Clipping Diário

18 | Dezembro | 2024

SIDERURGIA

Agência Brasil - DF   18/12/2024

De janeiro a novembro deste ano, o volume da produção de aço bruto no país foi de 31,1 milhões de toneladas (t). O resultado supera em 5,6% o registrado entre janeiro e novembro de 2023.

Na comparação dos dois períodos, as importações, o consumo aparente e as vendas internas cresceram 24,4%, 9,6% e 8,7%, respectivamente, conforme aponta o Instituto Aço Brasil, em balanço divulgado nesta segunda-feira (16).

A previsão é de que, ao se computar os resultados de dezembro, o ano de 2024 termine com produção de 33,7 milhões de t. No acumulado deste ano, o pior índice foi o referente a exportações, que somaram 8,8 milhões de t até o momento, 18,5% a menos do que o mesmo período do ano passado.

Em coletiva de imprensa, a organização sublinhou como os três principais setores que dependem do aço contribuíram para o desempenho apresentado: o de automotores teve alta de 12,1%, enquanto o de máquinas e equipamentos e o da construção civil registraram variação positiva de 1% e 4,1% respectivamente.
China

O presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello, aludiu a um quadro que compila dados sobre o histórico de alguns países quanto ao consumo da liga metálica, ao longo de 43 anos. No Brasil de 1980, a proporção média era de 100,6 quilos por habitante, passando para 110,8 em 2023. A variação do país foi de 10,1%, ao passo que a da China, por exemplo, foi de 1.863%.

O país asiático foi mencionado como um fator de preocupação, por estar, na avaliação de Mello, praticando uma atividade "predatória", dominando as exportações.

Mello afirmou que um dos temas que predominaram foi a transição energética, sobretudo pela Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças do Clima (COP29), realizada no mês passado em Baku, no Azerbaijão, e que a indústria de aço e a de ferro são responsáveis somente por 4% do volume de gases de efeito estufa emitidos pelo Brasil. Em âmbito global, a porcentagem é de 7%, frisou ele.

Ao citar os números, o representante do instituto pediu que outros ramos econômicos sejam cobrados de modo proporcional pelos danos que geram. O agronegócio, por exemplo, responde por 32% das emissões, e o setor de energia, por 24%.

Mello enfatizou, ainda, a importância de se delimitar o que é meta estabelecida pelo governo brasileiro e o que está ao alcance do setor. "Só vamos assumir metas factíveis", declarou.

O executivo do instituto usou como exemplo os Estados Unidos que, segundo ele, após ter passado por um boom na produção de automóveis, aproveitou as unidades como sucata, que entende como uma das soluções para a transição energética.

A segunda delas, complementar, seria a utilização do hidrogênio como substituto, no processo de descarbonização do aço, o que, criticou Mello, exigiria da Petrobras uma posição "menos monopolista". Para fechar um conjunto de ferramentas, a indústria de aço necessitaria de R$ 180 bilhões para tornar viável a transição para energia limpa.

Investing - SP   18/12/2024

Um grupo de legisladores dos EUA que apoiam sindicatos está instando o Presidente Joe Biden a rejeitar firmemente a proposta de aquisição da United States Steel (NYSE:X) Corp. pela Nippon Steel (TYO:5401) Corp. Eles argumentam que o acordo pode representar uma séria ameaça ao futuro da fabricação de aço americana.

O Congressional Labor Caucus enviou uma carta ao Presidente, expressando suas preocupações e aumentando a pressão sobre Biden para impedir o acordo, anunciado há um ano. A carta, datada de terça-feira, foi assinada por 29 legisladores dos EUA, incluindo a Representante de Ohio Marcy Kaptur e o Democrata da Pensilvânia Chris Deluzio. A carta destaca preocupações generalizadas dentro do movimento trabalhista, um grupo que tradicionalmente tem laços estreitos com o Partido Democrata.

Espera-se que Biden bloqueie oficialmente a venda de 14,1 bilhões de dólares da US Steel para a Nippon Steel por motivos de segurança nacional, uma vez que seja encaminhada de volta a ele ainda este mês, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação. O Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos passou grande parte do ano revisando o acordo e deve apresentar sua decisão a Biden até 22 ou 23 de dezembro. Biden expressou publicamente seu apoio ao movimento trabalhista e tem buscado ativamente o endosso de líderes sindicais e membros.

A carta dos legisladores critica a Nippon Steel por não fornecer quaisquer compromissos legalmente vinculativos por escrito, apesar de suas declarações públicas e garantias verbais de que planeja investir bilhões de dólares na fabricação de aço nos EUA e não transferirá nenhum emprego relacionado para fora dos EUA. A carta insta Biden a rejeitar a fusão até o final do terceiro período de revisão de 90 dias do Comitê de Investimento Estrangeiro, que se encerra em 22 de dezembro de 2024.

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No entanto, nem todos os aliados de Biden concordam com essa posição. Três proeminentes Democratas negros da Câmara enviaram uma carta a Biden em 12 de dezembro expressando seu apoio ao acordo. Eles acreditam que o compromisso da Nippon Steel de investir na indústria siderúrgica estimulará vários setores de manufatura que são cruciais para a criação de empregos e estabilidade econômica, especialmente para os americanos negros e suas comunidades.

A carta foi assinada pelos legisladores Maxine Waters, Jim Clyburn e Bennie Thompson. Clyburn, em particular, é um aliado próximo do presidente. Seu endosso foi crucial para reviver a campanha primária de Biden antes da eleição de 2020, que acabou levando à eleição de Biden para a presidência. Os legisladores instaram a administração Biden a trabalhar com todas as partes interessadas para garantir a conclusão bem-sucedida da aquisição.

 

Investing - SP   18/12/2024

A Índia está planejando impor um imposto temporário, conhecido como "taxa de salvaguarda", de até 25% sobre as importações de aço. A medida visa conter as importações baratas da China, o maior produtor mundial de aço, de acordo com fontes da indústria e do governo.

Uma proposta para o imposto recebeu amplo apoio em uma reunião liderada pelo ministro do Comércio, Piyush Goyal, na terça-feira. As pequenas indústrias inicialmente se opuseram ao plano, mas abandonaram sua resistência após receberem garantias de que não seriam afetadas por possíveis aumentos nos preços do aço.

Um funcionário da indústria presente na reunião afirmou que a taxa de salvaguarda provavelmente será implementada após uma investigação. Espera-se que a investigação seja concluída dentro de um mês. "Para atender às preocupações dos pequenos fabricantes, as grandes siderúrgicas fornecerão aço a eles a preços reduzidos", acrescentou o funcionário.

A Diretoria Geral de Remédios Comerciais da Índia está atualmente investigando se as importações baratas da China afetaram negativamente os produtores de aço domésticos. Espera-se que o governo aplique o imposto temporário assim que a investigação for concluída.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   18/12/2024

O cenário prospectivo de inflação mostra-se mais desafiador em diversas dimensões, segundo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 17, pelo Banco Central. O documento trouxe o passo a passo das avaliações feitas na semana passada e que culminaram numa alta de 1 ponto porcentual da Selic, para 12,25% ao ano: o colegiado analisou inicialmente a atividade econômica, a demanda agregada, as expectativas de inflação, a inflação corrente e o cenário internacional; em seguida, discutiu as projeções e expectativas de inflação para então deliberar sobre a decisão corrente e comunicação futura. A cúpula do BC já deixou duas altas de 1 pp contratadas para as primeiras reuniões de 2025, sob a nova presidência de Gabriel Galípolo.

