Clipping Diário

30 | Janeiro | 2025

SIDERURGIA

Brasil Mineral - SP   30/01/2025

A parceria com a Be8 contribuirá para o desenvolvimento de tecnologias que visam uma economia de baixo carbono, criando avenidas de oportunidade para a descarbonização do setor do aço.

A Be8 e a Gerdau firmaram parceria para estudos de utilização do Be8 BeVant® na unidade de mineração da produtora de aço em Minas Gerais. O novo biocombustível pode substituir em 100% o diesel fóssil e antecipar ganhos de descarbonização. A Gerdau realizará testes com a tecnologia Be8 Bevant® utilizando o biocombustível em seus geradores e na frota logística daquela operação. “Aos 124 anos de história, a Gerdau está comprometida em ser parte das soluções aos desafios e dilemas da sociedade, atuando de forma colaborativa na construção de um futuro mais sustentável para o planeta. A parceria com a Be8 contribuirá para o desenvolvimento de tecnologias que visam uma economia de baixo carbono, criando avenidas de oportunidade para a descarbonização do setor do aço”, disse Flávia Souza, diretora global de Energia e Suprimentos da Gerdau.

A Gerdau tem avançado em seu compromisso de reduzir ainda mais sua intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que atualmente é de 0,91 t CO2e por tonelada de aço (Escopos 1 e 2), para 0,82 t CO2e por tonelada de aço até 2031. “Apoiar a Gerdau a continuar sua liderança na construção de uma indústria do aço sustentável, com o uso do Be8 BeVant®, é motivo de muito orgulho para toda a equipe da Be8”, comemorou Erasmo Carlos Battistella, Presidente da Be8. “Nosso produto é um novo biocombustível capaz de ser utilizado 100% puro e de reduzir emissões de gases de efeito estufa significativamente”, completou.

ECONOMIA

A Tarde – 30/01/2025

Kelsor Fernandes - Presidente do Sistema Comércio BA - Foto: Mila Souza/ Ag. A TARDE

Muitos empresários não sabem disso, mas se hoje um estabelecimento comercial pode abrir as portas, aos domingos, em Salvador, é devido à luta das entidades associativistas empresariais do comércio. Esse é só um exemplo das conquistas obtidas pelas instituições que trabalham o ano inteiro em função do coletivo, no caso a Fecomércio BA, classificada como entidade sindical de segundo grau, e seus sindicatos filiados na capital e interior.

Também é uma competência da esfera sindical, tanto patronal quanto laboral, celebrar as CCTs – Convenções Coletivas de Trabalho –, instrumentos legais que visam garantir o equilíbrio da relação capital e trabalho. Ao longo do ano, a Federação e sindicatos realizam rodadas de negociações com o intuito de firmar CCTs justas aos seus representados, de acordo com a categoria econômica em que estão enquadrados. É um trabalho importantíssimo, que inclui a participação de especialistas do Direito, e necessário para o desenvolvimento do nosso setor, o Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o maior gerador de empregos para o Estado.

Desde o ano de 2017, a contribuição sindical anual passou a ser de natureza espontânea no Brasil. A medida vale tanto para a representação dos trabalhadores quanto para os empresários em relação ao sindicato ou, no caso das empresas inorganizadas em sindicatos, diretamente com a Federação que as represente. Mesmo sem auxílio financeiro obrigatório, o sistema sindical continua a ser fundamental no País. Um exemplo é a valorização das CCTs pela mesma lei que reformou a CLT, em 2017. Esses instrumentos coletivos tornaram-se ainda mais relevantes, pois desde então o acordado entre os representantes das classes pode sobrepor, em muitos casos, o que está contido na legislação.

Indo além das obrigações legais conferidas somente aos sindicatos e federações, estamos falando das instituições que são porta-vozes das empresas, que acompanham diuturnamente o rito dos projetos de lei que podem impactar nos negócios, que se relacionam com o poder público e a sociedade civil organizada, levantando a bandeira do comércio como setor produtivo fundamental ao desenvolvimento da Bahia e do Brasil.

Nossas instituições, que não têm fins lucrativos, precisam de recursos para se manter ativas na defesa dos empresários, além de promover eventos, ofertar serviços e fornecer informações para o mercado. A contribuição sindical, que ainda é uma das principais fontes de receita, é um valor pequeno em relação ao capital de cada empresa e que assegura a representação coletiva.

O mês de janeiro continua a ser o período do seu recolhimento. Conclamo aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo da Bahia a contribuir com seu sindicato ou diretamente com a Federação, assumindo o compromisso de continuar com o trabalho ilibado em defesa do comércio que nossa entidade trilha há quase oito décadas.

IstoÉ Dinheiro - SP   30/01/2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou nesta quarta-feira (29) a Selic, a taxa básica de juros da economia, para 13,25%, em sua primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um contexto de pressões inflacionárias.

Como havia sido previsto em dezembro, o Copom anunciou um aumento de um ponto percentual na Selic, o quarto consecutivo desde que um ciclo de ajustes foi iniciado em setembro.

Esta foi a primeira reunião do Copom com Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central do Brasil (BCB), um economista de 42 anos considerado alinhado ao presidente Lula, que substituiu Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

No comunicado, o comitê também antecipa um novo aumento da Selic — de um ponto percentual — em sua próxima reunião em março, “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação”.

– ‘Contracionista’ –

Lula teve uma relação tensa com Campos Neto, e criticava o ex-titular do Banco Cebtral por sua postura reticente a baixar os juros.

Porém, diante da incapacidade para controlar a inflação, especialmente os preços dos alimentos encarecidos pelos efeitos das secas e inundações no Brasil no ano passado, o BCB decidiu por “uma política monetária mais contracionista”.

“Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz a nota do Copom.

O Brasil fechou 2024 com uma inflação de 4,83%, acima da meta oficial que varia de 1,5% a 4,5%.

Os agentes financeiros consultados no boletim Focus do Banco Central estimam que a inflação chegará a 5,50% em 2025, contra 5,08% que previam há apenas uma semana.

– ‘Não desapareceu’ –

Com 13,25%, a Selic chega a seu nível máximo desde agosto de 2023 e é uma das taxas de juros mais elevadas do mundo.

O ajuste coincidiu com as estimativas de mais de uma centena de instituições e consultorias financeiras ouvidas pelo jornal econômico Valor.

O BCB elevou a Selic em 0,25% em setembro, 0,5% em novembro e 1 ponto percentual em dezembro.

Em agosto de 2023, tinha iniciado um ciclo de cortes progressivos, depois de um ano sem mudanças no patamar de 13,75%, que respondia ao aumento de preços pós-pandemia de covid-19.

Desde junho de 2024, quando chegou a 10,50%, se manteve estável até voltar a subir em setembro.

Lula se opõe categoricamente à elevação da Selic, argumentando que os juros elevados impedem o crescimento ao encarecerem o crédito para consumidores e investidores.

Mas o aumento da taxa básica ajuda a reduzir as pressões sobre os preços ao longo do tempo, reduzindo o consumo.

No contexto internacional, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve suas taxas de juros inalteradas nesta quarta, na faixa entre 4,25% e 4,50%, sem ceder às pressões do presidente Donald Trump, que pedia novos cortes.

Diante desta nova situação econômica e política dos Estados Unidos, o “ambiente externo permanece desafiador”, assinalou o BCB.

O Brasil registrou entre setembro e novembro a taxa de desemprego mais baixa em 12 anos (6,1%) e, no terceiro trimestre de 2024, o crescimento econômico chegou a 4% em 12 meses.

Mas o governo Lula enfrenta a desconfiança dos investidores pela expansão do gasto público.

Seu plano de ajuste fiscal anunciado em novembro não conseguiu apaziguar o mercado pois, ao mesmo tempo, o governo anunciou uma redução do imposto de renda para a classe média.

“Talvez o mais importante, a preocupação pelas contas públicas não desapareceu”, assinalou Jason Tuvey, da firma Capital Economics.

A menos de dois anos do fim de seu terceiro governo, a popularidade de Lula caiu para 47%, segundo a pesquisa Quaest publicada esta semana.

Agência Brasil - DF   30/01/2025

O Federal Reserve manteve a taxa básica de juros inalterada na faixa de 4,25% a 4,50%  nesta quarta-feira e deu poucas informações sobre quando novas reduções nos custos de empréstimos poderão ocorrer em uma economia em que a inflação permanece acima da meta, o crescimento segue firme e a taxa de desemprego é baixa.

O banco central dos Estados Unidos retirou de seu último comunicado de política monetária o trecho que dizia que a inflação "progrediu" em direção à meta de inflação de 2% do Fed, destacando apenas que o ritmo de aumento dos preços "continua elevado".

As leituras recentes dos principais índices de inflação permanecem cerca de 0,50 ponto percentual ou mais acima da meta do Fed.

As autoridades do Fed dizem acreditar amplamente que o progresso na redução da inflação será retomado este ano, mas agora mantiveram os juros inalterados enquanto aguardam dados que confirmem isso.

"A atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. A taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas", disse o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central, que define a política monetária, em um comunicado após o final de sua última reunião de dois dias.

"Ao considerar a extensão e o momento de ajustes adicionais na faixa da taxa básica, o Comitê avaliará cuidadosamente os dados que estão chegando, a evolução das perspectivas e o equilíbrio dos riscos", afirmou.

A decisão unânime de manter a taxa de juros overnight na faixa atual de 4,25% a 4,50%, juntamente com a nova declaração, coloca o Fed em modo de espera enquanto autoridades aguardam mais dados sobre inflação e emprego e mais clareza sobre o impacto das políticas do presidente norte-americano, Donald Trump.

O governo Trump já tomou medidas para deportar alguns imigrantes sem documentos e congelar gastos federais, e pode ampliar seu alcance para impor, já neste fim de semana, novas tarifas de importação sobre importantes parceiros comerciais, como México e Canadá.

O chair do Fed, Jerome Powell, dará uma coletiva de imprensa para falar sobre a reunião de política monetária desta semana.

A decisão de manter a taxa de política monetária estável foi amplamente antecipada após três cortes consecutivos na taxa básica em 2024, que reduziram a taxa de referência do Fed em 1 ponto percentual.

Há um debate no banco central sobre o quanto os juros ainda precisam cair, com formuladores de política monetária prevendo talvez dois cortes de 0,25 ponto percentual ao longo do ano.

Autoridades dizem que querem ver se a inflação continua a cair para a meta do Fed nos próximos meses antes de flexibilizar a política monetária novamente, ao mesmo tempo em que expressam incerteza sobre o efeito que os planos de Trump terão sobre as pressões de preços, o mercado de trabalho e o crescimento econômico.

O Estado de S.Paulo - SP   30/01/2025

Na primeira reunião como presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo liderou o Comitê de Política Monetária (Copom) a promover mais uma alta de 1 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic), para 13,25% ao ano. O roteiro já era esperado. Em dezembro, os integrantes da diretoria do BC já haviam sinalizado essa magnitude de aumento.

O BC lida com um cenário bastante complicado. As expectativas de inflação para este e os próximos anos estão distantes da meta de 3% — e até fora da margem de tolerância, que é de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

Os analistas do mercado financeiro consultados pelo boletim Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central, projetam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar este ano em 5,5%, portanto, acima do teto da meta. Para 2026, a previsão é de 4,22%.

