IstoÉ Dinheiro - SP 27/09/2024
O Ibovespa acentuou máximas no meio da tarde, contando desde cedo com impulso do setor metálico, em especial da ação de maior peso individual no índice da B3, Vale ON, que avançou 6,01%. A sessão desta quinta-feira foi positiva para o minério de ferro na China e em Cingapura, de volta à casa de US$ 100 por tonelada, mas negativa para o Brent e o WTI, em Londres e Nova York, o que colocou Petrobras (ON -2,10%, PN -2,16%) na defensiva nesta quinta-feira. O cabo de guerra entre os pesos-pesados do Ibovespa inclinou o índice para cima, em dia no qual contou também com bom apoio do setor financeiro, de nomes como Itaú (PN +1,27%) e Bradesco (ON +2,09%, PN +2,56%).
Se, por um lado, o minério de ferro seguiu em alta nesta quinta-feira com o entusiasmo em torno dos estímulos chineses, por outro o petróleo retrocedeu mais de 2% em Londres e Nova York, ante receios de que grandes exportadores, como a Arábia Saudita, venham a aumentar a produção da commodity.
No fechamento, o Ibovespa mostrava ganho de 1,08%, aos 133.009,78 pontos, entre mínima de 131.593,50 e máxima de 133.312,77 pontos na sessão, em que saiu de abertura aos 131.595,04 pontos. O giro financeiro foi a R$ 27,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 1,48%, ainda cedendo 2,20% no mês e 0,88% no ano.
“Desde que emergiram novos estímulos à economia na China, o setor metálico tem mostrado forte reação, e pelo peso que o segmento, em especial Vale, possui no Ibovespa, o índice vem acompanhando essa melhora após ter tocado os 130,5 mil pontos no fechamento da última segunda-feira”, aponta Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos, referindo-se ao menor nível de encerramento para o índice desde 8 de agosto.
De segunda-feira para cá, foram três sessões, com duas em alta pouco acima de 1% para o Ibovespa, entremeadas por uma baixa de 0,43%, na quarta-feira. “Há muita cautela ainda com a situação fiscal doméstica, e o fluxo estrangeiro para a B3, em setembro, ainda não mostrou o que se viu na recuperação de julho e agosto. Há muitas variáveis para destravar fluxo para as ações, apesar dos descontos que ainda existem na B3”, diz Harada, que vê espaço para o Ibovespa levar a retomada um pouco adiante, até a resistência dos 134,9 mil pontos.
Nesta quinta-feira, com a alta de 6%, o avanço de Vale na semana chega a 12% e, no mês, a quase 8%. Outras ações do setor metálico também mostram desempenho robusto no mesmo intervalo, como CSN ON, que sobe mais de 19% na semana e cerca de 12% no mês. Na sessão desta quinta-feira, além de Vale, de CSN (+8,95%), CSN Mineração (+6,67%) e de Bradespar (+6,45%), destaque também para Azul (+10,00%) e Cogna (+7,20%), na ponta do índice. No lado oposto, Brava (-6,54%), Prio (-4,84%) e Vivara (-3,13%).
“China trouxe injeção de US$ 142 bilhões para os bancos estatais, em suporte à economia do país e para que se atinja a meta de crescimento: é o maior pacote desde 2008”, resume Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Metais como ouro, cobre e prata seguiram em alta nesta quinta-feira, refletindo não apenas perspectiva mais favorável sobre a segunda maior economia do mundo, mas também as tensões geopolíticas e o viés de baixa para os juros de referência americanos – este com efeito para o dólar, que tem se acomodado a níveis menores.
Nesta quinta-feira, a moeda dos Estados Unidos fechou em baixa de 0,57%, a R$ 5,4447. Apesar da cautela ainda derivada do fiscal, algumas boas novas têm contribuído para firmar sentimento um pouco mais favorável em relação a ativos brasileiros, como as revisões, para cima, nas projeções de crescimento da economia em 2024. Pela manhã, o Banco Central revisou, de 2,3% para 3,2%, a projeção de crescimento do PIB em 2024, no relatório trimestral de inflação (RTI).
Nesse contexto, a Bolsa recuperou toda a queda do pregão anterior e foi além da máxima intradia dos quatro pregões anteriores, “o que demonstra possível retorno de força compradora”, diz Inácio Alves, analista da Melver, destacando também os quatro pregões consecutivos de alta para o principal papel da B3, Vale ON.
“A grande notícia continua a ser o ‘pacotaço’ de incentivos da China, com o detalhamento das informações e dos recursos para estimular a economia, que envolvem também cortes de impostos para estimular o consumo e os setores de infraestrutura e imobiliário”, com reflexo direto para a precificação de ativos brasileiros, como os do setor metálico, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.
O Estado de S.Paulo - SP 27/09/2024
O Ministério da Fazenda irá aumentar a projeção da trajetória da dívida pública. A estimativa é de que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) termine 2024 entre 77,5% e 77,8% do PIB, confirmou ao Estadão/Broadcast o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. A previsão era de o indicador encerraria o ano em 76,6% do PIB.
A informação foi revelada pelo jornal Valor Econômico. O novo dado deverá ser oficializado em outubro, quando será divulgado o novo relatório de Projeções Fiscais (RPF) da pasta.
Em 2028, o nível da dívida bruta ficaria entre 81% e 82% do PIB. No projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, a curva da dívida – agora desatualizada – atingiria seu pico em 2027 representando 79,7% do PIB. A partir de então, iniciaria uma trajetória de queda, com 79,6% em 2028, chegando a 74,5% do PIB em 2034, último ano projetado na proposta.
A divulgação do novo relatório de Projeções Fiscais estava programada para acontecer em 18 de setembro, mas atrasou em razão da mobilização dos servidores do Tesouro Nacional.
O último documento dessa série foi publicado em março deste ano, quando o governo ainda não havia oficializado a mudança da meta fiscal para 2025 – prevendo, até então, que perseguiria um superávit de 0,5% do PIB no próximo ano. Agora, o alvo fiscal repete a meta de 2024 em busca de zerar o déficit público.
Dívida acima de 81% do PIB em 2026
Embora a nova trajetória ainda vá ser confirmada no novo em outubro, as informações complementares ao Projeto de Lei Orçamentário Anual (PLOA) do próximo ano, enviadas pelo governo em setembro, já mostram uma curva da dívida bruta piorada em relação à estimativa enviada em abril, no PLDO.
Um dos gráficos do Volume 3 das informações complementares, que tem 289 páginas, aponta uma DBGG em 77,9% do PIB em 2024, de 79,8% do PIB no próximo ano, atingindo 81,6% em 2026, último ano do mandato de Lula, com pico em 2027, de 81,8% do PIB, caindo a 81,5% do PIB em 2028.
Na apresentação do novo arcabouço fiscal, a expectativa era estabilizar a dívida em 2026, num patamar de 75% do PIB. “Eu estaria muito satisfeito se a gente conseguisse chegar em 2026 com a dívida/PIB abaixo de 80%. O importante é o equilíbrio fiscal”, disse Ceron em entrevista ao Estadão em março.
Segundo a última divulgação do Banco Central, a dívida bruta subiu de 77,80% do PIB em junho para 78,50% em julho. Em dezembro de 2023, ela estava em 74,42%.
A nova projeção da Fazenda para 2024 se aproxima um pouco da expectativa do mercado, embora ainda fique abaixo. Na data mais recente de projeções da dívida no Relatório Focus, a mediana para o índice em 2024 é de 78,1% do PIB, indo a 81,2% do PIB no próximo ano e atingindo o pico em 2032 com uma proporção de 89,72% do PIB. A queda se iniciaria somente em 2033, com a DBGG em 88,65% do PIB.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, especialistas avaliam que o aumento na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 anunciado pelo Ministério da Fazenda, de 2,5% para 3,2%, anula o efeito do aumento da Selic na dívida no curto prazo.
Os economistas ouvidos pela reportagem, por sua vez, já calculam que o indicador deve girar em torno de 79% do PIB até o fim deste ano – o que já é maior que a previsão atualizada do Ministério da Fazenda.
Já para 2025, espera-se que novos fatores adicionais reforcem a pressão sobre o endividamento, em meio a um cenário externo desfavorável e uma deterioração na política fiscal doméstica.
Despesas fora da conta
Especialistas têm demonstrado preocupações com gastos fora das regras fiscais, que impactam a trajetória da dívida pública. No último relatório bimestral de receitas e despesas, o déficit primário “real” – que inclui todas as despesas que impactam a dívida – subiu de R$ 61,37 bilhões para R$ 68,83 bilhões.