“Analisando o período corrente de atividade econômica, persiste um cenário de atividade resiliente com dinamismo maior do que esperado, como evidenciado na divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, levando a nova reavaliação de um hiato mais positivo”, citaram os integrantes do Copom. Eles também mencionaram que o mercado de trabalho também segue aquecido, com aumento da população ocupada, queda da taxa de desemprego e aumento da formalização de postos.

A ata ponderou, no entanto, que começa a existir alguma moderação no ritmo de crescimento de salários nas diferentes pesquisas, mas ainda em níveis elevados. “A conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito amplo segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada”, analisaram os dirigentes, comentando que, em particular, o ritmo de crescimento do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo indica uma demanda interna crescendo em ritmo bastante intenso, apesar da política monetária contracionista.

Os motivos para tal dicotomia foram debatidos pelo Copom, de acordo com a ata. “Notou-se que há elementos mitigadores concorrendo com o impacto da política monetária sobre a atividade, tais como os impulsos de crédito e fiscais mais fortes do que antecipados”, enfatizaram os integrantes do colegiado. A manutenção de canais de política monetária desobstruídos, segundo eles, sem elementos mitigadores para sua ação, contribui para uma condução mais efetiva e mais eficiente.

Globo Online - RJ   18/12/2024

O dólar chegou a bater em R$ 6,20 nesta terça-feira, mas fechou em R$ 6,09, um novo recorde. A desvalorização do real frente à moeda norte-americana tem efeito gradual sobre a inflação brasileira, com impactos mais visíveis nos preços de alimentos. Segundo economistas, o câmbio afeta a economia por diferentes canais, levando de meses a um ano para que o repasse completo da alta se manifeste nos preços ao consumidor. A cada 10% de desvalorização do câmbio, a inflação tende a subir 0,20 ponto percentual. No ano, está em 25%, então pode impactar, em média, meio ponto percentual na inflação.

De acordo com o economista André Braz, do FGV Ibre, a melhor forma de observar os efeitos do câmbio na inflação é através dos preços comercializáveis, uma série calculada pelo Banco Central a partir dos subitens do IPCA. Essa métrica mostra como os preços de bens sensíveis à variação do dólar já têm avançado nos últimos meses, refletindo a desvalorização do real desde o início do ano: Em janeiro, no acumulado de 12 meses, esses preços estavam em 0,99%. Em novembro, foram para 5,45%

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, os canais de impacto do dólar nos preços variam em velocidade. No momento, os combustíveis — tradicionalmente um canal de repasse rápido — estão menos sensíveis à oscilação do câmbio, devido à política de preços praticada atualmente. Já no caso de bens industrializados, como eletrônicos e automóveis, o impacto é mais lento.

- Para que o preço de uma televisão, por exemplo, suba no varejo, é necessário um ciclo que envolve a importação de componentes, a produção do item e, por fim, o repasse ao consumidor.

Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, explica que o o reflexo mais imediato tem sido observado no item alimentos no domicílio, dentro do IPCA. A escalada do dólar de R$ 5 para patamares próximos de R$ 5,70 já está se refletindo nesses preços, que tendem a subir consecutivamente ao longo dos próximos seis meses a um ano, explica.

Os alimentos são mais atingidos por três motivos principais, conta Saadia. A importação de produtos, como trigo, essencialmente importado, tornam-se mais caros com o dólar alto. Isso encarece derivados, como o pão francês e outros alimentos farináceos. Outro motivo é que as commodities são negociadas em dólar e a desvalorização do real aumenta os preços de commodities utilizadas na produção de alimentos, como milho e soja, elevando o custo de produtos finais no mercado interno.

- Outra questão é a demanda externa por exportações: com o real desvalorizado, produtos brasileiros, como a carne bovina, tornam-se mais baratos para compradores internacionais. Isso leva produtores a priorizarem a exportação, reduzindo a oferta no mercado interno e pressionando os preços - explica Beto.

Por fim, ele lembra que o setor industrial também enfrenta pressões. Mesmo produtos menos tecnológicos, como bens de consumo duráveis, possuem componentes importados em sua composição.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/12/2024

O Brasil acumulou uma alta de 53,4% no volume importado de bens de consumo duráveis entre janeiro e novembro de 2024, em relação ao mesmo período de 2023. O resultado foi turbinado pelas compras de carros elétricos da China, segundo relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

“O aumento dos bens duráveis foi explicado ao longo de 2024 pelo crescimento das importações oriundas da China de carros elétricos. O pico foi em junho, quando foi registrada uma variação de +320% em relação a junho de 2023”, apontou a FGV.

Houve expansão também nas importações das demais categorias de uso da indústria de transformação, com destaque para o volume importado de bens de capital, que cresceu 23,8% de janeiro a novembro ante o mesmo período do ano anterior, sinalizando investimentos, e de bens intermediários, aumento de 14,5%, indicando insumos para um aumento de produção. De janeiro a novembro de 2024, o País aumentou ainda o volume importado de bens de consumo semiduráveis, alta de 27,7%, e de bens de consumo não duráveis, crescimento de 10,0%.

O crescimento nas importações brasileiras ajudou a reduzir o superávit da balança comercial neste ano, apontou a FGV. De janeiro a novembro de 2024, o superávit ficou em US$ 69,9 bilhões, o que significa US$ 19,4 bilhões a menos que no mesmo período de 2023.

“A corrente de comércio, porém, foi maior, impulsionada, principalmente, pelo aumento das importações. No acumulado até novembro de 2024 foi de US$ 554,7 bilhões, superior em US$ 22,8 bilhões a de 2023”, frisou o Icomex.

A FGV prevê que a balança comercial encerre o ano de 2024 com um superávit entre US$ 74 bilhões e US$ 78 bilhões. “Não se esperam fatos novos que possam alterar as principais conclusões e características da balança comercial de 2024”, acrescentou.

De janeiro a novembro, o volume total de exportações brasileiras aumentou 4,2% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o volume importado subiu 16,5%. “A China permanece na liderança como principal mercado das exportações e importações brasileiras. O superávit com o país foi de US$ 31,0 bilhões, o que representa 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro de 2024”, ressalta o relatório do Icomex.

Em relação ao desempenho do ano anterior, entretanto, a participação da China nas exportações brasileiras diminuiu, enquanto avançaram as dos Estados Unidos e União Europeia.

No acumulado de janeiro a novembro de 2024, ante o mesmo período de 2023, o volume exportado pelo Brasil para os Estados Unidos cresceu 10,7%, e para a União Europeia aumentou 5,7%. As remessas para a China cresceram 1,2%, enquanto para a Argentina recuaram 20,1%.

Quanto às importações, o volume adquirido pelo Brasil proveniente da China subiu 38,1% no acumulado do ano; dos Estados Unidos, alta de 3,9%; da União Europeia, aumento de 0,9%; e da Argentina, elevação de 11,8%.

O Estado de S.Paulo - SP   18/12/2024

Nesta segunda-feira, 16, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o Brasil está entre as nações que praticam tarifas elevadas e que, devido a isso, iria aumentar as taxas dos produtos que chegam ao território norte-americano.