Entre os economistas, há uma leitura de que o Banco Central vai ter dificuldade de trazer as expectativas de inflação para baixo se o governo não encaminhar melhor a parte fiscal, o que permitiria uma redução da percepção de risco e abriria espaço para uma melhora dos preços dos ativos brasileiros, como câmbio e juros, e, consequentemente, da inflação.

O risco é visto como elevado no Brasil, porque a economia brasileira já é altamente endividada para um país emergente e, por ora, não há uma sinalização de estabilização dessa dívida. No fim do ano passado, a equipe econômica apresentou um pacote de contenção de gastos para melhorar a situação fiscal, mas as medidas foram consideradas insuficientes.

O cenário é ainda mais difícil porque o governo deu um importante impulso fiscal na atividade econômica. Houve, por exemplo, o pagamento de precatórios, atrasados do governo Jair Bolsonaro, e a volta da política de ganho real do salário mínimo, que acaba repercutindo em outros benefícios sociais. O resultado é que a economia cresce acima do potencial, e o marcado de trabalho está apertado, ampliando as pressões inflacionárias.

Com um fiscal tão incerto, o que o Banco Central pode fazer para trazer as expectativas de inflação para baixo? Quatro economistas convidados pelo Estadão analisam o desafio da autoridade monetária.
Luis Otávio Leal: ‘Parece muito difícil que o BCB consiga, apenas com aumentos de juros, trazer a inflação para a meta’

Um dos conceitos mais falado, tanto pelo ministério da fazenda, quanto pelo Banco Central do Brasil (BCB), é o da “coordenação entre política monetária e política fiscal”. Mas o que é isso?

De forma bem resumida, se essa tal “coordenação” fosse bem-feita, teríamos uma suavização dos ciclos econômicos. Ou seja, em períodos recessivos, quando o principal problema econômico não é a inflação, o governo faria uma política fiscal ativa, reduzindo os impostos e/ou aumentando os gastos, enquanto o BCB reduziria os juros, de modo a minimizar a queda da atividade.

O período posterior à crise financeira de 2008 e durante a pandemia da covid-19 entre 2020 e 2021 são exemplos em que este tipo de “coordenação” faz sentido. Por outro lado, em momentos de crescimento acima da capacidade de oferta da economia, quando o principal problema econômico é a inflação, ocorre o inverso, o governo deveria reduzir os gastos, e o BCB aumentar os juros, de forma a reequilibrar a economia, impedindo que a inflação saia de controle. A situação atual é um exemplo clássico onde esse tipo de “coordenação” deveria ser implementado. “Deveria”, mas estamos longe disso, apesar do discurso oficial do governo.

O Brasil deve ter tido um déficit ao redor de R$ 40 bilhões em 2024, aparentemente um resultado bastante auspicioso, considerando que em 2023 este tinha sido de R$ 264 bilhões. Olhando apenas para estes dados, podemos dizer que houve realmente uma redução do impulso fiscal e que o governo estaria fazendo a sua parte na tal “coordenação”. Só que, a palavra “aparentemente”, usada acima, tem um peso importante nesta análise.

O déficit de 2023 foi inflado pelo pagamento, no apagar das luzes do ano, de R$ 92,4 bilhões de precatórios federais, sendo que R$ 32,2 bilhões, foram antecipações do montante a ser pago em 2024. Isso é importante porque, apesar da questão contábil ter sido resolvida, o impacto econômico do pagamento dos precatórios ocorreu em 2024, e não em 2023.

Fazendo os ajustes, o déficit “econômico” de 2023 fica ao redor de R$ 170 bilhões, enquanto o de 2024 próximo de R$ 130 bilhões. Convenhamos, uma redução do impulso fiscal, bem menos expressiva. E o pior, esse resultado só foi alcançado porque tivemos um aumento nominal de 13,6% na receita, dado que as despesas cresceram nominalmente 13,0% no ano passado.

Portanto, apesar de “aparentemente” o governo estar fazendo a sua parte na “coordenação” com a política fiscal, isso acaba sendo verdade apenas contabilmente. Economicamente, que é o que importa, o governo continuou apertando o acelerador em 2024, de modo que não chega a ser surpreendente que o crescimento do ano passado deva chegar a 3,5%, claramente acima do potencial, e que a inflação tenha mostrado aceleração entre 2023 e 2024.

A conclusão é que, neste cenário, onde o governo não faz a sua parte na tal “coordenação” entre política fiscal e monetária, parece muito difícil que o BCB consiga, apenas com aumentos de juros, trazer a inflação para meta e reancorar as expectativas. Até porque, elas estão desancoradas, não porque o mercado ache que o BCB está sendo leniente com a inflação, mas porque, enquanto a autoridade monetária põe o pé no freio da economia, o governo aperta o acelerador. Nessas circunstâncias, normalmente, o carro da um “cavalo de pau”.

O pior é que não dá para esperar algo diferente daqui para frente. O desastrado anuncio do pacote fiscal, a questão do Pix, as tentativas de trazer a inflação dos alimentos para baixo e, até a escolha do seu “marqueteiro” de campanha para ser ministro das Comunicações, mostram que o governo está mais preocupado com a eleição de 2026 do que com equilíbrio da economia brasileiro.

E assim nos vamos, com os juros sendo elevados nessa semana para 13,25% ao ano, a promessa de que chegue a 14,25% ao ano ao final do 1º trimestre do ano e a provável necessidade de alcançar 15,00% antes do final do 1º semestre. E o pior, sem a esperança de que a inflação desacelere.

*É economista-chefe da G5 Partners
Luiz Fernando Figueiredo: ‘Ou o governo amplia o resultado fiscal, ou o BC terá muita dificuldade de trazer a inflação à meta’

Uma importante pergunta a respondermos hoje é se o BC será capaz de reancorar as expectativas e trazer a inflação à meta com tanta incerteza fiscal? Infelizmente, a resposta é não!

Do início de 2024 para agora, a perspectiva de déficit primário praticamente não mudou, mesmo considerando os gastos que ficaram à margem do orçamento, chamados de gastos parafiscais.

Mas, quando vemos a trajetória da dívida, a história é outra. A nossa dívida pública está crescendo quatro pontos do PIB por ano e isso se deve a importante mudança de ambiente neste ano que passou.

Esperávamos no início de 2024 que o déficit primário ficaria perto de 0,25% do PIB, mas que a taxa de juros poderia cair de forma sustentável até 9% ao ano. O cenário mudou completamente, em grande medida, pelo receio da piora fiscal. O BC não só teve de abortar a queda como teve de começar a subir novamente. Hoje, a perspectiva é de que os juros cheguem a 14,5%/15,00%, sendo assim, a dívida passou a crescer muito mais rapidamente.

No final, ou o governo reage a esta mudança, ampliando o resultado fiscal, ou o trabalho do BC terá muita dificuldade de nos levar a uma reancoragem das expectativas de inflação e a trazer a inflação à meta de 3% ao ano ao longo do tempo.

*É ex-diretor do Banco Central e presidente do conselho da JiveMaua Investments

Rafaela Vitória: ‘Queda da inflação hoje depende muito mais do ajuste fiscal e da retomada da confiança na política fiscal’

Após muitas incertezas nas reuniões anteriores, o Copom elevou a taxa Selic em 100 pontos-base (1 ponto porcentual), em linha com o consenso de mercado e seguindo seu último guidance. Apesar de ser uma decisão hawkish (dura) e um choque de juros significativo, a inflação deve seguir acelerando nesse começo de 2025 e esperamos um pico para o IPCA de 5,6% em agosto, fechando o ano em 5,1%.

Nossa expectativa é de que a Selic deva chegar a 15% no final do ciclo, um juro real próximo de 10%. Ainda assim, não temos uma expectativa de convergência rápida da inflação para a meta. A política monetária perdeu a potência em relação aos ciclos anteriores, mesmo com a redução do crédito direcionado, com o fim da TJLP, e a independência do Banco Central.

A aceleração do gasto público a partir de 2023 impulsionou a economia para além do seu potencial e a inflação de serviços voltou para o patamar de 6% ao ano e deve demorar para ceder mesmo com o maior aperto monetário.

A queda da inflação hoje depende muito mais do ajuste fiscal e da retomada da confiança na política fiscal, o que não é o cenário-base do mercado. Portanto, a Selic pode permanecer no elevado patamar de 15% por tempo prolongado, aumentando o custo do ajuste para a economia, tanto acelerando a dívida como potencialmente causando uma queda do PIB e aumento do desemprego.

*É economista-chefe do banco Inter
Sergio Vale: ‘Dificuldade para o BC será cada vez maior e a indefinição dos rumos da política fiscal vai demandar ainda mais juros’

Ao errar a dose do necessário ajuste fiscal, o governo ficou dependente de o Banco Central conseguir controlar, sozinho, a inflação. Mas as dúvidas com a política econômica e com o cenário externo são de tal ordem que as expectativas de inflação não param de subir, a despeito dos sinais recentes mais agressivos por parte do BC.

Certamente não estamos em dominância fiscal ainda, nem em 2015, primeiro ano do segundo mandato de Dilma. Mas, ao seguir aumentando sua impopularidade, cada vez mais o risco aumentará de o governo ser pressionado por políticas que tentem gerar crescimento.

Se nem com todos os bons números de 2024, o governo Lula consegue sair da lona na popularidade, o que fazer para chegar bem em 2026? Esse risco de desajustar a economia ainda mais coloca em apreensão o que pode ser o cenário em ano eleitoral.
A dificuldade para o BC será cada vez maior e a indefinição dos rumos da política fiscal vai demandar ainda mais juros, pela piora contínua nas expectativas. Com juros necessariamente mais elevados, Lula pode chegar com crescimento econômico bastante baixo na eleição e colocar sua reeleição em risco. Tudo obra e fruto exclusivamente das indefinições fiscais do governo.

A alta de juros certamente não deve parar em 14,25%, mesmo o BC não sinalizando os próximos passos depois da próxima reunião. Mas coloca a indicação que são tantos os riscos presentes que não será difícil ver a Selic se aproximar de 16%.

Globo Online - RJ   30/01/2025

O encerramento do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, com a manutenção da taxa básica entre 4,25% e 4,5%, tem um efeito sobre os juros mundo afora. Isso porque os juros americanos são uma espécie de patamar mínimo de juros global, explica o economista Thiago Moraes Moreira, professor do Ibmec-RJ. Como o dólar e os títulos públicos americanos (os Treasures) são considerados os investimentos mais seguros do planeta, quando a taxa básica da economia americana se estabiliza em patamar considerado alto para padrão local, indica que os juros tendem a ficar mais alto nos demais países para poderem atrair capital para seus respectivos mercados. No Brasil, a estimativa de consenso é que a Selic chegue a 15% ao fim do ano, mas já há quem fale até 17%, diz Moreira.

- Os juros mais altos são perigosos para a economia global, inflação com juros altos levam à desaceleração da economia, seja por redução de investimentos ou do consumo das famílias, ou pelos dois. Se ultrapassarmos os 15% aqui no Brasil haverá uma desaceleração grande da economia, que pode levar o PIB a crescer 0,5% ou até zero, depois de uma alta que deve ultrapassar 3,5% em 2024, e o desemprego pode voltar à casa de pelo menos 8%. É difícil competir com juros reais de 10% e os investimentos serão reduzidos, assim como o crédito ao consumidor ficará mais caro. Fica difícil convencer alguém a investir, quando sem risco nenhum um título público lhe garante 10% - diz o economista.

