Clipping Diário

26 | Fevereiro | 2025

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

O diretor de operações da Nippon Steel, Tadashi Imai, disse nesta terça-feira, 25, que a empresa irá discutir seu plano de adquirir a U.S. Steel com autoridades do governo dos EUA, após o ex-presidente Joe Biden bloquear o acordo em janeiro.

Semanas atrás, o presidente Donald Trump disse apoiar o que ele descreveu como acordo iminente que permitiria à Nippon Steel investir na siderúrgica norte-americana, mas não assumir seu controle, abrindo caminho para que a empresa japonesa tenha um papel mais relevante no mercado siderúrgico dos Estados Unidos.

Segundo Imai, grandes aportes de capital só serão possíveis se a Nippon Steel puder investir em ações.

“É hora de começar a conversar com o governo dos EUA para ver o que pode ser feito para que o presidente concorde com isso”, disse Imai.

O acordo de fusão existente seria um ponto de partida para as discussões, acrescentou.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, convocou nesta terça-feira, 25, uma reunião para discutir ações estratégicas e direcionadas ao setor de aço na União Europeia (UE), em resposta às tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O encontro deve ocorrer no dia 4 de março e reunirá representantes “centrais” da indústria, fornecedores, membros da sociedade civil, entre outros.

“Frente aos desafios sem precedentes – salto nos custos de energia, problemas com material bruto, competição global injusta e novas tarifas dos EUA – a indústria de aço requer uma ação direcionada”, afirmou von der Leyen, em nota. “Vamos garantir que a indústria europeia de aço continue competitiva e sustentável no longo prazo.”

A chefe do braço executivo da UE defendeu que o diálogo estratégico será construído com base no “Compasso de Competitividade” criado pelo bloco e nas regras de “indústria limpa”, para formar o Plano de Ação de Aço e Metais. Os pontos-chave do plano devem incluir passos para melhorar a competitividade, impulsionar a transição limpa, descarbonização, eletrificação e garantir relações comerciais justas.

Portal Fator Brasil - RJ   26/02/2025

A nova linha de produtos acabados da ArcelorMittal incluirá a instalação de um Laminador de Tiras a Frio (LTF) e uma linha de Revestimento Contínuo. A previsão é de gerar 2.500 vagas de emprego no pico das obras. Quando entrar em operação, demandará cerca de 450 profissionais.

A ArcelorMittal, maior produtora de aço no Brasil e líder global, anuncia o plano de investir aproximadamente de R$ 3,8 bilhões a R$ 4 bilhões na Unidade de Tubarão, localizada no estado do Espírito Santo. O projeto de uma nova linha de laminação e outra de revestimento será um dos mais relevantes do Grupo e se soma ao plano estratégico da empresa no Brasil, que prevê investimentos totais de R$ 25 bilhões entre 2022 e 2028.

Os estudos de viabilidade técnica foram concluídos e o projeto segue os trâmites internos de aprovação no Grupo. A expectativa é que a construção dure cerca de três anos após esta fase de aprovação.

A nova linha contará com tecnologias avançadas, incluindo um Laminador de Tiras a Frio (LTF) e uma linha de Revestimento Contínuo, que permitirão à unidade expandir sua cadeia de produção e oferecer produtos com maior valor agregado. A iniciativa posiciona o Espírito Santo como um polo estratégico de inovação e desenvolvimento para a indústria do aço nacional.

—O projeto da Unidade de Tubarão é mais do que um investimento; é um marco que reforça nosso compromisso com o futuro e com o desenvolvimento do Espírito Santo e do Brasil. Ele fortalecerá nossa presença em mercados de alto valor, como os setores automotivo, de eletrodomésticos e construção civil, ao mesmo tempo que aproxima nossa produção das demandas do consumidor final —afirma Jorge Oliveira, CEO da ArcelorMittal Aços Planos América Latina.

Com foco na produção de aço de alta qualidade, o Laminador de Tiras a Frio será responsável por produzir produtos laminados a frio a partir das bobinas a quente já produzidas em Tubarão. Elas vão abastecer o mercado e a linha de Revestimento Contínuo. Esta linha vai aplicar um revestimento metálico, garantindo maior resistência à corrosão e acabamento diferenciado.

Além de sua repercussão industrial, o projeto será um motor de desenvolvimento econômico para o Espírito Santo. Durante o pico da construção serão criadas cerca de 2.500 vagas de emprego. Quando entrar em operação, a nova linha demandará aproximadamente 450 profissionais.

Sustentabilidade é outro pilar central do projeto, que incluirá sistemas modernos de controles ambientais, alinhados às melhores práticas ambientais globais. —Estamos investindo em um futuro sustentável, no qual desenvolvimento industrial e a proteção ambiental caminham juntos. Esse é um valor inegociável para a ArcelorMittal e para nossa comunidade. O novo investimento não contribuirá com o incremento de emissões atmosféricas ou do consumo de água do Rio Santa Maria da Vitória —complementa o CEO.

Com início das etapas de engenharia e contratação programadas para o primeiro semestre de 2026, a operação está prevista para o primeiro semestre de 2029. O projeto consolidará a Unidade de Tubarão como uma das mais integradas no processamento de aços planos do Brasil e do mundo, reafirmando a liderança da ArcelorMittal na indústria do aço global.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição de 70% da Estrela pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a negociação foi fechada por R$ 742,5 milhões.

A Estrela é a holding do grupo Tora Transportes, um dos maiores operadores logísticos do País que há mais de 50 anos acumula expertise na área de integração rodoferroviária e operação de terminais, voltada à movimentação de grandes tonelagens. Além disso, tem relação comercial com a CSN há 35 anos.

“Para a CSN, a operação representa a oportunidade de atuação como operador logístico por meio de parceria estratégica, agregando valor ao portfólio da CSN e fortalecendo o segmento de Logística do Grupo CSN. Para a Tora, a operação permitirá ganho de escala e participação no Grupo da CSN, que detém ativos de logística, possibilitando ampliar sinergias e a oferta de serviços aos clientes da Tora”, afirmaram as empresas no processo.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

A empresa de alumínio Alcoa, com sede em Pittsburgh, defenderá que a administração Trump permita uma isenção às importações canadenses de aço, disse o CEO da Alcoa, Bill Oplinger.

Isso permitiria que dois terços do metal consumido nos EUA continuassem a atravessar a fronteira sem tarifas, disse o executivo na terça-feira na conferência BMO Global Metals and Mining.

Os EUA carecem de 4 milhões de toneladas métricas de alumínio anualmente, e esse déficit é compensado em grande parte pelas importações do Canadá e do México.

Para o executivo, aproximadamente 100 mil empregos na indústria do alumínio podem estar em risco devido às medidas tarifárias propostas pelo presidente Trump.

Uma tarifa de 25% sobre as importações de alumínio poderia resultar no corte de cerca de 20 mil empregos diretos na indústria de alumínio dos EUA e em até 80 mil empregos indiretos, disse Oplinger.

“Estamos claramente defendendo isso com base no fato de que isso é ruim para a indústria do alumínio nos EUA”, disse. “É ruim para os trabalhadores americanos.”

Valor - SP   26/02/2025

Um pub australiano lotado raramente é silencioso. Na semana passada, o bar da frente do Westland Hotel Motel, na cidade de Whyalla, em South Australia, foi uma exceção, quando Peter Malinauskas, o premier do Estado, falou para cerca de 200 trabalhadores da siderúrgica sobre o futuro da planta local, com 83 anos de história.

"Por cinco minutos, você poderia ouvir uma agulha cair", disse Garry Henderson, secretário interino da filial da União dos Trabalhadores Australianos de South Australia.

A ansiedade deu lugar ao alívio — por enquanto. O governo estadual forçou a saída do proprietário endividado GFG Alliance e colocou a siderúrgica em administração. Juntos, os governos estadual e federal gastarão 2,4 bilhões de dólares australianos (US$ 1,5 bilhão) para manter a planta funcionando e pagar credores enquanto um novo proprietário é procurado.

Mas as questões sobre o futuro ainda persistem.

A Austrália é a maior fonte mundial de minério de ferro, o principal ingrediente do aço, mas sua própria indústria siderúrgica é relativamente pequena. Seus líderes esperam mudar isso explorando o que chamam de "oportunidade extraordinária" apresentada pela demanda por ferro e aço mais "verdes".

No entanto, os esforços enfrentam ceticismo. A indústria siderúrgica mundial é responsável por 8% das emissões globais de carbono e, embora existam vários métodos de produção de ferro e aço verde, nenhum provou ser viável comercialmente. São mais caros do que os métodos tradicionais, mas produzem um produto semelhante, o que significa que atualmente há pouca demanda dos consumidores finais.

O governo da Austrália espera que incentivos possam ajudar. O primeiro-ministro Anthony Albanese, que viajou para Whyalla, anunciou mais 1 bilhão de dólares australianos para um fundo de ferro verde, metade dos quais será destinado à siderúrgica local — uma das duas existentes no país.

"Temos os recursos, os trabalhadores e o know-how — a única coisa que não temos é tempo a perder", disse Albanese.

A longo prazo, a transição para o ferro e aço verdes apresenta desafios para a indústria de exportação de minério de ferro da Austrália, que vale 100 bilhões de dólares australianos por ano, à medida que a demanda se volta para material de maior qualidade do que o hematita, tipicamente extraído da região de Pilbara, na Austrália Ocidental.

Para "garantir o futuro" de seus negócios, os gigantes de mineração BHP e Rio Tinto se associaram a um operador da outra siderúrgica da Austrália, a BlueScope, para provar que o minério de Pilbara pode ser transformado em ferro verde, enquanto também se concentram em depósitos de maior qualidade na Austrália e no exterior.

Mas tal mudança provavelmente ocorrerá ao longo de anos ou décadas, e os especialistas afirmam que há grandes desafios que a Austrália precisa superar para ampliar sua base econômica além de escavar e exportar commodities brutas.

"Colocar projetos de ferro e aço verde em prática está se mostrando 'muito mais difícil e demorado' do que o esperado", disse Tony Wood, diretor do programa de energia do Grattan Institute, acrescentando que apoiar uma siderúrgica em dificuldades como a de Whyalla é um negócio caro.

"Tomara que isso não se torne apenas uma grande drenagem de recursos do governo, mas isso depende do que acontecerá a seguir", disse Wood.

