Clipping Diário

24 | Janeiro | 2025

INDA

Investing - SP   24/01/2025

As siderúrgicas brasileiras conseguiram implementar totalmente aumentos nos preços de aços planos em janeiro no setor de distribuição, mas as usinas devem enfrentar dificuldade para repetir a dose em fevereiro, afirmou nesta quinta-feira o presidente do Inda, que representa os distribuidores, Carlos Loureiro.

O executivo afirmou que os reajustes implantados em janeiro variaram de 5% a 8% e pegaram carona na forte valorização do dólar contra o real no final do ano passado. Mas com o recuo da moeda norte-americana nos primeiros dias de 2025, a força de precificação das usinas fica sob pressão.

"Acho que com a queda do dólar neste começo de ano, vejo uma certa dificuldade das usinas em colocarem novo aumento em fevereiro", disse Loureiro em entrevista a jornalistas ao ser questionado sobre rumores do mercado a respeito de eventuais novos reajustes no próximo mês. "Alguma coisa está sendo falada, mas sem muita força", acrescentou.

Segundo ele, os reajustes no início de janeiro ocorreram diante de restrições na oferta das usinas, "que resistiram bem e implantaram o aumento".

Em dezembro, as vendas de aços planos por distribuidores caíram 16% ante novembro e recuaram 5,4% sobre um ano antes, para 249,4 mil toneladas. Em 2024 como um todo, as vendas somaram 3,84 milhões de toneladas, alta de 1,1%.

Para janeiro, a expectativa do Inda é de alta de 15% ante dezembro de 2024. Na comparação com janeiro de 2024, a previsão é de queda de 13,1%.

Loureiro afirmou que a previsão do Inda para as vendas do setor este ano é de crescimento de 1,5% ante expectativa das usinas de expansão de 3% a 4%. A projeção do Inda pode ser revista em abril, segundo o presidente da entidade.

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O setor de distribuição, responsável por cerca de um terço das vendas das usinas siderúrgicas brasileiras, estimou estoques ao final de dezembro de 1 milhão de toneladas de aços planos, 3,3% acima do apurado em novembro. O volume representa 4,1 meses de comercialização, nível elevado ante a média histórica de 2,5 a 2,8 meses, segundo os dados do Inda.

Apesar dos números de importação terem mostrado queda ano a ano em dezembro, de 55,4% para 123,5 mil toneladas, Loureiro afirmou que o volume de material importado estocado no Porto de São Francisco do Sul (SC) e ainda não internalizado é tão grande que os navios que chegam com as cargas estão tendo que esperar abertura de espaço no terminal para descarregarem.

O porto catarinense tem sido nos últimos anos a principal porta de entrada de importações de aços planos no Brasil. Em dezembro, a participação do terminal no total importado pelo país foi de 74,5%, segundo os dados do Inda, com cerca de 100 mil toneladas. No ano, a fatia do porto foi de 41,7%, ante 16,5% de Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Agência CMA - SP   24/01/2025

As vendas de aços planos em dezembro contabilizaram queda de 5,4% sobre o mesmo mês de 2023, atingindo o montante de 249,4 mil toneladas, segundo dados
apresentados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira. Em relação a novembro, quando foram vendidas 296,8 mil toneladas, houve queda de 16%. Em 2024, as vendas cresceram 1,1%, alcançando 3.842 toneladas em comparação a 2023.

Em dezembro de 2024, as compras de aços planos registraram alta de 3,1% perante ao mesmo mês de 2023, com volume total de 282,2 mil toneladas contra 295,6 mil. Frente a novembro de 2024 (273,8 ton.), as compras recuaram 4,5%. Em 2024, as compras cresceram 2,9%, chegando a 3.976 toneladas em comparação com 2023.

Em número absoluto, o estoque de dezembro obteve alta de 0,7% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 982,3 mil toneladas contra 975,6 mil. O giro de estoque fechou em 2,8 meses.

As importações encerraram o mês de dezembro com queda de 40,1% em relação ao mesmo mês de 2023, com volume total de 123,5 mil toneladas contra 206,1 mil. Comparando-se com dezembro de 2023, quando as importações chegaram a 276,9 mil ton, a queda foi de 55,4%. A China representou 84,6% das importações totais em dezembro. No ano passado, as importações da China representaram 62,5%, seguido pela Rússia (18,4%) e o Japão (4,7%). Em 2024, as importações cresceram 7,8% em comparação a 2023, chegando a 2,682 milhões.

Projeções

Para janeiro de 2025, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 15% em relação a dezembro. Para 2025, a entidade espera um aumento de 1,5% em comparação a 2024, em linha com as projeções dos fabricantes, anunciadas pelo Instituto Aço Brasil.

Dumping

Em junho do ano passado, a empresa Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) protocolou, por meio do Sistema Eletrônico de Informação (SEI) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, petição de início de investigação de prática de dumping nas exportações para o Brasil de aços pré-pintados, quando originários da China e da Índia, e de dano à indústria doméstica decorrente de tal prática.

Na investigação, verificou-se que as importações das origens investigadas a preços com
indícios de dumping contribuíram significativamente para a existência dos indícios de dano à indústria doméstica. Além disso, os demais fatores potencialmente causadores de dano à
indústria doméstica não afastam a contribuição significativa das importações a preços de
dumping para o dano experimentado.

Existem atualmente 12 investigações defesa comercial em curso contra produtos originários de China, Coreia do Sul, França, Colômbia, Peru, India, Malásia, Tailândia, Vietnã, Japão, Rússia e Estados Unidos. Já as sanções em vigor somam 79, contra produtos originários de 32 países.

Em setembro de 2024, o governo federal anunciou o início de uma investigação sobre prática de dumping nas exportações de aços pré-pintados com origem na China e na India e de dano à indústria doméstica resultante de tal prática. Segundo o comunicado, a análise dos elementos de prova de dumping “considerou o período de abril de 2023 a março de 2024, e o período de análise de dano considerou o período de abril de 2019 a março de 2024”.

SIDERURGIA

Valor - SP   24/01/2025

Uma potencial oferta de outra siderúrgica pode influenciar os acionistas e mudar o jogo

Nippon Steel e U.S. Steel buscam aprovação judicial para unirem seus negócios em uma disputa duríssima nos tribunais e agora uma potencial oferta de outra siderúrgica pode influenciar os acionistas e mudar o jogo.

As duas empresas entraram com uma ação judicial contra o governo dos Estados Unidos, pedindo ao tribunal que anule uma ordem executiva do ex-presidente Joe Biden bloqueando a compra da U.S. Steel pela Nippon Steel.

Com a perspectiva do acordo incerta, a U.S. Steel precisa decidir se estende o prazo de 18 de junho, o que exigiria a alteração de um elemento importante do acordo de fusão já aprovado pelos acionistas. 18 de junho também é a data em que a Nippon Steel deve retirar sua oferta sob a ordem executiva, após uma extensão concedida pelo Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (Cfius).

As principais questões para a siderúrgica americana incluem se o tribunal pode anular a ordem a tempo para que a compra seja concluída, bem como quais opções alternativas de reestruturação estão disponíveis.

A Cleveland-Cliffs — que anteriormente fez uma oferta malsucedida pela U.S. Steel — está supostamente fazendo parceria com a rival Nucor em uma nova oferta. Isso aparentemente implicaria na venda pela Cleveland-Cliffs de uma subsidiária da U.S. Steel para a Nucor após a compra para mitigar preocupações antitruste.

Se a Cleveland-Cliffs fizer uma oferta oficial nesse sentido, isso colocaria a oferta de compra da Nippon Steel pela U.S. Steel em uma posição ainda mais precária, dependendo da decisão do tribunal, de acordo com um advogado de fusões e aquisições.

Embora o preço de compra seja um fator importante para os acionistas da U.S. Steel, mais investidores podem optar por apoiar até mesmo uma oferta concorrente relativamente baixa de cerca de US$ 20 por ação em vez de uma oferta maior, mas menos certa, da Nippon Steel de US$ 55 por ação.

Mesmo que a Nippon Steel e a U.S. Steel cheguem a um acordo para estender o prazo para aquisição, o negócio ainda pode ser torpedeado se a Cfius não seguir o exemplo e o tribunal não conceder uma liminar bloqueando a ordem executiva. Especialistas argumentaram, no entanto, que as empresas podem estender seu prazo enquanto continuam a batalha legal se houver sinalização de que o tribunal poderá anular a ordem de Biden.

Se elas podem prevalecer no tribunal continua sendo uma questão em aberto.

O caso depende se a ordem executiva de Biden violou o direito das empresas ao devido processo legal sob a Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos.

A lei que rege a Cfius declara que as ações e descobertas do presidente sob esta estrutura de revisão de investimentos "não estarão sujeitas a revisão judicial". Mas o processo alega que isso se aplica apenas a decisões tomadas por motivos de segurança nacional, enquanto a ordem de Biden foi "baseada inteiramente em considerações políticas". Como tal, excede sua autoridade, o que deve torná-lo aberto à revisão, de acordo com a defesa das siderúrgicas.

"Mesmo que haja evidências mostrando que Biden tomou a decisão de obter apoio do sindicato United Steelworkers, seria difícil dizer com certeza que não havia preocupações de segurança envolvidas com base apenas nisso", disse Keigo Obayashi, professor de direito constitucional na Universidade Keio, do Japão.

O processo argumenta que Biden "decidiu antes mesmo do início da revisão do Cfius que bloquearia a fusão", levantando dúvidas de que a decisão foi baseada na consideração completa das implicações de segurança do acordo.

Mas os Estados Unidos posicionaram o aço como uma indústria importante para a segurança nacional ao fazer casos antidumping.

Um especialista argumenta que o relatório do Cfius fazendo referência à decisão de Biden pode muito bem ter incluído uma opinião forte de um funcionário do Gabinete do Representante Comercial dos Estados Unidos se opondo ao acordo do ponto de vista da segurança. Se for assim, provar que a segurança não era uma consideração seria uma barreira alta a ser superada.

Um fator fim que trabalha contra o acordo é a ausência do Japão na lista de "estados estrangeiros isentos" do Cfius — países isentos da triagem do Cfius para certas transações. Atualmente, apenas Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido desfrutam desse status.

Acordos que resultam em controle estrangeiro de uma empresa dos Estados Unidos, como a oferta da Nippon Steel pela U.S. Steel, não estão isentos de revisão. Mas "se o Japão tivesse sido designado como um estado estrangeiro isento, a decisão de bloquear a aquisição da Nippon Steel teria sido menos legítima", disse Kosuke Saito, professor da Sophia University especializado em política de segurança.

Embora ainda haja espaço para a Nippon Steel lutar pelo acordo, uma vitória no tribunal não mudaria o fato de que se o Cfius não aprovar a aquisição em uma segunda revisão, seu destino estará nas mãos do presidente — agora Donald Trump.

Infomoney - SP   24/01/2025

A Usiminas (USIM5) informou que sua subsidiária integral, a Usiminas International S.à r.l, captou US$ 500 milhões via emissão de senior notes, com vencimento em 2032 e cupom de 7.500%.

As notes serão total, incondicional e irrevogavelmente garantidas pela companhia e a conclusão da operação é estimada para o dia 27 de janeiro de 2025.

Os recursos obtidos serão utilizados para a recompra de todos e quaisquer senior notes em circulação, com vencimento em 2026 e taxa de juros de 5,875%, sendo que o montante restante será utilizado para fins corporativos gerais.

Portal Fator Brasil - RJ   24/01/2025

Alta de 5,3% frente ao mesmo período do ano anterior. No ano de 2024 foram exportados 9,6 milhões de toneladas, cujo valor somou US$ 7,7 bilhões., respectivamente, redução de 18,1% e de 21,9% na comparação com o mesmo período de 2023. Importações somaram 5,9 toneladas, aumento de 18,2% ante o mesmo período em 2023, em valor recuou 1,9%.

A produção brasileira de aço bruto em dezembro atingiu 2,6 milhões de toneladas, um crescimento de 1,8% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de laminados foi de 1,7 milhão de toneladas, mesmo patamar registrado em dezembro de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 787 mil toneladas, uma queda de 4,8% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023, de acordo com a divulgação dos dados pelo Instituto Aço Brasil (IABr), no dia 16 de janeiro de 2025 (quinta-feira).

Consumo e vendas —Segundo a entidade as vendas internas cresceram 3,5% frente ao apurado em dezembro de 2023 e totalizaram 1,5 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,8 milhão de toneladas, 7,0% inferior ao apurado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de dezembro de 2024 foram de 753 mil toneladas, ou US$ 563 milhões, o que resultou em queda de 10,4% e de 12,1%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2023.

Importações — As importações de dezembro de 2024 foram de 324 mil toneladas e de US$ 354 milhões, uma redução de 36,5% em quantum e queda de 35,9% em valor na comparação com o registrado em dezembro de 2023.

2024 — A produção brasileira de aço bruto foi de 33,7 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a dezembro de 2024, o que representa um aumento de 5,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 23,5 milhões de toneladas, crescimento de 7,6% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 9,1 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2024, uma redução de 5,5% na mesma base de comparação.

Vendas — As vendas internas foram de 21,2 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2024, o que representa um crescimento de 8,3% quando comparadas com igual período do ano anterior.

Consumo — O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 26,0 milhões de toneladas no acumulado até dezembro de 2024. Este resultado representa um aumento de 8,3% frente ao registrado no mesmo período de 2023.

Exportações — O desempenho das exportações nos 12 meses de 2024 atingiram 9,6 milhões de toneladas, ou US$ 7,7 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, redução de 18,1% e de 21,9% na comparação com o mesmo período de 2023.

Importações — As importações alcançaram 5,9 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a dezembro de 2024, um aumento de 18,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 5,8 bilhões e recuaram 1,9% no mesmo período de comparação.

Estados — Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, respectivamente nesta ordem lideram a produção de aço bruto, semiacabados e laminados em dezembro e no ano de 2024.