Embora confirmem que, de fato, o Brasil tem taxas elevadas de exportação, especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que, se de fato a ideia de taxar os produtos brasileiros for adiante, trará como efeito direto o aumento dos preços no mercado interno.

“Historicamente, o Brasil tem taxas elevadas de exportação, e esse é um histórico antigo do País”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. “Mas o Trump tem esse fetiche tarifário. Ele tem um pensamento completamente equivocado. O efeito disso será um aumento do custo geral para as empresas norte-americanas”, diz .

Sergio Vale e outros especialistas dizem que a fala de Trump não encontra respaldo quando as informações da balança comercial brasileira são analisadas, já que há superávit para o lado norte-americano.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, no acumulado de janeiro a novembro deste ano em relação a igual período de 2023, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 9,3% e atingiram US$ 36,57 bilhões (R$ 221,26 bilhões). Já as importações avançaram 6,9%, e totalizaram US$ 37,36 bilhões (R$ 226 bilhões). Com isso, no período, a balança comercial brasileira apresentou déficit de US$ 790 milhões (R$ 4,8 bilhões).

“Sim, é verdade. De fato, o Brasil taxa muito e há um protecionismo grande no comparativo com os Estados Unidos, embora algumas partes do mundo imponham barreiras tarifárias e não tarifárias. É o caso das cotas de aço impostas pelos Estados Unidos”, afirma José Ronaldo Souza Júnior, professor do curso de economia do Ibmec-Rio.

Um exemplo de barreira foi o direito antidumping aplicado às exportações brasileiras de tubos soldados de aço não ligado de seção circular, que vigorava desde 1992 e só foi revogado pela Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês) no início deste ano. Até então, os EUA cobravam taxas adicionais de 103,4%.

Por outro lado, o Brasil cobra impostos de importação dos EUA que podem chegar a 60% calculados sobre o valor do produto, segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. Segundo ele, dependendo do item, são acrescidos ao valor final ainda o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Cofins e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que pode elevar ainda mais os valores e a porcentagem final.

Apesar disso, Eyng afirma que a fala de Trump é muito difícil de ser colocada em prática. “Eu não tenho a menor dúvida de que o Trump tem essa vontade (aumentar taxas), porém, é uma declaração populista e não é possível de ser implantada. O grande adversário comercial dos EUA desde a primeira eleição de Trump era e é a China. Depois disso, tem a questão comercial com a Rússia, que está em guerra e, em seguida, o México”, analisa Eyng.

Segundo o CEO da Multiplike, se Trump realmente fizer isso, criará um cenário inflacionário em seu país. “E eu não sei se ele tem essa possibilidade econômica. É um país que tem tolerância zero à inflação”, afirmou Eyng.

Para Vale, se de fato a ideia de Trump for adiante, será necessário entender se o Brasil fará alguma retaliação, prática que é tradição do País. “Não faz o mínimo sentido ele (Trump) fazer isso. Se o fizer, expulsará o comércio brasileiro para outras regiões, sobretudo para a China e a Europa”, avalia o economista-chefe das MB Associados.

Agência Brasil - DF   18/12/2024

A participação da China nas exportações brasileiras caiu de janeiro a novembro deste ano, enquanto as importações do país asiático tiveram um peso maior na balança comercial. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), e mostram que a China continua a ser a principal parceira comercial do Brasil.

De janeiro a novembro, 28,6% das exportações brasileiras foram para a China, um percentual menor que os 30,7% de 2023. Já no sentido oposto, a fatia chinesa nas importações brasileiras aumentou de 21,9% para 24,1%.

Segundo a FGV, a mudança se deu também pelo aumento das exportações para os Estados Unidos e a União Europeia, e queda nas importações desses parceiros. A Argentina, mesmo em crise econômica, importou mais produtos brasileiros e exportou mais para o Brasil, principalmente devido ao setor automotivo.

O saldo total da balança comercial até novembro foi de US$ 69,9 bilhões. A FGV projeta que este ano o Brasil deve ter um superávit entre US$ 74 bilhões e US$ 78 bilhões no comércio exterior.

Se consideradas apenas as trocas comerciais com a China, o Brasil já soma superávit de US$ 31 bilhões, o que representa 44,3% do saldo acumulado da balança comercial até novembro.

O Estado de S.Paulo - SP   18/12/2024

O último e mais importante evento macroeconômico de 2024 acontece hoje, com a decisão de política monetária nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed), quando a esmagadora maioria de investidores e analistas espera um corte de 0,25 ponto porcentual dos juros americanos para a faixa entre 4,50% e 4,25%. Mas é a sinalização sobre o que virá em 2025 o grande ponto de atenção e que terá um impacto importante sobre os mercados globais.

Com o mercado de trabalho americano ainda apertado, os gastos dos consumidores surpreendentemente resilientes e a desaceleração da inflação perdendo fôlego nos últimos meses, consolidou-se a expectativa de que o Fed irá sinalizar um número menor de reduções de juros em 2025 em comparação com o que indicou na última atualização das suas projeções macroeconômicas, em setembro.

Ou seja, ao cortar menos os juros o Fed deixará a sua taxa básica, ao fim do atual ciclo de afrouxamento monetário, em patamar mais elevado do que se previa inicialmente. Isso significa menos injeção de liquidez nos mercados. E, por tabela, entre outras consequências, um impulso de valorização global do dólar. Ficarão mais vulneráveis à turbulência os países com situação desfavorável do ponto de vista fiscal e também das suas contas externas. O Brasil encabeça essa lista. A questão, portanto, é quão menos o Fed indicará hoje que vai reduzir os juros em 2025.

Nesta reunião, além do comunicado e da entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, logo após o anúncio da decisão, também serão divulgadas as novas projeções macroeconômicas dos dirigentes do banco central americano, incluindo as previsões para crescimento do PIB, inflação, desemprego e trajetória da taxa de juros nos próximos anos.

Em setembro, o Fed sinalizou que, além do corte de hoje, iria reduzir os juros em 1 ponto ao longo de 2025, isto é, quatro cortes de 0,25 ponto, levando a taxa básica para a faixa entre 3,25% e 3,50% ao fim do ano que vem. Na atualização dessas projeções, os economistas esperam que o Fed indique apenas três cortes de 0,25 ponto. Já os investidores precificam que, no máximo, haverá apenas dois cortes, com a taxa chegando entre 4,0% e 3,75%.

Talvez o Fed não queira assustar o mercado amanhã com projeções mais pessimistas. Mas há um novo complicador: as tarifas de importação que o presidente eleito Donald Trump prometeu impor já quando assumir o cargo. Isso terá um impacto inflacionário. É mais pressão sobre o Fed. Assim, cresceu o risco de a taxa terminal dos juros acabar em nível mais elevado.

CNN Brasil - SP   18/12/2024

A CNI considera que o Banco Central (BC) vai manter o ciclo monetário mais contracionista pelo menos até a metade do ano que vem. A entidade espera redução da taxa básica de juros somente a partir do segundo semestre de 2025, em setembro.

Na última reunião do ano, Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)  aumentou os juros em 1 ponto percentual, levando a Selic ao patamar de 12,25%.

“Projeta-se que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024. Nesse cenário, as concessões de crédito devem crescer 7,1%, menos do que em 2023”, diz a CNI em nota.

No comunicado, o Copom voltou a anunciar um guidance para as próximas reuniões. De acordo com o comitê, a Selic deve voltar a subir 1 ponto nas duas próximas reuniões, em janeiro e março de 2025.