Inaugurada em 1941, a planta de Whyalla produz 75% do aço estrutural da Austrália e emprega 1.100 trabalhadores. Os tempos mudaram desde seus primeiros dias.

Protegida por tarifas, a manufatura na Austrália atingiu seu pico com menos de 30% do PIB nas décadas de 1950 e 1960. Mas, a partir da década de 1980, a Austrália liberalizou sua economia. O último fabricante de automóveis deixou South Australia em 2017, e a manufatura, no ano passado, contribuiu com menos de 6% do PIB.

O prefeito de Whyalla, Phill Stone, disse que a planta e as minas que a abastecem são essenciais para a sobrevivência da cidade de 22 mil habitantes. "É o coração pulsante de Whyalla", disse ele.

Se for esse o caso, o local já sofreu há muito tempo de problemas cardíacos. Oito anos atrás, o proprietário da GFG, Sanjeev Gupta, foi saudado como um salvador quando comprou a planta dos administradores e prometeu dar-lhe uma nova vida ao fazer a transição para o ferro e aço verdes.

Esses investimentos não se concretizaram, pois o império siderúrgico de Gupta — incluindo plantas no Reino Unido e na União Europeia — enfrentou pressão crescente após o colapso de seu principal financiador, o banco australiano Greensill Capital, em 2021.

O alto-forno ficou fora de operação por vários meses no ano passado, enquanto as importações baratas de aço chinês pressionavam os preços. A falta de investimentos em infraestrutura e manutenção tem gerado sérias preocupações de segurança, disse Henderson, o sindicalista.

Embora esteja novamente em administração, os trabalhadores esperam que desta vez seja diferente, pois ambos os níveis de governo defendem grandes visões. A política de Albanese, “Future Made in Australia”, está canalizando fundos dos contribuintes para processar minerais e incentivar o retorno da manufatura.

Na semana passada, ele reclamou que, embora as universidades do país tenham produzido tecnologias de ponta como células solares fotovoltaicas, "não fazemos praticamente nada aqui".

O premiê Malinauskas quer transformar seu Estado, conhecido há muito tempo por seu vinho, em um centro de ferro verde e estimular o tipo de corrida de recursos que os Estados vizinhos têm experimentado ao abastecer as usinas siderúrgicas da China com minério de ferro e carvão.

O plano visa usar a abundante energia renovável do Estado para produzir o chamado hidrogênio verde, que processaria o minério de ferro em ferro direto reduzido (DRI) para fabricação de aço em forno a arco elétrico, um caminho de menor emissão de carbono do que os altos-fornos movidos a carvão.

Central à proposta do premier estão as reservas de minério de ferro magnetítico do Estado, que, sendo magnéticas, são mais fáceis de processar para DRI do que o hematita — conhecido como minério de ferro de embarque direto — da Pilbara.

Produzir magnetita, no entanto, é "significativamente mais caro", observa Xueli Huang, da Universidade RMIT, a cerca de US$ 100 por tonelada, em comparação com cerca de US$ 30 para o hematita. O hidrogênio verde também provou ser muito caro e comercialmente não competitivo para muitos dos primeiros apoiadores na Austrália.

Além disso, a demanda dos consumidores finais por aço verde — um produto similar que custa mais — é "virtualmente inexistente", disse o acadêmico. Incentivos ou intervenções governamentais que punam produtos de alta emissão, como o Mecanismo de Ajuste de Carbono da União Europeia, podem ajudar, acrescentou ele.

Mas a reviravolta nas disposições comerciais globais, promovida pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, introduziu outro elemento que dificultou a previsão da reorientação da indústria, continuou.

"A ambição do governo australiano de produzir ferro e aço verdes internamente pode ser viável no médio a longo prazos (20 a 40 anos), mas enfrenta desafios significativos no curto prazo (próximos 10 anos)", disse Huang em um e-mail.

Como sinal desses desafios, o governo de South Australia desviou na semana passada fundos para um projeto de hidrogênio de 600 milhões de dólares australianos para o pacote de resgate de Whyalla, argumentando que salvar a planta — e proteger a capacidade siderúrgica doméstica da Austrália — era a prioridade número um.

Stone, o prefeito, disse que a intervenção do Estado "garante que a ambição do aço verde esteja bem e verdadeiramente viva".

Outros não estão convencidos. Uma fonte da indústria de mineração de South Australia disse que, embora haja potencial para enviar magnetita para instalações de DRI em outras partes do mundo, as chances de produzir ferro verde e, eventualmente, aço verde, na Austrália são pequenas.

"Isso será feito em outro lugar", disse ele. "Muito disso é mais sobre os eleitores do que sobre a indústria."

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   26/02/2025

A deliberação pelo governo de novas medidas para o enfrentamento da inflação de alimentos deve ficar para depois do carnaval, segundo pessoas que acompanham as tratativas. Três reuniões sobre o tema foram realizadas no Palácio do Planalto entre ontem e hoje, mas as medidas não foram definidas. Nesta terça-feira, 25, ministros apresentaram um rol de ações estudadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo quer bater o martelo sobre as medidas a serem adotadas após ouvir o setor produtivo, especialmente exportadores. Há previsão de uma reunião na quinta-feira, 27, na Casa Civil com representantes e empresários exportadores de açúcar, etanol, carnes e biodiesel. A ideia do governo é discutir e alinhar com o setor produtivo, sobretudo exportadores, possibilidades para redução dos preços de alimentos.

A intenção, segundo apurou a reportagem, é fazer reuniões individuais com cada setor. Devem participar dos encontros o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa; o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

Interlocutores relatam que as conversas sobre eventual limitação de exportação, chamada nos bastidores informalmente de comércio administrado, reduziram. O tema, contudo, ainda não foi plenamente descartado. Uma das fontes que acompanha as tratativas classifica o assunto como “risco pequeno”.

Limitação de exportações

Como mostrou o Estadão/Broadcast, entre as medidas em avaliação estariam a redução da tarifa de importações de alimentos e a limitação de exportações por cotas – medida que foi negada por autoridades em conversa com entidades exportadoras.

A equipe econômica, o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) são contrários a qualquer proposta relacionada à limitação de exportações, segundo apurou a reportagem.

Açúcar e carnes foram citados entre os alimentos que poderiam potencialmente ter exportações limitadas, mas a proposta que foi apresentada em reunião ontem do grupo de trabalho sobre inflação de alimentos no Palácio do Planalto e repetida hoje em reunião entre técnicos teve ampla rejeição interna, segundo fontes.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, foi um dos escalados para tranquilizar o setor produtivo. Teixeira ligou para uma entidade que representa o setor exportador e assegurou que o governo não irá limitar ou taxar exportações, apurou a reportagem. O ministro disse que a proposta está descartada por receio da desindustrialização a médio prazo.

A medida, segundo interlocutores, foi gestada pela Casa Civil e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). A proposta foi apresentada em reunião ontem do grupo de trabalho sobre inflação de alimentos no Palácio do Planalto e repetida hoje em reunião entre técnicos, relatou um integrante do grupo.

O mecanismo a ser aplicado para limitação das exportações não foi apresentado no grupo. Outro interlocutor afirma que foram apresentadas ao grupo razões contrárias para não se limitar exportações, como falta de base legal, inibição de investimentos na produção e insegurança jurídica em contratos firmados. A fonte lembra que o próprio presidente Lula já descartou a ideia de taxar exportações.

A ideia do governo de eventualmente recorrer a medidas heterodoxas para combater a inflação de alimentos pode levar o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a deixar a pasta, segundo apurou a reportagem. Procurado, o ministro negou.

Pessoas próximas ao ministro afirmam que Fávaro esta´ descontente com a forma como o Executivo tem enfrentado a questão envolvendo a inflação de alimentos. Por lealdade ao presidente Lula, não faria críticas, cogitando então a opção de entregar o cargo.

Globo Online - RJ   26/02/2025

A prévia da inflação de fevereiro em 1,23%, e deve ser o pior mês do ano. No mercado, havia projeções de até 1,5%. Em janeiro, a inflação foi artificialmente baixa por causa do bônus de Itaipu, agora a conta chega.

A distorção veio pela conta de luz. Em janeiro, a conta de luz teve uma queda expressiva de 15% devido ao desconto da tarifa de Itaipu. Em fevereiro, com o fim do benefício, houve uma alta de 16,33%. A energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto positivo no índice (0,54 p.p.). E mostra o erro do governo, fez um número baixo demais em janeiro e agora na comparação com janeiro, a energia de fevereiro deu um pulo.

O fato de ser a maior alta do IPCA-15 desde abril de 2022 (1,73%) e a maior para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%) vai ser usado politicamente pela oposição. Mas o fato é que o resultado é efeito estatístico.

Os resultados da prévia da inflação de janeiro e fevereiro sofreram distorções devido ao bônus de Itaipu. Em janeiro, o índice ficou em 0,11%, mas sem o desconto teria sido de 0,71%. Já em fevereiro, o resultado foi de 1,23%, mas, sem o efeito do rebote, seria de 0,69%. Os cálculos são do professor Luiz Roberto Cunha e do economista Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners.

Leal destaca que a média dos dois primeiros meses do ano, medida pelo IPCA-15, ficou em 0,67%, valor incompatível com a média mensal de 0,25% necessária para atingir a meta de 3%. Ele lembra que, se a inflação média mensal cair pela metade da que foi entre janeiro e fevereiro, mesmo assim a inflação em 12 meses ficaria em 4,1%.

Queda expressiva das passagens aéreas

Já era esperada a alta na Educação, por conta do aumento sazonal das mensalidades escolares impactaram o índice. O aumento foi de 4,78%, um pouco abaixo das expectativas do mercado, que giravam em torno de 5,60% a 5,70%.

O grupo de alimentação registrou alta de 0,6%, menor do que em janeiro, em 1,10%. Alguns itens apresentaram estabilidade, como a carne, que teve alta de apenas 0,08% em relação ao mês anterior, apesar da variação acumulada de 21% nos últimos 12 meses. Outros produtos, como batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%) tiveram leves recuos mensais. As principais variações positivas foram as de cenoura (17,62%) e do café moído (11,63%).

Um fator que ajudou a segurar a inflação foi a queda expressiva de 20% nas passagens aéreas, superior às projeções do mercado, que indicavam um recuo de 7% a 8%.