Países — China, Índia, Japão Estados Unidos, Rússia, Coreia do Sul, Alemanha, Turquia, Brasil, Irã, respectivamente nesta ordem são os maiores produtores de aço do planeta.

América Latina — Brasil, México / México, Argentina, Peru, Colômbia / Colômbia, Chile, Equador, Guatemala, Cuba, El Salvador, Uruguai, Venezuela, Paraguai, respectivamente, nesta ordem lideram a produção de aço na região.

ICIA — Falta de confiança sobre a situação atual, principalmente, no que tange à economia brasileira — O Indicador de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) caiu 7,0 pontos em janeiro de 2025 frente ao mês imediatamente anterior para 42,4 pontos. A queda de janeiro foi a terceira seguida, o que totaliza uma redução acumulada de 21,4 pontos. Tal movimento foi liderado pela perda de confiança sobre a situação atual, principalmente, no que tange à economia brasileira. O ICIA se encontra 11,0 pontos abaixo da média histórica de 53,4 pontos. Indicadores acima de 50 pontos apontam confiança enquanto indicadores abaixo de 50 pontos apontam falta de confiança.

Os indicadores de situação atual tiveram quedas importantes no mês de janeiro frente ao apurado em dezembro. O índice que mede a percepção sobre a situação atual recuou 17,6 pontos e atingiu 26,4 pontos — o menor patamar desde maio de 2020, logo após da eclosão do covid-19. O indicador de situação atual da economia brasileira caiu 19,1 pontos e atingiu 17,1 pontos, também sendo pior resultado desde maio de 2020. O indicador de situação atual sobre a própria empresa diminuiu em 16,9 pontos, para 31,0 pontos. O índice de expectativas para os próximos seis meses ficou menor em 1,7 ponto frente ao apurado no mês anterior e ficou em 50,4 pontos, virtualmente no limite entre confiança e falta de confiança. O indicador de expectativas sobre a economia brasileira recuou 6,0 pontos, para 38,9 pontos. O indicador de expectativas sobre a empresa do entrevistado cresceu 0,4 ponto e atingiu 56,1 pontos.

SEGS.com.br - SP   24/01/2025

Comemorando 50 anos e melhor do que nunca, a chapa antidesgaste Hardox® agora é produzida com zero emissões

O ano de 1974 viu um avanço na produção de aço quando a siderúrgica SSAB lançou o primeiro aço antidesgaste com características estruturais do mundo. Uma combinação exclusiva de dureza e tenacidade ajudou a resolver o problema de fragilidade dos aços convencionais de alta resistência à abrasão, que eram quase impossíveis de dobrar e não suportavam impactos fortes durante o uso.

Em 1983, a fábrica da SSAB em Oxelösund, na Suécia, criou uma chapa antidesgaste realmente resistente que recebeu a marca Hardox® – um nome que descreve perfeitamente sua resistência. Hoje, ela ainda é orgulhosamente produzida na Suécia, nos EUA e na Finlândia.

Uma longa história de um aço resistente e tenaz

Tudo começou com o Hardox® 400, lançado em 1974. Foi a primeira chapa antidesgaste de fácil utilização, com propriedades mecânicas que permitiam que fosse cortada, dobrada, soldada e usinada na fabricação, sem apresentar nenhum problema.

Depois veio o Hardox® 450, que posicionou ainda mais o Hardox® como o aço resistente ao desgaste preferido de clientes exigentes em todo o mundo. Depois desse revolucionário aço, veio uma grande variedade de graus para atender a quase todos os desafios imagináveis em diferentes segmentos: O Hardox® 500 Tuf, o Hardox® HiAce e o Hardox® HiTemp. Quando o Hardox® 500 Tuf foi lançado, ele foi rapidamente adotado como a nova referência em chapas antidesgaste. Com sua dureza e tenacidade excepcionais, ele oferece desempenho incomparável, mesmo em condições abaixo de zero, e pode ser usado em praticamente qualquer aplicação. A linha completa de produtos também inclui o extra-resistente Hardox® HiTuf e, para peças e revestimentos antidesgaste que precisam de dureza excepcional, os clientes podem escolher entre os graus Hardox® 500, Hardox® 550, Hardox® 600 e Hardox® Extreme.

Pioneiro no futuro dos aços – Hardox® 450 feito em SSAB Zero

Nossa história de progresso já tem 50 anos e continuamos firmes em nosso compromisso de desenvolver um aço que atenda aos desafios do mundo moderno. É por isso que, com muito orgulho, apresentamos na linha Hardox® o nosso primeiro aço produzido com zero emissões este ano: O Hardox® 450 feito em SSAB Zero.

Esta nova versão da chapa antidesgaste Hardox® possui todas as qualidades que fizeram do Hardox® 450 a referência global em chapa de desgaste premium, e muito mais. A melhor escolha em sustentabilidade, o SSAB Zero é produzido usando aços reciclados em um processo alimentado por eletricidade e biogás, sem empregar combustíveis fósseis, resultando em praticamente nenhuma emissão de carbono durante o seu processo de fabricação*. Esse aço pode reduzir ainda mais a carga ambiental da produção siderúrgica. Com essa inovadora chapa antidesgaste, você pode levar suas metas de sustentabilidade para a níveis inéditos!

Brasil Mineral - SP   24/01/2025

O monóxido de carbono poderia ser reciclado em um circuito fechado como um substituto para o carvão ou coque no processo de fabricação de aço, reduzindo significativamente o volume de emissões de dióxido de carbon

A Anglo American firmou parceria com a Universidade de Birmingham e a construtora de empreendimentos Cambridge Future Tech para o lançamento do PeroCycle, um novo empreendimento que visa desenvolver e comercializar tecnologia de reciclagem de carbono para implementação na produção de aço. O PeroCycle se baseará em inovações feitas na Escola de Engenharia Química da Universidade de Birmingham pelo Professor Yulong Ding e pela Dra. Harriet Kildahl, pioneiros em um método de reciclagem de carbono em processo com o uso de um material de perovskita dupla.

O uso do material permite a divisão em processo do dióxido de carbono em monóxido de carbono a temperaturas consideravelmente mais baixas do que os métodos atuais. O monóxido de carbono poderia então ser reciclado em um circuito fechado como um substituto para o carvão ou coque atualmente usado no processo de fabricação de aço, reduzindo significativamente o volume de emissões de dióxido de carbono. A Cambridge Future Tech, trabalhando com a Anglo American, liderará a cisão e o desenvolvimento do PeroCycle, reduzindo o risco de seu caminho para aplicações comerciais. “A Anglo American há muito tempo busca ajudar a descarbonizar o setor siderúrgico – desde fornecer nosso minério de ferro premium para siderúrgicas globais até investir em nossa frota Ubuntu de transportadores de minério a granel com combustível duplo de GNL. Este novo investimento para comercializar uma nova abordagem de reciclagem de carbono se alinha com nossa ambição de reduzir nossas emissões de Escopo 3 e ajudar a catalisar uma indústria siderúrgica de menor carbono por meio do poder da inovação e da parceria”, disse Matt Walker, CEO do negócio de Marketing da Anglo American.

O professor Yulong Ding, fundador da Cátedra Chamberlain de Engenharia Química na Universidade de Birmingham, comentou que o setor siderúrgico atualmente é responsável por cerca de 8% das emissões globais de carbono. “Estamos animados para trabalhar com a Anglo American e a Cambridge Future Tech para comercializar nossa nova tecnologia e fornecer uma solução técnica alternativa potencial para permitir uma profunda descarbonização do setor siderúrgico e além”.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   24/01/2025

Para a economista Lia Valls Pereira, especialista em comércio internacional, ainda parece haver dúvidas dentro do governo Trump sobre se a prometida guerra comercial, especialmente em relação à China, se dará com aumento de tarifas de setores e produtos específicos, ou de forma generalizada.

A Representação de Comércio dos EUA (USTR, em inglês) já foi instruída para identificar países e setores que estão prejudicando os interesses norte-americanos no comércio internacional.

Lia, pesquisadora associada do IBRE-FGV, recorda que, no primeiro mandato de Trump, esse processo, que normalmente antecede a imposição de medidas protecionistas por parte dos Estados Unidos, foi relativamente demorado. Por isso, agora, Trump informou que quer que a maioria dos resultados das investigações da USTR esteja pronta até o início de abril.

Segundo a pesquisadora, se houver a escolha de imposição generalizada de tarifas, Trump pode apelar para a Lei de Poderes Econômicos em Emergência Internacional (IEEPA).

Em relação ao Brasil, a guerra tarifária não parece ser uma preocupação tão grande quanto a de outros alvos já apontados pelo novo presidente dos EUA, como China, Canadá e México. Lia aponta (usando os números de 2023) que o Brasil, que tem um pequeno déficit comercial com os Estados Unidos, recebe 2,2% das exportações totais norte-americanas e é responsável por 1,3% das importações dos EUA.

Entre os produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos, o que tem mais potencial de sofrer aumentos tarifárias, na visão de Lia, é o siderúrgico, no qual os produtores norte-americanos são conhecidos por sua capacidade de fazer lobby em prol de proteção contra a acirrada competição internacional.

Afora o aço (e, possivelmente, carnes), a economista assinala que a pauta de exportações do Brasil para os Estados Unidos é bastante variada, e inclui produtos, como petróleo, café e aviões, que não parecem em princípio estar no radar da ofensiva protecionista de Trump.

Mas a preocupação do Brasil com a nova era que se abre nos Estados Unidos, com o segundo mandato de Trump, não se limita à questão tarifária, lembra Lia. Mesmo dentro das ameaças geopolíticas recentes de Trump, como a relativa ao Canal do Panamá, a pesquisadora nota que o Brasil, como membro da OEA, certamente teria de confrontar os Estados Unidos diante de qualquer tipo de agressão ou ação mais direta contra outro membro da organização.

Trump também vem criticando o BRICS, grupo do qual o Brasil faz parte, com destaque para a iniciativa de reduzir o papel do dólar com moeda hegemônica do comércio internacional. O presidente dos EUA atacou especificamente esse último objetivo, ao qual o atual governo brasileiro deu destaque nos últimos tempos em termos de sua agenda internacional.

Lia aponta ainda, como possível incômodo a Trump, a aproximação do Brasil com a China, com 37 acordos assinados entre os dois países quando da visita recente de Xi Jinping. A pesquisadora nota que nesse pacote de acordos - parte significativa dos quais são memorandos de entendimento - chama a atenção a abertura do mercado de sorgo chinês ao Brasil. Sobretaxas chinesas na importação do produto a partir dos Estados Unidos foram impostas no primeiro mandato de Trump, como retaliação à ofensiva americana de guerra comercial. Agora, ao abrir seu mercado ao sorgo brasileiro, a China já pode estar se preparando para o novo ataque comercial norte-americano.

O Estado de S.Paulo - SP   24/01/2025

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que o governo fará “um conjunto de intervenções” para baratear os preços dos alimentos ainda no primeiro bimestre. Ou seja, agora é oficial: o governo entendeu que a inflação pode custar a reeleição do presidente Lula da Silva. Em vez de atacar as causas do problema, sobretudo os gastos excessivos do governo, os petistas preferem, como sempre, concentrar-se nos sintomas, forçando uma queda artificial dos preços – como se estes fossem resultado da vontade arbitrária de quem os estabelece, e não expressão das relações básicas de mercado. E a história mostra que sempre que o governo se julgou capaz de intervir nessas relações, o resultado foi desastroso: desabastecimento e mais inflação.

Mas os petistas são teimosos. Segundo Costa, o governo fará reuniões com os ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda para tratar do assunto. Lula da Silva ainda deve conversar com os produtores rurais, mas, de acordo com Costa, ele já tem em mãos uma lista de sugestões elaborada por representantes de supermercados.

Tudo foi dito em uma entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da própria Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, ambiente que talvez tenha dado conforto para que Costa dissesse o que realmente pensa. A declaração não foi tirada de contexto, o ministro não foi induzido ao erro e não se trata de fake news.

Costa não adiantou quais medidas serão anunciadas, mas isso pouco importa. O que interessa é a mensagem que o ministro passou. Ainda há muitos brasileiros com idade suficiente para lembrar como era o Brasil antes do Plano Real, que pôs fim à espiral inflacionária a partir de 1994. Naquelas décadas, experimentou-se de tudo, de estoques reguladores à retenção de exportações, passando por congelamento de preços e fiscais voluntários que davam voz de prisão a gerentes de supermercado. Mas os preços, indóceis, teimavam em subir.

Só isso deveria bastar para desestimular iniciativas como a anunciada pelo ministro Costa, mas o governo parece ter se dado conta de que não tem mais tempo: a eleição, segundo o próprio Lula, está logo aí, razão pela qual é preciso agir para conter os preços dos alimentos. E foi o presidente quem disse, durante a primeira reunião do ano com seus ministros, que a prioridade de seu governo será “comida barata na mesa do trabalhador”.

O cacoete intervencionista do PT é conhecido. Não faz nem um ano que o Executivo cogitou adquirir arroz importado para vender o produto diretamente nos supermercados, a preços tabelados e subsidiados, em embalagem própria com a logomarca do governo federal. Foi logo após as enchentes no Rio Grande do Sul, e a iniciativa só foi abandonada por suspeitas de fraude no leilão.

Também é bom lembrar que os combustíveis estão defasados em relação aos preços internacionais. A gasolina não sobe desde julho, e o diesel está com o mesmo preço desde dezembro de 2023. E, apesar da disparada do dólar, a Petrobras, que tem mantido uma política de preços “abrasileirados” desde o início do governo Lula, diz que ainda aguarda o “momento adequado” para fazer eventuais reajustes.

O governo bem sabe que esse tipo de coisa pega mal. Tanto que, ao longo do dia, a palavra “intervenções”, expressamente mencionada por Rui Costa no programa, foi retirada do texto divulgado no site da Casa Civil – como se omitir a palavra resolvesse o problema.