Integram essa conta os gastos com precatórios (dívidas judiciais da União), ajuda ao Rio Grande do Sul e combate às mudanças climáticas. No total, há R$ 40,4 bilhões em despesas legalmente excluídas do limite de despesas do arcabouço e da meta fiscal.
Em entrevista ao Estadão, o economista Marcos Lisboa afirmou que as metas fiscais do novo arcabouço estão se mostrando pouco eficazes para controlar a dívida pública, porque excluem da conta vários tipos de despesas. “Em última instância, é o impacto na dívida que realmente importa. Cumprir a meta dessa forma não diz muita coisa”, explica.
O economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel de Barros, reitera essa posição. “Há uma ginástica nos números para conseguir manter a meta no papel e, assim, evitar contenções de gastos”, disse. “Vamos ter de olhar dívida bruta, dívida líquida, esses fundos por fora do Orçamento, que não batem em lugar nenhum, nem na dívida. Está mais difícil acompanhar esses canais de transmissão do fiscal e parafiscal.”
IstoÉ Dinheiro - SP 27/09/2024
O mercado financeiro reduziu a chance de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortar juros em 50 pontos-base (pb) em novembro, de 62,8% para 56,2%, conforme ferramenta de monitoramento do CME Group, após uma rodada de dados de emprego, indústria, atividade e inflação dos Estados Unidos. Os investidores, entretanto, mantém essa opção como majoritária, contra a possibilidade de redução de 25 pb – que subiu de 37,2% antes dos dados para 42,6%, por volta das 10 horas (de Brasília).
Ainda segundo o CME Group, a probabilidade de redução acumulada de 75 pontos-base nos juros pelo Fed até dezembro subiu de 49,4% para 50,3%, se tornando a chance majoritária. Se confirmada, essa redução baixaria as taxas para o intervalo de 4,00% a 4,25% ao ano.
Em segundo lugar, a chance de cortes mais agressivos, de 100 pb, caiu de 31,8% para 26,6% após os dados, enquanto a probabilidade de redução menor, 50 pb, subiu de 18,4% para 23%.
Infomoney - SP 27/09/2024
Quanto menor for a taxa de juro, melhor será para todas as áreas da economia. A afirmação é do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), ao ser perguntado se a elevada taxa de juro impacta negativamente o setor de infraestrutura e a participação de interessados nos leilões de privatização e concessões que o país pretende fazer.
“Quanto à taxa de juros, quanto menor ela for, melhor para todo mundo”, reforçou Alckmin, que esteve na sede da B3, nesta quinta-feira (26), para acompanhar o leilão da Rota dos Cristais.
O leilão foi vencido pela francesa Vinci Highways, estreante em concessões de rodovias federais no Brasil. A empresa arrematou a concessão da BR-040/GO/MG, conhecida como Rota dos Cristais em um leilão com quatro participantes, acima da média recente, ao fazer uma oferta que embute desconto de 14,32% sobre a tarifa básica de pedágio estipulada.
O valor-base era de R$ R$ 0,1447/km para pista simples e R$ 0,1882/km para pista dupla, com date base de julho de 2023.
Alckmin comemorou o resultado, prevendo melhoras no trecho concedido, futuro aumento no escoamento de produtos para exportação e mais ingresso de divisas para o país.
Ainda sobre a taxa de juros, Alckmin disse que o governo está fazendo a parte dele para criar condições para que a Selic possa cair a patamares menores e repetiu o que disse na Fiesp na última segunda-feira (23).
“O governo está comprometido com o arcabouço fiscal e isso nos levará a taxa de juros menores”, garantiu o vice-presidente.
CNN Brasil - SP 27/09/2024
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quinta-feira (26) que dados do mercado de trabalho e de inflação do país sugerem que a economia norte-americana está a caminho de um pouso suave, apontando que a “última milha” para controlar a alta dos preços é reduzir os custos de moradia.
Em uma entrevista à emissora CNBC, Yellen afirmou que, com base nos comentários das autoridades do Federal Reserve, a taxa de juros continuará caindo até atingir um nível neutro.
“Sempre acreditei que havia um caminho para um pouso suave, que era possível reduzir a inflação e, ao mesmo tempo, manter um mercado de trabalho forte e, para mim, é isso que os dados sugerem que aconteceu”, disse Yellen.
Ela acrescentou que há motivos para acreditar que os custos de moradia também cairão.
Yellen ainda disse que a redução do déficit dos EUA é necessária para manter os custos de juros da dívida administráveis ao longo do tempo, mas acrescentou que o governo do presidente Joe Biden acredita ser importante continuar investindo em partes da economia que impulsionarão o crescimento futuro.
Com relação à estabilidade do sistema financeiro, Yellen afirmou que os bancos estão bem capitalizados, mas depois do incidente de depósitos não segurados em 2023, que gerou resgates desenfreados em alguns bancos, “uma boa dose de reflexão está sendo feita sobre como reforçar a liquidez, o acesso à janela de desconto do Fed para os bancos que têm depósitos não segurados”.
Ela disse que quaisquer mudanças nos limites para a garantia de depósitos segurados são decisões a serem tomadas pelo Congresso, mas os reguladores estão discutindo maneiras de reforçar o acesso rápido a recursos quando necessário.
O Estado de S.Paulo - SP 27/09/2024
O Banco Central (BC) passou a esperar um crescimento da economia para este ano substancialmente maior do que o apontado há três meses. Em vez de um PIB apenas 2,3% mais alto do que o de 2023, cravou agora mais 3,2%, em linha com as projeções do governo Lula, mas além dos 3,0% esperados pelo mercado, como consta no Boletim Focus.
A nova estimativa de crescimento do PIB está no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, documento de 70 páginas em que estão expostos os fatores que contribuem para a evolução da inflação e da política de juros.
Pelas razões já conhecidas, desde o início de 2023, os movimentos do Banco Central vêm sendo vistos pelo governo com forte dose de desconfiança. Até mesmo as projeções mais otimistas da instituição, como esta, começam a ser avaliadas por setores ligados ao governo com certo viés negativo, como reforço ao argumento de que a economia cresce além do seu potencial (hiato positivo do produto), o que carrega risco de mais inflação e, portanto, de necessidade de maior aumento nos juros básicos (Selic), para além do 0,25 ponto porcentual decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) dia 18 deste mês.
Entre os fatores que vêm empurrando o PIB, o BC aponta para o aumento da renda, produzido tanto pelo crescimento do emprego quanto pela distribuição de benefícios sociais. Faltou dizer que boa parte do aumento do emprego deve-se à intensificação das obras públicas pelos prefeitos, de olho nas eleições de outubro. Por entender que os ventos a favor não se repetirão tão cedo, a previsão para 2025 é de avanço do PIB de apenas 2,0%. Mas, atenção, previsões muito à frente não se têm confirmado e muita coisa pode acontecer.
Ao contrário de muitos políticos que consideram a inflação atual de bom tamanho, o documento prevê avanço do IPCA de 4,3% – acima da meta de inflação definida pelo governo Lula, de 3,0%, com possibilidade de escape de 1,5 ponto porcentual tanto para cima como para baixo.
A situação das contas externas (Balanço de Pagamentos), que registra entrada e saída de moeda estrangeira, continua excelente, embora o Banco Central prefira dizer que é “confortável”. O déficit em Transações Correntes, que engloba o comércio, os serviços, renda primária e investimentos, deverá subir para US$ 51 bilhões (2,3% do PIB), bem mais do que os US$ 22 bilhões (negativos) de 2023, principalmente porque as importações cresceram em consequência do aumento do consumo e dos investimentos. Em compensação, só de Investimentos Diretos no País entrarão US$ 70 bilhões, mais do que os US$ 64 bilhões registrados em 2023.
São resultados que desestimulam apostas em eventual crise cambial (fuga de dólares).
Infomoney - SP 27/09/2024
A confiança da indústria no Brasil voltou a recuar em setembro, a primeira queda desde março deste ano, devido à piora tanto na percepção da situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (26).
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,2 ponto na comparação com o mês anterior e foi a 100,5 pontos, de acordo com os dados da FGV.
“A confiança da indústria registrou, em setembro, sua segunda queda no ano de 2024. O resultado possui um caráter compensatório num ano caracterizado por melhoras na demanda e redução dos estoques, mas acende um alerta para os próximos meses”, explicou o economista do FGV/Ibre, Stéfano Pacini, em nota.
O maior impacto para a queda do ICI em setembro veio do Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, que caiu 1,7 ponto no mês, para 98,1 pontos, após dois meses consecutivos de alta.