E acrescenta:

- A política de Trump, de aumentar tarifas, como disse que fará com Canadá, México e China, e deportação de imigrantes tem um impacto inflacionário, o que deve manter os juros nos EUA mais altos.

Moreira ressalta que, apesar do discurso de parte do mercado que o crescimento da economia vem sendo "anabolizado" pelo gasto público, até aqui o gasto privado vem crescendo praticamente o dobro do que se registra no gasto público:

- O mercado tem uma hipersensibilidade às declarações do governo e pode autorrealizar a profecia de fiscal e inflação descontrolados, se continuar com essas previsões de juros chegando a quase 20%. A verdade é que até aqui o governo não se mostrou irresponsável pelo lado fiscal. O gasto que mais vem crescendo é o privado, 7,5% contra 4% do gasto público. O discurso de parte do mercado é que a economia está "anabolizada" pelo gasto do governo, mas esse não é o fato. A Selic, estabelecida pelo Copom, é apenas um ponto na curva de juros, mas o mercado financeiro forma a chamada “curva de juros” e pode fazer com que a expectativa de alta cresça e autorrealizá-la.

E o aumento de juros, como ferramenta para conter a inflação, não é remédio para todos os problemas. No caso dos alimentos, grupo que mais pesou para que a taxa superasse a meta, é muito pouco afetado pela alta da Selic. Influenciada por efeitos climáticos mundo afora, quebras de safra, como aconteceu, por exemplo, com o café, pelo efeito do câmbio, a inflação de alimentos precisa de outros remédios que não estão no cardápio do Banco Central:

- Os antídotos para a inflação de alimentos são outros e terão que vir do governo, como informou de forma atabalhoada o ministro. Imposto é um caminho, mas também a discussão de margens com os vendedores, pois a lucratividade nesse setor é muito relevante. Não à toa o governo andou conversando com a Abras. O incentivo à maior concorrência nas redes varejistas de alimentos é uma alternativa - diz Moreira, do Ibmec-RJO encerramento do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, com a manutenção da taxa básica entre 4,25% e 4,5%, tem um efeito sobre os juros mundo afora. Isso porque os juros americanos são uma espécie de patamar mínimo de juros global, explica o economista Thiago Moraes Moreira, professor do Ibmec-RJ.

IstoÉ Dinheiro - SP   30/01/2025

Nomeado como secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick disse que as tarifas sobre produtos da China devem ser as mais altas, mas não descartou impor taxas sobre países aliados, como a União Europeia. “O fato de não podermos vender carros elétricos na Europa é errado, eles estão nos desrespeitando e quero ver isso acabar”, disse, ao ser questionado em audiência no Senado americano para confirmar sua indicação ao cargo, nesta quarta-feira.

O bilionário defendeu repetidamente que o modelo de tarifas sugerido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, se baseia em recobrar o respeito de pares internacionais.

No caso de China, México e Canadá, Lutnick disse que as tarifas excepcionais serão aplicadas somente se os países falharem em cumprir as exigências sobre controle de fronteiras e de exportações de fentanil para os EUA.

Ele esclareceu que, além dessas taxas, pretende aplicar tarifas regulares sobre outros países de modo generalizado, sem definir indústrias específicas. “Essas tarifas ainda vão ser estudadas até abril, a partir de quando poderão ser aplicadas”, explicou.

Ressaltando objetivo de garantir segurança nacional dos EUA, Lutnick defendeu que o país precisa trazer toda a cadeia de produção de chips e controlar a oferta. Além disso, o bilionário sugeriu que os americanos precisam ampliar mineração e produção de matérias-primas necessárias. “Temos que mudar a regulação ambiental dos EUA para desbloquear o potencial dos EUA”, frisou.

“Não é qualquer país que tem nossas inovações e capacidade industrial. Deixe que os outros venham e coloquem suas indústrias aqui”, afirmou Lutnick, sugerindo que os EUA devem ampliar o controle da produção e tecnologia industrial global. Do contrário, o bilionário defende a ampliação de tarifas e restrições comerciais.

Lutnick disse ainda que a rápida ascensão da DeepSeek com suas inovações em inteligência artificial (IA) é “enfurecedora” e uma “afronta” aos EUA por utilizar tecnologia americana Ada Nvidia. Segundo ele, os legisladores precisam encontrar um meio bipartidário para regular as políticas nacionais para o comércio de IA e chips.

Mais cedo, o bilionário disse que revisaria as políticas da gestão de Joe Biden, incluindo a destinação de subsídios para fábricas de semicondutores nos EUA, para garantir que as medidas são “efetivas”.

Infomoney - SP   30/01/2025

A mensagem do Comitê de Política Monetária (Copom) foi “telegrafada” e o novo presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, chegou com a decisão “já meio tomada”. Na avaliação de Caio Megale, economista-chefe da XP, a sinalização prévia de que a Selic subiria mais 1 ponto percentual na primeira reunião foi acertada, após um mês de dezembro tumultuada.

O economista disse que o mercado chegou a temer a possibilidade do Banco Central estender a perspectiva de subir mais 1 ponto percentual – prevista para março – também na reunião de maio.

“Ainda tem muita água para passar por debaixo da ponte até maio. [O Copom] deixa as portas abertas, as expectativas de inflação seguem pressionadas, mas ele também começa a ver sinais de desaceleração da economia”, disse Megale, durante live da XP sobre a decisão do Banco Central, que também foi transmitida pelo InfoMoney.
“O BC não toca no assunto explicitamente, mas quando ele faz o balanço de riscos entre o que pode fazer com a que inflação seja mais alta ou mais baixa do que o esperado, ele coloca uma possível desaceleração da economia que diminua a pressão dos preços lá na frente”, afirma o economista.
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Isso, segundo ele, corrobora com a perspectiva de que o Copom deve reduzir o ritmo de altas a partir de maio, que é a atual aposta da XP. Megale lembra, contudo, que a inflação segue bastante acima do centro da meta, ainda que dentro do intervalo de tolerância.

“Tem um esforço de política monetária ainda a ser feito”, disse o economista. “O câmbio deu uma acomodada, mas o cenário ainda está muito sensível ao que pode acontecer nos Estados Unidos, China e à nossa política fiscal quando o Congresso voltar”.

“Se chegar em maio e economia de fato tiver desacelerado, com o cambio se mantendo em patamares atuais, tirando pressão sobre inflação, o BC reduz o passo”, afirmou Megale.
Dinâmica dos investimentos

Por enquanto a XP mantém a projeção de Selic terminal em 15,5%, patamar em que deve se manter até o final do ano.

“Abrimos o ano com uma demanda fortíssima de clientes querendo passar toda a carteira para pós-fixado”, conta Ana Carolina Salles Leite Viseu, sócia e gestora de portfólio da Sonata, que também participou da live.

“É interessante, no curto prazo, estar posicionado no CDI, só que para o longo prazo as oportunidades estão vindo agora”, complementa, se referindo a remuneração de títulos que já pagam IPCA mais 8%.

“Numa eventual mudança de governo ou um aumento de rigor fiscal, a gente vai ver de novo o fechamento de spreads”. Segundo ela, dentro da tendência de dolarização de investimentos, a gestora também gosta de bonds nos Estados Unidos para proteger o capital em termos reais.
“No ano passado a gente viu que nem o CDI os nossos investimentos. O dólar subiu 27%, enquanto o CDI subiu 10%, 11%. Quem tava só no CDI ficou mais pobre”, lembra.

No mercado acionário, Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, diz que a alta de juros já está precificada na curva do mercado – logo, nas ações brasileiras também. “Em qualquer corte que a gente faz na Bolsa, a gente vê que as empresas estão pouco endividadas, pagando poucos dividendos e com preços bastante atrativos.”

Ana Carolina, da Sonata, diz que já ficou provado que só o fato da Bolsa estar barata não é gatilho suficiente para alta. “Precisa de um trigger de curto prazo e acredito que, no caso, seria o fluxo. [ ] Os juros de dez anos nos Estados Unidos precisa manter estabilidade ou indicar queda e o dólar teria que ficar menos forte para atrair fluxo para emergentes”, afirma.

Infomoney - SP   30/01/2025

A confiança da indústria no Brasil voltou a recuar em janeiro, em movimento puxado pela piora nas expectativas do setor para os próximos meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (29).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,3 ponto em janeiro na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados da FGV, chegando a 98,4 pontos, menor nível desde maio do ano passado (98,0 pontos).

“A confiança da indústria inicia o ano em queda, refletindo cautela dos empresários quanto às expectativas futuras e desaceleração nos indicadores de presente. Apesar dos estoques seguirem em níveis satisfatórios, a percepção sobre a demanda é pior entre as categorias de uso”, afirmou em nota Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em janeiro, houve queda da confiança em 10 dos 19 segmentos industriais pesquisados, de acordo com a FGV.

O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses e principal responsável pelo recuo do índice geral, caiu 2,7 pontos, a 95,9 pontos.

Já o Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, ficou quase estável, subindo 0,1 ponto, para 100,9 pontos.

Para as expectativas, os destaques foram as pioras nos indicadores de produção nos três meses seguintes, com baixa de 4,3 pontos, a 94,3 pontos, e de ímpeto sobre as contratações, com recuo de 3,4 pontos, para 98,7 pontos.

“O cenário macroeconômico de taxa de juros em alta e o câmbio desvalorizado pode representar um novo desafio para o setor industrial, após um ano de bons resultados”, completou Pacini.

Em dezembro, o Banco Central acelerou o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano. O BC ainda previu mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua próxima decisão de juros nesta quarta-feira.

IstoÉ Dinheiro - SP   30/01/2025

Com a alta da Selic feita nesta quarta-feira, 29, o Brasil se manteve como o país com o segundo maior patamar de juros reais de todo o mundo.

Agora, com Selic a 13,25%, os juros reais no Brasil ficam em 9,18%, conforme levantamento da MoneYou. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa em 1 ponto percentual (p.p.), de 12,25% anteriores.

Assim, o Brasil segue atrás somente da Argentina, que tem juros reais de 9,36%.

A taxa de juros real é a taxa de juros ajustada pela inflação, refletindo o verdadeiro custo do crédito ou o retorno de um investimento, descontando a perda do poder de compra causada pela inflação.

Para o ranking, a MoneYou considera os 40 países mais relevantes do mercado de renda fixa mundial nos últimos 25 anos.

A taxa de juro real do Brasil, que é o resultado do juro nominal descontada a inflação, está em 9,18% ao ano.

Atrás do Brasil e Argentina, aparecem Rússia, México e Indonésia. Veja abaixo o ranking:

Ranking de juros reais
Argentina: 9,36% Brasil: 9,18% Rússia: 8,91% México: 5,52% Indonésia: 5,13% Colômbia: 5,01% República Checa: 3,30% África do Sul: 2,95% Filipinas: 2,57% Hong Kong: 1,99% Reino Unido: 1,46% Malásia: 1,39% Chile: 1,29% Índia: 1,29% Hungria: 1,28% Cingapura: 1,25% Itália: 1,19% Israel: 1,17% Tailândia: 1,16% China: 1,14%

Olhando para os juros nominais, o Brasil é o 4º país no ranking. Quem lidera é a Turquia, com uma taxa de 45%.