Os próximos passos são previsíveis. O marqueteiro Sidônio Palmeira entrará em campo para resolver a “confusão” antes que ela se torne mais uma crise, enquanto, nos bastidores, não faltará quem diga que qualquer tipo de intervenção está fora de cogitação.

Os alimentos estão caros em razão da influência de fatores climáticos e da valorização do dólar, mas a demanda também contribui para manter os preços elevados. E é neste ponto que Rui Costa expôs o pensamento que guia o governo nessa discussão: a recusa em aceitar a lei da oferta e da procura e em reconhecer o quanto o Executivo colabora diretamente para a carestia.

O Estado de S.Paulo - SP   24/01/2025

O presidente do Itaú BBA, Flávio Souza, reforça o coro quanto à necessidade de o Brasil mandar ao mundo uma mensagem forte de compromisso fiscal, após a frustração com as medidas apresentadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A preocupação com as contas públicas no Brasil gera incerteza e isso tem afetado o apetite do investidor externo, alerta ele.

“Diante desse cenário macro, no mercado internacional e no Brasil, com a velocidade do crescimento da dívida, é realmente fundamental que o fiscal continue sendo tratado. E, eu diria, com um nível de assertividade ainda maior”, diz Souza, em entrevista ao Estadão/Broadcast, diretamente de Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Para 2025, o banqueiro vê uma ‘acomodação’ no ritmo do crescimento do crédito corporativo no Brasil em meio aos juros altos. Mas diz que ainda é cedo para saber o impacto na inadimplência. Se vier, os bancos podem ter de lidar com um cenário ‘um pouco mais difícil’, conforme Souza. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

O Fórum em Davos acontece em meio a um cenário complexo, com o mundo de olhos na gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto no Brasil temos a pressão fiscal e a recente crise do Pix. Quais são as suas expectativas?

Realmente é um cenário conturbado, cheio de incertezas, mas tem uma oportunidade de a gente tentar olhar as coisas com uma perspectiva mais de longo prazo. É óbvio que precisamos estar sempre atentos, o famoso ‘um olho no gato e o outro no peixe’, mas a expectativa é conseguir continuar discutindo temas como a questão relacionada ao uso de tecnologia, à importância da inteligência artificial e à transição energética.

Trump ameaça essa agenda de transição energética?

A posição do Trump traz algum impacto e a gente deve ver nos próximos dias os primeiros atos nessa direção. Mas, no longo prazo, a direção está definida, é absolutamente clara. Obviamente, pode ter ajuste em velocidade, intensidade, mas o mundo está na direção da transição energética, mesmo com eventuais ‘pushbacks’ (retrocessos) que essa agenda possa sofrer nos Estados Unidos.

Por que os bancos americanos saíram da lista de financiamento climático?

É muito cedo para dizer que essas companhias vão fazer uma revisão radical da agenda de descarbonização. É só olhar o que está acontecendo em Los Angeles, as enchentes no Sul do Brasil, há evidências científicas que mostram que esse assunto precisa ser tratado até sob uma perspectiva de risco.

Na temporada de resultados, os banqueiros de Wall Street enfatizaram uma melhora significativa na confiança do empresariado nos EUA. Como isso se reverbera em negócios para o banco?

Trump chega com um poder bastante superior ao do primeiro mandato e com uma atuação muito pró-negócio no ambiente americano. Ou seja, de menos regulação, de tentar estimular a produção nos Estados Unidos, através de tarifas, etc. É um ambiente favorável. Como isso vai transbordar e repercutir fora dos Estados Unidos é uma das questões que vamos ver como irá se desenvolver.
E os efeitos para o Brasil?

Esse cenário do Trump tem um potencial de manter o nível de atividade nos Estados Unidos mais aquecido, portanto, a taxa de juros deve permanecer em um patamar mais elevado. A nossa área de macroeconomia acabou de atualizar o cenário com a expectativa de manutenção dos juros nos EUA, sem cortes neste ano. Quando a gente olha para o Brasil, com uma expectativa de a taxa continuar subindo, significa redução da intensidade da atividade econômica.

Para quanto?

O Brasil teve indicadores muito positivos no ano passado, com crescimento do PIB - ainda não tem o número oficial, mas deve ser mais de 3% -, com desemprego bastante controlado. Mas, naturalmente, uma preocupação com a inflação, muito em cima do tema fiscal e os impactos nos juros. Para este ano, estamos vendo um nível de atividade perto de 2%, 2,2%, com um vento a favor vindo do agronegócio, como no ano passado. Sem isso, talvez esse número pudesse ser até um pouco menor.
Como os juros altos devem impactar o mercado de capitais e os negócios de bancos de investimento?

A expectativa de um mercado de capitais favorável para ações acabou não acontecendo. Tivemos um terceiro ano bastante fraco, sem nenhum novo IPO (abertura de capital). Para esse ano, com juros subindo, fica menos provável um ambiente favorável para ações. Por outro lado, o setor de renda fixa teve o seu ano mais forte, com R$ 600 bilhões em emissões em 2024. Com esse patamar e a redução do nível de atividade, é razoável haver alguma acomodação em renda fixa, mas o mercado está absolutamente aberto. Também foi um bom ano para fusões e aquisições e 2025 tem uma perspectiva positiva, com um horizonte de negócios bastante robusto.

Como o sr. vê a ponte de negócios entre Brasil e Estados Unidos?

Sobre tarifas, a gente tem de olhar com alguma tranquilidade, porque o Brasil tem uma relação deficitária em balança com os Estados Unidos, pequena, é verdade, mas o Trump tem prioridades mais relevantes, como o México, o Canadá e a China. Para o Brasil, é uma situação mais neutra. Por mais que tenhamos governos com uma maneira diferente de enxergar o mundo, no fim do dia, existe de fato um ambiente de negócio muito estabelecido entre o Brasil e os EUA. É muito saudável que as empresas brasileiras considerem expandir suas operações, inclusive nos EUA.
Há chances de mais IPOs de empresas brasileiras nos EUA?

Listar uma companhia fora do Brasil depende de uma série de fatores. O fato de que o mercado americano é aberto e empolgante é um deles, mas não é o único. Temos exemplos de empresas brasileiras que já se listaram lá fora e que não alcançaram o que esperavam em termos de liquidez e valorização. É importante em um processo desse, fazer uma análise profunda, saber quais são as motivações. A gente costuma dizer: faça pelas razões certas. Abrir o capital nos EUA por uma situação conjuntural mais específica não é necessariamente a razão certa.

E quanto às emissões de empresas brasileiras no exterior com o Fed mantendo os juros altos? Tivemos poucas operações neste início de ano, que é uma janela importante.

Ainda poucas. O mercado não está fechado, mas também não tem uma indicação que tende a ser um ano muito forte para emissões externas, pelo menos até agora, porque os juros continuam altos e o rendimento dos Treasuries também. Agora, as empresas que estão acessando o mercado (externo) estão tendo receptividade. Nas últimas semanas, vimos algumas transações com um bom nível de demanda.
É uma sinalização de que o apetite estrangeiro por Brasil está centralizado no setor privado, diante dos problemas fiscais no País?

A preocupação com o fiscal no Brasil gera incerteza e isso acaba afetando o apetite. Em uma perspectiva mais estratégica, de médio e longo prazos, esse fluxo continua existindo e chega a um certo ponto em que começa a ter atratividade pelo nível de preço. Então, o investidor estratégico de mais longo prazo começa a olhar o Brasil como uma eventual oportunidade de entrada. Mas, para isso, é importante um cenário mais claro, principalmente na parte fiscal, como vai afetar os juros e a capacidade de extrair valor das transações no Brasil.
O governo sinaliza mais ações na questão fiscal após o pacote ter frustrado as expectativas?

Está muito clara a necessidade de uma postura fiscal importante por parte do governo. Diante desse cenário macro, no mercado internacional e no Brasil, com a velocidade do crescimento da dívida, é realmente fundamental que esse tema continue sendo tratado. E, eu diria, com um nível de assertividade ainda maior.

Qual é a preocupação com o impacto dos juros altos nas empresas no Brasil?

A gente vem de um ciclo de crédito corporativo no Brasil bem saudável nos últimos anos. Apesar de casos de empresas em recuperação judicial, o desempenho dos bancos em geral têm sido bastante benigno. O mercado de dívida teve em 2024 o melhor ano da história, nossa carteira cresceu perto de 14% até setembro, e o fim do ano andou bastante bem. Com juros altos, é natural uma acomodação. Se isso vai se materializar em um cenário de deterioração a ponto de termos um problema, ainda é cedo para dizer. Se o mercado caminhar nessa direção, com casos relevantes, mostrando maior dificuldade, isso pode trazer um cenário um pouco mais difícil.
Isso irá acontecer?

É difícil dizer isso nesse momento. Prefiro acreditar, trabalhar e tentar influenciar para as oportunidades e potencialidades do Brasil. O País precisa passar uma mensagem forte do ponto de vista do compromisso fiscal, a oportunidade de criar um ambiente de negócios favorável para o Brasil é mais próxima do que parece. Mas o Brasil precisa fazer o dever de casa bem feito.

Investing - SP   24/01/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira querer que o Federal Reserve corte os juros, em um momento no qual o banco central norte-americano congelou a taxa básica por tempo indeterminado, e afirmou entender mais de política monetária do que os responsáveis por ela.

"Com os preços do petróleo caindo, exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente, e elas também deveriam cair em todo o mundo", defendeu Trump nesta quinta-feira, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Em evento da Casa Branca após o comentário no fórum, Trump afirmou achar que entende "muito mais sobre taxa de juros do que eles, e acho que entendo muito mais do que aquele a cargo de tomar essa decisão”, em aparente referência ao presidente do Banco Central, Jerome Powell.

Em seu primeiro mandato, Trump foi o responsável pela indicação de Powell.

O comentário de Trump ocorre cinco dias antes da primeira reunião do Fed sob sua Presidência, marcada para os dias 28 e 29 de janeiro. Há uma ampla expectativa de que o Fed mantenha a taxa de juros. O Fed cortou pela última vez sua taxa em dezembro, em 25 pontos-base, levando-a para a banda de 4,25% a 4,5%.

Em 2024, o Fed baixou a taxa de juros em um ponto percentual, em meio a um cenário de abrandamento da pressão inflacionária e uma impressão, entre as autoridades do Fed, de que a política monetária deveria exercer menos restrições à economia. O encontro de dezembro do Fed também reduziu as expectativas de cortes em 2025, por causa de níveis de inflação mais altos e a previsão de um crescimento um pouco mais robusto nos EUA.

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Várias autoridades do Fed, incluindo o próprio Powell, expressaram a necessidade de cautela na queda do juro, em razão da persistente inflação. As propostas de Trump foram levadas em consideração nas previsões emitidas no encontro de dezembro. Baixar os juros com a inflação acima da meta de 2% pode piorar a pressão sobre os preços.

“O panorama econômico permanece muito incerto, especialmente sobre as políticas fiscal, comercial, imigratória e regulatória potenciais”, afirmou o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, na semana passada. “Assim, nossas decisões nas ações da política monetária futura seguirão embasadas na totalidade dos dados, na evolução do cenário econômico e nos riscos de atingir nossos dois mandatos.”

Segundo muitos economistas e investidores, a ameaça de Trump de impor tarifas em larga escala sobre parceiros comerciais dos Estados Unidos -- impostos de fato sobre as importações -- e a possível deportação de um grande número de imigrantes sem documentos podem reacender as pressões inflacionárias.

A dúvida para o Fed seria se o aumento de preços aconteceria de uma só vez ou teria uma vigência mais longa, exigindo assim taxas de juros mais altas.

Algumas autoridades do Fed acreditam que, em breve, haverá clareza suficiente para a redução das taxas. Citando dados recentes mais favoráveis quanto à pressão nos preços, o governador do Fed Christopher Waller disse à CNBC que "se continuarmos recebendo números como esses, é razoável pensar que cortes nas taxas podem possivelmente acontecer no primeiro semestre do ano".

Em geral, Trump foi crítico ao Fed pelo aumento da taxa de juros durante seus primeiros dois anos do mandato inicial, atacando duramente Powell. O mandato do dirigente vai até 2026. Antes de assumir o posto, Trump afirmou que não deseja removê-lo de suas funções, pois há também dúvidas quanto à legalidade de uma eventual mudança.

Globo Online - RJ   24/01/2025

A prévia da inflação de janeiro será divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira e deve registrar estabilidade ou uma pequena deflação. A mediana das expectativas para o IPCA-15 é de queda da 0,01%. O Bradesco espera alta de 0,10%. Enquanto a LCA projeta deflação de -0,22%. A inflação acumulada em 12 meses também deve recuar, passando de 4,71% em dezembro para cerca de 4,35%, dentro da meta.

Mas a alegria deve durar pouco. Este movimento reflete, principalmente, o impacto da redução nos preços da energia elétrica, impulsionada pelo bônus de Itaipu e pela mudança na bandeira tarifária. Ou seja, é algo temporário. Marianna Costa, economista da Mirae Asset, reforça que o alívio em janeiro será pontual:

- Com o fim do desconto de energia, o IPCA de fevereiro deve acelerar para cerca de 1,30%, trazendo novamente a inflação acumulada em 12 meses para acima do teto da meta.

A queda nos preços do grupo Habitação, especialmente nas tarifas de energia elétrica, deve ser o principal responsável pela desaceleração da inflação, consideram os economistas. No grupo Transporte, o recuo nas passagens aéreas também contribui para o alívio. No entanto, o cenário não é uniforme: os preços das carnes seguem pressionando o grupo Alimentação, enquanto o reajuste das mensalidades escolares deve puxar para cima o grupo Educação.

Apesar do alívio no índice geral, economistas apontam que os núcleos de inflação — que excluem itens mais voláteis e captam tendências de longo prazo — continuam pressionados. Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, destaca que os núcleos devem apresentar alta de 0,5% na margem, com o núcleo de serviços atingindo variação de 0,75%, acima do resultado de dezembro (0,71%).

E o Banco Central?

