Clipping Diário

30 | Outubro | 2024

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   30/10/2024

Um dia antes do início do silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom), quando ficará impedido de comentar sobre a política monetária, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que uma queda dos juros dependeria de um “choque fiscal positivo”. Esse foi o principal recado de uma palestra do banqueiro central em um evento do Lide, em Londres – que tinha como tema a experiência brasileira com a moeda digital e o Open Finance.

“A mensagem aqui é que é muito difícil trabalhar com juros estruturalmente mais baixos, cair os juros e trabalhar com juros mais baixos, sem ter um choque positivo na parte fiscal, sem ter uma percepção pelo lado do mercado que o fiscal vai melhorar”, repetiu Campos Neto, único painelista a fugir do tema da mesa. “Todas as vezes que o Brasil conseguiu cair os juros e trabalhar com juros mais baixos foram acompanhadas de choques fiscais positivos.”

As falas do presidente do BC ocorreram na última participação pública de um membro do Copom marcada para ocorrer antes do período de silêncio, que vedará novos recados antes da próxima decisão do Comitê, no dia 6, quando a ampla maioria do mercado espera um aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic. Também coincidem com a expectativa de anúncio, nos próximos dias, de um pacote de corte de gastos de até R$ 50 bilhões pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Campos Neto e outros membros do Copom têm, inclusive, repetido a importância da questão fiscal. Em uma bateria de declarações públicas ao longo dos últimos dias, o presidente do BC e os diretores Diogo Guillen (Política Econômica) e Renato Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) – vistos como da ala mais hawkish do comitê – bateram na mesma tecla: o risco fiscal adicionou prêmio às expectativas e, sem uma sinalização de sustentabilidade, elas não vão cair.

Na segunda-feira, em um encontro com investidores organizado pelo Deutsche Bank, Campos Neto disse não saber o teor do pacote de corte de gastos que está sendo desenhado pela equipe econômica, mas reforçou a importância de uma medida “estrutural” para sinalizar ao mercado que o fiscal será sustentável ao longo do tempo. Ele vem destacando que o Brasil é o único país cuja curva precifica um aumento de juros, mesmo tendo resultados primários em linha com emergentes.

“A única coisa que tenho dito é que parece haver um prêmio de risco crescente que eu acho que está cada vez mais associado à política fiscal. Eu acho que, para que isso seja revertido, você precisa criar uma percepção de que você fez algo que pode mudar o quadro estruturalmente. Eu espero que o plano que for anunciado seja um plano que seja percebido pelo mercado como sendo capaz de fazer isso”, disse ele na segunda-feira.

Ele, inclusive, afastou a possibilidade de a credibilidade da política monetária ter afetado as expectativas – algo que foi um ponto de destaque antes do último Copom, quando os membros do comitê repetiram à exaustão que fariam tudo que fosse preciso para levar a inflação à meta.

O recado é relevante pelo timing. As expectativas de inflação do mercado continuam desancoradas e acima do próprio cenário do BC, mesmo com a projeção de alta da taxa Selic até 12% no fim do ciclo, em janeiro, e queda dos juros só a partir do fim do ano que vem.

Como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) vem mostrando, os economistas do mercado vêm reforçando a preocupação com a política fiscal e a sustentabilidade do arcabouço. Antes da sua penúltima reunião do Copom, Campos Neto retomou o recado que repetia ao longo de 2020: agora, o Banco Central é o passageiro, e o piloto é o fiscal.

Globo Online - RJ   30/10/2024

O déficit nas transações correntes do Brasil nos 12 meses até setembro ficou em US$ 45,8 bilhões, o equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados do Banco Central (BC), é a primeira vez, desde abril de 2023, que o resultado supera os 2% do PIB.

Fazem parte das transações correntes a balança comercial (exportações e importações), a balança de serviços (pagamento de juros da dívida externa, remessas de lucros e dividendos, viagens internacionais, transportes etc) e as transferências unilaterais (por exemplo, o envio de dinheiro de imigrantes brasileiros no Japão ou nos EUA para o Brasil).

O resultado negativo indica que estão saindo mais dólares que entrando no Brasil por essa conta, que costuma ser compensada pela entrada de capital estrangeiro para investimentos.

O resultado das transações correntes vem piorando desde o início do ano. Em janeiro, o déficit acumulado em 12 meses estava em US$ 17,2 bilhões, ou 0,78% do PIB. Um mês depois, caiu para 0,75% do PIB e passou a subir mês a mês até setembro.

Os principais fatores para a elevação do déficit nas transações correntes foram a redução no superávit comercial e o crescimento no déficit da conta de serviços no ano, informou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.

Apesar dessa alta, o déficit em 2,07% está “um pouco abaixo” da norma para a economia brasileira que, segundo Rocha, seria em torno de 2,5% do PIB. Rocha ressaltou que o déficit continua completamente financiado pelos Investimentos Diretos no País (IDP), que somaram US$ 70,7 bilhões no acumulado de 12 meses até setembro, o equivalente a 3,2% do PIB.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, os ingressos de IDP continuam bastante superiores ao necessário para financiar o déficit corrente, por isso, a situação do setor externo da economia brasileira como um todo permanece bastante favorável".

Os dados divulgados nesta terça-feira pelo BC mostraram ainda que o investimento estrangeiro em renda fixa chegou a US$ 10,7 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, superando o ingresso de todo 2023, que ficou em US$ 9,8 bilhões. Os dados consideram os títulos de dívida negociados no mercado doméstico.

Turismo bate recorde

Os turistas estrangeiros que desembarcaram no Brasil injetaram R$ 30,821 bilhões na economia do país nos nove primeiros meses — entre janeiro e setembro — deste ano, o melhor resultado para o período nos últimos dez anos, representando um crescimento de 25%.

Somente em setembro, os visitantes internacionais deixaram mais de R$ 3 bilhões no turismo nacional.

“Estamos observando uma demanda crescente do interesse internacional em conhecer as belezas do Brasil. Isso mostra que temos um mercado econômico muito valioso para ser trabalhado, com ações e políticas públicas que promovam nossos atrativos turísticos lá fora”, afirmou o ministro do Turismo, Celso Sabino.

Nos nove primeiros meses do ano, cerca de 4,9 milhões de visitantes de fora pousaram em diferentes destinos nacionais.

Entre as ações do Ministério do Turismo para atrair mais turistas de fora para o país está o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), que prevê parcerias público-privadas com companhias aéreas e aeroportos para ampliar o número de voos internacionais com destino ao Brasil. A ação conta com a Embratur como parceira.

— A Europa hoje vive o overturism, com esses viajantes querendo descobrir novos destinos, e o Brasil é ideal para atrair esse público, apresentando sua culinária, cultura e diversidades regionais, além de riquezas naturais que não existem em outros lugares do mundo — destacou o ministro.

IstoÉ Dinheiro - SP   30/10/2024

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 688,5 milhões na quarta semana de outubro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta terça-feira, 29, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,133 bilhões e importações de US$ 5,445 bilhões.

No mês, o superávit acumulado é de US$ 3,848,4 bilhões e, no ano, de US$ 62,967 bilhões.

Até a quarta semana de outubro, a média diária das exportações registrou baixa de 6,7% em relação à média diária do mesmo mês de 2023. O resultado se deu devido a queda de 18,6% em agropecuária, que somou US$ 4,73 bilhões; queda de 17,6% em indústria extrativa, que chegou a US$ 5,58 bilhões; e crescimento de 3,7% em indústria de transformação, que alcançou US$ 14,60 bilhões.

Já as importações tiveram crescimento de 14,4% na mesma comparação, com crescimento de 23,8% em agropecuária, que somou US$ 0,39 bilhões; queda de 10,3% em indústria extrativa, que chegou a US$ 1,38 bilhões; e crescimento de 16,7% em indústria de transformação, que alcançou US$ 19,30 bilhões.

IstoÉ Dinheiro - SP   30/10/2024

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,6 ponto em outubro, a 99,9 pontos, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em setembro, o indicador havia atingido 100,5 pontos. Com o resultado agora divulgado, a média móvel trimestral do índice recuou 0,6 ponto.

Os três componentes do ICI apresentaram queda em outubro. O Índice Situação Atual (ISA) recuou 0,1 ponto, para 102,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,3 ponto, para 96,8 pontos.

“A confiança da indústria registrou, em outubro, sua segunda queda consecutiva. O resultado reforça a ideia do mês passado de um alerta ligado para fim do ano, dado que apesar de bons resultados recentes na demanda, o setor dá sinais de novo aumento dos estoques. Apesar disso, a percepção dos empresários sobre o presente é positiva na maior parte dos segmentos, mas em relação ao futuro o sentimento é de cautela”, avalia, em nota, o economista do Ibre/FGV, Stéfano Pacini.

Ele destaca, porém, que, apesar de haver aumento dos estoques, a percepção dos empresários quanto ao presente momento é positiva. “Apesar disso, a percepção dos empresários sobre o presente é positiva na maior parte dos segmentos, mas em relação ao futuro o sentimento é de cautela”, afirma.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) recuou 0,8 ponto porcentual, a 82,6%.

CNN Brasil - SP   30/10/2024

A distância comercial entre o Brasil e os Brics diminuiu desde a fundação do bloco, há 15 anos, e, desde 2018, o país já exporta mais para os membros do grupo do que para os Estados Unidos e União Europeia (UE) somados.

E essa tendência tende a crescer, segundo especialistas ouvidos pela CNN, ao passo que aumentam os acordos comerciais e diplomáticos assinados entre os membros do grupo.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) também mostram que a balança comercial — a diferença do que o país exporta e importa — tambémmé favorável ao Brasil com os parceiros emergentes, enquanto para EUA e UE, o resultado é negativo.

Além da cúpula entre os chefes de Estado, realizada na semana passada, o bloco compartilha uma série de fóruns comerciais e diplomáticos que buscam aproximar diferentes setores.