Em seguida, aparecem Argentina e Rússia, com 32% e 21%, respectivamente.
Turquia: 45,00% Argentina: 32,00% Rússia: 21,00% Brasil: 13,25% México: 10,00% Colômbia: 9,50% África do Sul: 7,75% Hungria: 6,50% Índia: 6,50% Filipinas: 5,75% Indonésia: 5,75% Polônia: 5,75% Chile: 5,00% Hong Kong: 4,75% Reino Unido: 4,75% Estados Unidos: 4,50% Israel: 4,50% Austrália: 4,35% Nova Zelândia: 4,25% República Checa: 4,00%Como foi a decisão do Copom que elevou a Selic para 13,25%

O Copom decidiu, de forma unânime, pelo aumento de 1p.p. na taxa básica de juros, elevando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. O aumento já era esperado pelo mercado desde o comunicado de dezembro, .

A Selic chegou ao seu maior valor desde setembro de 2023, quando baixou de 13,25% para 12,75% ao ano. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa.

Essa reunião de janeiro foi a primeira com Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, após o encerramento do mandato de Roberto Campos Neto.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o comunicado do BC.

O aumento já era esperado pelo mercado e o ciclo de aperto monetário deve seguir. A expectativa é que na próxima reunião, marcada para o dia 19 de março, deva acontecer mais um aumento de 1 pp por conta do ambiente fiscal incerto – conforme sinalizado em guidance pela própria autoridade monetária. O mercado prevê que a taxa Selic deva terminar 2024 em 15%.

Infomoney - SP   30/01/2025

O Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 7,953 bilhões em janeiro até o dia 24, em movimento puxado tanto pela via financeira quanto pela comercial, informou nesta quarta-feira (29) o Banco Central.

Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado.

Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 3,942 bilhões em janeiro até o dia 24. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações.
Pelo canal comercial, o saldo de janeiro até o dia 24 foi negativo em US$ 4,012 bilhões.

Na semana passada, de 20 a 24 de janeiro, o fluxo cambial total foi negativo em US$ 4,149 bilhões.

O Estado de S.Paulo - SP   30/01/2025

A arrecadação de impostos e contribuições federais cresceu quase 10% (+9,62%) em termos reais em 2024, como divulgou hoje (28/1, terça) a Receita Federal. Já as receitas primárias do governo central - que incluem, além da arrecadação de impostos e contribuições federais, itens como dividendos, receitas de concessões, royalties etc. - tiveram alta até novembro, em termos reais, de 8,1%, comparado ao mesmo período de 2023. Este último dado é da Secretaria do Tesouro Nacional, e os números de dezembro ainda não foram divulgados.

Seja como for, o crescimento da receita em 2024 foi impressionante. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, encaminhado em 2023, o governo previu um aumento nominal de 19,3% nas receitas administradas pelo governo central. Mesmo com a inflação de 2024 em 4,83% (IPCA), bem maior que o esperado no início do ano, a projeção de receita do PLOA 2024 mostrou-se excessivamente otimista.

Por outro lado, havia exagerado pessimismo na época sobre o potencial de crescimento da arrecadação em 2024. Um relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI, ligada ao Senado), de setembro de 2023, previa crescimento nominal, em relação a 2023, de apenas 6,3%.

Em 2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez sua grande ofensiva para aumentar a arrecadação, principalmente fechando brechas pelas quais empresas e pessoas ricas pagavam menos tributos. Fundos exclusivos e offshore foram taxados, o governo recuperou o voto de Minerva no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), restringiu-se o abatimento de impostos estaduais na base de impostos federais e se facilitaram as transações tributárias (negociação entre a Receita e empresas contribuintes), entre outras medidas.

O ceticismo foi a tônica em relação às projeções do governo sobre quanto conseguiria arrecadar em 2024 com sua agenda tributária, lançada basicamente em 2023. Do PLOA 2024 constavam um conjunto de medidas (incluindo as mencionadas e outras) que trariam, nas contas do governo, cerca de R$ 270 bilhões de arrecadação extra.

Como nota o economista Manoel Pires, especialista em temas fiscais do IBRE-FGV, o governo arrecadou menos em 2024 com aquelas medidas do que esperava, mas essa frustração de receita foi compensada por um crescimento econômico no ano passado (que aumentou a arrecadação) bem acima das estimativas do mercado e do próprio governo. Segundo o sistema Focus de expectativas do mercado, 2024 se iniciou com previsão de crescimento de 1,59%, e terminou com uma projeção de que o PIB tenha crescido 3,49%.

Ainda assim, aponta Pires, até o final de 2024 o governo manteve esforços para compensar frustrações de receita, com arrecadação maior de dividendos e medidas compensatórias da desoneração da folha. Nesse último caso, incluindo um "refis" de multas devidas a agências reguladoras, atualização de ativos do IR, apropriação pelo Tesouro de dinheiro "esquecido" nos bancos e repatriação com regularização de recursos no exterior.

Entre mortos e feridos, o governo deve ter cumprido a meta de resultado primário em 2024 (zero, com intervalo de tolerância de 0,25% do PIB para mais e para menos), e o grande esforço de arrecadação iniciado em 2023 sem dúvida foi fundamental para isso.

Para 2025, nota Pires, há ainda um rescaldo de medidas já aprovadas, como a ampliação do leque de possibilidades de transação tributária, que possivelmente pode trazer surpresa positiva para a arrecadação. Ele acrescenta, porém, que há mais dificuldade de aprovação da agenda do governo no Congresso e o crescimento este ano, ao que tudo indica, ficará bem abaixo dos projetados 3,5% de 2024.

"É muito difícil manter esse ritmo num ambiente internacional mais volátil, com a economia já tendo atingido o pleno emprego, com pouca capacidade ociosa, os juros subindo e a própria promessa do governo de ter uma política fiscal um pouco menos estimulativa", comenta Pires.

É muito difícil, portanto, que 2025 reproduza a surpresa positiva de arrecadação de 2024.

MINERAÇÃO

CNN Brasil - SP   30/01/2025

A produção de minério de ferro da Vale caiu 4,6% no quarto trimestre ante o mesmo período de 2023, após a companhia decidir reduzir o volume de produtos de alta sílica para priorizar minérios que rendem maior margem, informou a companhia nesta terça-feira (29).

Uma das principais mineradoras de minério de ferro do mundo, a Vale produziu 85,28 milhões de toneladas da commodity entre outubro e dezembro.

A produção do Sistema Sul, que reúne minas mais antigas e com menor teor de ferro, recuou mais de 40% no quarto trimestre ante um ano antes, enquanto a importante mina S11D, no Pará, atingiu um recorde de produção, destacou a empresa, em relatório de produção e vendas.

Com isso, as vendas de minério de ferro no quarto trimestre caíram 10,1% ante o mesmo período de 2023, para 81,2 milhões de toneladas, o que se refletiu em maiores prêmios.

O prêmio “all in” subiu US$ 2,9 por tonelada ante o terceiro trimestre, totalizando US$ 4,6 por tonelada, com o prêmio médio dos finos de minério de ferro atingindo US$ 1 por tonelada no trimestre.

Em relatório a clientes, o BTG Pactual afirmou que a produção no quarto trimestre veio abaixo do esperado pelo banco, que era de 83 milhões de toneladas, mas citou entender a estratégia da companhia, “de remover toneladas de alta sílica de um mercado que tem sido claramente punitivo a contaminantes”.

“No final das contas, a Vale está tomando uma decisão sensata para proteger as realizações de preços de minério de ferro e o mix de produtos, mas acreditamos que o mercado precisará de mais clareza sobre a estratégia futura para entender a extensão da lacuna entre embarques e produção no futuro”, afirmou o BTG, na relatório.

As ações da Vale pressionaram a queda do Ibovespa nesta terça-feira ao encerrarem em baixa de 2,4%, cotadas a R$ 52,65, pouco antes da publicação do relatório de produção.

Produção anual

Apesar do recuo trimestral, a produção total de minério de ferro em 2024 cresceu 2% e alcançou 327,68 milhões de toneladas, maior volume desde 2018, superando a previsão original que apontava para o intervalo entre 310 milhões e 320 milhões. Em dezembro, a companhia havia publicado previsão atualizada, que estimava 328 milhões de toneladas.

Já as vendas de minério de ferro no ano passado cresceram 1,9%, para 306,65 milhões de toneladas.

Para este ano, a previsão é produzir entre 325 milhões e 335 milhões de toneladas de minério de ferro.

A mina S11D, no Pará, produziu 23,67 milhões de toneladas no quarto trimestre, alta de 17,5%% na comparação com o mesmo período um ano antes, informou a Vale.

Já o Sistema Sul, que engloba minas nos complexos de Paraopeba e Vargem Grande, em Minas Gerais, produziu 11,24 milhões de toneladas no quarto trimestre, uma queda de 40,7% ante o mesmo trimestre do ano anterior.

A produção de pelotas da Vale no quarto trimestre totalizou 9,17 milhões de toneladas, queda de 6,9% versus igual período do ano anterior, principalmente devido ao desempenho da instalação de Vargem Grande, impactada por manutenções em novembro e dezembro.

Gabriel Monteiro: Ainda há muita pressão na moeda brasileira | CNN NOVO DIA

O preço médio realizado de finos de minério de ferro no quarto trimestre foi de US$ 93 por tonelada, queda de 21,4% ante o mesmo período de 2023, em grande parte devido ao prêmio médio mais elevado e aos preços maiores de minério de ferro.
Metais básicos

A Vale afirmou que a produção de cobre subiu 2,7% em relação ao ano anterior no quarto trimestre, a 101,8 mil toneladas, impactada pelo forte desempenho operacional em Salobo e Sudbury e o ramp-up das minas subterrâneas de Voisey’s Bay.

A produção de níquel avançou 1,3%, sobre um ano antes, totalizando 45,5 mil toneladas, refletindo principalmente a maior produção em Onça Puma após a reforma do alto forno e o melhor desempenho em Sudbury e Voisey’s Bay.

Valor - SP   30/01/2025

Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) alega que a iniciativa desrespeita a legislação ambiental vigente e ameaça o desenvolvimento econômico do Estado

Entidades ligadas à indústria e ao setor de mineração em Minas Gerais reagiram contra nova exigência, feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em processos de licenciamento ambiental para empreendimentos na Mata Atlântica. Com a medida, as novas licenças só poderão ser emitidas após a anuência prévia do próprio órgão federal.

O Sindicato da Indústria Mineral de Minas Gerais (Sindiextra-MG) chegou a protocolar um mandado de segurança, no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), para suspender a norma do Ibama.

A manifestação pública contra o novo procedimento exigido pelo Ibama partiu da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). A entidade alega que a iniciativa desrespeita a legislação ambiental vigente e ameaça o desenvolvimento econômico do Estado.

Juntos, a Fiemg e o Sindiextra-MG sustentam, em nota, que a política implementada pelo Ibama “poderá gerar prejuízos irreparáveis decorrentes da morosidade processual, e levar à inviabilidade do desenvolvimento das atividades minerais”.

Ainda no comunicado, o presidente da federação, Flávio Roscoe, argumenta que a decisão é ilegal por ferir a Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/06) e a Lei Complementar 140/2011, além de contrariar pareceres da Advocacia-Geral da União (AGU).