Com a expectativa, ao fim do primeiro trimestre do próximo ano os juros estarão em 14,25% ao ano. O Copom não sinalizou quando será o ponto final do ciclo de alta.

“A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Alta do PIB

A CNI projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 3,5% em 2024. O número está acima da estimativa divulgada pelo Ministério da Fazenda, de 3,3%.

Entre os indicadores que contribuíram para o resultado, estão o desempenho do mercado de trabalho, a expansão fiscal e o aumento das concessões de crédito. Para 2025, a estimativa da CNI é de que a economia brasileira cresça 2,4%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 4,8%, acima da meta da inflação, que é de 3%, podendo chegar a 4,5% com o intervalo de tolerância. Para 2025, a CNI calcula que a inflação vai baixar para 4,2%.

IstoÉ Dinheiro - SP   18/12/2024

A balança comercial brasileira deve registrar um superávit de US$ 93,048 bilhões em 2025, um aumento de 23,7% em relação aos US$ 75,214 bilhões previstos para 2024, calculou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A entidade estima que as exportações somem US$ 358,828 bilhões em 2025, alta de 5,7% em relação aos US$ 339,385 bilhões previstos para 2024. As importações alcançariam US$ 265,780 bilhões no ano que vem, elevação de 28,3% em relação aos US$ 264,171 bilhões projetados para este ano.

A AEB pondera que as projeções para 2025 foram “quase um exercício de futurologia”, considerando as tantas variáveis e riscos presentes no cenário atual, entre eles: os conflitos entre Israel e Hamas, entre Rússia e Ucrânia, e a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria; a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e as novas medidas econômicas que poderão ser anunciadas; a aprovação da Reforma Tributária no Brasil e seus reflexos na economia doméstica; as estratégias comerciais da China; e o acordo negociado entre o Mercosul e a União Europeia.

“Após anos de estabilidade, a taxa cambial voltou a ter sua importância nas operações de comércio exterior, principalmente por estar sofrendo frequentes e fortes oscilações, projetando pairar entre o piso de R$ 5,60 e o teto de R$ 6,40, influenciada pelo quadro político interno, cenário econômico brasileiro e mundial, níveis de taxas de juros internacionais e domésticas, índices de inflação, dívida pública federal, contas governamentais, entre outros fatores”, acrescentou a AEB.

E continuou: “Independentemente do nível da taxa cambial vigente, as exportações de produtos manufaturados do Brasil têm na América do Sul seu principal mercado de destino, embora neste momento estejamos assistindo a uma agressiva política comercial da China nesta região, retirando a liderança brasileira nas exportações para seus vizinhos.”

Para 2024, a AEB estima que as exportações de petróleo alcancem US$ 44,360 bilhões, novo recorde histórico para um único produto, liderando assim a pauta de exportações ao superar os US$ 43,078 bilhões previstos para a soja. A entidade projeta que as exportações de soja atinjam o pico histórico de 100 milhões de toneladas embarcadas.

“Todavia, salvo problemas de queda de safra, em 2025 a soja deve recuperar o posto de principal produto de exportação do Brasil, com projeção de US$ 49,500 bilhões exportados, ficando o petróleo em segundo lugar com exportações de US$ 44,100 bilhões”, divulgou a AEB.

A corrente de comércio deve movimentar US$ 603,556 bilhões em 2024, subindo a um auge de US$ 624,608 bilhões em 2025, o que representaria um crescimento de 3,5%.

“Mais uma vez, soja, petróleo e minério deverão ser responsáveis por 34,04% das exportações totais projetadas pelo Brasil para 2025, indicando pequena redução frente aos 37,09% apurados em 2024”, completou a entidade.

Globo Online - RJ   18/12/2024

Instituições financeiras começam a revisar para cima o fim do ciclo de alta na taxa básica de juros (Selic), após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado decidiu por aumentar a taxa básica em um ponto percentual, para 12,25% ao ano.

A financeira Asa, por exemplo, vê o ciclo de aperto na Selic alcançando 14,25% no ano que vem, mas crê num aperto necessário em 16,75% para frear as expectativas para a inflação no ano que vem. Nos juros futuros negociados em contratos no mercado nesta terça, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) chegou a prever o ciclo de aperto também alcançando 16,75% no segundo semestre de 2025.

Para Leonardo Costa, economista do Asa, a estimativa agressiva é o caminho para reduzir as previsões para a inflação:

“Consideramos que o BC deveria elevar a taxa básica de juros em mais 4,5 pontos percentuais, em três altas de 1,5 p.p. cada. Esse movimento agressivo poderia ser considerado um choque de juros, e teria potencial para trazer a inflação para próximo da meta no horizonte relevante de política monetária”, afirmou em relatório, pontuando que a medida ajudaria a conter pressões inflacionárias advindas da valorização cambial, já que o diferencial de juros entre a economia americana e a brasileira aumentaria.

O Citi, que há uma semana tinha previsão de um aperto alcançando 13,25%, aumentou a estimativa para uma Selic alcançando 15,5% em junho do ano que vem, com um ciclo de cortes começando apenas em 2026.

Para o banco americano, a revisão acontece diante do tom agressivo da ata do Copom, que reconhece que um cenário de inflação mais desafiador apresenta fontes persistentes no médio prazo. Uma flexibilização só se iniciaria em 2026, na visão do Citi, terminando aquele ano com uma Selic a 12% ao ano.

O JP Morgan também revisou sua previsão a partir da divulgação da ata do Copom. O também banco americano agora vê a Selic alcançando 15,25% em 2025, diante da expectativa de uma aceleração no núcleo do índice de inflação no primeiro trimestre do ano que vem.

Já o Itaú prevê que taxa básica de juros “termine o ciclo em 15% ao ano, com dois aumentos adicionais de 1 ponto percentual e um final de 0,75 ponto na reunião de maio de 2025".

Em relatório, o economista-chefe Mário Mesquita afirma que “a ata da reunião do Copom apresenta, de forma bastante clara, um cenário de inflação muito desafiador (...) Também é digno de nota que a ata emite um alerta sobre as condições de crédito”.

Deterioração após pacote de gastos

As revisões acontecem menos de uma semana do choque de juros realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

A ata da reunião, divulgada nesta terça-feira, afirmou que a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal apresentado pelo governo federal tornou o cenário inflacionário mais adverso, o que gera a necessidade de uma resposta mais dura em termos de nível de juros para o controle da inflação, cuja convergência para meta está mais desafiadora.

"A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio", revela trecho do documento.

Apesar de sucessivas intervenções no mercado de câmbio — o BC já injetou US$ 10,7 bilhões desde a semana passada em recursos no mercado —, o dólar segue renovando máximas históricas.

Analistas afirmam que a preocupação com a condução das contas públicas segue influenciando no atual patamar da moeda. Nesta terça, a divisa alcançou sua máxima histórica intradiária, aos R$ 6,20, um dia depois de encerrar o dia no maior valor nominal em 30 anos, aos R$ 6,09.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   18/12/2024

Os preços futuros do minério de ferro oscilaram em uma faixa estreita nesta terça-feira, com os mercados ponderando a desaceleração dos embarques em relação à demanda fraca e aos altos estoques portuários na China, principal mercado consumidor do minério.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,06%, a 796,5 iuanes (109,32 dólares) a tonelada.