O grupo ainda conta com uma instituição financeira própria, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), sob gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

“Os parceiros do Brics vêm promovendo mecanismos de facilitação de comércio para favorecer a ampliação dos intercâmbios comerciais e de investimentos entre si”, diz Silvana Schimanski, professora do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Números do Mdic mostram que as exportações do Brasil cresceram de forma generalizada nos últimos anos, porém, as vendas aos Brics aumentaram de forma muito mais acelerada ante norte-americanos e europeus.

Em 2009, EUA e UE somados haviam importado cerca de US$ 45 bilhões do país, enquanto Rússia, Índia e China — a África do Sul se juntou ao grupo em 2011 — haviam comprado US$ 27,3 bilhões.

Essa curva se inverteu a partir de 2018 e, no ano passado, as exportações para norte-americanos e europeus somaram US$ 83,2 bilhões, enquanto as vendas aos parceiros emergentes totalizaram US$ 123 bilhões.

E a tendência se manteve neste ano. Até setembro, as exportações para os Brics cresceram 6,5%, enquanto EUA e UE somam 5,8%, com comparação ao mesmo período de 2023.
China lidera movimento

A China é responsável por grande parte deste movimento: em 2009, o gigante asiático superou os EUA como principal parceiro do Brasil no comércio global. De lá para cá, as exportações aos chineses cresceram 396%, somando US$ 104 bilhões ao fim de 2023.

Quando as exportações do Brasil para os países do Brics superaram os envios para EUA e UE, as compras feitas pela China representavam 90,2% do total do grupo. Em 2023, a fatia recuou para 84,5%.

“Esse aumento na relevância dos mercados emergentes, especialmente da China, destaca-se em relação ao Ocidente pelo fato das exportações brasileiras, em função do seu perfil, terem ampla demanda em mercados de alto crescimento”, afirma à CNN Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Mdic.

Schimanski, da UFPel, reforça que a China se tornou importante para o Brasil por uma questão de complementaridade de economias — os chineses dependem dos insumos agrícolas brasileiros, enquanto nós de suas manufaturas.

Dentre as exportações, se destacam commodities e insumos agrícolas. No caso, os alimentos brasileiros vêm suprindo a necessidade de regiões com baixa produção, como as mais desérticas, e as com grande população, como a China.

“Desde a crise financeira global, o crescimento das exportações brasileiras vem sendo impulsionado por produtos agropecuários e pela indústria extrativa, setores que encontraram alta demanda na China e em outros mercados emergentes”, explica Prazeres.

“A crescente demanda chinesa por commodities, como soja, milho, e minério de ferro, impulsionou esse crescimento, posicionando o Brasil como um dos principais fornecedores de insumos agrícolas e minerais para a China e demais economias dos Brics”, conclui.
Tendência de crescimento

Para Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), a cooperação entre os membros do bloco dá sinais de crescimento.

“Esse ano, a ApexBrasil mapeou mais de 1.800 oportunidades comerciais nos parceiros dos tradicionais do Brics e, agora com os novos membros, teremos ainda maior potencial”, afirma Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil).

O grupo foi fundado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul foi a primeira adição ao bloco, em 2011. Em 2023, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã e Egito aderiram ao Brics.

Na mesma linha, Robson Gonçalves, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca os laços entre os membros como motor para a aproximação comercial.

“Na medida em que os países do Brics se aproximam, e o bloco está ativo em termos de diplomacia econômica e comercial, é natural que se tornem mercado mais relevante para a corrente de comércio brasileira”, pontua.

Schimanski complementa que a aproximação política do Brics é orientada também pelo desenvolvimento de uma cooperação para reduzir os custos de transação, frequentemente associados as ferramentas de política comercial.

Entre os pontos, a professora cita barreiras não-tarifárias, como controles sanitários, fitossanitários, ambientais, aduaneiros, e outros.

“Tais barreiras impostas pelos Estados oneram exportadores e importadores, especialmente pequenas ou médias empresas, na operacionalização das suas operações de comércio exterior”, comenta.
Busca por diversificação

Viana, da ApexBrasil, reforça que o país busca diversificar seus parceiros, se reaproximando da América do Sul, dos EUA e da União Europeia. Além disso, mira no Oriente Médio, África e leste asiático.

“Nossa opção é pelo interesse brasileiro, onde quer que ele esteja”, enfatiza o presidente da ApexBrasil.

Porém, os dados não significam que um mercado está sendo escolhido em detrimento do outro. A mesma relação que o Brasil tem de necessidade com os produtos da China ocorre no comércio com os EUA e a UE.

Só que, nesse segundo caso, a balança comercial pende mais para o outro lado.

“Como o comércio de mão dupla é relevante, é interessante notar que os maiores valores das importações brasileiras provêm desses [mesmos] mercados [que compram de nós]: da China (23%), dos Estados Unidos (aproximadamente 18%), da União Europeia (16%) e da Argentina (4%)”, pontua Schimanski.

Dentre os fatores que favorecem esse comércio de duas vias, a professora de RI elenca reduções de custos logísticos e a consolidação das parcerias entre os próprios Estados, como acordos de facilitação de investimentos.

“Considerando os valores exportados e importados, é incorreto afirmar que Rússia e Índia, por exemplo, superem a importância comercial dos parceiros tradicionais do Brasil, embora, sua contribuição seja crescente e importantes para a diversificação e complementação da nossa pauta comercial.”
Desaceleração

Ainda assim, é notável que houve um recuo nos negócios do Brasil tanto com os EUA quanto com a UE entre 2022 e 2023. Os especialistas ouvidos pela CNN elencam uma série de fatores por trás desse movimento.

Fatores geopolíticos, como a guerra na Ucrânia, a ameaça de um conflito generalizado no Oriente Médio e as ações de defesa comercial dos EUA e da UE contra produtos chineses são levantados por Gonçalves, da FGV.

“Quando os EUA e a Europa se defendem em relação a algum produto chinês, como aço e alumínio, o que acaba acontecendo é que os chineses desviam esse excedente para economias como a do Brasil. Se olhar os dados dos últimos anos, os fluxos chineses sacodem os fluxos gerais, mexendo as peças de outras relações”, afirma Gonçalves.

Sobre a retomada, a secretaria Prazeres ressalta à CNN que a retomada da indústria brasileira deve ajudar a impulsionar as exportações para o Ocidente.

“O comércio com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos, tende a concentrar-se em produtos da indústria de transformação, que enfrentou dificuldades para manter o crescimento após a crise financeira de 2008-09”, pontua a autoridade.

“Atualmente, o governo busca promover a neoindustrialização, com políticas de incentivo ao setor industrial, visando ampliar o dinamismo da indústria de transformação e, consequentemente, das exportações de produtos de maior valor agregado, que tradicionalmente são destinados para mercados como o dos EUA.”

De janeiro a setembro deste ano, os dados do Mdic apontam para uma recuperação da corrente brasileira com as duas economias: de 8,2% no caso dos EUA, e de 4% no da UE.

Exame - SP   30/10/2024

A China está considerando aprovar na próxima semana a emissão de mais de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) em títulos para os próximos anos como forma de reanimar sua economia, num pacote que deve ser ainda mais reforçado caso Donald Trump vença as eleições de 5 de novembro.

De acordo com a Reuters, o principal órgão legislativo da China, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (NPC), está buscando aprovar o novo pacote fiscal, incluindo 6 trilhões de yuans que seriam parcialmente levantados por meio de títulos soberanos especiais, no último dia de um encontro a ser realizado entre 4 a 8 de novembro.

O valor total planejado equivale a mais de 8% do PIB da segunda maior economia do mundo, que foi duramente atingida por uma crise prolongada no setor imobiliário e pela dívida crescente das administrações locais.

Plano agressivo

Os planos de gastos sugerem que Pequim mudou a rota para um estímulo ainda maior para reanimar economia, embora ainda não seja a "bazuca" de 2008 que alguns investidores têm pedido.

O banco central anunciou no final de setembro as medidas mais agressivas desde a pandemia da COVID-19. O governo seguiu semanas depois sinalizando mais estímulo fiscal sem especificar detalhes financeiros do pacote, alimentando intensa especulação nos mercados globais sobre o tamanho dos novos gastos.

O momento da reunião do NPC, que coincide com a semana da votação presidencial dos EUA, oferece a Pequim maior flexibilidade para ajustar o pacote fiscal, incluindo o tamanho total, com base no resultado da eleição, de acordo com a Reuters.

Pequim pode anunciar um pacote fiscal mais forte se Trump ganhar, já que seu retorno à Casa Branca deve intensificar as batalhas econômicas contra a China.

O candidato republicano prometeu impor taxas de 60% sobre as importações da China caso vencesse o pleito.

Pacote maior, mas suficiente?

O Comitê Permanente do NPC também deve dar sinal verde para a emissão de até 4 trilhões de yuans em títulos de propósito especial para compras de terras e propriedades ociosas nos próximos cinco anos, segundo a Reuters.

Os governos locais teriam permissão para levantar esse valor além de sua cota de emissão anual, que financia principalmente gastos com infraestrutura. A cota ficou em 3,9 trilhões de yuans neste ano e 3,8 trilhões em 2023.

Se o Comitê Permanente do NPC aprovar essas emissões integralmente, ao invés de em etapas, ele poderá aumentar o tamanho total do pacote para mais de 10 trilhões de yuans. Uma média de 2 trilhões de yuans em nova dívida do governo central ressalta a urgência de Pequim para fortalecer a economia.

Ainda assim, os gastos planejados ficam aquém do implantado em 2008, quando os 4 trilhões de yuans de Pequim em estímulo fiscal em resposta à crise financeira global representaram 13% do PIB na época.