A Fiemg alerta que, nos últimos dois anos, apenas 21% dos 755 novos processos de licenciamento foram concluídos pelo Ibama. A entidade usa estes dados para se referir à “incapacidade operacional” do órgão ambiental e ao “risco de paralisar projetos fundamentais para o desenvolvimento econômico de Minas e do Brasil”.

A federação relata ainda que a decisão do Ibama provocou reações de outras entidades favoráveis ao interesse do estado mineiro. De acordo com a Fiemg, a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) também se manifestou contrária à decisão do órgão ambiental, enviando uma carta ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, solicitando o cancelamento do Despacho Decisório.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais declarou que a anuência do Ibama não traz proteção adicional, mas apenas mais uma etapa administrativa no processo de licenciamento.

“Entre os anos de 2023 e 2024, período em que o Ibama não estava analisando anuências no Estado de Minas Gerais, houve uma queda expressiva no desmatamento no Bioma Mata Atlântica em Minas Gerais, com redução de 25% em 2023, em relação a 2022, e 37% em 2024, em relação a 2023”, afirmou a secretária da pasta, Marília Melo.

Desmonte no governo Bolsonaro

Questionado sobre a manifestação das entidades mineiras, o Ibama não respondeu até o fechamento deste texto. O órgão ambiental e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima têm atribuído os atrasos nos processos ao desmonte sofrido pelas áreas de licenciamento durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Isso foi agravado, no início do atual governo, com a longa greve de servidores que reivindicavam reposição de salário. Atualmente, a instituição realiza processo seletivo para contratar novos técnicos da carreira de analista ambiental.

Bioma mais devastado do país

Sobre a preservação da Mata Atlântica, especialistas a consideram como o bioma mais devastado do país. A Fundação SOS Mata Atlântica informa que restam apenas 24% da floresta que existia originalmente, sendo que apenas 12,4% estão classificados como mata madura e bem preservada.

Ainda sobre o licenciamento de empreendimentos em Minas Gerais, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, na última sexta-feira (24), o decreto estadual que flexibilizava regras de consulta prévia aos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais que vivem nas áreas afetadas pelos projetos. A nova regra foi criada no ano passado pelo governador Romeu Zema (Novo) e contestada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Valor - SP   30/01/2025

Bancos e corretoras destacaram o bem-sucedido processo de otimização de produção e vendas de minério de ferro em detrimento de maiores volumes movimentados

Os resultados operacionais da Vale vieram dentro do esperado pelos analistas no quarto trimestre, com bancos e corretoras destacando o bem-sucedido processo de otimização de produção e vendas de minério de ferro em detrimento de maiores volumes movimentados.

Na noite de terça-feira (28), a mineradora divulgou que teve produção de 85,3 milhões de toneladas de minério de ferro entre outubro e dezembro, queda de 5% na comparação anual. Já as vendas ficaram em 81,2 milhões de toneladas trimestre, redução de 10,1% sobre o mesmo período de 2023.

Os analistas Rafael Barcellos, Camilla Barder e Matheus Moreira, do Bradesco BBI, apontam que os números operacionais foram consistentes, com a companhia conseguindo alcançar suas metas revisadas de produção no ano mesmo com a redução na negociação de minério de ferro de menor qualidade.

Para o Jefferies, o bom desempenho operacional no quarto trimestre evidencia que a estratégia de priorizar melhor qualidade dos produtos vendidos em detrimento dos volumes está dando certo. A queda de volumes e vendas é explicada pelo fim da negociação de minério de ferro com alto teor de sílica.

O Goldman Sachs elevou levemente o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) da Vale negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), de US$ 15,80 para US$ 16, refletindo melhores estimativas por conta do aumento nos prêmios e do preço médio realizado pela mineradora no quarto trimestre.

Os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini, do J.P. Morgan, afirmam que decisão de reduzir a quantidade de minério de ferro com alto teor de sílica deixou os prêmios e preços realizados acima de suas estimativas, o que deve apoiar melhores resultados financeiros.

“Realizando uma análise de sensibilidade com base nos números reportados, vemos um potencial de alta de cerca de US$ 200 milhões para nosso Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] base para o trimestre, de US$ 3,97 bilhões”, comentam os analistas Caio Ribeiro, Guilherme Rosito e Mariana Leite, do Bank of America (BofA).

O Santander nota que a redução na venda de material de menor qualidade ajudou os prêmios do minério da Vale a ficarem acima do esperado, impulsionando também os preços realizados, o que deve resultar em bons números financeiros. A estimativa deles é de Ebitda de US$ 3,9 bilhões.

Daniel Sasson e os analistas do Itaú BBA apontam que os resultados da unidade de metais básicos foram positivos, com aumento na produção tanto de níquel quanto de cobre, o que também deve ajudar marginalmente nos resultados financeiros do quarto trimestre.

Já Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, da XP, dizem que os volumes mais fracos acabaram sendo compensados pelos maiores preços realizados, mostrando sucesso na estratégia da Vale em se apoiar em produtos de maior qualidade. A estimativa deles é de Ebitda de US$ 4,25 bilhões.

O BTG Pactual, por sua vez, nota que a companhia vem avançando em iniciativas para melhorar suas operações, além de reduzir ruídos externos. Os analistas Leonardo Corrêa e Marcelo Arazi dizem que a dependência da retomada do crescimento da China acaba sendo um ponto de pressão importante.

Os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, do Citi, destacaram que os resultados acabaram ficando dentro do esperado, “as interrupções causadas por condições climáticas limitaram a redução de estoques típica do quarto trimestre”. A operação de metais básicos também foi elogiada pelo banco americano.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   30/01/2025

Montadoras dos Estados Unidos lideram o campo de veículos elétricos de baixo custo

A Honda apresentará um novo veículo elétrico na América do Norte com preço abaixo de US$ 30 mil já em 2026. A montadora japonesa pretende atrair clientes após os incentivos de compra serem removidos pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele assinou uma ordem executiva para encerrar as medidas de promoção de veículos elétricos colocadas em prática por seu antecessor, Joe Biden.

O veículo será produzido localmente como parte de uma nova série e servirá como um modelo estratégico global. Seu preço abaixo de US$ 30 mil o tornaria competitivo com veículos movidos a gasolina e poderia potencialmente criar um ponto de inflexão para a adoção de elétricos.

O veículo elétrico mais acessível faz parte da nova linha da Série 0 da Honda, planejada para o mercado global. A Honda pretende apresentar sete modelos da Série 0 até 2030. Um SUV e um sedã serão lançados na América do Norte até 2026, seguidos por um elétrico compacto acessível. O lançamento de um elétrico abaixo de US$ 30 mil no mercado seria o primeiro para uma montadora japonesa. Os preços dos dois primeiros modelos ainda não foram anunciados, mas espera-se que fiquem em torno de US$ 50 mil a US$ 60 mil.

A Honda estabelecerá uma cadeia de suprimentos local integrada para reduzir os custos de produção de veículos elétricos ao nível dos movidos a gasolina. A Série 0 está programada para entrar em produção na fábrica da Honda em Ohio no fim de 2025, com todas as operações da série, incluindo a produção de baterias, previstas para serem concluídas na América do Norte. A gigante automobilística japonesa pretende restringir a capacidade de sua bateria, que responde por 30% do custo de produção. Para manter o alcance de tal bateria, a Honda reduzirá o peso do veículo e melhorará sua eficiência.

As montadoras japonesas, incluindo a Honda, têm intensificado seus investimentos em veículos elétricos na América do Norte, estimuladas por medidas que favorecem os modelos produzidos localmente. No entanto, a adoção dos elétricos nos Estados Unidos desacelerou. De acordo com a empresa de pesquisa americana Cox Automotive, as vendas cresceram apenas 7% em 2024 sobre o ano anterior, uma freada significativa em relação ao aumento de 49% registrado em 2023 sobre 2022.

Em dezembro de 2024, o preço médio de veículos elétricos nos Estados Unidos era de US$ 55.500, 13% mais alto do que o veículo médio movido a gasolina. A maioria dos modelos elétricos com alcance de mais de 300 quilômetros tem preço acima de US$ 50 mil.

Os principais clientes da Honda são aqueles que priorizam o desempenho de custo. Seus carros, incluindo veículos movidos a gasolina, são negociados nos Estados Unidos a uma média de US$ 37.610 por unidade, cerca de 20% abaixo da média geral.

A Honda ganha cerca de 50% de seu lucro operacional na América do Norte, e um modelo elétrico com preço abaixo de US$ 30 mil é visto como um produto-chave para o crescimento futuro em seu mercado mais importante.

As montadoras dos Estados Unidos lideram o campo de veículos elétricos de baixo custo. A General Motors, que introduziu modelos elétricos grandes, como picapes, agora está se concentrando nos pequenos. À frente da Honda, a GM planeja lançar este ano um Chevrolet Bolt elétrico abaixo de US$ 30 mil. A montadora dos Estados Unidos já havia se unido à Honda no desenvolvimento conjunto de elétricos de baixo custo, mas revisou a parceria em 2023.

Grandes veículos elétricos exigem baterias de alta capacidade, que também são caras, para estender seu alcance. Como tal, faz sentido para as montadoras alocarem seus recursos nos pequenos e mais acessíveis. A Tesla também revelou sua intenção de desenvolver modelos com preço abaixo de US$ 30 mil.

Infomoney - SP   30/01/2025

A Tesla teve lucro líquido de US$ 2,31 bilhões no quarto trimestre de 2024, uma queda de 71% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Diluído por ação, o lucro foi de US$ 0 66, em linha com a projeção de US$ 0,66 de analistas consultados pela FastSet.

No mesmo período, a receita da montadora de veículos elétricos foi de US$ 25,7 bilhões, 2% superior na comparação com o terceiro trimestre de 2023.

Microsoft tem lucro e receita acima do esperado, mas ação cai com gastos com IA

O lucro por ação foi de US$ 3,23, um aumento de 10% ante o mesmo intervalo de 2023. A receita de US$ 69,6 bilhões representou um aumento de 12% ante o faturamento do mesmo período de 2024

Para o ano inteiro, as entregas globais de veículos da Tesla caíram 1% em relação a 2023, seu primeiro declínio anual em mais de uma década. Para 2025, a empresa disse que espera que seu negócio de veículos volte a crescer e que suas implantações de armazenamento de energia aumentem pelo menos 50%.
No after hours de Nova York, as ações da Tesla subiam 2,5%, às 19h41 (de Brasília).

  MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Terra - SP   30/01/2025

O faturamento do setor de máquinas e equipamentos deve crescer 3,7% este ano, conforme projeções atualizadas da associação da indústria, Abimaq, após encerrar 2024 com uma queda de quase 9% em comparação com 2023, a terceira consecutiva.

A alta deve ser apoiada nas receitas dos setores agrícola, de infraestrutura, embalagens e alimentos, disse o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, em entrevista a jornalistas ao apresentar nesta quarta-feira os dados do setor.

No mercado doméstico, a expectativa é de crescimento de 2,3% no faturamento de máquinas e equipamentos.

O executivo chamou atenção para o ciclo de alta na taxa de juros pelo Banco Central, que afeta investimentos na indústria e impõe desafios ao setor. Ainda assim, a previsão da entidade é de expansão de 4% nos investimentos este ano.

Com relação a potenciais tarifas dos Estados Unidos sinalizadas pelo novo governo de Donald Trump, Velloso afirmou que a posição protecionista norte-americana não é novidade, citando governos anteriores, e que ela deve continuar em 2025.