Para as expectativas, o principal destaque negativo foi o indicador que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses, que registrou recuo de 3,5 pontos, a 97,6 pontos, interrompendo sequência de seis aumentos consecutivos.
O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, teve baixa de 0,6 ponto em setembro, a 103,0 pontos, acrescentando à queda de 0,1 ponto do mês anterior.
Em setembro, houve queda da confiança em 12 dos 19 segmentos industriais pesquisados.
“No cenário macroeconômico, a taxa de juros voltou a subir com o intuito de conter pressões de custos num ambiente em que os indicadores de emprego e renda continuam positivos. Essa alteração na conjuntura econômica pode refletir cautela nas perspectivas dos empresários sobre o ambiente de negócios nos próximos meses”, completou Pacini.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) votou de forma unânime para elevar a Selic em 25 pontos-base, levando a taxa de juros a 10,75% ao ano, em meio à preocupação dos membros da autarquia em relação ao superaquecimento da atividade econômica e os riscos de alta para a inflação.
Investing - SP 27/09/2024
Os preços dos contratos futuros de minério de ferro ampliaram ganhos pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira, depois que a promessa da China de lançar mais estímulos trouxe maior confiança exatamente quando começava a se dissipar a última onda de frenesi pela flexibilização monetária.
O minério de ferro de referência para outubro na Bolsa de Cingapura subiu 2,49%, para 98,8 dólares a tonelada. O contrato atingiu uma alta durante o dia de 99,25 dólares a tonelada, aproximando-se do nível psicológico de 100 dólares a tonelada pela segunda vez nesta semana.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China devolveu as perdas registradas mais cedo, encerrando o dia com alta de 1,75%, a 728 iuanes (103,73 dólares) a tonelada.
Os líderes chineses prometeram na quinta-feira implantar "gastos fiscais necessários" para atingir a meta de crescimento econômico deste ano de aproximadamente 5%, em um movimento que surpreendeu o mercado.
Isso ocorreu depois que Pequim divulgou na terça-feira uma série de estímulos monetários agressivos, incluindo amplos cortes nas taxas e redução do pagamento de entrada, para apoiar a economia vacilante e restaurar a confiança.
As medidas impulsionaram o sentimento no mercado de commodities, incluindo o minério de ferro, cujos ganhos de preço apagaram totalmente as perdas registradas em setembro.
Os altos estoques portuários e a queda na demanda, depois que as siderúrgicas reduziram a produção em meio a perdas, fizeram com que os preços do principal ingrediente da fabricação de aço caíssem quase 10% na segunda-feira.
Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.
"Os preços se consolidaram em grande parte devido à crescente pressão de alta, já que o aumento persistente dos preços do aço gerou expectativas de um rápido aumento na oferta", disse Cheng Peng, analista da Sinosteel Futures, com sede em Pequim.
"Isso poderia criar outro descompasso entre oferta e demanda em um momento em que o consumo de aço downstream permanece morno."
Valor - SP 27/09/2024
Recursos serão aplicados em digitalização, conectividade e automação das fábricas
A Volkswagen do Brasil anuncia nesta sexta-feira (27) a contratação de uma linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 304 milhões, para modernizar as quatro fábricas da montadora no país.
Essa é a segunda vez, neste ano, que a instituição aprova financiamento para a montadora alemã. Em fevereiro, foram liberados R$ 500 milhões para o desenvolvimento das novas gerações de veículos híbridos.
Em comunicado, a Volkswagen informa que os novos recursos serão aplicados em digitalização, conectividade, automação e processos da indústria 4.0, com integração dos equipamentos à Inteligência Artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem. A inteligência artificial auxiliará na automação dos processos e novas tecnologias de impressão de protótipos de peças e componentes com impressora 3D, entre outros.
Ambos os financiamentos estão inseridos no programa BNDES Mais Inovação. A linha de R$ 500 milhões foi anunciada três dias depois de a Volks revelar ao governo o acréscimo de mais R$ 9 bilhões ao ciclo de investimentos no país, que totalizará R$ 16 bilhões entre 2022 e 2028.
Do plano total, a maior parte dos recursos - R$ 13 bilhões - será aplicada nas três fábricas instaladas em São Paulo (São Bernardo do Campo, Taubaté, onde são produzidos veículos e São Carlos, que faz motores). Os outros R$ 3 bilhão vão para a unidade de São José dos Pinhais (PR).
Os investimentos incluem o lançamento de 16 novos veículos até 2028. Mas a maior novidade é a chegada dos híbridos - que têm um motor a combustão e outro elétrico, que se alternam conforme a necessidade.
No passado, a indústria automobilística instalada no Brasil, e em grande parte a Volkswagen, costumava utilizar recursos do BNDES com frequência, principalmente para o desenvolvimento de veículos. O setor ficou, posteriormente, distante do banco por um tempo. Mas com a nova onda de investimentos no país, o BNDES ressurgiu como uma das fontes de recursos.
Os anúncios de novos investimentos na indústria automobilística somam R$ 126,1 bilhões na década. O valor inclui os planos dos fabricantes de carros, que chegam a R$ 115,5 bilhões, mais R$ 8,6 bilhões da indústria de caminhões e ônibus. No caso dos veículos comerciais, a maioria deles já foi esgotada ou está prestes a se esgotar. A exceção é a Scania, que em junho anunciou um novo programa, de R$ 2 bilhões.
Nos últimos anos, os investimentos da indústria automobilística no Brasil têm sido feitos com recursos das próprias subsidiárias ou linhas de financiamento locais ou do exterior. Há muitos anos as montadoras deixaram de contar com recursos das matrizes.
Uma das razões é que a maioria dos investimentos dessas multinacionais têm se voltado à eletrificação dos veículos nos países desenvolvidos. Além disso, muitas dessas empresas têm de lidar com a forte concorrência das marcas chinesas em seus países de origem.
Na Alemanha, há poucos dias, a Volkswagen anunciou a necessidade de cortar despesas, com ameaça de demissões, como forma de enfrentar altos custos, baixa produtividade e forte concorrência.
Investing - SP 27/09/2024
A Stellantis, a quarta maior montadora do mundo, está buscando adotar uma estratégia de custo-eficiência semelhante à dos fabricantes chineses de veículos elétricos (EVs) para manter-se competitiva diante das tarifas europeias e americanas, as quais o CEO Carlos Tavares criticou como anticoncorrenciais.
Tavares descreveu as tarifas como uma "armadilha" que poderia prejudicar as montadoras tradicionais, impedindo-as de experimentar as eficiências de custo alcançadas pelos concorrentes chineses, que podem produzir EVs por aproximadamente um terço menos.
Para enfrentar esse desafio, a Stellantis deu um passo significativo ao adquirir uma participação de 21% na fabricante chinesa de EVs Leapmotor em outubro passado. Esta joint venture proporciona à Stellantis acesso à tecnologia da Leapmotor e direitos exclusivos para fabricar seus EVs fora da China.
Atualmente, a Stellantis está produzindo EVs da Leapmotor em sua fábrica de Tychy, na Polônia, onde também fabrica modelos da Fiat, Jeep e Alfa Romeo. Tavares indicou que a Stellantis também poderia começar a produzir EVs da Leapmotor na América do Norte.
No entanto, a empresa enfrenta diferentes barreiras comerciais na Europa e nos EUA. Enquanto os EVs chineses já estão sendo vendidos na Europa, e mais fábricas estão sendo instaladas com o apoio de países europeus individualmente, os EUA adotaram uma postura mais protecionista.
A administração Biden impôs uma tarifa de 100% sobre EVs fabricados na China, incentivou a produção doméstica através do Inflation Reduction Act e visou componentes automotivos chineses. Além disso, há propostas para proibir software e hardware chineses em veículos nas estradas americanas.
Apesar do potencial de produzir EVs da Leapmotor em instalações nos EUA, as economias podem ser mínimas devido à necessidade de usar peças não-chinesas e pagar salários americanos. Além disso, os desafios políticos são evidentes, como visto nas críticas do Senador Marco Rubio e outros à planejada fábrica de baterias da Ford (NYSE:F) em Michigan, que usa tecnologia licenciada da empresa chinesa CATL.
Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.
O contraste nas estratégias comerciais entre os EUA e a Europa destaca as divisões entre as montadoras e executivos. Enquanto algumas montadoras europeias, como Volkswagen (ETR:VOWG) e BMW, abraçaram a tecnologia e parcerias chinesas para garantir uma vantagem competitiva, outras nos EUA, incluindo a Ford, defendem tarifas para proporcionar condições equitativas e tempo para desenvolver modelos de EVs competitivos.