- O resultado de fevereiro confirma que a inflação ainda apresenta resistência em determinados segmentos, especialmente nos itens mais voláteis, como alimentação. O impacto da retirada do desconto na conta de luz e os reajustes escolares eram esperados, mas a queda nas passagens aéreas ajudou a conter um aumento maior no índice - afirma o professor Luiz Roberto Cunha.

O que esperar daqui para frente

A projeção do Focus de 1,37% para fevereiro cheio deve ser reduzida na próxima semana, para um número por volta de 1,20%. O professor Luiz Roberto Cunha acredita que o IPCA cheio venha em torno de 1,15%, chegando a 4,89% no acumulado de 12 meses

- Mas é aquela história. Se março se vier 0,48%, o acumulado vai para 5,23%.

Por conta do resultado do IPCA-15, a XP revisou, provisoriamente, o IPCA de fevereiro para 1,34% (contra 1,38% anterior), mas manteve o cenário de 6,1% para 2024.

Para Cunha, a expectativa é de que a inflação dos alimentos apresente alívio ao longo dos próximos meses. Historicamente, os preços tendem a cair entre junho e julho, desde que não haja eventos climáticos extremos, como geadas. No entanto, alerta, a safrinha já enfrenta desafios devido às condições climáticas adversas, como seca e calor excessivo, o que pode afetar a oferta de produtos agrícolas.

- O cenário ainda apresenta um grau elevado de incerteza, especialmente no setor de alimentos.

Um dado que chamou atenção de Cunha foi a inflação dos serviços pessoais, como cabeleireiros e empregados domésticos, que apresentou desaceleração (0,01% contra 0,40% de janeiro). Por um lado é bom porque é um item que pesa na inflação de serviços, acompanhado de perto pelo Banco Central. Mas, por outro, pode indicar um impacto da queda da renda real sobre o consumo desses serviços.

O Estado de S.Paulo - SP   26/02/2025

O comércio entre Brasil e China é vital para garantir o superávit da balança comercial brasileira e as vendas de nossas commodities, mas também apresenta concorrência desafiadora – e, por vezes, desleal – à indústria nacional. Essa dualidade foi acentuada nos últimos anos em razão de surtos de exportações chinesas ao Brasil registrados por diversos setores. Causa disso está no maior protecionismo mundial, que, mascarado por medidas ambientais, elevou a capacidade ociosa da indústria chinesa, que busca mercados alternativos para enviar seus produtos.

Nesse contexto adverso, mecanismos tradicionais, como alterações tarifárias e defesa comercial, se mostram insuficientes para conter essas importações. O governo brasileiro criou, então, a “lista de alterações tarifárias por razões de Desequilíbrios Comerciais Conjunturais (DCC)”, lançada em janeiro de 2024 com cem vagas, visando assegurar a competitividade da indústria nacional. Ainda assim, a restrição de vagas da DCC a impede de atender toda a demanda de solicitações da indústria.

Outra limitação dessa solução é seu impacto indiscriminado: o aumento tarifário vale para todos os países, exceto os poucos que têm acordos de livre comércio com o Brasil. Com isso, o remédio, voltado principalmente para a China, também dificulta a compra de outros países e encarece os produtos importados, afetando seus consumidores no Brasil.

Como alternativa, medidas antidumping permitem uma abordagem mais precisa, restringindo importações apenas de países que causam dano à indústria nacional, mas seu processo é demorado.

Ironicamente, a solução de longo prazo pode estar na própria causa do problema. Políticas ambientais da UE e dos EUA, que funcionam como barreiras comerciais, podem inspirar ações semelhantes no Brasil. Em junho de 2024, o governo lançou uma tomada de subsídios para identificar atributos de sustentabilidade de bens nacionais, com o objetivo de desenvolver regulações que garantam concorrência justa entre produtos brasileiros e importados, especialmente chineses.

A nova realidade do comércio internacional – mais restritiva e instável – deve seguir pelos próximos anos, principalmente após as medidas comerciais anunciadas pelo presidente americano Donald Trump. Enquanto o Brasil não encontra soluções efetivas para reduzir os prejuízos causados pelas desleais importações chinesas – sem barrar totalmente a entrada de produtos alternativos –, a competitividade da indústria nacional seguirá caindo e sofrendo com elevadas perdas.

CNN Brasil - SP   26/02/2025

É provável que o Federal Reserve retome o corte das taxas de juros em junho e possa reduzir novamente os custos dos empréstimos de curto prazo em setembro, apostaram os traders nesta terça-feira (25), ao levarem em conta as implicações de uma pesquisa amplamente observada que mostrou que a confiança do consumidor caiu este mês e as expectativas de inflação aumentaram.

A confiança do consumidor dos Estados Unidos se deteriorou no ritmo mais acentuado em três anos e meio em fevereiro, segundo a pesquisa do Conference Board, refletindo a crescente ansiedade dos norte-americanos em relação ao impacto econômico das políticas do presidente Donald Trump.

Ao mesmo tempo, as expectativas médias de inflação dos consumidores aumentaram para 6%, a maior desde maio de 2023.

Os contratos futuros de taxas de juros estão agora precificando uma chance de mais de 70% de que o Fed reduza sua taxa de política monetária em 0,25 ponto percentual em sua reunião de junho, para uma faixa de 4,00% a 4,25%, e a corte novamente já em setembro.

As apostas sugerem que os investidores acham que, em junho, as preocupações do banco central norte-americano com a possível fraqueza do mercado de trabalho superarão as preocupações com o ressurgimento da inflação, o que o levará a reagir com uma flexibilização da política monetária.

Os próprios formuladores de política monetária do Fed disseram que estão procurando mais evidências de que a inflação está voltando para sua meta de 2% antes de se sentirem confortáveis para reduzir as taxas.

Eles citam a incerteza sobre como as tarifas planejadas por Trump, os cortes de impostos, a repressão à imigração e as reduções contínuas na força de trabalho federal afetarão os preços, o crescimento econômico e o mercado de trabalho.

Espera-se que um relatório na sexta-feira (21) mostre algum pequeno progresso na frente da inflação, com o índice de preços de consumo pessoal ano a ano, que é a meta do Fed, devendo ter caído de 2,6% em dezembro para 2,5% em janeiro.

Enquanto isso, o mercado de trabalho permaneceu forte, com o desemprego em 4% em fevereiro, embora pesquisas recentes sugiram que a atividade empresarial está desacelerando.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,23% na terceira quadrissemana de fevereiro, acelerando de forma expressiva ante a alta marginal de 0,01% verificada na segunda quadrissemana deste mês, de acordo com dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta terça-feira, 25.

Na terceira leitura de fevereiro, um dos sete componentes do IPC-Fipe caiu em ritmo mais lento e outro passou de desinflação para inflação: Habitação (de -1,57% na segunda quadrissemana a -0,64% na segunda quadrissemana) e Alimentação (de -0,01% a 0,21%).

Os preços nas demais categorias, por outro lado, perderam força de uma quadrissemana para a outra: Transportes (de 2,19% a 1,86%), Despesas Pessoais (de 0,29% a 0,21%), Saúde (de 0,65% a 0,33%), Vestuário (de 0,33% a 0,28%) e Educação (de a 2,62% a 1,19%).

Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na terceira quadrissemana de fevereiro:

– Habitação: -0,64%

– Alimentação: 0,21%

– Transportes: 1,86%

– Despesas Pessoais: 0,21%

– Saúde: 0,33%

– Vestuário: 0,28%

– Educação: 1,19%

– Índice Geral: 0,23%

Veja - SP   26/02/2025

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou 2024 com lucro líquido recorrente de 13,2 bilhões de reais. O resultado é 11% maior que o do ano retrasado. Já a carteira de crédito cresceu 26% na mesma comparação, atingindo o recorde de 276,5 bilhões de reais. A cifra é composta por 212,6 bilhões de reais em aprovações e 63,9 bilhões em garantias. Em 2023, a carteira de crédito totalizou 219,9 bilhões, sendo 174,5 bilhões em aprovações e 45,4 bilhões em garantias.

Quando se considera a distribuição do crédito entre os principais setores, os projetos de infraestrutura receberam 74,6 bilhões de reais, seguidos pela indústria, com 52,4 bilhões; agricultura, com 52,3 bilhões; e serviços, com 33,4 bilhões. Segundo o BNDES, 2024 foi o primeiro, desde 2017, em que os desembolsos com a indústria superaram os da agricultura.

“A indústria é um setor que gera muito valor agregado, mão de obra, empregos mais qualificados, gera inovação tecnológica”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante, na coletiva de imprensa desta terça-feira 25, na qual apresentou os resultados de 2024.

A carteira de crédito expandida do banco, que inclui debêntures e outros ativos de crédito, somou 584,8 bilhões de reais, o equivalente a um avanço de 14% sobre doze meses antes. O BNDES encerrou dezembro com patrimônio líquido de 158,4 bilhões de reais. Em 2024, o retorno sobre o patrimônio líquido recorrente (ROE, na sigla em inglês) da instituição foi de 9,7%, com um incremento de 0,5 ponto percentual sobre o ano retrasado.

Conhecido por apoiar a expansão de empresas por meio de investimentos diretos e sociedades, o BNDES chegou a dezembro com uma carteira de participações societárias de 82 bilhões de reais, pouco acima dos 79,9 bilhões reportados em 2023. Desse total, 77,4 bilhões referem-se à carteira de ações do banco. Os demais 4,6 bilhões são representados por cotas de fundos de investimento.

Entre as maiores participações acionárias do BNDES, estão a concessionária paranaense de energia Copel, da qual detém uma fatia de 21,99% do capital total, e o frigorífico JBS, no qual mantém uma participação de 20,81%. Praticamente empatados em terceiro lugar, estão a Eletrobras e a Petrobras, nas quais o BNDES possui fatias de 7,95% e 7,94% respectivamente.

Desde a mudança de governo em 2023, parte dos economistas mostra preocupação com o aumento das concessões de crédito pelo BNDES. Para esses analistas, a expansão da carteira seria uma forma de o governo estimular a economia com recursos parafiscais, isto é, que não compõem o Orçamento federal e, portanto, não pesam na meta fiscal, mas contribuem para aquecer a economia além do desejável, gerando pressão inflacionária e elevando a dívida pública.

Na apresentação dos resultados aos jornalistas hoje, a diretoria do BNDES afirmou que a preocupação do mercado de que esteja “voltando ao passado” é “infundada”. Como argumento, o banco afirmou que, em entre 2012 e 2014, chegou a responder por quase 6% do total de crédito concedido no país. Essa fatia foi de 1,4% no ano passado, praticamente a mesma de 2023.