"O governo norte-americano já vinha com medidas protetivas, já vinha numa guerra comercial com a China e os produtos chineses já estavam procurando outros mercados", disse.

Os EUA são atualmente o principal destino das máquinas e equipamentos do Brasil, respondendo por 26,9% do total de exportações. Por outro lado, a China é a principal origem das importações brasileiras, com uma fatia de 31%.

Velloso disse não acreditar em um rompimento ou qualquer problema bilateral nas relações entre Brasil e EUA neste segundo mandato de Trump, assim como não houve no primeiro.

Nesta semana, Trump disse que o Brasil estava na lista de países que querem "prejudicar os EUA", junto a economias como Índia e China.

"Era um discurso de improviso", disse Velloso. "O Brasil não tem tarifa, quem tem tarifa é o Mercosul e no Mercosul tem Argentina, tem Uruguai."

"Se os EUA vierem a reclamar oficialmente das tarifas...não estão reclamando do Brasil, estão reclamando do Mercosul, e aí precisa ver como o Mercosul vai tratar esse assunto", acrescentou.

Mas o presidente da Abimaq disse não esperar estresses entre as duas economias, e também disse que, olhando para o "copo meio cheio", a disputa comercial entre EUA e China pode abrir espaço para mais exportações do Brasil ao país norte-americano.

"Se o EUA restringem a importação de máquinas da China, é um mercado que se abre. Alguém vai ocupar esse mercado, pode ser o europeu, pode ser o mexicano, mas pode ser o Brasil também."

NÚMEROS DE 2024

O setor de máquinas e equipamentos acumulou receita de 270,9 bilhões de reais no ano passado, recuo de 8,6% na comparação com 2023, segundo os dados apresentados pela Abimaq. A entidade esperava um declínio de cerca de 7% no ano.

Mas o último mês de 2024 foi marcado por alta em relação a dezembro de 2023, com avanço de 9,1% na receita líquida total, para 21,3 bilhões de reais, de acordo com apresentação da entidade.

Considerando apenas vendas domésticas, a receita líquida do setor somou 14,5 bilhões de reais em dezembro, crescimento de 5,1% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, caiu 11% ante 2023, para 198,56 bilhões de reais.

"O último trimestre do ano apresentou uma importante recuperação nas receitas, tanto no mercado interno quanto externo. Mas não o suficiente para superar o fraco desempenho observado no início do período", afirmou a Abimaq.

O consumo aparente do setor no mês passado subiu 23,9% frente a dezembro de 2023, para 31,5 bilhões de reais, mas ficou praticamente estável no ano (-0,2%), em 369,2 bilhões de reais.

A indústria encerrou dezembro com leve queda de 1% nas exportações ante o mesmo mês do ano anterior, a 1,1 bilhão de dólares, enquanto no acumulado de 2024 as remessas caíram 5,5% versus 2023, totalizando 13,2 bilhões de dólares.

Já em importações, o setor observou um aumento de 18,5% em dezembro no comparativo anual, para 2,6 bilhões de dólares, selando crescimento de 10,6% em 2024, período em que as compras internacionais somaram 29,6 bilhões de dólares.

Valor - SP   30/01/2025

Estimativa do setor para 2025 é de crescimento de 3,7% na receita total

O setor de máquinas e equipamentos fechou 2024 com queda de 8,6% na receita total em relação a 2023, somando R$ 270,8 bilhões. Mas a estimativa para 2025 é de crescimento de 3,7%. Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (29) pela Abimaq, entidade que representa os fabricantes. O desempenho negativo foi puxado tanto pelo mercado interno quanto externo, apesar deste último ainda se manter em patamar elevado. Segundo a associação, 2024 foi o terceiro ano consecutivo de perdas nas vendas no país. Em 2023, os fabricantes registraram faturamento 11% menor em relação ao ano anterior.

A receita interna foi de R$ 198,5 bilhões, redução de 11,4% na comparação com 2023. Para 2025, a expectativa é de pequena recuperação, com alta de 2%.

O consumo aparente (total produzido no Brasil somando importações e excluindo exportações) somou R$ 369,1 bilhões entre janeiro e dezembro, leve redução de 0,2% na comparação anual. No entender da Abimaq, o resultado se dá em razão “do fraco desempenho da agricultura, que no ano encolheu 19%”, diz o levantamento da instituição.

“Observamos queda também na área de construção civil, não especificamente por conta do mercado doméstico menos aquecido, o que não ocorreu”, disse, durante a conferência que divulgou o documento, a diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, que mencionou os índices baixos de desemprego e aumento de renda no país em 2024 como pontos positivos. O resultado mais fraco em termos de produção e vendas para construção, disse ela, se deu pela queda no desempenho das exportações.

As intenções de investimento para o setor em 2025 são da ordem de R$ 8,4 bilhões, aumento de 4% sobre 2024, quando foram investidos R$ 8 bilhões. “A gente tem alguma esperança no setor agrícola, de infraestrutura e embalagens, alimentos, que devem investir neste ano. No mais, nós vamos continuar sofrendo um pouquinho em função das taxas de juros”, disse, também durante a conferência, o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso.

Notamos que o produtor local perdeu espaço para o bem importado”

— Cristina Zanella

As exportações em 2024 somaram US$ 13,1 bilhões, queda de 5,5% sobre o ano anterior. Mas o resultado ainda é o segundo melhor do setor, ficando atrás do desempenho de 2023, quando as exportações somaram US$ 13,9 bilhões.

Os principais mercados no exterior foram a América do Norte, que comprou 35% do total exportado, sendo que os Estados Unidos ficaram com 26,9%, e a América do Sul, com 29%. Entre os países latinos, a Argentina foi destaque com 9% das máquinas exportadas.

Para 2025, a previsão das exportações é de estabilidade nos valores em dólares, mas com uma receita total que pode ser maior devido ao real “relativamente desvalorizado”, informou a Abimaq.

No sentido inverso, as importações terminaram 2024 com receita de US$ 29,59 bilhões, alta de 10,6% na comparação anual. A marca é a maior desde 2013, quando o Brasil importou US$ 29,8 bilhões em máquinas e equipamentos, atual recorde do setor. “O que a gente nota é um volume grande de importação. O produtor local perdeu espaço para o bem importado (no total vendido)”, disse Zanella.

Com a queda nas exportações e o aumento das importações, o saldo comercial em 2024 foi déficit de US$ 16,2 bilhões, aumento de 28,1% na comparação com 2023.

O presidente-executivo da Abimaq disse que os reflexos da agenda do presidente dos EUA, Donald Trump, no setor em 2025 ainda não são palpáveis. Ele afirmou que o ex-presidente Joe Biden já adotava uma posição protecionista, o que deve continuar na segunda gestão do republicano. Mas o setor de máquinas, disse, já enfrenta, de forma indireta, impactos da guerra comercial entre a China e o país.

“Aqueles produtos (chineses) que iam para os EUA, ou até para a Europa, já estão procurando novos mercados, e com isso eles estão vindo para outros mercados, entre eles o Brasil”, disse. “Agora, se o presidente Trump continuar, e me parece que vai continuar, se protegendo do comércio chinês, esse efeito vai continuar existindo aqui no Brasil e em outros países”. Segundo a Abimaq, os bens chineses responderam por 31,4% das importações realizadas pelo Brasil.

Por outro lado, disse Velloso, se os EUA decidirem restringir as importações da China, um novo mercado se abre, tanto para europeus quanto para o Brasil. No caso do aumento de tarifas, que se especula que podem ser impostas ao México e ao Canadá, disse, a possibilidade para exportações do Brasil para esses países aumenta.

“Já exportamos para o México muita máquina para plásticos, embalagens, rodoviárias, agrícolas, também para alimentos. Então, lógico, pode aumentar a exportação”, disse. “O México é um país que está se industrializando muito rapidamente [...] e que não é tradicional em fabricar máquinas.”

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor Investe - SP   30/01/2025

Executivos de incorporadoras afirmam que demanda reprimida e déficit habitacional do país devem manter setor aquecido

A demanda por financiamentos imobiliários deve continuar em razão da demanda reprimida e do déficit habitacional do país, mesmo em um cenário de alta na taxa de juros básica, a Selic, atualmente em 12,25%, dizem gestores. No entanto, a capacidade de concessão de crédito pelo principal funding (parte financiadora de onde vêm os recursos) - o FGTS - do setor limita o número de financiamentos.

Para Ricardo Valadares Gontijo, presidente executivo da Direcional, apesar do cenário difícil no Brasil e no mundo, pelo fato de a demanda por imóveis “continuar grande”, questões macro não impactam de forma intensa o negócio. “O que impacta é o funding”, disse durante o Latin America Investment Conference (LAIC), evento promovido pelo banco suíço UBS.

Segundo o gestor, mesmo com o aumento dos recursos do FGTS para 2025, há uma limitação na capacidade de concessão de crédito por meio de financiamentos, que não cresceu tanto quanto a demanda. “Nos dá um conforto de que não terá falta de recursos para operar. Mas se fosse maior, poderia se flexibilizar as taxas de juros e o subsídio, mas não é o cenário atual. O orçamento é limitado”, pontua.

Isso deve afetar o crescimento do setor, que prevê um 2025 positivo, mas “não tão melhor como foi 2024 por causa dos recursos limitados”. “Quando analisamos o que temos de orçamento pro setor, a demanda existente, taxa de juros e volume de subsídio, tende a ser um ano positivo. Não acho que deve ter grande diferença em relação a 2024, a não ser que tenha algo extremamente relevante em relação à inflação”, avalia.

Além disso, o crescimento também esbarra no aumento da massa de renda do trabalhador em relação à inflação, o que pode impactar no crédito fornecido, explica Ubirajara Freitas, presidente executivo da Tegra Incorporadora. “O cara que podia comprar um imóvel de R$ 150 mil vai comprar um de R$ 120 mil, agora”, pontua.

“Na hora que os juros sobem nós temos dois tipos de comprador: o que precisa do financiamento e o que é aplicador de dinheiro, que espera os juros cair pra comprar o imóvel”. Para Freitas, o mercado imobiliário precisa estar preparado para lidar com o impacto da Selic para os dois tipos de clientes e vem conseguindo contornar a situação e manter o crescimento.

Segundo Freitas, há um planejamento por parte da Tegra de trabalhar com expectativa de juros em torno de 13% e 14% nos próximos anos. “É em cima disso que temos que planejar. O que vier de melhor, vai favorecer a comunidade. Olhando o futuro, ele é promissor. o que aconteceu com inflação de custo da construção como foi durante a pandemia, é difícil repetir. se os juros ceder num futuro próximo, o mercado é promissor. Tem demanda e tem margem."

Mais cedo, no entanto, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) pontuou que o volume de financiamento de imóveis deve recuar 10%, este ano, refletindo a pressão da alta da Selic.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia, hoje, às 18h30, a nova Selic. As expectativas são de um aumento de 1 ponto percentual, passando dos atuais 12,25% ao ano para 13,25%.

Globo Online - RJ   30/01/2025

A concessão de crédito imobiliário em 2024 bateu recorde histórico atingindo R$ 312 bilhões, representando um crescimento de 25% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A alta da Selic, a taxa básica de juros, que acelerou nos últimos meses do ano passado (terminando em 12,25%), não teve reflexos na oferta de crédito do ano passado, diz a entidade, mas deverá impactar os empréstimos este ano, que devem ter uma redução de 10%, somando R$ 282 bilhões.