O minério de ferro de referência de janeiro na Bolsa de Cingapura caiu 0,29%, para 104,45 dólares a tonelada.
“É provável que os preços do minério se movimentem entre 770 e 820 iuanes por tonelada no curto prazo”, disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures.

“A pressão da oferta diminuiu um pouco, já que os embarques caíram recentemente, enquanto a demanda se manteve em meio a uma produção de metal quente relativamente alta, apesar de algum declínio. Os altos estoques no porto continuaram sendo um obstáculo.”

As preocupações com a interrupção do fornecimento por parte de um grande fornecedor na Austrália impulsionaram os preços do principal ingrediente de fabricação de aço nas negociações da tarde de segunda-feira, disseram analistas e traders.

A BHP interrompeu as operações em duas minas de minério de ferro na Austrália Ocidental no sábado, após fortes chuvas na região de Pilbara, disse um porta-voz à Reuters, acrescentando que as operações já foram retomadas.

Embora as preocupações tenham sido temporariamente removidas, os traders ainda estavam contemplando o fornecimento no próximo trimestre, disse um analista baseado em Xangai, que pediu anonimato pois não está autorizado a falar com a imprensa.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   18/12/2024

As montadoras Honda e Nissan estão se preparando para iniciar negociações sobre uma possível fusão, que poderia eventualmente ser expandida para incluir a Mitsubishi Motors, segundo informou nesta terça-feira o jornal Nikkei, do Japão.

Esse acordo deixaria as duas montadoras em uma posição melhor para competir no país e no exterior com a Toyota, a maior montadora do mundo. A Toyota adquiriu participações na Subaru, Suzuki Motor e Mazda, criando uma potência de marcas apoiada por sua classificação de crédito de alto nível.

A medida seguiria uma decisão das duas empresas, no início deste ano, de trabalhar juntas no desenvolvimento de baterias e software para veículos elétricos. Naquela ocasião, o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, levantou a possibilidade de uma união de capital com a Nissan.

As ações da Honda e da Nissan foram negociadas em alta, já que os recibos de depósitos americanos nos mercados dos EUA subiram com o relatório. Os ADRs da Nissan subiram 10,22% e os da Honda ganharam 0,92% em Nova York.

Que tal carregar seu carro elétrico sem tomada? No futuro, vai bastar estacionar

Embora a Honda e a Nissan não tenham confirmado o relatório desta terça-feira, ambas as montadoras emitiram declarações reiterando seus compromissos anteriores com uma futura cooperação.

“Nós informaremos nossos stakeholders sobre qualquer atualização no momento apropriado”, disse a Honda em sua declaração.

Veja uma galeria de automóveis elétricos das marcas mais conhecidas

As duas grandes montadoras japonesas planejam assinar um memorando de entendimento para discutir participações acionárias compartilhadas em uma nova holding sob a qual a empresa combinada operaria, afirmou o Nikkei, sem citar fontes. A fusão ajudaria os fabricantes a competir contra rivais em veículos elétricos, como a Tesla e os fabricantes chineses, segundo o relatório.

A Nissan intensificou seus esforços de reestruturação para lidar com o crescimento estagnado da receita e lucros menores. A empresa enfrenta pressão de um acionista ativista e uma carga de dívida assustadora, o que gerou especulações nos mercados de crédito sobre a sua classificação de grau de investimento. A montadora desfez parcialmente uma complexa parceria estratégica de 25 anos com a francesa Renault.

As negociações de fusão relatadas vêm após o Financial Times ter informado, no mês passado, que a Nissan estava buscando um investidor âncora para substituir parte da participação acionária da Renault e que não descartava a possibilidade de a Honda comprar algumas das suas ações.

A Honda tem mudado de rumo para impulsionar os veículos híbridos a gasolina e elétricos, mesmo enquanto investe mais para aumentar sua capacidade de produção de veículos totalmente elétricos. Juntas, Honda, Nissan e Mitsubishi venderam cerca de 4 milhões de veículos globalmente nos primeiros seis meses do ano, bem abaixo dos 5,2 milhões que a Toyota vendeu sozinha.

Valor - SP   18/12/2024

John Elkann, presidente da Stellantis, trabalha para retomar as relações com o governo italiano — Foto: Giuliano Berti/Bloomberg

A Stellantis prometeu investir € 2 bilhões na Itália no ano que vem e aumentar a produção de carros no país, já que busca reparar suas relações com o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni depois das fortes divergências sobre como lidar com a crise cada vez mais profunda do setor automobilístico da Europa.

Em uma mesa redonda com vários ministros de Meloni em Roma, Jean-Philippe Imparato, chefe das operações da Stellantis na Europa, disse que Roma e a empresa deveriam parar de trabalhar como se seus propósitos fossem opostos.

“Chegou a hora de nós, da Stellantis, nos unirmos à Itália para confrontar os desafios à sobrevivência por que passamos e que têm sido subestimados por alguns na Europa”, disse Imparato aos ministros, de acordo com pessoas presentes.

O anúncio das promessas foi feito enquanto o presidente da Stellantis, John Elkann, que é membro da dinastia industrial Agnelli da Itália, trabalha para retomar as relações entre a única grande montadora da Itália e o governo de Meloni, depois da demissão do CEO Carlos Tavares.

Sob o comando de Tavares, a Stellantis e o governo de direita de Meloni entraram em conflito intenso a respeito de como sustentar o setor automobilístico da Itália, que passa por dificuldades e responde por cerca de 250 mil empregos no país e mais de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

Mas tarde na própria terça-feira, Imparato advertiu que revitalizar o setor seria uma tarefa desafiadora, mas insistiu em que a empresa estava comprometida com a Itália e levaria novos modelos de grande volume - entre eles híbridos de maior demanda - para as fábricas italianas.

“Não quero esconder que 2025 será um ano difícil, mas todas as fábricas continuarão abertas”, disse Imparato. Ele acrescentou que a histórica fábrica de Mirafiori, em Turim - o berço da indústria automobilística italiana, onde os trabalhadores estiveram em licença pela maior parte do ano -, começaria a produzir versões híbridas do Fiat 500 no fim do ano que vem.

O ministro da Indústria da Itália, Adolfo Urso, anunciou que o governo de Meloni destinaria € 1 bilhão para ajudar a indústria automobilística, mas não para sustentar as compras de carros por consumidores, e sim por meio de fundos especiais para ajudar empresas e para inovações.

“Este é um dia importante para a indústria automobilística italiana e para os trabalhadores italianos”, disse Urso depois da reunião. Segundo ele, Imparato “afirmou o papel central do nosso país no desenvolvimento industrial da Stellantis no mundo”.

Urso tem feito lobby em Bruxelas pelo relaxamento das rígidas regras do “Acordo Verde” da União Europeia, que Roma responsabiliza pelo colapso das vendas de carros dentro da Itália. A Stellantis estava concentrada em produzir veículos elétricos que eram muito caros para a maioria dos consumidores italianos.

Mas em uma tensa audiência parlamentar em outubro, Tavares argumentou irritado que a Stellantis estava mais pronta do que suas rivais para cumprir o rigoroso cronograma da UE para a redução das emissões de carbono, e qualquer flexibilização das regras só ajudaria as concorrentes da Stellantis. Ele também reclamou que os incentivos italianos para ajudar os consumidores a comprar veículos elétricos não eram suficientes, e que os preços da eletricidade na Itália eram muito altos.