MINERAÇÃO

Portal Fator Brasil - RJ   26/02/2025

Terceira edição da Feira da Indústria da Mineração no Brasil acontece em junho, em Goiânia, e acompanha o bom momento do setor, que deve receber investimentos de R$ 68,4 bilhões entre 2025-2029, um aumento de 6,6% em relação ao período anterior.

Com um papel fundamental na economia brasileira desde o período colonial, a mineração foi essencial para o desenvolvimento econômico e industrial do país, fornecendo matérias-primas indispensáveis a diversas cadeias produtivas. O setor atende indústrias estratégicas com abrangência que destaca sua importância na geração de empregos, na balança comercial e na infraestrutura nacional.

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o segmento projeta investimentos de R$ 68,4 bilhões no Brasil entre 2025 e 2029. A estimativa representa um acréscimo de aproximadamente US$ 4 bilhões em relação ao período anterior (2024-2028), correspondendo a um aumento de 6,6%.

O minério de ferro lidera os investimentos previstos, concentrando 28,7% dos recursos. De acordo com o Ibram, estão programados aportes de US$ 19,59 bilhões, valor 13,4% superior ao projetado para 2024-2028. O segundo maior volume de investimentos está direcionado ao segmento socioambiental, cujas projeções passaram de US$ 10,67 bilhões para US$ 11,33 bilhões, um aumento de 6,2%.

Esse cenário impulsiona a realização da terceira edição da Brasmin – Feira da Indústria da Mineração, de 24 a 26 de junho, no Centro de Convenções da PUC Goiás, em Goiânia, reunindo profissionais, empresas e especialistas para apresentar inovações tecnológicas, soluções em equipamentos, produtos e serviços direcionados à cadeia de mineração.

—O setor de mineração no Brasil é gigantesco e essencial para todas as outras indústrias, que dependem dele para funcionar. Praticamente tudo ao nosso redor tem origem na mineração – desde os materiais de um edifício, exceto a madeira, até itens do dia a dia como roupas, cabides e eletrodomésticos. A mineração está presente em tudo. E, nesta edição, a Brasmin traz uma série de novidades para esse universo « garante o diretor da feira, José Roberto Sevieri.

Ele ressalta que o setor mineral no Brasil ainda é pouco explorado, abrangendo menos de 1% da superfície do país, enquanto no Peru esse índice já chega a 7%. Para Sevieri, isso demonstra o grande potencial de crescimento. Além disso, a Brasmin oferece oportunidades para networking, encontrar fornecedores e acessar novas tecnologias para otimizar a produção de forma mais eficiente.

Segundo o diretor, os negócios gerados em uma feira desse porte alcançam valores expressivos a curto, médio e longo prazo. Na última edição, há dois anos, em apenas 60 dias após o evento, as negociações ultrapassaram R$ 350 milhões, e a expectativa para este ano é superar R$ 1 bilhão. Em 2023, foram vendidos 38 caminhões de grande porte, com capacidade superior a 40 toneladas. Para quem busca tecnologia e equipamentos, a Brasmin é o lugar ideal para encontrar as melhores soluções.

Da primeira para a segunda edição, a feira dobrou de tamanho, e, para quem já participou, pode esperar o mesmo crescimento entre a segunda e a terceira edição. —A Brasmin tem atraído expositores internacionais de países como Estados Unidos, Canadá, França e Espanha e é uma oportunidade única para conhecer as últimas novidades de todo o mundo. São três dias para atualizar conhecimentos, esclarecer dúvidas, encontrar novos fornecedores e descobrir técnicas inovadoras para aumentar a produtividade, gastando menos— fala Sevieri.

A feira oferece aos visitantes uma experiência ainda mais eficiente com a plataforma Encontro, uma ferramenta que conecta compradores e expositores de forma prática e estratégica.

Ao se credenciar no site, o visitante informa seus interesses — seja caminhões, trituradores ou equipamentos para laboratório, por exemplo. Com essas informações, os expositores têm conhecimento do que cada participante busca, em quais dias estará na feira e podem se preparar melhor para atendê-lo.

Dessa forma, a plataforma permite que o visitante planeje sua visita com antecedência, identificando os expositores mais relevantes para suas necessidades e otimizando o tempo no evento. Além disso, a organização da feira recomenda garantir a hospedagem com antecedência, pois, apesar de Goiânia ser uma cidade grande, a alta demanda durante a Brasmin pode dificultar reservas de última hora.

Desafios e soluções para a mineração no Brasil — A Brasmin 2025 também será palco do 9º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração, organizado pela Revista Brasil Mineral, um espaço dedicado a debater o papel estratégico dessas empresas no setor. Apesar de sua relevância significativa, a média e a pequena mineração ainda enfrentam desafios relacionados à falta de visibilidade nas políticas públicas. O evento reúne representantes de toda a cadeia produtiva da mineração, ampliando oportunidades de negócios para o segmento e promovendo a troca de conhecimento.

— As palestras do Encontro Nacional trazem as mais recentes tecnologias e atendem às principais demandas da pequena e média mineração no Brasil. O setor ainda enfrenta muitos desafios, desde a liberação de áreas até questões logísticas, que impactam diretamente a produtividade. Em alguns casos, o custo do produto mineral é menor do que o valor gasto para transportá-lo até o cliente, o que evidencia a necessidade de discutir soluções. Teremos a presença de autoridades que conhecem os caminhos para superar esses obstáculos e podem apontar as direções para o futuro da mineração— afirma Sevieri.

A programação do 9º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração será divulgada em breve. As inscrições para visitar a Brasmin são gratuitas e podem ser feitas no site: www.brasmin.com.br.

Brasmin — A Brasmin é a feira de mineração que transforma o setor. O evento acontecerá de 24 a 26 de junho(terça a quinta-feira), no Centro de Convenções da PUC Goiás, em Goiânia, reunindo profissionais, empresas e especialistas para apresentar inovações tecnológicas, soluções em equipamentos, produtos e serviços direcionados à cadeia de mineração. Nela, visitantes têm acesso a uma ampla gama de expositores, além de palestras e painéis que abordam temas estratégicos e tendências que impactam a área, como sustentabilidade, automação, segurança no trabalho e políticas regulatórias.

Infomoney - SP   26/02/2025

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta terça-feira, prejudicados por uma recuperação nos embarques de minério, com o aumento das taxas e novas legislações sobre as exportações de aço da China pressionando ainda mais o sentimento do mercado.

O contrato mais negociado do minério de ferro para maio na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou em queda de 2,17%, a 813 iuanes (US$111,97) a tonelada.

O minério de ferro de referência de março na Bolsa de Cingapura caía 2,23%, a US$105,95 a tonelada.
Um grupo bipartidário de legisladores dos EUA está propondo uma legislação para tratar do impacto de empresas apoiadas pela China que transferem parte de sua produção para outros países a fim de driblar as tarifas norte-americanas. O projeto também endureceria as regras antidumping.

Isso ocorre depois que os EUA anunciaram tarifas de 25% sobre todas as importações de aço no início deste mês, e a Coreia do Sul impôs provisoriamente tarifas sobre as importações de aço chinês na semana passada.

Enquanto isso, o Vietnã irá impor uma taxa antidumping temporária sobre alguns produtos de aço da China, de acordo com um documento do ministério do comércio local visto pela Reuters.

“Os preços do minério de ferro também recuaram após dados indicarem um aumento na oferta, reduzindo o suporte para os preços da matéria-prima da siderurgia”, disseram analistas do ANZ.

O volume total de minério de ferro embarcado por empresas da Austrália e do Brasil sob o monitoramento da Mysteel se recuperou para 25,8 milhões de toneladas em 23 de fevereiro, encerrando uma queda de duas semanas, de acordo com dados divulgados pela consultoria chinesa.

Enquanto isso, as perspectivas para o setor imobiliário da China pioraram, segundo uma pesquisa da Reuters. Os preços das casas neste ano deverão cair em ritmo mais rápido do que o previsto anteriormente, apesar dos esforços de Pequim para estabilizar o setor imobiliário em crise.

Valor - SP   26/02/2025

Desde 2024, 60% dos conselheiros não ligados a acionistas renunciaram ou evitaram recondução

A lista de candidatos da Vale para o novo conselho de administração da mineradora, a ser eleito em Assembleia Geral Ordinária (AGO) em 30 de abril, divulgada na noite de segunda-feira (24), confirmou a saída e a respectiva substituição de mais três conselheiros independentes.

O australiano Douglas Upton, o executivo Luis Henrique Guimarães, ligado à Cosan, de Rubens Ometto, e o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung vão deixar o colegiado. Para suas cadeiras, entram nomes com experiência nos setores de mineração e óleo e gás. Desde 2024, cinco dos oito conselheiros considerados independentes da Vale, ou 62% do total, pediram para sair.

Fontes próximas à empresa dizem que todas as saídas foram motivadas por decisões pessoais e negam que evidenciem discordância sobre os rumos da companhia. No ano passado, a Vale passou por uma conturbada troca de presidente, processo marcado por pressões do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a empresa. Lula tentou fazer o ex-ministro Guido Mantega como CEO, mas acabou desistindo.

Gustavo Pimenta, atual CEO e então vice-presidente financeiro da mineradora, acabou sendo escolhido como presidente no lugar de Eduardo Bartolomeo. Desde então, a Vale se aproximou mais do governo, com medidas de interesse do Planalto como o pagamento antecipado de R$ 4 bilhões, em dezembro, para renovar concessões ferroviárias, tema estratégico para a companhia. Este mês, Lula esteve em Carajás, no Pará, onde estão as principais reservas da empresa, para o anúncio de investimentos.

Em meio à sucessão do CEO, uma saída marcante em março de 2024 foi a do conselheiro independente José Luciano Duarte Penido, que renunciou ao colegiado com duras críticas ao processo de troca do presidente. Penido acabou se retratando publicamente e, nos bastidores, sofreu ameaças de processo. Na sequência, em julho, a também independente Vera Marie Inkster decidiu deixar o cargo. Ambos foram substituídos por outros dois independentes: Heloísa Bedicks e Reinaldo Castanheira Filho.

Agora, os executivos indicados para substituir Upton, Guimarães e Hartung são: Anelise Quintão Lara, da área de óleo e gás; o americano Franklin Lee Feder; e o holandês Wilfred Theodoor Bruijn, ambos com experiência em mineração. Feder fez carreira na Alcoa e Bruijn foi CEO da Anglo American Brasil e da Mineração Usiminas.

