar a uma retaliação da China.

Os economistas também alertam que as taxas correm o risco de prejudicar ainda mais o crescimento, uma vez que as empresas europeias, como a Volkswagen, precisam ser rápidas e flexíveis para se manter competitivas.

“Deveria haver menos regulamentação e mais permissão para que as empresas sejam mais ágeis e incentivem mais investimentos”, disse Erasmus Kersting, professor de economia da Villanova University, que cresceu em Hanover e estuda a economia alemã.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   14/10/2024

Ousadia, coragem e inovação sempre estiveram no DNA da marca de bebidas energéticas Red Bull. Entre as façanhas mais incríveis já proporcionadas pela companhia austríaca está o salto de 39 mil metros de altura do paraquedista austríaco Felix Baumgartner, em outubro de 2012, a bordo de um balão estratosférico. Foi o primeiro ser humano a quebrar a barreira do som em queda livre, apenas o corpo caindo. Baumgartner levou 34 segundos para se tornar um homem supersônico, atingindo velocidade de 1.358 km/h. Esse é apenas um de milhares de feitos da Red Bull. Corta para o Brasil de 2024. O Red Bull Bragantino, clube de futebol da cidade de Bragança Paulista (SP), está construindo um estádio provisório com capacidade para 10 mil lugares para ser usado pela equipe a partir do ano que vem, enquanto o estádio atual Nabi Abi Chedid será ampliado para mais de 20 mil lugares.

Apesar de ser uma obra de construção civil, os valores de ousadia, coragem e inovação também estão presentes na nova casa que está sendo erguida pelo clube. À frente do projeto está a empresa SteelCorp, líder em construção industrializada. Por isso, a intervenção não tem nada de tradicional. Será o primeiro estádio do Brasil construído 100% em Light Steel Frame, estrutura de aço galvanizado super leve. “A gente pulou de um avião sem paraquedas. Construímos o paraquedas durante a queda. A Red Bull continua fazendo essas ações ousadas”, disse Daniel Gispert, presidente da SteelCorp, ao comparar a obra do novo estádio com as iniciativas icônicas da marca de energéticos.

A comparação ocorre porque a construção começou sem o projeto estar concluído. Obviamente havia uma arquitetura inicial pensada, principalmente de arquibancadas, mas outros setores do futuro estádio foram sendo desenhada no decorrer da intervenção. Como as torres para instalação de câmeras de transmissão, lanchonete, lounge, camarotes, área VIP e diversos locais agregados.

Com o Light Steel Frame e as estruturas pré-moldadas, longe daquele famigerado “tijolo por tijolo”, a obra é realizada de maneira mais eficaz, mais rápida, com menos mão de obra, menor custo e de forma sustentável. Além disso, evita desperdícios, com alinhamento da agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança). “Não produzimos entulho, que em obras convencionais gerariam resíduos para construir outro estádio praticamente”, frisou executivo da SteelCorp.

(Claudio Gatti)“Produzimos o material, fazemos a construção, formamos a mão de obra e ajudamos o clinete conseguir o financiamento, a solução completa”
Daniel Gispert, presidente da SteelCorp

Tudo com especificações exigidas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). “Temos uma produtividade maior com a SteelCorp, que traz elementos semi-prontos e monta só no local. É uma solução que engloba tudo que precisamos, com agilidade e qualidade”, afirmou Elisabete Freitas, head of infrastructure do Red Bull.

A SteelCorp, com expertise em casas e prédios modulares, já tinha em seu portfólio outros projetos de praças esportivas. Na Arena MRV, do Atlético Mineiro, instalou produtos na fachada, nas divisões internas dos camarotes e outros setores internos do estádio. Atuou em centros de treinamento de outros clubes. E deve participar da obra de ampliação do Estádio Nabi Abi Chedid em parceria com outras empresas.

“Nossos maiores clientes hoje são as companhias de engenharia. Então, estamos prontos para atender quaisquer projetos”, disse Daniel Gispert, que tem como sócio na SteelCorp o empresário e comunicador Roberto Justos e, em sua operação, possui quatro fábricas e um ecossistema de empresas especializadas formado pelas marcas SteelCorp, TecnoFrame, SteelAcademy e SteelBank. “Produzimos o material, participamos das construções, formamos a mão de obra e possibilitamos o financiamento, em uma solução completa que revoluciona o setor”, disse Gispert.
100% do estádio será construído em light steel frame, estrutura de aço galvanizado leve, que não deixa entulhos, usa menos mão de obra, além de ser mais sustentável
LEGADO

• O Estádio Cícero de Souza Marques, que está sndo construído pelo Red Bull Bragantino, vai ser a casa provisória do clube.
• Deve ser usado nas temporadas 2025 e 2026.
• Depois disso, ficará para a cidade de Bragança Paulista, como parte da contrapartida da concessão feita pela prefeitura local do terreno onde está sendo construído.
• Ele pode se manter no jeito que ficará quando estiver pronto, até o fim do ano, ou ser desmontado total ou parcialmente.
•O modelo de Ligth Steel Frame possibilita a reutilização de praticamente 100% do material para outras obras, inclusive.

Ficará como legado do clube para a cidade. E mais do que isso: para a engenharia brasileira.

Diário do Comércio - MG   14/10/2024

Enquanto Belo Horizonte registra queda nos números de comercialização de lotes, o município de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), tem atraído a atenção de algumas construtoras mineiras.

De acordo com o levantamento Data Secovi, houve reduções consecutivas superiores a 20% na compra de terrenos em Belo Horizonte nos últimos dois anos. A tendência deve se manter até dezembro.

A capital mineira registrou 253 lotes comercializados ao longo do primeiro semestre deste ano, segundo a pesquisa, realizada pela Câmara do Mercado Imobiliário e pelo Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).

Para o gerente de novos negócios do Grupo EPO, Guilherme Teixeira, o plano diretor da Capital e a dificuldade de encontrar bons terrenos em Belo Horizonte contribuíram para impulsionar os negócios imobiliários na cidade vizinha.