MINERAÇÃO

Valor - SP   30/10/2024

Na semana passada, na assinatura do acordo relativo à tragédia de Mariana, presidente da República reiterou o descontentamento com a empresa

Avesso a privatizações, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido crítico da atuação de ex-estatais que passaram para as mãos da iniciativa privada. O maior exemplo – e alvo das críticas – é a Vale, multinacional brasileira e uma das maiores mineradoras mundiais. Na semana passada, na assinatura do acordo relativo à tragédia de Mariana (MG), Lula reiterou o descontentamento com a empresa. O ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, presente ao evento, indicou, por sua vez, que o governo segue atento às mudanças na companhia. O Valor elenca a seguir algumas razões que ajudam a entender o interesse do governo na mineradora:

Por que o governo insiste em ter ingerência na Vale?

Desde o começo do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, sobretudo o de Minas e Energia, Alexandre Silveira, têm manifestado uma visão crítica dos rumos que a mineradora tomou. Na sexta-feira (25), Lula aproveitou o evento de assinatura do acordo de Mariana para voltar a falar do descontentamento dele em relação à mineradora. O presidente sugeriu que o modelo de “corporation”, empresa de capital pulverizado sem controle acionário definido, não funciona. A Vale se insere justamente nesse tipo de estrutura acionária.

As críticas do PT e de Lula à Vale se inserem dentro de um cenário mais amplo de tentativa do governo de ter maior ingerência em empresas que foram privatizadas ou que são de economia mista. Nesse rol entram Eletrobras, Petrobras, Vibra e a própria Vale, para ficar apenas em exemplos de grandes corporações brasileiras.

Ao ter mais voz ou poder de voto nessas empresas, o governo acredita que pode valer-se delas para fazer política industrial, por exemplo. Pode ainda utilizar a capacidade de investimento dessas empresas para alavancar a economia e pode também tentar abrigar aliados em indicações políticas para cargos na alta gestão dessas companhias, incluindo diretorias, vice-presidências, presidências e conselhos de administração e fiscal.

Como o governo pode pressionar a empresa?

Embora privada, a Vale é uma concessionária. Explora minerais que são de propriedade da União e depende de licenças ambientais e de mineração para poder fazer o trabalho fim, que é produzir minério de ferro e outros minerais, como cobre, níquel e até ouro. Portanto, o governo pode pressionar politicamente a empresa, como tem feito, via renovação de concessões.

O maior exemplo está nas ferrovias, segmento em que a mineradora havia assinado um acordo de renovação antecipada de concessões, no governo passado, e foi levada a reabrir as negociações no atual governo. Embora a renovação fosse considerada um ato jurídico perfeito por pessoas que participaram das negociações, a pressão do atual governo levou a mineradora a reabrir essas discussões e a Vale terá, possivelmente, que fazer novos pagamentos à União. As discussões estão em curso.

Outro tema em que a Vale tem sido alvo do governo são os direitos minerários. Trata-se de uma espécie de contrato pelo qual as mineradoras têm direitos e obrigações. Lula e Alexandre Silveira criticaram em mais de uma oportunidade o fato de grandes mineradoras “sentarem em cima” de direitos minerários, expressão usada em alusão ao fato de que muitas vezes as empresas ganham essas concessões, mas não as exploram. É um tema que tende a ter desdobramentos no atual governo opondo, mais uma vez, empresas e governo.

O governo pode forçar a empresa a investir em determinados projetos?

O governo pode, sim, pressionar politicamente a empresa nos bastidores para que avalie determinados projetos. No momento, há informações no mercado de que a Vale poderia analisar a compra de participação na Bahia Mineração (Bamin), gerida pela Eurasian Resources Group (ERG), com origem no Cazaquistão. É um projeto caro, que deve requerer algo próximo a R$ 30 bilhões em investimentos para ser implementado, como mostrou o jornal “O Estado de S. Paulo” recentemente.

Nos bastidores, comenta-se que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, baiano de origem, seria favorável ao projeto. O problema é que o empreendimento pode não fazer sentido econômico para a Vale, que detém direitos minerários riquíssimos em teor de ferro na Serra dos Carajás, no Pará. Carajás é considerada por geólogos como uma das melhores reservas de minério de ferro do mundo.

O Valor apurou que o projeto da Bamin não chegou ainda para ser avaliado pelo conselho de administração da Vale, embora em algum momento o tema já tenha sido alvo de análise pelo comitê de executivo da empresa, disseram fontes.

Um interlocutor afirmou que a Vale só vai investir em projetos que fizerem sentido do ponto de vista econômico, mas ressaltou que, pelo porte e capacidade, a Vale é obrigada a analisar as oportunidades que surgirem na indústria da mineração.

Quais são os entraves para a Vale desenvolver novas minas no pós-Mariana e Brumadinho?

Uma das principais dificuldades está na obtenção de novas licenças ambientais, sobretudo em áreas de floresta como a de Carajás, no Pará. A empresa e o setor mineral como um todo também participam das discussões sobre cavidades em áreas de mineração. As cavidades são cavernas que abrigam fauna e flora e as mineradoras precisam observar uma série de requisitos se quiserem explorar áreas ricas em minerais, mas que possuem cavidades. É outro tema importante a ser observado a curto e médio prazos.

A Vale pode resistir à pressão do governo?

A Vale tem uma política de governança que vem sendo aprimorada. É um sistema de regras internas que inclui, por exemplo, processos de como contratar pessoas em cargos de alta gestão. Embora nenhuma governança blinde a empresa totalmente, o sistema tem permitido à Vale enfrentar as pressões políticas. Foi por meio dessa política que se deu a sucessão que levou o então vice-presidência de finanças, Gustavo Pimenta, a ser escolhido como CEO da empresa. Mas é preciso reconhecer que o processo foi desgastante para a empresa em parte justamente pela pressão e ruídos criados pelo governo, que queria indicar nomes.

Qual tem sido a resposta da Vale?

No conturbado processo sucessório do CEO, a Vale foi fazendo acenos ao governo. O ex-presidente Eduardo Bartolomeo lançou uma iniciativa com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para um fundo de minerais críticos. A Vale também se aproximou da Petrobras. A empresa também fez fazendo gestos aos governadores. Na semana passada, fechou com BHP Billiton e Samarco um acordo pelo qual as empresas vão pagar R$ 170 bilhões pela tragédia de Mariana. No momento, há ainda iniciativas de criar diretorias na estrutura corporativa da Vale para cuidar de relações institucionais. Uma das diretorias, em Brasília, será conduzida pelo jornalista Kennedy Alencar, como informou ontem a colunista Malu Gaspar, de “O Globo”.

Infomoney - SP   30/10/2024

A Fitch Ratings revisou nesta terça-feira a perspectiva para a mineradora Vale (VALE3) de estável para positiva depois do acordo multibilionário da empresa, BHP e Samarco para reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana (MG).

A Fitch também reafirmou classificação “BBB” para os IDRs (Ratings de Inadimplência do Emissor) da mineradora.

A revisão da perspectiva “reflete a eliminação de um importante obstáculo nas classificações da Vale, uma vez que as incertezas ambientais e os riscos de litígios estão mais limitados, após o recente acordo da Samarco, além de sua crescente escala e diversificação para um mix de produtos ferrosos de maior valor agregado”, disse a agência de classificação de risco em relatório.

“A Fitch espera que a Vale continue comprometida com um perfil de baixa alavancagem e gere fluxos de caixa robustos, enquanto enfrenta preços mais baixos do minério de ferro e equilibra oportunidades de crescimento e retornos aos acionistas”, acrescentou

Investing - SP   30/10/2024

Os contratos futuros do minério de ferro recuaram nesta terça-feira, interrompendo uma sequência de dois dias de ganhos, já que a incerteza em torno dos planos de estímulo fiscal da China, maior consumidora, pesou sobre o mercado, enquanto uma perspectiva de oferta mais forte pressionou ainda mais os preços.

O contrato janeiro do minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian, da China, encerrou as negociações diurnas em queda de 0,77%, a 777,5 iuanes (108,89 dólares) a tonelada métrica.

O minério de ferro de referência na bolsa de Cingapura estava em leve alta de 0,5%, a 104 dólares a tonelada, por volta das 8h (horário de Brasília).

O sentimento do mercado está oscilando com as expectativas políticas, disse o site chinês de informações financeiras Hexun Futures.

Há uma grande incerteza política, já que o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo está programado para se reunir no início de novembro, coincidindo com a eleição presidencial dos EUA, disse o Hexun Futures.

O contrato de Dalian atingiu seu maior valor em mais de uma semana na segunda-feira, impulsionado por esperanças renovadas de novos estímulos fiscais por parte de Pequim.

A declaração da Associação de Ferro e Aço da China de que proporia políticas específicas para remodelar o setor em face da fraca demanda apoiou os ganhos de ontem nos preços do aço e do minério de ferro, disseram os analistas do ANZ.

Embora a demanda de minério de ferro permaneça estável, o mercado enfrenta o problema do pico de produção e da alta oferta, disse a Hexun Futures.

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O volume total de minério de ferro embarcado globalmente, a partir de 19 portos e 16 empresas de mineração na Austrália e no Brasil, aumentou 1,7 milhão de toneladas ou 6,9% na semana, atingindo 26,3 milhões de toneladas entre 21 e 27 de outubro, segundo dados da Mysteel.

AUTOMOTIVO

Investing - SP   30/10/2024

A Toyota Motor Corp (NYSE:TM) e a Nippon Telegraph and Telephone Corporation (OTC:NPPXF), também conhecida como NTT, comprometeram-se com um investimento substancial no desenvolvimento de inteligência artificial (IA) avançada para condução autônoma. As duas gigantes japonesas estão prontas para investir 500 bilhões de ienes, equivalente a aproximadamente 3,26 bilhões de dólares, em pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de aprimorar a tecnologia de condução autônoma.