O colegiado a ser eleito em abril vai cumprir mandato de dois anos na Vale, entre 2025 e 2027. Foram 12 candidatos indicados pela empresa em uma chapa que precisará ser referendada pelos acionistas na AGO. Do total, oito são tidos como independentes e quatro não independentes, vinculados a acionistas de referência (Previ, Mitsui e Bradespar). O colegiado da Vale conta ainda com um representante dos empregados, o que eleva o número total do conselho para 13 pessoas.

Ainda não está claro se a chapa indicada pela empresa poderá enfrentar outros candidatos. Essa hipótese parece improvável, mas não pode ser descartada. Depende de que algum acionista com 1% do capital peça voto múltiplo, sistemática que desfaz a chapa e permite depositar votos individualmente nos candidatos. A Vale contou com consultores para fechar a lista de indicados ao colegiado.

O presidente do conselho de administração da Vale, Daniel Stieler, indicado para novo mandato, defendeu a seleção. “A escolha dos indicados para integrar o conselho de administração entre 2025 e 2027 foi realizada com base em uma matriz de competências, que leva em conta, entre outros fatores, o conhecimento e a trajetória executiva dos profissionais e sua experiência no setor de mineração. Lembro, também, que tivemos o apoio de uma renomada consultoria internacional no processo. Uma renovação parcial do conselho é natural e saudável para a companhia, que está em um novo momento. Temos importantes desafios para superar, que demandam harmonia e integração entre o conselho de administração e o comitê executivo em torno dos pilares de desenvolvimento definidos pelo CE: evolução cultural, portfólio flexível e relacionamento produtivo com diferentes públicos de interesse, de modo a fortalecer a nossa reputação e a percepção da Vale como uma parceira confiável.”

Além de Stieler, a empresa propôs a recondução de Marcelo Gasparino, Fernando Buso (Bradespar), João Fukunaga (Previ), Shunji Komai (Mitsui), Heloísa Bedicks, Manuel Oliveira, Rachel Maia e Reinaldo Castanheira Filho.

Agência Camara - DF   26/02/2025

O Projeto de Lei 4127/24 determina que a Agência Nacional de Mineração (ANM) tenha dois diretores com experiência no setor mineral dos dois estados com maior participação na produção brasileira (Pará e Minas Gerais), sendo um diretor para cada estado.

Além disso, os nomeados devem ter registro profissional na entidade de classe do seu respectivo estado há cinco anos, no mínimo.

A proposta muda a Lei 13.575/17, que criou a ANM, agência que regula as atividades do setor mineral brasileiro.

Hoje, a direção do órgão é composta por quatro diretores, além de um diretor-geral, todos indicados pelo presidente da República e nomeados após aprovação pelo Senado.

Reforço profissional
O projeto é dos deputados José Priante (PA) e Keniston Braga (PA), ambos do MDB. Eles afirmam que a medida visa reforçar as competências e o conhecimento necessário ao inerente exercício do cargo a ser ocupado.

Os parlamentares argumentam ainda que, como os dois estados são responsáveis por quase toda a produção mineral comercializada, é "natural e certo" que os profissionais que atuam lá tenham maior conhecimento para atuar na agência reguladora do setor.

Próximos passos
A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Minas e Energia, e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Para virar lei, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

AUTOMOTIVO

Globo Online - RJ   26/02/2025

As vendas da Tesla despencaram 45% no mês passado em toda a Europa, enquanto montadoras rivais registraram um aumento na demanda por veículos elétricos. A empresa de Elon Musk entregou apenas 9.945 carros em janeiro, uma queda em relação aos 18.161 do ano anterior, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. As vendas de veículos elétricos dispararam 37% no setor como um todo, com montadoras registrando grandes ganhos na Alemanha e no Reino Unido.

A Tesla está reformulando suas linhas de produção para seu veículo mais popular, o SUV Model Y, e enfrentando a crescente polarização política de seu CEO. Após emergir como um dos principais doadores de Donald Trump no ciclo eleitoral dos EUA no ano passado, Musk voltou sua atenção para a Europa, apoiando partidos de extrema-direita e atacando governos atuais.

Além de criticar líderes na Alemanha e no Reino Unido, Musk se juntou a Trump para depreciar Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e questionar pesquisas que indicam que o presidente ainda conta com o apoio da população do país. Em resposta às críticas de Trump, Zelensky afirmou na semana passada que o presidente dos EUA caiu vítima da “desinformação” russa.

A Tesla registrou apenas 1.277 novos carros na Alemanha no mês passado, seu menor total mensal desde julho de 2021. Na França, as vendas despencaram 63%, marcando o pior desempenho desde agosto de 2022.

Pela primeira vez, a empresa também registrou menos veículos do que a chinesa BYD no Reino Unido. As vendas da Tesla caíram quase 8% em um mercado de veículos elétricos que cresceu 42% no mês passado.

Pesquisas conduzidas pelo instituto YouGov na Alemanha e no Reino Unido em meados de janeiro mostraram que Musk é visto de forma negativa e que sua interferência na política desses países não é bem-vinda. O CEO da Tesla organizou uma discussão ao vivo em sua rede social X, no dia 9 de janeiro, com a líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, em uma tentativa de impulsionar o partido anti-imigração e pró-Rússia, que ficou em segundo lugar nas eleições desta semana.

Durante uma aparição virtual em um comício do AfD ainda em janeiro, Musk incentivou os alemães a se orgulharem de sua cultura e desencorajou um “foco excessivo na culpa do passado”. Os comentários geraram controvérsia pouco antes do 80º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz.

Musk também defendeu a prisão do primeiro-ministro britânico Keir Starmer no mês passado enquanto fazia campanha pela libertação de ativistas de extrema-direita presos.

A Tesla provavelmente enfrentou escassez de estoque em alguns mercados devido ao esforço intenso para aumentar as vendas no final do ano passado. A mudança nas linhas de montagem para o Model Y também pode ter impactado os registros de janeiro.

O diretor financeiro da Tesla, Vaibhav Taneja, alertou na teleconferência de resultados do último trimestre que a transição para um novo design do modelo, lançado originalmente em 2020, resultaria em várias semanas de perda de produção. A empresa fabrica o Model Y em quatro fábricas ao redor do mundo, incluindo sua unidade nos arredores de Berlim.

A concorrência — liderada na Europa por Volkswagen, Stellantis e Renault — também está sob maior pressão regulatória para vender mais veículos elétricos em 2025. Os fabricantes precisam atender a metas mais rígidas de emissões de CO2 na União Europeia este ano, enquanto no Reino Unido uma parcela crescente das vendas deve ser de veículos com emissão zero até 2035.

Monitor Digital - RJ   26/02/2025

O mercado automotivo brasileiro ganha impulso significativo com o crescimento da frota de carros elétricos. Em 2024, as importações destes veículos bateram recorde e atingiram quase US$ 1,6 bilhão, um aumento de 107,7% em relação ao ano anterior, conforme dados da Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

As vendas no país também acompanharam esse incremento, registrando acréscimo de 89% e 177.538 unidades comercializadas no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Só em dezembro, foram vendidos 21.634 carros.

Especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, Rogério Marin prevê que o mercado de mobilidade elétrica deve continuar avançando em 2025 em função de diversos fatores, tais como o aumento da oferta (e da concorrência) de novos modelos, entrada de novos fabricantes no mercado, queda nos preços relativos dos veículos eletrificados em relação aos convencionais (ICE – Internal Combustion Engine), redução do desconhecimento do consumidor sobre o produto e ampliação da infraestrutura de recarga, que vem crescendo em todo país.

“A expectativa é que esse mercado continue em alta, impulsionado pelo comportamento do consumidor brasileiro, que tem buscado cada vez mais alternativas sustentáveis e econômicas. Mesmo com o aumento do Imposto de Importação, os carros elétricos representaram mais de 40% do total de veículos importados no ano passado, consolidando o Brasil como um mercado significativo e atraindo investimentos de grandes montadoras chinesas, como a BYD e a GWN, além da chegada de várias outras, tais como Zeekr e Denza”, explica Marin.

“Com o aumento dos eletropostos, especialmente fora dos grandes centros urbanos, assim como com a ampliação da rede de concessionários e modelos (cada vez mais acessíveis), aumenta entre os consumidores a percepção dos benefícios financeiros e ambientais dos veículos eletrificados, e a tendência é de que o segmento mantenha seu ritmo acelerado de crescimento”, acrescenta o especialista.

A ampliação da rede de infraestrutura de recarga em 2024 colaborou para reduzir as incertezas quanto ao uso de veículos elétricos em maiores distâncias. Dados da ABVE apontam que a quantidade de eletropostos quase triplicou no ano passado na comparação com 2023, saltando para mais de 12 mil unidades em dezembro. “Enquanto o Brasil avança na questão dos postos de recarga elétrica, algumas montadoras vêm apostando em veículos híbridos plug-in, que têm baterias e motores a gasolina”, explica Rogério Marin.
Benefícios

A crescente consciência sobre a necessidade de reduzir as emissões de gases poluentes também tem popularizado os carros elétricos pelo país. São Paulo foi o estado que mais emplacou veículos do tipo em 2024, com um total de 56.819 unidades. Em seguida estão Brasília (16.061), Rio de Janeiro (12.841), Paraná (12.056) e Santa Catarina (11.500), segundo a ABVE.

Para os consumidores, os benefícios desses veículos vão além da sustentabilidade. A economia com abastecimento é uma dessas vantagens, já que em muitos estados brasileiros o custo da recarga elétrica é significativamente menor do que o gasto com gasolina, etanol ou diesel. A manutenção reduzida é outro ponto positivo, pois esses automóveis possuem menos peças móveis em comparação com os veículos a combustão, o que diminui a necessidade de reparos frequentes. Marin, que há três anos utiliza pessoalmente tanto modelos elétricos quanto híbridos, afirma que seu carro elétrico “é simplesmente o melhor, mais econômico e conveniente veículo que já tive na vida”.