Juros altos barram lançamentos de imóveis para a classe média, diz associação

“A tendência de escapar do elevado valor dos terrenos nas centralidades de Belo Horizonte e a dificuldade de estabelecer negócios imobiliários com os terrenistas da Capital têm influenciado fortemente a busca por Nova Lima. É uma realidade de todas as incorporadoras”, destaca.

Para se ter uma ideia, ao considerar apenas os bairros Vila da Serra, Vale do Sereno e Vale dos Cristais, a Prefeitura de Nova Lima registrou um aumento de R$ 3 milhões na arrecadação de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) entre 2020 e 2023.

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Ouça a Rádio de Minas:

A construtora EPO está acompanhando a evolução dos bairros do município como receptores do mercado de alto padrão e, especialmente, quanto à infraestrutura de parques empresariais, hospitais, áreas de lazer e comércio.

“É inegável que as fronteiras de crescimento se expandindo já são uma realidade, especialmente para o Vale do Sereno e a região do Alphaville. Por isso, valorizamos também a oportunidade de explorar áreas com potencial marcante e descortinar novas paisagens. O resultado disso é um desenvolvimento positivo para toda a região metropolitana”, reitera Guilherme Teixeira.

Dentre as áreas de atuação da empresa está o Vale do Sereno, que conta com empreendimentos imobiliários e com investimentos voltados para o desenvolvimento de espaços públicos. “O Vale é um exemplo de como um bairro pode ser elevado para outro patamar”, disse.

O gerente de novos negócios do Grupo EPO afirma ainda que, contornando o que os números de Belo Horizonte estampam, a marca mantém um robusto estoque de terrenos para projetos futuros com planejamento para até depois de 2030.

Empresários do setor culpam legislação de BH por debandada de empreendimentos

Quanto às construções residenciais, algumas imobiliárias da Capital apontam como problema as rígidas restrições impostas pela legislação municipal de Belo Horizonte. Essa questão, somada à escassez de terrenos adequados, engrossa o desafio para a construção.

O vice-presidente da Emccamp Residencial, André Campos, aponta para uma diferença marcante nas restrições da capital mineira para o desenvolvimento urbano.

“Se considerarmos um terreno de metragem e topografia iguais, em São Paulo é possível construir três torres. Já no Rio de Janeiro, duas torres são permitidas. Em Belo Horizonte, no entanto, a legislação restritiva só autoriza a construção de uma única torre na mesma área”, diz.

Para ele, essas limitações são resultado de um conjunto complexo de regras sobre afastamentos, geometria e coeficiente de aproveitamento que, em comparação com outras cidades, são excessivamente rígidas e burocráticas.

É por isso que, visando superar esses desafios, alguns empresários têm buscado expandir os investimentos para outras praças onde o ambiente é mais favorável.

A participação dos empreendimentos da Emccamp Residencial em Minas Gerais sofreu uma queda nos últimos anos. O percentual da participação de lançamentos caiu de 35%, em 2020, para 14% no ano passado. Já na primeira metade deste ano, a empresa não registrou lançamentos no Estado.

Campos defende que a revisão das legislações urbanas é capaz de corrigir a dificuldade nos processos de compra e venda, além de garantir melhores condições de geração de arrecadação imobiliária para Belo Horizonte.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   14/10/2024

Investimento de R$ 543,5 milhões, promete modernizar a infraestrutura e transformar a economia do estado.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, formalizou a assinatura do contrato para a construção do aguardado Terminal de Uso Privado (TUP) em Luís Correia, no Piauí, no dia 09 de outubro (quarta-feira). Com um investimento robusto de R$ 543,5 milhões, a obra promete não apenas modernizar a infraestrutura portuária da região, mas também impulsionar a economia.

De acordo com o governo do Estado, as obras deverão incrementar a arrecadação em R$ 300 milhões ao ano. A previsão é de que, com o Porto, o Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí dobre em até dez anos. O TUP de Luís Correia será multifuncional, com capacidade para movimentar uma ampla variedade de cargas, incluindo granel sólido mineral e vegetal, granel líquido e gasoso, além de carga geral e conteinerizada. A infraestrutura permitirá o recebimento de embarcações de até 60 metros de comprimento, 6 metros de calado e 11 metros de boca, ampliando as possibilidades de comércio e exportação na região.

O ministro celebrou a assinatura do contrato como —um movimento importante para a construção da TUP— e destacou que esse é um avanço para o Estado que não contava com um porto e nem uma hidrovia. Silvio Costa Filho disse ainda que essa é uma mudança clara na economia do Piauí, que será ainda mais potencializada com essas grandes obras da infraestrutura.

Para o governador do Piauí, Rafael Fonteles, esse passo é fundamental para dar a credibilidade que o projeto merece. —Com o apoio do Ministério de Portos e Aeroportos e dos outros órgãos envolvidos, a gente vai conseguir, já no próximo ano, em uma modelagem de participação de Parceria Público Privada [PPP], colocar de pé tanto as obras quanto a operação do porto e do terminal para produção de hidrogênio verde (H2V), que vai ser uma revolução não apenas para o Piauí, mas para toda a região do Matupiba [região que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia], que é a que mais cresce na agropecuária brasileira— afirmou o governador.

Durante a cerimônia de celebração do acordo, o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, agradeceu a parceria e afirmou que a assinatura do contrato de adesão é a etapa mais importante para que o projeto nasça de forma oficial e institucional. —As etapas seguintes, de licenciamento ambiental e estruturação do plano de negócio, são fundamentais, e nós estamos aqui à disposição para acompanhar as agendas, para contribuir e para poder efetivamente fazer com que o projeto avance— disse.

Até o momento, já foram investidos R$ 35 milhões na fase inicial do projeto, que incluem a construção do pátio (R$ 16 milhões), da estrada de acesso (R$ 7 milhões) e da sede do terminal (R$ 12 milhões).