A colaboração visa criar um software automotivo sofisticado que utiliza IA para prever e prevenir acidentes, assumindo o controle do veículo em situações críticas. Esta iniciativa faz parte de um esforço mais amplo das montadoras japonesas para ganhar espaço no competitivo mercado de condução autônoma, atualmente liderado por empresas como a Tesla (NASDAQ:TSLA) e várias entidades chinesas.

A parceria entre Toyota e NTT não é nova; elas uniram forças pela primeira vez em 2017 para trabalhar em tecnologia de carros conectados 5G e, posteriormente, em 2020, para um projeto de cidade inteligente. O foco atual em IA e tecnologia de condução autônoma se baseia nessa relação já estabelecida.

O veículo de célula de combustível Mirai da Toyota, que está no mercado desde 2021, já apresenta uma função de condução sem as mãos. No entanto, o mais recente investimento em P&D sinaliza um impulso mais agressivo para a próxima geração de soluções de condução autônoma.

As duas empresas têm como meta ter um sistema funcional pronto até 2028. Uma vez desenvolvida, planejam disponibilizar a tecnologia para outras montadoras, potencialmente transformando a abordagem da indústria em relação à segurança e autonomia veicular.

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Embora a Toyota tenha reconhecido o relatório da Nikkei, esclareceu que os detalhes específicos não foram oficialmente anunciados pela empresa. No entanto, a Toyota expressou sua intenção de continuar colaborando com a NTT para promover um futuro de mobilidade que seja seguro e protegido.

Até o momento, a NTT não emitiu uma resposta aos pedidos de comentário sobre esta joint venture. A taxa de câmbio no momento do anúncio do investimento é de 153,2300 ienes para 1 dólar americano.

O Estado de S.Paulo - SP   30/10/2024

A Comissão Europeia informou que concluiu sua investigação antissubsídios, impondo direitos compensatórios definitivos sobre as importações de veículos elétricos a bateria (BEVs) da China por um período de cinco anos.

As tarifas poderão chegar até 35,3% sobre os veículos elétricos chineses, de acordo com comunicado divulgado na segunda-feira.

As montadoras chinesas BYD, Geely e SAIC serão tarifadas em 17%, 18,8% e 35,3%, respectivamente. Empresas consideradas “cooperantes” estarão sujeitas a uma taxa de 20,7%. Após uma solicitação fundamentada relacionada a um exame individual, a norte-americana Tesla receberá uma taxa de 7,8%, diz o comunicado.

“Conforme divulgado anteriormente, a investigação constatou que a cadeia de valor de BEVs na China se beneficia de subsídios injustos, o que está causando ameaça de prejuízo econômico aos produtores de BEVs da União Europeia”, disse a Comissão. A investigação foi iniciada em setembro de 2023.

IstoÉ Dinheiro - SP   30/10/2024
Aposta no motor a combustão em detrimento do carro elétrico, altos custos de produção e elevada dependência do mercado chinês colaboraram para a crise na maior montadora da Europa.A chefe do conselho de funcionários da Volkswagen, Daniela Cavallo, anunciou nesta segunda-feira (28/10) a notícia bombástica: ao menos três fábricas da montadora na Alemanha estão próximas de serem fechadas, e dezenas de milhares de postos de trabalho deverão ser cortados.

A notícia pegou de surpresa uma grande parte da opinião pública alemã, mas não os especialistas do setor. Um claro sinal de alerta já viera em setembro, quando a maior montadora de automóveis da Europa encerrou uma garantia de emprego que estava em vigor há cerca de 30 anos.

Entre a população, o anúncio causou comoção. “Nenhuma empresa simboliza tanto o milagre econômico, a prosperidade e a reputação global dos produtos made in Germany quanto a Volkswagen”, comentou o presidente do instituto econômico DIW, Marcel Fratzscher.

Lucros em queda

No papel, a Volkswagen até que está bem. De acordo com o mais recente relatório anual, em 2023 o grupo até registrou um novo faturamento recorde, de cerca de 332,3 bilhões de euros – um aumento de 15,5%.

A maior fabricante de automóveis da Europa também registrou um aumento no lucro: o lucro operacional anual cresceu para cerca de 22,58 bilhões de euros. Em contraste com o forte crescimento das vendas, no entanto, esse foi um aumento de apenas 2%.

Para 2024, a previsão de lucro foi revisada para baixo, apesar de ainda estar claramente no positivo. Um dos motivos para isso é a queda nas vendas, um problema que também está afetando outros fabricantes de automóveis alemães.

Dependência do mercado chinês

E não há perspectivas de melhora. A forte dependência do setor automobilístico alemão em relação à China, onde ele realiza cerca de um terço de seus negócios, está se mostrando fatal. Durante anos, o mercado automobilístico daquele país garantiu um rápido crescimento e bons lucros.

Mas a situação mudou. No segundo trimestre de 2024, a Volkswagen vendeu quase um quinto a menos de carros na China. Os fabricantes chineses de carros elétricos, mais baratos e mais inovadores, estão agora superando claramente o desempenho da empresa sediada em Wolfsburg.

O mercado de vendas europeu, por si só, não consegue compensar isso. E as novas marcas da China, que crescem rapidamente no seu próprio país, estão agora chegando com força também à Europa, com carros elétricos que muitas vezes são tecnologicamente superiores aos europeus.

Demora com o carro elétrico

Os analistas do setor afirmam que a concorrência dos fabricantes de automóveis chineses e de outros fabricantes estrangeiros só vai aumentar e que a Volkswagen dormiu no ponto ao adiar demais a transformação rumo ao carro elétrico e, assim como toda a indústria automotiva alemã, continuar apostando nos motores a combustão.

“Os principais mercados estão na Ásia, e lá é necessário ter carros elétricos competitivos”, ressalta especialista Helena Wisbert, do Centro de Pesquisas Automotivas, em Duisburg, na Alemanha, em entrevista ao canal Tagesschau24.

Fratzscher também enfatiza isso: “A decisão contra o motor de combustão e a favor da tecnologia de baterias foi tomada há muito tempo, e não foi e nem seria na Alemanha, mas em todo o mundo e especialmente nos principais mercados, como a China e os EUA”, diz.

Depois de largarem atrás, as montadoras alemãs ainda precisaram primeiro adquirir experiência no campo da eletromobilidade, explica o especialista Stefan Bratzel. No início, os custos de produção são mais altos. “Essa também é uma razão pela qual a situação é muito melhor na China, porque eles já adquiriram muito mais experiência e também implementaram as melhorias de eficiência correspondentes”, diz.

Dos mais de 4 milhões de carros produzidos na Alemanha em 2023, pouco menos de um quarto era puramente elétrico.

Abaixo da capacidade de produção

Que fábricas na Alemanha agora corram o risco de serem fechadas também se deve ao fato de elas não estarem operando em sua capacidade máxima já há algum tempo. As vendas de carros na Europa caíram significativamente e estão 2 milhões de carros abaixo do nível pré-pandemia, argumenta a Volkswagen.

E os especialistas não esperam um crescimento sustentável na Europa. O mercado local de automóveis é considerado estagnado.

Em agosto, os registros de carros novos na UE caíram 18% em comparação com o mesmo mês de 2023, enquanto na Alemanha a queda foi de quase 28%. A Associação Alemã da Indústria Automotiva (VDA) está prevendo apenas 2,8 milhões de novos registros para o ano como um todo, cerca de um quarto a menos do que no ano pré-crise de 2019.

Esse problema, portanto, não é só da VW. Em média, as fábricas das montadoras alemãs estão trabalhando com cerca de dois terços da capacidade, diz Bratzel. Segundo ele, uma fábrica deveria operar acima de 80% de sua capacidade para se manter viável.

A situação é particularmente ruim em países da Europa Ocidental, como Alemanha, França, Itália e Reino Unido, conforme relata a revista econômica Wirtschaftswoche. Em contrapartida, países como Espanha, Turquia, Eslováquia e República Tcheca ainda atingem uma taxa de utilização de capacidade de 79%. Os salários nesses países são mais baixos do que na Alemanha.

Elevados custos na Alemanha

E esse é outro grande problema, na opinião de muitos especialistas: os custos de produção são muito altos na Alemanha. “A Volkswagen paga salários acima da média, mas, ao contrário dos fabricantes premium, como BMW e Mercedes, opera no segmento popular”, observa Wisbert.

Em geral, os custos de mão de obra nas fábricas de automóveis na Alemanha são mais altos do que em qualquer outro país. Em 2023, eles eram de mais de 62 euros por hora, de acordo com a associação do setor VDA. Em comparação, eram de 29 euros na Espanha, 21 euros na República Tcheca e apenas 12 euros na Romênia.

Apesar dos altos salários, em nenhum outro lugar da Europa foram produzidos mais carros em termos absolutos em 2023 do que na Alemanha – embora com uma tendência de queda. Para Wisbert, uma coisa é clara: “A Volkswagen não tem como evitar cortar custos se quiser se manter competitiva”.

De acordo com Cavallo, a direção da VW está agora exigindo que todos os salários sejam cortados em 10%. A própria direção também deverá ser afetada. Além disso, não deverá haver aumentos salariais nos próximos dois anos.

Dianteira chinesa

Para as montadoras alemãs, ainda mais preocupante do que os altos custos de produção é a vantagem tecnológica dos seus concorrentes da China no mercado de veículos elétricos. Graças aos generosos subsídios estatais e a medidas regulatórias, eles fizeram grandes avanços tecnológicos nos principais componentes dos veículos elétricos, como as baterias, que agora podem ser produzidas de forma mais barata.

“A transição tecnológica abriu as portas para novos concorrentes cujos pontos fortes estão na engenharia elétrica e de baterias”, diz um relatório do instituto econômico IW, de modo que “quase um terço de todos os carros produzidos no mundo agora vem de fábricas chinesas, onde os custos de produção são significativamente mais baixos”.

Bratzel diz que os fabricantes chineses estão em uma posição melhor no mercado de carros elétricos porque “eles ganharam muito mais experiência e implementaram melhorias de eficiência”.