Além disso, ganhos de escala e avanços tecnológicos têm reduzido significativamente o custo das baterias, o componente mais caro de um veículo elétrico, o que acaba por reduzir o custo total do veículo, cujos preços a cada ano que passa se aproximam mais dos veículos convencionais. Para se ter uma ideia da escala desta redução de custos, de acordo com dados publicados pela BloombergNFE (BNFE), em 2013 1 kWh de bateria (Lithium-ion) custava USD 806 e, em 2024, este valor foi de apenas USD 115 por 1 kWh. Esta tendência deve continuar nos próximos anos, e se estimam valores ao redor de USD 50/kWh entre 2027 e 2030.

De acordo com estas projeções, veículos elétricos devem se tornar mais baratos que seus equivalentes com motores a combustão interna antes do final da década. “Acredito que neste ponto a migração se tornará irreversível, visto que aliado ao menor custo operacional dos veículos elétricos se somará a vantagem de um menor custo de aquisição”, finaliza Marin.

  MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

InfraRoi - SP   26/02/2025

A última edição do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção aponta a expectativa que as vendas totais de máquinas no País tenham aumentado 17% em 2024. A sondagem, realizada em novembro do ano passado com 40 empresas (sendo 22 Construtoras, Locadoras e Prestadores de Serviços, além de 18 Dealers), indica que a Linha Amarela puxou retrospecto para cima com um crescimento de dois dígitos, mas a expectativa de venda dos Demais Equipamentos também cresceu um dígito.

O Estudo Sobratema ainda mostra que 71% das empresas aumentaram suas frotas em 2024, com aumento médio de 12% em número de equipamentos, considerando aqui frota própria ou alugada. Os dados indicam o crescimento de três pontos percentuais entre 2023 e 2024.

Um quarto (24%) não investiu em novos equipamentos, enquanto 5% se desfez de algumas máquinas sem repô-las e diminuiu a frota. Esse índices também mostraram uma variação otimista, já que apenas 20% manteve estabilidade no número de equipamentos que detinha, enquanto 12% haviam respondido que reduziram a frota em 2023.
Mercado da construção puxa vendas de máquinas, apontam dealers

A pesquisa também separou à evolução das vendas dos Dealers por setor, que indicam um cenário positivo. O mercado de Construção, por exemplo, cresceu cinco pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023, alcançando uma relevância de 42% nas vendas, a maior já registrada ao longo de sete anos.

Como em anos anteriores, o mercado de Rental (aluguel) também se mostra relevante, correspondendo a 23% das vendas na mesma sondagem. O resultado, no entanto, representa uma queda de três pontos na participação do setor em relação ao 3º trimestre de 2023.

Pela ordem, o mercado Agro, que inclui Florestal, ficou em terceiro lugar com 17% das vendas, mantendo a posição e a porcentagem do ano anterior. Já “Outros Mercados” (Indústria, Comércio, Mineração, Serviços Públicos, Energia, Óleo & Gás) registraram 18% de participação, em uma redução de dois pontos em um ano.
“2024 foi um ótimo ano”, diz líder da pesquisa

O coordenador da pesquisa, Mario Miranda, diz que, nas sondagens realizadas entre 2021 e 2024, sempre no mesmo período do ano (em novembro), o sentimento majoritário dos entrevistados tem apontado uma “relativa positividade” em relação ao mercado e ao desempenho das empresas do setor no Brasil.

“Pode-se considerar que 2024 foi um ano ótimo para o setor. O sentimento positivo atual é resultado de quatro anos consecutivos de crescimento desse mercado no País”, avalia o pesquisador.

Apesar dos obstáculos enfrentados no ano, a projeção geral é positiva para o setor, com expectativa de crescimento por conta da exportação de commodities (minérios e produtos agrícolas) e dos setores de Construção Leve (Minha Casa Minha Vida) e Infraestrutura (por conta do novo PAC), que dependem diretamente de iniciativas governamentais nas três esferas.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou de 0,71% para 0,51% na passagem de janeiro para fevereiro, informou nesta terça-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula alta em 12 meses de 7,18%.

Entre janeiro e fevereiro, houve desaceleração em Mão de Obra (1,13% para 0,59%), enquanto foi registrada aceleração em Materiais, Equipamentos e Serviços (0,42% para 0,45%).

Influências

As principais influências para baixo no INCC-M partiram de vergalhões e arames de aço ao carbono (0,64% para -0,54%); cimento portland comum (-0,17% para -0,61%); bandeja de proteção primária e secundária (-0,95% para -1,26%); eletrodutos de PVC (-1,70% para -0,21%) e impermeabilizante (1,23% para -0,11%).

Na outra ponta, puxaram o índice para cima pedreiro (1,25% para 0,69%); bombeiro (1,20% para 1,07%); blocos de concreto (0,49% para 0,71%); eletricista (1,25% para 0,82%) e elevador (0,65% para 0,73%).

Valor - SP   26/02/2025

Há conversas em andamento para atualizar os valores das faixas de renda que permitem acessar o programa, o que poderia incluir mais brasileiros como beneficiários

Apesar de o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) estar com desempenho considerado positivo — seus lançamentos subiram 44% em 2024, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), e as vendas cresceram 43% —, há conversas em andamento para atualizar os valores das faixas de renda que permitem acessar a política, o que poderia incluir mais brasileiros como beneficiários.

Ricardo Paixão, diretor-financeiro da MRV, afirma que “há chances” de uma correção das faixas de renda ao menos pela inflação. No desenho atual, o acesso aos imóveis do MCMV financiados com recursos do FGTS, a categoria de mercado do programa, é divido em três faixas: a primeira abrange famílias que ganham até R$ 2.640 mensais; a segunda, de R$ 2.640 a R$ 4.400; e a terceira, de R$ 4.400 a R$ 8 mil.

Cada faixa tem taxa de juros e subsídios diferentes, e a terceira não tem subsídio. A última atualização nessas faixas foi feita em outubro de 2022.

Em agosto de 2024, foi feita uma atualização dos valores, mas só para unidades produzidas com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), que são minoria no programa. A faixa inicial passou para R$ 2.850 e a segunda, para até R$ 4.700. Não houve mudança na terceira faixa.

Luiz França, presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), defende reajuste “para que as pessoas não percam a capacidade de comprar imóveis”. Segundo ele, as conversas com o governo a respeito disso têm sido “contínuas”.

Segundo fonte, revisão “está no radar” no governo

Pessoa próxima à discussão afirma que essa revisão “está no radar” no governo e poderia envolver também o teto máximo de valor das unidades vendidas no programa, atualmente de R$ 350 mil para todas as cidades. Procurado, o Ministério das Cidades negou estar analisando alterações nas faixas do MCMV. “No entanto, a pasta está constantemente estudando possíveis aprimoramentos para todas as linhas do programa”, acrescentou, em nota.

Para França, o aumento do teto deveria ocorrer, mas apenas em algumas cidades. Ygor Altero, analista de mercado imobiliário da XP, afirma que a maior preocupação sobre uma revisão das faixas e do teto do MCMV seria garantir que há recursos para bancá-las. No entanto, “a taxa de juros mais alta tem ajudado no resultado do fundo”, pondera, e foi imposta uma restrição ao uso desse recurso para a venda de imóveis usados, o que libera mais dinheiro do FGTS para os novos.

Altero já havia feito um relatório, no início do ano passado, sobre os efeitos benéficos que uma revisão das faixas traria ao setor de habitação de baixa renda, ao permitir que mais pessoas acessem o programa e se incluam nas faixas com mais subsídios. “Você consegue abranger mais gente”, diz.

Paixão analisa que um aumento da faixa inicial do MCMV para R$ 2.800 ou R$ 2.900 seria possível, apesar de afirmar que o programa, hoje, está rodando “de forma fantástica”, e que os clientes estão com capacidade de compra “excelente”.

Nesta segunda-feira (24), o presidente Lula (PT) afirmou que o governo deve liberar o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), em caso de demissão, para quem contratou o saque-aniversário. Ainda não é certo se isso valerá apenas para quem já contratou o saque, e não se deu conta de que seria impedido de retirar o restante do dinheiro de sua conta em caso de desligamento.

Segundo fonte do setor, se a medida for restrita aos clientes atuais dessa modalidade, não deve ser um problema para a saúde financeira do FGTS.

A criação de um consignado ao trabalhador da iniciativa privada também é vista com bons olhos. Para essa fonte, uma pessoa poderia optar pelo consignado em vez do saque-aniversário, preservando os recursos do fundo, o que seria incentivado pelas instituições financeiras. “É muito maior e mais interessante para os bancos”, afirma.

Expectativa para balanços

A temporada de balanços das incorporadoras, do quarto trimestre, começou nesta segunda-feira (24), com a MRV. A incorporadora registrou, no consolidado, prejuízo líquido de R$ 249,8 milhões, ante R$ 105 milhões no quarto trimestre de 2023.

Um resultado mais difícil por parte da empresa já era esperado. Em relatório deste mês, Altero afirmou que a MRV poderia “enfrentar desafios devido a resultados financeiros pressionados e perdas líquidas na Resia”, o que efetivamente ocorreu no trimestre.

A aposta do analista é que a Cyrela seja, mais uma vez, um destaque, aliando resultado próprio forte ao desempenho positivo de suas joint ventures (Cury, Lavvi e Plano&Plano).

Portal Fator Brasil - RJ   26/02/2025

Pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV), por encomenda da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), constatou que as empresas de estruturas pré-fabricadas de concreto estimam um crescimento na produção em 2024, após um declínio de 16,8% obtido em 2023 em relação à 2022, acompanhando a queda do PIB da indústria de materiais da construção de 5,8% frente a 2022.

A Sondagem de Pré-Fabricados de Concreto registrou um volume de produção de pré-fabricados de aproximadamente 667 mil metros cúbicos, resultando numa produção média de 16.266 metros cúbicospor empresa, em 2023. Mostra ainda que o número de empregados se manteve estável, com 7.750 pessoas empregadas no setor. Os dados fazem parte do Caderno de Dados Setoriais Abcic 2025.

O aumento dos investimentos no mercado imobiliário e na infraestrutura, em 2023, contribuiu para o crescimento das obras no setor da construção. Com isso, a Sondagem aponta para uma maior participação dos segmentos habitacional (5%) e de infraestrutura (18%) como destino das vendas das empresas. A área industrial foi apontada como principal destino das vendas de pré-fabricados, com participação de 22%. Outros destaques são: varejo (18%), edifícios comerciais (14%) e centros de centros de distribuição e logística (11%).