Hidrovia do Parnaíba — Na cerimônia, Silvio Costa Filho também assinou um acordo de cooperação técnica (ACT) entre a União e o estado do Piauí para delegação da hidrovia do Parnaíba ao Estado. Com o acordo, o Ministério de Portos e Aeroportos, juntamente com a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (Dnit), fica responsável por fazer um levantamento dos contratos existentes e em execução pela União na hidrovia, estabelecer prazos e obrigações das partes e realizar o inventário dos dispositivos de transposição.

Para o Estado, fica a responsabilidade de assumir os contratos existentes relativos à Hidrovia, além de responsabilizar-se pelo desenvolvimento de estudos e projetos necessários para consecução do projeto. Não haverá transferência de recursos financeiros, doação de bens ou alteração de pessoal entre as partes. O prazo do projeto é de cinco meses.

— A hidrovia do Parnaíba é uma marca para o estado do Piauí e do Maranhão. É a primeira hidrovia conduzida por um governo do estado e um grande simbolismo para o processo. Ela será estratégica e será uma marca para o Nordeste. Estamos avançando nessa agenda e começando pela região. Isso é uma mudança clara na matriz econômica do Estado, que será potencializada pelo Porto Luis Correia e pela hidrovia — comemorou o ministro.

Para o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, o projeto está reforçando a pauta das hidrovias do governo, assim como a infraestrutura de desenvolvimento. — Estamos vendo a pauta avançando de modo concreto. E o desenvolvimento das hidrovias é uma pauta importantíssima dentro da diretriz que o ministro Silvio vem passando para nós. E nós queremos unir forças para que a infraestrutura seja provida e desenvolvida. Como cumpridores de políticas públicas, estamos muito motivados e comprometidos a continuar a dar suporte para essas realizações — afirmou.

A hidrovia do Rio Parnaíba (HN-400) tem extensão de 1.344 km e integra os rios Parnaíba e das Balsas. Ela é fundamental para o transporte regional de cargas, especialmente de grãos como soja, cana, arroz e milho, provenientes de áreas agrícolas no sul do Piauí, sudeste do Maranhão e regiões adjacentes.

Dividida em três trechos —Alto, Médio e Baixo Parnaíba—, a hidrovia também serve como rota de transporte para pequenas embarcações, que atendem comunidades ribeirinhas, transportando alimentos e produtos locais. A navegação é possível para embarcações de até 600 toneladas e de menor porte, mas a infraestrutura da hidrovia ainda enfrenta limitações que afetam a eficiência do transporte fluvial na região.

Valor - SP   14/10/2024

Embarcações de carga maiores não conseguem trafegar na hidrovia há mais de uma semana por causa da nova seca histórica

O fechamento do rio Amazonas para o tráfego de navios de carga deverá perdurar ao menos até o fim deste ano, estimam empresas que atuam na região.

Há cerca de uma semana, a passagem das embarcações maiores ficou inviável devido à queda do nível do rio, mas as empresas já vinham utilizando o “plano B” criado para a seca desde meados de setembro.

Foram montados dois terminais flutuantes no trecho mais crítico, para que os navios façam o transbordo da carga para balsas, que conseguem operar mesmo com profundidade menor.

Outra rota alternativa que vem sendo usada é o transbordo da carga no porto de Vila do Conde (PA), mas o trajeto gera um adicional de dez dias na viagem, segundo Luís Resano, diretor-executivo da Abac (Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem). Segundo ele, a expectativa é que a situação perdure ao menos até dezembro.

Já Augusto Rocha, diretor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), prevê que a interrupção se estenda até janeiro, tal como se deu no ano passado.

Em 2023, a seca do rio Amazonas atingiu um patamar histórico mas, neste ano, a situação está ainda pior. Segundo os últimos boletins do Serviço Geológico do Brasil, o rio Negro, na estação do Porto de Manaus, registrou na última semana os níveis mais baixos da série iniciada em 1902.

No rio Amazonas, na altura de Itacoatiara (trecho crítico, onde os terminais flutuantes foram instalados), a profundidade também atingiu um patamar inferior ao registrado no ano passado, quando já houve uma seca histórica.

Apesar da seca maior, a expectativa de retomada das chuvas é mais positiva do que no ano passado, segundo Rocha. “Começou a chover antes. Neste ano, já temos chuva em outubro. Em 2023 só começou a chover em novembro”, afirma. Os últimos 30 dias de chuva no Norte do Amazonas já registram um volume maior do que nos últimos dez anos, o que é sinal de mudança, acrescenta.

Outra solução que vinha sendo esperada pelas empresas é a dragagem do rio Amazonas. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) contratou a DTA para realizar o serviço em setembro, e a draga já está em Manaus. Porém, Rocha não tem expectativa de que o serviço comece a tempo de ser uma solução para este ano, dado que, para o início do serviço, são necessários estudos ambientais e operacionais, considerando os riscos da dragagem ao meio ambiente.

Questionado, o Dnit afirma que “atualmente, as equipes estão em fase de mobilização para iniciar a dragagem, programada para a segunda quinzena de outubro”, no trecho entre Manaus e Itacoatiara. “A contratação terá prazo de cinco anos, garantindo um serviço contínuo e essencial para a manutenção da navegabilidade”, diz o órgão.

O Dnit também diz que “a licença necessária para realização da dragagem foi expedida em junho, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPPAM), autorizando a dragagem na Hidrovia do Amazonas” e “durante todo o período das obras, a autarquia realiza a gestão ambiental das atividades, em conformidade com a legislação”.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   14/10/2024

O Petronotícias abre o noticiário desta sexta-feira (11) abordando os planos e as projeções de crescimento da petroleira independente PetroReconcavo, uma das empresas que simboliza o renascimento do onshore brasileiro. A companhia atua em diferentes frentes para consolidar cada vez mais sua presença no mercado de gás natural. Enquanto trabalha com sua estratégia para fornecimento de gás em contratos de longo prazo, a PetroReconcavo também planeja expandir seu raio de atuação, iniciando em 2025 o seu primeiro contrato de fornecimento via modal GNL. “Isso é uma diversificação importante e uma forma de acessar o mercado de gás natural fora da malha de transporte da TAG”, contou o vice-presidente Comercial e de M&A da PetroReconcavo, João Vitor Moreira. Na parte operacional, a companhia celebra os resultados alcançados até aqui com a sua Unidade de Tratamento de Gás (UTG) São Roque, na Bahia. Para o futuro, a companhia conduz estudos preliminares para avaliar a possível construção de uma segunda planta do tipo no estado – já que há a expectativa de ampliar a produção de gás na região. “Temos uma estratégia de analisar e propor mais uma unidade de tratamento de gás na Bahia, o que tornaria a companhia independente de terceiros no processamento de gás natural”, afirmou. “Seguimos com o objetivo de aumentar nossa produção atual, que ainda apresenta perspectivas crescentes, conforme aponta nosso relatório de reservas divulgado ao mercado”, concluiu o executivo.