O IPCA-15 de janeiro será um insumo importante para a reunião do Copom da próxima semana (terça e quarta-feira), que decidirá os rumos da taxa básica de juros, atualmente em 12,25%, com duas altas já contratadas para este encontro e para o de março. Segundo Luciano Costa, o comportamento dos núcleos e das expectativas desancoradas indicam que o Copom deve manter uma postura rígida.

- Esse resultado deve reforçar o diagnóstico do Copom de manter o ritmo de aperto monetário em 1 ponto nas reuniões de janeiro e março. Projetamos ainda duas altas adicionais de meio ponto nas reuniões de maio e junho, levando a taxa Selic para 15,25% ao ano ao final do ciclo de aperto.

Para o ano de 2025, o IPCA é projetado em 5,3% por Gustavo Rostelato, economista da Armor Capital, enquanto a Monte Bravo estima um índice ainda mais elevado, de 6,2%, impulsionado pela depreciação cambial e pelo crescimento. Esse cenário reforça o desafio do Banco Central em conter as pressões inflacionárias e ancorar as expectativas.

Migalhas - SP   24/01/2025

O dia 20/1/25 foi um dia histórico: Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos e trouxe uma série de declarações que podem ser consideradas, no mínimo, polêmicas. Ele abordou questões de gênero e migrações, apresentando opiniões contrárias ao debate sobre minorias e direitos humanos. No Brasil, as deportações em massa são vedadas pela lei da migração (lei 13.445/17), e as questões de gênero contam com ampla proteção legal, incluindo a criminalização da transfobia. Outras questões geopolíticas também estiveram em seu radar, assim como seu compromisso em salvar um império que enfrenta crise.

Neste texto, prefiro focar nas questões das interfaces comerciais e como os Estados Unidos, sob a direção de Trump, prometem proteger seu mercado interno, trabalho, produção, importações e exportações, além de utilizar os recursos energéticos que possuem.

Trump afirmou que irá taxar as importações que apresentarem cargas maiores, com a finalidade de proteger seu mercado e postos de trabalho. Essa não é uma novidade, visto que muitos países adotam tais práticas. O Brasil, recentemente, em resposta à invasão de lojas de e-commerce estrangeiras, especialmente chinesas, passou a cobrar o imposto de importação (II) de quase tudo. Além do II, o Brasil também exige o ICMS e, no caso de serviços, o ISS, o que se mantém na reforma tributária: além do imposto de importação, o Brasil ainda cobrará o IBS/CBS dos produtos que entrarem no país. Praticamente todos os países utilizam meios para tributar as importações; ao mesmo tempo, desestimulam a entrada de produtos e favorecem a inserção e competitividade de seus produtos nos mercados externos.

Voltando ao nosso tema: afinal, a "perseguição" de Trump está correta ou não?

Trump não pretende fazer nada que o Brasil ou outros países da OCDE já não estejam fazendo. A China promove uma série de ações e omissões (como a falta de proteção a seus trabalhadores e a ausência de normas trabalhistas e previdenciárias) que podem ser classificadas como dumping, ou seja, práticas de concorrência desleal que favorecem indevidamente produtos e serviços, promovendo práticas desleais no comércio internacional. O dumping pode ser classificado da seguinte forma:

1. O dumping econômico ocorre de várias maneiras, mas vamos explicar a questão da moeda: a China mantém o câmbio fixo e desvaloriza sua moeda interna, o yuan, de forma que seus produtos são sempre mais baratos em comparação aos de outros países concorrentes. Com essa prática de desvalorização cambial, a China pode oferecer preços baixos e competitivos. Nenhuma indústria do mundo consegue competir com a China. Mesmo que não seja abertamente declarado, nossa sobretaxação das blusinhas visa nosso principal parceiro comercial: a China. As exportações para a China atualmente equivalem a quase três vezes as exportações para o segundo parceiro, os EUA. A artificialidade do câmbio e o capitalismo de Estado chinês são obstáculos difíceis de serem superados. Trump está certo sobre isso? Sim!

2. O dumping social é outra questão importante: os trabalhadores chineses ganham muito pouco e não têm proteção trabalhista. O trabalhador chinês é barato e trabalha muito mais do que qualquer outro trabalhador formal do mundo desenvolvido ou em desenvolvimento. Assim, todos os seus produtos são mais baratos e geram desajustes competitivos entre a China e outros países. O Brasil, apesar da pejotização, precarização e reforma trabalhista, ainda possui um guarda-chuva social muito melhor do que o chinês. Apesar de os Estados Unidos também não serem exemplo de proteção social, o trabalhador americano ganha muito mais do que o chinês. Trump está certo sobre isso? Sim!

3. O que mais assustou a crítica internacional foi a declaração de que os Estados Unidos não participarão da transição energética nem cumprirão acordos ambientais. E, novamente, ele afirma que não pode cumprir os protocolos se a China não os cumprir. Trump estava certo novamente. O que a China pratica também é dumping na categoria ambiental. Com baixos níveis de proteção ambiental, altas emissões de carbono na atmosfera e, pior, investimentos em monoculturas no mundo, a China polui sem qualquer pudor. É claro que a posição de Trump não merece aplausos, mas não é possível que alguns países operem suas economias enquanto outros poluem e lançam produtos no mercado a preços muito mais baixos.

Recentemente, o Brasil tem enfrentado tensões com a União Europeia. Firmado o compromisso entre Mercosul e União Europeia, a Europa resistiu à invasão dos produtos alimentícios sul-americanos, em especial a carne. O Estado francês protege seus pequenos produtores que abastecem seus mercados, enquanto nós, com amplos campos, poderíamos criar bois soltos. Outro exemplo é que o Brasil ainda está engatinhando no mercado de carbono, enquanto a Dinamarca cobra cerca de US$ 100 por ano de cada boi criado em seu território.

Outro ponto que Trump abordou foi a luta para manter o dólar como moeda de conversão. Essa é uma luta inglória e muito provavelmente perdida. Muitos países já estão contratando com outros padrões, e os BRICS vão lançar sua própria moeda. A desdolarização da economia mundial vai ocorrer, não sem protestos americanos.

Não considero polêmica a questão do desincentivo ao carro elétrico. Ainda temos muito a fazer para tornar essa opção a melhor escolha. Os carros elétricos são caros, têm autonomia limitada, carecem de infraestrutura de abastecimento, apresentam problemas de descarte de baterias poluidoras, baixo valor de revenda, alto custo de manutenção, desvalorização e outros fatores. É também salutar que o Brasil não pretenda incentivar seu uso na reforma tributária. O debate prossegue, e o que o Brasil importou da China não teve a procura esperada.

Trump, longe de ser "correto", está "certo", pelo menos em parte, sobre as medidas que pretende adotar. Contudo, Trump está errado ou resiste ao que é óbvio: todo império tem começo, meio e fim.

O que também fica muito claro é que os partidos mais a esquerda tem imensas dificuldades de dialogar com as classes trabalhadoras, com as pautas conservadoras de costumes e as minorias. Trump soube canalizar a insatisfação da classe trabalhadora americana empobrecida.

No mais, o tom de suas provocações é que vai ditar o rumo dos debates nos próximos quatro anos. E nós abaixo da linha Equador vamos sentir os efeitos de suas ações também.

Infomoney - SP   24/01/2025

Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, comandou o programa Morning Call da XP nesta quinta (23) e apontou que o recuo do dólar no Brasil, após dois meses pressionado acima de R$ 6, se deve a um tom mais ameno de Donald Trump, após a posse na presidência dos Estados Unidos, com relação às tarifas de importação.

“Com a indicação de Trump que pretende taxar a importação de produtos chineses em 10%, o mercador reagiu bem a isso”, disse. “Havia uma expectativa da taxação chegar até 60%, que foi o que ele mencionou durante a campanha”, complementou.
Tarifa de forma direcionada

Não foram poucas vezes em que o republicano falou antes das eleições de uma tarifa de importação para os produtos chineses mais alta do que passou a indicar atualmente.
“Essa menor precificação e risco (do mercado) vem de que essas tarifas (de importação) podem ser usadas (pelo governo Trump) de forma mais direcionada e estratégica e não como um objetivo de guerra comercial”, comentou a analista.

O que esperar para o dólar após a moeda voltar para abaixo de R$ 6?

Moeda brasileira teve alívio nos últimos dias, mas analistas ficam de olho em possíveis fatores de pressão para o câmbio

Mas ressaltou que é preciso acompanhar os passos do presidente dos Estados Unidos a novos anúncios relacionados ao tema.
Corte de juros nos EUA

“Essas tarifas mais brandas têm como potencial um menor impacto inflacionário do que se esperava, de alíquotas mais fortes”, afirmou. Isso, segundo ela, dá espaço para mais cortes de juros pelo Federal Reserve (o banco central americano), na semana que vem, nos dias 28 e 29 de janeiro.

“Por isso, a gente teve um dia bom para o câmbio (no Brasil). Ele fechou no nível mais baixo desde de 27 de novembro. Uma queda de 1,4%, a R$ 5,95, abaixo da barreira psicológica dos R$ 6”, disse.

Camilla Dolle explicou que semana que vem tem também reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a expectativa da XP é de aumento da Selic em 1 p.p. (ponto percentual), chegando a taxa a 13,25%, em linha do que foi indicado pelo BC na última reunião, realizada nos dias 10 e 11 de dezembro.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   24/01/2025

Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta quinta-feira, à medida que novas iniciativas da China para apoiar seus mercados de ações impulsionaram o sentimento dos investidores e superaram as preocupações com tarifas mais altas dos EUA sobre importações chinesas.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China, fechou em alta de 0,44%, a 801,5 iuanes (110,04 dólares) a tonelada.

O minério de ferro de referência de fevereiro na Bolsa de Cingapura subiu 0,38%, para 103,95 dólares a tonelada.

As ações chinesas subiram depois que Pequim revelou planos para incentivar as companhias de seguros a comprar ações listadas no continente, melhorando o sentimento do mercado.

Os movimentos coordenados de Pequim ressaltaram a intenção do país de dar suporte os mercados, com o anúncio vindo logo após a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifa de 10% sobre as importações chinesas.

Trump ainda não tomou uma decisão final sobre tarifas contra a China desde que assumiu o cargo, o que alimenta as incertezas, e os preços do aço ainda seguem limitados a uma faixa, disse a consultoria chinesa Galaxy Futures em nota.

Os desafios econômicos da China continuam a pressionar o minério de ferro, enquanto uma guerra comercial representa o maior desafio para o mercado, disseram analistas do ANZ.

Do lado da oferta de minério de ferro, a australiana Fortescue registrou aumento marginal em seus embarques de minério no segundo trimestre.

A Fortescue, a quarta maior mineradora de minério de ferro do mundo, disse que teve sua produção afetada por uma grande paralisação nas instalações do projeto Iron Bridge. A expectativa é de que o projeto produza na capacidade total ainda este ano.

Diário do Comércio - MG   24/01/2025

Em 2024, a arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em Minas Gerais somou R$ 3,3 bilhões, um aumento de 4,4% ante o exercício imediatamente anterior. No Brasil, a receita totalizou R$ 7,4 bilhões, elevação de 8,4%.

Os números estão disponíveis no site da Agência Nacional de Mineração (ANM) e mostram que, pelo terceiro ano consecutivo, o Estado liderou o recolhimento no País. O Pará, outro grande produtor mineral, que chegou a ocupar o topo do ranking de unidades da Federação de 2019 a 2021, ficou na segunda colocação, com R$ 3,1 bilhões.

O montante arrecadado no exercício passado, tanto nacionalmente quanto no território mineiro, foi o segundo maior desde 2012 – no portal da autarquia constam dados somente a partir dessa data. Apesar disso, as receitas ficaram bem abaixo do recorde apurado há três anos, de R$ 4,6 bilhões em Minas Gerais e R$ 10,3 bilhões no Brasil.

Entre os possíveis fatores que contribuíram para o crescimento da arrecadação de Cfem está o aumento da demanda global por minério de ferro, que respondeu por 54,1% (R$ 1,8 bilhão) do total recolhido no Estado. Para se ter uma ideia, em 2024, o volume de exportações mineiras do produto atingiu 171,6 milhões de toneladas (alta anual de 7,6%).

O aquecimento do mercado também pode ser observado nos resultados de algumas das principais mineradoras do mundo. A Vale e a Anglo American, por exemplo, registraram alta nas vendas da commodity e reportaram produções trimestrais históricas no exercício anterior, com desempenhos positivos das unidades das empresas em Minas Gerais.

Outro fator que pode ter contribuído para a elevação do recolhimento de royalties da mineração no ano passado foi a valorização do dólar, embora a cotação internacional do minério de ferro tenha retraído significativamente na comparação com 2023.

Recolhimento por empresas e substâncias

Conforme os dados da Agência Nacional de Mineração, a Vale foi responsável por quase metade do montante da Cfem recolhido por Minas Gerais em 2024, cerca de R$ 1,5 bilhão. Nas posições seguintes ficaram: Anglo American (R$ 394,4 milhões), CSN Mineração (R$ 444,8 milhões), Kinross (R$ 97,8 milhões) e Samarco (R$ 83,9 milhões).

Na lista de substâncias, além do minério de ferro, o ferro se destacou, respondendo por R$ 1,4 bilhão do valor arrecadado pelo Estado em royalties. Minério de ouro (R$ 156,4 milhões), fosfato (R$ 45,1 milhões) e calcário (R$ 39,5 milhões) vieram na sequência.

Valores arrecadados por municípios

A maioria das cidades mineradoras de Minas Gerais apresentou aumento no valor recolhido da Cfem no último exercício. Conceição do Mato Dentro foi quem recolheu o maior volume de recursos (R$ 394,4 milhões), com um aumento de 3,2% em comparação a 2023.

Na lista dos cinco primeiros municípios, aparecem ainda: Congonhas, com o recolhimento de R$ 346,8 milhões (+12,2%), Itabira, com R$ 323,4 milhões (+7,2%), Itabirito, com R$ 317,8 milhões (-0,5%) e São Gonçalo do Rio Abaixo, com R$ 268 milhões (+0,5%).