Em relação ao uso de insumos, o estudo encomendado pela Abcic apurou que, em 2023, as empresas de pré-fabricados consumiram 273,9 mil toneladas de cimento e 99,3 mil toneladas de aço. O concreto autoadensável passou a ser produzido, em 2023, por 76% das empresas, atingindo cerca de 66% da produção. Em 2022, o percentual de empresas que produziam esse tipo de concreto era 69%.

A Sondagem comprovou um avanço importante no que tange à sustentabilidade e à tecnologia, uma vez que houve um aumento no número de empresas que assinalou estar implementada ou em implementação o uso de Ultra High Performance Concrete (UHPC). Em 2022, eram 7,3% contra 10% em 2023. Além disso, a maioria (51%) apontou que o plano está em fase de estudos.

Esse movimento explica, em parte, a redução no volume de produção, pois o UHPC possibilita utilizar um volume menor de concreto, pela elevada resistência e desempenho do material. Há ainda o benefício de contribuir com a neutralidade de carbono, uma vez que permite diminuir o peso dos elementos, impactando positivamente na logística e montagem no canteiro de obras.

Para 2025, as perspectivas são mais desafiadoras com a forte elevação da taxa Selic. Entretanto, parte dos investimentos do setor da construção já estão contratados, especialmente na área da infraestrutura, o que pode contribuir para um ano positivo do setor de pré-fabricados de concreto.

A pesquisa, que teve a coordenação da economista Ana Maria Castelo, foi elaborada, aplicada e analisada pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV entre outubro e dezembro de 2024, contando com sugestões e revisão crítica da equipe técnica da Abcic.

IstoÉ Dinheiro - SP   26/02/2025

O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 0,6 ponto porcentual na passagem de janeiro para fevereiro, a 94,3 pontos, informou nesta terça-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Este foi o menor nível do índice desde março de 2022, quando a confiança foi de 93,5 pontos.

“A falta de mão de obra e aumento dos custos continuam pressionando as empresas nos primeiros meses do ano. A queda na confiança pelo segundo mês consecutivo traduz uma percepção mais negativa da situação corrente de negócios”, destacou, em nota, a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo.

Ela ainda avalia que a sondagem de fevereiro também apontou uma desaceleração da atividade relativa ao último trimestre de 2024, com o crescimento do porcentual de empresas que indicaram redução da atividade recente. Contudo, como as empresas também mostraram maior disposição de contratar mão de obra nos próximos três meses, essa desaceleração deve ser revertida.

Houve, nesta leitura, recuo de 2,1 pontos no Índice de Situação Atual (ISA-CST), a 93,7 pontos – menor nível desde maio de 2022 -, enquanto houve avanço de 1 ponto no Índice de Expectativas (IE-CST), a 95,2 pontos. A queda do ISA-CST foi puxada pela recuo do indicador de situação atual dos negócios, que caiu 2,8 pontos, a 92,8 pontos, e pelo indicador de volume de carteira de contratos, que cedeu 1,5 ponto, a 94,5.

Já no IE-CST, os dois componentes subiram: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 1,8 ponto, a 97,8 pontos, e o indicador de tendência dos negócios subiu 0,2 ponto, a 92,5 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção subiu 1,4 ponto porcentual, para 80,6%. O Nuci de Mão de Obra subiu 1,8 ponto, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos ficou estável.

Infomoney - SP   26/02/2025

O aquecimento da economia, com crescimento do PIB e redução do desemprego, já começa a se refletir no mercado de imóveis comerciais. No último ano, a locação de espaços avançou a passos largos, com os preços avançando 7,88%. E em janeiro de 2025, as negociações de compra e venda, que andavam mais devagar, começaram também a dar sinais de melhora.

Os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados avançaram 0,26%, já o de locação subiu 0,36%, conforme o Índice FipeZap.

Locação comercial dispara em 2024 e preços têm alta recorde de 7,88%
Morar de aluguel na cidade de SP ficou 11% mais caro em 2025

De acordo com o levantamento, o aumento registrado no mês de janeiro ficou acima dos 0,16% registrados em dezembro. Comparativamente, o IPCA apurado pelo IBGE exibiu uma inflação ao consumidor também de 0,16%, ao passo que o IGP-M, da FGV, considerado o índice do aluguel, subiu 0,27%.

Vale lembrar que o Índice FipeZAP não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Os preços considerados se referem a anúncios para novos aluguéis.
Mudança de cenário?

O coordenador do FipeZap, Alisson Oliveira, explica que o índice de compra e venda vinha andando de lado há algum tempo e perdendo para IPCA. “Mas o aquecimento da economia também esquentou o mercado de compra e venda de imóveis, como já vinha fazendo com o mercado de locação comercial”, disse.

Para ele, o que ainda não se sabe é por quanto tempo isso deve durar, especialmente, quando os efeitos do aumento das taxas de juros começarem a aparecer na atividade econômica. “Esse é um ponto de atenção, para ver como a economia vai reagir aos aumentos consecutivos e começar a esfriar”.

Entre as 10 localidades onde o segmento comercial é monitorado pelo indicador, as maiores variações no mês de janeiro nos preços de venda de salas e conjuntos comerciais foram apuradas em Curitiba, com alta de 1,18%; Rio de Janeiro (+0,56%); Florianópolis (+0,48%); Niterói (+0,19%); Salvador (+0,17%); São Paulo (+0,15%); Campinas (+0,06%); Porto Alegre (+0,02%); Belo Horizonte (-0,11%); e Brasília (-0,62%).

Já os preços de locação do segmento comercial no período subiram 1,54% em Niterói; 0,93% em Florianópolis; 0,93% em Brasília; 0,91% em Curitiba; 0,60% em São Paulo; 0,39% Campinas; 0,22% Porto Alegre; 0,20% em Belo Horizonte; 0,15% no Rio de Janeiro, e 0,65% em Salvador.

Dados acumulados

Nos últimos 12 meses, encerrados em janeiro de 2025, os preços de venda de imóveis comerciais tiveram aumentos de 0,76%, contrastando com a valorização mais acentuada de 7,56% dos preços de locação do segmento. Só para comparar, índices de preço como o IPCA e o IGP-M, que servem de referência para a economia brasileira, subiram 4,56% e 6,75%, respectivamente.

O coordenador disse ainda que mesmo com os aumentos nos preços, a taxa de inflação vai corroendo as cotações dos imóveis. “Em 12 meses vemos que o mercado de locação está mais aquecido, mas ainda fica abaixo da inflação e não houve recuperação do nível pré-pandemia”.

Entre as 10 cidades monitoradas, as variações acumuladas de 12 meses nos preços de venda dos imóveis comerciais foram de 9,51% em Curitiba; 5,32% em Salvador; 3,04% em Niterói; 2,86% em Florianópolis; 1,44% em São Paulo; 0,66% em Campinas. Mas algumas cidades tiveram queda, como Porto Alegre (-0,64%); Brasília (-1,97%); Belo Horizonte (-2,47%), e Rio de Janeiro (-2,89%).

Por outro lado, no que diz respeito ao aluguel comercial, os resultados acumulados em 12 meses ao final de janeiro de 2025 indicam maiores altas em Niterói, com 17,80%; Curitiba (+10,20%); Rio de Janeiro (+8,14%); Belo Horizonte (+7,87%); São Paulo (+7,44%); Campinas (+5,69%); Salvador (+5,01%); Brasília (+4,87%); Porto Alegre (+4,81%); e Florianópolis (+4,67%).
Preço médio

Sobre o preço médio de venda e locação, conforme a amostra utilizada no cálculo do Índice FipeZAP Comercial de janeiro de 2025, o valor médio de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados ficou em R$ 8.436 por metro. No caso de imóveis comerciais para locação, foi de R$ 45,77 por metro quadrado.

Considerando as 10 cidades monitoradas pelo índice, São Paulo apresentou os maiores valores médio do segmento para venda ficou em R$ 10.165 o metro quadrado e R$ 54,84 por metro quadrado para locação.

Para as demais cidades, os valores ficaram em R$ 8.618/m² (venda comercial) e R$ 46,01/m² (locação comercial) em Florianópolis; no Rio de Janeiro R$ 8.522/m² para venda e R$ 45,17/m² para locação; Curitiba (R$ 8.197/m² venda e R$ 37,28/m² locação); Niterói (R$ 7.842/m² e R$ 40,78/m²); Brasília (R$ 6.625/m² e R$ 35,56/m²); Porto Alegre (R$ 6.375/m² e R$ 34,54/m²); Campinas (R$ 6.375/m² e R$ 41,07/m²); Belo Horizonte (R$ 6.187/m² e R$ 32,40/m²); e Salvador (R$ 5.258/m² e R$ 41,98/m²).

São Paulo não fica muito acima dos percentuais médios de aumento, mas o preço na capital paulista continua sendo o preço mais alto. O que demonstra mais uma vez os efeitos do aquecimento da economia, aliado ao movimento de retorno das atividades presenciais em muitas empresas, segundo Oliveira.

“Muitas companhias grandes estão retomando o trabalho presencial em mais dias, apesar disso os preços não voltaram ao nível pré-pandemia”, explica o coordenador do FipeZap.

Rentabilidade do aluguel comercial

Pela razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda é possível calcular uma medida da rentabilidade para o investidor que opta por aplicar recursos em imóveis com a finalidade de obter renda com o aluguel. O indicador resultante, também conhecido como rental yield, pode ser útil para avaliar a atratividade de salas e conjuntos comerciais em relação a alternativas de investimento disponíveis no mercado financeiro.

Em janeiro de 2025, o retorno médio do aluguel de imóveis comerciais foi de 6,72% ao ano, superando a rentabilidade projetada para a locação de imóveis residenciais de 5,82% ao ano, bem como retorno médio projetado de aplicações financeiras de referência nos próximos 12 meses.

Considerando as 10 cidades em que os preços do segmento comercial são acompanhados, as taxas anualizadas identificadas foram as seguintes: Salvador (9,64% a.a.); Campinas (7,86% a.a.), São Paulo (6,72% a.a.); Brasília (6,59% a.a.); Porto Alegre (6,50% a.a.); Rio de Janeiro (6,35% a.a.); Florianópolis (6,29% a.a.); Niterói (6,25% a.a.); Belo Horizonte (6,25% a.a.); e Curitiba (5,74% a.a.).

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   26/02/2025

A Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminenses, da Assembleia Legislativa do Rio, vai enviar ao Ministério dos Transportes um documento que reforça a importância da construção de uma ferrovia para ligar a cidade de Vitória, no Espírito Santo, ao Rio. A iniciativa foi anunciada nesta segunda-feira (24), durante uma reunião na Casa.