Apesar dessas diferenças, especialistas do setor preveem que a indústria de EVs da China se tornará uma força dominante globalmente. A União Europeia propôs tarifas de até 35,3%, mas não pode excluir completamente as montadoras chinesas devido ao seu quadro regulatório comum.
Por outro lado, os EUA restabeleceram uma tarifa de 25% sobre grafite artificial e natural chinês, com empresas como a Novonix se beneficiando de subsídios e créditos fiscais dos EUA para aumentar a produção domesticamente.
A Stellantis mantém-se comprometida com suas metas de eletrificação, visando 100% de vendas de EVs na Europa e 50% nos EUA até 2030. A empresa também está focando em modelos mais acessíveis, como o próximo Citroen e-C3, começando em 20.000€, e seus EVs da Leapmotor.
Em meio a esses desenvolvimentos, Moshiel Biton, CEO da empresa israelense de materiais para baterias Addionics, enfatiza a necessidade de as montadoras tradicionais inovarem, em vez de dependerem apenas da tecnologia chinesa para permanecerem competitivas no mercado de EVs.
Valor - SP 27/09/2024
É esperado que os 27 países da UE votem, em conjunto, a favor de impor tarifas variáveis sobre veículos elétricos chineses, medida anunciada pela Comissão Europeia em junho
Na foto CEO global e fundador da BYD, Wang Chuanfu; empresa enfrentará tarifa adicional de 17% sobre os veículos exportados para UE — Foto: Marcos Moura e Souza | Valor
A União Europeia (UE) deve votar, na próxima semana, as novas tarifas de importação para veículos elétricos fabricados na China, após a votação programada para terça-feira (25) ter sido adiada. É esperado que os 27 países da UE votem, em conjunto, a favor de impor tarifas variáveis sobre veículos elétricos chineses, medida anunciada pela Comissão Europeia em junho.
A medida busca nivelar a competição do setor na Europa para as montadoras locais. Os produtores de veículos elétricos chineses se beneficiam de subsídios governamentais que lhes permitem exportar a preços baixos.
O Ministério do Comércio da China disse, nessa quinta-feira (26), que equipes técnicas de ambas as partes estavam trabalhando em "programa de compromisso de preço flexível" e "fazendo o possível para chegar a um consenso" antes da finalização das tarifas.
De acordo com os planos da Comissão Europeia anunciados em junho, a BYD enfrentará uma tarifa adicional de 17% sobre os veículos exportados da China para a UE, menor que os 36,3% e 19,3% enfrentados pela SAIC Motor e Geely Holding, respectivamente. Essas tarifas irão se somar a um imposto de importação existente de 10% e devem entrar em vigor em novembro e durar cinco anos.
Segundo o centro de estudos alemão Kiel Institute for the World Economy, as importações de carros da China para a UE cairão mais de 20% se as tarifas forem aplicadas.
Desde o anúncio da medida em junho, ambos os lados têm se esforçado para chegar a um compromisso e evitar uma guerra comercial. O premiê alemão e os primeiros-ministros da Itália e da Espanha visitaram Pequim para negociações, enquanto o ministro do Comércio da China também voou para Bruxelas na semana passada.
Os membros da UE estão divididos sobre aprovar a medida, com a Alemanha, o maior país do bloco, buscando evitar tarifas pesadas, dado que sua indústria está profundamente entrelaçada com a da China. Já França e Itália estão pressionando por regras de importação mais rígidas.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 27/09/2024
Segundo o IBGE, a participação da construção civil no PIB nacional chegou a 5,8%, uma das melhores contribuições do setor para o Brasil – e se há obras em andamento, os equipamentos não param em galpões.
O bom momento acompanha uma tendência mundial evidenciada pelo relatório da Grand View Research, Inc., dos Estados Unidos: a locação de maquinário pesado, incluindo terraplanagem e equipamentos para construção de concreto e estradas, cresceu 55,76% em participação de mercado.
Para Renan Camargo, gestor da unidade de negócio de locação de equipamentos da De Amorim Locadora, o bom momento econômico e a ampliação no investimento em infraestrutura criaram um novo ciclo de crescimento na construção pesada – e a locação de equipamentos acompanhou esta evolução.
“A prática de locar equipamentos pesados para construção se tornou primordial para incorporadoras e construtoras com volumes intensos de novas obras, incluindo pavimentação. Grandes players do setor perceberam que podem destinar uma fatia de seus recursos que eram utilizados na compra de equipamentos para outras ações, como treinamento e marketing”.
O aluguel desses equipamentos trouxe na ponta mais do que economia para as construtoras: ajudou a criar uma relação custo-benefício vantajosa.
As construtoras passaram a ter acesso ao que há de mais moderno no mercado sem precisar investir em frota própria, e o reflexo pode ser sentido até mesmo pelo consumidor final.
“Um exemplo de como a locação é vantajosa para construtoras é a possibilidade de contar com os equipamentos necessários para a obra no momento que mais precisam, como a recicladora de asfalto, um equipamento cujo investimento seria oneroso para qualquer empresa, e certamente afetaria o orçamento da obra” finaliza Camargo.
CNN Brasil - SP 27/09/2024
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, disse nesta quinta-feira (26) em visita à sede da CNN Brasil em São Paulo, que as mudanças no cenário econômico e monetário do país e a reestruturação de políticas habitacionais do governo federal fez com que o setor revisasse a margem de crescimento.
“Mudanças estruturais fez o crescimento da indústria da construção ser revisado para cima. Começamos na casa de 2,4% neste ano e nós agora estamos realizando para 3% até o fim de 2024. Isso em consequência de mudanças ocorridas no Minha Casa na Minha Vida, em julho de 2023, bem como a operacionalização do Marco das Garantias de Crédito, no Marco do Saneamento e, em especial, na queda da taxa de juros de 13,75% para 10,50% ao ano”, disse.
Correia detalhou que a mudança nos projetos sociais, como o MCMV, com a ampliação do valor teto para R$ 350 mil e a abrangência do programa, que passou a atender o Brasil todo.
“Além disso, as taxas de juros diferenciadas ajudou na revisão, como 4% ao ano nas regiões norte e nordeste, 4,25% na região centro oeste e 4,5% nas regiões sul e sudeste. Na parte de obras para infraestrutura, a PEC da Transição foi possível de alocar um pouco de recursos públicos e também, esse fato, trouxe a confiança para a iniciativa privada para, através de concessões, tanto em rodovia, quando em saneamento, aplicarem recursos para a infraestrutura do país”, pontua.
Mas, Correira disse que a mudança de direção do Comitê de Políticas Monetárias (COPOM), do Banco Central (BC) em voltar a elevar as taxas de juros, acende um sinal de alerta no setor.
“O setor estava acelerando, e a elevação dessa taxa de juros em 0,25 ponto percentual é como se você tirasse o pé do acelerador, e se continuar a crescer os juros, você vai pisando no freio na indústria da construção como um todo. Então, a gente precisa repensar caminhos para que essa taxa de juros caia para menos de um dígito”, ressalta o presidente da CBIC.
Money Times - SP 27/09/2024
A cidade de São Paulo se destacou no último relatório do UBS Global Real Estate Bubble Index por aparecer entre as localidades com preço mais “justo” para imóveis e com menor risco de encarar a temida bolha imobiliária. Apesar disso, o banco destacou que o alugar um imóvel continua financeiramente mais atraente do que ter a casa própria.
A política fiscal expansionista do governo contribuiu para um crescimento econômico robusto, o que gerou, segundo o banco, mais demanda por moradias em áreas desejadas. Isso fez com que os preços subissem pelo segundo ano consecutivo, mostrando uma ligeira recuperação do setor. No entanto, o UBS destaca que os preços reais continuam mais de 20% abaixo do pico registrado no final de 2014.
“Dada a inflação que segue alta, há uma grande probabilidade de aumento da taxa de juros nos próximos trimestres, o que limita o lado positivo dos preços reais dos imóveis residenciais”, avalia a instituição.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (24), manteve o tom hawkish já adotado no comunicado
Na ata, o Comitê ressalta que a resiliência na atividade, as pressões no mercado de trabalho, o hiato do produto positivo, a elevação das projeções de inflação e as expectativas desancoradas demandam uma política monetária mais contracionista.
Com as altas taxas de juros, o aluguel se tornou uma opção financeiramente mais atraente do que a compra de imóveis, segundo o banco. A demanda crescente por aluguéis levou a um aumento nos valores, o que também afetou o preço de compra das propriedades.
Quais cidades apresentam risco de bolha imobiliária?
O estudo UBS Global Real Estate Bubble Index avaliou ainda outras 24 cidades no mundo e concluiu que o risco de bolhas imobiliárias apresentou uma queda ligeira pelo segundo ano consecutivo. Mesmo assim, uma cidade está no topo da pontuação de risco: Miami.