Valor - SP   24/01/2025

O ciclone tropical Sean provocou chuvas fortes e inundações em partes da costa da região de Pilbara, no oeste da Austrália, impactando as operações ferroviárias e portuárias da Rio Tinto

A Rio Tinto anunciou nesta quinta-feira (23) que seus embarques de minério de ferro no primeiro trimestre serão afetados pelos danos causados por inundações de um ciclone tropical que atingiu o noroeste da Austrália. No entanto, a companhia manteve suas projeções para o ano de 2025.

O ciclone tropical Sean provocou chuvas fortes e inundações em partes da costa da região de Pilbara — rica em mineral —, no oeste da Austrália, impactando as operações ferroviárias e portuárias da Rio Tinto.

A empresa anglo-australiana é uma das maiores produtoras mundiais do minério de ferro, junto à brasileira Vale. Ela depende das vendas de minério de ferro para a maior parte de seus lucros.

A Rio Tinto informou que um descarregador de vagões no terminal portuário East Intercourse Island (EII), que embarcou 45 milhões de toneladas métricas do minério de ferro da empresa em 2024, foi inundado.

“As primeiras indicações sugerem que o descarregador no EII pode ficar fora de operação por três a quatro semanas, pois são necessários trabalhos de retificação para reparar os danos causados pela inundação”, disse a Rio Tinto.

Os trabalhos de recuperação na infraestrutura de minério de ferro da companhia estão em andamento e a maioria das operações ferroviárias e portuárias já voltou a funcionar, informou a empresa.

Veja - SP   24/01/2025

Minério de ferro e sustentabilidade têm tudo a ver. Ao menos é o que pensa Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, que participou nesta quinta-feira, 23, do Brazil Economic Forum, em Zurique, na Suíça. “Não existe transição energética sem mineração”, afirmou ele no evento, que é promovido pela Editora Abril, por meio de VEJA, e pelo Lide — Grupo de Líderes Empresariais.

Segundo o executivo, a mineração é “aliada” do meio ambiente porque as tecnologias associadas à transição energética passa pelos insumos do setor, caso das baterias para carros elétricos. Além disso, a Vale vem atuando para ajudar a indústria siderúrgica a reduzir suas emissões de carbono, por meio da criação de um material tecnológico usado nessa indústria que diminui em 10% as emissões. “A mineração é quem protege a floresta Amazônica”, disse D’Ambrosio. “60% de todo minério é extraído na região, mas nossas operações usam apenas 2% da área protegida. É um exemplo de mineração responsável.”

O executivo também afirmou que a Vale é referência em mineração responsável pela operação na Amazônia e que, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vem ajudando a preservar 800 mil hectares de floresta nativa. Ele ressaltou também que a companhia trabalha hoje com mineração circular, em que os materiais e rejeitos da operação são reaproveitados, caso das pilhas, de onde é extraído minério de ferro de alto teor.

D’Ambrosio também afirmou que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP-30, que será sediada neste ano no Brasil, precisa ser um “ambiente de negócios”, integrando a indústria de mineração e outros setores à sustentabilidade. “O perigo é a COP-30 virar fluffy, sem discutir coisas diretas. Não podemos esquecer que é da indústria que surgirá a solução.”

O executivo comentou brevemente a situação da Vale em relação aos dois desastres envolvendo suas barragens em Minas Gerais: no município de Mariana, em 2015, com a controlada Samarco, e em 2019, em Brumadinho. Ele afirmou que “felizmente” foi feito um acordo para reparar a situação em 2021 para Brumadino e, “graças ao ministro” do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, também para Mariana. Assim, a ação que corre contra a empresa em Londres, no Reino Unido, “deve ser esvaziada”.

Infomoney - SP   24/01/2025

A Vale (VALE3) anunciou nesta quinta-feira que iniciou uma “revisão estratégica” das operações da subsidiária Vale Base Metals no Canadá, o que inclui uma possível venda de ativos de exploração e mineração.

As operações avaliadas estão em Thompson, na província canadense de Manitoba.

A empresa afirmou que a conclusão da avaliação é esperada para o segundo semestre deste ano.
A companhia disse ainda que a revisão da operação em Thompson “faz parte de um processo de otimização da base de ativos da Vale Base Metals, visando garantir a competitividade de seu portfólio de níquel integrado”.

A Vale afirmou que o cinturão de níquel de Thompson é um depósito com operações desde 1956. Os ativos incluem duas minas subterrâneas em operação, uma usina e “oportunidades significativas de exploração do cinturão, que tem 135 quilômetros de extensão”.

A produção da Vale em Thompson somou 10,5 mil toneladas de níquel nos 12 meses até o final do terceiro trimestre do ano passado, afirmou a empresa.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   24/01/2025

Montadora americana que chegou ao país em 1925 diz que não se apoia em políticas públicas de um ou outro governo e que manterá o foco no cliente

Amin: “Trabalhamos na fase dois do plano (de investimento), tentando entender o que acontece com a questão regulatória” — Foto: Rogerio Vieira/Valor

Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, em seu discurso de posse, que pretende aplicar tarifas sobre importações de outros países, muitos começaram a questionar o tamanho do impacto da medida em setores como a indústria automobilística, altamente dependente do fornecimento de produtos do México. “Nossos investimentos não são para quatro anos, são para ciclos de mais de 20 anos”, afirma Shilpan Amin, presidente da General Motors International.

Amin, que veio ao Brasil para celebrar, na quinta-feira (23), os 100 anos da GM no país, aproveita a longa história da companhia para explicar por que uma empresa que pensa no longo prazo não se apoia em políticas públicas de um ou outro governo. A GM surgiu nos EUA em 1908, está no Brasil desde 1925 e no México, desde 1935. “Ao longo desses anos, fomos capazes de navegar por muitas mudanças regulatórias e sabemos que podemos gerenciá-las”, diz. A GM tem quatro fábricas no México, que exportam, inclusive para o Brasil. “Somos flexíveis”, destaca Amin.

O fim dos incentivos para carros elétricos, outra decisão anunciada por Trump, também afeta a GM, à medida que a companhia tem feito altos investimentos no desenvolvimento desse tipo de veículo. Amin volta a resgatar a longa história da empresa para explicar por que a medida não o preocupa. “Trabalhamos há mais de 100 anos nos EUA e no Brasil. Então sabemos o que nossos clientes querem. Nesse tempo, passamos por vários partidos políticos, diferentes ambientes regulatórios e descobrimos: se você mantém o foco no cliente, o resto se resolve sozinho”.

Numa viagem que começou com temperatura de 20 graus negativos, em Michigan, e terminou em 30 positivos, em São Paulo, Amin aproveitou a festa do centenário para anunciar o plano de lançar no mercado brasileiro dez modelos eletrificados em dois ou três anos, incluindo os totalmente elétricos, híbridos “plug-in” (que também podem ser carregados em tomadas) e híbridos convencionais leves que poderão ser abastecidos com etanol. Dois híbridos leves a etanol serão produzidos no Brasil a partir do próximo ano.

Em janeiro de 2024, Amin foi a Brasília anunciar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o programa de investimentos de R$ 7 bilhões para o período de 2025 a 2028. O executivo diz que aquela foi a “primeira fase” do programa.

Ao longo dos anos, fomos capazes de navegar por muitas mudanças regulatórias”

— Shilpan Amin

A segunda só vai sair depois que o governo brasileiro tornar claras as regulamentações que fazem parte do programa automotivo Mover. Isso envolve o chamado IPI verde, que determinará novo cálculo do imposto, de acordo com as emissões de todo o processo produtivo. E também o imposto seletivo, um tributo adicional sobre produtos considerados nocivos para saúde ou meio ambiente.

Segundo o executivo, a GM considera saudável enfrentar a concorrência chinesa no Brasil desde que todos joguem dentro da mesma regra, investindo, produzindo e gerando emprego.

Filho de indianos, esse engenheiro mecânico nascido em Michigan, para o onde o pai se mudou para trabalhar na Ford, está na GM desde 1996. Há quase três anos, assumiu o comando de todas as operações da montadora fora dos Estados Unidos, o que soma 68 países.

Foi com os filhos, hoje com 18 e 20 anos, que Amin teve a certeza de que as novas gerações gostam de carros desde que os veículos estejam conectados. Foi com eles que o executivo também aprendeu a gostar de futebol. Como os garotos jogam na Major League Soccer, os três viajam de carro por todo o território americano.

Desde crianças, o principal entretenimento dos meninos, na estrada, era assistir a filmes do Pelé. E foi assim que passaram a se interessar pelo time do Santos. Amin lamentou não ter incluído na intensa agenda de menos de três dias no Brasil assistir à partida da equipe santista contra o Palmeiras na quarta-feira.

A seguir, os principais trechos da entrevista de Amin ao Valor:

Valor: A General Motors chega aos 100 anos no Brasil em meio a um cenário de transformação na indústria automobilística? Como o senhor avalia o momento?

Shilpan Amin: Pensar que há mais de 100 anos alguém decidiu vir para o Brasil e investir aqui. Eu me pergunto o que eles pensariam se soubessem o que acontece 100 anos depois. Essa é provavelmente uma das maiores transformações que já vimos na indústria automobilística. Sabemos que precisamos ser ágeis. Teremos uma gama muito ampla de tecnologias, com cinco lançamentos este ano e dez eletrificados em pouco mais de dois anos. Teremos elétricos, híbridos, híbridos plug-in e flex. Teremos todos os tipos de tecnologias.

Valor: E quais são os planos de eletrificação no mundo?

Amin: Teremos mais elétricos nos Estados Unidos e China. Mas sabemos que no resto do mundo a transição para os 100% elétricos será mais lenta. Então, teremos mais opções disponíveis.

Valor: Durante a posse, o presidente Donald Trump anunciou o fim dos incentivos para carros elétricos. Algo muda para a GM com essa decisão?

Amin: Não, nosso portfólio é baseado em nossos clientes. Trabalhamos há mais de 100 anos nos EUA, e agora 100 no Brasil. Então, sabemos o que nossos clientes querem. Nesse tempo, passamos por vários partidos políticos e ambientes regulatórios diferentes. E descobrimos: enquanto você mantiver o foco no cliente, o resto se resolverá sozinho.

Valor: A GM não pretende, então, mudar sua estratégia em razão do que Trump anunciou?

Amin: Muitos dos produtos em que estamos trabalhando agora são para a última parte da década. Os produtos que lançamos agora são resultado do trabalho dos últimos dois anos. Faremos os ajustes de acordo com o que nossos clientes nos indicarem.

Valor: Trump também anunciou a taxação de produtos importados de outros país, com 25% para Canadá e México. A GM tem quatro fábricas no México. Isso afeta a estratégia da empresa?

Amin: Somos muito flexíveis em nossa estratégia e pensamos em tudo a longo prazo. Nossos investimentos não são para quatro anos, são para um ciclo de mais de 20 anos. E então você tem que pensar sobre isso, independentemente da administração, da política, o que é melhor para o negócio. Fomos capazes de navegar por muitas mudanças regulatórias diferentes, e sabemos que podemos gerenciá-las.

Valor: Qual é a sua opinião a respeito da concorrência das marcas chinesas no Brasil e na América Latina?

Amin: Nós gostamos de competição porque ela nos empurra para sermos melhores, ter um produto mais forte, trazer mais tecnologia. Tudo o que pedimos é um campo de jogo nivelado. Precisamos ter certeza de que não haverá vantagem competitiva injusta. Sempre falamos aos governos que precisamos de um jogo com as mesmas regras. Veja a União Europeia investigando os subsídios (para as chinesas venderem mais barato).

Valor: O senhor percebe regras de jogo desiguais no Brasil?

Amin: Eu acho que, quando você vende em uma comunidade, você tem de investir na comunidade. Se vai capturar receita das pessoas aqui, precisa se comprometer de volta, gerar renda. Construímos fábricas, trouxemos fornecedores e temos rede de revendedores e de serviços. Os empregos que criamos para a comunidade vão além das quatro paredes das nossas fábricas. Além disso, fazemos muito desenvolvimento de produtos aqui, investimos. As comunidades surgiram por causa desses investimentos. Por isso, achamos que todos deveriam fazer o mesmo. Nós produzimos em todo o mundo, incluindo na China. Poderíamos simplesmente importar tudo.

Valor: O senhor mencionou que a GM tem planos de fazer mais investimentos, além dos R$ 10 bilhões encerrados em 2024 e R$ 7 bilhões até 2028. Do que depende esse novo anúncio?

Amin: Estamos trabalhando na fase dois do nosso plano. E, em grande parte, tentando entender o que acontece com a questão regulatória do setor. Como mencionei, defendemos produção local e criação de empregos, em toda base de fornecimento. Por isso, esperamos que muitas das novas políticas entrem em vigor. Quando o Mover surgiu, decidimos fazer parte do desenvolvimento de tecnologia aqui. Assim, estamos desenvolvendo os primeiros híbridos flex fuel globais da General Motors aqui. Conforme as políticas forem surgindo, reagiremos rapidamente.

Valor: O que o Brasil representa na operação global da GM?

Amin: É a terceira maior operação, atrás apenas dos Estados Unidos e Ásia Central, com destaque para o Paquistão

Valor: Existe uma preocupação em relação ao efeito da tendência de aumento dos juros no mercado de carros no Brasil. Isso também o preocupa?

Amin: Taxa de juros e inflação são grandes impulsionadores da demanda por carros. Mas também os automóveis se tornam uma necessidade nas famílias.

Valor: Mas as novas gerações não demonstram o mesmo interesse do passado...

Amin: Você tem de despertar o interesse delas de uma forma diferente, e é por isso que a tecnologia é importante. Muito do que estamos fazendo é trazer mais software para o veículo, mais interações, personalização e conectividade.

Valor: E como o senhor vê o avanço da eletrificação?