A medida tem como objetivo formar um anel ferroviário do Sudeste para beneficiar os setores do agronegócio e da mineração. O Governo Federal já havia anunciado um investimento de R$ 3,28 bilhões na ferrovia. No entanto, o valor seria destinado apenas à construção do primeiro trecho, entre São João da Barra e Anchieta.

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Durante a reunião, os parlamentares também questionaram representantes do Metrô Rio sobre a paralisação de escadas rolantes e elevadores nas estações, além do andamento das obras da Linha 4 do modal.

NAVAL

A Tribuna - SP   26/02/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira (24), no Rio Grande do Sul, contrato do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro. A agenda compõe mais uma ação de retomada da indústria naval e de recuperação de plataformas da Petrobras que estavam em situação de desmobilização, desta vez em Rio Grande. O município, a 300 quilômetros de Porto Alegre, abriga o quarto terminal portuário mais movimento do País e a Refinaria Riograndense, a primeira do Brasil, inaugurada em 1937 como Refinaria Ipiranga.

O objetivo do Governo Federal é ampliar a frota de navios petroleiros e desenvolver a indústria naval, começando pela construção de quatro navios petroleiros do tipo Handy (embarcações de médio porte utilizadas para o transporte de petróleo bruto e derivados), com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação.

Ao todo, o programa prevê a construção de 44 embarcações. Segundo a Petrobras, a redução da dependência de afretamentos resultará em maior flexibilidade e eficiência para as operações logísticas de movimentação de gases liquefeitos e outros produtos.

A empresa estima a criação de 44 mil empregos diretos e indiretos a partir do segundo semestre do programa, com investimentos de 23 bilhões de reais.

A primeira etapa do projeto conta com quatro navios da classe Handy, com um investimento da ordem de R$ 1,6 bilhão. A frota será utilizada para o transporte de derivados de petróleo.

Acompanhando o presidente Lula na cerimônia, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, enfatizou a importância da indústria naval e seu impacto positivo na economia do País.

Evolução
Esse é o primeiro contrato assinado pela Transpetro pelo Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. A companhia lançou, na semana passada, em cerimônia em Angra dos Reis, no Rio, licitação para aquisição de oito navios gaseiros, dentro da mesma iniciativa.

Lula presidente afirmou que vai recuperar a Petrobras e a indústria naval e que o dinheiro gerado pela petroleira vai ajudar o País a fazer a transição energética. Ele afirmou ser contra o combustível fóssil, mas acrescentou que será o dinheiro da Petrobras que vai ajudar o Brasil a fazer a transição energética.

“Por que não aproveitamos essa tecnologia para a gente transformar (a Petrobras) na maior empresa de petróleo do mundo?”, disse.

Fundo da Marinha
Impulsionado pelos recursos priorizados pelo FMM, o setor naval fechou o último ano com R$ 30,8 bilhões aprovados para mais de 430 novos projetos, incluindo a construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.

Portos e Navios - SP   26/02/2025

A movimentação portuária brasileira atingiu um novo recorde em 2024, com 1,32 bilhão de toneladas de carga transportadas, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O volume histórico impactou positivamente a balança comercial do país, que registrou o segundo melhor resultado de sua história no ano.

Entre as principais mercadorias (em peso líquido) estão os compostos orgânicos e inorgânicos (pedras, ácidos, água, sais minerais), que lideram com quase 8 milhões de toneladas, representando um crescimento impressionante de 37,08%. Já o transporte de carnes e miudezas comestíveis vêm em seguida, com aumento de 9,57%, que reflete crescente demanda por produtos alimentícios.

O transporte de carga em contêineres segue sendo essencial para o escoamento de mercadorias nos portos, contribuindo para a exportação e importação, visto que 95% das exportações brasileiras passam por essas vias. O crescimento do setor portuário tem sido impulsionado pela modernização da logística e pela alta demanda do comércio marítimo, fatores apontados como essenciais para o desenvolvimento econômico do Brasil.

O transporte de contêineres também se destaca pela otimização do tempo e redução de custos operacionais, tornando o escoamento mais eficiente. Entre os portos públicos com maior crescimento percentual, o Porto de Salvador (BA) teve um aumento de 41,18%, atingindo 6,6 milhões de toneladas, seguido pelos portos de Itaguaí (RJ), com 8,78%, Santos (SP), com 2,05% e Paranaguá (PR), com 1,65%.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   26/02/2025

O FPSO Bacalhau chegou ao seu destino final neste sábado, 22/02. A embarcação foi construída para operar no campo de Bacalhau, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, a cerca de 185 km da costa do município de Ilhabela, no estado de São Paulo. A MODEC, responsável pelo projeto, construção e operação da plataforma na fase inicial, concluiu a construção da unidade em Singapura em dezembro de 2024.

Contratado pela Equinor, o FPSO Bacalhau é uma das maiores plataformas já entregues ao Brasil. Ele conta com uma superestrutura de 370 metros de comprimento e 64 metros de largura, com capacidade para produzir até 220 mil barris de petróleo bruto.

O FPSO Bacalhau utiliza o "M350 Hull", um projeto de casco duplo desenvolvido especificamente para acomodar topsides maiores e com maior capacidade de armazenamento em comparação aos navios-tanque VLCC convencionais, com vida útil estendida e melhor operabilidade. A plataforma é a 17ª da MODEC construída para o offshore brasileiro e a primeira em parceria com a Equinor. Além do FPSO Bacalhau, a MODEC tem outro projeto em construção para o offshore brasileiro: o FPSO Raia, também de propriedade da Equinor.

Sobre a MODEC - A MODEC é líder global no segmento de construção, afretamento e operação de plataformas para produção de óleo e gás e possui mais de 55 anos de história. Há mais de duas décadas em mares brasileiros, a MODEC opera 13 plataformas de petróleo e gás, possui uma unidade em construção e outra em fase final de comissionamento para o país. São mais de 3,2 mil empregados atuando no Brasil.

Valor - SP   26/02/2025

A decisão envolve os processos das chinesas CNODC Brasil e Sinochem Petróleo Brasil

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF-2) considerou ilegal a incidência do imposto de exportação sobre as petroleiras e determinou a devolução dos valores pagos pelas companhias à União durante a vigência da Medida Provisória (MP) que estabeleceu o tributo. Ainda cabe recurso em instâncias superiores.

A decisão envolve os processos das chinesas CNODC Brasil e Sinochem Petróleo Brasil, representadas pelo escritório Mattos Filho, e da Prio, e foi favorável às empresas por um placar de três a dois, prevalecendo a linha de voto do relator do processo no tribunal, desembargador Marcus Abraham.

O entendimento da 3ª Turma é que o imposto de exportação, por ser de cunho fiscal, deveria respeitar os princípios da anterioridade e da noventena. Com isso, o imposto deveria ser cobrado apenas a partir de janeiro de 2024 e não de forma imediata, durante a vigência da MP, como ocorreu.

No pedido, as petroleiras pleitearam a devolução por meio de restituição ou expedição de precatórios.

Para o advogado Mario Prada, do Mattos Filho, que participou da ação, foi a primeira vez que o governo usou o imposto de exportação, desde a vigência da Constituição Federal, com conotação eminentemente fiscal, a fim de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e fazer caixa para a desoneração de combustíveis.

Ele explicou que, como a MP 1.163 tinha validade de apenas quatro meses e não foi aprovada pelo Congresso Nacional, o tribunal considerou indevidos os pagamentos feitos pelas empresas nesse período, pois não havia norma válida, vigente e eficaz para dar suporte às cobranças.

"O tribunal fez justiça. Os contribuintes foram pegos de surpresa com a imposição de um tributo sobre as exportações de óleo cru", disse Prada.

Não foram encontrados representantes da CNODC e Sinochem para comentar. A Prio não respondeu até a conclusão da reportagem.

Em março de 2023, o governo instituiu, por meio da MP 1.163/2023, a cobrança de uma alíquota de 9,2% sobre as exportações de óleo bruto durante quatro meses (março, abril, maio e junho), para ajudar a compensar a queda na arrecadação com a desoneração de combustíveis. A iniciativa causou mobilização judicial de várias petroleiras contra a iniciativa.

Uma das primeiras a se movimentar foi a Prio, que havia impetrado em março dois mandados de segurança na Justiça Federal do Rio, mas que foram negados.

RODOVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   26/02/2025

Oito empresas demonstraram interesse em participar do leilão do túnel que ligará Santos ao Guarujá, conforme apurou o Broadcast. São elas: a espanhola Acciona, que é a concessionária responsável pela futura Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo; a multinacional China Communications Construction Company (CCCC); o grupo Concremat; a EcoRodovias; a EGTC Infra; o grupo português Mota Engil; a Novonor (antiga Odebrecht); e a Webuild da Itália.

Incluído no Novo PAC, o túnel será a maior obra do programa federal e custará cerca de R$ 6 bilhões em aportes, valor dividido igualmente entre a União e o Estado de São Paulo. O lançamento do edital do projeto será nesta quinta-feira, 27, em evento na cidade de Santos (SP) com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador paulista, Tarcísio de Freitas. O leilão deve ocorrer em agosto.

Mais de 21 mil veículos cruzam diariamente de uma cidade à outra utilizando balsas e catraias, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. Com a nova estrutura, a travessia será feita em poucos minutos, reduzindo filas e otimizando o fluxo logístico do Porto de Santos.
Obras podem começar ainda este ano

Toda a estrutura terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos. Haverá três faixas de rolamento por sentido, com uma delas para a passagem do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O túnel também terá acesso para travessia de pedestres e ciclistas. A previsão é de que as obras sejam iniciadas ainda neste ano.

A expectativa, a ser confirmada nas próximas semanas, é de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faça o financiamento dos aportes tanto da parte da União quanto da parte paulista.

A empresa que vencer o leilão irá investir aproximadamente R$ 870 milhões para a construção. A contraprestação só começará a ser paga a partir do início da operação do túnel, junto da receita tarifária estimada em R$ 3,16 bilhões.

Procuradas, EGTC, Ecorodovias e Concremat não comentaram. A Acciona afirmou que está “constantemente analisando oportunidades no setor de infraestrutura que estejam alinhadas à sua estratégia de negócios”. As demais empresas não responderam até a publicação deste texto.

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