Para começar, poderia atualizar nossos leitores sobre os contratos da empresa para fornecimento de gás natural?

A companhia segue com sua estratégia de perpetuar o fornecimento de longo prazo para alguns contratos de fornecimento para distribuidoras, focando especialmente no mercado nordestino.

Atualmente, temos três grandes contratos. O primeiro é o contrato com a Bahiagás, que vai até o final de 2026. Temos outros dois contratos bastante interessantes, que demonstram uma grande confiança das distribuidoras, que assinaram contratos de longo prazo, e ao mesmo tempo nos permitem ter previsibilidade de preço do gás natural. Esses contratos estão bastante ajustados à realidade atual da comercialização e aos preços da molécula de gás natural, trazendo solidez para os compradores. Além disso, têm um lastro interessante, pois incluem cláusulas de preço mínimo, entre outras. Com isso, mantemos a estratégia de ter um mix de fornecimento com vários distribuidores do Nordeste.

Quais são as novidades da empresa para o mercado de gás?

Um dos destaques recentes é a expectativa de começarmos, até o final do ano que vem, o nosso primeiro contrato de fornecimento via modal GNL. Isso é uma diversificação importante e uma forma de acessar o mercado de gás natural fora da malha de transporte da TAG.

Esse fornecimento será feito a partir do gás natural do Rio Grande do Norte, no nosso Polo Sabiá, utilizando um gás bem especificado que passa por um processo de liquefação direto. O fornecimento será realizado junto ao parceiro GNLink, que já tem outros projetos semelhantes. Esse modal é interessante do ponto de vista de ESG, pois algumas empresas que hoje consomem diesel ou óleo combustível, com maior emissão de CO2, podem migrar para o gás natural. Isso nos dá mais capacidade de diversificação e abre novas possibilidades no mercado de gás natural.

E como está a operação da UTG São Roque?

Falando um pouco sobre nossa operação midstream, estamos muito satisfeitos com os resultados dos primeiros dois meses de operação da UTG São Roque. Ela tem operado melhor do que o esperado, dentro dos parâmetros operacionais, e está tratando uma parte do nosso gás natural, que é colocado diretamente na malha da Bahiagás. O fornecimento está estável e o aprendizado foi rápido. Temos uma interface forte com a Bahiagás, que é um parceiro de longa data, e a adição do gás natural à UTG São Roque libera, assim por dizer, a capacidade do nosso contrato de gás com a própria Bahiagás e a parte que entregamos via UPGN Catu. Esse modelo permite que aumentemos a disponibilidade de moléculas no mercado.

A UTG São Roque representa um modelo simples, adaptado à nossa realidade de produção. Identificamos um campo muito antigo, com potencial de produção por um período entre 20 e 30 anos, e um gás natural que permitiu a criação de uma planta pequena, adaptada e muito eficiente. Esse projeto tem ajudado a reduzir nossos custos de midstream.

Temos um histórico positivo de abertura de mercado, acesso às UPGNs e ganhos de eficiência. O ano de 2024 tem sido marcado por ganhos de eficiência, redução de penalidades e custos, além de maior eficiência no sistema de midstream.

Além da UTG São Roque, quais são os demais planos da empresa para o segmento midstream?

Estamos estudando como ganhar mais independência nesse segmento midstream. Recentemente, anunciamos a assinatura de um memorando de entendimento com a 3R, agora Brava Energia, e seguimos com discussões positivas para compartilhar infraestruturas. Somos o principal usuário da UPGN em Guamaré, no Rio Grande do Norte, e acreditamos que essa parceria deve continuar.

Mas também estamos nos preparando para um cenário em que essa parceria não faça mais sentido tanto para a PetroReconcavo quanto para a Brava Energia. E isso passaria pela construção de uma UPGN própria, se necessário. O Estado do Rio Grande do Norte tem grande capacidade de processamento e seria mais eficiente se encontrássemos uma solução comum.

Para além dos planos no Rio Grande do Norte, quais são os próximos passos dentro do midstream no mercado baiano?

Na Bahia, acredito que é uma condição muito importante que nós encontremos uma estrutura própria. Temos uma estratégia de analisar e propor mais uma unidade de tratamento de gás na Bahia, o que tornaria a companhia independente de terceiros no processamento de gás natural.

Seguimos com o objetivo de aumentar nossa produção atual, que ainda apresenta perspectivas crescentes, conforme aponta nosso relatório de reservas divulgado ao mercado. Importante frisar que não há uma decisão tomada sobre a construção dessa nova UTG, o que existe é um estudo preliminar sobre o tema, que será eventualmente proposto aos nossos tomadores de decisão.

A companhia caminha no sentido de resolvermos as questões associadas ao midstream e o aumento de resiliência no escoamento e tratamento da nossa produção de petróleo e gás. Temos acompanhado a utilização da UTG Catu pela Petrobras e acabamos de renovar o contrato por mais três anos e meio, até o final de 2027. Isso nos dá segurança para estudar e implementar mais capacidade de gás no estado da Bahia, pois acreditamos que o estado ainda tem muito gás para produzir.

Como a companhia está desenhando parcerias com outros agentes de mercado?