— O ano de 2024 foi muito relevante para o crédito imobiliário e não deve se repetir em 2025. E o efeito da alta da Selic, que ainda não foi sentido no final do ano passado, deve impactar no custo do crédito, afetando a demanda — explica Sandro Gamba, presidente da Abecip, lembrando que neste número estão os recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) .

O aumento da renda dos brasileiros em 3%, em 2024, impactou a distribuição do crédito imobiliário já que aumentou a procura por recursos. Até agora, o recorde de concessões tinha sido em 2021, com R$ 255 bilhões concedidos. Gamba explicou que apesar da alta da Selic, a taxa média ficou em 10,9% no ano passado, frente a 13,3% em 2023. O número de lançamentos de novas unidades na cidade de São Paulo, referência para o mercado brasileiro, cresceu 45% em relação ao ano anterior, atingindo 91 mil unidades, demandando mais crédito para o segmento.

O que chamou a atenção foi o crescimento de 29% na utilização dos recursos do FGTS. Isso, segundo Gamba, tem relação com o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), cujo financiamento utiliza os recursos do fundo para atender famílias com renda bruta a parrtir de R$ 2,6 mil até R$ 8 mil. Das 1,17 milhão de unidades financiadas ano passado, 605 eram do MCMV.

— Esse crescimento mostra a relevância do programa para o mercado imobiliário e para a economia brasileira — diz Gamba.

Uma modalidade que vem ganhando fôlego nos últimos anos, o crédito imobiliário com garantia de imóvel (home equity) cresceu 53,5% em 2024 em relaçao ao ano anterior, atingindo R$ 10,9 bilhões em concessões. Segundo Gamba, essa modalidade vai ter um papel cada vez mais importantes, já que tem juro mais baixo do que o financiamento tradicional por conta da garantia.

Outro número inédito no setor foi a inadimplência, considerando contratos com até três meses de atraso: em 2024 ela foi a mais baixa da his´toria do setor, chegando a 1%. Em 2023, o índice hafia fechado em 1,5%.

Saques da poupança preocupam

Embora, toda demanda de crédito tenha sido atendida, o que preocupa o setor é o volume elevado de saques da poupança. Em 2023, foram R$ 72,4 bilhões sacados e no ano passado mais R$ 21,7 bilhões. A Abecip vem discutindo com o governo medidas conjunturais que possam sustentar o crédito imobiliário, entre elas reduzir o prazo de nove para três meses das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), um título de renda fixa emitido por bancos para financiar o setor imobiliário.

Outra medida seria a redução do compulsório bancário para aumentar a oferta de crédito imobiliário. Essa medida seria uma forma mais rápida de captar recursos para o setor. A Caixa Econômica Federal e a indústria da construção civil também têm apoiado essa medida. O Banco Central exige o recolhimento compulsório de 20% sobre os recursos de depósitos da poupança. A Caixa defende que o recolhimento seja de 15%, o que liberaria mais R$ 40 bilhões para o setor.

— A participação das LCIs na estrutura de crédito caiu 29% entre 2023 e 2024. O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e a Letra Imobiliária Garantida (LIG) sustentam o funding do crédito imobiliário. mas está havendo uma mudança na estrutura, com redução da poupança e outras linhas suprindo — explica o presidente da Abecip.

Os números da Abecip mostram que nos últimos sete anos houve, alta de 40% no preços dos imóveis, na média do país, acima da inflação ofivila, o IPCA. Essa valorização dos imóveis, segundo a entidade, é reflexo do crescimento da demanda por imóveis, que começou na pandemia. Em São Paulo, a valorização chegou a 112% no mesmo perúiodo, enquanto no Rio de Janeiro esse índice foi de 57%.

Monitor Digital - RJ   30/01/2025

Retomado e reformulado pelo Governo Federal em 2023, o Minha Casa, Minha Vida concluiu 2024 em alta. Já foi ultrapassada em mais de 60% a meta de contratar 2 milhões de moradias até o fim de 2026. Levando-se em conta todas as modalidades, o Minha Casa, Minha Vida superou, entre a retomada em 2023 e 31 de dezembro de 2024, 1,26 milhão de residências contratadas.

Desde 2023, foram entregues mais de 43 mil moradias e retomadas obras que estavam paralisadas em mais de 38,9 mil moradias. “Nós avançamos muito no programa que, além de realizar o sonho da casa própria, gera emprego, renda e desenvolve o país”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho.

A maior parte das mais de 1,26 milhão de unidades contratadas pelo Minha Casa, Minha Vida localiza-se na Região Sudeste, onde o programa já contratou 548.865 moradias. Em seguida aparece o Nordeste, com 309.855 contratações, e na sequência aparecem as regiões Sul (219.516), Centro-Oeste (134.983) e Norte (55.663).

Unidade Federativa mais populosa, São Paulo lidera no quantitativo do programa, com 367 mil contratações. O estado é seguido por Minas Gerais, com 115 mil. Na sequência aparecem Paraná (93.143), Rio Grande do Sul (84.483), Goiás (82.833), Bahia (58.759) e Rio de Janeiro (55.922), os sete com mais de 50 mil contratações.

A cidade de São Paulo concentra o maior número de contratações do Minha Casa, Minha Vida: 119,9 mil. Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 24 mil, seguido por João Pessoa (PB), com 20,4 mil. A lista segue com Goiânia (14.220), Uberlândia (13.725), Porto Alegre (12.697), Salvador (12.693), Brasília (12.177), Feira de Santana (12.169) e Fortaleza (12.084).

Entre as principais inovações na retomada do programa habitacional em 2023 estão a isenção de prestações para quem recebe Bolsa Família ou Benefício de Prestação Continuada (BPC), a possibilidade de famílias de baixa renda usarem depósitos futuros do FGTS como garantia para a casa própria, a incorporação de varandas aos projetos, além de bibliotecas e equipamentos esportivos nos conjuntos habitacionais. A escolha dos locais também passou a levar em conta a proximidade de equipamentos públicos, como escolas, unidades de saúde e conexão com o sistema de mobilidade.

Faixa 1

A Faixa 1 do programa, voltada para o público de baixa renda e com maiores percentuais de subsídio, foi atualizada. A renda familiar bruta para enquadramento passou de R$ 2.640 para R$ 2.850 para os imóveis urbanos.

Famílias com renda bruta de até R$ 8 mil também passaram a ter direito ao financiamento do programa habitacional do Governo Federal. O valor máximo passou de R$ 264 mil para R$350 mil.

O #BotaPraAndar é uma iniciativa do Ministério das Cidades, em conjunto com Caixa, Banco do Brasil, prefeituras, governos estaduais, entidades e construtoras para solucionar pendências e acelerar o andamento do Minha Casa, Minha Vida pelo país. Em 2024, o programa solucionou entraves de mais de 49 mil moradias e beneficiou diretamente 190 mil pessoas.

“Nós temos para 2025 um orçamento recorde. São quase R$140 bilhões para prover casa própria e financiamento. Estamos fazendo um trabalho forte de retomada de obras paralisadas e facilitamos o acesso ao crédito”, explicou Augusto Rabello, secretário Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. “Fechamos 2024 com cerca de 38 mil entregas e quase 50 mil obras retomadas. Da meta combinada com o presidente Lula, de 2 milhões de contratações até o fim de 2026, já passamos da metade. É um cenário promissor. Vamos ver literalmente pelo Brasil inteiro casa nova chegando”, completou.

Desde sua criação, em 2009, o Minha Casa, Minha Vida já entregou 8,4 milhões de unidades habitacionais em todo o Brasil. Dentre as diretrizes estão a recolocação das famílias de baixa renda, assim como famílias em áreas de risco, afetadas por desastres naturais e a inclusão de conceitos de sustentabilidade.

FERROVIÁRIO

Revista Ferroviaria - RJ   30/01/2025

A Estrada de Ferro 118, também conhecida como Vitória-Rio ou Anel Ferroviário do Sudeste, está prevista para ir a leilão no primeiro trimestre do ano que vem. O projeto, esperado para interligar os portos do Espírito Santo e Rio de Janeiro à malha ferroviária do Brasil, traz algumas novidades, como a definição de um aporte do governo federal para complementar o investimento privado, bem como o formato do leilão.

Para execução dos investimentos, o governo federal vai entrar com R$ 3,28 bilhões para construção da ferrovia, com a maior parte dos valores sendo transferidos ao longo dos primeiros quatro anos para o ganhador.

Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado

Marcelo Fonseca, superintendente de Concessão de Infraestrutura da ANTT, explicou também a mudança no leilão. O vencedor será quem ofertar a maior redução do valor de auxílio pré-determinado pelo governo federal, ou seja, quem ofertar maior desconto dos R$ 3,28 bilhões do aporte previsto.

O objetivo é viabilizar o empreendimento e atrair investimentos privados. O aporte de recursos visa aumentar a taxa interna de retorno do projeto. A concessão será de 50 anos. As informações são da audiência pública realizada em Brasília, na segunda-feira (27).

Na primeira fase do projeto, serão construídos cerca de 170 quilômetros de trilhos entre Anchieta e São João da Barra, no Porto de Açu, no Rio de Janeiro, passando pela região do futuro Porto Central, em Presidente Kennedy. Já o trecho entre Santa Leopoldina a Anchieta será feito pela Vale e incorporado à Estrada de Ferro Vitória a Minas.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, falou sobre essa modelagem para a EF 118 durante a apresentação dos leilões das rodovias nesta terça-feira (28). “O governo vai estabelecer um valor de aporte e vencerá o privado que exigir o menor valor. Nunca fizemos nesse caminho. Diferentemente da rodovia, na ferrovia precisamos participar do Capex, senão o projeto tem dificuldade de ficar de pé só com investimento privado”, afirmou.

Leonardo Ribeiro, secretário Nacional de Transporte Ferroviário, afirma que esse modelo inédito garante transparência e segurança para investidores, permitindo uma execução mais ágil. Segundo ele, o modelo de aporte com a participação da União nunca foi feito no setor de ferrovias.

“Temos a oportunidade de implementar um modelo inédito, interoperável, capaz de transportar 21 milhões de toneladas para outros portos. Desta forma, vamos promover a integração nacional por meio das ferrovias”, destaca.

Depois das audiências públicas, a ANTT analisará as contribuições, com previsão de publicar o edital no quarto trimestre de 2025. O leilão ocorrerá no primeiro trimestre de 2026 e a assinatura do contrato no terceiro trimestre do mesmo ano.

Durante a audiência, Marcelo Fonseca, superintendente de Concessão de Infraestrutura da ANTT, explicou que estão estimados investimentos de R$ 4,6 bilhões para implantação da ferrovia e outros R$ 4,4 bilhões de gastos com operacional, como pessoal.