Amin: Achamos que nos próximos dois a cinco anos haverá mais mudanças na indústria automobilística do que vimos nos últimos 50. Estou muito animado com os veículos elétricos. Eu tenho um Cadillac Lyriq. Quando você dirige um elétrico, ele muda completamente a experiência, porque esses veículos são divertidos de dirigir. Você consegue aquele torque e aceleração imediatos, o conforto sem ruído, sem vibração. Isso facilita a interação com os demais passageiros. Quando estou em casa, carrego o carro todos os dias. É muito conveniente não ter de ir ao posto de combustível. Eu acho que a infraestrutura (de carregamento público) vai avançar. Acho que há muitos países se saindo bem em infraestrutura.

Valor: Como está a infraestrutura de carregamento onde o senhor mora?

Amin: Está melhorando significativamente. Eu tenho um aplicativo que mostra toda a rede de carregamento. Lembro que, dois anos atrás, havia alguns pontos. Aí apareceram mais e agora parece que estão em todo lugar. Faço viagens de longa distância e até agora não tive problemas.

Valor: E como são as viagens? Qual distância percorre?

Amin: Dirijo até 400 milhas (640 km) no meu elétrico, que também oferece direção assistida ao motorista, que pode ficar com as mãos livres. Levo meus dois filhos para jogar futebol. Então, viajamos muito para ir aos jogos deles nos fins de semana. Com a direção assistida, você não toca no volante, senta e relaxa, o que torna a direção divertida. O sistema avisa se precisa de sua ajuda e você precisa assumir o controle. Estamos no caminho para chegar a veículos autônomos personalizados.

Valor: O senhor esteve com o presidente Lula para anunciar investimentos no ano passado? Como foi esse encontro?

Amin: Deu para perceber a paixão dele pelo setor, porque ele cresceu nessa indústria. Ele conhece muito. Então, foi uma conversa fácil. Certa vez, quando viajou a Washington, Lula me disse que essa indústria tinha sido mais forte, que chegou a produzir bem mais. Ele reconhece que hoje há excesso de capacidade. Nosso compromisso com ele é: se o Brasil se tornar mais competitivo, aumentaremos nossos volumes aqui. Temos a capacidade de fazer isso imediatamente. Exportaremos mais.

Valor: E o que o senhor acha dessa falta de competitividade?

Amin: Eu acho que é preciso um impulso não só para a indústria, mas toda a base de fornecimento. Não há razão para não comprarmos mais aço aqui, temos minério de ferro. A indústria siderúrgica aqui deve ser uma das mais competitivas do mundo. E, como mencionei, deveríamos ter pessoas comprando mais aqui. Isso cria bons empregos, cria uma indústria automobilística melhor, porque quando a renda aumenta para as pessoas, a demanda por automóveis também aumenta.

Investing - SP   24/01/2025

O apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor automotivo somou R$ 5,4 bilhões nos dois últimos anos, superando todo o volume dos quatro anos do governo anterior, quando o apoio ao setor totalizou R$ 4,9 bilhões. A cifra se dividiu em R$ 2,2 bilhões para autopeças e R$ 3,1 bilhões para montadoras, informou nesta quinta-feira, 23, a instituição.

"Ao mesmo tempo que o investimento no setor automotivo fomenta uma cadeia produtiva de alto valor agregado, também estamos incentivando a produção de carros híbridos e elétricos, contribuindo de forma decisiva para a transição energética e a descarbonização", disse em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Em 2024, o apoio do BNDES para o setor foi de R$ 3,6 bilhões, o maior desde 2016 e um aumento de 141% em relação ao último ano do governo anterior, quando o apoio foi de R$ 1,5 bilhão, destacou o organismo de fomento.

Mercadante frisou que o avanço do apoio do BNDES ao setor automotivo está relacionado a uma série de políticas públicas integradas de estímulo ao setor, como a Nova Indústria Brasil e o Mover (Programa de Mobilidade Verde e Inovação), voltado para a promoção da sustentabilidade e transição para uma matriz de transporte mais limpa e eficiente no país.

Nos últimos dois anos, o setor anunciou investimento de R$ 130 bilhões, estimulados pelo Mover. E, em 2024, houve um salto de 15% nas vendas de veículos novos, aumento de 11% na produção de veículos e criação de 100 mil postos de trabalho, afirmou, na nota, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin.

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Valor - SP   24/01/2025

O México é o quarto maior exportador mundial de autopeças - mais de 40% do total dessas peças importadas pelos EUA são provenientes daquele país

As tarifas aos produtos mexicanos propostas pelo presidente americano Donald Trump equivaleriam aos Estados Unidos “estrangularem” a si mesmos e provavelmente forçariam parte da produção a deslocar-se para o Sudeste Asiático, alertou o chefe de uma das maiores fabricantes mundiais de cabos para carros.

De acordo com Osamu Inoue, presidente da Sumitomo Electric, que fabrica peças para montadoras como Volkswagen, Toyota e Stellantis, a ameaça de Trump de impor uma tarifa de 25% sobre as mercadorias mexicanas provocaria mais danos às empresas americanas, responsáveis por quase 30% do investimento no setor de autopeças no México.

“Acho que isso é estrangular seu próprio pescoço”, disse. “Até agora, muitas empresas se estabeleceram no México para produzir bens para enviar aos EUA; portanto, se essa cadeia produtiva ruir, terá um impacto enorme.”

O México é o quarto maior exportador mundial de autopeças, com remessas totais de US$ 126 bilhões. Cerca de 42% do total de autopeças importadas pelos EUA são provenientes do México.

O país se especializou em autopeças que exigem o uso intensivo de mão de obra, como cabos elétricos, “airbags” e motores para veículos elétricos. Quase 30% do investimento no setor de autopeças do México veio de empresas americanas, segundo a associação mexicana do setor, a Indústria Nacional de Autopeças.

A Sumitomo Electric, do Japão, disputa com a Yazaki a posição de maior fabricante mundial de chicotes elétricos, que contêm os cerca de cinco quilômetros de cabos normalmente usados em cada carro, que transmitem instruções como as relacionadas ao volante, freios e abertura do porta-malas. Um em cada quatro carros no mundo contém chicotes elétricos da Sumitomo.

O México se tornou um importante centro de produção para a Sumitomo e outros fabricantes de chicotes elétricos por sua mão de obra mais barata e proximidade com os EUA, mas Trump pode fazer isso desmoronar.

O presidente dos EUA ameaçou impor tarifas de 25% sobre todos os produtos do México e do Canadá talvez já a partir de 1º de fevereiro, a menos que eles controlem o fluxo de drogas ilegais e imigrantes para os EUA.

Caso as tarifas sejam de fato aplicadas, é provável que a Sumitomo e outros fornecedores transfiram mais produção para países do Sudeste Asiático, como o Vietnã e as Filipinas, cujas exportações para os EUA são alvo de tarifas de 5%.

“Mesmo pagando as tarifas, atualmente ainda é mais barato fabricá-los no Vietnã e nas Filipinas”, disse Inoue. “Se as tarifas forem realmente de 25% para o México e depois se consolidarem em — não sei — 10% ou 20% para o Sudeste Asiático, precisaremos rever nossa produção de forma correspondente”.

Especialistas em comércio exterior e empresas mexicanas consideram como pior cenário possível que as tarifas sobre suas exportações sejam mais altas do que sobre as asiáticas, pois perderiam competitividade relativa diante de países como o Vietnã.

Por sua vez, dado o uso intensivo de mão de obra, a produção de chicotes elétricos não seria transferida para os EUA, acrescentou Inoue, em razão dos altos salários mínimos e da dificuldade de reter trabalhadores no país.

A produção de peças ganhou mais destaque mundial em 2022, quando a BMW e a Volkswagen foram forçadas a fechar fábricas na Ucrânia após a invasão em grande escala do país pela Rússia.

De acordo com Inoue, se a guerra terminasse, a empresa aumentaria a produção na Ucrânia, pois os salários na Romênia aumentaram depois que o país se tornou um local alternativo de produção, assim como o Marrocos e a Tunísia.

Além de chicotes elétricos, a Sumitomo Electric é um dos principais fornecedores mundiais de cabos de fibra óptica usados por bancos de dados, de materiais semicondutores e de cabos submarinos para transmitir a energia de parques eólicos no mar para a terra.

Valor - SP   24/01/2025

Ceitec planeja ter como carro-chefe a produção de chips de carbeto de silício

O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (Ceitec), empresa de microeletrônica que pertence à União, planeja em dois anos ter como carro-chefe a produção de chips de carbeto de silício, usados em veículos elétricos e painéis fotovoltaicos. A ideia é que os chips sejam vendidos para empresas do setor privado do Brasil e da América Latina.

Inaugurada em 2008, a Ceitec tem sede em Porto Alegre e ficou conhecida como a estatal responsável pelo “chip do boi”, por ter criado um chip de monitoramento de gado. Sucessivamente deficitária, a companhia entrou em processo de liquidação em 2020 por decisão do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda na campanha eleitoral de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu reverter a liquidação, o que se concretizou no ano seguinte.

Para produzir anualmente cerca de 13 milhões de chips de carbeto de silício, a Ceitec recebeu em dezembro de 2024 um aporte de R$ 220 milhões do governo federal, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Os investimentos serão realizados ao longo de três anos.

“No nosso caso, o investimento necessário é muito inferior ao de uma empresa criada do zero”, afirma o presidente da companhia, Augusto Cesar Gadelha Vieira. “Já temos a infraestrutura. Com a adição de alguns equipamentos, poderemos criar essa rota tecnológica.”

Os equipamentos necessários precisarão, no entanto, ser importados, “processo que demorará de um ano e meio a dois anos”. Depois da instalação, ainda será necessário um aporte que ficará entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões para a compra de insumos e que já vem sendo negociado com o governo federal.

A ideia também é expandir o quadro de funcionários, dos atuais cem colaboradores para algo como 115 ou 120. A escolha pelo foco na produção dos chips de carbeto de silício se deu em função de veículos elétricos e painéis fotovoltaicos serem considerados “setores-chave para a transição energética”, de acordo com Vieira.

As demonstrações financeiras da Ceitec indicam que no ano passado a empresa recebeu repasses de cerca de R$ 72,8 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pasta a que está subordinada, e emitiu apenas R$ 137 mil em notas fiscais. Entre os clientes, estavam uma empresa de microeletrônica e uma universidade.

Em entrevista concedida ao Valor em 2023, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, já tinha afirmado que o “forte componente de compras públicas” previsto na primeira versão da empresa, ainda antes do processo de liquidação, “não aconteceu”.

Infomoney - SP   24/01/2025

A União Europeia (UE) está estudando a implementação de um programa de subsídios pan-europeus para impulsionar as vendas de veículos elétricos em um esforço para fortalecer a indústria automotiva europeia, que enfrenta desafios crescentes da concorrência chinesa. As informações são do jornal Financial Times.

Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia, anunciou que as autoridades do bloco estão em processo de elaboração de opções para um programa de incentivos durante o Fórum Econômico Mundial em Davos.

Ribera destacou a importância de uma abordagem unificada em vez de depender de subsídios nacionais individuais, evitando uma “corrida” entre os modelos de cada país.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, revelou que a Comissão está avaliando um programa de subsídios que ele havia proposto anteriormente, após a Alemanha ter interrompido de uma hora para outra seu próprio esquema em 2023, o que resultou em uma queda significativa nas vendas de veículos elétricos.

Atualmente, muitos estados-membros da UE oferecem incentivos para a compra de veículos elétricos, mas as condições variam bastante, e alguns países não oferecem subsídios de compra.

Um dos principais desafios para a Comissão Europeia será criar um esquema que esteja em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que evite o direcionamento de subsídios para montadoras chinesas, que estão rapidamente aumentando sua participação no mercado europeu.

Ribera admitiu que é necessário encontrar um “equilíbrio complicado” entre a rápida eletrificação e a capacidade das marcas europeias de atender à demanda em termos de quantidade e qualidade.

Ribera, que é responsável pela estratégia de “indústria verde” da UE, enfatizou que um possível esquema de incentivos seria apenas uma das várias medidas necessárias para apoiar um setor considerado vital para a economia europeia.

Ela também descartou a ideia de adiar o prazo de 2035 para a proibição de novas vendas de motores de combustão interna, afirmando que a indústria automotiva precisa de “previsibilidade e clareza”.

Além disso, Ribera se mostrou aberta a flexibilizar as metas anuais de vendas de EVs e as multas que os fabricantes enfrentam por não cumprirem esses objetivos.

Ela afirmou que há uma “conversa aberta” com os fabricantes sobre compromissos alternativos que poderiam ser feitos em termos de investimento, visando garantir que a legislação facilite a transição para veículos elétricos e a descarbonização do setor automotivo europeu.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

IstoÉ Dinheiro - SP   24/01/2025

As vendas no atacado do setor de máquinas de construção cresceram 22,4% em 2024 ao fechar o ano com 37.148 unidades comercializadas. Esse foi o segundo melhor período do segmento, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que projeta alta de 3% nas vendas para o ano de 2025. Área engloba tratores de esteira, retroescavadeiras, pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, rolos compactadores, mini carregadeiras e manipuladores telescópicos.

De acordo com o balanço da entidade, o crescimento de vendas de máquinas, teve participação nas vendas, com aumento de 37% para 42%, puxado pela construção civil. As exportações caíram 12,5%, com 4.538 unidades. A expectativa para 2025 é que se mantenha o volume.

O setor de máquinas agrícolas teve queda de 20% nas vendas com relação a 2023, ao chegar nas 48,9 mil unidades comercializadas no atacado. A queda foi puxada principalmente pelas colheitadeiras. As exportações de máquinas agrícolas tiveram queda de 31%, com envios de 6 mil unidades, e deverão crescer apenas 1% pelas projeções da entidade.