Em relação às nossas parcerias, estamos alinhados com praticamente todos os produtores que estão interconectados à malha da TAG. Temos contratos com produtores offshore, como Shell, Galp e Petrobras, além de produtores locais no Nordeste, como a Origem e a Brava. Nossa visão é de colaboração. Esses processos concorrenciais, tanto para a compra de ativos quanto para assinatura de contratos, fazem parte do dia a dia do mercado. Contudo, na medida em que uma empresa passa a operar, todos agem como parceiros. É muito importante pensar nisso. Acho importante destacar que o sistema ainda é ineficiente, com muitos contratos que carregam penalidades e ineficiências. Hoje, acessar a malha de transporte exige muito conhecimento para evitar onerar o preço final do gás.

A PetroReconcavo se destacou ao criar uma comercializadora de gás real, com moléculas para comercializar, assinando contratos com a TAG e criando um ambiente de troca com outros produtores. Isso nos permite alocar nosso gás com eficiência e reduzir penalidades.

Por fim, como estão as perspectivas da PetroReconcavo com o mercado de gás natural?

Estamos otimistas com a demanda de gás no mercado nacional e acreditamos que o mercado está se consolidando. A oferta dos produtores onshore é competitiva, e com a maturidade do mercado, as ações mais recentes, como o Comitê de Monitoramento e outras iniciativas do Governo Federal e da ANP, devem consolidar ainda mais o mercado de gás, que tem muito potencial a ser explorado.

Valor - SP   14/10/2024

Evitar um choque energético quando a inflação já estava subindo para os maiores níveis em 40 anos teve prioridade sobre atacar o ponto mais vulnerável da economia russa

Dois anos e meio após Vladimir Putin invadir a Ucrânia, provocando sucessivas ondas de sanções econômicas ocidentais, a Rússia continua bombeando quase tanto petróleo quanto antes. É exatamente assim que Washington e outros governos ocidentais desejam.

A produção russa caiu 8% em relação ao mês anterior à guerra, em janeiro de 2022, para cerca de 9,8 milhões de barris por dia, mas isso se deve principalmente à conformidade com os cortes da OPEP+.

"Desde o início, o Ocidente tentou maximizar as sanções sem afetar a principal indústria da Rússia, o petróleo", diz Eddie Fishman, ex-funcionário de sanções dos EUA, agora no Centro de Política Energética Global da Universidade de Columbia.

Evitar um choque energético quando a inflação já estava subindo para os maiores níveis em 40 anos teve prioridade sobre atacar o ponto mais vulnerável da economia russa. Esse é um pensamento reconfortante, à medida que os preços do petróleo voltam a subir com a confrontação entre Israel e Irã. No entanto, não é tão reconfortante para aqueles que esperam que Putin faça as pazes na Ucrânia.

As sanções tinham como objetivo reduzir os ganhos de Moscou com a venda de petróleo. E conseguiram, em parte. A União Europeia (UE) parou de comprar petróleo russo no inverno de 2022-23. As exportações redirecionadas para outros mercados deveriam estar sujeitas a um teto de preço de 60 dólares por barril. A UE e o Reino Unido aplicariam essa medida negando seguro para petroleiros, um setor que dominam, aos transportadores que não cumprissem as regras.

Moscou contra-atacou montando uma "frota sombra" de cerca de 300 petroleiros de segunda mão, diz Craig Kennedy, associado do Centro Davis para Estudos Russos e Eurasianos da Universidade de Harvard. Ela adicionou "seguros misteriosos que eram suficientes para a Índia ou a China", que se tornaram compradores.

O governo Biden começou a sancionar petroleiros da frota sombra no outono passado, mas parou em fevereiro, quando as milícias houthis no Iêmen continuaram a ameaçar a navegação no Mar Vermelho, observa Kennedy — mais uma concessão aparente aos preços do combustível nos EUA.

Os custos e os transtornos do transporte da frota sombra para a Ásia ainda estão custando aos exportadores russos de 5 a 10 dólares por barril em comparação com suas antigas vendas para a Europa, diz Ronald Smith, analista sênior de petróleo e gás da BCS Global Markets.

Os trabalhadores na Sibéria Ocidental se adaptaram bem à falta de equipamentos ocidentais sancionados e à saída forçada de empresas de serviços como Halliburton e Baker Hughes, diz Hunter Kornfeind, analista de mercado de petróleo da Rapidan Energy Group. "A indústria doméstica continuou a operar", ele afirma.

O pior golpe econômico para a Rússia foi autoimposto quando Putin cortou a maior parte das exportações de gás para a Europa na esperança de enfraquecer seu apoio à Ucrânia. Isso está custando ao Kremlin até 20 bilhões de dólares por ano, estima Smith, mais de 1% do produto interno bruto.

O mundo livre impediu as ambições do Kremlin de substituir as exportações por gasodutos por gás natural liquefeito (GNL), forçando a gigante francesa TotalEnergies a sair de uma parceria de GNL no Ártico e negando o fornecimento de petroleiros quebra-gelo, que só são fabricados na Coreia do Sul. A Exxon Mobil também saiu de uma joint venture para extrair petróleo do Ártico russo, colocando em dúvida o fornecimento de longo prazo à medida que os campos da Sibéria Ocidental diminuem. "O status da Rússia como superpotência energética foi fundamentalmente alterado em um horizonte de cinco a 20 anos", diz Fishman.

Por enquanto, porém, um superávit comercial de 86 bilhões de dólares no ano passado permite que Putin absorva suas perdas com o gás e cubra as crescentes despesas militares. O próximo presidente dos EUA, especialmente se for Kamala Harris, poderia ter mais liberdade para atacar a frota sombra da Rússia e intensificar outras "sanções secundárias" sem se preocupar imediatamente em perder uma eleição devido aos preços domésticos da gasolina. Mas os mercados não estão apostando nisso.

"Qualquer um dos candidatos irá gradualmente apertar o cerco sobre as sanções contra a Rússia", prevê Kornfeind da Rapidan. "Mas não o suficiente para aumentar os preços."

Valor - SP   14/10/2024

Medida foi tomada a pedido da própria empresa, que quer evitar a perda de direito sobre a área, uma vez que ainda aguarda licença do Ibama

A Petrobras pediu e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) suspendeu os prazos para exploração de petróleo previstos no contrato de concessão do bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas (AP), na Margem Equatorial. O motivo, segundo a empresa, foi a proximidade do fim do período fixado na primeira fase de exploração da área.