Os avanços competitivos da China estão se refletindo nos números da produção de automóveis na Europa, que mostram um declínio geral de 40% desde o ano 2000, com a França e a Itália caindo cerca de 50%.

Carro elétrico popular na Alemanha?

Mas como uma produção com elevados custos foi possível na Alemanha? A receita para o sucesso eram modelos premium caros que geravam altas margens de lucro. Cerca de três quartos dos carros eram exportados. Em média, um em cada cinco carros exportados foi para a China.

De acordo com o estudo do IW, a produção na Alemanha não teria sido possível com modelos de baixo custo que são vendidos em grande número, mas têm margens menores. É por isso que os fabricantes franceses e italianos, por exemplo, já há algum tempo estão transferindo sua produção para locais de custos mais baratos.

Bratzel tem uma opinião semelhante: “É simplesmente extremamente difícil produzir veículos populares, incluindo veículos elétricos, na Alemanha.” Recentemente, a empresa e.Go, de Aachen, tentou fazer isso e acabou falindo.

Auto Industria - SP   30/10/2024

O presidente da BYD Brasil, Tyler Li, saiu animado de reunião com o ministro do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, realizada em Brasília no final da manhã desta terça-feira, 29.

Segundo fontes próximas da direção da empresa, Alckmin prometeu para breve a liberação do regime Ex-Tarifário para que a empresa possa trazer equipamentos e máquinas do exterior com Imposto de Importação reduzido ou até zerado.

Assim como a GWM, também chinesa, a BYD foi habilitada ao programa Mover, Mobilidade Verde e Inovação, que garante incentivos para que as montadoras aqui instaladas inovem em processos produtivos e modelos com maior eficiência energética.

Infomoney - SP   30/10/2024

A Xiaomi revelou nesta terça-feira (29) uma versão de luxo de seu carro elétrico esportivo SU7, dizendo que o modelo de US$ 114 mil (R$ 656 mil) será classificado como o carro de quatro portas mais rápido em produção, em um desafio direto para os modelos da Tesla (TSLA34) e da Porsche.

A Xiaomi, mais conhecida por smartphones e eletrodomésticos do que por carros, entrou no concorrido mercado de veículos elétricos da China em março com o lançamento do SU7, um modelo semelhante ao Porsche que custa menos de US$ 30 mil (R$ 172 mil).

O presidente-executivo da Xiaomi, Lei Jun, que é quase uma celebridade na China, usou a última parte de um anúncio de novos produtos de três horas transmitido ao vivo para mostrar o SU7 Ultra.

O executivo também anunciou preços que colocam o novo modelo no mesmo nível do Tesla Model S Plaid e sinalizou a intenção de competir em termos de desempenho, e não de custo, com fabricantes de automóveis mais estabelecidos.

“Esse é o carro de quatro portas produzido em massa mais rápido do mundo atualmente”, disse Lei, acrescentando: “Quando as pessoas perguntam por que criamos uma máquina tão potente, minha resposta é simples: estamos construindo um carro dos sonhos.”

Um gráfico de comparação exibido durante a apresentação de Lei mostrou que o SU7 Ultra supera o Porsche Taycan Turbo nas especificações de aceleração e velocidade máxima.

Lei também disse que o novo carro também é mais rápido do que o Model S Plaid, embora o Tesla ainda tenha uma autonomia melhor de 672 quilômetros contra 630 quilômetros do Xiaomi.

Ao fixar o preço do SU7 Ultra em linha com o do Model S Plaid na China, em US$ 114,2 mil dólares, a Xiaomi também rompeu com estratégia anterior de se apresentar aos compradores com base no valor.
Tempo recorde

A Xiaomi disse que a versão de produção do SU7 Ultra apresentará componentes de fibra de carbono, incluindo teto, freios de cerâmica de alto desempenho e um estilo aerodinâmico. A empresa revelou um protótipo em julho.

Antes do evento desta terça-feira, Lei disse que o protótipo do SU7 Ultra havia estabelecido um recorde de tempo de volta na extenuante pista de Nurburgring, na Alemanha.

A pista de 20,8 quilômetros de Nurburgring é considerada por engenheiros automotivos uma referência para aceleração de veículos.

A Xiaomi disse que pretende entregar 120 mil unidades do SU7 até o final do ano. A Xiaomi disse que os primeiros SU7 Ultras serão despachados a clientes em março. A empresa começou a receber pedidos nesta terça-feira e disse ter recebido mais de 3.600 encomendas nos 10 minutos após a exibição do carro.

As vendas de veículos elétricos da Xiaomi na China ultrapassaram 10 mil unidades por mês desde junho e atingiram mais de 20 mil este mês.

A Xiaomi também lançou no evento um smartphone, o Xiaomi 15, com preços a partir de US$ 630 dólares (R$ 3,6 mil).

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   30/10/2024

As construtoras devem aumentar as suas receitas no terceiro trimestre deste ano (3T24) graças ao ritmo das vendas fortes no período, segundo relatório do Bank Of America (BofA) divulgado ao mercado.

Construtoras com foco no público de baixa renda, como MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3), devem apresentar recuperação gradual nas margens brutas, enquanto construtoras em fase de expansão, como Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), devem ver as receitas acompanhando o crescimento de vendas, conforme os analistas.

Para a MRV, a estimativa do BofA é de um lucro líquido de R$ 108 milhões no Brasil, um aumento relacionado ao fortalecimento das operações da companhia, que também aposta em crescimento no exterior.

A Cury, outro destaque positivo no setor, deve manter a estabilidade nas receitas, embora com leve queda nas vendas no trimestre. A Direcional, beneficiada pela forte demanda de imóveis no setor popular, deve registrar um lucro líquido de R$ 151 milhões, com o suporte adicional do programa Pode Entrar, criado para facilitar o acesso à casa própria.

O projeto, por sinal, terá impacto positivo nos resultados das construtoras voltadas ao público de baixa renda, como a Direcional, que registrou receita sólida impulsionada pela produção acelerada e melhora nas margens, segundo o banco.

Os estrategistas que assinam o relatório dizem que as construtoras focadas na renda média e alta, como Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3), podem enfrentar dificuldades no 3T24, especialmente com a necessidade de oferecer descontos para estimular vendas e reduzir estoques.

Apesar do aumento na receita esperado para a Eztec, impulsionado pelas vendas de estoque e o reconhecimento do projeto Lindenberg, o BofA projeta que as margens ainda devem estar sob pressão. A Cyrela, com participação em joint ventures, espera lucros, mas com margens apertadas devido ao excesso de estoque.
Cautela

O BofA se mantém cauteloso quanto à Tenda, que, apesar do crescimento nas receitas, enfrenta desafios nas margens devido a provisões elevadas e aos altos custos de construção. No caso da Even (EVEN3), a estimativa é de uma queda na receita e no lucro, com o impacto da diminuição das vendas e de provisões para cobrir perdas na venda de participações.

“Mantemos uma visão otimista para construtoras de baixa renda, vendo fundamentos sólidos e retornos atraentes. As principais escolhas são Cury, pelo momentum de lucro e retornos em caixa, e MRV, pela avaliação atraente”, diz o relatório. A Cury, segundo os analistas, é favorecida pelo crescimento de lucros e forte retorno de caixa, com potencial de alta no valor das ações e uma taxa de dividendos de 9%. A MRV, por sua vez, apresenta uma avaliação atrativa, com valor de mercado abaixo do valor contábil, e é vista com otimismo em razão de um gatilho positivo de geração de caixa esperado para o quarto trimestre de 2024.

O banco de investimentos alerta que, embora o setor de baixa renda mantenha fundamentos sólidos e atrativos para os investidores, construtoras voltadas para a renda média e alta, como Cyrela e Eztec, provavelmente devem enfrentar desafios relacionados à acessibilidade e à necessidade de políticas de desconto, impactando as margens e exigindo estratégias mais cautelosas.

ConstrutoraPreço-alvoPotencial de alta (ações)Dividend yieldClassificação
Cury (CURY3)R$ 3022%9%Compra
Direcional (DIRR3)R$ 3721%9%Compra
MRV (MRVE3)R$ 15112%2%Compra
Tenda (TEND3)R$ 1030%1%Underperform*
Cyrela (CYRE3)R$ 2413%5%Underperform*
Even (EVEN3)R$ 713%4%Underperform*
Eztec (EZTC3)R$ 143%3%Underperform*

O que os analistas esperam das construtoras no 3T24:
MRV (MRVE3): espera-se estabilidade na receita, com recuperação das margens. Estimativa de R$108 milhões em lucro líquido para a operação no Brasil. Cury (CURY3): receita deve se manter estável trimestre a trimestre, com expectativa de leve queda no lucro devido ao aumento em SG&A (provisões de bônus). Direcional (DIRR3): receita mais forte, acompanhando o aumento da produção. Estimativa de R$151 milhões em lucro líquido. Tenda (TEND3): provável crescimento na receita, com recuperação de margens após provisões pesarem nos resultados do 1S24. Eztec (EZTC3): receita impulsionada por vendas de estoque, com margens recuperando para 34%. Cyrela (CYRE3): Receita deve crescer, com lucro impulsionado pela renda de joint ventures. Estimativa de R$365 milhões em lucro líquido. Even (EVEN3): Receita menor trimestre a trimestre, com estimativa de R$36 milhões de lucro líquido.

NAVAL

A Tribuna - SP   30/10/2024

A simplificação dos processos de concessões e autorizações, por meio do programa Navegue Simples, e a atualização do marco legal dos portos serão discutidos durante o 2º Encontro Porto & Mar, que o Grupo Tribuna promove nesta terça-feira (29), em Brasília, a partir das 14h20. Outros temas como regulação, inovação e transição energética também serão abordados nos dois painéis do evento.

O primeiro painel, intitulado “Os instrumentos de exploração da atividade portuária”, contará com a presença do diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Wilson Lima Filho, que discorrerá sobre as atividades da agência e os desafios do setor.