Os problemas do setor automobilístico também têm sido um desafio político para Meloni, e dezenas de milhares de trabalhadores automobilísticos em licença fizeram uma manifestação de protesto em Roma, em outubro.

Mas a saída abrupta de Tavares no mês passado deu à Stellantis a oportunidade de um novo começo no país de origem de seu presidente, onde produz o Fiat 500, outros modelos de mercado de massa, veículos comerciais e modelos de luxo das suas marcas Alfa Romeo e Maserati.

Na reunião desta terça-feira, Imparato disse que a Stellantis apoiaria a campanha de Roma para pressionar Bruxelas a amenizar as multas punitivas para as montadoras que não cumpram suas metas de emissão de carbono nos próximos anos. (Colaboraram Giuliana Ricozzi, de Roma, e Ian Johnston, de Paris)

Valor - SP   18/12/2024

Livre do casamento fracassado com a Renault, Nissan pode estar de olho em novos parceiros para juntar forças também no Brasil

Embora nenhuma das duas empresas tenha admitido, uma parceria entre Nissan e Honda faz todo o sentido e pode acontecer num momento propício sob vários aspectos. E isso inclui o Brasil.

A Nissan naturalmente tornou-se uma montadora livre para novos casamentos desde que sua união de 25 anos com a Renault perdeu força, há um ano.

Depois de anos de fracassados planos para que a japonesa e a francesa unissem esforços no compartilhamento de compras, motores e até veículos, em novembro de 2023 foi anunciado um novo formato para a aliança. Até então, a Renault possuía 43,4% da Nissan. Ambas passaram a deter 15% da parceira.

Na prática, Renault e Nissan nunca exerceram, de fato, essa união. Ao contrário. Os fatos as levaram a se tornar mais rivais do que parceiras. Criada em 1999, essa aliança prometia transformar as duas empresas no maior grupo automotivo do mundo.

O desgaste começou diante do evidente descontentamento dos japoneses com a possibilidade de a Renault, com participação do Estado francês, dominar o grupo.

A situação agravou-se depois que o brasileiro Carlos Ghosn, presidente das duas empresas e também da aliança que passou a agregar a Mitsubishi, foi preso no Japão, em 2018, acusado de sonegação fiscal. A cinematográfica fuga de Ghosn, para o Líbano, em janeiro de 2019, tirou, definitivamente, da cena o personagem que mais brigara por essa aliança.

A provável união de Nissan com a Honda criaria uma força não só na disputa de mercado com outra japonesa, a rival Toyota, como também daria fôlego para as duas japonesas enfrentarem o avanço da concorrência chinesa, uma onda que se alastra por toda Ásia, Europa e América Latina.

A indústria automobilística passa, hoje, por uma desafiadora transição. A evolução da eletrificação e pesquisa de energias alternativas para reduzir os gases de efeito estufa no transporte requerem pesados investimentos.

Por isso, as parcerias surgem como a melhor forma de acelerar decisões de investimentos em desenvolvimento tecnológico. Mitsubishi, já parceira da Nissan, se juntaria à dupla.

No Brasil, a Toyota saiu na frente de todas as montadoras no lançamento de carros híbridos movidos a etanol, em produção desde 2019. A Nissan, que há cinco anos vende, no mercado brasileiro, carros elétricos importados, ainda não sinalizou se pretende desenvolver algum modelo híbrido ou elétrico na fábrica de Resende (RJ).

Por outro lado, a Nissan anunciou investimento de R$ 2,8 bilhões no Brasil até 2025 para desenvolver dois novos veículos e expandir a participação no país.

A Honda também anunciou este ano um novo ciclo de investimentos, de R$ 4,2 bilhões até 2030. Grande parte dos recursos será usada na nacionalização de peças. Mas a empresa também demonstrou interesse em produzir veículos híbridos a etanol.

A Mitsubishi também tem uma fábrica no Brasil, em Catalão (GO), que pertence ao grupo brasileiro HPE, que anunciou este ano investimento de R$ 4 bilhões até 2032 para desenvolver novos produtos e a tecnologia híbrida flex (que permite usar etanol).

De todas as marcas japonesas, a Toyota é a melhor posicionada no ranking do mercado brasileiro de carros e comerciais leves. Ocupou o quarto lugar, com fatia 8,3% das vendas até novembro.

Além disso, a Toyota leva a vantagem de ter expandido exportações para a América Latina nos últimos anos, ultrapassando a Volkswagen. A linha de híbridos da marca, prestes a receber o terceiro modelo, foi, em grande parte, responsável por essa ascensão no mercado externo.

Em oitavo lugar, Nissan e Honda têm participações iguais no Brasil, de 3,6% até novembro. Mitsubishi tem menos de 1%. No mapeamento das vantagens de se unirem globalmente, é bem provável que Honda, Nissan e Mitsubishi estejam de olho no potencial dessa união de forças no mercado latino-americano.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   18/12/2024

A Volvo CE anuncia o lançamento no Brasil da escavadeira compacta ECR40.

Com peso operacional de 4 t, o novo produto é fabricado na França e oferecido em todos os seus mercados de atuação da marca.

Segundo a fabricante, a novidade atende a diversas aplicações nos setores de construção civil e no campo, em operações de pequeno e médio porte.

“É um produto extremamente confiável, que garante elevada disponibilidade mecânica, o que é essencial para maximizar a produtividade nas diversas operações”, afirma Rafael Nieweglowski, head de vendas Emob e equipamentos compactos da Volvo CE na América Latina.

Versátil, a ECR40 serve às mais variadas aplicações nos setores de construção civil, especialmente em obras de saneamento, infraestrutura urbana, paisagismo, manutenção de áreas verdes, como parques e praças, e conservação de vias.

O modelo também é indicado para projetos residenciais e comerciais de pequeno e médio porte.

No campo, tem aplicação em diversas atividades agrícolas que exigem agilidade e capacidade de operar em espaços confinados.

“Existe uma demanda crescente de soluções eficientes para espaços confinados ou restritos”, comenta Nieweglowski.

“E um produto de qualidade como a ECR40 garante não só uma operação ágil, mas muito mais eficiente e segura para obras realizadas até mesmo perto de pessoas”, assegura.

A escavadeira oferece proteção elevada ao operador, incorporando recursos como nova cabine, agora mais espaçosa (aberta ou fechada com ar-condicionado), ergonomia e visibilidade aprimorados, baixo nível de ruído e controles intuitivos.

“Pelo desenho do produto, a parte traseira do equipamento não excede a área das esteiras ao girar, evitando acidentes em operações em espaço restrito”, destaca Guilherme Ferreira, gerente de suporte a vendas da Volvo CE.

De acordo com a empresa, o sistema hidráulico aceita várias programações de setup, como pressão e vazão, para customizar e aumentar a eficiência mesmo trabalhando com implementos.

“A máquina traz sistema de acoplamento rápido para a caçamba”, informa a Volvo.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   18/12/2024

A Finamob, empresa de originação e estruturação de crédito para incorporadoras, vê potencial para dar vazão a R$ 1 bilhão em operações financeiras em 2025. Se confirmado, isso será um passo relevante na comparação com 2024, quando vai fechar em R$ 300 milhões.