Importações

Segundo a Anfavea, atenção no momento está voltada para as importações, já que se crescimento acentuado dobrou o déficit na balança comercial em 2024, com mais de 55% das máquinas importadas vindo da China e 26% da Índia. A participação da China na importação de máquinas nas Américas dobrou em 2024 de 20,7% para 43% em de construção e de 7,7% para 12,7% em agrícolas.

“Nos causa grande preocupação o aumento da participação das máquinas importadas nas compras públicas, com destaque para as empresas com menos de 20 empregados. Estamos levando ao poder público essa questão que prejudica o nível de emprego no Brasil, a competitividade das nossas empresas, a inovação e até o atendimento dos clientes, que no final do processo sofrem com falta de uma rede confiável para assistência técnica. O resumo é que todos no país saem perdendo”, avaliou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   24/01/2025

Obra de R$ 4,7 bi deve erguer 10 torres no centro de SP; desapropriações e continuidade são vistas como riscos do projeto

O governo paulista deverá lançar nesta sexta-feira (24), véspera do aniversário de São Paulo, a Parceria Público-Privada (PPP) da nova sede administrativa do Estado, que será construída no centro da capital. A consulta pública, aberta hoje, deverá durar até 26 de fevereiro. A ideia é lançar o edital no terceiro trimestre, para que o leilão seja realizado no último trimestre deste ano.

A concessão prevê investimento de R$ 4,7 bilhões, além de custos operacionais de R$ 7,2 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato. O Estado entrará com aporte de até R$ 2,2 bilhões para a obra. Também estão previstos pagamentos mensais de até R$ 64,6 milhões - valor que poderá cair a depender da concorrência, dado que o critério do leilão será o maior desconto sobre os desembolsos públicos.

O concessionário terá que colocar de pé o novo centro administrativo, que será composto por dez torres, com área construída de 219 mil m2, no entorno da Praça Princesa Isabel. Além disso, a empresa cuidará da gestão predial e de serviços como limpeza e segurança. Os prédios também terão uma área locável de 26 mil m2 para atividades comerciais, como restaurantes e lojas.

“A ideia é ter um contrato único de administração. Hoje, isso é pulverizado. Só o prédio da Secretaria de Parcerias de Investimentos [no Itaim Bibi, na zona sul] tem 15, 20 contratos”, afirma Rafael Benini, secretário da pasta. “Há também ganhos importantes de aglomeração. Ter todas as secretarias juntas facilita a troca de ideias, de problemas, reuniões”, diz ele.

O plano é que a construção comece a partir do segundo ano de contrato - que seria 2027, pelo cronograma, dado que a meta é assinar a concessão até janeiro de 2026. As obras serão feitas em etapas. O empreendimento completo terá que ser concluído no sétimo ano do contrato, que deve ser 2032. Ao todo, 22 mil funcionários passarão a trabalhar na região.

Na licitação, a expectativa é atrair grupos de gestão predial, gestoras de investimento e construtoras

Os prédios do Estado hoje ocupados pelas secretarias deverão ser vendidos. O Palácio dos Bandeirantes seguirá como residência oficial do governador, que ainda terá um gabinete no local.

Outra mudança prevista no projeto é a retirada do terminal de ônibus da Praça Princesa Isabel, que deverá ser transferido para perto da estação da Luz.

Tal como em outras concessões, as desapropriações dos imóveis que darão lugar ao empreendimento serão de responsabilidade da empresa privada, assim como a realocação das pessoas. Segundo Benini, a negociação com os moradores será “caso a caso”. “A pessoa pode querer dinheiro, outro apartamento nos mesmos moldes, é uma negociação que o privado vai fazer. Além disso, há estacionamentos, prédios vazios”, diz.

Ele diz que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) já está em contato com famílias de baixa renda afetadas, que terão preferência nas novas moradias populares que serão construídas no centro - o governo tem um projeto de PPP para novas habitações, a ser lançado neste ano.

Procurada, a CDHU disse que o governo vai “assegurar a oferta de habitação para atender à demanda que o novo Centro Administrativo poderá gerar”. O órgão já mapeou “cerca de 600 famílias para atendimento em potencial em decorrência das obras”.

Segundo Benini, as Declarações de Utilidade Pública (DUPs), necessárias para as desapropriações dos imóveis que darão lugar à nova sede, já foram emitidas.

Ainda assim, a fase de desapropriações é vista como um dos maiores riscos da PPP. Para Maxime Barkatz, fundador da gestora Ilion Partners, que trabalha com retrofit (reforma) e locação de edifícios na região, há receio de que judicializações atrasem as obras.

Outro desafio apontado é a continuidade do empreendimento. Para o urbanista Tomas Alvim, coordenador do laboratório Arq.Futuro, do Insper, o projeto precisa ser encarado como plano de Estado, não de governo, para sobreviver às gestões e conseguir ser aperfeiçoado conforme avança. Benini reconhece que esse é um risco, destacando que as obras começam em 2027, no próximo mandato.

Apesar disso, há expectativa de que o leilão gere interesse. O governo prevê atrair consórcios, com grupos de administração predial, do setor imobiliário, construção e gestoras de investimentos.

Benini também avalia que haverá um impacto positivo para a região, próxima à cracolândia. “O Estado vai voltar a estar presente ali.” Há também uma perspectiva de desenvolvimento do mercado imobiliário no entorno.

As empresas do setor esperam que o projeto possibilite empreendimentos em áreas hoje consideradas inviáveis até por quem já investe no centro. A Ilion Partners já fez um projeto na avenida Duque de Caxias e vai lançar um segundo na próxima semana, a dois quarteirões da Praça Princesa Isabel. “Apesar de sermos ousados, depois da [avenida] Rio Branco, tem lugar em que não dá”, afirma Barkatz.

O próprio empreendimento que a empresa vai lançar na região deverá ter aluguel 30% mais barato do que em outros prédios da Ilion no centro, próximos dali, na Vila Buarque e no Largo do Arouche. “É uma área que sofre com a influência da cracolândia.”

A incorporadora Plano&Plano, uma das maiores da cidade, tem um edifício em fase de finalização na avenida Rio Branco, a 900 metros da Praça Princesa Isabel. O presidente, Rodrigo Luna, diz que o projeto “tem desafios”, mas que foi bem recebido, e a empresa tem outros terrenos no entorno, em fase de aprovação de projeto.

A Plano teria interesse na PPP para habitação social, segundo ele, se o modelo for similar ao Pode Entrar, PPP da Prefeitura em andamento desde 2023. “Se trouxer segurança jurídica para a companhia, vamos participar”.

Alvim, do Insper, que apoia o projeto, lembra que a recuperação de regiões centrais é uma tendência urbana que tem sido adotada em outras capitais, como Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Ronaldo Cury, vice-presidente institucional da Cury, que tem projetos no centro, elogia os incentivos à habitação dados pela Prefeitura carioca, e que, na sua visão, poderiam ser replicados em São Paulo, como uma maior celeridade para aprovar empreendimentos.

FERROVIÁRIO

Money Times - SP   24/01/2025

A Via Mobilidade, controlada da CCR (CCRO3) que administra linhas de trem e metrô na região metropolitana de São Paulo, anunciou nesta quinta-feira que vai avaliar investimento de R$ 480 milhões em uma expansão da linha ferroviária 9 Esmeralda e conexão dela com outra na capital paulista.

O projeto envolve o prolongamento da linha 9 até a estação Água Branca, ou Barra Funda, e a conexão da linha 8 Diamante com a linha 9.

Ambas as linhas são operadas pela Via Mobilidade e para a conexão se viabilizar será necessário a construção de um viaduto ferroviário unindo a estação Ceasa, na linha 9, à estação Imperatriz Leopoldina, na linha 8.

Segundo a companhia, se viabilizado, o projeto permitirá “atender mais passageiros por hora – especialmente em horários de pico – e aumentar o número de trens nas vias, tornando o sistema mais eficiente e confiável, além de promover um melhor aproveitamento da infraestrutura existente, como trilhos, sinalização e estações”.

A Via Mobilidade afirmou ainda que a interligação facilitará também a oferta de serviços exclusivos, como trens expressos para grandes eventos, para mais pessoas, pois o mesmo trem poderá atender usuários das linhas 8 e 9.

A companhia estima que os atuais estudos de viabilidade do empreendimento vão levar 18 meses para ficarem prontos e que após isso, as obras, se levadas adiante, terão prazo de 36 meses para ficarem prontas.

Valor - SP   24/01/2025

Ministro Renan Filho (Transportes) confirma cinco primeiros projetos que vão integrar a carteira de leilões

Renan Filho: ideia é aporte de R$ 20 bilhões de recursos públicos e mais R$ 80 bilhões de investimentos privados — Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro dos Transportes, Renan Filho, confirmou nesta quinta-feira (23) que o plano de investimento em ferrovias, com previsão de aporte de R$ 100 bilhões no setor, deve ocorrer no “começo de fevereiro”. Durante o programa “Bom Dia, Ministro”, ele confirmou os cinco primeiros projetos que vão integrar a carteira de leilões.

Ao Valor, o ministro contou que o evento oficial de lançamento do programa poderá contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na entrevista ao programa de rádio da EBC, o titular da pasta dos Transportes explicou que a maior parte dos recursos virá do setor privado. O governo federal entrará com uma participação menor, o suficiente para tornar os contratos de obras ou da operação da ferrovia financeiramente viáveis aos olhos dos investidores. O ministro destacou que o aporte público é estratégico para “ampliar a atratividade” dos projetos.

“São R$ 100 bilhões em investimentos públicos e privados. A ideia é investirmos R$ 20 bilhões de recursos públicos e atrairmos R$ 80 bilhões de investimentos privados”, disse Renan Filho.

O Ministérios dos Transportes avalia que o valor total de investimento do plano pode aumentar, a depender do avanço das negociações sobre otimização de contrato e renovação de concessões existentes. “Isso pode crescer ainda. Não falei daqueles que temos dúvida porque ainda estou conversando com o presidente [Lula], a Fazenda, a Casa Civil para definir o lançamento”, explicou.

Ferrogrão deve fazer parte do pacote inicial, mas ainda depende de decisão do STF

Logo no início do governo, o ministério se comprometeu a lançar um programa para retomar os investimentos no setor ferroviário. A principal dificuldade está na garantia de aporte público em momento de restrição fiscal. Isso teria justificado a demora no lançamento do programa. A situação mudou com a previsão de entrada de recursos de renegociação de valores de outorgas definidos em acordos de renovação de contratos aprovados no governo anterior.

Segundo o ministro, dependendo da disputa no leilão, as ferrovias ofertadas poderão demandar um menor aporte público em relação ao valor de referência que constará no edital.

“Vence aquele [agente] privado que exigir o menor esforço público. Eles vão concorrer para mostrar quem precisa de menos recursos do governo para viabilizar a obra e realizar os investimentos.”

Renan Filho citou pelo menos quatro projetos que entrarão no plano de ferrovia. São eles: o Anel Ferroviário Sudeste (EF-118), com extensão de 595 quilômetros que ligarão a malha ferroviária a Ferrovia Vitória-Minas, no Espírito Santo, até a malha da concessionária MRS, no Rio de Janeiro; a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), de Ilhéus (BA) até Lucas do Rio Verde (MT), com 2.548 quilômetros; o trecho final da Ferrovia Transnordestina, entre Estreito (MA) e Eliseu Martins (PI), com 620 quilômetros; e o trajeto norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), de Açailândia (MA) até Barcarena (PA), com 477 quilômetros.

Outro projeto que deve entrar no plano é o da Ferrogrão, com 1.072 quilômetros, entre as cidades de Sinop (MT) e Miritituba (PA). Durante a entrevista, o ministro lembrou que essa ferrovia ainda depende de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para avançar com a contratação.

Sobre o plano de ferrovias, Renan Filho reforçou que o mesmo “será importante para o país como um todo, ao incentivar a migração cada vez maior de cargas das rodovias para as ferrovias”.

Dentro do ministério, a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, avalia que o sucesso dos leilões das cinco ferrovias dará maior eficiência à malha ferroviária como um todo, além de colocar os portos brasileiros para concorrer uns com os outros.

A Ferrogrão, por exemplo, deve ajudar a desafogar a BR-163 e os portos do Sul e do Sudeste com ramal para os portos do Arco Norte. A linha norte da FNS abrirá uma rota de transportes de grãos pelo Pará, sem disputar com o minério que desemboca no Maranhão.

Na Fiol, o trajeto sai também de Mato Grosso, onde está concentrada a produção agrícola, para escoar a carga na Bahia. Já o trecho da Transnordestina dará ganho de escala ao restante da ferrovia, ao conectá-la ao traçado da FNS.

PETROLÍFERO

Valor - SP   24/01/2025

Segundo a diretora de exploração e produção da petroleira, Sylvia dos Anjos, a última pendência que atenderia a todos os requisitos antes da concessão da licença deve estar resolvida em fevereiro

A Petrobras espera que a licença ambiental para a perfuração de um poço de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas seja concedida até o fim do primeiro trimestre, afirmou a diretora de exploração e produção da companhia, Sylvia dos Anjos.

Segundo a executiva, o centro de resgate e despetrolização de animais que está sendo implantado no Oiapoque deve ter as obras concluídas em fevereiro, o que, na visão da executiva, elimina a última pendência e atenderia a todos os requisitos antes da concessão da licença, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Sylvia, que participou da assinatura de contrato da construção do Centro Científico e Cultural da Urca, em parceria com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), disse que a sonda para a perfuração do poço ainda teria que passar pela limpeza do casco antes de seguir para a região do bloco FZA-M-59, a aproximadamente 180 quilômetros da costa do Amapá. Esse trabalho deve demandar dois meses.

“Estamos esperando essa licença há dez anos. Desistir, jamais. Temos ampla certeza das operações que fazemos”, disse a diretora da Petrobras , a jornalistas.

Mais cedo, durante a cerimônia, Sylvia reiterou a necessidade de reposição de reservas de petróleo pela Petrobras como forma de evitar a dependência de importação do insumo. Segundo ela, a empresa trava uma “importante luta” para desenvolver a produção na Margem Equatorial, entre outras novas fronteiras de produção, diante da perspectiva de declínio na extração de petróleo nos próximos anos.