Lima Filho pretende focar nas atividades regulatórias, transição energética, mudanças climáticas e na concessão de hidrovias, além da importância da relação porto-cidade.

Um dos cinco debatedores deste painel será o secretário nacional de Portos, Alex Ávila, que tratará sobre o Navegue Simples, em implementação. O programa, lançado em junho, visa simplificar os processos de concessões e arrendamentos de áreas portuárias e autorizações para terminais de uso privado (TUPs), destravando investimentos robustos no setor.

Ávila pretende abordar o trabalho que o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) está fazendo para trazer inovação para as normas e regulamentos, permitindo mais agilidade nos contratos de adesão, com os processos de reequilíbrio de contrato e com os leilões de terminais.

O segundo painel abordará o tema “Ceportos - O anteprojeto de lei para revisão do arcabouço legal que regula a exploração direta e indireta pela união de portos e instalações portuárias brasileiras”.

O palestrante será o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Douglas Alencar. Ele presidiu a Comissão de Juristas que aprovou na última quarta-feira o texto que revisa a Lei dos Portos. Alencar disse que se trata de uma “sugestão inicial de mudança”. O anteprojeto segue para a Câmara dos Deputados.

A peça sugerida à Câmara Federal apresenta, entre outras propostas, o fim da exclusividade na contratação de mão de obra portuária, flexibilização e desburocratização de processos.

Um os organizadores e mediador do evento, o consultor para assuntos portuários do Grupo Tribuna, Maxwell Rodrigues, lembra que o encontro é oportuno para debater os temas recentes e relevantes para o setor. Segundo ele, será a oportunidade de opinar e dar sugestões para avanços em diversas questões.

O Encontro Porto & Mar é tradicional na área portuária por reunir autoridades, especialistas e empresários para debates altamente técnicos, que realmente busquem soluções que vão além do discurso político.

PETROLÍFERO

Valor - SP   30/10/2024

Chambriard afirmou que a Petrobras segue empenhada na tentativa de explorar petróleo na Margem Equatorial

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta terça-feira (29) que a estatal furou poucos poços pioneiros neste ano, após passar 2023 sem furar nenhum. Segundo a executiva, essa situação vai mudar, dando a entender que a companhia prevê aumento das campanhas exploratórias.

“Vamos contribuir para o PIB [produto interno bruto] brasileiro”, disse em evento na Bolsa do Rio. Os poços pioneiros são considerados poços descobridores, os primeiros a serem furados em novas campanhas exploratórias.

“Esse ano furamos muito pouco. Precisamos buscar novas fronteiras exploratórias”, disse Chambriard. “O Brasil tem produção de petróleo crescente até 2030.”

A presidente da Petrobras voltou a reforçar os planos da companhia em dobrar a produção da Bacia de Campos, que completou 50 anos em 2024. A executiva também alertou para os altos preços da cadeia de fornecedores: “Nosso dinheiro não é infinito. Precisamos calibrar os aportes de cada negócio.”

Chambriard afirmou que a Petrobras segue empenhada na tentativa de explorar petróleo na Margem Equatorial: “Estamos respondendo todos os questionamentos dos órgãos ambientais. O Brasil precisa se empenhar na continuidade de produção. “

A executiva mencionou também os esforços em diversificar as fontes de energia da companhia: “É menos por transição energética e mais porque precisamos.”

A executiva mencionou também os esforços em diversificar as fontes de energia da companhia — Foto: GABRIEL DE PAIVA/Agência O Globo

Valor Investe - SP   30/10/2024

Banco estima pagamento de US$ 2,4 bilhões em dividendos ordinários

O Santander divulgou hoje suas projeções para os resultados da Petrobras no terceiro trimestre, que serão divulgados no dia 7 de novembro.

O banco espera que a Petrobras entregue um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de aproximadamente US$ 11,4 bilhões no terceiro trimestre, estável em relação ao trimestre anterior, com aproximadamente US$ 2,4 bilhões em dividendos ordinários, cerca de 2,8% de rendimento.

Embora o banco não tenha o pagamento de dividendos extraordinários em seu modelo de previsão trimestral da companhia, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz dizem que não ficariam surpresos se a Petrobras anunciasse mais uma rodada de dividendos extraordinários, pois acreditam que a petroleira poderia distribuir até US$ 4,5 bilhões até o fim do ano.

Sobre o desempenho de produção da companhia no trimestre, os analistas comentam que os dados domésticos de petróleo permaneceram estáveis.

“Esperamos uma recuperação gradual na produção nos próximos meses — a produção da Petrobras em setembro foi aproximadamente 6% maior em relação ao mês anterior, mas estamos monitorando a produção de outubro —, também impulsionada pela introdução de novos navios-plataformas”, comentam os analistas.

O Santander reiterou sua recomendação de compra para os recibos de ações (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) e para as ações preferenciais (PETR4) na B3, com preços-alvos a US$ 20 e R$ 54, respectivamente.

Hoje, os papéis são negociados a US$ 13,68, na Nyse, e R$ 35,92, na B3.

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Petro Notícias - SP   30/10/2024

A Petrobrás faz novos movimentos em sua joia da coroa, o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A empresa iniciou nos últimos dias a perfuração de um novo poço na área, em lâmina d’água de 1.939 metros, por meio do navio-sonda Carolina. As informações foram disponibilizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O novo poço ganhou o nome técnico 9-BUZ-99D-RJS. A nomenclatura iniciada com número 9 indica que esse é o chamado “poço especial”. De acordo com a ANP, esse tipo de poço visa a objetivos específicos que não se enquadram nas finalidades anteriormente definidas, tais como poço piloto para horizontal, poço para captação ou descarte de água, controle de “blow out”, e de observação.

A Petrobrás tem grandes planos para o campo de Búzios. A presidente da empresa, Magda Chambriard, já afirmou que a ideia é elevar a produção do ativo para 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boed) no terceiro trimestre de 2025. Para alcançar esse objetivo, a Petrobrás deve colocar em operação no próximo ano um novo navio-plataforma no campo, o FPSO Almirante Tamandaré, que chegou ao Brasil recentemente.

De acordo com os últimos dados disponibilizados pela ANP, no mês de agosto, a produção de Búzios está em cerca de 768 mil barris de boed. Desde setembro de 2021, a produção do campo está atribuída a dois contratos, um sob o regime de cessão onerosa e outro sob o regime de partilha da produção, oriundo do primeiro Leilão dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa.

Valor - SP   30/10/2024

Magda Chambriard, presidente da empresa, citou ainda declínio natural de campos

Depois do relatório de produção do terceiro trimestre mostrar um recuo de 6,6% nos dados de petróleo e gás, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (29) que o declínio natural dos campos produtores foi um dos fatores que afetaram o resultado. A diretora de exploração e produção da estatal, Sylvia Anjos, acrescentou que as paradas para manutenção entre julho e setembro levaram à redução em 144 mil barris de óleo equivalente por dia (BOE/d) no período. “Temos três plataformas que vão entrar agora e atenuar o declínio”, disse a presidente da Petrobras.

A estatal divulgou na segunda-feira (28) que a produção de petróleo e gás atingiu os 2,654 milhões de BOE/d no terceiro trimestre, um recuo de 6,6% em comparação com igual período de 2023. O fator de utilização das refinarias foi de 95%, abaixo dos 96% do terceiro trimestre do ano passado.

Segundo Chambriard, a entrada em produção das plataformas deve começar a ter efeitos no quarto trimestre e, quando atingirem o pico de produção, vão acrescentar cerca de 500 mil BOE/d. São elas: Maria Quitéria, no pré-sal da Bacia de Campos, Marechal Duque de Caxias, no pré-sal da Bacia de Santos, e Almirante Tamandaré, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma Maria Quitéria entrou em operação em 15 de outubro.

Os analistas de bancos se dividiram sobre o relatório de produção da Petrobras. Para o Bank of America (BofA), a produção doméstica frustrou as expectativas. Enquanto o Bradesco BBI disse que a entrada em funcionamento de novas plataformas compensou parcialmente as perdas. Para o J.P.Morgan, o resultado operacional veio dentro do esperado e o desempenho do refino veio acima da previsão. O BTG Pactual afirmou que os números operacionais mais fracos terão reflexos sobre os resultados financeiros da estatal. A Petrobras divulga o balanço financeiro em 7 de novembro.

A presidente da estatal voltou a falar nesta terça-feira (29) sobre os esforços de aumentar a produção da Bacia de Campos, que completa 50 anos em novembro. O polo de Garoupa, o primeiro a ter volume comercial na região, chegou a ser colocado à venda no governo Bolsonaro, mas, segundo Chambriard, será mantido pela companhia. “Esperamos ter uma produção ainda a buscar nessa área. Passa por ali todo o escoamento de gás [dos campos] de Marlim, Albacora e Roncador.”

Empresa planeja alcançar 1 milhão de barris por dia no campo de Búzios”

— Sylvia Anjos

Ainda nos planos de elevar a produção da Bacia de Campos, a diretora de exploração e produção, Sylvia Anjos, afirmou que a empresa planeja alcançar a marca de um milhão de barris por dia no campo de Búzios, no pré-sal da região, no próximo ano. Para isso, segundo a diretora, os investimentos em Campos devem aumentar. “É desafiador porque temos que colocar as plataformas que vão chegar em funcionamento”, disse.

Magda Chambriard também disse que a falta de perfuração dos chamados poços pioneiros em 2023 tem afetado a produção da companhia. Em 2024, somente um poço como esse foi perfurado. Os poços pioneiros são considerados descobridores, os primeiros a serem furados em novas campanhas exploratórias. “Esse ano, furamos muito pouco. Precisamos buscar novas fronteiras exploratórias”, disse a executiva.