O principal produto da Finamob é o crédito para a construção de empreendimentos, modalidade tradicional entre os bancos. No entanto, as instituições financeiras estão mais seletivas na concessão desse tipo de empréstimo devido à escassez de recursos das cadernetas de poupança, que abastecem a modalidade.

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, tem priorizado a concessão de financiamentos para a pessoa física concluir a aquisição dos imóveis, enquanto as construtoras têm sido direcionadas a outras linhas de empréstimos, a juros mais altos.
Parcerias

Esse é pano de fundo para o crescimento de operações de crédito cujos recursos provêm do mercado de capitais. No caso da Finamob, a empresa tem parceiras com gestoras institucionais, butiques de gestão de patrimônio (weatlh) e plataformas de crowdfuding com apetite para financiar as incorporadoras. É daí que sai o dinheiro, enquanto a Finamob se limita a fazer a ponte entre credores e tomadores.

A empresa tem como sócio Murilo Marchesini, de família empreendedora do mercado imobiliário, com loteamentos na região metropolitana de São Paulo. Ele também é presidente da incorporadora Verticale, já passou pela gestora Result Invest e pela construtora Weag. O outro sócio é o Daniel Bank, que começou a carreira em serviços financeiros na EY, depois foi para mesa de crédito privado da XP e o time de macroeconomia da Claritas.

Segundo Marchesini, o plano para ampliar as originações de crédito se dará pelo fomento de publicidade, participação em eventos e investimento em plataformas de tecnologia que mapeiam lançamentos imobiliários. De um lado, o juro em alta inibe muitos projetos. Por outro, diz, cria situações de aperto em incorporadoras, como distratos de vendas, em que as empresas pedem soluções financeiras, como crédito para giro.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   18/12/2024

O governo do estado de São Paulo assinou um termo de compromisso com a concessionária de cargas MRS na semana passada e que é fundamental para viabilizar a concessão das linhas 11, 12 e 13 de trens metropolitanos.

O documento estabelece vários aspectos da convivência entre a futura concessionária de passageiros do lote Alto Tietê e a empresa que detém a concessão de carga da chamada “Malha Sudeste”.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

Ocorre que a MRS e a CPTM já haviam assinado um convênio que prevê o trabalho conjunto nas obras de segregação dos trilhos do trecho noroeste (Água Branca-Jundiaí) e sudeste (Brás-Rio Grande da Serra) e nas adequações do trecho central, que será compartilhado por trens de passageiros e carga.

Esse convênio foi criado para viabilizar o Trem Intercidades Eixo Norte e seus três serviços (Linha 7-Rubi, Trem Intermetropolitano e Expresso), responsabilidade da concessionária TIC Trens.

O surgimento do lote Alto Tietê, que visa a concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade para a iniciativa privada, no entanto, também influencia a operação em parte dos trechos citados, daí a necessidade de estabelecer regras e compromissos para que problemas futuros não afetem os projetos.

O primeiro ponto em que governo e MRS concordaram é que a futura concessionária de trens de passageiros deverá honrar o convênio acertado com a CPTM.

A MRS tem um contrato com o governo federal que se estende até 2056, portanto, é previsto que não só a nova empresa que assumir as linhas 11, 12 e 13 como uma possível substituta siga atendendo a esses requisitos.

A gestão estadual também garante com o termo que todas as obras que serão parte do escopo da concessão deverão ser compatibilizados com as necessidades da MRS e os custos bancados pelo governo ou concessionária do lote Alto Tietê.

Haverá ainda um comitê de convivência ou similar para discutir os assuntos que envolvam ambas as empresas.

Vale lembrar que a concessão prevê a construção de várias estações, algumas delas em área administrada pela MRS como Bom Retiro e César de Souza.

A concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM irá a leilão em 28 de março de 2025 e o contrato poderá ser assinado ainda no no ano que vem, se não houver imprevistos.

Se confirmado, a futura concessionária ficará à frente da operação até por volta de 2050.

NAVAL

Valor - SP   18/12/2024

Maior valor investido em arrendamento de áreas públicas até então foi no Porto de Paranaguá, em terminal de grãos leiloado em dezembro de 2023, com investimento de R$ 910 milhões, diz presidente da PortosRio

A PortosRio, responsável pela gestão dos portos públicos do Estado do Rio, vai leiloar, nesta quarta-feira (18), na B3, uma área para arrendamento no Porto de Itaguaí, na região metropolitana da capital fluminense. O certame busca interessados na construção de infraestrutura portuária para movimentar 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, no prazo de 35 anos.

A expectativa, segundo o presidente da PortosRio, Francisco Martins, é de que a companhia vencedora invista R$ 4 bilhões para construir a estrutura e operar o terminal. Segundo Martins, CSN e Vale já operam terminais de minério no Porto de Itaguaí, e a carga é exportada, em sua maioria, para a Ásia.

As empresas movimentam juntas cerca de 53 milhões de toneladas de minério por ano, segundo a PortosRio. Por questões concorrenciais, Vale e CSN não podem participar do leilão.

Conforme o executivo, o maior valor investido em arrendamento de áreas públicas até então foi no Porto de Paranaguá, em um terminal de grãos leiloado em dezembro de 2023, com investimento de R$ 910 milhões.

O sistema do leilão na B3 será por valor de outorga. "A outorga não é o mais importante, embora seja o parâmetro da disputa", disse Martins.

O executivo acrescentou o que considera ser outro fator relevante do leilão: "A importância de fortalecimento do Porto de Itaguaí como 'hub' de exportação de minérios com volumes que se aproximarão das 100 milhões de toneladas anuais é estratégica, juntamente com os empregos gerados. Para se ter uma ideia será mais de R$ 1,2 bilhão em impostos para o município de Itaguaí ao longo do tempo do contrato, de 35 anos."

Conforme o presidente da PortosRio, o contrato tem obrigações para a empresa vencedora cumprir com o passar do tempo. Caso a companhia não atenda aos prazos, o poder concedente pode pegar a área de volta.

O executivo diz que não tem acesso à lista de empresas cadastradas para participar do certame, mas a expectativa é de que sejam pequenas mineradoras ou cooperativas que atuam em Minas Gerais.

Em agosto deste ano, foram leiloados cinco terminais portuários no país, que geraram outorgas de R$ 4,75 milhões, segundo publicado este ano pelo Valor. Na ocasião, o porto do Rio arrendou um terminal de movimentação de cargas líquidas para a Iconic Lubrificantes, que venceu com proposta de R$ 500 mil.

PETROLÍFERO

Valor - SP   18/12/2024

Operação teve início após a realização dos comissionamentos necessários e o recebimento da autorização pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

A Eneva iniciou a operação comercial do primeiro trem da unidade de liquefação de gás natural no Complexo Parnaíba, no Maranhão, após a realização dos comissionamentos necessários e o recebimento da autorização pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O trem de liquefação é uma instalação industrial utilizada no processo de liquefação de gás natural. Esse processo transforma o gás natural de sua forma gasosa para líquida, facilitando o armazenamento e o transporte do combustível em grandes distâncias, especialmente quando não é possível utilizar gasodutos.

A unidade de liquefação é suprida pelo gás natural proveniente das concessões da Bacia Sedimentar do Parnaíba e contemplará mais um trem de liquefação de gás natural. O segundo trem da unidade de liquefação encontra-se em fase de comissionamento, sendo o início de sua operação comercial esperado para as próximas semanas. A planta totalizará, após a partida do segundo trem, capacidade de 600 mil metros cúbicos por dia.