Sem a perspectiva de que a licença ambiental fosse concedida antes da data-limite, em 28 de agosto, a Petrobras solicitou que a ANP suspendesse a validade do cronograma até que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decida se permite ou não a perfuração.

A ANP respondeu em ofício à estatal que o contrato está “suspenso cautelarmente desde 28/08/2024 até sua deliberação acerca do pleito de suspensão”, disse a Petrobras em nota ao Valor.

A Margem Equatorial, considerada uma das últimas novas fronteiras petrolíferas do país, é uma área marítima que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. A petroleira teve a licença ambiental para perfurar o poço negada pelo Ibama em maio do ano passado. A estatal recorreu no próprio Ibama e aguarda decisão do órgão (ver matéria abaixo).

Além do prazo encerrado para a primeira fase da campanha, a empresa tem até agosto de 2027 para realizar o segundo período exploratório. Porém, como os prazos contratuais estão suspensos, a nova data-limite só será conhecida após decisão da ANP e emissão da licença ambiental.

“A companhia segue empenhando todos os esforços na obtenção da licença ambiental no Amapá Águas Profundas, Bloco FZA-M-59 e avalia que todos os estudos e exigências solicitados pelo Ibama, no âmbito do licenciamento ambiental e conforme a legislação de regência, foram atendidos pela empresa”, disse a Petrobras.

Pelas regras do setor de óleo e gás, ao descumprir prazos contratuais, as petroleiras têm que devolver a concessão à União e pagar multas. Porém, a ANP analisa e concede prorrogações caso os atrasos nos cronogramas sejam causados por “casos fortuitos”, fora do alcance das empresas. Os contratos de concessão preveem a possibilidade de extensão de prazos, quando o motivo dos atrasos for a demora na emissão de licença ambiental.

Em nota, a ANP afirmou que, no caso da Petrobras, “ainda há possibilidade de prorrogação, em caso fortuito ou força maior, prevista contratualmente.”

Em agosto, a diretora de licenciamento do Ibama, Claudia Barros, estimou que até o fim do ano o órgão pode ter uma decisão sobre o recurso da Petrobras. Procurada pelo Valor, Barros não retornou até o fechamento desta edição. O Ibama também não retornou aos contatos da reportagem.

A Petrobras disse também que os resultados da investigação após a perfuração do primeiro poço “trará informações relevantes para a tomada de decisão em relação à continuidade das atividades na área”. A empresa tem pretensão de realizar duas outras perfurações no mesmo bloco.

A exploração é a fase em que as petroleiras realizam atividades para descobrir reservas e conhecer o potencial de produção de petróleo e gás. Até a 13ª Rodada, em 2015, a fase de exploração era dividida em duas etapas.

Contratos de concessão abrem espaço para extensão de prazos para exploração

Na primeira, são realizados estudos sísmicos (uma espécie de “ultrassom”) do subsolo marinho, entre outras avaliações, podendo prever perfuração de poços. Na segunda etapa, as empresas são obrigadas a realizar perfurações. A partir da 14ª Rodada de Licitações, em 2017, a ANP passou a exigir fase única para a exploração.

“O objetivo da atual campanha exploratória na região é investigar a possibilidade de ocorrência de hidrocarbonetos em reservatórios depositados em águas profundas dessas bacias. Esses alvos são pouco conhecidos, e são correlacionados aos de grandes descobertas em áreas análogas, como as da margem equatorial africana e de áreas contíguas da Guiana, Suriname e Guiana Francesa”, destacou a estatal. Outras empresas também olham a Margem Equatorial, os movimentos da Petrobras e os sinais do governo, como a Shell e a britânica bp.

Além da emissão da licença ambiental, é esperada uma decisão política sobre a exploração de petróleo na região, que cabe ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Integrantes do CNPE, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a ministra de Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, divergem sobre o tema. Alexandre Silveira defende a exploração da Margem Equatorial, enquanto Marina Silva diz que a decisão do Ibama sobre a licença será “técnica”.

Obtenção de licenças em áreas ambientalmente sensíveis, como é o caso da Bacia da Foz do Amazonas, sempre foi algo considerado difícil, mas segundo fontes do mercado, o contexto atual é diferente da época em que o bloco foi concedido, em 2013, o que pode pesar na decisão política sobre a exploração de petróleo na região.

Naquela época não haviam discussões sobre transição energética, que tem entre outros pontos o menor uso de combustíveis fósseis. O tema ganhou mais relevância a partir de 2015, com o Acordo de Paris, que trata da limitação do avanço da temperatura média global, o que passa por reduzir as emissões de gases poluentes.

Hoje, o Brasil tenta se posicionar como um dos líderes globais pela descarbonização, sendo, inclusive, sede da COP30, em Belém, em 2025. Anunciar descobertas de petróleo ou planos de exploração da Margem Equatorial, especialmente às vésperas do encontro global sobre o ambiente, poderia deixar o governo em posição “desconfortável” diante da possível repercussão negativa, dizem especialistas.

Valor - SP   14/10/2024

O cronograma previsto teve quatro prorrogações de prazos para exploração, de acordo com dados públicos disponibilizados pela ANP

O bloco FZA-M-59 está sob processo de licenciamento ambiental há dez anos e durante esse tempo a britânica bp, sócia da Petrobras no consórcio que arrematou a área, deixou o projeto diante das dificuldades para a obtenção da autorização.

O cronograma previsto no contrato de concessão teve quatro prorrogações de prazos para exploração, de acordo com dados públicos disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O contrato de concessão do bloco foi assinado no dia 6 de agosto de 2013. Na época, a atual presidente da Petrobras, Magda Chambriard, era a diretora-geral da ANP. O bloco foi arrematado na 11ª Rodada de Licitações da ANP pelo consórcio formado por BP Energy (70%) e Petrobras (30%), a um bônus de assinatura de R$ 44,506 milhões (o equivalente a R$ 98,649 milhões em valores corrigidos pelo IPCA).