Desde o final de 2019, os preços dos imóveis em Miami aumentaram quase 50%, e apenas no último ano, cresceram 7%. A cidade norte-americana tem recebido uma atenção especial da alta renda que compete por imóveis à beira-mar, aumentando os preços de compra e aluguel. Além disso, o UBS destaca o volume significativo de transações especulativas agrava o risco de uma correção de preços.
Logo abaixo de Miami, também no patamar de alto risco, estavam as cidade de Tokyo, em segundo lugar, e Zurich, em terceiro.
No geral, o relatório aponta que os desequilíbrios diminuíram na Europa, permaneceram estáveis na Ásia-Pacífico e aumentaram nos EUA. Enquanto isso, Dubai registrou o maior aumento de risco desde meados de 2023.
“Nos últimos quatro trimestres, os preços das moradias aumentaram quase 17% e estão 40% mais altos do que em 2020. O crescimento da renda tem sido robusto e o crescimento do aluguel superou até mesmo o crescimento dos preços, mantendo os rendimentos relativamente altos. Portanto, o risco de bolha está em território moderado, mas aumentou consideravelmente desde meados de 2023”, explica UBS.
Veja o ranking
Cidade Nota Risco
Miami 1,79 alto
Tokyo 1,67 alto
Zurich 1,51 alto
Los Angeles 1,17 Elevado
Toronto 1,03 Elevado
Geneva 1,00 Elevado
Amsterdam 0,98 Moderado
Sydney 0,78 Moderado
Boston 0,78 Moderado
Vancouver 0,77 Moderado
Frankfurt 0,75 Moderado
Hong Kong 0,74 Moderado
Tel Aviv 0,69 Moderado
Dubai 0,64 Moderado
Singapore 0,59 Moderado
Madrid 0,56 Moderado
Munich 0,54 Moderado
San Francisco 0,48 Baixo
London 0,41 Baixo
New York 0,37 Baixo
Paris 0,35 Baixo
Stockholm 0,32 Baixo
Warsaw 0,23 Baixo
Milan 0,20 Baixo
São Paulo 0,04 Baixo
Infomoney - SP 27/09/2024
Os contratos de compra de casas usadas nos Estados Unidos subiram em agosto em relação à mínima recorde de julho, uma vez que a queda nas taxas hipotecárias na expectativa por cortes de juros pelo Federal Reserve proporcionou um modesto aumento na acessibilidade.
A Associação Nacional de Corretores de Imóveis informou nesta quinta-feira que seu Índice de Vendas Pendentes de Casas, baseado em contratos assinados, aumentou 0,6% no mês passado, para 70,6, em relação aos 70,2 de julho, que foi o valor mais baixo desde o início da série em 2001.
Economistas ouvidos pela Reuters previam que os contratos, que se tornam vendas depois de um ou dois meses, aumentariam 1,0%.
No entanto, as vendas recuaram 3,0% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2023.
“Uma ligeira virada para cima reflete uma melhora modesta na acessibilidade das moradias, principalmente porque as taxas de hipoteca caíram para 6,5% em agosto”, disse Lawrence Yun, economista-chefe da associação.
Esse declínio acompanhou uma queda durante o mês de agosto no rendimento do Treasury de 10 anos – usado como referência para as taxas hipotecárias – na expectativa de um corte nos juros pelo Fed em sua reunião de setembro.
O Fed cortou a taxa básica na semana passada em 50 pontos-base, com mais cortes previstos para os próximos meses, e as taxas hipotecárias neste mês caíram para perto de 6%.
Ainda assim, é provável que a atividade de vendas permaneça moderada, pois, mesmo com a queda nos custos de empréstimos, os avanços contínuos nos preços dos imóveis continuam a compensar uma parte dessa economia, e o estoque também permanece limitado.
InfraRoi - SP 27/09/2024
As obras para a construção da linha 2 do Metrô BH, que atende a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) já iniciaram. O novo traçado, que vai interligar a atual linha 1 até o Barreiro, terá 10,5 quilômetros e vai contar com sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro. Serão mais de R$ 3 bilhões em investimentos e a expectativa é de que as estações sejam concluídas por etapas, de acordo com cronograma previamente estabelecido, começando por Nova Suíça e Amazonas, que devem ficar prontas em 2026.
O projeto é resultado de um contrato firmado pelo governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), e a concessionária Metrô BH. A operação comercial da linha 2, em pleno funcionamento, está prevista para 2028, e deverá transportar 56 mil pessoas por dia.
Outras ações para transporte metroviário
Paralelamente às obras da linha 2, a concessionária Metrô BH continuará realizando as melhorias na linha 1, como, por exemplo, as reformas das 19 estações e a conclusão da expansão até Novo Eldorado, em Contagem, ambas previstas para serem entregues até 2026.
O governo de Minas anunciou, ainda em maio, a compra de 24 novos trens pela concessionária Metrô BH. As novas composições serão fabricadas pela empresa chinesa Changchun Railway Vehicles, subsidiária líder da maior fabricante de material rodante do mundo, CRRC Corporation Limited.
A empresa já iniciou o projeto de fabricação e a expectativa é a de que o primeiro trem chegue ao Brasil e entre em operação no primeiro semestre de 2026. As novas composições, tão logo entregues, vão operar tanto na linha 1 como na linha 2 do metrô.
Os 24 novos trens possuirão, cada um, quatro carros, e serão equipados com Operação Automática do Trem (OTA, na sigla em inglês), sistema que possibilita mais regularidade, conforto e suavidade nas viagens, além de economia no consumo de energia.
Atualmente, a frota é composta por 35 trens, sendo 25 da série 900, da década de 1980, e dez trens da série 1000, que começaram a operar em 2015 e já possuem ar-condicionado e sistemas modernos.
Concessão
A concessão do Metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte completou, em março, um ano de operação. O contrato terá duração de 30 anos, com a estimativa de que sejam investidos R$ 3,7 bilhões para melhorias e ampliações ao longo do período.
Desse total, R$ 2,8 bilhões são aportes do Governo Federal e cerca de R$ 440 milhões são provenientes do Termo de Reparação assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) com a Vale, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho. A tragédia tirou a vida de 272 pessoas e provocou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais em Minas Gerais.
Entre as iniciativas da concessionária, destacam-se a disponibilidade gratuita de Wi-Fi nos trens e estações, além de ser possível acompanhar a previsão de chegada dos trens nos 96 painéis de LED espalhados pelas 19 estações do sistema. A Metrô BH também eliminou os tickets físicos na catraca e hoje a validação da passagem pode ser feita por aproximação, diretamente nas catracas, utilizando cartões de crédito ou débito, ou ainda por carteiras digitais de smartwatches, celulares ou tablets.
Revista Mineração - SP 27/09/2024
Em busca de renovar as concessões das ferrovias Carajás e Vitória-Minas, a Vale apresentou uma proposta de cerca de R$ 20 bilhões ao governo federal.
O valor inclui o pagamento financeiro e execução de obras, segundo afirmou o ministro dos Transportes Renan Filho.
Após reunião com o futuro presidente da Vale, Gustavo Pimenta, o ministro reforçou a necessidade de chegarem a um acordo o mais rápido possível.
As concessões dessas ferrovias são fundamentais para o escoamento da produção de minério da Vale e estão em negociação desde o governo anterior.
Depois de uma primeira proposta da Vale de R$ 16 bilhões, a equipe econômica do governo federal pediu R$ 25,7 bilhões. Mesmo com as divergências em relação ao valor, o diálogo entre o governo e a mineradora é considerado positivo.
Não estamos em litígio, estamos buscando um acordo”, garantiu Renan Filho.
Ao reconhecer que o valor do ativo público federal é superior ao pago inicialmente, a Vale fez a revisão da oferta.
Eu acredito que o governo agora tem novamente condição de tomar uma decisão”, disse Filho.
Apesar das expectativas, ainda não há data definida para a conclusão das negociações.
InfraRoi - SP 27/09/2024
O Porto de Suape em Pernambuco registrou a maior movimentação de cargas em um único mês desde o início das operações, há 45 anos. Foram 2.658.036 de toneladas movimentadas no mês de agosto, número impulsionado pelos granéis líquidos (petróleo e gasolina).
O período também obteve o maior crescimento percentual deste ano (41%) em relação ao mesmo período de 2023. Anteriormente, outubro de 2022 detinha a melhor marca, quando somou 2.534.528 toneladas. No acumulado de 2024, a movimentação soma 17.150.473 toneladas, representando aumento de 7,3% em relação a 2023.