A empresa segue na tentativa de explorar petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, mas relatório do Ibama ao qual o Valor teve acesso volta a criar obstáculos aos planos da estatal. “Estamos respondendo todos os questionamentos dos órgãos ambientais.”

Valor - SP   30/10/2024

Técnicos do órgão recomendam manter negativa para perfuração na Foz do Amazonas

Rodrigo Agostinho, do Ibama: presidente do órgão abriu espaço para que a estatal apresente "esclarecimentos" — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Vinte e seis técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinaram um parecer no qual recomendam manter a negativa à emissão de uma licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço no bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial. Os servidores listaram questões técnicas que, na visão deles, inviabilizariam reverter a decisão anterior contra a emissão da licença.

O parecer foi corroborado por instâncias superiores, porém, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em ofício encaminhado à Petrobras, abriu espaço para que a estatal apresentasse “esclarecimentos” aos pontos levantados no parecer, antes de uma decisão final. Procurada, a estatal não respondeu até o momento.

O parecer do Ibama é uma má notícia para a Petrobras, que sob a gestão de Magda Chambriard vem colocando ênfase na necessidade de abrir novas fronteiras exploratórias de petróleo e gás. Na semana passada, a diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse: “Vamos fazer tudo o que o Ibama pedir”.

Em maio de 2023, o Ibama havia negado o pedido de licenciamento ambiental da Petrobras para a perfuração de um poço em águas profundas na Foz do Amazonas. A estatal recorreu ao próprio órgão e apresentou uma série de documentos que revisavam planos ambientais, a fim de reverter a negativa do órgão. Os principais pontos em discussão na revisão do plano envolviam o impacto de operações de apoio aéreas no aeroporto de Oiapoque (AP) sobre comunidades indígenas e o plano de resgate de fauna em caso de vazamentos.

No parecer 223/2024, ao qual o Valor teve acesso, os 26 analistas ambientais afirmam que a revisão dos planos ambientais pela Petrobras não apresenta “alternativa viável” que mitigue de forma satisfatória perda de diversidade em caso de acidente com vazamento de óleo. Essa condição, segundo os técnicos, é considerada “especialmente crítica” frente ao que eles classificam como “expressiva biodiversidade marinha” e a “alta sensibilidade ambiental dos ecossistemas que viriam a ser impactados”.

“Desta forma, não foram identificados, nos documentos analisados, elementos suficientes que permitissem a revisão da sugestão de indeferimento da licença ambiental e do arquivamento deste processo de licenciamento ambiental”, disseram os 26 analistas. O parecer foi assinado eletronicamente entre os dias 10 e 11 de outubro. No entanto, comunicações posteriores abriram espaço para novas manifestações da companhia até uma decisão final pelo presidente do Ibama.

Após a emissão do parecer, o coordenador de licenciamento ambiental de exploração de petróleo e gás offshore do Ibama, Ivan Werneck Sanchez Bassères, emitiu ofício no qual reconheceu melhorias técnicas “significativas” da Petrobras para responder a emergências, porém ainda considerou que algumas informações sobre estratégia de atendimento à fauna eventualmente “oleada” (atingida por óleo) eram insuficientes para rever a sugestão de arquivamento do processo, recomendando manter o indeferimento da licença.

O coordenador-geral de licenciamento ambiental de empreendimentos marinhos e costeiros do Ibama, Itagyba Alvarenga Neto, recomendou encaminhar o parecer à Petrobras para “ciência e atendimento de todas as questões apresentadas pela equipe técnica do Ibama”, iniciativa a qual considerou como uma “alternativa razoável”. Alvarenga disse discordar de aspectos apresentados pela Petrobras sobre impactos do tráfego aéreo sobre povos indígenas, mas reconheceu avanços sobre o plano de fauna, ainda que não considerasse tais evoluções suficientes para a aprovação do plano.

A diretora de licenciamento do Ibama, Claudia Barros, seguiu a linha de Itagyba Alvarenga: “Entende-se razoável o encaminhamento do Parecer Técnico (...) à empresa, para ciência e atendimento de todas as questões apresentadas pela equipe técnica do Ibama”, disse Barros. Em setembro, a diretora havia estimado um desfecho sobre o tema até o fim do ano.

O tráfego aéreo e os eventuais impactos sobre comunidades indígenas na região são um dos pontos que levaram a Petrobras a recorrer contra a negativa da licença. A Petrobras havia alegado na revisão dos estudos que “utilizará o aeródromo pré-existente e licenciado dentro da capacidade operacional já estabelecida, sem ampliação da capacidade" e que o barulho das aeronaves não se configura como impacto direto da atividade de perfuração, mas do aeroporto, cujo processo de licenciamento é conduzido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá.

No parecer, os técnicos afirmam que o Ibama não contestou a regularidade do aeródromo do Oiapoque, que será usado pela Petrobras como base de apoio das atividades perfuratórias. Dizem também que o estudo ambiental feito pela empresa aponta que o uso do aeroporto “significa o aumento de 3.000% de sua atividade”, além de haver sobrevoo em áreas onde não há nenhuma outra rota estabelecida.

“[...] o fato do aeródromo estar regular, licenciado e o uso previsto pela empresa estar dentro de sua capacidade operacional não significa que o empreendimento não trará impactos específicos pela sua inserção na região”, diz o parecer.

A Petrobras também havia proposto um novo Plano de Proteção à Fauna (PPAF), no qual previa a construção de base de resgate à fauna em Belém, mas o Ibama havia considerado a distância elevada em caso de acidente. A estatal propôs a construção de uma base avançada de atendimento à fauna em Oiapoque, que permitiria a chegada dos animais por vias marítima, fluvial ou aérea, e a possível instalação de unidade móvel de recepção em Vila Velha do Cassiporé, distrito de Oiapoque.

Segundo os analistas, as propostas para resgate no Oiapoque foram consideradas com potencial para reduzir tempos de atendimento em caso de acidente com vazamento de óleo, mas os técnicos viram “inconsistências” na estratégia de resgate, que envolve definição de equipes de execução, tempos de deslocamento, condições “meteoceanográficas” adversas, impossibilidade de utilização do navio-sonda ou embarcações de resgate e estabilização.

Money Times - SP   30/10/2024

A produção de petróleo da Petrobras (PETR4) tem uma tendência de crescimento em 2025 com a entrada em operação de plataformas relevantes já a partir deste ano, disse nesta terça-feira a presidente da petroleira, Magda Chambriard, durante evento no Rio de Janeiro.

A executiva citou as capacidades dos FPSOs Almirante Tamandaré, com 225 mil barris/dia (bpd), no campo de Búzios, Duque de Caxias (180 mil bpd, em Mero) e Maria Quitéria (100 mil bpd, em Jubarte), como impulsos para a produção da empresa em 2025.

As três unidades podem proporcionar até 2026 um pico de produção de 500 mil bpd.

“Quando a gente bota algo capaz de produzir 500 mil, a gente está mitigando declínio natural de campos e entrando em ‘ramp up'”, disse ela a jornalistas após evento.

Por outro lado, a Petrobras lida com o declínio natural de outros campos, o que dificulta projeções do aumento líquido do bombeamento de petróleo.

“Com certeza, vamos aumentar a produção, mas não sabemos quanto. Mas estamos aqui pra isso (aumentar a produção)”, adicionou Chambriard.

Pelo plano de negócios divulgado ao final do ano passado, que deve ser atualizado ao final de novembro, a produção em 2025 ficaria praticamente estável em relação a 2024.

A Petrobras projetou no plano 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) de petróleo e gás natural em 2024, podendo variar 4% para cima ou para baixo.

O centro da meta configuraria praticamente uma estabilidade ante o volume produzido em 2023, de 2,78 milhões de boed.

Já a produção de petróleo é estimada em 2,2 milhões de bpd em 2024, mesmo nível esperado para 2025.

Na véspera, a estatal divulgou que sua produção de petróleo no Brasil caiu 8,2% entre julho e setembro ante igual período do ano passado, em meio a paradas para manutenção e declínio em campos maduros.

A Petrobras produziu média de 2,13 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no terceiro trimestre.

A presidente da Petrobras atribuiu ao declínio dos campos produtores maduros, principalmente, a redução na produção no terceiro trimestre de 2024.

No mesmo evento, a diretora de Exploração e Produção, Sylvia dos Anjos, apontou que a queda média provocada pelas paradas programadas chegou a 144 mil barris ao dia.

“Como a gente quer uma empresa para muito tempo, não vamos abrir mão das paradas programadas, grande parte tem pré-sal”, explicou ela, lembrando da importância das manutenções.

As executivas disseram que a estatal fará esforços para revitalizar campos da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro.

Atualmente, o fator de recuperação na bacia está em 17%, e a meta é elevar esse patamar para até 35%.

Infomoney - SP   30/10/2024

O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês) emitiu um novo comunicado para a compra de 3 milhões de barris de petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo. Na segunda-feira (28), os preços da commodity registraram forte queda após o ataque retaliatório de Israel contra o Irã não ter atingido instalações de petróleo ou nucleares.

O DoE disse que já comprou mais de 55 milhões de barris até o momento para repor a reserva a um preço médio de cerca de US$ 76 o barril.

Em 18 de outubro, o óleo armazenado estava em 384,6 milhões de barris, ante os 638,1 milhões de barris no início do governo do atual presidente dos EUA, Joe Biden.

Money Times - SP   30/10/2024

A BP (B1PP34) informou nesta terça-feira uma queda de 30% no lucro do terceiro trimestre, para 2,3 bilhões de dólares, o menor em quase quatro anos, impactado por margens de refino mais fracas e resultados da comercialização de petróleo.

O declínio foi menor do que o esperado em meio à desaceleração da atividade econômica global e da demanda por petróleo, especialmente na China, mas aumenta a pressão sobre o presidente-executivo Murray Auchincloss, que prometeu impulsionar o desempenho da BP diante das preocupações dos investidores sobre sua estratégia de transição energética.