“Uma coisa é chegar onde chegamos e outra é permanecer onde estamos”, disse.

Sylvia dos Anjos contou ainda que “muito em breve”, nos próximos dias, o navio-plataforma (FPSO, na sigla em inglês) Almirante Tamandaré deve entrar em operação no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.

A Almirante Tamandaré será a maior plataforma da Petrobras em operação no país, com capacidade de produzir 225 mil barris de petróleo por dia e processar 12 milhões de metros cúbicos diariamente (m³/dia) de gás natural.

Convênio com SGB

A Petrobras e o SGB firmaram acordo de cooperação tecnológica para a construção de um centro científico e cultural no bairro da Urca, na Zona Sul, que inclui a revitalização do Museu de Ciências da Terra e a construção de dois laboratórios voltados para atividades de isotopia e geocronologia. Os investimentos no centro são estimados em R$ 271 milhões.

Com os acordos, o SGB passa a atuar também no segmento de óleo e gás, no qual ainda não estava ativo, segundo o diretor-presidente da autarquia, Inácio Melo. O novo centro científico, avalia, abrirá portas para a pesquisa de minerais críticos, como nióbio e lítio, utilizados em sistemas relacionados à transição energética, como baterias para sistemas de armazenamento de energia e veículos elétricos, entre outras tecnologias.

Melo contou que a empresa espanhola Excalibur venceu licitação da SGB para mapeamento de potenciais minerais com uso de tecnologia de dados aerogeofísicos, que usa aeronaves equipadas com sensores e dispositivos que “lêem” o subsolo brasileiro.

A previsão é que o contrato seja assinado entre março e abril, disse Melo, do SGB.

Infomoney - SP   24/01/2025

A Petrobras (PETR4; PETR3) informou nesta quinta-feira que deu início à fase vinculante para cessão de toda sua participação minoritária nos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás natural no Campo de Tartaruga.

Localizado no litoral norte de Sergipe, no município de Pirambu, em águas rasas da bacia de Sergipe-Alagoas, o campo é operado pela SPE Tiêta (PetroReconcavo). A participação minoritária da Petrobras corresponde a 25%.

A estatal acrescentou em comunicado ao mercado que potenciais compradores habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções que incluem orientações para realização de due diligence e envio de propostas vinculantes.

Money Times - SP   24/01/2025

Os preços do petróleo tiveram mais um dia de perdas com os investidores repercutindo declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e queda nos estoques norte-americanos maior que a esperada.

Nesta quinta-feira (23), os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para março, caíram 0,76%, a US$ 77,56 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para março registraram baixa de 1,09%, a US$ 74,62 o barril, em New York Mercantile Exchange (Nymex).

O que mexeu com o petróleo hoje?

O petróleo até iniciou o dia em alta, na tentativa de recuperar as perdas anteriores. Mas novas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltaram a derrubar os preços do óleo bruto.

Em discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Trump afirmou que pedirá à Arábia Saudita e à Organização dos Países Exportadores e Petróleo (Opep) a redução dos preços da commodity.

“Se o preço caísse, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia terminaria imediatamente”, afirmou Trump, que participou do evento de forma virtual. “Neste momento, o preço está alto o suficiente para que a guerra continue — é preciso baixar o preço do petróleo”.

O presidente norte-americano também afirmou que a imposição de tarifas no comércio exterior “levará bilhões, e até trilhões, de dólares ao Tesouro” do país.

As incertezas sobre como as tarifas e políticas energéticas propostas por Trump afetariam o crescimento econômico global e a demanda por energia pesaram sobre os preços do óleo bruto nesta quinta-feira (23).

Vale lembrar que, na última segunda-feira (20), o republicano declarou emergência energética nacional para diminuir as restrições ambientais em projetos e infraestrutura de energia e facilitar a autorização para novas infraestruturas de transmissão e oleodutos.

Além disso, os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram para o nível mais baixo desde março de 2022 — e também pressionaram a commodity.

Os estoques tiveram uma queda 1,017 milhão de barris, a 411,663 milhões de barris na semana passada, segundo dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Os analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam queda menor no período, de 500 mil barris.

Globo Online - RJ   24/01/2025

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que irá pedir à Arábia Saudita e outras nações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para baixar o preço do petróleo, prevendo que a ação do cartel possa diminuir a inflação e permitir a redução das taxas de juros. Trump discursou a líderes empresariais reunidos no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, no qual também repetiu o alerta aplicar tarifas a quem não fabricar seus produtos em seu país.

— Na verdade, estou francamente surpreso que eles não fizeram isso da eleição presidencial. Não fazer isso não foi, francamente, uma prova de amor. Se o preço fosse mais baixo, a guerra entre Rússia e Ucrânia terminaria imediatamente — declarou.

As declarações de Trump impactaram de imediato os preços do barril, que recuaram após iniciarem o dia em alta. O preço do petróleo Brent – a referência mundial – para entrega em março caía 1,05%, a US$ 78,17 às 13h46. O equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate, para entrega no mesmo mês, recuou 1,07%, sendo negociado a US$ 74,65.

Alerta sobre tarifas

Trump também pediu aos empresários reunidos no Fórum de Davos que "produzam nos Estados Unidos", porque, caso contrário, "terão que pagar tarifas" para vender seus produtos em seu país.

— Minha mensagem para todas as empresas do mundo é simples: venham e fabriquem seus produtos nos Estados Unidos e vocês se beneficiarão de alguns dos impostos mais baixos do mundo. Mas se vocês não os produzem nos Estados Unidos, e estão em seu direito, então, terão que pagar tarifas — disse Trump, por videoconferência.

Trump também destacou duas de suas prioridades domésticas: renovar cortes de impostos prestes a expirar e reduzir a taxa de imposto corporativo, mas beneficiando somente empresas que produzam nos EUA.

— Nossas maiorias na Câmara e no Senado vão aprovar o maior corte de impostos da história americana, incluindo cortes massivos de impostos para trabalhadores e famílias e grandes cortes de impostos para produtores e fabricantes nacionais — disse.

Apelo para redução dos juros

O presidente americano também intensificou a pressão sobre o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que deve se reunir na próxima terça-feira. Ele que exigiria uma queda imediata nas taxas de juros, o que, segundo ele, aumentou os déficits e resultou no que ele classificou como calamidade econômica durante o mandato de seu antecessor, Joe Biden.

A próxima reunião do Fed ocorrerá na terça e na quarta-feira e deve concluir com a manutenção das taxas no nível atual. Depois de terem sido reduzidas em um ponto percentual desde setembro, as taxas do Fed estão atualmente em uma faixa entre 4,25% e 4,50%.

— Exigirei que as taxas de juros sejam reduzidas imediatamente — afirmou. — Da mesma forma, deveriam ser reduzidas em todo o mundo. As taxas de juros deveriam nos seguir por toda parte.

Após fazer os comentários de abertura, Trump respondeu a perguntas do presidente do WEF, Borge Brende, e de um seleto grupo de executivos, que incluía Stephen Schwarzman, da Blackstone, Brian Moynihan, do Bank of America, Patrick Pouyanne, da TotalEnergies, e Ana Botín, do banco Santander.

Críticas à UE

Questionado sobre o "regime regulatório" da Europa, o presidente republicano disse que a União Europeia trata a América "muito injustamente" e "muito mal". Ele reclamou que a Europa não aceita produtos agrícolas e carros americanos, mas envia carros para os EUA aos milhões.Tudo isso, disse ele, resulta em "centenas de bilhões de dólares em déficits" com a UE, o que não agrada a ninguém.

— Vamos fazer algo a respeito — disse Trump.

Ele também criticou a regulamentação europeia sobre empresas de tecnologia dos EUA dizendo que o bloco usa multas contra empresas como Apple, Google e Facebook como forma de tributação.

Trump aproveitou a conversa a com o CEO do Bank of America para expor reclamações de conservadores de que grandes instituições de Wall Street haviam negado serviços a clientes por causa de identidades religiosas ou políticas conservadoras.

“Espero que você comece a abrir seu banco porque muitos conservadores reclamam que os bancos não estão permitindo que eles façam negócios, e isso incluía um lugar chamado Bank of America”, disse Trump.

Moynihan, rindo desconfortavelmente, mudou rapidamente de assunto e agradeceu ao presidente por sua assistência em trazer a próxima Copa do Mundo da FIFA para os EUA, que seu banco está patrocinando.

O Bank of America negou as acusações quando um grupo de procuradores-gerais estaduais republicanos levantou a questão no ano passado, dizendo que atendia muitas organizações conservadoras e sem fins lucrativos.

Em sua própria provocação, Trump fez referência aos reguladores do governo Biden anterior como potencialmente responsáveis pela suposta discriminação de clientes bancários.

Trump discursou remotamente para o encontro de CEOs de finanças e negócios, governadores de bancos centrais e autoridades políticas, por causa de sua posse esta semana. A elite de Davos inicialmente deu um suspiro de alívio quando Trump não começou novas guerras comerciais no primeiro dia, mas eles também estão cientes de sua crença fervorosa em tarifas e reconhecem que é uma questão de tempo até que ele imponha a primeira parcela.

Líderes mundiais, incluindo aqueles que são aliados ideológicos, bem como aqueles mais críticos de sua visão de mundo, chegaram à realidade de que ele será seu homólogo pelos próximos quatro anos e que eles devem encontrar uma maneira de envolvê-lo.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   24/01/2025

A venda de máquinas agrícolas no Brasil caiu 19,8% em 2024 ante 2023, para 48,9 mil unidades, divulgou nesta quinta-feira, 23, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em coletiva de imprensa realizada em São Paulo. No ano retrasado, foram vendidos 61 mil equipamentos.

O presidente da associação, Márcio de Lima Leite, destacou a queda nas vendas de colheitadeiras de 54,2% em 2024, para 3,3 mil unidades, ante 7,2 mil equipamentos em 2023.

Segundo o executivo, o número chama a atenção devido ao maior tíquete médio do produto quando comparado aos tratores de rodas – que tiveram vendas 15,2% menores, de 45,6 mil unidades.

Leite associou a diminuição à menor safra de grãos em 2023/24, à queda de preço das commodities agrícolas e à atratividade limitada das linhas de financiamento, “consideradas driver absoluto para o mercado de máquinas”, disse.

As máquinas de construção tiveram crescimento 22,2% nas vendas, puxadas pelo segmento de construção civil, que aumentou a sua participação nas compras de 37% para 42%.

Dentro do setor de construção, as máquinas agrícolas corresponderam a 17% da comercialização, mesma fatia de 2023.

O Estado de S.Paulo - SP   24/01/2025

A importação de máquinas agrícolas e de construção triplicou entre os anos de 2020 e 2024, conforme estudo apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta quinta-feira, 23. O salto de 9 mil para 26,4 mil unidades é um motivo de preocupação, destacou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, em coletiva de imprensa.

Segundo Leite, o número preocupa devido a uma possível desvalorização da indústria nacional frente a produtos importados. De acordo com o levantamento da Anfavea com 29 licitações contemplando 2.132 máquinas, 32% dos equipamentos autopropulsados comprados pelo governo federal foram de empresas sem etapas fabris no País.

A China correspondeu por 55,7% das importações em 2024, liderando o setor de construção, seguida pela Índia, com 26,4%.

Conforme a Anfavea, o crescimento acentuado das compras de máquinas autopropulsadas produzidas fora do País impactou a balança comercial (ou seja, a diferença entre exportações e importações) e levou a um déficit de 5,8 mil unidades em 2024, ante o superávit de 3,8 mil em 2020.

Como foram as exportações

Segundo a associação, as exportações cresceram 1,6 vez, de 12,8 mil unidades em 2020 para 20,6 mil unidades para 2024. Leite atribui o aumento à qualidade do produto brasileiro e “como ele é capaz de atender países considerados exigentes, como Estados Unidos e Canadá”.

Em 2024, o líder na aquisição de máquinas agrícolas e de construção do Brasil foram os Estados Unidos, que absorveram 42% das compras. No ano passado, os americanos importaram 22,5 mil máquinas do país asiático, a maior parte no setor de construção.

Imposições tarifárias dos EUA à China, no governo de Donald Trump, seguem no radar, assim como a possibilidade de redirecionamento das exportações chinesas.

A Anfavea prevê estabilidade nas vendas de máquinas agrícolas em 2025. No ano passado, foram vendidos no País 48,9 mil equipamentos, número que deve se manter este ano. Quanto às exportações, a expectativa é de aumento de 1%, para 6,1 mil máquinas agrícolas exportadas, ante 6 mil unidades em 2024.

A necessidade de taxas de juros atrativas

Segundo o vice-presidente da Anfavea, Alexandre Miranda, fatores como o dólar valorizado e a expectativa de safra de grãos recorde não devem significar necessariamente um aumento nas vendas.

“O que faz com que o agricultor tenha apetite para investimentos é a taxa atrativa de financiamento”, disse, lembrando o mais recente aumento da taxa básica de juro da economia, a Selic, e da perspectiva de novas elevações na taxa de juros básica.

A vice-presidente da Anfavea, Ana Helena Andrade, ressaltou, ainda, a necessidade e a tendência de uma maior equalização de taxas no novo Plano Safra (2025/26), conforme expectativa da associação.

“Aguardamos atenção maior do governo federal”, afirmou. “A expectativa é de que o financiamento motive o agricultor a investir mais, produzir mais e alimentar mais pessoas.” Para o presidente da Anfavea, o segundo semestre do ano pode ter uma maior venda de máquinas, a depender de linhas atrativas de financiamento.

A agenda prioritária da Anfavea em 2025 inclui atenções voltadas para linhas de financiamento do governo, aperfeiçoamento na política de compras públicas sem prejuízo à indústria local, renovação de frota, políticas de garantia e financiamento para exportação e recomposição da alíquota do imposto de importação em 14%.

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