As mercadorias líquidas são o carro-chefe de Suape e responsáveis por 65,5% de tudo que é movimentado no atracadouro. Nesse rol, estão o petróleo e seus derivados, como combustíveis, GLP, óleo bruto e outros. O total deste grupo chegou a 1.716.490 toneladas em agosto, o maior volume do ano e 37% maior que o registrado no mesmo mês de 2023. A movimentação de contêineres, na qual Suape é líder no Nordeste, chegou a 667.415 t e 59.571 TEUs (medida que representa o espaço ocupado por um contêiner de 20 pés de comprimento). Em ambas medidas, o aumento foi de 31% no mês.
Granéis sólidos crescem mais na movimentação do Porto de Suape
Percentualmente, a carga com maior elevação foi a de granéis sólidos, que engloba, principalmente, o trigo e o coque de petróleo. O aumento chegou a 172%, totalizando 208.549 toneladas.
A carga geral solta passou de 38.722 t, em agosto de 2023, para 65.583 t no mês passado, correspondendo a um crescimento de 69%. São itens como veículos, açúcar ensacado, chapas e bobinas de aço, equipamentos para a indústria eólica, máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
As importações de agosto somaram 765.557 toneladas e 94% de aumento, enquanto as exportações, 120.106 toneladas e 79% de crescimento. A cabotagem teve um incremento de 25% e fechou em 1.772.374 toneladas. Já a quantidade de atracações chegou ao total de 162.
IstoÉ Dinheiro - SP 27/09/2024
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta quinta-feira, 26, que a companhia pretende reformar uma série de plataformas para aumentar sua vida útil e a viabilidade econômica de projetos maduros de produção, um trabalho que deverá ser feito no Brasil.
“Se conseguirmos reformar a P-35, P-37 e P-47, faremos isso em estaleiros nacionais. Temos estaleiros com dique seco em Pernambuco, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. A indústria brasileira pode ter certeza que estaremos do seu lado”, disse Magda. A informação detalhada foi adiantada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na última terça-feira.
A presidente da Petrobras disse ainda que a P-19 também pode ser incluída no plano de recondicionamento. Ela fez as afirmações na ROG.e, maior evento local do setor de óleo e gás, que acontece nesta semana no Rio de Janeiro.
Segundo Magda, as unidades estão “cada vez mais pesadas e mais caras”, tornando-se antieconômicas, situação cuja saída imediata seria o descomissionamento, mas que será evitado nos casos citados
“Estamos nos deparando com plataformas tão caras e sofisticadas que uma oportunidade de 500 milhões de barris, que é útil e econômica em qualquer parte do mundo, está ficando antieconômica no Brasil”, disse Magda.
Investing - SP 27/09/2024
A Petrobras (BVMF:PETR4) vai chamar fornecedores para perguntar por que fábricas no exterior "começam a atrasar" as entregas, enquanto as unidades industriais das mesmas empresas no Brasil estão ociosas, afirmou a presidente da petroleira estatal, Magda Chambriard, nesta quinta-feira.
A executiva disse que cobrará dos fornecedores o cumprimento de prazos na entrega de projetos e ressaltou ainda que a companhia considera governança e ética como "pilares essenciais" na relação com a indústria.
"Nós temos fornecimento em fábricas no exterior lotadas que estão se tornando gargalo, enquanto a mesma fábrica no Brasil encontra-se ociosa. Vamos perguntar o que está acontecendo", disse Chambriard, em discurso ao dar início à sétima edição do Prêmio Melhores Fornecedores, durante o congresso de petróleo e gás ROG.e.
Ela não mencionou em sua fala o chamado "custo Brasil", algo comumente expresso por empresários para falar das despesas presentes no país que afetam a produtividade e a eficiência da economia brasileira, que incluem questões ligadas a burocracias, tributos e infraestrutura.
Questionada pela Reuters se um chamado "custo Brasil" poderia ter a ver com a ociosidade de fábricas, Chambriard respondeu que "tem a ver com uma intenção passada, que não corresponde à nossa visão desse momento".
"Se vocês forem ver o governo passado, a intenção era vender a Petrobras e tornar a Petrobras uma pequena empresa independente, produtora de petróleo no pré-sal. Essa não faz parte da nossa visão... A nossa visão é de longo prazo, é de expansão de investimentos, é de atuar no Brasil como uma empresa que explora seus negócios lucrativos", completou.
Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.
No evento, 31 empresas serão premiadas em 34 categorias, seis delas para as que mais se destacaram nas iniciativas Ambiental, Social e Governança (ASG).
Aos fornecedores, na plateia, Chambriard afirmou que não basta apenas desenvolver soluções, "tem que chegar a tempo e à hora para não atrasar nossa produção".
"É inconcebível ter fábrica no exterior sendo gargalo... vamos rever isso de forma urgente."
Aos jornalistas, a executiva evitou citar nomes de fornecedores que teriam projetos em atraso e apontou confiança de que os prazos ainda podem ser cumpridos.
"Quando a gente sente algum tipo de refluxo, aí a gente vai lá e tenta mitigar. Temos aí um ou outro projeto que já está, vamos dizer assim, indo na direção de um atraso de meia dúzia de meses. Então nós estamos mitigando. Tenho certeza que vamos acertar", afirmou.
"De vez em quando, aparece uma tentativa de 'descarrilhamento', principalmente de plataformas, que são os que mais nos impactam, e aí a gente atua e mitiga."
A executiva tomou posse em maio, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter decidido retirar Jean Paul Prates do comando, em movimento que buscou acelerar projetos da companhia, além de reforçar o papel da empresa como impulsionadora de emprego e renda no país.
Parte das principais demandas de Lula está relacionada a uma busca por um aumento da contratação pela Petrobras de obras no Brasil, como em estaleiros.
GOVERNANÇA
Durante sua fala no evento, a executiva também brincou ao dizer que a transição energética na Petrobras tem o tamanho do diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Mauricio Tolmasquim, que tem a estatura alta.
Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.
Em contrapartida, ela disse que os cheques da Petrobras precisam ter o tamanho do diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, que por sua vez tem a estatura mais baixa.
Chambriard também destacou em sua fala a importância da governança da Petrobras, citando o nome do diretor-executivo de Governança e Conformidade da companhia, Mário Spinelli.
"Sim, a governança existe e tem cara na Petrobras", afirmou.
Spinelli, em sua fala, disse que a empresa "não raramente" é acusada de ser rigorosa pelos fornecedores, mas defendeu que é um papel importante a ser desempenhado. O diretor disse que a companhia já avaliou 33 mil fornecedores quanto aos níveis de integridade e proteção de direitos humanos.
Segundo Spinelli, a companhia está agora em negociações com a Organização das Nações Unidas (ONU) para a criação de projeto que visa disseminar práticas de integridade e de proteção de pessoas em pequenos e médios fornecedores.
Também durante o evento, o diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, disse que Chambriard tem "cobrado muito" nas atividades de downstream, diante dos projetos que virão, pois é preciso tomar conta das pessoas.
De acordo com França, nos próximos quatro anos, a petroleira prevê 2,5 bilhões de dólares em paradas programadas no refino.
Petro Notícias - SP 27/09/2024
Em sua jornada para atender aos anseios do governo federal, que quer a todo o custo ampliar a oferta de gás natural no país, a Petrobrás anunciou hoje (26), durante a feira ROG.e 2024, uma nova iniciativa nesse sentido A presidente da companhia, Magda Chambriard, revelou que as equipes técnicas da empresa estão mapeando poços fechados que podem, eventualmente, produzir mais gás natural. O primeiro deles já foi identificado e fica na porção norte da Bacia de Campos, em Roncador. Segundo Magda, muito provavelmente o poço deve entrar em operação já no próximo ano, com uma taxa diária que poderá chegar a 1,7 milhão de metros cúbicos por dia. Em conversa com jornalistas, a presidente da Petrobrás também falou sobre a política de preços de combustíveis, anunciou a redução nos preços do querosene de aviação (QAV) e comentou sobre o papel da indústria de petróleo na transição energética.
Um dos temas de destaque na edição desta feira é o posicionamento da indústria de petróleo frente à transição energética. Como avalia essa questão?
O Brasil assumiu o compromisso de atingir o net zero até 2050, assim como outros 150 países. A Petrobras também está comprometida com essa meta. Mas é importante destacar que, apesar de apostarmos no net zero em 2050, estamos seguindo um ritmo justo. Esse é o nosso ponto principal. Quando falamos de transição energética, é preciso entender que os diferentes países farão essa mudança em velocidades distintas.