A Eneva informa ainda que já celebrou três contratos de venda de gás natural liquefeito firme a partir unidade, com prazos de suprimento entre 3 e 10 anos, sendo dois contratos para clientes industriais e um para uma distribuidora de gás natural.

Com a entrada da operação comercial do primeiro trem e o início da vigência dos contratos, a Eneva inaugura o modelo de negócios de venda de gás liquefeito em pequena escala, viabilizando a monetização do gás natural com volumes firmes e fortalecendo a frente de comercialização para terceiros.

O Estado de S.Paulo - SP   18/12/2024

Com a saída de Pietro Mendes da presidência do conselho de administração da Petrobras para assumir uma diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a vaga será ocupada por Bruno Moretti, informaram fontes com conhecimento do assunto.

Além de não precisar passar novamente pelas aprovações internas da estatal e contar com o apoio do controlador (União), o nome de Moretti subiu no ranking de apostas e já é dado como certo nos corredores da companhia.

Integrante do conselho da estatal indicado pela União desde o ano passado, Moretti é secretário especial de Análise Governamental da Presidência da República. Assim como Mendes, seu nome foi aprovado com ressalvas para o conselho de administração da Petrobras, em março de 2023, por já ocupar um cargo no governo.
Currículo

Moretti é formado em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tem mestrado em Economia da Indústria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutorado em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) e estágio pós-doutoral em Sociologia pela UnB.

O executivo iniciou sua carreira como analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do Planejamento, em 2004. De 2009 a 2012, foi diretor da Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos.

De 2013 a 2015, atuou no conselho de administração e conselho fiscal da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Foi diretor e secretário-executivo substituto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, de 2014 a 2015. De 2015 a 2016, atuou como secretário-executivo adjunto da Casa Civil da Presidência da República. Foi assessor técnico no Senado Federal, de economia, infraestrutura, política fiscal e orçamento público de 2017 a 2022.

Valor - SP   18/12/2024

A Petrobras firmou um acordo com a Naturgy, distribuidora de gás natural do Estado do Rio, para acrescentar um aditivo ao contrato que reduza o custo do gás a partir de 1° de janeiro de 2025.

Segundo a Naturgy, o aditivo ainda precisa ser aprovado pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) e terá vigência de dois anos.

Se aprovado, o acordo será a segunda redução no valor da molécula deste ano, segundo a Naturgy, substituindo o primeiro, firmado em junho.

A redução do custo funciona por faixas do volume contratado. Caso a Naturgy consuma entre 60% e 90% do volume contratado com a Petrobras, o valor da molécula será de 11% da cotação do petróleo Brent.

Caso a Naturgy consuma entre 90% e 115% do volume contratado (uma vez que há possibilidade de consumir além do contrato), o valor da molécula será de 10% do Brent.

O contrato original previa o custo de 13,5% do Brent. No primeiro aditivo, firmado em junho, foi acordado o custo de 11% do Brent para o caso de a Naturgy consumir entre 60% e 105% do volume contratado.

Conforme a distribuidora, o mercado de gás natural veicular (GNV) está entre os beneficiados.

A Petrobras prevê investimentos de aproximadamente US$ 8 bilhões na ampliação das ofertas nacionais com a construção de novas infraestruturas, em projetos próprios e em parceria, que poderão agregar mais de 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural ao mercado nacional ao longo dos próximos anos.

Em nota, o diretor de sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que a negociação com a Naturgy comprova que o portfólio da petroleira está mais competitivo e flexível, permitindo adequação às necessidades dos clientes.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   18/12/2024

A exportação do agronegócio brasileiro alcançou US$ 152,63 bilhões de janeiro a novembro deste ano, representando queda de 0,3% em comparação com igual período de 2023 (US$ 153,06 bilhões). Apesar da queda, foi o segundo melhor desempenho já registrado na série histórica, informa o Ministério da Agricultura em comunicado. A redução de 5,2% no índice de preços internacionais foi parcialmente compensada pelo aumento de 5,2% no volume exportado.

A importação do agronegócio no período aumentou 16,9%, passando de US$ 15,21 bilhões em 2023 para US$ 17,79 bilhões neste ano. Assim, o saldo da balança comercial do setor registra queda de 2,18%, saindo de US$ 137,85 bilhões de janeiro a novembro do ano passado para US$ 134,85 bilhões este ano.

Segundo o ministério, os principais setores na exportação do agronegócio no período foram: complexo soja (US$ 52,19 bilhões), carnes (US$ 23,93 bilhões) e o complexo sucroalcooleiro (US$ 18,27 bilhões), que juntos responderam por mais de 60% do total exportado. Apesar de uma redução de 18,7%, o complexo soja manteve sua posição de destaque, enquanto carnes e açúcar registraram crescimentos significativos, impulsionados por recordes de embarques e diversificação de mercados.

Dentre os produtos exportados, o café solúvel merece destaque, com um acumulado de US$ 792 milhões no período. Outro produto que chamou a atenção foi o óleo essencial de laranja, com mais de US$ 365 milhões em exportações até novembro de 2024.

Resultados de novembro

Em novembro de 2024, as exportações do agronegócio somaram US$ 12,66 bilhões, o que equivale a 45,2% do total exportado pelo Brasil no mês. Apesar de uma retração de 5,8% em relação a novembro de 2023, setores como carnes, café e produtos florestais tiveram resultados significativos, compensando parcialmente a queda nas vendas de grãos.

O setor de carnes foi o principal destaque do mês, com um recorde histórico de exportações para novembro, atingindo US$ 2,45 bilhões (+30,2%). A carne bovina foi o principal produto, com US$ 1,23 bilhão (+29,9%), seguida pela carne de frango (US$ 876,92 milhões, +31,8%) e pela carne suína (US$ 289,40 milhões, +30,8%). Esse crescimento foi impulsionado por maiores volumes exportados e preços médios mais altos.

As exportações de café também alcançaram um recorde histórico para novembro, com US$ 1,47 bilhão (+84,4%), impulsionadas por um aumento de 21,8% no volume exportado e de 51,4% nos preços internacionais. A União Europeia, Estados Unidos e México foram os principais destinos do café verde brasileiro. Já os produtos florestais cresceram 29,1%, totalizando US$ 1,51 bilhão, liderados pela celulose, com US$ 877,34 milhões em receitas.

Em contrapartida, o complexo soja teve uma retração de 50,3%, com exportações de US$ 1,86 bilhão, em virtude da quebra de safra e redução nos estoques. O milho também apresentou queda, totalizando US$ 967,89 milhões (-41,7%) devido à redução de 36,2% na quantidade embarcada.

As importações de produtos agropecuários totalizaram US$ 1,54 bilhão em novembro de 2024, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre os principais itens importados estão trigo (US$ 102,16 milhões; +21,2%) e salmões (US$ 76,05 milhões; +14,1%).

Expectativas futuras

De acordo com o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, os resultados da diversificação de mercados e produtos começam a aparecer de forma concreta na balança comercial. “Os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com as boas perspectivas de safra para 2025, a continuidade das aberturas de novos mercados, a maturação comercial das aberturas já realizadas e a intensificação das ações de promoção comercial com uma série de novos instrumentos, esperamos ainda mais avanços qualitativos e quantitativos nas exportações do agronegócio brasileiro”, informou.

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