O bloco FZA-M-59 tem 766 quilômetros quadrados de área, localizado a 160 quilômetros da costa do Oiapoque e a cerca de 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.

O licenciamento ambiental do bloco teve início em maio de 2014. Em setembro de 2021, a ANP aprovou a transferência da participação da bp no bloco para a Petrobras, após dificuldades para obter a licença ambiental para perfurar poços.

O contrato de concessão previa inicialmente um prazo de oito anos para a execução da fase de exploração, que se encerrava em agosto de 2021. No entanto, a ANP concedeu quatro prorrogações de prazos exploratórios: a primeira foi em outubro de 2017, quando uma resolução da ANP estendeu por dois anos o prazo da concessão de todos os blocos licitados na 11ª e 12ª rodadas, seguindo recomendação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) daquele ano.

Em abril de 2020, a ANP estendeu por nove meses os prazos para cumprimento de etapas de exploração e produção de petróleo e gás natural para todos os contratos. Em junho de 2022, a agência concedeu nova extensão de prazo para cumprimento de prazos para todos os contratos, de 18 meses.

A última extensão de prazo foi em maio de 2023, quando a ANP prorrogou a fase de exploração do bloco FZA-M-59 por mais 18 meses, sendo a primeira etapa vigente 28 de agosto deste ano e a segunda, até agosto de 2027.

A Margem Equatorial, especialmente a região do Amapá, ganhou notoriedade por causa das descobertas de grandes reservas de petróleo na Guiana e no Suriname. Considerado como “o novo pré-sal brasileiro”, estima-se potencial de produção de 5 bilhões a 7,5 bilhões de barris de petróleo recuperáveis.

A exploração de petróleo na região tem como foco a reposição de reservas, diante de um declínio do pré-sal previsto para os próximos anos, a partir da década de 2030. Por outro lado, ambientalistas e críticos da exploração de petróleo na região defendem a aceleração da transição energética como alternativa.

O Estado de S.Paulo - SP   14/10/2024

Desde os ataques do Hamas a Israel há um ano, o maior medo nos mercados de petróleo tem sido que as tensões se transformem em uma guerra regional completa colocando Israel contra o Irã, o sétimo maior produtor mundial de petróleo bruto.

Até recentemente, ambos os países pareciam ansiosos para evitá-la. Isso explica por que o nervosismo inicial nos mercados de petróleo após o 7 de outubro do ano passado logo deu lugar aos preços baixos e estáveis que prevaleceram durante grande parte deste ano.

Mas, em 1º de outubro, o Irã disparou mísseis contra Israel em resposta ao ataque israelense ao Hezbollah e outros representantes iranianos. Agora, o mundo está esperando ansiosamente pela resposta de Israel. Os mercados de petróleo estão nervosos.

Na segunda-feira, 7, a cotação da commodity superou US$ 80 com a possibilidade de ataque a poços no Oriente Médio. Quando a mais recente guerra envolvendo um grande petroestado estourou, na Ucrânia em 2022, o petróleo bruto ultrapassou US$ 100 o barril. Isso pode acontecer novamente?

Para entender o quanto os preços podem subir, olhe primeiro para as opções de retaliação de Israel. Se fossem atingidos apenas alvos militares, como locais de lançamento de mísseis — e o Irã respondesse moderadamente —, então parte do prêmio geopolítico que impulsiona os preços do petróleo evaporaria. Mas Israel poderia escolher uma escalada, bombardeando a infraestrutura civil do Irã, instalações de petróleo e gás ou locais de enriquecimento nuclear.

Seja qual for a escolha de Israel, o Irã pode se sentir forçado a uma resposta robusta, desencadeando um ciclo que acaba transformando em um alvo o complexo petroindustrial do Irã, a tábua de salvação do regime. Portanto, não é necessário que os ativos de petróleo sejam atacados primeiro para que os mercados globais se preocupem.

Se Israel quisesse dar um golpe severo nas exportações de energia do Irã, poderia ir atrás dos terminais de petróleo na Ilha Kharg, no Golfo Pérsico — de onde nove décimos de todos os barris de petróleo bruto iraniano são enviados — ou mesmo dos próprios campos de petróleo. Isso teria um custo diplomático.

O governo Biden ficaria irritado com o fato de que isso poderia fazer os preços da gasolina subirem menos de um mês antes da eleição presidencial dos Estados Unidos. A China, o destino de quase todas as exportações de petróleo do Irã, também ficaria irritada.

Israel ainda pode considerar que vale a pena arcar com esse custo e optar por atacar os terminais. Um ataque bem-sucedido tiraria instantaneamente um grande estoque de petróleo dos mercados internacionais: no mês passado, o Irã exportou um recorde de 2 milhões de barris por dia (bpd), equivalente a quase 2% do suprimento mundial.
Diferenças em relação à guerra na Ucrânia

Mesmo assim, as consequências globais provavelmente seriam contidas. Diferentemente da situação após a invasão da Ucrânia pela Rússia, quando o mundo estava bombeando petróleo a todo vapor e a demanda estava se recuperando após a pandemia, a oferta hoje é abundante e a demanda lenta.

Após uma série de cortes de produção, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como Opep+, têm mais de 5 milhões de bpd em capacidade ociosa — mais do que suficiente para compensar a perda do petróleo bruto iraniano.

Eles provavelmente não esperariam muito antes de aumentar a produção. Os membros da Opep+, irritados ao ver sua participação de mercado cair nos meses mais recentes, estavam esperando por uma oportunidade dessas para reverter seus cortes. Recentemente, eles confirmaram planos de aumentar a produção em 180.000 bpd a cada mês durante um ano, começando em dezembro.

Os sauditas estão tão determinados a não ceder mais terreno que dizem ter baixado sua meta de retornar o petróleo a US$ 100 o barril, o nível necessário para equilibrar as contas do reino em meio ao desenvolvimento de vários megaprojetos.