O que tenho afirmado é que não há conflito entre o avanço da descarbonização e a transição energética com a exploração de petróleo. Muitos associam essas questões à Margem Equatorial Brasileira, mas meu esforço tem sido mostrar que essas duas ações podem coexistir sem conflitos.
Falando agora sobre o mercado de gás natural, há um interesse do governo em ampliar a oferta desse insumo e reduzir o preço. Qual o caminho para alcançar esse objetivo?
O gás é uma commodity, mas também tem um forte componente regional. Quando falamos em baixar o preço do gás, estamos lidando com a lei da oferta e da demanda: mais gás, menor preço; menos gás, maior preço. Nossa meta é ganhar na escala. Não adianta lucrar muito em uma única molécula, queremos ganhar na escala e fazer dinheiro de forma sustentável.
Quais ações no curto prazo a Petrobrás pode adotar no sentido de ampliar a oferta de gás?
Um exemplo é o campo de Roncador, que, embora seja um campo de óleo, tem um poço fechado capaz de produzir, sozinho, 1,7 milhão de metros cúbicos de gás por dia. Essa é uma das iniciativas que estamos perseguindo para aumentar a oferta no curto prazo. Há a infraestrutura para exportar esse gás para a costa. Nossa ideia é “garimpar” mais poços de gás.
Quando esse poço deve entrar em produção?
Provavelmente no ano que vem.
Como está a expectativa sobre um possível novo reajuste no preço dos combustíveis?
A Petrobras tem empatia pela sociedade brasileira e está comprometida com o desenvolvimento da empresa dentro de um contexto de desenvolvimento social. O que fazemos é monitorar constantemente os preços dos combustíveis. Sempre que identificarmos a possibilidade de reduzir os preços, nós faremos isso. Se compararmos os preços de 31 de dezembro de 2022 com os atuais, veremos que todos os combustíveis estão mais baratos.
Por exemplo, o preço do QAV hoje é mais de 40% menor do que no final de 2022. Inclusive, estamos reduzindo preço de QAV, neste momento, em quase 10%, a partir do dia 1° de outubro.
No caso do diesel, a queda é de mais de 30%. Isso demonstra que a empresa consegue ser lucrativa enquanto mantém uma postura empática com a sociedade brasileira. Estamos sempre avaliando e, quando necessário, faremos ajustes. A Petrobras visa ao lucro, ninguém pode ter dúvidas disso, e quer dominar o mercado brasileiro, que é um dos dez maiores do mundo. Vamos ocupar todo o espaço que for possível.
Portos e Navios - SP 27/09/2024
O Brasil deve consolidar sua posição como exportador líquido de petróleo nos próximos dez anos, com as exportações passando de 2 milhões para mais de 3 milhões de barris por dia. A previsão faz parte do caderno de Abastecimento de Derivados de Petróleo do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta terça-feira (24). Esse crescimento deve reforçar a relevância do Brasil no cenário geopolítico global da indústria do petróleo.
O documento traz análises detalhadas sobre o refino de petróleo, a dependência externa de derivados, e os impactos para o abastecimento nacional, fornecendo uma base sólida de dados para a sociedade brasileira. Embora haja investimentos para ampliar a capacidade de refino de petróleo no Brasil em 7% entre 2024 e 2034, como a conclusão do segundo trem da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) em Pernambuco e o projeto do Complexo de Energias Boaventura em Itaboraí/RJ, o país continuará importando volumes consideráveis de derivados. Entre os principais produtos que o Brasil seguirá importando estão óleo diesel, nafta e querosene de aviação (QAV). Por outro lado, o país deve registrar excedentes na produção de óleo combustível durante todo o período e alcançar superávit de gás liquefeito de petróleo (GLP) na segunda metade do decênio.
O estudo também ressalta que, para atender à projeção de importação de derivados, especialmente óleo diesel, será necessária a ampliação da capacidade de refino e melhorias na eficiência operacional da infraestrutura logística. Além disso, o documento destaca o avanço de ações voltadas à descarbonização das refinarias e da infraestrutura logística, em linha com as metas de transição energética, apesar do aumento esperado na oferta e demanda de derivados no Brasil.
Valor - SP 27/09/2024
A YPF é operadora do campo Rio Neuquén, na Argentina, do qual a Petrobras é parceira
A Petrobras assinou um acordo com a petroleira argentina YPF para analisar o desenvolvimento conjunto de negócios no segmento de exploração e produção de petróleo. O acordo tem caráter não vinculante, com um prazo de vigência de três anos.
O documento também prevê cooperação tecnológica entre as empresas no segmento de exploração e produção, visando ao compartilhamento de conhecimentos em competências complementares.
A YPF é operadora do campo Rio Neuquén, na Argentina, do qual a Petrobras é parceira. Esse campo está localizado na Bacia Neuquén, umas das principais bacias sedimentares da Argentina, conhecida por seus recursos de petróleo e gás não convencionais.
Valor - SP 27/09/2024
Empresa, que atua há 50 anos no Brasil, retomou planos de crescimento ao atuar como operadora de campos de petróleo, o que não acontecia há dez anos
Guevara, da bp Brasil: “Potencial nos biocombustíveis é diferencial do país” — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Em meio aos desafios da transição energética, a britânica bp vem investindo em biocombustíveis e energia solar no Brasil, mas ainda aposta nos hidrocarbonetos no país. A empresa, que atua há 50 anos no Brasil - quando ainda se chamava British Petroleum - retomou planos de crescimento ao atuar como operadora de campos de petróleo, o que não acontecia há dez anos. No período, a bp vinha participando de consórcios para exploração de áreas, mas sem a condição de líder do consórcio.
A empresa opera quatro campos, sendo três na Bacia de Santos e um na Bacia de Barreirinhas (MA), na Margem Equatorial. “Upstream is back [a exploração e produção está de volta]”, disse o presidente da bp Brasil, Andres Guevara de la Vega, na primeira entrevista desde que assumiu o cargo, no começo deste mês.
Um dos campos operados pela britânica é o de Tupinambá, arrematado no leilão da oferta permanente de contratos de partilha, realizado em dezembro. Após assinar o contrato com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a petroleira começará avaliações exploratórias dos primeiros poços para conhecer o potencial de produção. Pau-Brasil, outro campo da empresa, teve concluída a campanha de perfuração em agosto e a bp está avaliando os resultados.
A bp também está de olho na Margem Equatorial, área petrolífera localizada entre os Estados do Amapá e Rio Grande do Norte, especialmente no desfecho do processo de licenciamento para a perfuração, pela Petrobras, de um bloco na Bacia da Foz do Rio Amazonas, região na qual a empresa já atuou. Em 2013, um consórcio formado por Total Energies (40%), bp (30%) e Petrobras (30%) arrematou cinco blocos na Foz do Amazonas. Em um sexto bloco, a bp (70%) venceu o leilão tendo a Petrobras com participação de 30%. Indefinições ambientais levaram Total e bp a desistirem dos blocos, em 2021.
“Impossível não avaliar a Margem Equatorial. A gente já entrou, já saiu, mas isso não quer dizer que, com novas informações relativas a outras oportunidades, não possa ser interessante [um eventual retorno]”, diz Guevara. A bp, destaca, possui um bloco na Bacia de Barreirinhas, no Maranhão, uma das que compõem a Margem, e tem acompanhado toda a discussão sobre a área. Há dez anos, a bp espera a conclusão do processo de licenciamento para perfurar o bloco, a fim de avaliar o potencial produtivo da região.
Fora do país, a bp possui áreas em Trinidad e Tobago, próximas às regiões petrolíferas da Guiana e do Suriname. Guevara ressalta que a bp tem realizado avaliação constante do portfólio e das oportunidades de mercado, que incluem as novas fronteiras, como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas, no Sul do Brasil. Para os próximos leilões, previstos para ocorrer no ano que vem, diz Guevara, o foco continua nas Bacias de Santos e Campos, no Sudeste. Mas não descarta olhar para áreas localizadas em outras bacias: “Quando se olha nossa atuação mais recente, isso é muito óbvio. Mas vamos avaliar outras áreas.”
Apesar da volta das apostas na exploração e produção de óleo e gás, a bp vê o Brasil como um país estratégico dentro dos planos para se tornar uma empresa integrada de energia, com investimentos em energias renováveis.