A previsão do início das operações da ferrovia está prevista para 2033, com 8 anos de implantação das obras a partir de 2025. Com 475 Km, a ferrovia atravessará 23 municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo
O projeto

O traçado da EF-118 está dividido em três segmentos principais:
Trecho Norte/Ramal de Anchieta – Da sua extensão total, o trecho de 80 km entre Santa Leopoldina e Anchieta deverá ser construído pela Vale, como contrapartida pela prorrogação antecipada das suas ferrovias, e passará a integrar o contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Para esse trecho já foi definido o investimento de R$ 6 bilhões pela mineradora. Trecho central – Um novo percurso de aproximadamente 170 quilômetros ligando São João da Barra (RJ), passando pelo Porto do Açu, até Anchieta (ES);Trecho sul – Com cerca de 325 quilômetros, conectará São João da Barra a Nova Iguaçu (RJ) e deverá ser executado como investimento adicional, caso acionado pelo Governo Federal. Este trecho, chamado brownfield, prevê a utilização de trechos existentes da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA);A ferrovia

De acordo com os estudos do trecho central, serão 50 anos de concessão. Ainda estão previstas 117 obras de arte especiais — viadutos, pontes e pontilhões ferroviários —, além de passagens rodoviárias inferiores.

As principais cargas transportadas pelo Anel Ferroviário incluem Ferro Briquetado a Quente (HBI), ferro-gusa, minério de ferro destinado à exportação e carvão coque.

Grandes Construções - SP   30/01/2025

O anúncio oficial do Plano Nacional de Ferrovias do governo está marcado para acontecer em fevereiro.

Desde já, contudo, interessados no pipeline de projetos a ser divulgado têm procurado a gestão federal, o que anima quadros da Esplanada.
Fontes disseram à CNN que vinte grupos têm reuniões marcadas com técnicos do governo nos próximos dias para discutir os projetos. Foi reservado um escritório da sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) em São Paulo para as conversas com os investidores.

Os técnicos do governo pontuam que entre este primeiro contato e a realização de um lance no leilão – de a empresa “bidar”, no jargão da infraestrutura — o caminho é longo. Mas destacam que, visto a complexidade dos projetos a serem ofertados, a sinalização do mercado anima a gestão.

Entre os interessados estão operadores de infraestrutura de transporte líderes no Brasil como CCR, MRS e Rumo. Também há reuniões com players como a Concremat, agora de controle chinês, e a suíça Mediterranean Shipping Company (MSC), conhecida especialmente por transporte marítimo.

O plano de ferrovias conta com cinco projetos, e totaliza cinco mil quilômetros de novos trilhos e investimento de aproximadamente R$ 100 bilhões.

A novidade é de que, para viabilizar economicamente os projetos e torná-los atrativos para a iniciativa privada, a União assumirá de 20% a 30% dos investimentos, dependendo do projeto.

O governo conta com os recursos levantados a partir da repactuação de concessões no setor. Foram fechados acordos com a Rumo e com a MRS Logística.

No fim de dezembro, também foi anunciado um entendimento com a Vale, que se dispôs a pagar até R$ 17 bilhões na extensão das concessões da EFC e da EFVM.

Os detalhes do pipeline ainda são debatidos junto à Casa Civil e ao Ministério da Fazenda, antes do anúncio oficial. O plano já foi apresentado ao presidente Lula.

PETROLÍFERO

Monitor Digital - RJ   30/01/2025

A produção de petróleo bruto e gás natural da China ultrapassou 400 milhões de toneladas equivalentes de petróleo pela primeira vez em 2024, de acordo com a Administração Nacional de Energia.

A produção de petróleo bruto e gás natural do país registrou uma robusta sequência de crescimento anual de mais de 10 milhões de toneladas pelo oitavo ano consecutivo, disse a entidade.

A produção de petróleo bruto atingiu 213 milhões de toneladas em 2024, um aumento de 24 milhões de toneladas em relação a 2018, enquanto a produção de gás natural chegou a 246,4 bilhões de metros cúbicos, com um crescimento médio anual de mais de 13 bilhões de metros cúbicos nos últimos seis anos.

As reservas offshore e não surpreendentes tornaram-se os principais contribuintes para o crescimento da produção. Por exemplo, a produção de petróleo de xisto da China subiu para 6 milhões de toneladas em 2024, marcando um aumento anual de mais de 30%.

Ao mesmo tempo, a produção de gás de xisto da China foi forte, ultrapassando 25 bilhões de metros cúbicos, de acordo com a entidade.

Infomoney - SP   30/01/2025

A Petrobras informou nesta quarta-feira que suas estimativas de reservas provadas de óleo, condensado e gás natural resultaram em 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em 31 de dezembro de 2024, segundo critérios da SEC.

A estatal acrescentou em fato relevante que, deste total, 85% são de óleo e condensado e 15% de gás natural.

O índice de reposição de reservas (IRR) alcançado pela Petrobras em 2024 foi de 154%, com adição significativa de reservas (1,3 bilhão de boe), tendo “foco em ativos rentáveis e em alinhamento com a busca por uma transição energética justa”, afirmou a companhia.

RODOVIÁRIO

IstoÉ Dinheiro - SP   30/01/2025

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a concessionária EPR Litoral Pioneiro assinaram, nesta quarta-feira (29), contrato de financiamento de R$ 6,38 bilhões para investimentos em rodovias no Paraná. O ato ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). São R$ 829 milhões em financiamento direto do BNDES e R$ 5,55 bilhões em emissão de debêntures, que são títulos de crédito de renda fixa emitidos pelo banco com o objetivo de captar recursos no mercado financeiro.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o banco financiou 85% de todos os investimentos em estradas do Brasil, principal modal logístico do país. Segundo ele, em 2024, foram aprovados R$ 23 bilhões para o transporte rodoviário, volume recorde nos 72 anos do banco.

“Não há financiamento de longo prazo para essa infraestrutura tão desafiadora, é um problema central de produtividade, de eficiência, de redução de gases de efeito estufa, de redução do custo de manutenção da frota dos caminhões, dos equipamentos, automóveis, se a gente não melhorar essa infraestrutura”, disse na cerimônia.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, também comentou sobre o volume de investimentos privados no país. “Já leiloamos quatro [lotes] e, esse ano, nós faremos os dois últimos leilões do estado do Paraná. O estado, com isso, vai captar o maior volume de investimento para o desenvolvimento de rodovias da sua história: R$ 60 bilhões serão investidos para modernizar a infraestrutura, garantir mais segurança para as pessoas. O Brasil está na mínima de desemprego porque está na máxima de investimento privado”, disse.

“Rodovia precisa de investimentos vultosos para garantir fluxo, velocidade média superior e por consequência mais capacidade de exportação. Então, esses investimentos eles vão ajudar muito a capacidade do Paraná exportar sua própria produção e a produção de estados vizinhos”, acrescentou.

Obras

Com os novos recursos, a EPR Litoral Pioneiro vai duplicar 350 quilômetros de rodovias federais e estaduais, além de construir 138 quilômetros de faixas adicionais e 73 quilômetros de vias marginais. Também será criado um acesso ao Porto do Paranaguá, importante via de escoamento da produção agrícola do centro-sul do país.

Nos 30 anos de concessão à EPR Litoral Pioneiro, os investimentos estão estimados em R$ 16 bilhões, sendo R$ 10,5 bilhões em expansão e melhorias e R$ 5,5 bilhões em manutenção das estradas. O segmento inclui, além das federais BR-153, BR-277 e BR-369, diversos trechos de rodovias estaduais e atende 27 cidades paranaenses, incluindo a capital Curitiba.

A malha concedida conta com quatro praças de pedágio em operação e outras duas em implantação. A tarifa de pedágio média, segundo comunicado da Presidência, é 31% inferior em relação à praticada nas concessões anteriores.

A Tribuna - SP   30/01/2025

O leilão do túnel imerso Santos-Guarujá foi debatido em uma reunião entre o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, na última segunda-feira. Os dois analisaram formas de encurtar o cronograma e acelerar a concessão da obra à iniciativa privada, mas os governos Federal e Estadual ainda não chegaram a um consenso sobre o tema, conforme apurado por A Tribuna.

Neste mês, houve divergências sobre os prazos para o lançamento do edital. Em entrevista para A Tribuna, o secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, manifestou a intenção de lançar o edital em fevereiro. Dias depois, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) divulgou que essa etapa deve ocorrer em junho. Hoje, a documentação está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).

Horas antes do encontro com o governador, Costa Filho postou um vídeo nas redes sociais dizendo que espera receber a autorização do TCU para licitar a obra em até três meses. Mas, estendeu ainda mais a previsão de lançamento do certame. “Estamos trabalhando com a meta de, no segundo semestre, possivelmente em agosto ou setembro, fazer a licitação dessa obra, de R$ 6 bilhões, a maior obra do PAC, do Governo Federal, com o apoio do Governo do Estado”.

Sem detalhar os resultados do encontro na Capital paulista, o ministro comentou que foram debatidas, além do túnel, “pautas importantes para o Estado e para o Brasil”, como o leilão do terminal STS10, que deverá ampliar em 50% a movimentação de contêineres no Porto de Santos, os investimentos no Porto de São Sebastião, no Litoral Norte, e o fortalecimento da aviação regional.

Procurado pela Reportagem, o MPor não se manifestou até o fechamento desta edição. Já a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos (SPI), a quem compete a obra do túnel, informou apenas que “o Governo de São Paulo trabalha em conjunto com o Governo Federal para que o edital do túnel imerso Santos-Guarujá seja lançado o mais breve possível”.

Esforço
O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, participou do encontro em São Paulo e afirmou que a reunião revelou “o esforço dos governos Estadual e Federal e do Porto de Santos para, efetivamente, tirar do papel essa obra centenária, importante para o Brasil e para o Litoral. Nós estamos encontrando um formato de acelerarmos, inclusive, a publicação do edital. Esse foi o objetivo principal”.

Participaram ainda o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Alex Ávila, e a secretária-executiva de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori, entre outras autoridades.

Acordo de cooperação
A ligação seca metropolitana tem investimento previsto de R$ 6 bilhões a ser custeado meio a meio pelos governos Federal e Estadual, com complemento da iniciativa privada. O empreendimento será licitado na modalidade de parceria público-privada (PPP), ficando o concessionário privado responsável pelo planejamento, construção, operação, manutenção e exploração da travessia.

A parceria entre União e Estado foi anunciada em 2 de fevereiro de 2024, em evento realizado na sede da APS. O acordo de cooperação técnica (ACT) para a construção do túnel foi assinado duas semanas depois por Governo Federal, Governo de São Paulo e APS. O acordo envolve ainda a anuência da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Um plano de trabalho faz parte do acordo, prevendo a participação dos envolvidos, incluindo a produção conjunta de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, e a disponibiliza-ção de recursos financeiros necessários à viabilização do projeto. MPor e Estado realizaram, com a participação da APS, as audiências públicas da obra.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   30/01/2025

A receita líquida do setor de máquinas e equipamentos agrícolas recuou 7,8% na passagem de novembro para dezembro, informou nesta quarta-feira, 29, a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Na comparação com dezembro de 2023, houve crescimento de 9,5%.

Com o resultado, o setor de máquinas agrícolas acumula queda de 19,9% em 2024, na comparação com 2023.

Conforme afirmou há pouco o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, a perspectiva é de retomada de crescimento das receitas de máquinas e equipamentos agrícolas em 2025, com alta prevista de 8% em relação a 2024. A estimativa reflete, sobretudo, o cenário de condições climáticas mais favoráveis para a safra.

Exportações

Em dezembro, as exportações de máquinas agrícolas contraíram 9,4% em relação a novembro e 6,5% na comparação com igual mês de 2023. Com o resultado, as exportações acumularam queda de 18% em 2024, divulgou também a Abimaq.

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