A produção está aumentando nos EUA, Canadá, Guiana, Brasil e outros lugares. A Agência Internacional de Energia espera que a produção fora da Opep cresça em 1,5 milhão de bpd no ano que vem, mais do que o suficiente para cobrir qualquer aumento na demanda global. E a demanda está diminuindo por conta do crescimento econômico morno nos EUA, China e Europa e de uma corrida para substituir os carros a gasolina por modelos elétricos.

Antes da mais recente escalada nas tensões no Oriente Médio, os comerciantes esperavam um excesso de petróleo em 2025, empurrando os preços abaixo de US$ 70 o barril. Hoje, os estoques de petróleo bruto na OCDE estão abaixo da média de cinco anos. Portanto, um ataque à Ilha Kharg sem dúvida sacudiria os mercados. Mas os preços provavelmente se estabilizariam apenas US$ 5 a 10 acima de seus níveis atuais.

Como o Irã pode agravar a ameaça ao abastecimento

As coisas poderiam ficar muito mais selvagens se o Irã atacar outros Estados do Golfo vistos como apoiadores de Israel. Nos anos mais recentes, as relações entre o Irã e seus vizinhos têm se estabilizado e, nos últimos dias, autoridades de Estados árabes do Golfo se encontraram com colegas iranianos no Catar para tentar tranquilizá-los em relação à sua neutralidade.

Ainda assim, com poucas opções disponíveis, o Irã pode tentar atingir os campos de petróleo de seus vizinhos, começando talvez com Estados menores, como Bahrein ou Kuwait.

A outra ferramenta que o Irã poderia usar para criar o caos global seria fechar o Estreito de Ormuz, por onde 30% do petróleo bruto marítimo do mundo e 20% do seu gás natural líquido precisam passar. Isso, no entanto, equivaleria a um suicídio econômico, pois deixaria o Irã incapaz não apenas de enviar petróleo ou outras exportações, mas também de trazer muitas importações. E irritaria muito a China, que obtém cerca de metade do seu petróleo bruto dos países do Golfo.

É difícil adivinhar como o mercado responderia a tais cenários, mesmo porque as ações do Irã desencadeariam mais reações de Israel, dos EUA e outros. EUA e China, por exemplo, provavelmente enviariam suas marinhas para reabrir o Estreito de Ormuz.

Ainda assim, supondo que as interrupções sejam grandes o suficiente para causar escassez de petróleo bruto que dure um tempo, então os preços do petróleo provavelmente subiriam a ponto de conter o apetite por petróleo, para então começarem a cair.

Analistas acreditam que tal “destruição da demanda” ocorreria quando o petróleo bruto atingisse US$ 130 o barril — aproximadamente o nível máximo alcançado em 2022.

Se os mercados de petróleo acreditassem que tal cenário fosse remotamente provável, seus medos começariam a se refletir no preço atual. Os traders que apostaram na queda dos preços do petróleo em um futuro próximo estariam correndo para se desfazer de suas posições.

No entanto, se recuarmos um pouco, o recente aumento nos preços não parece impressionante, mesmo pelos padrões relativamente calmos dos 18 meses mais recentes. No ano passado, o petróleo manteve uma média de US$ 82 o barril; em 2022, US$ 100.

O conflito de um ano no Oriente Médio confundiu muitas expectativas. Mas, para que os preços do petróleo cheguem aos três dígitos novamente, muitas coisas ainda precisam dar muito, muito errado

AGRÍCOLA

Agrolink - RS   14/10/2024

No mês de setembro, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram cifra recorde, totalizando US$ 14,19 bilhões em vendas externas, um aumento de 3,6% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse resultado positivo da balança comercial foi impulsionado, em grande parte, pelo aumento do volume exportado.

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), os principais setores exportadores foram o complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais, cereais, farinhas e preparações, além do café. Esses seis setores representaram 84,6% da pauta exportadora do agronegócio brasileiro. Na tarde desta quinta-feira (10), o secretário Luis Rua destacou que o valor recorde de setembro também é resultado da abertura de mercados realizada nos últimos meses para produtos agropecuários brasileiros. “Quando abrimos mercados para uma cadeia produtiva que eventualmente não exporta muito, criamos novas oportunidades e, assim, impulsionamos outros mercados,” afirmou o secretário, durante entrevista para jornalistas na sede do Mapa.

PRODUTOS DESTAQUES

As exportações de carnes tiveram grande destaque, com o setor bovino registrando o maior valor exportado pelo Brasil. Em setembro de 2024, as vendas externas de carne bovina alcançaram US$ 1,25 bilhão, um aumento de 29,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. As exportações de carne bovina in natura também atingiram um recorde histórico de volume embarcado, com 251,76 mil toneladas (+29,1%). A China manteve-se como o principal mercado comprador da carne brasileira.

O complexo sucroalcooleiro exportou US$ 1,92 bilhão em setembro de 2024 (+6,4%). O principal produto desse setor foi o açúcar, responsável por quase 95% das vendas externas do complexo. Em setembro de 2024, os embarques de açúcar de cana em bruto atingiram um volume recorde de 3,47 milhões de toneladas (+25,9%) para os meses de setembro. Os produtos florestais, que incluem celulose, papel, e madeiras e suas obras, também registraram forte desempenho. A celulose foi o único produto do setor a atingir a marca de US$ 1 bilhão em vendas, com US$ 1,04 bilhão exportados, estabelecendo um novo recorde para os meses de setembro. Os mercados mais industrializados foram os principais importadores de celulose.

Outro destaque foi o café verde, com vendas externas que subiram de US$ 573,84 milhões em setembro de 2023 para US$ 1,07 bilhão em setembro de 2024 (+86,6%), cifra recorde para os meses de setembro. O volume embarcado também foi recorde, atingindo 243,1 mil toneladas comercializada.

RESULTADOS DE 12 MESES (SETEMBRO 2023/AGOSTO 2024)

Nos últimos doze meses, entre outubro de 2023 e setembro de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram a cifra de US$ 166,19 bilhões, o que significou elevação de 1,8% em comparação aos US$ 163,19 bilhões exportados nos doze meses imediatamente anteriores.

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