É impossível não avaliar a Margem Equatorial, já entramos antes”
— Andres Guevara
O potencial para a produção de biocombustíveis é um dos motivos que tornam o olhar da empresa mais atento para o Brasil. Para Guevara, a aprovação do projeto de lei 528/2020, que estabelece o programa Combustível do Futuro, é positiva porque, ao estabelecer mandatos de adição de biocombustíveis a derivados, dá um sinal claro de existência de um mercado consumidor, o que traz confiança ao investidor: “O grande desafio da transição energética é que não sabemos o que vem primeiro: o ovo ou a galinha. Você não constrói oferta se não tem demanda ou não tem demanda por que não tem oferta?”, questiona Guevara.
Um dos olhares da BP é o mercado de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir do etanol de cana. No Brasil, a bp é sócia da Bunge em uma joint venture firmada em 2019, a BP Bunge Bioenergia, composta por 11 usinas de açúcar e etanol, localizadas em cinco Estados. A empresa anunciou a aquisição dos 50% de participação da Bunge, que deve ser concluída nos próximos dias.
Guevara destaca que, caso decida entrar no mercado de SAF a partir do etanol, vai aproveitar sinergias com o braço de aviação da companhia, que está presente em mais de 40 terminais e investe R$ 50 milhões na construção de um terminal de distribuição em Paulínia (SP). A bp vê a exportação de biocombustíveis como um caminho para o Brasil e o executivo defende a abertura dos mercados para os produtos brasileiros.
“Eu acho que temos que influenciar regiões como a Europa para aceitar biocombustíveis que incluam a cana brasileira. O mundo não vai ter [oferta] suficiente, tem que abrir opções para que a cana brasileira conte como um combustível de baixo carbono”, afirma.
Além dos biocombustíveis, a bp também aposta na energia solar, por meio da joint-venture Lightsource bp, com participação de 50%. No ano passado, a bp anunciou a intenção de comprar a metade que pertence à compatriota Lightsource Renewable Energy. A conclusão do negócio é esperada para as próximas semanas.
Valor - SP 27/09/2024
Segundo a petroleira brasileira, o acordo que visa avaliar oportunidades de cooperação nas áreas de exploração e produção de hidrocarbonetos, captura de carbono e novas fontes de energia, entre outras
A Petrobras e a Staatsolie, estatal do Suriname, assinaram nesta quinta-feira (26) um acordo que visa avaliar oportunidades de cooperação nas áreas de exploração e produção de hidrocarbonetos, captura de carbono, novas fontes de energia, planejamento de resposta a contingências, dentre outras.
Em comunicado, a Petrobras afirmou que cooperação com Staatsolie poderá ainda resultar em melhores práticas sustentáveis de óleo e gás e contribuir para a resiliência climática na região.
“O acordo está alinhado à estratégia da Petrobras de desenvolver parcerias que permitam compartilhar riscos e expertise, buscando o fortalecimento da companhia como uma empresa de energia integrada e contribuindo para o sucesso da transição energética justa e responsável”, afirmou a petroleira.
Infomoney - SP 27/09/2024
O gás boliviano anteriormente enviado para a Argentina será redirecionado para o Brasil, informou a petrolífera boliviana YPFB em um comunicado nesta quinta-feira (26).
O desenvolvimento da formação de xisto de Vaca Muerta na Argentina, a segunda maior reserva de gás não convencional do mundo e a quarta maior reserva de petróleo, fez com que a importação de gás da Bolívia fosse reduzida a zero.
“Para nós, isso não é um problema de forma alguma, porque esse gás tem um mercado garantido no Brasil, um país faminto por energia”, disse Óscar Claros Dulón, gerente de contratos de exportação de gás natural da YPFB, no comunicado.
O fornecimento da Bolívia para a Argentina caiu para apenas dois milhões de metros cúbicos por dia, uma fração do consumo argentino de 130 milhões de metros cúbicos por dia, disseram executivos de produtores com operações nos dois países no início deste ano.
O Estado de S.Paulo - SP 27/09/2024
O leilão para a concessão da BR-040/GO/MG, nomeada como Rota dos Cristais, foi o mais concorrido em seis anos, com quatro propostas. O certame vencido pela francesa Vinci Highways também marca o retorno das empresas internacionais, já que um grupo estrangeiro não arrematava trechos rodoviários federais desde 2007.
No leilão desta quinta-feira, 26, a Vinci ofereceu desconto de 14,32%, superando a diferença de 20% dos demais lances, o que demandaria a etapa de viva-voz. Com a Rota dos Cristais, o grupo francês expande o portfólio de concessões de infraestrutura no Brasil, que atualmente inclui a operação de oito aeroportos no País. No segmento de rodovias, a vitória marca a estreia da francesa em estradas federais. No ano passado, comprou do Pátria o controle da operação da rodovia estadual paulista Entrevias.
A francesa competiu com outros três licitantes pela Rota dos Cristais. Apenas a CCR, que ofertou o menor lance, com um desconto de 1,75%, é um nome consolidado do setor. O Opportunity e a 4UM, que formaram o Consórcio Nova BR 040 para concorrer nesta quinta-feira, 26, estrearam em certames rodoviários no mês passado, disputando a Rodovia da Morte (BR-381). A gestora curitibana 4UM saiu vencedora. O BTG Pactual, que participou do leilão desta quinta-feira, 26, por meio de um fundo gerido por terceiros, ainda não opera concessões rodoviárias.
Com isso, além da participação de novos entrantes e perfil diversificado, chama a atenção o número elevado de licitantes. O leilão anterior com maior competição foi o dos trechos gaúchos das BRs 116 e 392, em 2018. A disputa atraiu cinco interessados e foi arrematada pelo grupo EcoRodovias. Depois desse, foram realizados outros dez leilões rodoviários, que alternaram entre um e no máximo dois participantes — além de tentativas desertas como para a BR-381.
Atratividade
“O projeto Rota dos Cristais teve aprimoramentos relevantes”, considera o advogado Luis Felipe Valerim, sócio da Valerim Advogados. Para ele, houve influência positiva de questões como as definições mais claras sobre a divisão da matriz de risco entre concedente e concessionária.
Thiago Araújo, sócio de direito público do Bocater Advogados, também avalia que o maior número de interessados tem relação com as adaptações nas modelagens dos projetos. “A exemplo de uma menor pressão no fluxo de caixa nos primeiros anos da concessão e a redução do risco de demanda que caracterizam este leilão”, diz.
Outras mudanças por trás do maior interesse do mercado foram, segundo Araújo, as alterações nos critérios de habilitação. “Cada vez menos focado na capacidade construtiva - que pode ser subcontratada — e cada vez mais centrada em aspectos financeiros, como a capacidade de obter recursos junto ao mercado - o que é facilitado por novos instrumentos como as debêntures de infraestrutura.”
Empresa estrangeira
É também a primeira vez, desde 2007, que uma concessionária estrangeira vence um leilão rodoviário. Na avaliação de Paulo Henrique Dantas, especializado em infraestrutura, sócio do escritório Castro Barros Advogados, a vitória de um grupo de fora do País indica maior maturidade dos projetos brasileiros.
“Um movimento muito importante e demonstra que mais um grupo europeu está apostando em contratos de longo prazo no País. Isso reflete a maturidade jurídica que os projetos de concessão atingiram no Brasil, especialmente no setor rodoviário — e que pode e deve atrair novos investimentos”, considera Dantas.
A busca por capital estrangeiro tem sido parte da agenda da gestão federal, que vê como um pilar necessário para alcançar a meta de conceder outros 30 projetos rodoviários até 2026. No ano passado, o 1º lote de rodovias do Paraná foi arrematado pelo Pátria Investimentos em conjunto com o Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF, em inglês).
O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse ver de forma muito positiva a participação da Vinci, não só por ser uma estreante em leilões rodoviários, mas também, um grupo estrangeiro. “É uma novidade muito boa para o País, porque, do mesmo jeito que o poder público não tem dinheiro pra tudo, as empresas nacionais também não conseguem financiar sozinhas as necessidades”, afirmou, após o leilão desta quinta-feira.
Relicitação
A Rota dos Cristais é o segundo leilão de relicitação da BR-040 dentro da gestão atual do Ministério dos Transportes. O certame anterior aconteceu em abril deste ano e compreendeu o trecho de 218,8 km de extensão que liga Juiz de Fora, em Minas Gerais, ao Rio de Janeiro. Saiu vencedor o Grupo EPR Via Mineira, formado pelas empresas Perfin e Equipav, que apresentou um desconto sobre a tarifa básica de pedágio de 11,21%.
Com uma extensão total de 1.116,8 km, a BR-040 era operada pelas concessionárias Via040, que administrava 936,8 km da rodovia, e a Concer, com 180 km. Após a finalização dos contratos, o Ministério dos Transportes decidiu pela divisão dos dois lotes em quatro trechos menores, buscando garantir maior viabilidade econômica para as novas propostas.