“Temos feito um enorme progresso no foco e na simplificação dos negócios”, disse Auchincloss à Reuters.

As ações da BP tiveram um desempenho inferior ao de seus rivais até agora neste ano, caindo 15% em comparação com um declínio de 2% para a Shell e um ganho de 19% para a Exxon Mobil enquanto investidores questionam a capacidade da empresa de gerar lucros. Um aumento anual de 9% nos níveis de dívida da BP preocupou ainda mais os investidores.

A gigante de energia manteve seu dividendo em 8 centavos por ação após aumentá-lo no trimestre anterior. Ela também manteve a taxa de seu programa de recompra de ações em 1,75 bilhão de dólares nos próximos três meses e se comprometeu a fazê-lo novamente nos três meses seguintes. A BP atualizará sua estrutura financeira em fevereiro.

Auchincloss, que assumiu o cargo em janeiro, prometeu se concentrar em negócios de alta margem, distanciando-se da estratégia do antecessor Bernard Looney de expandir rapidamente as energias renováveis e reduzir a produção de petróleo e gás.

A Reuters informou no início deste mês, citando fontes, que a BP havia abandonado a meta principal de cortar a produção de petróleo e gás até 2030.

Auchincloss disse à Reuters nesta terça-feira que a BP se concentrará em valor, não em volume, para suas operações. “Sempre que perseguimos volume, erramos”, disse ele.

A empresa também reduziu seus investimentos em hidrogênio de baixo carbono e planeja vender suas operações eólicas terrestres nos Estados Unidos.

Fontes também disseram à Reuters que a BP está considerando vender uma participação minoritária em seu negócio de energia eólica offshore. Auchincloss disse nesta terça-feira que a BP trará parceiros para projetos de energia eólica offshore ao longo do tempo.

Auchincloss também disse que a BP tem potencial para aumentar a produção de petróleo e gás até o final da década, ao mesmo tempo em que continua a fazer investimentos de alto nível em energias renováveis e de baixo carbono.

“Ainda parece haver potencial para um crescimento diferenciado, impulsionado pela comercialização de combustíveis, biogás e pelo negócio principal de ‘upstream’, mas é improvável que o mercado se concentre nesse potencial até que tenhamos metas financeiras revisadas”, disseram analistas do Citi em nota.

O lucro do custo de reposição subjacente da BP, a definição de lucro líquido da empresa, atingiu 2,27 bilhões de dólares no terceiro trimestre, superando as previsões de 2,05 bilhões e dólares em uma pesquisa fornecida pela empresa com analistas, mas abaixo dos 2,8 bilhões de dólares do trimestre anterior e dos 3,3 bilhões de dólares do ano anterior.

Os resultados foram os mais fracos desde o quarto trimestre de 2020, quando os lucros despencaram durante a pandemia.

A produção de petróleo e gás da BP aumentou 3% em relação a um ano antes para 2,38 milhões de barris de óleo equivalente por dia, ajudando a compensar uma queda nas margens de refino e o comércio de petróleo mais fraco. Preços mais altos de gás natural impulsionaram ainda mais os lucros, embora o comércio de gás tenha sido médio no trimestre, disse a BP.

RODOVIÁRIO

Diário do Aço - MG   30/10/2024

Está prevista para o dia 2 de dezembro a assinatura do contrato de concessão da BR-381, entre Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o município de Governador Valadares. O leilão para a execução das obras estruturantes e a conservação e manutenção da BR-381 foi promovido em agosto, em São Paulo. A empresa 4UM Investimentos foi a vencedora, apresentando um desconto de tarifa de 0,94% sobre a Tarifa Básica de Pedágio (TBP).

O Movimento Pró-Vidas da BR-381 se reuniu na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na última semana. Estavam presentes Clésio Gonçalves, coordenador do movimento, Laércio Ribeiro, prefeito de João Monlevade, e os assessores de Diretoria Carlos Alvisi e Allan Milagres, da ANTT.

Segundo informações do movimento, a assinatura do contrato entre a ANTT e o grupo 4UM será no dia 2 de dezembro, e a empresa assumirá a rodovia a partir do dia 2 de janeiro de 2025. Conforme previsto no contrato, durante um ano, de janeiro de 2025 a janeiro de 2026, a empresa deverá implementar uma série de melhorias na estrada.

A expectativa é que a BR-381 passe a contar com ambulância 24 horas, reboque 24 horas, melhorias na sinalização, além de serviços de recapeamento e capina. Ainda segundo informações do Movimento Pró-Vidas, com o início da vigência do contrato, a empresa vencedora do leilão será responsável pelo serviço de manutenção e também realizará o refinamento do projeto de duplicação, desapropriações e reassentamentos.

Trecho São Gonçalo a Nova Era
Durante a reunião, foi confirmado que a duplicação do trecho entre São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade e Nova Era será feita no traçado original. "Havia essa dúvida sobre o trecho da BR-381 entre São Gonçalo do Rio Abaixo e Nova Era ser duplicado no traçado original, e obtivemos a confirmação de que o trecho será duplicado com a separação por blocos de concreto, o chamado New Jersey", relatou Clésio Gonçalves, do Movimento Pró-Vidas.

Cobrança de pedágio
Estão previstas cinco praças de pedágio na concessão da BR-381, localizadas nos municípios de Caeté, João Monlevade, Jaraguaçu, Belo Oriente e Governador Valadares. A cobrança do pedágio deve começar em janeiro de 2026, após um ano de atuação da concessionária nos trabalhos de manutenção e operação da rodovia, quando também terão início as obras de duplicação.

Detalhes da concessão

O Ministério dos Transportes indica que, com a concessão do trecho, serão feitas 51 mudanças no traçado da BR-381, de Belo Horizonte a Governador Valadares. A previsão é de R$ 9,34 bilhões de investimentos em 296,32 quilômetros da estrada. A concessão permitirá a duplicação de 106 quilômetros de rodovia ao longo de 13 cidades. Considerada um importante corredor logístico e de escoamento de produtos industriais, a BR-381, além de atravessar a região do Vale do Aço, interliga Minas Gerais a São Paulo e Espírito Santo, sendo marcada pelo intenso fluxo de caminhões e ônibus.

Dnit garante que licitação do lote 8B está confirmada

Outra data importante para a chamada "Rodovia da Morte" em dezembro é a licitação para a duplicação do lote 8B, entre Ravena e Belo Horizonte. Conforme já publicado pelo Diário do Aço, o processo estava em análise pela Controladoria Geral da União (CGU), e havia rumores de que a licitação poderia ser adiada ou suspensa por alguma irregularidade ou inconsistência nos trâmites.

O certame prevê a contratação dos projetos básico e executivo da obra, que contemplam 13,4 quilômetros de pistas, desde o entroncamento com a MG-435, no município de Caeté, até o entroncamento com a MG-020, na avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte. Os motoristas que utilizam essa parte da estrada sofrem com longos congestionamentos diariamente.

O lote 8B é considerado a parte mais complexa da duplicação, e, assim como o lote 8A, será duplicado com recursos da União. Para evitar que as obras sofram qualquer atraso, uma comitiva formada por prefeitos de alguns municípios da BR-381 e representantes do Movimento Pró-Vidas da BR-381 reuniu-se com representantes da CGU e do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) na última semana.

Durante o encontro, foi esclarecido que a auditoria feita na documentação do edital do lote 8B é um procedimento de rotina e não resultado de denúncia. "Foi informado que, devido a algumas falhas identificadas após a verificação, foi emitido um alerta ao Dnit, que confirmou que o alerta é sanável sem necessidade de adiar a licitação, agendada para o dia 4 de dezembro", contou Clésio Gonçalves.

Globo Online - RJ   30/10/2024

O Tribunal de Contas da União (TCU) deve autorizar, nesta quarta-feira, o governo federal a fazer um novo leilão da Autopista Fluminense, o trecho da BR 101/RJ entre as saídas da Ponte Rio-Niterói e a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O trecho de 320,1 quilômetros é operado atualmente pelo grupo Arteris, mas a concessão iniciada em 2008, por um período de 25 anos, enfrentou uma série de problemas que tornaram o contrato inviável economicamente.

Batizada de "otimização de contratos", a alternativa proposta pelos técnicos do TCU prevê reprogramação dos investimentos e ampliação do contrato de concessão por 14 anos. O investimento está estimado em R$ 6,05 bilhões em vários obras, algumas consideradas fundamentais como o contorno de Itaboraí e Campos.

O processo passou pela Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso), criada pelo TCU para resolver problemas das concessões antigas.

Como houve acordo entre as partes, a atual concessionária poderá participar do novo certame. Para isso, terá que pagar multas pelos investimentos não realizados e abrir mão de ações contra a União.

O processo partiu da decisão da concessionária em devolver o ativo para a União de forma amigável para ser relicitado. Mas é diferente do modelo tradicional porque permite retomada mais rápida dos investimentos. Na relicitação, isso levaria, no mínimo, três anos, considerando as etapas da licitação, início da concessão por novo operador e elaboração de novos projetos.

Com o caminho de otimização, as melhorias podem começar em até 30 dias após a batida do martelo.

Essa é a segunda concessão rodoviária julgada pelo TCU, dentro de uma lista encaminhada pelo Ministério dos Transportes. A primeira foi a ECO 101, no trecho entre Espírito Santo e Bahia, operado pela EcoRodovias, desde 2013. Com a solução costurada pelo TCU, a rodovia deverá receber investimentos de R$ 7,18 bilhões.

Em 2019, a Autopista Fluminense declarou inviabilidade financeira para a continuidade do contrato e pediu saída antecipada da concessão, por meio de relicitação.

A empresa afirma que a crise econômica de 2014 gerou queda expressiva na demanda de circulação de veículos, elevação das taxas de juros e disparou o preço do petróleo o que impactou a concessão. Alega ainda dificuldades na obtenção de licença ambiental para fazer os investimentos.

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